Lição
7: Os irmãos de Jesus. Jesus na festa dos tabernáculos. A promessa do Espírito
Santo (capítulo 7)
Os fatos a respeito de Cristo e o Seu ensino
João 7.1-18
I.O mundo odeia a Cristo e o Seu ensino
(v.1-9)
II.O ensino de Cristo exalta a Deus e
divide as opiniões (v.10-18)
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1.Agora Jesus já possuía inimigos em
Jerusalém e, também, na Galiléia, mas em Jerusalém era mais perigoso. Jesus
nunca “antecipou” a hora de Sua morte. Ele devia ser crucificado depois de
todos os incidentes relatados nas profecias. Exemplo: Entrar de jumentinho em
Jerusalém. Deveria ser nos dias da Páscoa, a fim de se cumprirem todos os tipos
do Velho Testamento. O fato é que o mundo odeia a Cristo e os Seus ensinos. No
capítulo anterior Ele se declarou o Salvador através de Sua morte. Foi um
discurso duro para quem queria um Messias glorioso que continuasse a satisfazer
os desejos terreais e nada mais. Tornar-se um seguidor de Cristo seria aceitar
a Sua morte e o Seu ensino de renúncia (v.1).
2.Todas as colheitas tinham sido feitas:
cevada, trigo, uva e oliva e se iniciava a Festa dos tabernáculos. Era
conhecida como a “Festa das Tendas”. Oravam durante uma semana e moravam em
barracas feitas de galhos e folhas (Lv 23.40-43). Os moradores das cidades construíam
em seu quintal ou sobre o telhado plano essas tendas (Nee 8.16-17). Ocorria no
fim do ano judaico (setembro-outubro), quando as colheitas eram feitas. O
motivo dessa comemoração era para relembrar que os judeus fugidos do Egito
habitaram em tendas no deserto (v.2).
3.Jesus tinha outros irmãos. Isto desfaz o
falso ensino de que Maria era virgem durante toda a sua vida. Os irmãos de
Jesus queriam que Ele mostrasse Seu poder na Judéia, pois nessa época de festa
a região estava repleta de judeus de todos os cantos (Sl 69.8). O raciocínio
deles era coerente, pois Jerusalém é o lugar onde o Messias deve freqüentar, se
quer ser reconhecido. Jerusalém é o centro religioso. O fato é que Jesus não
estava se esforçando para ser
reconhecido como Messias para uma nação que já o havia rejeitado (v.3-4).
4.Os irmãos de Jesus não entendiam como o
Messias podia evitar a popularidade. Os irmãos de Jesus não criam Nele, talvez,
pela mesma razão que os outros incrédulos, isto é, pensavam apenas no aspecto
político do Messias. A descrença por esse motivo permeou a mentalidade da
época, inclusive bem retratado no romance de Lewis Wallace em 1880, chamado
“Ben-Hur”. Os irmãos de Jesus foram salvos posteriormente (At 1.14). É bom
lembrarmos que “tornar-se famoso ou público” foi a segunda tentação contra
Jesus por Satanás em Mt 4. Nem os irmãos de Jesus criam no Seu ensino. Isto nos
faz mais realistas quanto ao mundo não aceitar a mensagem de salvação e os
princípios éticos do reino (v.5).
5.O tempo Dele não chegou, ou seja, o tempo
de Sua morte. O tempo dos irmãos era sempre presente, ou seja, podiam ir à
festa a qualquer hora, pois estão em harmonia com o espírito deste mundo, sem
perigo de morrer. Para quem deseja viver neste mundo sem conflitos basta seguir
a mentalidade sempre presente no mundo, ou seja, satisfazer-se a si próprio e
ao mesmo tempo esforçar-se para ser uma boa pessoa com o objetivo de receber
alguma graça de Deus. Nós que cremos em Cristo e nos Seus ensinos sabemos que
isto é o engano de Satanás para desviar a humanidade de Deus (v.6).
6.O mundo odeia a Cristo. Este fato não
pode ser mudado, ainda que muitos incrédulos falem o contrário. Alguns apreciam
alguns aspectos éticos dos ensinos de Cristo, mas o que não sabem é que não se
pode aceitar um princípio e rejeitar outro. A mensagem de Cristo é completa.
Aceita-se toda a mensagem, juntamente com o estilo de vida ou se rejeita tudo.
Quem diz aceitar a Cristo deve aceitar que é um pecador e que nada pode fazer
para se salvar a não ser aceitar o Seu sacrifício como única maneira de se
aproximar de Deus. Por isso, o mundo odeia a Cristo e os Seus ensinos, pois
eles vão diretamente contra a prática humana de tentar esconder os seus pecados
(v.7).
7.Jesus subiria à festa em tempo oportuno.
Ele não queria chamar a atenção com Sua presença, por isso, continuou um tempo
na Galiléia (v.8-9).
8.Os irmãos de Jesus queriam a Sua
publicidade, mas Ele foi em oculto. Costumavam ir caravanas para Jerusalém, mas
Jesus não foi em nenhuma dessas. É possível que tenha ido com alguns discípulos
ou com todos os doze (v.10).
9.A atração das festas começou a ser a
presença de Jesus, pois onde Ele estivesse haveria curas e polêmicas. Os judeus
(líderes religiosos) eram hostis e o perseguiram até à morte. Os membros do
Sinédrio não podiam prender Jesus na Galiléia porque Herodes Antipas governava
lá e não estava sob a jurisdição de Jerusalém. Entre o povo havia conversas
confidenciais, pois declarar algo sobre um homem perseguido seria muito
perigoso. O mundo ainda está falando sobre Cristo e Seus ensinos, mas a divisão
de opiniões continua. Uns crêem que é Deus e outros acham que é um enganador. O
povo tinha medo dos judeus, isto é, das autoridades religiososas (9.22), pois
podiam ser expulsos das sinagogas. (v.11-13).
10.Jesus chegou no meio da semana festiva.
Ele chegou como um peregrino, mas lá revelou ser um profeta. Os judeus ficaram
maravilhados do conhecimento de Jesus sobre as Escrituras. Um aspecto curioso é
que somente podia tomar a palavra e ensinar quem fosse qualificado, com a
autorização do Sinédrio (v.14-15).
11.É bem provável que tinham até inveja do
conhecimento que Ele tinha. Jesus tinha a Lei na mente e no coração. Os ensinos
de Cristo são verdadeiros e únicos, pois exaltam a Deus. Os ensinos de
filosofia e seitas exaltam homens que viveram nesta terra, mas argumentam
contra a Palavra de Deus e contra Cristo como Salvador. Todo aquele que
ensinava tinha orgulho em dizer de quem ele aprendeu. O apóstolo Paulo citou
algumas vezes seu mestre, que era Gamaliel. Jesus, também, citava Seu Mestre
como “Aquele que me enviou”. Jesus agia semelhante aos profetas, mas com uma
diferença: enquanto os profetas diziam “assim diz o Senhor”, Jesus dizia “Eu
vos digo” (v.16).
12.Quem quer seguir a Cristo têm maneiras
de comprovar os Seus ensinos, basta ler o Pentateuco, os livros históricos, os
salmos, os profetas, os evangelhos e as epístolas. Os pensadores eram homens em
conflito existencial, os filantropos são presos pelo dinheiro e a culpa de ter
tanto e outros tão pouco e assim por diante, o homem está aprisionado pelos
seus próprios conflitos, mas Cristo tem autoridade no Seu ensino porque Ele
exalta ao Pai que O enviou (v.17-18).
13.Sempre haverá pessoas em dúvidas sobre
Jesus Cristo e o Cristianismo. O nosso conselho é que examinem as Escrituras e
verão que os ensinos de Cristo sempre exaltam a Deus, enquanto o mundo quer uma
independência de Deus a quem deverão prestar contas. O mundo odeia os
seguidores de Cristo. As opiniões sempre estarão divididas sobre Cristo. Esses
são fatos incontestáveis sobre Cristo e os Seus ensinos.
Os fatos a respeito do homem, sua conduta e
conhecimento
João 7.19-31
I.O homem é hipócrita em sua conduta
(v.19-24)
II.O homem é superficial em seu
conhecimento (v.25-31)
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14.Se por um lado há fatos a respeito de
Jesus Cristo, há, também, fatos a respeito do homem. O ensino de Jesus exalta
ao Pai, mas o conhecimento do homem é tão superficial que não chega a
harmonizar em sua mente a lógica sobre Deus. Jesus dirige Sua atenção aos
líderes judaicos e lembra-lhes a última vez que ali esteve, quando curou o
paralítico.
15.Os líderes religiosos estavam tão
preocupados com o cumprimento da lei que se esqueceram do próprio Deus que
instituiu a lei através de Seu servo Moisés. Embora quisessem exaltar a Lei de
Moisés não estavam observando e isto se chama hipocrisia. A pergunta que Jesus
fez estava baseada na Lei de Moisés que diz “não matarás”. Todos foram pegos
desprevenidos, pois aquela pergunta parecia totalmente fora de contexto, pois
afinal de contas quem disse a Ele que queriam matá-Lo? (v.19).
16.A multidão passa, agora, para o lado dos
líderes religiosos e se opõe a Jesus. O que a multidão desconhece até o momento
é que os líderes religiosos pretendem matar Jesus e, naquela ocasião Jesus já
sabia disso, mas nunca revelou para o povo. Pensavam que Jesus fosse um louco
com mania de perseguição. Os judeus criam que alguém podia ficar possesso de
demônio e em muitos casos tornava-se um monomaníaco, isto é, alguém obcecado
pela idéia de que alguém o persegue. É curioso notar que no Evangelho de João
não há nenhum registro de Jesus expulsando demônios (v.20).
17.Curar alguém mesmo
em dia de sábado é uma boa ação. Da mesma forma que a circuncisão era
importante para o judeu e, por isso, era feita ao oitavo dia do recém-nascido,
mesmo que fosse um sábado. Jesus enfatiza que não foi Moisés quem instituiu a
circuncisão, mas o próprio Deus no tempo de Abraão (Gn 17.1-55). Os rabinos
usavam exatamente esse argumento para justificar um tratamento médico no
sábado, em casos de urgência. Jesus curou um homem que estava enfermo há 38
anos, o que não era tão urgente. No caso da circuncisão, devia ser realizada no
dia exato, ainda que caísse em um sábado. Portanto, estavam presos à aparência
e não à justiça (v.21-24).
18.Ninguém precisa estudar Filosofia ou
Sociologia para entender a sociedade. Basta abrir a Bíblia e saberemos
exatamente como é o homem e quais as suas motivações. O fato fundamental a
respeito do homem é que ele é hipócrita. Aquilo que achamos bom para nós
fazemos, mas nem sempre admitimos que o nosso semelhante tenha o mesmo direito.
Aquilo que achamos errado alguém praticar nem sempre achamos que seja errado
para nós mesmos. É uma conduta incoerente, porém, comum para a humanidade.
Somos hipócritas, presos às nossas próprias leis de justiça, as quais são mais
aparência do que justiça. A reta justiça é a de Deus e esta deve ser a nossa
base.
19.O homem é hipócrita quanto em sua
conduta e quanto ao conhecimento é superficial. Ninguém gosta de admitir que
não sabe por causa do orgulho, mas diante de Deus não há sabedoria humana que
se sustente. O povo já sabia da intenção dos líderes religiosos de matar a
Jesus, portanto, Ele não estava louco como O acusavam, mas tinha todo o
conhecimento da situação porque Ele é Deus (v.25).
20.A multidão, impressionada com a coragem
de Jesus falar abertamente, pensava que o Sinédrio reconhecia que Jesus era o
Cristo (v.26).
21.O povo rejeitava Cristo como Messias,
por ser Ele da Galiléia. De fato, Ele não tinha nascido na Galiléia, mas em
Belém da Judéia, mas não estavam interessados em reparar este equívoco. Estavam
muito mal informados quando disseram que quando viesse o Cristo ninguém saberia
de onde Ele viria, pois Miquéias profetizou 700 anos antes que Ele viria de
Belém-Efrata (Mq 5.2). Assim é o ser humano, fala daquilo que não sabe, mas não
quer aprender a verdadeira sabedoria. Aqui uma desarmonia entre o povo e o
Sinédrio. Se a multidão pensa que o Sinédrio reconhece Jesus como o Cristo, por
que não segue o Sinédrio? (v.27).
22.O fato é que há uma tremenda confusão e
falta de comunicação. O Sinédrio que tem por obrigação instruir o povo na fé
judaica não se define ou não se comunica com o povo. O povo, por sua vez,
largado em seus próprios pensamentos tenta formar uma opinião, sem base sólida.
As pessoas são superficiais em seu conhecimento. Elas precisam da voz de Deus
que é a Sua Palavra, a Bíblia para se orientar.
23.Eles não sabiam de onde Ele era. Ele
veio do céu. Se nem ao menos no plano terreno estavam informados sobre Jesus,
pois Ele nasceu na Judéia, na cidade de Belém, muito menos, ainda, sabiam de
Sua origem celestial. O conhecimento do homem é superficial, pois não conhece
Jesus, não sabe que Ele veio do céu e não conhece o Seu Pai (v.28-29).
24.Sete vezes, no Evangelho de João,
tentaram prender Jesus, mas sem sucesso. A explicação básica para isso é porque
“não era chegada Sua hora”, mas houve alguma razão secundária porque não
prenderam Jesus. O medo das multidões que criam Nele, mesmo que de modo
superficial e interesseiro, assustava o Sinédrio. O Sinédrio não tinha medo e
respeito pelo povo em si, mas medo e respeito pelas autoridades romanas que
podiam destituir a nação de seus privilégios naquele território, caso houvesse
algum tipo de revolução (v.30).
25.Com toda aquela confusão e descrença,
alguns contudo creram, pois afinal, quem faria aqueles sinais, senão o Messias?
Portanto, a fé desafia qualquer tipo de resistência, mesmo que seja a opinião
pública. Ninguém poderia ultrapassar Jesus em sinais e maravilhas. Ele é único,
os outros são imitação (v.31).
26.Estes são os dois fatos a respeito do
homem. A humanidade é hipócrita, pois age contrário àquilo que diz ser o
correto. O homem é superficial, pois fala daquilo que não sabe e não quer
aprender a verdade.
Os tempos cruciais da vida
João 7.32-36
I.O tempo de buscar a Jesus (v.32-33)
II.O tempo perdido (v.34-36)
|
27.Durante o ministério de Jesus na terra,
as pessoas tiveram a oportunidade de aceitá-Lo como Salvador e Messias. Muitos
aceitaram, porém, muitos outros não creram Nele. Os fariseus e os principais
sacerdotes, além de não crerem Nele, quiseram prendê-lo devido à Sua
popularidade crescer muito (v.32).
28.O tempo é algo crucial para as nossas
vidas. Em um momento podemos perder oportunidades de bons negócios e em um
momento podemos fazer ótimos negócios ou conseguir um bom emprego. Apenas um
momento pode decidir muitas coisas na vida, mas apesar disso ser verdade, esses
momentos não passam de coisas terreais, pois por melhor que seja um negócio
serve apenas para as nossas necessidades passageiras. Quando o assunto é eterno,
então, tudo se torna crucial, decisivo. As pessoas podem não ter outra
oportunidade com Jesus e, por isso, deviam se apressar para aceitá-Lo como
salvador. O crente pode não ter outra oportunidade, por isso, deve viver para
agradar o Senhor enquanto pode.
29.O próprio Jesus disse que o tempo de O
encontrarem estava se acabando. Ele voltaria para o Pai. É claro que poderiam
aceitar a salvação mais tarde, como aconteceu com muitos sacerdotes, conforme
lemos em Atos, mas ninguém pode garantir que a sua vida se estenderá até um
momento apropriado. Hoje é o dia de buscar a Jesus. Os fariseus queriam a Jesus
para prendê-Lo, mas deveriam buscá-Lo como salvador. Alguns querem o nome Jesus
para o seu sucesso pessoal, talvez dinheiro ou cura, mas hoje é tempo de
buscá-Lo como salvador (v.33).
30.O Senhor Jesus os alertou de Sua
partida. Haverá um momento em que será tarde para buscar o salvador. Após a
morte será tarde, depois de aceitar a marca da Besta na tribulação, também,
será tarde e no juízo do grande dia não haverá mais salvação, somente
condenação. Embora Jesus ainda não estivesse, no momento, no céu, Ele já Se
considera com o Pai, pois o ministério Dele com os incrédulos estava se
encerrando, pois logo teria um tempo mais íntimo com os seus discípulos, antes
de ser preso (v.34).
31.As pessoas que não desejam entender as
verdades espirituais não vêem sentido nessas palavras e nessa urgência. Os
fariseus pensavam que ampliaria o Seu ministério para a dispersão dos judeus
entre os gregos a fim de alcançar os gregos nas sinagogas judaicas. Esse não
era o plano de Jesus que nunca saiu do território de Israel. Através de Paulo,
isso aconteceria, alguns anos mais tarde. Houve três dispersões: A Dispersão Egípcia, a Dispersão Babilônica e a Dispersão Síria (v.35).
32.O texto termina com uma dúvida, não por
parte daqueles que crêem, mas por parte dos que querem Jesus somente para
prendê-Lo. As palavras da verdade são compreendidas somente por aqueles que
recebem a iluminação do Espírito Santo, pois estes não rejeitam a Cristo Jesus.
Aqueles que O rejeitam não compreendem as palavras mais simples (v.36).
33.Há momentos decisivos na vida das
pessoas, porém, o único que realmente importa é a oportunidade de ser salvo
eternamente. O tempo perdido no estudo pode ser remediado com cursos
intensivos. O tempo da tarefa inacabada por ser corrigido com algum esforço,
mas a oportunidade de salvação, enquanto em vida, jamais poderá ser recuperada.
Quantos lamentarão o tempo perdido por toda a eternidade?
As especulações sobre Cristo
João 7.37-53
I.De onde Ele é (v.37-44)
II.O que Ele faz (v.45-53)
|
34.Sem dúvida, Cristo Jesus incomoda as
pessoas. Todos têm muitas questões sobre Ele. Os que não crêem que Ele é o
Filho de Deus poderiam simplesmente dizer: “Ele não faz diferença para mim e eu
não me preocupo”, mas não é isto o que acontece. Só o fato das letras das
músicas de rock falarem tanto de Deus, isto mostra a preocupação deles sobre o
assunto. Somente pelo fato da Teoria da Evolução se preocupar tanto em apagar
todas as evidências sobre Deus e Sua Criação, mostra o quanto eles se preocupam
com o assunto. Por que os ateus se preocupam tanto em se justificar diante dos
homens? É como se diz: “Eu não creio em Deus, graças a Deus”. Jamais alguém
levantou tantas perguntas como o Filho de Deus. Somente neste texto de 17
versículos há 7 perguntas sobre Cristo, as quais podemos dividir em dois
grupos: perguntas sobre a Sua origem e perguntas sobre a Sua pessoa e obra.
35.No último dia da festa dos tabernáculos havia
a “santa convocação” ou “reunião solene”(Lv 23.36). Era o momento do povo
agradecer a Deus por todos os frutos do ano. Neste dia pegavam água no tanque
de Siloé e derramavam por um funil no altar, representando a chuva que Deus deu
durante o ano e, também, para comemorar e relembrar a água no deserto. Alguns
mestres comparavam esse ato ao prometido derramamento do Espírito Santo. Esse
último dia, também, é chamado “Dia do Grande Hosana” ou “Dia dos Salgueiros” ou
ainda, “Dia do Agitar dos Ramos”.
36.Jesus faz uma alusão a essa festa e aos
acontecimentos do deserto quando diz “quem tem sede”, referindo-se à sede no
deserto e à Rocha de onde jorrou água. Rocha que prefigurava Ele mesmo. Jesus
diz que águas fluirão do crente, ou seja, o crente será um canal de bênçãos
para saciar o sedento (Zc 14.8, Ez 47.1, Is 44.3, Pv 18.4, Is 12.3) (v.37-38).
37.Ainda faltava a glorificação de Cristo,
ou seja, Sua morte, como obra consumada para que o Espírito Santo viesse para
habitar o crente. Neste Evangelho aparece diversas vezes a expressão
“glorificação, ser glorificado” como a “hora” de Cristo (v.39).
38.Glorificação de Cristo é a Sua morte,
embora por alguma força de expressão, no decorrer dos tempos os crentes
começaram a associar a Ressurreição como a “Glorificação de Cristo” e, por fim,
para muitos a Glorificação de Cristo está no fato da ressurreição, sendo que a
morte de Cristo, para muitos, perdeu o sentido de glorificação, pois na morte
não há glorificação, mas derrota. Isso é um erro que precisa ser corrigido.
Paulo diz que prega a Cristo e este CRUCIFICADO (1 Co 2.2 e 1.17-18).
39.Nestes versículos temos a resposta às
perguntas sobre Sua origem. Ele é do alto, do céu, Ele veio do Pai. Só Ele pode
saciar a sede espiritual e fazer brotar rios de água viva. Só Ele pode enviar o
Espírito Santo do alto.
40.As pessoas questionam muito sobre Ele.
Alguns imaginavam que Ele era o Profeta que Moisés falou, mas não colocavam sua
confiança Nele. As pessoas são muito tardias para confiar em Jesus Cristo. O
fato Dele ser da Galiléia perturbava a mente do povo porque sabiam que o Cristo
viria de Belém. Podiam evitar toda aquele dissensão se apenas perguntassem a
Ele ou procurassem saber o local de Seu nascimento. Muita confusão doutrinária
não existiria se as pessoas deixassem de lado os seus sentimentos e facções e
procurassem estudar os assuntos profundamente. Portanto, este é o primeiro
grupo de questões sobre Jesus, “De onde Ele é?” (v.40-44).
41.O outro grupo de questões sobre Jesus é
“O que Ele faz?”. Se não tivermos certeza que Jesus age no coração e na mente
das pessoas não podemos testemunhar Dele. Aqueles que receberam a
responsabilidade de prender a Jesus não o fizeram. “Por que?” era a pergunta
dos fariseus. O que este homem faz que impede de ser preso? A diferença estava
na autoridade de Jesus. Ele tem mais autoridade do que os fariseus. Cada pessoa
deve provar de Jesus. O melhor conselho para alguém que deseja saber o que
Jesus faz é pedir que leia os quatro evangelhos. Não há nada comparável. Os
outros falam, mas Jesus Cristo faz. (v.45-46).
42.Os fariseus, novamente, movidos de
inveja, zombam dos guardas. O que este homem fez com vocês, será que conseguiu
enganá-los? Jesus Cristo faz com que as pessoas que O conhecem fiquem
impressionadas. Ele não força ninguém ao Seu amor, porém, as pessoas acabam
sendo atraídas pela Sua autoridade e atenção (v.47).
43.Observe o orgulho de ser fariseu (“Nós
não somos enganados”). Será que nenhum fariseu creu em Jesus? E o que dizer de
Nicodemos? Os fariseus chamam o povo de “plebe maldita” (Dt 28.15). A palavra
“amhaarez” era usada para indicar o “povo da terra” e sua origem está em Esdras
4.4. Este desrespeito para com o povo seria suficiente para que deixassem de
seguir homens hipócritas. Jesus Cristo não faz assim. Ele trata bem os que
desejam se aproximar Dele e, até mesmo aqueles que O rejeitam (v.48-49).
44.O protesto de Nicodemos mostra que Ele
creu no Messias, pois quem defenderia Jesus numa situação dessa? Entre os
rabinos havia esta lei: ouvir antes de dar o veredicto. Se julgassem
corretamente Jesus, veriam que Ele só fez o bem para as pessoas (v.50-51).
45.Ridicularizaram Nicodemos, chamando-o de
galileu. Vemos a ignorância no Sinédrio, pois da Galiléia vieram dois profetas:
Jonas (2 Rs 14.25, Js 19.13) e Naum (Na 1.1). Pior do que especular é fazer
afirmações mentirosas para convencer as pessoas de seus argumentos. Os fariseus
não queriam a verdade, mas estavam obstinados em prender e matar a Jesus. Eles
tropeçavam em suas próprias leis. Nicodemos protesta que não era correto
condenar Jesus antes de ouvi-Lo (v.52).
46.A festa teve um final dramático. O
Sinédrio se dividiu e o povo perceberia a falta de união no Sinédrio, pois os
seus próprios guardas se admiraram da autoridade de Jesus. Cada um foi para a
sua casa, certamente com a mente cheia de questões, ira e desapontamento
(v.53).
47.As especulações sobre Jesus são muitas,
porém, se resumem em dois grupos de perguntas: de onde Ele é e o que Ele faz.
Nós, crentes, podemos testemunhar para as pessoas que Ele é Deus e veio do céu
para salvar o pecador. Ainda hoje, Ele está salvando pecadores.
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