2 Samuel
Introdução[1]
1.A Bíblia hebraica antiga considera esses dois livros como um só, assim como os livros dos Reis. Esses livros tratam da vida de três personagens: Samuel, Saul e Davi. Samuel significa “seu nome é Deus” ou como alguns traduzem “ouvido de Deus”. Embora o livro tenha o nome de Samuel, Davi é mais enfatizado. Samuel é considerado o último juiz (At 13.20) e o primeiro dos profetas (At 3.24). No VT era considerado, depois de Moisés, a pessoa mais importante dentre o seu povo (Jr 15.1). Foi também, o sucessor do sacerdote Eli, muito embora não fosse da linhagem araônica. Samuel ao que tudo indica foi o
primeiro a criar uma escola para o treinamento de jovens para o ministério profético.
2.O autor é desconhecido. Porém, pode ser que Samuel foi coautor juntamente com Natã e Gade (1 Cr 29.29 com 1 Sm 10.25). Alguns documentos eram guardados ao lado da arca, desde o tempo de Moisés. Samuel tendo contato com tais documentos e interessado pela história de Israel, e com tantos recursos de informação, só faltavam os dotes de escritor, o que parece que tinha (1 Sm 10.25, mostra que Samuel preparou uma constituição para o reino).
3.O livro foi escrito entre 930-722 a.C. O livro cobre um período de 120 anos. O segundo livro de Samuel abrange um período de 40 anos de história, começando com as lutas e conquistas de Davi antes de ser rei até o pecado e a consequência deste por causa do recenseamento que o rei Davi promoveu entre o povo.
4.No desejo de ver alguém agradando a Deus podemos incorrer no mesmo erro de Natã, o de incentivar a fazer algo “bom”, atribuindo a ideia a Deus (ver 7.3 e o contraste no v.4-5).
5.No capítulo 7, embora Deus permite a construção do Templo, não seria por mãos de Davi, mas pelas mãos de Salomão. O nascimento de Salomão é profetizado. No v.13, o contraste entre o Templo que será construído por Salomão e o Trono Eterno de Davi no reino (milenar). No v.16, a promessa de semente perpétua não é para Salomão e sim para Davi. Esta é a ALIANÇA DAVÍDICA.
6.Os filisteus pensavam que o poder de Israel nas lutas estava na arca, por isso, roubaram-na e usaram como talismã. Porém, desgraças acometeram o povo, por isso, resolveram devolvê-la. Ficou com os filisteus 7 meses (cap. 4-7). Depois de passar por Bete-Semes e Quiriate-Jearim (20 anos), foi removida para Jerusalém, onde Davi edificou um tabernáculo para ela (2 Sm 6.12, 2 Cr 1.4). Jerusalém, então, passou a ser o centro da adoração judaica e, também, a capital política. Com o cativeiro Babilônico, a arca desapareceu (586 a.C.). Existe a tradição que Jeremias teria escondido numa caverna (2 Crôn. 35.3, Jr 3.16, 2 Macabeus 2.4-8).
Sobre o transporte da arca: O descuido de Davi em levar a arca num carro, ao invés de ser nos varais, pelos sacerdotes (Nm 4) resultou na morte de Uzá.
7.Alguns erros do escriba
1) A Bíblia chegou até nós traduzida e várias revisões já foram feitas por causa de erros, porém, o caso aqui não é este, mas que até houve erros nos manuscritos antigos, visto que, também, foram obras de “segunda mão”, ou seja, cópias feitas à mão de outras cópias, visto que a escrita original só possuía mesmo quem recebeu a revelação diretamente de Deus.
2) Neste livro percebe-se dois erros do escriba. Um está em 8.4 que deve ser comparado com 1 Crôn. 18.4. Outro está em 2 Sm 10.18 que deve ser comparado com 1 Crôn. 19.18.
3) Como disse o Dr. Scofield: “Deus nos deu uma Bíblia livre de erros nos manuscritos originais. Na sua preservação através de muitas gerações, Ele providenciou que não houvesse erros sérios, embora Ele tenha permitido alguns erros dos escribas.”
4) Erros numéricos são os mais comuns dos escribas. Outros exemplos: 2 Cr 22.2 com 2 Rs 8.26; 2 Cr 36.9 com 2 Rs 24.8; 1 Cr 21.5 com 2 Sm 24.9; 2 Cr 2.2,17,18 e 2 Cr 8.18 com 1 Rs 9.28; 1 Cr 21.25 com 2 Sm 24.24; 2 Cr 3.4 com 1 Rs 6.2.
8.O pecado de Davi foi, sem dúvida, o momento mais triste da vida de Davi. Fugir de Saul foi assustador, mas nada comparado à tristeza e consequências que trouxeram a Davi. O registro se encontra no capítulo 11. O pecado de Davi não foi um ato isolado, mas uma descida que foi-se acentuando até torna-se íngreme demais para voltar sem machucar-se. Como em Salmo 42.7, “um abismo chama outro abismo”.
9.O pecado do recenseamento (Cap. 24)
Davi contou seus homens à disposição e descobriu que tinha 800 mil. Isso deu a Davi uma falsa confiança em seus próprios recursos. Davi percebeu e admitiu sua culpa. Davi escolheu o castigo que teria e preferiu cair nas mãos misericordiosas do Senhor. Em 1 Cr. 21.1 diz que Satanás que levou Davi agir assim. Isso é um alerta para nós, pois Satanás quer que sintamos fortes com nossos próprios recursos, o que será uma queda diante de Deus. A população total, talvez era entre seis e oito milhões (1 Cr 21.6).
Capítulo 1: Um mensageiro mentiroso e o lamento de Davi
1.Enquanto Saul perdeu a batalha, Davi venceu. Um mensageiro trouxe a notícia da morte de Saul e os filhos para Davi. O relato do mensageiro para Davi foi quase verdadeiro, mas existiu um elemento mentiroso na narrativa. O mensageiro disse que matou Saul. Ele certamente esteve na cena e tirou o diálogo que, de fato, houve entre Saul e seu armeiro e tomou como se fosse com ele. Talvez ele pensasse que teria algum prêmio de Davi, como se Davi quisesse a morte de Saul. A decisão de Davi foi matar o mensageiro amalequita. Ele morreu sem ter culpa, mas saiu da boca dele uma confissão falsa. Então, sofreu a consequência de suas próprias palavras (v.1-16).
Um ato vergonhoso (2 Sm 1.1-16) 1.Um relato (v.1-4) 2.Uma mentira (v.5-10) 3.Uma condenação pelas próprias palavras (v.11-16) |
2.Davi era um poeta e músico e, além disso, inspirado por Deus, ele fez um cântico de lamento em celebração pela vida de Saul e Jônatas. O registro desse cântico, além de estar na Bíblia, ficou escrito no Livro do Justo. O conteúdo do cântico nos ensina alguns temas importantes (v.17-27).
O livro de Jasher, o qual o Targum chama o livro da lei; e Jarchi e Bem Gersom limitam ao Gênesis, o livro do justo, Abraão, Isaque e Jacó e supõem que se trata da profecia de Judá (Gn 49.8), mas Kimchi estende a todos os cinco livros de Moisés... (Dt 33.7). Na versão arábica se refere ao livro de Samuel... este livro parece ter sido um registro público ou anais, nos quais eram registradas as ações memoráveis em qualquer época e que levava o nome de justiça e fidelidade onde eram guardados esses registros; foram estabelecidos por ordem de Davi para ensinar os filhos de Judá a usarem o arco e talvez o método que ele usava para instrução.”[2]
Temas do cântico de Davi em memória de Saul e Jônatas (2 Sm 1.17-27) 1.Os valentes caem (v.19,25,27) 2.Alegria dos pagãos pela queda dos filhos de Deus (v.20) 3.Falta de chuva pelo castigo de Deus (v.21) 4.A eficiência militar de Jônatas e Saul (v.22-23) 5.Governo próspero (v.24) 6.Amizade sincera (v.26) |
Capítulo 2: Dois reis: Davi e Isbosete
1.Morre Saul e seus filhos. O povo de Judá e de todo o Israel está sem rei. Davi foi ousado em perguntar a Deus se ele seria o próximo governador. Ele foi ousado, mas não presunçoso, pois ele estava perguntando e não exigindo. O Senhor já havia escolhido Davi para ser o rei e agora, finalmente, o caminho estava aberto a ele, pois não havia perseguição e o povo estava necessitando de um líder. Hebrom se tornou a sede do governo de Davi, por enquanto. Houve apoio dos moradores de Judá. Davi reconheceu o valor dos sepultadores do Saul. O que não precisava era a divisão de liderança, mas o comandante Abner fez isso ao fazer o filho de Saul, Isbosete, rei. A tribo de Judá ficou fiel a Davi. Isbosete governou 2 anos e Davi 7 anos e meio (em Hebrom) (v.1-11).
2.Se não era necessária uma divisão de exércitos e liderança, muito menos necessário era uma batalha entre soldados do mesmo povo. Abner e Joabe parece que estavam se mostrando um para o outro, usando os jovens soldados para isso. Eles morreram juntos, um soldado matou o outro. Mortes gratuitas, sem propósito. Essas mortes trouxeram um impulso destruidor de ambos os exércitos. Abner e Asael entraram numa briga, a qual Abner estava evitando. A tragédia aconteceu, Abner matou Asael. Joabe e Abisai queriam vingança. Abner parecia bem sensato e pediu que parassem aquela briga sem sentido e foi o que aconteceu (v.12-32).
“Abner, o soldado experiente, conhecia bem seus adversários e não tinha desejo algum de matar o irmão de Joabe; contudo, foi obrigado a isso, agindo em defesa própria, devido à insistência do jovem.”[3]
O coração como um celeiro onde se armazena intenções (2 Sm 2) 1.Intenção de liderar para o bem (v.1-3) 2.Intenção de agradecer (v.4-7) 3.Intenção de dividir (v.8-11) 4.Intenção de divertir-se com o mal (v.12-16) 5.Intenção de pacificar (v.17-32) |
Capítulo 3: A morte de Abner pelas mãos de Joabe
1.Uma guerra sem sentido se perpetuando nunca pode se dizer que é vontade de Deus. Assim como não é da vontade do Senhor que os irmãos em Cristo fiquem divididos em seus pensamentos. As famílias se dividiram entre os que apoiavam Saul e os que estavam do lado de Davi. Os do lado dos apoiadores da família de Saul estavam cada vez mais fracos. Davi teve seis filhos em Hebrom. Abner, o comandante de Isbosete foi acusado de assédio com uma concubina de Saul. Ele se defendeu e ameaçou a ir para o lado de Davi, o que, de fato, teria acontecido não fosse uma tragédia. Davi ainda amava Mical e pediu para Abner trazê-la. A poligamia é muito inadequada para todas as épocas e culturas como se vê nesse caso. Que triste deve ter sido para o atual marido de Mical, mas devemos nos lembrar que ela foi tirada de Davi, anteriormente. Abner tomou o lado de Davi e planejou trazer todo o Israel para Davi governar (v.1-21).
2.Quando Joabe soube que Abner foi falar com Davi, ele ficou admirado, pois interpretou que Abner queria enganar Davi. Sem pedir permissão a Davi, Joabe foi atrás de Abner para matá-lo, o que, de fato, ele fez, vingando-se da morte de Asael, irmão dele. Davi, quando soube o que Joabe fez, amaldiçoou a vida e família dele. Davi chorou e mandou que todos se lamentassem por Abner. Davi lamentou que Abner teve uma morte injusta e por um covarde. Todos se simpatizavam com a liderança de Davi. Ele era um homem de guerra, mas não era violento. A espada de Davi se movia sob a direção de Deus e nunca por vingança pessoal (v.22-39).
“Coisa triste é morrer como néscio, como acontece com os que de alguma maneira encurtam os seus dias, e com os que não fazem qualquer provisão para a sua vida no porvir. Quem é que desejaria ter o poder só nominalmente, e ser o responsável por prestar contas, ainda que esteja impedido de exercer o poder? Davi deveria cumprir a sua obrigação e, em seguida, encomendar a Deus o seu assunto. A política carnal salvou a Joabe. Pode nos parecer que o Filho de Davi demore muito tempo para castigar os pecadores impenitentes; porém, jamais deixará de fazê-lo.”[4]
Limpeza moral (2 Sm 3) 1.Tentando limpar o nome de uma acusação (v.1-11) 2.Tentando limpar uma injustiça cometida no passado (v.12-16) 3.Tentando limpar um equívoco de governo (v.17-21) 4.Tentando limpar uma suposta traição (v.22-25) 5.Tentando limpar um assassinato através da vingança (v.26-27) 6.Tentando limpar as mãos do sangue de um inocente (v.28-39) |
Capítulo 4: A morte de Isbosete
A força do reino usurpador estava em Abner. Uma vez que ele foi assassinado, Isbosete perdeu a coragem, bem como todo o povo que o seguia. A explicação que precisaremos mais tarde se encontra aqui, ou seja, porque Mefibosete era manco. O cochilo aqui foi fatal, pois Isbosete foi morto e decapitado. As pessoas não aprenderam que não se podia ganhar Davi matando os seus inimigos, pois ele tinha um coração perdoador. Os irmãos vieram no pretexto de comprar trigo. Embora perdoador dos inimigos, Davi era indignado com a traição. Nesse caso, a indignação de Davi foi mais intensa, pois mataram o rei Isbosete enquanto ele estava dormindo. Portanto, assim como fez com o mensageiro que disse que matou Saul, Davi matou os assassinos de Isbosete e deu um sepultamento digno para o rei Isbosete (v.1-12).
“[2 Sm 4.4] A inserção dessa informação aqui é vital por duas razões. Primeiro, isso explica porque os dois comandantes estavam tão confiantes de que não haveria nenhuma substituição adequada em Israel para Isbosete. O único reclamante possível era um aleijado sem esperança... O único homem descendente direto de Saul era criança [5 anos] e totalmente incapaz e, assim, incapacitado para reinar em uma época turbulenta (nessa época a ideia que o filho mais velho era automaticamente o herdeiro era desconhecida em Israel. Enquanto o sucessor preferencialmente fosse um saulita [descendente de Saul], o rei seria determinado por uma escolha popular e tinha que ser um líder de guerra, um guerreiro). Segundo, isso explica porque Davi podia ver agora o caminho aberto para o seu reinado sem quebrar o seu concerto com Jônatas. Não havia, agora, nenhum herdeiro válido na casa de Saul.”[5]
“[2 Sm 4.6] Seu ardil para entrar na casa foi um ardil antigo – passar por homem de entregas. A LXX dá uma tradução completamente diferente: E eis que a mulher que guardava a porta da casa estava joeirando trigo, e ela cochilou e dormiu; e os irmãos Recabe e Baaná passaram desapercebidos. Isto também explica como foram capazes de entrarem desapercebidos.”[6]
Ações desastrosas (2 Sm 4) 1.Fugindo para o lado errado (v.1-3) 2.Tropeçando com uma criança no colo (v.4) 3.Cochilando diante dos inimigos (v.5-7) 4.Presumindo errado (v.8-12) |
Capítulo 5: Davi se torna o único rei de Israel
1.Davi foi, de fato, proclamado rei por toda a nação. O povo reconhecia que, mesmo quando o rei era Saul, era Davi quem vencia as batalhas e que o próprio Deus o estabeleceu como rei. O reinado de Davi foi de 40 anos, dos 30 até aos 70 anos de idade. Quando Davi ia entrar em Jerusalém, os jebuseus zombaram dele, considerando-o tão fraco que até os cegos e aleijados o enfrentariam sem dificuldade. Mas não foi bem assim, pois Davi conquistou a cidade e colocou o próprio nome na cidade. Davi se tornou famoso e, como acontece em casos assim, pessoas querem agradá-lo. O rei de Tiro forneceu madeiras e trabalhadores para Davi construir um palácio. O rei Davi via tudo aquilo como confirmação de Deus sobre o seu reinado. E, claro, como era bem comum na época, Davi ajuntou esposas para si próprio (v.1-16).
2.O rei Davi que ganhou forças sendo protegido pelos filisteus, agora é temido e, por isso, ameaçado. Davi sempre perguntava ao Senhor antes de entrar numa batalha e só saía com a certeza de vitória. Os filisteus saíram abandonando os ídolos no campo de batalha. Em outra consulta ao Senhor, a estratégia mudou. Por isso, não podemos contar com a vitória de ontem para a luta de hoje. A cada dia, Deus tem novas vitórias para o seu povo. Dessa vez, o livramento foi sem o exército de Davi, pois o Senhor fez barulho de exército sobre as copas das árvores amedrontando os filisteus. Assim, os israelitas enfrentaram os filisteus de um ângulo inesperado (v.17-25).
“Então, quando ouviram o som de exército marchando nas copas das amoreiras (sem dúvida causado por um vento incomum) eles foram atacados instantaneamente, e souberam que Iavé saíra antes deles a fim de esmagar o exército filisteu. Note a ênfase no fato que foi Iavé quem decidiu as tácticas da batalha. Todo o crédito para a vitória foi para Iavé.”[7]
O tempo de Deus (2 Sm 5) 1.Tempo de ser exaltado (v.1) 2.Tempo de ganhar autoridade (v.2) 3.Tempo de ajuste (v.3) 4.Tempo de consolidação (v.4-5) 5.Tempo de ser humilhado (v.6) 6.Tempo de animar os amigos (v.7-8) 7.Tempo de se fortalecer (v.9-10) 8.Tempo de ser presenteado (v.11-12) 9.Tempo de agir como o mundo (v.13-16) Obs: Esse não é o tempo de Deus) 10.Tempo de consultar a Deus (v.17-19) 11.Tempo de vitória (v.20-21) 12.Tempo de esperar pela vitória (v.22-25) |
Capítulo 6: O retorno da arca para Jerusalém
1.Se fôssemos medir um reinado, não deveríamos fazê-lo apenas pelas batalhas vencidas, mas no interesse que o rei tem de levar o povo a adorar ao Senhor. Davi pensava na presença de Deus e a arca da aliança era o símbolo nacional dado por Deus para buscarem ao Senhor em adoração. Davi, portanto, foi buscar a arca que estava em Judá depois que os filisteus a devolveram forçadamente devido ao poder destruidor dela. No entanto, o transporte da arca estava totalmente errado. Ela era equipada com argolas e varapaus e, portanto, deveria ser carrega pelos ombros e não em um veículo. Assim era a ordem de Deus. Não importa que os carreteiros fossem levitas, a arca deveria ser carregada pelos ombros e não por carro de bois. A festa era grande. Todos se alegravam por buscarem a arca. De repente, os bois tropeçaram e, quando a arca estava tombando, Uzá tentou segurá-la num ato que qualquer pessoa faria em um puro reflexo. Deus matou Uzá, pois aquilo foi considerado falta de respeito. Davi ficou com medo e incapaz de continuar a procissão com a arca. Davi, então, deixou a arca no meio do caminho na casa de Obede-Edom, em Gate, terra dos filisteus. Na casa deste, não houve maldição, como entre os filisteus, mas bênção. Dessa vez, Davi tomou todo o cuidado com o transporte da arca e sacrifícios foram oferecidos. De Gate a Jerusalém são 50 km. Isso significa que se a cada seis passos oferecessem sacrifícios, isso totalizaria mais ou menos oito mil sacrifícios, portanto, algo inimaginável. Uma tradução mais provável é que após seis passos depois de pegarem a arca ofereceram os sacrifícios. Visto que ninguém se feriu pela mão de Deus, seguiram a viagem em paz, com a arca, até Jerusalém (v.1-15).
“[2 Sm 6.13] Os transportadores da arca avançavam, de cada vez, apenas seis passos. Davi, por assim dizer, estava ‘testando as águas’. Ele queria checar se, dessa vez, Yahweh abençoaria a empreitada, em lugar de ferir os carregadores com algum julgamento fatal. Eles avançaram seis passos e nada sucedeu, pelo que grandes gritos de júbilos subiam, a música tocava, eles começavam a dançar e realizar sacrifícios, celebrando assim a aprovação de Yahweh.”[8]
2.Mical, a esposa de Davi, filha de Saul, desprezou Davi por dançar e festejar pelo retorno da arca. Alguns tentam julgar as motivações de Davi sobre trazer a arca. Uns acham que ele queria trazer o prestígio para a nação e tornar o seu reinado completo. Talvez por sentir-se culpado de ter construído um palácio, enquanto a arca do Senhor estava abandonada em outra cidade. Veremos, posteriormente, que ele se sente culpado mesmo por ter um palácio e a arca estar debaixo de uma tenda apenas. E, evidentemente, outros veem as melhores intenções, ou seja, trazer para o povo o símbolo máximo da presença de Deus para que todos pensem no Senhor e na sua devida adoração. Davi, à semelhança do Senhor Jesus, não despediu o povo sem nada para comer, mas ofereceu pão com carne. Mical deu uma bronca em Davi por ele ter dançado. Ela insinuou que Davi estivesse se aparecendo para as moças. Isso, sem dúvida, é um sintoma dos problemas causados pela poligamia. Davi, numa triste demonstração de ataque pessoal, retribui a ofensa a Mical ofendendo o pai dela. Nada diferente do que as brigas de casais em muitos lares modernos. Junta-se o ciúme pelas moças e mais a ausência de filhos, temos uma Mical amargurada (v.16-23).
Presa fácil (2 Sm 6) 1.Tornamo-nos presa fácil de Satanás quando fazemos o certo de modo errado (v.1-15) 2.Tornamo-nos presa fácil de Satanás quando não nutrimos o amor no casamento (v.16-23) |
Capítulo 7: O reino de Israel e o reino eterno do Messias
1.Davi lutou muito para manter o reino estabelecido. Foram muitas batalhas e sangue. Vendo o seu palácio e comparando com a arca da aliança em um lugar tão simples, Davi teve a ideia de construir algo magnífico para Deus. Natã o apoiou, mas Deus tinha outros planos. Primeiro, não há construção na terra que possa comportar Deus e nem lhe impressionar, pois Ele é o criador de todas as coisas e de nada precisa. Desde o Egito, Deus, através da arca, tem viajado em barracas, referência ao Tabernáculo. Deus nunca mandou nenhum líder construir algo mais pomposo. Davi, o qual saiu do pasto, pois era pastor de ovelhas, agora quer magnificar Deus, construindo algo bonito e grande como o palácio em que ele mora. Às vezes, por nos sentirmos culpados por vivermos acima do que merecemos, queremos de alguma maneira dividir algo com pessoas e até mesmo com Deus! Esquecemos que Deus ama dar sem querer nada em troca. Precisamos ser humildes para receber sem querer “pagar” pela graça. O Senhor promete dar descanso à nação. Isso acontecerá, definitivamente, no reino que Cristo Jesus estabelecerá na terra. No momento, para Davi, Deus promete dar um final de vida glorioso e promete também sempre levantar descendentes para o reino. Aqui, há uma das mais completas profecias sobre o destino da nação de Israel. Deus jamais planejou estabelecer a Igreja para substituir Israel e, de fato, isso, não aconteceu, como infelizmente alguns ensinam. Deus tem um plano estabelecido para Israel. A conversão da nação, o território próspero e o reino com o Messias reinando acontecerão exatamente como as profecias do Antigo Testamento dizem (v.1-12).
2.As profecias se misturam entre Davi, Salomão e Jesus Cristo. É necessário separá-las para a boa compreensão profética. Salomão realizaria o desejo de Davi, o da construção de um Templo. Os descendentes reinarão até o cativeiro. Salomão, assim como Davi e os demais reis, estariam sujeitos à disciplina do Senhor devido seus desvios. Posteriormente, a tribo de Judá, sempre teria rei da descendência de Davi. Deus rejeitou Saul, mas isso jamais aconteceria com Davi. Porém, o descendente de Davi que reinará em um reino perfeito será Jesus Cristo. Ele ofereceu esse reino, mas foi rejeitado, por isso, o reino messiânico foi adiado (postergado) para o futuro (v.13-17).
3.Davi recebe essa palavra de Deus por meio do profeta Natã. Davi fica muito contente e louva ao Senhor com uma oração de gratidão. Nessa oração, Davi reconheço que Deus está sendo muito bom, dando a ele e à família o que não merecem. Davi agradece pelas profecias envolvendo a sua família. Para poucas pessoas Deus deu o privilégio de conhecer o futuro maravilhoso de uma família. O rei Davi exalta a Deus como único e incomparável. Davi também se admira diante de Deus que a nação de Israel é única e sem comparação. Ele reconhece a exclusividade da nação como propriedade de Deus. A confirmação de Deus já está feita através dessa profecia, mas mesmo assim, Davi pede que o Senhor confirme em atos. Davi não tem dúvida de que o nome de Deus será famoso por toda a terra através de Israel. O rei está bem confiante diante da palavra de Deus. Ele se apoia exclusivamente naquilo que Deus falou. Embora a profecia seja verdadeira, Davi sabe que os descendentes podem não valorizá-la, por isso, ora por aqueles que virão. Em João 17, Jesus fez uma oração parecida por todos os crentes que viriam, inclusive você e eu (v.18-29).
“Várias conclusões podem ser tiradas deste estudo. Primeiro, a ideia do Messias como o ‘Filho de Davi’ não é um desenvolvimento pós-cristão. A visão entre o povo judeu no tempo de Cristo era que o Messias, o Filho de Davi, viria para libertar Israel de seus inimigos e estabelecer o ‘reino de Davi’ e estabelecer Seu trono. A esse respeito há uma surpreendente unidade de ensino. Segundo, o Novo Testamento em lugar algum muda a ‘esperança de Israel’ e a obra do ‘Filho de Davi’ a um mero reino espiritual.’ Certos aspectos universais do reino de Davi estão alinhados com a natureza ‘toda abrangente’ do reino de Davi como prometido no Antigo Testamento e enfatizado no judaísmo.”[9]
Os objetivos de Davi em contraste com os planos de Deus (2 Sm 7.1-17) 1.Davi vê a arca mal acomodada. Deus, não (v.1-2) 2.Davi quer construir um Templo. Deus, não (v.3-5, não por meio de Davi) 3.Davi quer uma casa para Deus que seja duradoura. Deus, não (v.6-7) 4.Davi se esquece de onde veio. Deus, não (v.8-9) 5.Davi se preocupa com a estabilidade do reino. Deus, não (v.10-11) 6.Davi se preocupa com o futuro do reino. Deus, não (v.12) 7.Davi se preocupa com a sua descendência real. Deus, não (v.13-17) |
Reconhecendo as bênçãos de Deus (2 Sm 7.18-29) 1.No percurso até aqui (v.18) 2.Na promessa de continuar no percurso conosco (v.19) 3.No conhecimento completo de nossa vida (v.20) 4.Nas grandiosas bênçãos (v.21) 5.Na unicidade Dele (v.22) 6.No resgate e exclusividade (v.23) 7.No estabelecimento e estabilidade do Seu povo (v.24, 26) 8.Na confirmação do cuidado para com o Seu povo (v.25) 9.Na revelação de Sua Palavra (v.27-28) 10.Nas bênçãos gerais (v.29) |
Capítulo 8: Vitórias completas de Davi
Davi foi uma máquina de destruir povos. Ele os vencia e se estabelecia cada vez mais como rei de toda a terra e não apenas de Israel. Os filisteus e moabitas, grandes inimigos, foram neutralizados. Os moabitas se tornaram tributários de Israel. Até mais longe, Davi tinha autoridade, como a nação de Zobá que queria se estabelecer na Mesopotâmia. Davi mandava jarretar os cavalos dos inimigos, isto é, cortava os tendões das pernas. Os siros também tentaram derrotar Davi, mas ele os venceu. Israel ficou muito rica, pois todos esses povos, além de tributários foram despojados de suas riquezas por Davi. A nação ganhava presentes dos simpatizantes de Israel. O nome de Davi ficou muito famoso, como aconteceu com Josué e, posteriormente, com Jesus em seu ministério terreno. Davi era um rei justo, por isso, o seu próprio povo não precisava ficar com medo dele. A pasta do governo de Davi era bem representada. Tinha ministro da guerra (comandante), repórter (cronista), sacerdotes, escrivão, guarda-costas (comandante da guarda real ou segurança pessoal) e outros ministros que eram os filhos de Davi (v.1-18).
“Os peleteus mencionam-se juntamente com os quereteus como fazendo parte da guarda de corpo de Davi (cf. 2Sm 20.23; 1Cr 18.17). Certo escritor afirma na sua Enciclopédia de Religião e Ética: ‘a única explicação razoável é ser o nome uma modificação do nome de filisteus adotada apenas por uma questão de assonância’. Em hebraico a palavra ‘filisteus’ é pelishtim e a palavra peleteus pelethi. Em 2Sm 15.18 os geteus (de Gate) mencionam-se juntamente com os quereteus e os peleteus - mais uma indicação da associação com os filisteus. Tratava-se, evidentemente, de tropas mercenárias dos filisteus - o que é natural dadas as vitórias de Davi sobre aquele vigoroso povo.”[10]
A nova ordem do reino de Davi (2 Sm 8) 1.Amplo poder (v.1) 2.Morte aos traidores (v.2, o modo como matou-os indica traição na cultura) 3.Proibição aos que querem se restabelecer (v.3-4) 4.Quebra de alianças contra o reino de Davi (v.5) 5.Implantação do reino de Davi sobre os povos (v.6) 6.Despojo das riquezas dos inimigos (v.7-8) 7.Fama absoluta (v.9-14) 8.Justiça nacional (v.15) 9.Criação de pastas governamentais (v.16-18) |
Capítulo 9: Davi e Mefibosete, uma ilustração da graça de Jesus pelo pecador
Davi era um homem de coração grato e, por isso, queria agraciar os descendentes de Saul e Jônatas. O servo de Saul, Ziba, também era um homem bondoso e foi um facilitador para beneficiar Mefibosete. A menção de ser um aleijado é importante, pois facilmente uma pessoa nessa condição poderia ser esquecida. Havia uma razão para Mefibosete ter medo de Davi que era a vingança familiar. Ao mesmo tempo que havia motivo de vingança por causa de Saul, havia motivo de bondade por causa de Jônatas. Porém, Davi também amava Saul apesar de Saul querer matá-lo. Mefibosete “tirou a sorte grande”. Da noite para o dia ele ficaria muito rico e honrado. Mefibosete aprendeu a ter um conceito depreciativo de si mesmo. Se Ziba estivesse planejando herdar os bens de Saul, certamente teria ficado muito decepcionado, pois seria um servo de Mefibosete (v.1-13).
“Sendo que Davi é um tipo de Cristo, seu Senhor e filho, sua raiz e descendência, sua bondade para com Mefibosete serviu de ilustração da bondade e amor de Deus nosso Salvador diante do homem caído, ainda que não estivesse sob nenhuma obrigação, como Davi não tinha para com Jônatas.”[11]
O Reino, o rei e eu (2 Sm 9)[12] 1.O rei quer nos amar e cuidar de nós no seu reino (v.1) 2.O rei quer conhecer os servos do seu reino e usá-los (v.2) 3.O rei quer abençoar-nos, mesmo que somos fracos e desprezados (v.3) 4.O rei quer saber onde estamos, senão não poderá executar o seu plano (v.4) 5.O rei quer que cheguemos a ele, mesmo que outros tenham que buscar-nos (v.5) 6.O rei quer aceitar-nos como somos (v.6) 7.O rei quer enriquecer-nos e ter intimidade conosco (v.7) 8.O rei quer que tenhamos um pensamento moderado sobre nós mesmos (v.8 veja Rm 12.3) 9.O rei quer nos agraciar com todas as riquezas e já as temos em Cristo Jesus (v.9 veja Ef 1.3) 10.O rei quer proximidade permanente conosco (v.10) 11.O rei quer obediência de seus servos (v.11-12) 12.O rei quer reconheçamos sua graça e não nossas virtudes (v.13) |
Consertando uma vida (2 Sm 9) 1.Deus deseja consertar vidas (v.1-3) 2.Deus busca o quem precisa ser consertado onde estiver (v.4-5) 3.Quem precisa ser consertado precisa humildemente concordar (v.6-8) 4.Deus conserta as vidas por completo (v.9-12) 5.Deus conserta vidas, mas marcas do estrago continuam, embora não impeçam do necessitado ser abençoado (v.13) |
Capítulo 10: Os homens de Davi são humilhados
1.Davi manteve uma boa amizade com os amonitas por um tempo, conforme vemos em 8.12, mas foi traído como vemos neste capítulo. Agora, Davi quer ser um bom vizinho e levar as condolências pela morte do rei de Amom. Porém, como acontece muitas vezes, quando alguém tem uma boa intenção de um lado, do outro quase sempre há alguém desconfiando da boa intenção. Os príncipes de Amom desconfiaram que os homens de Davi eram espias e os humilharam rapando metade das barbas e rasgando as vestes dos soldados de Davi. Os homens estavam muito envergonhados, mas Davi os protegeu em suas vergonhas, deixando-os na cidade de Jericó até o tempo em que as barbas crescessem. Os filhos de Amom contrataram mercenários siros para o caso de Davi atacá-los, o que certamente aconteceria. Os irmãos Joabe e Abisai concordaram em que um ajudaria o outro nessa batalha. O mais forte ajudaria o mais fraco. Um animou o outro a confiar no Senhor (v.1-12).
2.Abisai e Joabe conseguiram afugentar os siros e os amonitas. Estes, porém, se refizeram para atacar Israel. Davi, ouvindo isso, armou-se e foi ao combate contra os siros e amonitas. Davi venceu os siros e os amonitas com medo se entregaram a Davi. Os siros ficaram com medo de apoiar os amonitas. Portanto, mais uma vez, vemos a mão de Deus dando vitória a Davi (v.12-19).
“As alianças entre homens mundanos contra soldados de Deus são feitas por interesses egoístas e quando podem ser melhor seguradas pelo abandono de um homem caído, vão embora todas as alianças, em sua pressa de abandonar e submeter-se ao conquistador. Os chacais deixam o leão doente... Assim são vazias as coalizões do mundo contra Deus e Seu ungido!”[13]
Para acalmar ou não o coração (2 Sm 10) 1.Mostrar bondade aos outros acalma o coração (v.1-2) 2.Mostrar desconfiança não acalma o coração de ninguém (v.3) 3.Mostrar violência não acalma o coração nem do violento e nem da vítima (v.4) 4.Esperar com vingança não acalma o coração (v.5) 5.Fazer inimigos não acalma o coração (v.6) 6.Para realizar a obra de Deus nem sempre o coração fica calmo (v.7-10) 7.Ajudar uns aos outros acalma o coração (v.11-12) 8.A vida é cheia de lutas e agitação do coração (v.13-19) |
Capítulo 11: O pecado de Davi
1.Foram, sem dúvida, os momentos mais tristes da vida de Davi. Fugir de Saul foi assustador, mas nada comparado à tristeza e consequências que trouxeram a Davi esses pecados. O pecado de Davi com Bate-Seba não foi um ato isolado, mas uma descida que foi se acentuando até tornar-se íngreme demais para voltar sem machucar-se. Como em Sl 42.7, “um abismo chama outro abismo”. Aqui, portanto, houve uma queda de Davi vista em seus vários aspectos. Davi tinha a responsabilidade, naquele ano, de sair para a guerra, mas não foi. É um pouco estranho, pois Davi não era preguiçoso e nem fugia de suas responsabilidades. Um rei tinha poder sobre mulheres solteiras do reino e podia mandar buscar moças para se casarem com ele, mas mandar buscar uma casada, não era justo para um rei e nem para nenhum homem de respeito. Não sabemos o quanto Bate-Seba se entregou a Davi por paixão ou por medo e coação. O tempo passou, pelo menos uns dois meses, pois ela descobriu que ficou grávida. Por todos os meios Davi tentou remediar a situação, mas Urias não contribuiu em nada, pois era um homem muito fiel ao rei. Urias não quis dormir com a esposa, pois não achava certo com a arca na batalha deixar de servir ao Senhor. Nem mesmo embebedando Urias, Davi conseguiu fazer com que ele se deitasse com a esposa. Não conseguindo fazer com que Urias “engravidasse” a esposa, Davi mandou para a linha de frente a fim de ser morto (v.1-17).
2.Joabe fez o que Davi mandou, ou seja, alguém em pecado faz com outros também caiam. Joabe tomou cuidado em tranquilizar Davi pela derrota do exército de modo maligno, ou seja, dizendo que Urias foi morto. Davi não era homem de perder batalha, mas de modo cínico fica contente com a morte de Urias, mesmo que isso tenha custado a derrota de Israel. Bate-Seba chorou pela morte do marido. Talvez ela não tivesse a mesma luxúria de Davi no ato sexual, mas foi uma vítima de um rei autoritário, naquele momento de pecado dele. Davi respeitou o luto de Bate-Seba e, após isso, a trouxe para o palácio. Se ela gostou ou não, não importa, Deus não gostou do ato de Davi (v.18-27).
“Os dois grandes pecados de Davi foram cometidos quando ele permaneceu em Jerusalém em vez de estar com o exército (v.1). Davi primeiro cometeu adultério com Bate-Seba e depois planejou o assassinato de Urias, o marido dela. Davi pensava que isso estivesse resolvido, mas não (v.27).”[14]
O pecado de Davi com Bate-Seba (2 Sm 11) 1.Irresponsabilidade (v.1) 2.Ociosidade e imoralidade (v.2) 3.Abuso de autoridade (v.3-4) 4.Criatividade maligna (v.5-6) 5.Falsidade (v.7) 6.Hospitalidade interesseira (v.8-9) 7.Desonestidade (v.10-12) 8.Malignidade (v.13) 9.Agressividade e hostilidade (v.14-17) 10.Cumplicidade alheia (v.18-24, Joabe foi envolvido) 11.Crueldade e cinismo (v.25) 12.Impiedade (v.26-27) |
Capítulo 12: Deus repreende Davi através do profeta Natã
1.Quase um ano Davi ficou sem arrependimento. Porém, Deus usa seus servos para ajudar outros que estão caídos. Natã ilustrou uma história que deixou Davi indignado, mas no final, como sabemos, Natã estava se referindo a Davi. O comentarista Alford disse algo como isto: é muito mais fácil nos indignarmos com os nossos pecados quando os vemos nos outros. Deus mostra a Davi que ele não precisava cometer aquele ato. Nada faltou ao rei. Deus deu o reino, ele obteve mulheres. Deus daria tudo em dobro, caso Davi precisasse de mais alguma coisa, porém, Davi sempre esteve bem abastecido. Assim acontece conosco em qualquer época. Não temos justificativa alguma para desobedecer a Deus, mas nós o fazemos pela ganância, cobiça, desejo desenfreado e rebeldia. As consequências do pecado de Davi foram prejudiciais para ele e para toda a sua família e reino. Ele daria tudo para desfazer o passado, mas basta para nós, como foi suficiente para ele, a confissão. Os salmos 32 e 51 são um belo incentivo a nós mostrando que não é necessário nenhum tipo de penitência, apenas confissão. As consequências não são negociáveis. Elas vêm ou não conforme a vontade de Deus e do modo que Ele quiser. Abaixo um quadro das consequências pronunciadas por Natã a Davi (v.1-12).
O julgamento de Davi como consequência do seu pecado (2 Sm 12) 1.Lutas constantes em sua própria casa - 12.10 com 13.28-31,37-39, 18.14, 15.1-23,1 Rs 2.13-25 2.Suas próprias mulheres abusadas em sua presença - 12.11-12 com 16.21-22 3.Morte do filho, fruto daquele pecado - 12.14 com 12.15-18 |
2.O nosso orgulho está presente até mesmo em nossa tristeza sobre o pecado. É muito comum aceitarmos a ideia falsa de que Deus nos perdoou, mas nós precisamos também nos perdoar. Alguns crentes ficam nessa luta, achando que precisam de uma fórmula ou um tempo para se perdoarem. Somente Deus pode nos perdoar e o perdão Dele é imediato e incondicional. Davi confessou o seu pecado e Deus perdoou. Muito simples! Se Davi teria que lidar com as consequências daquele pecado, isso é outra questão. O perdão de Deus é imediato. Natã cumpriu a missão dele. Não podemos ficar paralisados diante da ordem de Deus. Se o rei não ouvisse Natã, ainda assim o ministério do profeta teria sido um sucesso, pois a parte dele era obedecer e falar a Davi as palavras de Deus (v.13-15).
3.Davi está perdoado, mas isso não significa que não sofrerá com as consequências de seu pecado. O seu sofrimento começa com a morte do filho. Os súditos pensaram que se Davi estava tão abalado com a criança doente, o que seria quando falassem que a criança morreu? Porém, Davi agiu de um modo surpreendente. Ele jejuou pela cura, mas depois que a criança morreu, ele se recompôs. Isso mostra que não importam as angústias que passemos na vida, outros já passaram e conseguiram se recompor e nós também conseguiremos. Embora o escritor desse material (Pércio) creia que os infantes, isto é, os bebezinhos que morrem serão salvos, não parece que o v.23 esteja ensinando isso. Davi apenas está dizendo que para onde o bebê foi ele também irá, ou seja, para a sepultura (v.16-23).
“Parece errado a criança ser punida pelo que Davi fez. Nós precisamos nos lembrar, entretanto, que mesmo hoje, crianças inocentes sofrem por causa do que os seus pais fazem. A questão mais importante a se lidar é se Deus deveria receber a culpa da causa do sofrimento. Uma vez, eu estava em um funeral de uma criança que tinha sido morta em um acidente por um homem bêbado pilotando uma moto. No funeral, o pregador tentou convencer aos ouvintes que Deus tinha um propósito na morte da criança como se fosse algo planejado por Deus. Eu fiquei revoltado pelo o que ele disse porque ele pegou um evento mau e fez Deus a causa deste. Na interpretação de Natã sobre a doença da criança, precisamos separar a causa física da interpretação e aplicação religiosa. Qualquer que tenha sido a doença da criança, Natã e Davi viram esta ligada ao pecado de Davi. Eles não levantaram nenhuma dúvida sobre isso, como nós fazemos.”[15]
4.Algum tempo se passou e Davi teve outro filho de Bate-Seba, o filho prometido, o qual construiria o templo, escreveria milhares de provérbios, teria paz no reino e seria o mais sábio e rico rei de todos os tempos. Claro, estamos falando de Salomão. O nome dele também era “o amado de Deus”, Jedidias. Aquela batalha frustrada onde morreu Urias continuou sob o comando de Joabe. A vitória estava ganha, mas Joabe quis dividir a glória com os soldados e com Davi. O despojo da cidade e do ídolo Moloque foi muito rico. Davi colocou todos para trabalharem nos despojos e os moradores das cidades inimigas para trabalharem nas construções que seriam de Israel (v.24-31).
Os sentimentos na casa de Davi após seu pecado (2 Sm 12) 1.Sentimento de indignação (v.1-9) 2.Sentimento de castigo (v.10-14) 3.Sentimento de perda (v.15-23) 4.Sentimento de restauração (v.24-25) 5.Sentimento de partilha (v.26-31) |
Capítulo 13: Covardia, lascívia e vingança
1.Amnom queria ter relações com sua meia-irmã de modo casual, sem compromisso, porém, sendo ela virgem, seria impossível que isso acontecesse sem que a família percebesse. Jonadabe é o tipo de amizade que poderíamos descartar do nosso círculo social, pois eles são sagazes e nos colocam em situação de risco contra Deus e a boa moralidade. Um homem não deve usar de recursos de autocomiseração para conquistar uma moça, pois isso já demonstra falta de caráter e hombridade. Amnom, aconselhado por seu amigo Jonadabe, usou um truque sujo para seduzir Tamar. Ela não aceitou aquele ato, mas deixa claro que aceitaria um pedido de casamento. Usando de sua força masculina forçou a moça para depois desprezá-la. Se muitas moças se lembrassem que muitos rapazes só têm interesse nelas pelo sexo, elas não se desvalorizariam tanto como fazem. Algumas músicas carregam uma mensagem de desprezo à mulher, valorizando apenas seu corpo, mas mesmo assim, muitas mulheres enchem os lugares de dança aceitando essa humilhação. Esse ato covarde trouxe ira para Davi e incitou Absalão a um plano de vingança. Sabemos que ainda é consequência do pecado de Davi, mas a história atual não precisa ser refém da história passada (v.1-22).
“A história que se desdobra é um conto de uma luxúria de jovens frustrada. Evidentemente, Amnon não tinha desejo de se casar com Tamar. Ele podia ter se casado com ela com o consentimento de Davi (Gn 20.12). Ainda que na Lei Mosaica proibia homens de se casarem com as filhas de seu pai (Lv 18.11). Davi era o pai de Amnom e de Tamar. O episódio aterrador é muito contemporâneo e requer pouca explicação.”[16]
O desejo sexual desenfreado produz frustração (2 Sm 13.1-22) 1.Desejo incontrolável (v.1-2) 2.Amizade não recomendável (v.3-5) 3.Intenção duvidosa (v.6) 4.Necessidade forjada (v.7-8) 5.Oportunidade premeditada (v.9-10) 6.Proposta indecente (v.11-12) 7.Pensamento egoísta (v.13) 8.Atitude covarde (v.14) 9.Satisfação egocêntrica (v.15) 10.Obstinação maligna (v.16) 11.Humilhação alheia (v.17-20) 12.Vergonha familiar (v.21) 13.Proteção prejudicial (v.22) |
2.Como alguém disse: “vingança é um prato que se come frio”. Absalão não tinha perdoado Amnom, mas estava esperando uma oportunidade para vingar o mal cometido contra sua irmã Tamar. Dois anos se passaram desde o ocorrido. O convite de Absalão para todos os filhos do rei tinha como objetivo atrair Amnom. A época da tosquia era um momento muito alegre com festas. O rei Davi não queria ser pesado para o filho, pois esses banquetes custavam dinheiro, como até hoje e sempre, as festas são caras. Davi não foi, mesmo que Absalão insistisse, mas Davi não deixou de dar a bênção para a festa. Absalão queria mesmo era que Amnom fosse. Davi parece que ficou meio desconfiado, contudo, deixou Amnom ir para a tosquia. O plano de Absalão era embebedar Amnom e matá-lo. Tudo isso por mão dos seus servos. É claro que os servos de Absalão devia estar com medo, pois afinal era filho do rei Davi, o qual estava ausente da tosquia. Todos os filhos do rei, vendo que Amnom fora assassinado, fugiram. A notícia chegou rápido a Davi, mas distorcida, pois disseram que Absalão matara todos os filhos do rei. Embora não fosse verdade que todos os filhos de Davi tinham sido mortos, o efeito que teve sobre Davi, certamente foi providência de Deus para lembrar da alegria que ele teve com a notícia da morte de Urias.[17] Jonadabe tentou consolar Davi falando a verdade. De fato, lembrando de Jó, não sabemos se a tristeza dele seria menor se apenas um filho tivesse morrido e não os sete. Davi também está nessa situação. Para ele, todos os filhos morreram. Com a notícia atualizada de Jonadabe, talvez o impacto fosse amenizado... ou não (v.23-33).
3.Absalão tinha um objetivo em mente, vingança. Não sabemos se o plano de fuga fazia parte do seu plano de vingança, mas o fato é que pessoas estão atrás de Absalão. Os filhos de Davi chegaram chorando e Davi também chorou com eles pela morte de Amnom. Davi chorava todos os dias. Talvez viesse constante o pensamento de Urias em sua mente. Absalão se exilou por três anos. Davi deixou de perseguir Absalão. Não sabemos se Davi mataria Absalão se o encontrasse, pois a angústia não seria aliviada se vingando ao matar o outro filho (v.34-39).
Corações divididos (2 Sm 13.23-39) 1.Dividido entre festa e vingança (v.23-24) 2.Dividido entre a alegria de um convite e não ser pesado (v.25) 3.Dividido entre a desconfiança e o benefício da dúvida (v.26-27) 4.Dividido entre a obediência cega e o medo de desobedecer (v.28-29) 5.Dividido entre o enfrentamento e a fuga (v.29) 6.Dividido entre a tragédia e o lamento (v.30-31) 7.Dividido entre chorar mais e chorar menos (v.32-39) |
Capítulo 14: Absalão retorna para morar perto de Davi
1.Davi era muito ligado a Absalão. Mesmo que ele tenha matado Amnom, Davi estava sentimentalmente ligado a Absalão e não tinha desejo de tomar satisfação do assassinato do filho. Davi também não queria que o filho ficasse numa terra idólatra, pois seria o sucessor no reino. Joabe buscou uma mulher esperta. Diferente do que alguns possam pensar não é uma feiticeira igual à mulher que Saul procurou em En-Dor. Esta provavelmente é uma carpideira, ou seja, mulher que era paga para chorar nos funerais. Isso facilita o entendimento, pois Joabe pediu que ela fizesse algo que estava ao alcance dela. Ela já tinha roupas e o hábito de servir como atriz de funerais. Eles contratavam as carpideiras para criar um clima de lamento no ambiente. Joabe arquitetou um plano para que ela se apresentasse a Davi fingindo que o marido dela morrera e que para completar a tragédia um filho dela teria matado o outro. Evidentemente, também era mentira. A mentira continuava. Os parentes queriam que ela entregasse o único filho para que fosse morto por ter matado o irmão. Davi a ouviu e prometeu resolver o assunto. Todos os conselheiros precisam aprender ou se lembrar que “quase nunca é o primeiro assunto”. Aqui, tudo se complica porque o primeiro assunto nem verdade era. A mulher chega ao ponto que Joabe queria que abordasse, ou seja, atrair Absalão. Será que Joabe queria matar Absalão ou apenas planejava que através do indulto do rei para Absalão, o rei também esqueceria do caso de Joabe que matou Abner (2 Sm 3.30). Assim como Davi não deixaria que nada acontecesse ao “filho da viúva” jurado de morte, seria coerente que ele mantivesse a paz com Absalão e o atraísse para perto dele. A mulher elogiou muito Davi. O filho de Davi, posteriormente, diria em Provérbios que não devemos nos apoiar em muito elogios. Davi não era ingênuo. Era um estrategista e, além disso, conhecia muito bem Joabe. Aquela proposta da mulher tinha a cara de Joabe. Era muita astúcia. A mulher, sem dúvida, era uma atriz, pois a história era muito bem articulada e precisava de uma pessoa talentosa para interpretar e atuar. A mulher acabou confessando quando Davi a inquiriu (v.1-20).
2.Davi resolveu aceitar a proposta de Joabe, pois afinal, Davi estava com muita saudade de Absalão. A diferença, no entanto, era as motivações distintas de Joabe e Davi. Sob ordens de Davi, Joabe trouxe Absalão. No entanto, Davi acertou com Absalão que este não deveria morar no palácio. Davi estava satisfeito que Absalão estivesse por perto, mas não tão perto. Absalão era um “segundo Saul” com respeito à beleza física. A cabeleira de Absalão chamava a atenção. Uma das filhas de Absalão tinha o nome da irmã a qual foi violentada por Amnom a quem Absalão mandou matar. Absalão estava longe do pai há 3 anos e por mais dois anos não se viram, embora Absalão morasse no reino de Davi. Joabe não queria conversa com Absalão, apesar da insistência de Absalão para falar com Joabe. A maneira que Absalão teve de chamar a atenção de Joabe foi atear fogo na plantação de Joabe. Absalão reivindicava a atenção do pai, pois este não queria conversar com Absalão, mas ainda assim queria que estivesse por perto. Finalmente, Absalão conseguiu a tão almejada audiência com o pai, o rei Davi (v.21-33)
“Já podemos ver no Absalão as sementes de rebelião. Por ser um jovem independente e maquinador, tomou o assunto em suas mãos, e matou a seu irmão (13.22-29). Ao não ter a seu pai nem a nenhum outro que o mantivesse a raia, provavelmente fazia o que queria, conforme se evidencia quando prende fogo ao campo do Joabe para captar sua atenção (14.30). Sem dúvida sua formosura incrementava seu egocentrismo (14.25). Os meninos necessitam disciplina, especialmente aqueles que têm habilidades e beleza naturais. Do contrário, como Absalão, crescerão com a ideia de que podem fazer o que quiserem quando quiserem fazê-lo.”[18]
Reféns dos próprios sentimentos e interesses (2 Sm 14) 1.Joabe talvez estivesse preso ao interesse de indulto do rei por ter matado Abner arquitetou um plano para Davi perdoar Absalão (v.1-17) 2.Davi talvez estivesse preso ao interesse de ter Absalão como seu sucessor, trouxe-o para ficar longe da terra idólatra (v.18-24) 3.Absalão talvez estivesse preso ao interesse de ser o rei após Davi (v.25-33) |
Capítulo 15: O golpe de Estado no reino de Davi
1.Começa aqui um golpe de Estado. Absalão tem um desejo de ser o sucessor de Davi, mas não queria esperar o tempo certo e sim tomar o poder a força, ou neste caso, através de persuasão, ganhando o voto das pessoas de uma maneira politiqueira. Ele fingia interesse pelos assuntos dos cidadãos e dizia que não tinha juiz para julgar a causa e que se ele fosse juiz teria prazer em socorrer esses aflitos. Ele abraçava e beijava as pessoas. Ele conquistava o coração das pessoas (no hebraico diz que ele roubava o coração das pessoas). Absalão, apesar da pressa em ser rei, sabia que tinha que ganhar apoio das pessoas através dos benefícios e isso levava tempo. Aqui vemos que já ia para quatro anos nessa estratégia. Ele mentiu ao pai dizendo que precisa ir a Hebrom pagar um voto ao Senhor. Era um golpe de Estado e ele usou o conselheiro de Davi, Aitofel. Toda essa estratégia resultou em revolta e a fuga inevitável de Davi. Todos os ministros auxiliares de Davi fugiram. As concubinas ficaram no palácio. Davi tinha súditos fiéis até entre os estrangeiros, mas pensava mais do bem-estar deles do que de si próprio (v.1-23).
2.Os sacerdotes queriam levar a arca junto com Davi, mas ele pediu que deixassem a arca no lugar dela. Se o Senhor quisesse abençoar Davi, Ele mesmo o traria de volta onde a arca estava. Davi também liberou os sacerdotes para servirem ao Senhor em Jerusalém e que não precisavam segui-lo. O momento foi difícil para Davi e seus seguidores, por isso, choraram. Aitofel, o conselheiro de Davi, passou para o lado de Absalão. A oração de Davi foi imprecatória, para que os conselhos de Aitofel atrapalhassem os planos de Absalão. Husai também queria seguir Davi, mas este queria evitar problemas para todos que queriam segui-lo. Husai serviria melhor perto de Absalão contando as novidades para Davi (v.24-37).
“Três passos foram dados por Absalão antes de levar a revolta a uma crise. Primeiro, ele enviou espias ou emissários secretos para todas as tribos, chamando-as com o som de trombeta, para reconhecerem-no como rei em Hebrom... Segundo, ele levou consigo um bando de duzentos homens... Terceiro, Absalão chamou Aitofel..., conselheiro de Davi... dando razão para crermos que Aitofel estava do lado dele e sabendo que seu conselho seria valioso para Absalão na situação de emergência. Tudo parecia estar levando ao sucesso. A maré forte estava a favor de Absalão.”[19]
A organização do mal e a defesa do bem (2 Sm 15) 1.O mal se organiza roubando o coração das pessoas (v.1-6) 2.O mal se organiza enganando as autoridades (v.7-12) 3.O bem se defende fugindo, muitas vezes (v.13-17) 4.O bem se defende evitando um estrago maior (v.18-20) 5.O bem se defende confiando no Senhor (v.21-31) 6.O bem se defende contando com a ajuda dos amigos fiéis (v.32-37) |
Capítulo 16: As consequências do pecado de Davi no terraço do seu palácio
1.Ziba já é conhecido no estudo do livro de Samuel. Ele é o servo de Mefibosete. Ele viu a honra que Davi prestou ao filho de Jônatas, mas ele deveria se sentir recompensado, pois Davi não o dispensou, mas permitiu que continuasse sendo servo de Mefibosete. Porém, Ziba queria os bens de Mefibosete e, por isso, inventou essa mentira de que Mefibosete quisesse ser rei. O rei Davi aceitou aquela história e ofereceu a Ziba a herança de Mefibosete, pois se sentiu traído. Estava sendo traído, sim, mas não por Mefibosete, mas pelo próprio Ziba. Davi foi desprezado por Simei. A atitude de Simei foi inconsequente, pois jogar pedras no rei Davi, sendo que ele estava rodeado de soldados foi uma loucura. No entanto, Davi confiava na justiça de Deus e não deixou que ninguém fizesse mal a Simei (v.1-14).
“[16.4] Ele já havia encontrado favor, mas parece que não era suficientemente grato e nem satisfeito por isso, assim almejava outro favor, quando a oportunidade aparecesse.”[20]
2.Husai, como lembramos bem, era um espião no exército de Absalão. A suspeita levantada pelo próprio Absalão a respeito de Husai logo foi apagada, pois Husai foi muito convincente em seu disfarce. Ele dissimulou um interesse por Absalão insinuando que Deus estava a favor de Absalão. É claro que Husai não podia evitar o mal aconselhado por Aitofel, pois poderia estragar o seu plano de ajudar Davi. Não podemos deixar de sentir a tragédia sobre a casa de Davi, mas também não podemos nos esquecer de que era a consequência do pecado dele contra Urias. O que Davi fez escondido, teve como consequência à luz do dia. Absalão violentou as concubinas de Davi numa tenda no terraço do palácio. Todo o povo ficou sabendo (v.15-23).
Nova fase (2 Sm 16) 1.Fase de traição (v.1-4) 2.Fase de desprezo (v.5-8) 3.Fase de confiar na justiça de Deus (v.9-14) 4.Fase de espreitar (v.15-19) 5.Fase de sofrer as consequências do pecado (v.20-23) |
Capítulo 17: O fracasso do conselho de Aitofel
O conselho de Aitofel para Absalão era cheio de ódio com a pretensão de ser espiritual. Ele aconselhou a Absalão a poupar o povo e matar somente Davi. O conselho de Husai foi diferente. Ele aconselhou a Absalão a evitar o rei Davi. Todos sabemos que Husai estava infiltrado entre os homens de Absalão a fim de proteger Davi, por isso, não se esperaria nada menos do que esse conselho. Husai enalteceu o poderio estratégico de Davi e isso era verdade. Com esse conselho, Davi e seus homens ganhariam tempo e poderiam se armar. Deus usou uma mulher para proteger e despistar os homens de Davi. Aitofel só viu o conselho dele se desmoronar e, desiludido da vida, tirou a própria vida. Esse é um capítulo de conselhos. Sobi também deu um conselho através de suas ofertas de alimentos para o exército de Davi. É um ótimo conselho alimentar-se antes de ir para a batalha (v.1-29).
“Por que Deus queria trazer eventos ruins sobre Absalão? Era porque: 1) Absalão queria matar o ungido de Deus (em contraste com as atitudes anteriores de Davi diante de Saul... 2) Absalão procurava minar o reino de Deus que Davi estabelecera, embora imperfeito (algo que Davi nunca buscou fazer contra Saul). 3) As atividades de Absalão estavam em desobediência direta às ordens de Deus, por isso, ele era culpado dos mesmos pecados daqueles que ele acusou seu irmão e seu pai: arrogância, infidelidade e desvios sexuais. Tudo isso era resultado dos conselhos de Aitofel.”[21]
Conselhos proveitosos e conselhos frustrados (2 Sm 17) 1.Conselho de Aitofel – matar Davi (v.1-4) 2.Conselho de Husai – evitar Davi (v.5-16) 3.Conselho frustrado de Aitofel – acabou se matando (v.17-23) 4.Conselho de Sobi - alimentar-se antes da batalha (v.24-29) |
Capítulo 18: A morte de Absalão
1.Davi dividiu seus soldados em três grupos e se dispôs a combater também, mas foi aconselhado a não ir, pois o rei valia dez mil dos soldados. Davi aceitou o conselho e ficou. A preocupação de Davi é que não matassem o filho, Absalão. Todos ouviram a ordem e, portanto, não havia falta comunicação. Absalão foi achado por um grupo e ao fugir ficou enroscado num galho. O soldado que viu não matou Absalão, pois ouvira muito bem as instruções do rei Davi, mas Joabe não gostou nada disso e foi ele mesmo resolver o assunto. Joabe matou Absalão deixando o corpo dele sepultado de maneira desonrosa. Joabe, de fato, não gostava de Absalão. No incidente visto no capítulo 14, Absalão colocou fogo na plantação de cevada de Joabe (v.1-18).
2.É curioso como Aimaás quer ser o portador de notícias ruins. Algumas pessoas querem ser as primeiras a dar as notícias. Isso mostra um caráter frágil que vive de aparências e reconhecimento de outros. Se temos uma mensagem que é urgente e deveríamos nos preocupar em propagar é a mensagem de salvação em Jesus. Somos esse tipo de embaixadores. No entanto, Aimaás, tendo a oportunidade de dar a notícia, acabou omitindo, deixando que o próximo mensageiro entregasse a notícia da morte de Absalão. Davi recebeu a notícia com muita tristeza (v.19-33).
“Devemos lembrar que ele [Aimaás] estava agindo sob ordens militares. Sua missão era apenas declarar a vitória, não reportar boatos.”[22]
Preocupações diferentes (2 Sm 18) 1.Preocupação em ser participante (v.1-2) 2.Preocupação com o seu líder (v.3-4) 3.Preocupação com o seu filho (v.5-8) 4.Preocupação em obedecer (v.9-13) 5.Preocupação consigo próprio (v.14-18) 6.Preocupação em ser o primeiro a dar notícia (v.19-33) |
Capítulo 19: Davi volta a ter o apoio do povo
1.Normalmente, uma vitória traria muita alegria para Davi, mas dessa vez, por causa da morte de seu filho Absalão, o clima se tornou de derrota. Joabe repreendeu o rei duramente mostrando que Davi estava envergonhando o exército que se sacrificou pelo rei. Joabe sequer reconheceu sua desobediência direta ao matar Absalão. É interessante como podemos espiritualizar uma desobediência fazendo-nos vítimas e não culpados. Joabe não apenas repreendeu o rei como também deu ordem para que o rei se desculpasse diante dos soldados sob a ameaça de ficar sozinho. O rei Davi falou, sim, com os soldados, mas mostrou o erro deles e nomeou Amasa para ficar no lugar de Joabe. Assim, Davi conseguiu o apoio do povo novamente (v.1-15).
2.Simei, aquele que jogou terra e pedra em Davi, se humilhou e também o servo de Mefibosete, o traidor Ziba. Davi os perdoou, apesar de Joabe e Abisai acharem que o rei devia matar Simei. Não apenas o rei Davi tinha um coração perdoador, mas Mefibosete, o neto de Saul, filho de Jônatas também, pois abriria mão de todas as suas propriedades para Ziba. O importante para Mefibosete era ficar perto do rei. Assim deveria ser também com nossa vida. Jesus, o rei, vale mais do que todos os tesouros deste mundo (v.16-30).
“Ziba foi muito ativo em trazer toda a tribo de Benjamim para o lado de Davi; e, apesar de seus motivos serem egoístas e comerciais, ainda assim, o rei retribuiu o benefício de sua conduta.”[23]
3.Barzilai também é um exemplo de dedicação ao rei. Anteriormente, vimos como ele serviu aos homens de Davi fornecendo alimentos e bens necessários antes da batalha. Era um homem rico que servia a Deus com seus bens. Era velho também, mas nem por isso deixava de servir como podia. Ele pensava no interesse de outros. Ele ofereceu o escravo dele para servir o rei Davi. Finalmente, Davi voltou a ser o rei no coração do povo de Judá. Os da parte de Israel ficaram enciumados. Nós não precisamos lutar para ficar com Jesus, nosso rei, pois Ele pertence a todos os que o buscam. Há espaço para todos o servirem, porém, a divisão atrapalha o serviço ao rei. O rei Davi, porém, deu preferência ao seu próprio clã, Judá, e isso resultou em guerra (v.31-43).
Previsões de problemas ou preparando-se para problemas (2 Sm 19) 1.Chorar pelo inimigo (v.1-7) 2.Ficar muito tempo sem líder (v.8-10) 3.Deixar o povo desunido (v.11-14) 4.Nutrir rancor e amargura (v.15-23) 5.Faltar com a palavra nos negócios (v.24-30) 6.Mostrar ingratidão para os que ajudam (v.31-39) 7.Desprezar a iniciativa dos outros (v.40-43) |
O exemplo de Barzilai (2 Sm 19) 1.Era proativo (2 Sm 17.27-29) 2.Era servo através de seus bens (2 Sm 17.27-29) 3.Era velho, mas continua a servir (v.31-32) 4.Era rico, mas não egoísta (v.32) 5.Era requisitado (v.33) 6.Era realista sobre sua velhice (v.34-35) 7.Era grato (v.36) 8.Era abnegado pelo rei (v.37) 9.Era abençoado pelo rei (v.38-39) |
Capítulo 20: A tentativa de levante de Seba contra Davi
1.Davi sempre teve problemas com alguns de Benjamim. Saul era da tribo de Benjamim. Curiosamente, a igreja foi perseguida por um judeu da tribo de Benjamim, Saulo de Tarso. Seba promove um levante contra o reino de Davi. A discórdia do capítulo anterior, certamente, afetou a mente de Seba para levantar-se contra Judá. Não era isso que Davi queria. Ele tentou agir de modo a unir toda a nação. Davi colocou as suas concubinas, anteriormente, humilhadas por Absalão, num estado de viuvez perpétua. Elas passaram a servir ao Senhor, mas não podiam mais frequentar o harém de Davi. O rei convocou os homens de Judá através de Amasa, mas este demorava para chegar. Davi mandou Abisai ir atrás de Seba que, segundo Davi, daria mais trabalho do que Absalão. Os homens de Joabe seguiram na mesma empreitada que Abisai. Encontraram-se Joabe, Amasa e Abisai, os três comandantes do rei Davi. Joabe, ao encontrar-se com Amasa, simulou um descuido e deixou a espada cair no chão. Usando do costume de segurar na barba do amigo para beijá-lo, Joabe pegou uma espada sobressalente e matou Amasa. Dessa maneira, Joabe elimina o seu concorrente direto, pois Davi substituiria Joabe por Amasa (v.1-13).
2.Seba continuava a ganhar pessoas para o seu levante contra o reino de Davi. Joabe e seus estrategistas fizeram montões de terra para baterem nas muralhas desde cima para baixo e até cavaram embaixo para cair mais rápido. Nesse incidente, vemos mais uma mulher nas páginas da Bíblia assumindo uma estratégia inteligente para trazer paz a um grupo de pessoas. Aquela cidade era famosa pelas pessoas sábias e conselheiras, e, sem dúvida, essa mulher é uma dessas pessoas. O ponto de pacificação foi a decapitação de Seba, o que a cidade fez e resolveu o problema. O texto mostra também a equipe de Davi e suas funções (v.14-26).
“Não devemos achar estranho que neste mundo o fim de um problema é o início de outro, mas Deus nos conduzirá em vitória em tudo, se confiarmos na Sua sabedoria.”[24]
Laços (2 Sm 20) 1.Enlaçado pela rebeldia (v.1-2) 2.Enlaçado pela vergonha (v.3) 3.Enlaçado pelo desprezo da substituição (v.4-13) 4.Enlaçado pelo protegido errado (v.14-22) 5.Enlaçado pelas responsabilidades (v.23-26) |
Capítulo 21: Os gibeonitas e os filisteus
1.Lemos em Josué que os gibeonitas enganaram Israel e fizeram aliança para não serem destruídos. Deus mandou honrar a aliança, por isso, se tornaram cortadores de lenha e carregadores de água. No entanto, Saul quebrou essa aliança ao matá-los. A grande fome de três anos no governo de Davi era consequência da desobediência do rei Saul. O rei Davi, não apenas pela consequência do pecado de Saul, mas por ser um rei justo, queria desfazer a injustiça cometida contra o povo de Gibeão. Os gibeonitas não queriam dinheiro e nem guerra, mas para acabar com o assunto queriam enforcar sete descendentes de Saul. Davi concordou. No entanto, o filho de Jônatas, Mefibosete, neto de Saul, não poderia ser entregue por causa do juramento de Davi. Outro Mefibosete foi entregue, juntamente com Armoni e os filhos de Merabe. Após isso, Deus respondeu às orações de Davi. Portanto, não foi uma traição, mas um julgamento de Deus sobre os descendentes de Saul (v.1-14).
“[v.11] Davi ouviu isso com tanta aprovação que resolveu imitar a piedade da mulher, sendo que o exemplo dela provocou nele [o desejo] de fazer o que até agora ele tinha negligenciado, conceder um enterro digno para os restos mortais de Saul e Jônatas e sobre aqueles que foram colocados à morte para que a honra prestada a eles pudesse ser algum conforto às viúvas desoladas.”[25]
2.Davi era um homem de guerra e, agora, novamente, a guerra contra os filisteus. Um gigante chamado Isbi tentou se aproveitar do cansaço de Davi para matá-lo, mas Abisai salvou Davi. Todos ficaram preocupados e não deixaram mais Davi sair com eles para as guerras. Eles reconheciam que Davi era o Ungido do Senhor e a esperança de Israel. Assim é o Senhor Jesus para a Igreja, para todos que creem Nele. Havia homens muito grandes entre os filisteus. Outro Golias foi destaque entre os filisteus, mas também foi morto. Ainda outros gigantes foram destruídos por Davi e seus soldados. Os gigantes não podem vencer o povo de Deus (v.15-22).
Os pesos diários (2 Sm 21) 1.O peso das injustiças cometidas (v.1-3) 2.O peso das ameaças (v.4-6) 3.O peso do comprometimento (v.7-9) 4.O peso da honra e dignidade (v.10) 5.O peso do exemplo e da consciência (v.11-13) 6.O peso do conserto dos erros passados (v.14) 7.O peso do cuidado pelos líderes (v.15-22) |
Capítulo 22: O salmo de vitória de Davi
1.Ao estudarmos este capítulo, estudamos também o Salmo 18, pois é o mesmo conteúdo. Davi agradece ao Deus de Israel pelo livramento e por ser o rochedo da salvação de todos os que confiam Nele. Muitas vezes, o Senhor livrou Davi das mãos de Saul e de todos os inimigos. A rocha sempre foi uma ótima ilustração para a segurança e alicerce. Deus dirige os passos de seus servos, mas Ele garante vitórias pelas orações, por isso, não devemos descartar um estilo de vida em que a oração faz parte de nossa prática. O medo da morte não é exclusivo dos incrédulos sem esperança. Até mesmo os crentes fervorosos têm medo do vale da sombra da morte. A diferença está no clamor. O incrédulo clama por algo que o socorra, mas o socorro não vem. O crente clama pelo Deus vivo e Ele socorre e consola (v.1-7).
“Fé não depende completamente do conhecimento, mas o conhecimento correto de Deus dá grande força à fé.”[26]
2.O texto que é um salmo de Davi também fala da ira de Deus sobre os incrédulos. A figura de terremoto e guerra é nítida e assustadora. A voz do Senhor se torna trovão contra os que não confiam Nele. Como uma tempestade com raios, assim o Senhor apavora o inimigo. Enquanto o incrédulo, apavorado, sofre a ira de Deus, o crente é arrancado das muitas águas. O salmista nunca confia em sua própria força e nem mesmo menospreza os seus inimigos. Reconhece o poder do inimigo, mas confia que o Senhor o livrará. Deus se agrada de seus filhos, por isso, oferece amparo e segurança (v.8-20).
3.Quando Davi fala de sua justiça e pureza de mãos, ele não faz isso com coração arrogante, pois se assim fosse, Deus não o ouviria. Ele simplesmente reconhece o que todos nós deveríamos provar. Se alguém anda nos caminhos de Deus, será justificado por Ele e será purificado de seus pecados. O desvio da Palavra traz como consequência a sensação de desespero. O apego à Palavra, no entanto, traz como recompensa a sensação e o fato da presença de Deus e a esperança. Quem for íntegro, Deus abençoará. Davi enfatiza que isso não é arrogância, mas humildade (v.21-28).
4.O salmista continua cantando louvor a Deus por não o deixar na escuridão e ser o escudo dele. Além de não deixá-lo tropeçar, Deus coloca o salmista em lugares altos. Davi se sente treinado pelo Senhor. Ele nem ao menos considera que caiu uma única vez. Sempre o Senhor o susteve. Davi reconhece que é um vencedor sempre e não apenas algumas vezes. Assim deve ser o crente, vitorioso. Até mesmo as aparentes derrotas nos levam a um nível superior de intimidade com Deus. Assim, o salmista diz que este é o motivo do louvor dele a Deus. Ele não apenas louva diante dos crentes, mas entre os pagãos (v.29-51).
A medida das lutas e vitórias (2 Sm 22) 1.Morte e terror do tamanho de ondas e tempestades (v.5) 2.Juízo do tamanho dos fundamentos dos céus (v.8) 3.Repreensão do tamanho dos fundamentos do mundo (v.16) 4.Livramento de tamanho espaçoso (v.20) 5.Luz do tamanho das trevas (v.29) 6.Força do tamanho das muralhas (v.30) 7.Força do tamanho do meu caminho (v.33) 8.Firmeza do tamanho das alturas (v.34) 9.Capacidade do tamanho do arco (v.35) 10.Vitória do tamanho dos inimigos (v.38) 11.Conquista do tamanho do pó da terra (v.43) 12.Exaltação do tamanho da Rocha (v.47) 13.Louvor do tamanho das nações (v.50) 14.Vitórias do tamanho da descendência do rei Davi (v.51) |
Capítulo 23: O rei Davi e seus homens notáveis
1.Davi foi um homem reconhecido pelo povo e amado por Deus. Algo que não sabemos exatamente fez dele uma personagem tão querida. É um conjunto de qualidades, mas principalmente o seu amor a Deus e sua humildade em lidar com os inimigos. O Espírito de Deus não costumava usar tanto uma só pessoa do Antigo Testamento sem intervalos. Depois do pecado dele, Davi pediu que o Senhor não tirasse o Espírito dele, pois antes da descida do Espírito Santo em Atos 2, os crentes não tinham a habitação permanente do Espírito Santo. Davi governava respeitando a vontade de Deus. O rei Davi era como o sol brilhante sobre a grama. O nosso sol da justiça virá um dia e governará. Os descendentes de Davi seriam abençoados. Jesus Cristo é o descendente de Davi na terra. Para os que não aceitam a Salvação do Messias, não há esperança. Os incrédulos são como espinhos (v.1-7).
“De uma perspectiva o reinado de Davi foi um desastre. Ele sofreu de um escândalo, sofreu repetidas crises familiares, debaixo de uma insurreição de seu próprio filho, e debaixo de uma guerra civil, além de três anos de fome. Em contraste a Davi, o reinado do seu filho Salomão parecia perfeito. Salomão experimentou um reino de paz, grande prosperidade e glória. Mesmo assim, a Bíblia exalta Davi e seu reino, refletido em passagens como Sl 89.20, Is 55.3-4, Rm 1:3, Ap 22:16. Em contraste, Salomão raramente é mencionado no restante das Escrituras e quando é, quase sempre é de um modo secundário (Mt 6.28-29, 12.42). A diferença entre Davi e Salomão estava em seu relacionamento com Deus. A paixão da vida de Davi era simplesmente estar com Deus (Sl 84.10), enquanto a paixão da vida de Salomão era seu benefício pessoal (1 Rs 3.4-15). Nós podemos dizer também que Davi perseverou até o fim, amando e servindo a Deus (2 Sm 23.1-7), enquanto Salomão se esqueceu de Deus nos últimos anos (1 Rs 11.4-8).”[27]
Davi e Salomão (2 Sm 23.1-7) |
|
Davi (na perspectiva humana) |
Salomão (na perspectiva humana) |
Na perspectiva humana foi um desastre |
Na perspectiva humana parecia perfeito |
Provocou escândalo (morte de Urias) |
Experimentou um reino de paz |
Crises familiares (Mical, Amnom e Tamar, Absalão) |
Experimentou muita prosperidade |
Rebelião do próprio filho usurpador, Absalão |
Experimentou glória e ostentação (rainha de Sabá) |
Guerra civil (seguidores de Isbosete) |
Construiu um templo magnífico (sonho de Davi) |
Três anos de fome por Saul quebrar a aliança com os gibeonitas |
Dotado de sabedoria divina em abundância |
Davi (na perspectiva divina) |
Salomão (na perspectiva divina) |
Deus exaltou seu reinado (Sl 89.20) |
Salomão quase não é mencionado na Bíblia |
Alvo de promessas eternas (Is 55.3-4) |
As menções são secundárias |
Seu descendente foi o Messias, Jesus (Rm 1.3) |
Menos glorioso do que os lírios do campo (Mt 6.28-29) |
A Bíblia termina com a menção dele (Ap 22.16) |
Menos importante do que Jesus (Mt 12.42) |
Davi (seu diferencial) |
Salomão (seu diferencial) |
O seu relacionamento acertado com Deus |
O seu relacionamento falho com Deus |
Ele queria simplesmente estar com Deus (Sl 84.10) |
Ele queria benefício pessoal (1 Rs 3.4-15) |
Perseverou até o fim (2 Sm 23.1-7) |
Ele se esqueceu de Deus nos últimos dias (1 Rs 11.4-8) |
2.A seguir, o texto apresenta uma lista dos valentes de Davi. Houve realmente homens formidáveis trabalhando para Davi. Podemos visualizar no gráfico a seguir, alguns desses homens e algumas obras notáveis que realizaram. Isso nos ensina a confiar no Senhor para servirmos ao nosso rei, Jesus Cristo (v.8-39).
Os valentes de Davi (2 Sm 23.8-39) |
||
Nome |
Obra realizada |
Possível aplicação |
Josebe-Bassebete (líder dos Três) |
Matou 800 com sua lança (v.8) |
Deus nos faz grandes vitoriosos |
Eleazar (um dos Três) |
Lutou até ter câimbra nas mãos (v.9-10) |
Perseverança mesmo com dor |
Sama |
Ficou e lutou quando todos fugiram (v.11-12) |
Trabalho solitário |
Três dos Trinta |
Buscaram água para o rei em meio ao perigo (v.13-17) |
Sacrifício para servir ao Rei Jesus |
Abisai (líder dos Trinta) |
Matou 300, mas não era mais famoso do que os três dos trinta (v.18-19) |
Trabalho sem competição |
Benaías |
Matou guerreiros e leão (v.20-23) |
Coragem para tomar a iniciativa para vencer o inimigo |
Naarai |
Carregava as armas de Joabe (v.37) |
Servir aos outros servos de Deus |
Capítulo 24: O pecado da confiança nos recursos próprios
1.Em Crônicas, a ação é de Satanás e aqui é de Deus. A aparente contradição se resolve quando admitimos que Deus permite ações ruins dos desobedientes que abrem brechas para Satanás e o pecado atuarem em suas vidas. Isso concorda com Rm 1.26-27. Jó, embora não estivesse pecando, nunca soube que os sofrimentos eram infringidos por Satanás com a permissão de Deus. Há liberdade para desobedecer a Deus, mas isso nunca termina bem. Davi confiava mais em seus próprios recursos do que na força de Deus para as batalhas. Evidentemente, não foi sempre assim, mas neste episódio, infelizmente aconteceu. Joabe até tentou alertar Davi para esse erro, mas Davi estava obstinado em contar seus próprios recursos. Essa empreitada durou quase dez meses. Portanto, Davi estava bem guarnecido em todo o país. Havia 1.300.000 soldados (v.1-9).
“É mais que provável que o pecado, nesta ocasião, foi confiar nos números mais do que no Senhor. Satanás encontrou ocasião para inflar o orgulho de Davi numa chama de rebelião contra o Senhor. Infelizmente! O que é o homem em suas mais altas realizações, se por um momento for deixado para por si próprio para governar a si próprio? Davi poderia, colocar em oração, como já fizara em outras ocasiões... (Sl 19.13).”[28]
2.Davi mesmo percebeu sua falta de confiança no Senhor, pois sua consciência lhe acusou. Quando um servo de Deus peca, o Espírito Santo trabalhará com a consciência e sempre reconhecerá o erro. Porém, a consciência também é moldável para o mal e alguém pode forçar sua consciência a esquecer ou mudar o sentido do pecado. No entanto, Davi não quis manipular o conceito do pecado, mas arrependido se humilhou. Deus poderia, se quisesse, deixar passar sem punição, usando de sua misericórdia. Porém, Deus quis disciplinar Davi e a nação por essa falta de fé no Senhor. A punição podia ser escolhida por Davi, dentre as três alternativas. Davi preferiu cair nas mãos do Deus misericordioso. Deus pesou a mão com uma peste e milhares morreram. Jesus Pré-Encarnado, o Anjo do Senhor, estava para destruir Jerusalém, mas o Pai das Misericórdias atuou a favor de Davi e de Israel. Davi reconhece que o pecado é dele, mas Deus está abrangendo a disciplina a todo o povo (v.10-17).
3.O profeta Gade orientou Davi a adorar ao Senhor construindo um altar para o Senhor. O dono da propriedade, Araúna, quis ofertar para Davi aquela parte de sua propriedade. Não apenas a propriedade, mas Araúna ofereceu os animais para o sacrifício e a lenha. Davi não aceitou. Não foi nenhum tipo de orgulho em que alguém não aceita um presente, mas é porque aquela situação era especial. Era um sacrifício de expiação pela culpa e, por isso, cada um precisa assumir seus pecados. Não estava certo aceitar aquela oferta para oferecer ao Senhor. Aquele sacrifício, embora de expiação, acabou sendo uma oferta de paz. A intimidade do crente com Deus é baseada nos acertos de pecado. Não podemos ter paz estando em pecado, porém, ao confessarmos Ele que é fiel e justo nos perdoa e nos purifica. Tudo voltou ao normal, após o arrependimento de Davi e as providências tomadas para ficar em dia com o Senhor. Uma ótima maneira de se terminar a história de Davi, pois a seguir, veremos a transição do reino. A missão do crente é cumprida de qualquer maneira por causa da morte ou das forças físicas. O melhor é quando essa missão é completada de modo obediente (v.18-25).
O pecado pessoal (2 Sm 24) 1.Deus pode entregar um crente ao seu próprio pecado (v.1) 2.É pecado confiar nos próprios recursos (v.2-3) 3.É pecado envolver outros nas obstinações pessoais (v.4-9) 4.O crente sempre é acusado pela consciência quando peca (v.10) 5.Quase sempre o pecado tem disciplina (v.11-13) 6.Deus é misericordioso para com o crente pecador (v.14-16) 7.Precisamos reconhecer o pecado pessoal (v.17) 8.O crente deve adorar a Deus pelo perdão e não ficar deprimido (v.18-25) |
Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2017
Notas
1. Introdução
1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wierse
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
2. John Gill's Exposition of the Entire Bible, 2 Sm 1.18 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
3. 1 e 2 Samuel – Introdução e comentário – pg. 211 – 1 Sm 2.18-23 – Joyce G. Baldwin (Ed. Vida Nova – SP – 1ª ed. 1997)
4. Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg.5 - 2 Sm 3.22-39 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
5. Commentary Series on the Bible – 2 Sm 4.6 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
6. Comentário Bíblico Moody – 2 Sm 4 - pg. 7 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
7. Commentary Series on the Bible – 2 Sm 5.24 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
8. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 2, pg. 1257 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
9. The Promises to David in Early Judaism - Cleon L. Rogers, Jr. - pg. 301 (Bibliotheca Sacra 150, July-September 1993)
10. Novo Comentário da Bíblia - 2 Samuel - pg.25 – (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
11. Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible, 2 Sm 9.9-13 (Matthew Henry 1662 – 1714 - extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)
12. Palestra ministrada na Igreja Batista Boas Novas – Campinas em 13/02/2016 https://www.youtube.com/watch?v=pRNUMYoND9Y
13. Expositions of Holy Scripture - Alexander Maclaren – 2 Samuel - pg. 249 – (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
14. Notes & Outlines - J. Vernon McGee – 2 Sm 11 – (Thru the Bible Radio Network - Pasadena – sem data de publicação)
15. Notes on 2 Samuel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 58 – citando Kenneth L. Chafin, 1, 2 Samuel, p. 309 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
16. Notes on 2 Samuel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 60 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
17. John Gill's Exposition of the Entire Bible, 2 Sm 13.30 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
18. Comentarios de la Biblia del Diario Vivir - Compilado por Maqui, Rabí Gamaliel – 2 Sm 14.30 (Editorial Caribe - Nashville, Tennessee - 1997 extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
19. Expositor’s Bible Commentary – 2 Sm 15 - Edited by the Rev. W. Robertson Nicoll, M.A., LL.D. - rof. W. G. Blaikie – 1887 – (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
20. John Gill's Exposition of the Entire Bible, 2 Sm 16.4 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
21. Commentary Series on the Bible – 2 Sm 17.14 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
22. Commentary Series on the Bible – 2 Sm 18.29 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
23. The Pulpit Commentary – 2 Sm 19.29 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
24. Summarized Bible (K. L. Brooks) – 2 Sm 20 - Complete Summary of the Bible by Keith L. Brooks (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
25. John Wesley's Notes on the Bible – 2 Sm 21.11 - Published in 1755-1766; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
26. David Guzik's Enduring Word Commentary – 2 Sm 22.1-4 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
27. David Guzik's Enduring Word Commentary – 2 Sm 23.1-4 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
28. Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – 2 Sm 24.1 - Published in 1805 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
[2] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 2 Sm 1.18 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[3] 1 e 2 Samuel – Introdução e comentário – pg. 211 – 1 Sm 2.18-23 – Joyce G. Baldwin (Ed. Vida Nova – SP – 1ª ed. 1997)
[4] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg.5 - 2 Sm 3.22-39 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
[5] Commentary Series on the Bible – 2 Sm 4.6 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[6] Comentário Bíblico Moody – 2 Sm 4 - pg. 7 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
[7] Commentary Series on the Bible – 2 Sm 5.24 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[8] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 2, pg. 1257 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
[9] The Promises to David in Early Judaism - Cleon L. Rogers, Jr. - pg. 301 (Bibliotheca Sacra 150, July-September 1993)
[10] Novo Comentário da Bíblia - 2 Samuel - pg.25 – (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
[11] Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible, 2 Sm 9.9-13 (Matthew Henry 1662 – 1714 - extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)
[12] Palestra ministrada na Igreja Batista Boas Novas – Campinas em 13/02/2016
https://www.youtube.com/watch?v=pRNUMYoND9Y
[13] Expositions of Holy Scripture - Alexander Maclaren – 2 Samuel - pg. 249 – (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
[14] Notes & Outlines - J. Vernon McGee – 2 Sm 11 – (Thru the Bible Radio Network - Pasadena – sem data de publicação)
[15] Notes on 2 Samuel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 58 – citando Kenneth L. Chafin, 1, 2 Samuel, p. 309 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
[16] Notes on 2 Samuel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 60 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
[17] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 2 Sm 13.30 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[18] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir - Compilado por Maqui, Rabí Gamaliel – 2 Sm 14.30 (Editorial Caribe - Nashville, Tennessee - 1997 extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[19] Expositor’s Bible Commentary – 2 Sm 15 - Edited by the Rev. W. Robertson Nicoll, M.A., LL.D. - rof. W. G. Blaikie – 1887 – (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[20] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 2 Sm 16.4 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[21] Commentary Series on the Bible – 2 Sm 17.14 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[22] Commentary Series on the Bible – 2 Sm 18.29 - Dr. Peter Pett (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[23] The Pulpit Commentary – 2 Sm 19.29 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[24] Summarized Bible (K. L. Brooks) – 2 Sm 20 - Complete Summary of the Bible by Keith L. Brooks (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[25] John Wesley's Notes on the Bible – 2 Sm 21.11 - Published in 1755-1766; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[26] David Guzik's Enduring Word Commentary – 2 Sm 22.1-4 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[27] David Guzik's Enduring Word Commentary – 2 Sm 23.1-4 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[28] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – 2 Sm 24.1 - Published in 1805 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
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