Naum
Introdução[1]
1.Isaías 52.7 fala do livramento de Babilônia e Naum 1.15 usa as mesmas palavras para falar do livramento da Assíria e Paulo em Rm 10.15, também, usa as mesmas palavras para anunciar o livramento eterno do pecado. O povo está muito feliz, não só Judá, mas todas as nações vizinhas. A Assíria foi usada por Deus para castigar o reino do norte (Israel) em 721 a.C. Em 701 a.C. a Assíria tentou invadir Judá, mas Deus interveio e destruiu seu exército (2 Rs 18-29). As nações temiam a Assíria e tentavam ganhar sua aprovação, tornando-se vassalas (súditas). Finalmente, em 612 a.C. Nínive foi
destruída pelos Medos e Babilônios e assim, foi completamente conquistada. As ruínas da Assíria permaneceram ocultas até 1842 da nossa era.
2.É sobre a queda de Nínive que Naum escreveu. Ele escreveu na época em que a Assíria era grande em poder. Ninguém sonhava que um dia Nínive cairia, mas Deus revelou a Naum o futuro sobre essa cidade. A mensagem de Naum não era uma mensagem de advertência para Nínive. Jonas foi quem deu este tipo de mensagem, cento e cinquenta anos atrás. Agora não havia esperança para Nínive. A paciência de Deus tinha acabado e Sua julgamento cairia sobre Nínive. Porém, é uma mensagem de esperança para Judá, para encorajá-la a confiar em Deus na hora de grande perigo. Cada um dos três capítulos de Naum nos fala algo sobre Deus e, também, sobre a queda de Nínive.
3.O autor é Naum, que significa “conforto”. Este livro está ligado ao livro de Jonas, pois este pregou e o povo se arrependeu e, consequentemente, o castigo foi adiado por mais de um século. Não sabemos quase nada sobre Naum. Ele era de Elcós (1.1), que talvez ficava perto de Cafarnaum. Aliás, Cafarnaum significa “vila de Naum”, podendo ser ele o fundador. Havia ao sul de Jerusalém uma cidade com o mesmo nome, Elcós.
4.É mencionada a cidade de Tebas ou Nô (3.8), que era a capital do Egito Superior, a sede de muitos Faraós no passado. Assim como foi a queda do Egito, assim será a ruína de Nínive. A queda de Tebas foi em 666 a.C. Talvez Naum tenha escrito em 630 a.C.
5.Naum retrata no capítulo 2, o ódio de Deus pelo pecado e Sua vingança de uma maneira poética. Deus castiga por princípio e não por mero “capricho”, como normalmente os homens fazem. Nínive era cruel demais com seus inimigos, torturando-os antes de matá-los, arrancando-lhes a língua, vazando-lhes os olhos. A derrota de Nínive se deu por mãos divina: Os medos e babilônios sitiaram a cidade por dois anos, quando inesperadamente a inundação do rio Tigre derrubou uma parte do enorme puro protetor e, assim, o exército entrou e conquistou Nínive.
6.Naum profetizou isso 20 anos antes (Na 2.6). Os muros de Nínive tinham 30 metros de altura e eram bastante largos. Havia 1500 torres de vigia para a defesa. Uma vala de 50 metros de largura por 30 metros de profundidade circundava a cidade. Todo aquele que ama a justiça, admite a vingança de Deus (Na 3.19).
7.Esboço simples
I.A profecia da queda de Nínive (1) II.O cumprimento da profecia (2) III.O motivo da queda de Nínive (3) |
Capítulo 1: Deus é poderoso e age
1.Naum significa “consolação”. A profecia fala da destruição de Nínive, inimiga do povo de Deus. Para Israel é um consolo, mas para Nínive é condenação. Naum é a única profecia que diz que é um “livro da visão”. Naum era de Elcosi, uma vila da Galileia. Os fariseus estavam errados ao afirmar que não havia profetas da Galileia. Jonas e Naum eram de lá (ver Jo 7.52). Jonas pregou aos ninivitas 100 anos antes, mas Naum escreveu um livro e nunca foi profetizar para eles. Nínive era a capital da Assíria. O povo do Norte, Israel foi levado cativo para a Assíria. Este é um livro que fala do poder de Deus e Seus atos. Deus é longânimo, mas quando age faz exatamente aquilo que prometeu. O mundo incrédulo perdeu a consciência do caráter de Deus. Muitos até dizem que Deus é poderoso e vingador, mas agem como se estivessem diante de alguém fraco e falador, apenas. O crente deve tomar consciência de quem é Deus. Naum escreveu no seu livro bastante para sabermos sobre o caráter de Deus e sobre o modo como Ele age. Primeiro, Ele diz que Deus é zeloso. Jesus disse que o zelo da casa do Senhor O consumiria. Pensamos de alguém zeloso como alguém que coloca o coração naquilo que faz e que não permite que as pessoas atrapalhem a sua tarefa. Deus é assim. Ele deseja que a Sua vontade seja cumprida. Além de ser zeloso, Deus é vingador. Imagine alguém zeloso em construir um castelo de areia, uma verdadeira obra de arte. Todo aquele zelo é acompanhado de vingança, caso alguém queira destruir o seu trabalho. Deus não constrói um castelo de areia, mas Ele constrói o Seu próprio caráter nos Seus filhos. Se alguém quiser desmanchar esta obra maravilhosa, Ele despejará toda a Sua ira contra os destruidores. Era isso o que estava acontecendo. O povo de Israel era a obra de Deus, mas a Assíria estava tentando destruir isso (v.1-2).
“Cerca de cem anos antes, através da pregação de Jonas, os ninivitas se arrependeram e foram perdoados, mas logo depois tornaram-se piores do que nunca. Nínive não conhece ao Deus que contende com ela, e lhe dizem o que Deus é. É bom que todos mesclem fé com o que aqui se fala acerca Dele, que deveria transmitir grande terror ao ímpio, e consolo aos crentes. Cada um deve tomar sua porção daqui: que os pecadores leiam e tremam; que os santos leiam e triunfem.”[2]
2.Faz parte do caráter de Deus a paciência. Ele é poderoso, zeloso e vingador, porém, Ele dá tempo para as pessoas se arrependerem. Toda a suposta demora de Deus em julgar os pecadores só pode ser explicada por causa de sua longanimidade, conforme diz o apóstolo Pedro. O mundo deve ter consciência do Deus poderoso. Ao apresentarmos Deus para as pessoas, devemos mostrar-lhes o Deus poderoso e não alguém fraco que está disposto a aceitar as pessoas irreverentes e impenitentes. A paciência de Deus é somente porque Ele ama o pecador e quer vê-lo salvo, mas não porque Ele é fraco. O culpado jamais será menos do que isso. O culpado não tem parte com Deus e nada pode fazer para sair do seu estado de culpa, senão pela fé no Deus gracioso que o perdoa em Cristo Jesus. Os fenômenos da natureza assustam o homem. Nós temos consciência do perigo de um tornado e de um raio, mas nem sempre temos consciência de que Deus é mais poderoso e destruidor do que esses fenômenos. As nuvens são tão altas para nós, porém, são apenas o “tapete” de Deus, pois Ele é mais alto do que tudo. Essas figuras são antropomórficas, isto é, servem apenas para mostrar, na linguagem do homem, o poder de Deus. É claro que nos nossos dias já podemos ficar acima das nuvens, através do avião, mas nunca ninguém tinha visto as nuvens do alto. Sendo que Deus é tão poderoso e não inocenta o culpado, devemos nos conscientizar do Seu caráter e temermos qualquer desvio de Sua vontade. Deus mostrou o poder Dele secando o Mar Vermelho para Moisés e o povo de Israel passarem. Deus estava quebrando o jugo de Faraó. O povo de Israel não precisava mais ficar escravizado pelo Egito. Ele também secou o rio Jordão para o povo entrar na terra prometida. Josué conduziu o povo. As doze pedras foram colocadas lá para servir de testemunho para os filhos. Os ninivitas descansavam no poder do rio Tigre, o qual separava a Assíria das nações invasoras. Mas, quem fez o Tigre e o Eufrates? Foi Deus e Ele podia resolver este problema. O Basã, o Carmelo e a flor do Líbano são figuras de grandes produções. Basã é um lugar conhecido por seus verdes pastos, o Carmelo é um lugar conhecido por produzir campos de cereais e o Líbano é conhecido por suas florestas de cedros altíssimos. Se Deus quer, Ele pode secar os pastos e os campos de cereais e derrubar os cedros e fazer das florestas lugares áridos (v.3-4).
3.Deus pode apenas tocar, ou mesmo olhar, os montes e eles se derreterem (Sl 134.32). Nada é difícil para o poderoso Deus, nem criar e nem destruir. Os moradores da terra se levantam para exaltá-Lo e até se ajoelham se Ele mandar. A falsa segurança das nações e dos orgulhosos é apenas aparente. O poder de Deus quando misturado com Sua indignação é surpreendente. As rochas com fogo se despedaçam. Isto nos lembra dos vulcões em erupção. No ano 79 da era cristã o vulcão Vesúvio entrou em erupção matando toda a população da Pompéia, Itália. Desde, então, houve várias erupções e é o vulcão mais vigiado do mundo. Há uma população industrial e residencial em volta, por isso, plantaram vegetal numa tentativa de segurar as lavas. No mundo há 600 vulcões ativos, ou seja, que podem entrar em erupção a qualquer momento e mais de 5 mil vulcões extintos, ou seja, os que não se pode calcular quando entrarão em atividade. As lavas expelidas de um vulcão variam de 750º-1225º. Não há proteção quando Deus resolve expelir a sua ira através de vulcões (v.5-6).
4.Apesar da fúria de Deus contra os inimigos, a sua bondade protege os justos. Assim como um vulcão pode destruir uma cidade a qualquer momento, a ira de Deus pode ser despejada contra os desobedientes sem prévio aviso, além, é claro, das tantas advertências da Sua Palavra e dos testemunhos de crentes. Se Nínive estava debaixo da ira de Deus, os crentes de Israel deviam se prevenir porque Deus, também, tem formas de repreender os crentes em desobediência. O poder de Deus zomba das muralhas de Nínive, pois ao lado existe o grande rio Tigre. Ele tem poder de fazer vulcões entrar em erupção e poder para fazer um rio transbordar e foi exatamente isto que aconteceu como se vê no capítulo 3. As águas quebraram uma parte da muralha, o que foi suficiente para os exércitos dos caldeus e dos medos invadirem a cidade desprotegida. Os arrogantes se protegem atrás de suas muralhas. Em nossos dias a muralha é o dinheiro e o poder. Todos caem, quando Deus assim o desejar. Nestes primeiros oito versículos vimos o poder de Deus. Não se pode desafiar Deus e ficar impune. O crente precisa ter consciência da Pessoa de Deus, o Seu caráter e o Seu poder. Além disso, Ele é o Deus que age, conforme veremos nos próximos versículos (v.7-8).
5.É uma boa pergunta que fazemos às pessoas. O que acham de Deus. Por causa da religiosidade católica do nosso país, facilmente encontramos respostas positivas, ou seja, dizem crer em Deus e que Ele é bom, mas dificilmente ouviremos respostas de pessoas que temem a poderosa mão de Deus. Ele é bom, mas Ele destrói a idolatria e os idólatras. Quanto a isso, não parece que o nosso povo esteja preocupado. Devíamos perguntar a elas o que acham da idolatria e como Deus tratará deste assunto. Nínive não se levantaria duas vezes. A chance que Nínive teve com a pregação de Jonas não mais teria com a visão de Naum. Senaqueribe zombou de Israel, mas Deus resolveu destruir a Assíria com os exércitos babilônicos e medos. Deus age, não apenas fala ou ameaça. Os espinhos entrelaçados são fortes, mas diante do fogo queimam melhor. Os banquetes cheios de bebida em comemoração às vitórias alcançadas se transformariam em luto diante da destruição do Senhor. As pessoas nos dias de Noé viviam regaladamente sem se importar com o dilúvio que viria. Os ninivitas, também, se esqueceram do aviso de Deus por parte do profeta Jonas e, atualmente, as pessoas vivem da mesma forma. A tecnologia tem sido a nossa muralha, mas não haverá tecnologia capaz de conter a ira de Deus e do Cordeiro na tribulação (v.9-10).
6.De Nínive saiu Senaqueribe e o seu mensageiro Rabsaqué para provocar o povo de Deus. Na tribulação virão as duas bestas, o Falso Profeta e o Anticristo desafiar o povo de Deus e falando blasfêmias contra os santos no céu, ou seja, nós os salvos que estaremos com o Senhor. Deus agindo, a Assíria não tem chance, ainda que tenha o grande exército e uma grande muralha. O crente precisa lembrar dos atos de Deus na história e voltar a ter consciência do poder e da ação de Deus no mundo que nos cerca. Isto começa em nosso lar, em nossa igreja e na obra Dele. Ele está vivo e quer ver a nossa fé. Deus afligiu o Seu povo, mas não afligirá mais. Um dia, Israel se converterá ao Senhor Jesus, o Messias de Israel, e não precisará mais temer os inimigos (v.11-12).
7.Cristo Jesus já quebrou o nosso jugo e laço do pecado e de Satanás. Não precisamos nos enlaçar mais pelo mundo e o pecado. Uma das ações maravilhosas de Deus é nos libertar de nossos vícios e derrotas com os quais o mundo, a carne e Satanás nos prendem. Senaqueribe não mais teria um reino próspero. A idolatria de Nínive não seria mais famosa e o fracasso seria o salário dessa nação perversa (ver 2 Rs 19.37). O reino do Norte, Israel, foi desobediente ao Senhor e foi levado cativo para a Assíria, mas Judá possuía um remanescente fiel e foi poupado da Assíria. Os profetas que anunciaram a destruição dos inimigos e prosperidade do povo de Deus tiveram o privilégio de anunciar, talvez, sem saberem, a vitória do Messias. Hoje, a Igreja de Cristo, deve anunciar as boas novas ao mundo perdido. Há uma única esperança para os povos e é Jesus Cristo. A missão da Igreja é anunciar a virtude daquele que nos chamou das trevas para a maravilhosa luz. A função da Igreja não é construir lindos templos ou promover grandes encontros musicais. Deixemos isto para as Bodas do Cordeiro quando toda a Igreja estiver reunida. Trabalhemos enquanto é dia (v.13-15).
O poder e os atos de Deus (Na 1) 1.Deus é poderoso (v.1-8) 2.Deus age (v.9-15) |
Capítulo 2: Velozes e furiosos
1.O aviso é de certeza e não de alternativa. Quando Jonas pregou, houve arrependimento. Desta vez, os pecados já são descobertos, deliberados e o juízo é certo. Não é Israel e nem Judá quem invadirá Nínive, mas a Babilônia. A vingança para Israel virá através da Babilônia. O exército é de colocar medo. Os escudos e armas brilhantes, as roupas vermelhas e os carros velozes e furiosos entrando pela cidade farão os líderes entrarem em pânico. A Babilônia contou com a grande enchente do rio Tigre que invadiu Nínive, destruindo a muralha que lhe dava segurança. As águas se tornaram o grande inimigo do país banhado pelo Tigre e Eufrates. Clamavam para a água parar, mas esta não obedecia a cidade-rainha. Ficou fácil para a Babilônia invadir, saquear e levar os cativos. Nínive era como um covil de leões que apavorava, mas agora os leões fogem e são despedaçados (v.1-13).
“Esta é uma das melhores descrições de um cerco na literatura, se não a melhor. Não dá bons resultados imaginar que é uma referência aos automóveis modernos, como pensam alguns. Tal manuseio das Escrituras não é digna do estudante sério das Escrituras.”[3]
Falsa segurança (Na 2) 1.Invação de exército e enchente (v.1-5) 2.Leões que fogem (v.7-13) |
Capítulo 3: As situações em que se encontrava Nínive quando Deus a julgou
1.Nínive era cruel demais com seus inimigos, torturando-os antes de matá-los, arrancando-lhes a língua, vazando-lhes os olhos. A derrota de Nínive se deu por mãos divina: Os medos e babilônios sitiaram a cidade por dois anos, quando inesperadamente, a inundação do rio Tigre derrubou uma parte do enorme muro protetor e, assim, o exército entrou e conquistou Nínive. Naum profetizou isso 20 anos antes (Na 2.6). Os muros de Nínive tinham 30 metros de altura e eram bastante largos. Havia 1500 torres de vigia para a defesa. Uma vala de 50 metros de largura por 30 metros de profundidade circundava a cidade. O capítulo 3 de Naum revela quais foram os motivos porque Deus destruiu a cidade. 100 anos antes Deus perdoou a cidade porque esta ouviu a mensagem de Jonas e se converteu. Antes do juízo de Deus há situações que preveem a queda. As situações em que se encontrava Nínive quando Deus a julgou eram de mentira, violência, roubo, prostituição e feitiçaria. Nínive conquistava as cidades torturando os seus cativos. A violência é uma covardia, pois não deixa chance para as pessoas se defenderem a não ser com mais violência. Portanto, violência gera violência. Nínive era uma cidade mentirosa no comércio e nos julgamentos. Os poderosos se estabelecem, muitas vezes, sobre a mentira. A mentira é um desvio do caráter e se não for corrigida logo se transforma em estilo de vida. Além da violência e mentira Nínive vivia do roubo, pois se enriquecia com os despojos das nações. Esse é um aviso para uma sociedade. Quando a mentira, a violência e roubo são parte da sociedade, o juízo pode estar próximo. Individualmente, também, precisamos observar se não somos mentirosos, violentos e fraudulentos nos negócios. Nínive ouviria os inimigos e os cavaleiros matando sem cessar o povo ninivita. Sofreram a violência que tanto os divertiu (v.1-3).
2.Nínive atraía muitas pessoas por causa de suas riquezas e construções elegantes, mas também, por causa das prostituições. Uma sociedade está chamando juízo para si mesma quando há um incentivo à degradação sexual. A feitiçaria é um pecado que afronta Deus diretamente, pois só Ele é o doador da vida e quem se envolve com feitiçaria se envolve, também, com a necromancia e ninguém tem o poder de lidar com aqueles que já partiram deste mundo. Nínive desfazia reinos seduzindo os moradores com sua prostituição e feitiçaria. As sociedades estão em decadência quando o espiritismo e a prostituição são permitidos por detrás de fachadas aparentemente lícitas como o mundo artístico que promove os dois pecados sem nenhuma censura, pois conseguiram abolir a censura (v.4)
3.Assim como Nínive incentivou a prostituição, Deus a envergonharia expondo a sua nudez ao mundo. Os povos buscavam em seus feiticeiros o consolo para as suas doenças e problemas, mas agora, fugirão do juízo que está em Nínive. O crente deve fugir da prostituição e de tudo o que é imoral. A nossa fé está alicerçada na Pessoa de Jesus Cristo e, portanto, fugimos de toda a idolatria e feitiçaria também (v.5-7).
4.Parecer-se com o Egito em sua glória era o desejo de todas as nações, mas Nínive está parecida com o Egito em sua queda. A cidade de Nô-Amom ganhou este nome por causa de Cão, filho de Noé e Amom, que era como chamavam Júpiter, um planeta que era adorado. Portanto, era uma cidade idólatra e totalmente protegida pelo mar Mediterrêneo, o Mar Vermelho e o rio Nilo. Nínive era semelhante a Nô-Amom, pois era protegida pelos grandes rios Tigre e Eufrates. A sensação de segurança faz as pessoas serem arrogantes, mas é uma falsa sensação e um sintoma de que a queda está próxima (v.8).
5.Os habitantes da Mauritânia (os de Pute) e os líbios eram o refúgio de Nô-Amom, assim como todo o Egito e a Etiópia. Não havia, aparentemente, nada a temer. Estavam totalmente protegidos, mas não suportaram os caldeus. Nínive, também, estava em perigo, mas pensava que estava totalmente protegida. Não apenas a mentira, a violência, o roubo, a prostituição e a feitiçaria são prenúncios de queda, mas a arrogância como o Egito são um forte aviso de que o juízo está por vir. Poucos têm medo que a sua situação esteja chegando a um ponto de ser irremediável. Sempre se pensa que ainda a queda é algo muito longe e que não precisamos nos preocupar. Satanás engana aqueles que estão caindo (v.9-10).
6.Nínive será embriagada com o cálice da ira de Deus. Assim como um bêbado foge, temendo os seus inimigos imaginários, Nínive fugirá, mas de inimigos reais, os caldeus e os medos. A cidade de Nínive era muito famosa por suas fortalezas e muralhas. Mais de 1500 torres de proteção serão insuficientes, pois embora os exércitos não tinham acesso, o rio Tigre se tornou incontrolável com sua enchente e acabou derrubando uma parte da muralha, deixando a cidade vulnerável. Os muros balançaram como figueiras com figos maduros. Os inimigos não fizeram nada além de receberem o presente do rio Tigre e conquistarem a impenetrável Nínive (v.11-12).
7.Os soldados ninivitas são como mulheres, ou seja, não oferecem resistência e as portas estão escancaradas diante dos exércitos. Não havia remédio para Nínive. A situação se tornou irremediável. A situação é desesperadora, pois é como se Nínive podia, agora, diante da invasão, amassar barro para fazer tijolos e consertar a muralha para se proteger. Não há nada que se possa fazer para segurar as águas quando estas chegam (v.13-14).
8.O exército de Nínive era muito grande e se multiplicava como os gafanhotos, mas morrerão como os gafanhotos pelos exércitos da Babilônia e da Média. Nínive era a capital da Assíria, muito forte no comércio, mas os seus negócios nada serão diante do juízo de Deus, pois os exércitos inimigos serão como uma nuvem de gafanhotos que devora uma plantação, ou seja, todas as riquezas de Nínive serão roubadas (v.15-16).
9.O profeta Naum continua com a ilustração dos gafanhotos e diz que os príncipes serão como os gafanhotos que estão nas plantações na noite fria, mas quando vem o calor voam e não aparecem mais. O povo de Nínive ficará sem liderança no momento mais crítico de sua história. Quando a situação se torna irremediável não há líder que possa ajudar. Os problemas e pecados devem ser tratados, pois tudo fica mais difícil quando a situação se torna crítica e quase sem solução (v.17).
10.Nínive se tornou como ovelhas esparramadas nas montanhas enquanto os pastores dormem e não cuidam. Alguém sob o juízo de Deus está em perigo constante, pois está desprotegido do Sumo Pastor (v.18).
11.A situação de Nínive é irremediável. Tantos os que sofreram nas mãos dos assírios estão se regozijando. 100 anos atrás, o profeta Jonas aplaudiria, também. Nínive foi má para todos e, agora, todos veem a sua queda. Baseado nos exemplos bíblicos e até na observação podemos ver que antes da queda sempre há avisos e sintomas. Nínive, por exemplo, já estava dando sinais gritantes de sua queda. A mentira, a violência, a prostituição, a feitiçaria e a semelhança com o Egito fizeram que a situação se tornasse irremediável. Cada pessoa deve, diante de Deus, observar se sua vida está dando sinais de uma possível queda. Cada pessoa deve perceber suas tendências para ver se essas não a estão levando a uma situação irremediável (v.19).
“Naum passa então a falar da cidade de Nínive sob a símile de uma meretriz (4-7). Essa metáfora sobre nações e cidades pecaminosas era favorita entre os escritores bíblicos. Algumas vezes era empregada para descrever a idolatria. O povo de Israel, a adorar outros deuses, era comparado a uma mulher adúltera (Lv 17.7). Essa metáfora também era usada em referência às suas ações, quando imitavam os caminhos dos gentios (Ez 23.30). Condenava as práticas supersticiosas, associadas à idolatria (Lv 20.6). Finalmente, como neste caso, era aplicada às trocas comerciais que os povos gentios levavam a efeito entre si. É evidente que após suas conquistas, Nínive procurava edificar-se como centro do comércio mundial. Presumivelmente isso era feito porque buscavam as riquezas e o luxo que assim seriam adquiridos. Ela se aproximava dos povos com suas mercadorias. Enganava-os com suas mentiras. Amolecia-os com seus luxos. À semelhança de uma prostituta ela os corrompia com suas imoralidades. Por causa desses pecados, igualmente, ela seria punida.”[4]
As situações em que se encontrava Nínive quando Deus a julgou (Na 3) 1.A situação de mentira, violência e roubo (v.1-3) 2.A situação de prostituição e feitiçaria (v.4-7) 3.A situação semelhante ao Egito (v.8-10) 4.A situação irremediável (v.11-19) |
A explosão da ira de Deus contra o pecador (Na 1-3) 1.A ira de Deus é tardia porque Ele é longânimo para com o pecador (1.2-3) 2.A ira de Deus é insuportável ao pecador (1.6-7) 3.A ira de Deus causa medo no pecador (2.10) 4.A ira de Deus é contra o pecador (2.13) 5.A ira de Deus envergonhará o pecador (3.5-6) 6.a ira de Deus é irremediável e incurável contra o pecador (4.19) |
Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2015
Notas
1. Introdução
1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
2. Comentário Bíblico de Matthew Henry – Naum pg.1 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
3. Comentário Bíblico Moody – Naum, pg. 9 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
- Novo Comentário da Bíblia - Naum, pg.12 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
[2] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Naum pg.1 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
[3] Comentário Bíblico Moody – Naum, pg. 9 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
[4] Novo Comentário da Bíblia - Naum, pg.12 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
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