22 - Provérbios

Provérbios

 

Introdução[1]

1.A interpretação do livro de Provérbios é relativamente fácil, porém o arranjo dos versículos é bastante difícil. A maioria dos versículos tem abordagem dupla de assuntos. Por isso, estuda-se por eliminação. Exemplo: Quando um versículo fala do diligente, por eliminação estuda-se sobre o preguiçoso. Se não fosse assim, ao invés de estudarmos 915 abordagens, estudaríamos aproximadamente 1800. Além disso,

Provérbios usa o recurso da repetição.

 

2.O objetivo de Provérbios: 1.2-6 é ensinar sabedoria, mas o método, por vezes é enigmático, ou seja, verdades que somente são entendidas após reflexão. Exemplo: 11.22. Se trocarmos as palavras sabedoria, instrução, entendimento, ciência, prudência pelo nome Jesus Cristo, não mudaremos em nada o sentido, pois o Senhor Jesus é a Sabedoria de Provérbios.

 

3.Provérbios = mashal = “comparar, representar, assemelhar-se.” O sentido é uma comparação, analogia ou parábola. Jesus usou o método proverbial e Pedro parece que o imitou. Exemplo:

 

PEDRO

PROVÉRBIOS

2.17

24.21

4.8

10.12

4.18

11.31

2 Pe 2.22

26.11

 

4.O mundo antigo usava comunicar suas verdades e filosofias através de provérbios, máximas, sentenças, epigramas e ditados. Os gregos fizeram muitos provérbios através dos poetas gnósticos. A Bíblia faz menção dos vizinhos de Israel e sua sabedoria.

 

Egito - At 7.22, 1 Rs 4.30, Is 19.11,12

Edom e Arábia - Jr 49.7, Ob 8

Babilônia - Is 47.10, Dn 1.4,20

Fenícia – Ez 28.3, Zc 9.2

 

5.Quanto à autoria, é bom enfatizar que não foi apenas Salomão o escritor ou editor. Em 1.1 diz que Salomão foi o editor e o autor da maioria dos ditados deste livro (1 Rs 4.32-34). Não estão escritos 3.000 provérbios, mas apenas 900, aproximadamente, e nem todos são de Salomão. Por exemplo, no capítulo 30, não sabemos quem foi Agur. A tribo de Massá era uma tribo árabe, descendente de Abrão, por meio de Ismael. (Gn 25.14), famosa por sua sabedoria. Em 31.1-9, não sabemos quem foi o Rei Lemuel e sua mãe. Alguns sugerem que “Lemuel”= “devotado ao Senhor” é o próprio Salomão, que também foi chamado “Jedidias”= amado do Senhor (2 Sm 12.25). A mãe seria Bateseba. Em 31.10-31 há um acróstico alfabético anônimo.

 

6.Quanto à data veja o quadro a seguir:

 

1) Possivelmente após o retorno dos exilados de Babilônia.

2) Dos tempos mais remotos do judaísmo, 1.000 a.C.

3) Embora os provérbios sejam antiguíssimos, a redação foi feita, conforme 25.1, nos dias do Rei Ezequias, 250 anos depois de Salomão. Portanto, compilado cerca de 700 a.C.


Capítulo 1: O princípio da sabedoria, evitando o mau conselho, o convite da sabedoria

“É dito que Salomão escreveu três mil provérbios (1 Rs 4.32); mas se algum deles está neste livro não pode ser dito, entretanto, é certo que não estão todos nele, sendo que... os primeiros ‘nove’ capítulos, os quais são uma introdução de Provérbios, há [653] versículos; e se forem tomados todos, são [915], os quais não chegam a um terço dos provérbios [de Salomão]...”[2]

 

“Um filho sábio de um pai sábio e rei sobre um povo sábio e entendido. Esses títulos são acrescentados para uma recomendação adicional do livro e pode ser observado que pertencem ao Messias, o antítipo de Salomão, um que é maior do que ele.”[3] (v.1).

 

1.A sabedoria e instrução, entendimento e prudência são sinônimos, pois só se adquire sabedoria com a instrução e só se busca a instrução quando se tem sabedoria.  O resultado sempre será mais entendimento e prudência, ou cuidado com a vida. O livro de Provérbios começa com uma promessa de que o bom ouvinte receberá o que procura, a sabedoria, e terá como presente, qualidades essenciais para toda a situação da vida. Justiça para se conduzir no dia a dia, juízo para discernir os vários caminhos que se apresentam e equidade para uma vida equilibrada (v.2-3).

 

2.O simples, que é ingênuo e descuidado carece de prudência. O estudo e prática deste livro suprem essa carência. Os jovens se orgulham de seu conhecimento deficiente. O livro de Provérbios dá a eles o verdadeiro conhecimento. Os jovens sofrem pela falta do bom siso, ou juízo, maturidade. Este livro os fará maduros. A discrição é outra ajuda que o jovem receberá, pois precisa aprender a não se precipitar, expondo sua imaturidade. Os que mais desfrutarão de Provérbios não serão os rebeldes, mas os que desejam crescer em sabedoria e para isto desejarão ouvir mais e aquele que já é instruído desejará receber mais conselhos (v.4-5).

 

3.Para os sábios, o livro de Provérbios consta de palavras fáceis de ler e entender superficialmente, porém, sabem que por trás existe um conhecimento verdadeiro e profundo que são enigmáticos para a mente natural, pois se discernem com mente espiritual. Essa é a motivação do estudo desse livro: ouvir para aprender depois. O princípio neste versículo significa “os primeiros frutos” (re’shiyth). Portanto, o primeiro fruto da sabedoria é o temor do Senhor. Quem for sábio temerá ao Senhor e quem teme ao Senhor alcança a sabedoria. Mas os rebeldes que são loucos desistem logo no início da vida bem-sucedida (v.6-7).

 

“Não deve ser entendido que seja Deus o Pai da humanidade e sua lei dada... mas [refere-se] a Salomão e seu filho num sentido literal e de alguém que venha a ele para instrução, qualquer discípulo, ouvinte ou leitor...”[4]

 

“A doutrina de sua mãe” “Não significa a congregação de Israel, a antiga sinagoga ou a Igreja judaica... mas a mãe do filho de Salomão; e toda e qualquer mãe...”[5]

 

4.A obediência não é uma opção dos bons, mas uma obrigação de quem quer ser vitorioso na vida. Até os pais não salvos têm muitos conselhos bons para serem obedecidos pelos filhos. Um lar estruturado com filhos obedientes pode resultar numa maior facilidade em conhecer e obedecer a Deus. Não há ornamento mais bonito para alguém do que a obediência aos mandamentos dos pais e dos mestres (v.8-9). Em Provérbios aparece a expressão “filho meu” aqui e em mais 22 versículos (1.10,15, 2.1, 3.1,11,21, 4.10,20, 5.1,20, 6.1,3,20, 7.1, 19.27, 23.15,19,26, 24.13,21, 27.11, 31.2).

 

5.Toda criança, ainda que com tendência a desobedecer aos pais, pode ser facilmente corrigida até que venham os “amiguinhos” ensinar-lhes a amotinação. Assim ocorre com adolescentes e com todo aquele que deve se submeter a alguém ou a alguma instituição. Não consentir é um ato de coragem. Às vezes se mostra maior coragem em fugir do que ficar. Para as drogas, só os covardes ficaram; os corajosos fugiram. Para a rebelião os corajosos fogem, pois sabem que os mestres e os pais têm coisa melhor a oferecer (v.10).

 

6.É evidente que ninguém recebe um convite tão explícito assim, mas no final é exatamente a mensagem que o ouvinte ingênuo recebe, mesmo sem entender tudo no início. O caminho é de morte e de assassinato. Isso, para muitos jovens, se torna literal, mas para tantos outros se reflete na forma como desgostam os seus pais e mestres e machucam outras pessoas. João nos lembra muito bem de que é possível ser um assassino sem derramar sangue (v.11-12, 1 Jo 3.15).

 

7.A vida de crime começa com convites assim, mas na esfera das pessoas mais comuns tais convites são para se beneficiar usando as pessoas para o seu próprio interesse. Toda pessoa que vive para si mesma age como um ladrão, aproveita-se dos benefícios, mas não produz nada para a edificação dos outros. O pai amoroso insiste na advertência ao filho, pois o caminho do crime é insaciável e, em alguns casos, no assassinato. Um assaltante e usuário de drogas não se contentarão com assaltos sem vítimas, sexo sem sadismo e drogas fracas (v.13-16).

 

8.Assim como um pássaro nada fez para merecer a armadilha preparada para ele, um inocente sendo abordado por alguém cruel está totalmente despreparado diante de tal covardia. O mal cairá sobre a própria cabeça do perverso. No caso do criminoso “... a vingança o perseguirá e a justiça não o tolerará vivo...” (John Gill) (v.17-19).

 

9.A sabedoria é personificada para que o leitor sinta a urgência de se obter o bem mais precioso. A sabedoria não está escondida, mas clama em alta voz nos lugares mais públicos e visíveis. É claro que se trata do contexto de Israel onde havia sinagogas e afluxo de pessoas nas entradas das cidades. Não havia como não conhecer a sabedoria. Havia muita luz para os habitantes de Israel. O simples (pethee’) é uma categoria diferente do escarnecedor (luwts) e do tolo (kaciyl), mas todos necessitam da sabedoria. Relutantes ainda sofrem em seus próprios caminhos, tendo a sabedoria tão perto (v.20-22).

 

10.Não há como se aproximar da sabedoria sem repreensão, mas é necessário se submeter a isto para receber o espírito da sabedoria, que é um novo estilo de vida. A sabedoria não é alcançada por acaso, mas numa rendição de um modo de vida tolo, escarnecedor e ingênuo. Há uma consequência para os que não aceitam a sabedoria que está tão solícita a ajudá-los e é o desprezo nos momentos de necessidade. Todos nós que nos desviamos da sabedoria encontramo-nos em situações desesperadoras sem saber onde encontrar a sabedoria que estava tão receptiva nos momentos de arrogância de nossa parte (v.23-30).

 

11.O mundo goza da terrível liberdade que sempre procurou e como resultado vive as consequências de seu próprio estilo de vida, longe de Deus e idolatrando a si mesmo. Não há prosperidade que resolva o problema da falta de sabedoria. Sobre os ouvintes e praticantes da sabedoria há, não somente segurança, mas uma sensação de segurança, sem medo da condenação. Quem teme ao Senhor não tem mais nada a temer, pois nada é maior do que o Senhor (v.31-33).

 

Capítulo 2: O valor da sabedoria

1.O salmista também diz que escondeu a Palavra de Deus no coração para não pecar contra Ele. Se é do coração que saem os maus desígnios é bom que a Palavra do Senhor esteja lá para purificar os maus intentos. Para onde nos inclinarmos mais será onde nos saciaremos, assim como a raiz procura a água. O bom aluno se aplica para se superar, assim como aquele que deseja ser entendido se aplica na sabedoria. Portanto, inclinar-se e aplicar-se são dois verbos obrigatórios para os que procuram ser sábios (v.1-2, Sl 119.11, 127,128).

 

“Coração (v.2) tem um significado mais lato em hebraico do que em português, pois se relaciona tanto às faculdades intelectual e moral como à emocional. O aluno está sendo exortado a aplicar todos os seus poderes na busca do entendimento, até que se possa dizer que ele está bradando em alta voz por ela (v.3).”[6]

 

2.Clamar por entendimento mostra o quão necessitado está o carente de sabedoria. Enquanto não atingirmos esse nível, que é para baixo em contrição, não receberemos sabedoria e instrução. Os mais sábios são os mais sofredores. Não se consegue algo sem esforço. Há um teste para se receber a sabedoria e este é a busca incessante. Muitos desistem nas primeiras tentativas e resolvem percorrer o caminho com seu próprio entendimento. A sabedoria é um “caça ao tesouro” (v.3-4).

 

3.Buscar a sabedoria é buscar a pessoa do Senhor Jesus Cristo. O crente que não tem sede de Deus procurará bênçãos materiais somente, mas os que percebem a necessidade de mudança de caráter buscam a sabedoria que é o próprio Deus. É desnecessário dizer muito mais que o Senhor dá sabedoria somente para os que têm sede dela e que procuram como se procura algo de altíssimo valor (v.5-6).

 

4.A sabedoria, ao mesmo tempo em que está convidando a todos, está à disposição somente dos que querem transformação do estilo de vida para a retidão. A sinceridade de coração será dada pela própria sabedoria e nesta sinceridade o crente tem um escudo de proteção. O escudo é para proteção, mas proteção de quê? O v.8 menciona dois tipos de segurança. Uma é o caminho do juízo, pois sair desse caminho é estar desprotegido, sendo alvo do castigo de Deus e das situações perigosas da vida. Outra proteção é caminhar nas veredas dos santos. Nesse caminho há segurança e fora dele somente incertezas (v.7-10).

 

5.Somente escondido atrás desse escudo, da sabedoria e sinceridade o crente entende alguns princípios espirituais, a justiça, o juízo, a equidade e todas as boas veredas. O livro de Provérbios sempre desafia o crente a perguntar-se se de fato já alcançou a sabedoria, a pessoa de Cristo no dia a dia. Imediatamente dá um teste para verificar na própria vida se é um sábio ou um tolo. Quando somos humildes, descobrimos ser ainda tolos, mas buscando a sabedoria de Deus. Aqui dois testes de vida. Sou discreto? Sou entendido? Discrição é a tradução da palavra “mezimmah” que tem o mesmo sentido que a nossa palavra portuguesa “discrição” (v.11).

 

Discrição é a qualidade de discreto, qualidade do que não chama a atenção, qualidade de quem é reservado, comedido, qualidade de quem não revela segredos dos outros.

 

Discrição é sinônimo da palavra circunspecção

Qualidade ou atitude de circunspecto, precaução no agir e no falar, atentando a todos os aspectos de um assunto dado, prudência, ponderação, critério.

 

O circunspecto é uma pessoa...

Que olha ou encara prudente e cuidadosamente todos os aspectos por que se apresenta uma questão, um fato etc., que mantém atitude prudente e reservada, por vezes, distante. (Dicionário Houaiss)

 

6.A sabedoria é que nos livra das “enrascadas” que a vida e pessoas traiçoeiras nos colocam. A sabedoria nos livra do caminho e das insinuações dos homens maus. Poderíamos dizer das falsas doutrinas também. A sabedoria livra o homem, especificamente o varão, da prostituta. Algumas mulheres estrangeiras vinham para Israel com fim de ganhar a vida com a prostituição; outras se tornavam prostitutas depois que estavam em Israel e outras eram prostitutas cultuais dos deuses das nações estrangeiras. O termo “mulher estrangeira” acabou se generalizando e pode se referir até mesmo às israelitas que não são prostitutas, mas adúlteras. Seja como for, os homens são susceptíveis aos ataques das mulheres mal-intencionadas. A sabedoria é tão forte que dá proteção aos homens contra os seus próprios desejos sexuais fracos e protege contra as mulheres maliciosas (v.12-16).

 

7.A mulher que deixa o “guia da sua mocidade”, ou seja, o seu marido, para buscar outro homem, esquece-se principalmente do compromisso com Deus. Neste caso, refere-se à mulher israelita e nos nossos dias à mulher crente. Essa mulher está colocando tudo a perder. Primeiro de tudo a sua casa, marido, filhos e nome, depois o seu futuro, ou seja, os seus caminhos. Tudo se inclina para a morte (v.17-18).

 

8.É claro que Provérbios trata os assuntos, muitas vezes, de modo drástico e irremediável. Sabemos que o arrependimento resolve muitas situações desastrosas, mas de modo geral algumas consequências sociais até mesmo para o crente são irreparáveis. “Atinar” foi a tradução para a palavra hebraica “nasag” que significa “alcançar, obter”. Portanto, os homens que se envolverem com mulheres assim não alcançarão o caminho da vida novamente. Não se trata de perda da salvação do crente, mas tragédia dos planos maravilhosos na sua vida. Deus tem algo muito melhor para o homem de Deus e a sabedoria pode mantê-lo nos santos propósitos. Habitar a terra com o próprio Deus, o Messias, sempre foi a esperança do judeu. É possível uma antecipação disto andando nos caminhos dos justos, pois estes habitarão a terra e a perfeição recebida do Senhor fará com que permaneçam. Os injustos, transgressores e ímpios serão desarraigados da terra (v.19-22, compare com Mt 25.41).

 

Capítulo 3: Guia para o jovem

1.Muito parecido com 1.8. O pai amoroso quer que o filho faça a melhor escolha que é a obediência. Se um pai terrestre deseja isto, é muito lógico entender que o nosso Pai Celeste tem muito maior interesse em nosso bem-estar espiritual. “... A lei de Moisés prometia vida longa aos seus observadores; mas o Evangelho de Cristo traz vida imortal... e promessas a todos os crentes Nele...” (Gill). Sabendo da vida em abundância que temos em Cristo, qualquer prazer nesta vida é transitório e sem importância (v.1-2).

 

“Ainda que vejamos diferença entre o Velho e o Novo Testamento, a verdade permanece de que uma vida conformada com a vontade de Deus tende à longevidade e que muitas formas de pecado podem encurtar os dias de uma pessoa. Os apetites da paixão e prazeres da comida podem levar nossa vida e ‘muitos ossos do homem são cheios de pecado da mocidade’. A libertinagem, mesmo que faça a pessoa feliz, normalmente, encurta a vida dela.”[7]

 

2.Misericórdia é sinônimo de bondade (checed, pronuncia-se kesed). A sabedoria é repleta da bondade e fidelidade do Senhor. São dois atributos de Deus para trazer no peito, por fora, como um colar e por dentro com tábuas escritas no coração. A vida do crente reflete na vida externa a sabedoria que está no coração. Para os que insistem em dizer que a graça é uma virtude do Novo Testamento, este versículo mostra o contrário. Os que andam em sincera sabedoria do Senhor encontram graça (chen, pronuncia-se khen, “graça ou favor”). A importância de andar pela graça e no entendimento do Senhor não é apenas para comunhão íntima com Deus, mas para refletir diante dos homens. A vida de fé é de entrega total ao Senhor. Ou confiamos no Senhor ou nos estribamos em nosso próprio entendimento. Não será possível andar de duas maneiras. A santificação está ligada à separação do mal e isto é um dos absolutos da vida com Deus (v.3-7).

 

3.A sabedoria dá um novo vigor ao crente. Os ossos ficam como que lubrificados com sensação de juventude. Assim é uma pessoa que se sente bem com a consciência e em comunhão com Deus. Lembra-se de Josué? (Js 14.10-11). O que significa saúde para o umbigo? rav = corpo (she’er) e rv = umbigo (shor) (v.8).

 

“A Septuaginta lê ‘corpo’, representando um texto hebraico diferente em apenas uma letra. De qualquer modo, esta tradução transmite o sentido do versículo.”[8]

 

4.Uma maneira de honrar ao Senhor é com as ofertas para Ele e Sua causa. A causa de Deus pode ser os pobres ou qualquer outro tipo de necessidade. Hoje, existem várias maneiras de ofertar a Deus o que temos. Ajudando os necessitados e a obra missionária ou com ofertas regulares para as necessidades da igreja a qual pertencemos. No Velho Testamento havia a promessa do retorno com os produtos da subsistência e bênção de chuvas. Isto bem pode ser verdade, hoje, mas não devemos colocar a esperança nesse tipo de retorno (v.9-10).

5. “Este [versículo] parece ter sido apresentado para prevenir uma objeção que pode ser feita à promessa de abundância acima; visto que os filhos de Deus frequentemente são afligidos neste mundo; até mesmo o sábio e piedoso e aqueles que temem ao Senhor e O honram...” (Gill). Por vezes o crente é disciplinado pelo Senhor. A correção serve para o amadurecimento e instrução. O homem que é corrigido acha a sabedoria e nisto consiste a sua felicidade (v.11-13).

 

6.A sabedoria é o bem mais precioso que alguém pode possuir. Até aqueles objetos que alguém não pode comprar, mas que cobiça não chega perto ao valor da sabedoria. Em um mundo consumista, onde “o consumismo impulsivo” vem sendo tratado como doença psicológica, estas verdades se revestem da mais alta importância e, por que não dizer, terapia. De que forma a sabedoria pode aumentar a vida de alguém não sabemos exatamente, mas a distância do jovem da criminalidade é um bom exemplo. A riqueza espiritual e a honra serão marcas indeléveis do crente sábio (v.14-16).

 

7.Para quem pensa que a vontade de Deus está sempre contra aos nossos prazeres precisa meditar neste versículo e em pelo menos mais 16 referências (v.17, Sl 10.17, 16.11, 17.15, 20.4-5, 32.10, 36.8, 37.3-7, 107.9, 119.165, 140.8, 144.4, 145.16, Pv 10.22, 16.20, 24.25, 29.25, Rm 12.1-2).

 

8.A sabedoria é “árvore da vida” “... assim é chamado Cristo (Ap 2.7, 22.2,14) em alusão à arvore da vida do jardim do Éden... Ele sendo o autor da vida natural, espiritual e eterna...” (Gill). Assim como alguém chega até a sabedoria recebe vida, os que se achegam a Cristo ganham vida eterna. Reter é a tradução de “tamak”, que significa “estar amarrado”. Não apenas buscamos a sabedoria, que é o próprio Cristo, mas estamos presos a Ele (v.18).

 

9.A sabedoria não é um ornamento apenas de uma pessoa, mas é a essência da vida. Sendo que a sabedoria é o próprio Cristo, Deus criou todas as coisas pela sabedoria. Os veios da terra foram feitos e abertos para dar água pela sabedoria de Deus. As nuvens carregadas de orvalho estão lá pela sabedoria de Deus. Portanto, qualquer um que possuir algum entendimento dentro de si também será pela sabedoria do Deus vivo. O livro de Provérbios não se cansa de aconselhar o leitor a ter isto como prioridade em sua vida. A sabedoria oferece vida ao sábio e ornamento para o seu caráter (v.19-22).

 

10.Os tropeços da vida sempre são por falta de sabedoria e discrição. A disciplina do Senhor jamais poderia ser considerada como tropeço, mas como uma plaina para endireitar o caminho do crente. A sabedoria torna-se a confiança do crente para os mais temíveis perigos da vida. Nada pode ser mais perigoso do que a traição, mas a sabedoria é o escudo não contra a traição, mas contra os efeitos desta. Os nossos pés não poderiam ficar presos pela traição dos ímpios, pois já estamos presos pela sabedoria (v.23-26).

 

11.Existem algumas responsabilidades que devemos cumprir, pois estão em nossas mãos. “Honra, reverência e tributo aos magistrados (Rm 13.7-8); pagamento dos débitos aos credores e esmolas ao pobre...” (Gill). No contexto de Israel os pobres, estrangeiros, viúvas, órfãos e coxos recebiam ajuda da sociedade. Hoje, é necessário direcionar a ajuda aos que realmente precisam e não ser levado pelos oportunistas sem escrúpulos. O v.28 também ensina que tendo o dinheiro para pagar o credor hoje, deve ser feito (v.27-28, ver Tg 2.15-16).

 

12.”... um bom homem deve desejar todo o bem para os demais seres humanos, mas nenhum mal para qualquer um; especialmente para o seu vizinho...” (Gill). Alguém que convive conosco deposita a sua confia em nós. Tratá-lo mal seria quebrar essa confiança. Isto se chama traição. Fazer o mal contra alguém, como para retribuir outro mal, chama-se vingança. Isto é uma iniquidade. Mas fazer o mal contra alguém sem nenhuma razão chega a ser irracional. A inveja e o ciúme são capazes de agir irracionalmente, até mesmo de invejar o homem mal. Deus não apoia em nenhum momento o homem perverso, mas aos sinceros revela seus segredos. Os que zombam das coisas de Deus serão zombados por Ele e os arrogantes serão humilhados por Deus. Vemos nisto que só há chance para o pecador quando este vem arrependido (v.29-35, veja Jo 15.15).

 

Capítulo 4: A segurança na sabedoria

1.O mesmo convite de sempre no v.1. A prudência e a instrução devem ser temas repetidos na mente do jovem. A doutrina é boa e não há motivo para o jovem deixar este caminho. Salomão era o filho de Davi. Embora não fosse o único, era aquele filho do coração de Bateseba. Salomão teve um excelente pai e professor, o rei Davi. Deus tem-nos dado excelentes mestres para seguirmos. E se não tivermos tantos exemplos humanos temos o próprio Jesus, a essência da sabedoria, o exemplo supremo (v.1-4, ver 1 Cr 3.5).

 

2.A aquisição da sabedoria, embora seja de grande valor, pode ser esquecida e desprezada, por isso, a insistência nas admoestações. A repetição nos salva de muitos desvios. Todos esses versículos se repetem, e por isso, reforçam a ideia da segurança da sabedoria na vida do crente. Mais repetições sobre o cuidado de não entrar no caminho dos ímpios. Fica claro que algumas amizades devem ser evitadas para o bem da alma. As pessoas treinadas no mal só se satisfazem ao fazer alguém tropeçar. Eles se alimentam da maldade (v.5-17).

 

3.O caminho dos justos é progressivo, cada vez mais a luz se esparge ao seu redor. Luz não só para si, mas para influenciar outros. O perverso não pode nem mesmo explicar onde começou a tropeçar. Nessas repetições encontram-se um novo conceito em Provérbios. O coração, a essência do nosso ser, é que produz os caminhos enganosos. É o mesmo que dizer “natureza adâmica”. Mas é do coração, também, que vem o reflexo da imagem de Deus e é com este que Deus se comunica. Pode-se entender coração como o espírito humano, também (v.18-23).

 

“Nós sabemos que Cristo, o qual é o cumprimento da sabedoria em Provérbios, é rico em eternidade. Não há nenhum limite em Seus dias ou em Sua alegria. E, finalmente, cada um dos Seus inimigos estarão em paz com Ele. Filipenses 2.11 diz que ‘toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor”[9]

 

4.O servo de Deus sábio deve se desviar da tagarelice. “Uma boca que fala coisas perversas e insubordinações; coisas contrárias à razão, à lei de Deus, e ao Evangelho de Cristo; blasfêmias contra Deus ou os homens; cada coisa que seja inverdade, indecente, injusta, tola e imunda; todo praguejamento, mentira e tudo o que é repugnante à verdade e à justiça...” (Gill). O alvo certeiro na vida com Deus requer um olhar certeiro. Parece com determinação, mas de fato é submissão à vontade de Deus e obediência aos Seus propósitos. Ponderar (“palac”) significa “pesar, considerar”. Os nossos caminhos precisam ser bem estudados e considerados para ver se agradam a Deus ou não. Os caminhos são estabelecidos (“ordenados, fixados, firmados”). O v.27 fala de equilíbrio. “Nem para o caminho da imoralidade e profano e nem para o caminho do erro, superstição e falsa adoração...” (Gill) (v.24-27).

 

 

Capítulo 5: O perigo do adultério

1.Os avisos do pai experiente servem muito para o jovem ingênuo que ainda não trilhou pelos perigosos caminhos da imoralidade. A discrição nessa situação salvará o jovem, mas a confiabilidade excessiva o arrastará ao poço. Em hebraico há somente uma palavra, “estrangeira” (“zuwr”). Originalmente, algumas mulheres vinham para Israel com o fim de prostituir-se, mas o termo se ampliou e qualquer mulher que fosse adúltera era considerada como “mulher estranha, estrangeira, adúltera”, independente de ser casada ou não, do povo de Israel ou não. Não cabe aqui a falsa moralidade. A mulher que tem a intenção de ganhar um homem se torna “perversamente agradável”. O seu linguajar, cheio de elogios, pode fazer um homem sucumbir antes mesmo do sexo, pois o homem, também, é movido pela sua auto-estima. Os elogios da mulher maliciosa terminam como o absinto. A palavra hebraica é “la’anah”, que corresponde à cicuta, a planta mais venenosa que já existiu, que possui a substância conicina, tão venenosa quanto o raticida. Os elogios dela são como a espada de dois gumes, corta para todos os lados: moral, espiritual e fisicamente (v.1-4).

 

“Há um velho ditado que diz: ‘O mel é doce, mas a abelha pica’; e essa mulher tem um ferrão em sua cauda.”[10]

 

2.Os pés ou os caminhos dessa mulher levarão o jovem à morte, ou seja, ao fim de sua vida, ainda que não morra fisicamente. Inferno é a tradução de “she’owl” que simplesmente significa “cova”. “Ela aparece em diferentes formas; muda suas vestes e habitação; faz uso de milhares de artifícios para enlaçarem os homens, para confundir suas afeições...” (Gill). No momento em que ela atacar, o jovem não terá como lutar, por isso, o pai amoroso dá o conselho preventivo. Chegar perto dessa mulher é o começo da ruína. Afastar-se dela é o único modo de vencer (v.5-8).

 

3.O envolvimento com essa mulher fará com que a vida construída com tanta dificuldade seja demolida por alguém cruel. Os filhos, os relacionamentos, os votos matrimoniais, a reputação, o respeito próprio, o dinheiro e muitas outras são desprezados quando há adultério. No final da vida só restará o remorso. “Quando se consumirem a tua carne e o teu corpo”, “seja no tempo da velhice... ou pelas doenças que o pecado da impureza traz sobre as pessoas... (Gill). No v.14 o jovem quase perdeu tudo, pois ainda resta a vida eterna, porém, a vida terrena já se foi, pois viver sem prestígio no meio da congregação e motivação interior é melhor não viver (v.9-14).

 

4.Nada disso precisa acontecer com o jovem sábio. A cisterna era um bem valioso para cada pessoa. Dali vinha sua sobrevivência, pois a água é bem precioso no Oriente Médio e em todos os lugares do mundo. Por isso, era tão comum quando um exército invadia um lugar, entulhar os poços de água. Cada um tinha a sua própria cisterna e cuidava muito bem dela. Assim o jovem deve ter sua própria esposa e retirar dela o seu prazer; seja o prazer da companhia ou sexual. Quando há uma separação e uma nova união, os filhos são expostos às outras pessoas. As fontes da própria cisterna começam a transbordar para as ruas. Mas isso acontece no simples ato do adultério, também, pois a intimidade do casal é emprestada a outros ou podíamos dizer roubada por outros (v.15-17).

 

5.O jovem tem um bem tão precioso que é a sua esposa. Ele tem todo o direito dado por Deus de usufruir do prazer da companhia de sua esposa e de suas carícias e da relação mais íntima que é a sexual. Salomão dá exemplo de dois animais selvagens que têm relacionamentos fiéis, a cerva e a gazela. O adultério é algo irracional, sendo que a beleza é vã e passageira e o contato sexual não dirigido por Deus é abominável. Deus está observando os casais, o impuro que não observa as instruções terá a vida enlaçada (v.18-23, ver também Hb 13.4).

 

Capítulo 6: Promessas perigosas, a loucura da indolência, o homem mau, guardar-se do adultério

1.A Bíblia não proíbe a fiança, mas alerta que é uma promessa perigosa. Só pode ficar como fiador alguém que esteja disposto a cobrir a dívida de outra pessoa, caso esta falhe no pagamento. Note que isto se aplica com respeito a um conhecido ou a um desconhecido. Como as palavras devem valer muito, o acordo da fiança é uma responsabilidade que, uma vez que se entra, o fiador está totalmente comprometido. Se alguém se torna fiador, emprestou sua palavra e seu dinheiro. Um bom princípio quando se empresta algo é não esperar o retorno ou não esperar o retorno intacto. Assim, quem fica como fiador deve se considerar como aquele que contraiu uma dívida, pois no final, para o credor, o que interessa é que a dívida seja paga; seja pelo endividado ou pelo fiador, pois ambos contraíram a mesma dívida. Caso o fiador tenha se arrependido, deve imediatamente humilhar-se e tentar desfazer o compromisso. Como um antílope (tsebi em heb.) diante do caçador ou um pássaro na armadilha (arapuca), o fiador arrependido deve ser ágil para escapar da dívida. Não há promessa alguma que consiga fazer isto, mas é uma tentativa desesperada. Não devemos confundir com aquele que não tem problema nenhum em pagar a dívida, mas o melhor é dar como presente do que ter o desgosto de ficar decepcionado com o amigo (v.1-5).

 

2.Não se sabe se os próximos versículos sobre a preguiça têm algo a ver com os anteriores sobre fiança. Se tiver, talvez seja com respeito ao endividado que por falta de trabalho duro teve de contrair dívidas, ou seja, é um preguiçoso. Mas, talvez o mais provável é que seja uma nova seção, a qual não se refere à fiança. A formiga é uma praga indesejada em qualquer lugar, mas tem o seu valor para nós que temos preguiça, muitas vezes. Sendo um inseto insignificante e até indesejado podendo nos ensinar a trabalhar, faz bem considerar os caminhos desses bichinhos. “Que diligência e indústria ela usa para providenciar sua comida; a qual, embora frágil, criatura fraca, viaja sobre pedras, escala árvores, entra em torres, celeiros, porões, lugares altos e baixos, em busca de comida; nunca recua, mas ajuda umas às outras a carregar os seus fardos; prepara pequenas células para armazenar as suas provisões para proteção contra a chuva; e se em qualquer tempo o seu grão estiver molhado, levam para fora e secam-no, e arrancam a extremidade do grão para que não germine...”  (Gill) (v.6).

 

“Dentro deste contexto, há uma ‘solidariedade’ entre todas as partes da Criação de Deus, sobre a qual Ele é o Governador, do universo todo até uma colônia de formigas (6.6). O que se pode observar no cosmos natural tem implicações para a compreensão da ordem social e moral.”[11]

 

3.Novamente, é um bicho odiado, mas serve de exemplo para nós que somos melhores. Elas fazem tudo o que têm para fazer sem necessitar de chefe de qualquer espécie. Não apenas trazer folhas e grãos para o casulo, mas cortar qualquer possibilidade de que aquilo germine e acabe com o formigueiro. Elas “pensam” no futuro (v.7-8).

 

4.A aplicação mais constrangedora vem agora, quando Salomão adverte o preguiçoso, depois de exaltar as qualidades da repugnante formiga. Pode ser um exagero para alguns, mas grandes ideias, planejamento individual que afetaram outros aconteceram pela manhã. Depois que perdemos o começo do dia parece que perdemos também a capacidade de refletir em coisas importantes e passamos a ser “empurrados” pelas coisas urgentes. Por isso, “até quando ficarás deitado”? A pobreza sobrevém ao preguiçoso. Literalmente é verdade, mas figuradamente, também. O preguiçoso será pobre de ideias, planos, no evangelismo, nos estudos, nos relacionamentos, nas habilidades musicais, pintura, esportes ou o que quer que seja (v.9-11).

 

5.”Belial [beliya’al] é o nome do demônio e aqui pode designar como são seus filhos...” (Gill). Os perversos andam segundo os princípios de Satanás, em perversidade de boca, isto é, falam mentiras e calúnias e tudo o que não é edificante. Piscar os olhos pode significar várias coisas para várias culturas. Neste caso, o perverso pisca com um olho só para falar por código com os seus companheiros, também perversos. Pode indicar zombaria, mentira, engano. “Bater os pés expressa raiva” (Gill). Fazer sinais com os dedos é a tradução de “yarah etsba” (apontar com os dedos). Com os dedos podemos xingar, ameaçar, provocar, etc. Esta pessoa é má e perversa. Ela maquina (charash = imaginar) o mal constantemente. Semeia-se a discórdia quem tem tempo para imaginar coisas destrutivas. Para tal pessoa a destruição virá, inesperada para ela, mas previsível para Deus o justo. A queda será irremediável, “... como o anticristo...” (Gill) (v.12-15).

 

6.O Senhor detesta as 7 práticas mencionadas. Alguns pensam que a 7a prática é a pior de todas “...por causa da enumeração que é feita...” (Gill). “[Era] um modo [hebraico] de se falar (veja exemplos em Pv 30.15,18,29, Jó 5.19)” (Gill). Portanto, embora vários sermões têm-se pregado dessa forma, o melhor é entender que se trata de uma forma hebraica para mostrar que todas as sete práticas são abomináveis ao Senhor e, é claro, existem outras práticas que Deus abomina (v.16-19).

 

AS SETE PRÁTICAS DETESTÁVEIS AO SENHOR

PRÁTICA

BREVE COMENTÁRIO

BREVE APLICAÇÃO

REF.

1.Olhar altivo

Trata-se da pessoa arrogante que “olha de cima para baixo”.

Deus abate os arrogantes

Tg 4.6

2.Língua mentirosa

Quantas vezes é preciso mentir e não confessar para se acostumar?

O diabo é mentiroso

Jo 8.44

3.Mãos que derramam sangue inocente

O assassino é aquele que apaga a imagem de Deus na terra (outro ser humano)

O diabo é assassino desde o início

Jo 8.44

4.Coração que maquina pensamentos maus

Quem pensa mal, praticará o mal.

Deus quer que pensemos o bem

Fp 4.8

5.Pés que se apressam a correr para o mal

O perverso tem pressa em pecar.

Não devemos ser vagarosos no cuidado

Rm 12.11

6.Testemunha falsa que profere mentiras

Não é simplesmente mentir, mas é perjúrio. Pessoas caluniadas dependem de testemunhas verdadeiras.

É um dos Mandamentos não dar falso testemunho.

Êx 20.16

7.O que semeia contendas entre os irmãos

Não precisa ser entre irmãos na fé apenas, mas em qualquer relacionamento da sociedade. Contenda também é discórdia.

Os crentes devem ter um só pensamento.

Fp 2.2

 

7.Tiras de couro eram amarradas no braço e cabeça, simbolizando a lei. Salomão vai adiante e diz para o seu filho amarrar no coração e pendurar no pescoço como ornamento e, evidentemente, isto é figurado. A Palavra de Deus protegerá os Seus filhos em todas as circunstâncias: ao caminharem, ao se deitarem e ao se levantarem. O mandamento do Senhor é lâmpada (Sl 119.105). A lei do Senhor é luz e até as repreensões são o único caminho da vida. Tentar guiar-se por outra maneira seria um desastre, pois não poderíamos enxergar nada. A advertência contra a mulher maliciosa é muito forte em Provérbios. Sobre a mulher estranha repetimos o comentário anterior. A beleza pode ser provocante, mas nada é lindo diante da “beleza de Sua santidade” (v.20-25).

 

Algumas mulheres estrangeiras vinham para Israel e com fim de ganhar a vida com a prostituição; outras se tornavam prostitutas depois que estavam em Israel e outras eram prostitutas cultuais dos deuses das nações estrangeiras. O termo “mulher estrangeira” acabou se generalizando e pode se referir até mesmo às israelitas que não são prostitutas, mas adúlteras. Seja como for, os homens são susceptíveis aos ataques das mulheres mal-intencionadas. A sabedoria é tão forte que dá proteção aos homens contra os seus próprios desejos sexuais fracos e protege contra as mulheres maliciosas.

 

8.A mulher maliciosa pode deixar o homem paupérrimo a ponto deste mendigar. Satanás caça homens através de algumas dessas mulheres. Se a pobreza não chegar a ser literal, pode-se chegar à situação pior, que é o abandono de Deus por aquele pecador. Viver separado da santidade de Deus é a pior das misérias. “As palavras hebraicas va, (‘esh’, ‘fogo’) e  hvya, (‘ishah’, ‘uma mulher’) têm alguma semelhança nos sons; e a frase de tomar esta ‘no peito’ expressa os abraços impuros de uma prostituta...” (Gill). É impossível queimar a carne e não queimar a roupa sobre esta. Da mesma forma é ilusão pensar que se pode entregar-se à impureza e ficar ileso. O v.28 repete a mesma ideia com outra ilustração. Não existem inocentes no adultério. O julgamento é antes de tudo divino, depois social (v.26-29, ver Hb 13.4).

 

9.A sociedade aprendeu a inocentar, até certo ponto, o ladrão que rouba pão por causa da fome. É claro que é culpado, mas culpa e pecado tem tamanho, sim. Porém, ele terá de restituir, conforme Êx 22.1,4. Mas o adultério é uma insanidade, pois não há restituição. Ele receberá castigo (em hebraico “nega`”, “praga”). A mesma palavra para Gn 12.17, sugerindo que Deus pode infligir doenças no adúltero. Muitos crentes se preocupam com o “pecado imperdoável”, mas não se lembram do adultério, um pecado que não se apaga. “O quanto ele viver, mesmo que sua vida seja poupada; sim, mesmo após a sua morte; embora tenha se arrependido de seu pecado e mudado, como no caso de Davi.” (Gill). O marido ofendido não perdoará e nenhum presente poderá aplacar a sua ira. Deus também é assim quanto ao adultério espiritual (v.30-35).

 

Capítulo 7: A proteção dos mandamentos, a astúcia da prostituta

1.A doutrina correta e a obediência a ela estão totalmente ligadas à pureza sexual. Assim como protegemos nosso olho, ou seja, damos muita atenção, devemos cuidar da doutrina e de nós mesmos (1 Tm 4.16). “Menina dos olhos”, íris em hebraico é “'iyshown” (“maçã”). A velha prática de amarrar um laço no dedo para não se esquecer é usada como ilustração para mostrar que a Palavra de Deus deve ser lembrada sempre. Melhor do que no papel ou na prateleira, a Palavra de Deus deve estar na tábua do coração, pois este carregamos em todas as situações da vida. A sabedoria sendo tratada como irmã será tratada com todo o respeito e como parenta indica a “... participação da mesma carne e sangue e, portanto, não é vergonhoso chamarmo-nos irmãos...” (Gill) (v.1-4).

 

2.O assunto recomeça, a preocupação com a mulher estranha (v.5)

 

 

Em hebraico há somente uma palavra, “estrangeira” (“zuwr”). Originalmente, algumas mulheres vinham para Israel com o fim de prostituir-se, mas o termo se ampliou e qualquer mulher que fosse adúltera era considerada como “mulher estranha, estrangeira, adúltera”, independente de ser casada ou não, do povo de Israel ou não.

 

3.A observação do comportamento humano já é suficiente para ver o perigo em que as pessoas se colocam, entrando neste aos poucos. Antes de nos colocarmos como aquele que está observando, coloquemo-nos como aquele ingênuo e miserável jovem, sendo observado por Deus, pois dessa forma aprenderemos muito mais e não nos tornaremos mestres de nós mesmos, o que de fato é outro grande perigo. Lá está o simples (“petyi”). Falta entendimento nele, noção de perigo e prudência. Jamais devemos entender que simples é o mesmo que inocente. Ele é culpado, pois ele anda perto do perigo e deseja o perigo. Ele é inconsequente (v.6-8).

 

“Aqui há um exemplo comovedor sobre o perigo da luxúria juvenil. É uma história ou uma parábola bastante instrutiva. Alguém ousará aventurar-se nas tentações que conduzem à impureza, quando Salomão tem colocado diante de seus olhos o perigo de tão-somente aproximar-se? Então tal pessoa seria como o homem que dança à beira de uma alta rocha, quando acaba de ver que outro despencou do mesmo lugar. A miséria dos pecadores que destroem a si mesmos começa como descuido dos benditos mandamentos de Deus.”[12]

 

4.O simples sabe que o horário propício para a imoralidade é no entardecer. Quanto a isto temos que aprender com Jesus, Paulo, Pedro e João (Mc 4.22, Lc 11.35, Jo 3.20-21, Jo 8.12, Jo 11.9-12, Jo 12.35, Rm 13.12, 2 Co 6.14, Ef 5.8,9,13, 1 Ts 5.5, 1 Pe 2.9, 2 Pe 2.13, 1 Jo 2.8, Ap 21.24) (Ver Pv 7.9). O simples encontra a mulher desejada. É fácil reconhecê-la, as vestes denunciam as intenções e o coração prova essas intenções. O que está no coração não vemos, mas o exterior é perceptível, por isso, as mulheres devem se vestir de tal forma que não insinuem nada daquilo que não são, ou seja, para que o exterior não seja traidor do coração. A mulher era alvoroçada, barulhenta (“hamah”), isto é, não era discreta e não parava em casa, pois estava à caça de amantes (v.9-12).

 

5.”... sem qualquer cerimônia e [boas] maneiras, ela se lançou sobre ele..., abraçou-o e, sendo incomum à mulher fazer, beijou-o, para despertar as afeições de prostituta e desejos nele.” (Gill). Tudo isso com rosto “impudente”, ou seja, sem vergonha. Quando o pecado é acobertado com uma boa justificativa, o simples entra mais fácil nele. Quanto mais religioso for o motivo mais enganoso se torna o pecado. Ela preparou tudo dando ênfase na sensualidade, luxúria e gastos. Tudo o que pudesse despertar o desejo sexual foi bem elaborado para alcançar o jovem (v.13-17).

 

6.Além disso, ela sabia como fazer um convite com as palavras. Um obstáculo para o jovem seria a religião, mas ela já havia “oferecido sua oferta de paz e pago os seus votos”. Outro obstáculo era o homem dela, mas isso também já estava resolvido, pois ele saiu e com dinheiro, isto mostrava que iria demorar e, para total segurança, ela sabia até o dia em que ele retornaria. Ela o seduziu (isto é, ela o inclinou, “natah”) e ela o persuadiu (isto é, ela o desviou “nadach”). É uma mulher que “dobra” os jovens. O jovem, por sua vez, vai com os pés amarrados (“’ekec”, tornozeleira) para o matadouro. O destino de um boi para o matadouro é sem retorno (v.18-22).

 

7.O fim do jovem simples e tolo é a morte “... seja pela mão de Deus, ou pelos magistrados civis, ou pelo marido ciumento...” (Gill). O próprio encontro dele com essa mulher é como o pássaro que se dirige ao laço mortal. A história é tão trágica que só resta aos jovens, ou filhos de Deus de qualquer idade, ouvirem as instruções. Ela já derrubou pessoas que se consideravam fortes contra a tentação do adultério. Caíram “feridos em seu nome, caráter e reputação; em seus corpos por causa das doenças; e em suas almas por causa da culpa, vergonha e horror por causa de sua entrega à luxúria...” (Gill). Aquela casa sem marido, toda arrumada para o ato sexual, com especiarias e lençóis provocantes fica no inferno. Não fica bem o crente andar nesse caminho, pois ele foi resgatado daí (v.23-27).

 

Capítulo 8: A excelência da sabedoria

1.A Sabedoria (chokmah) e o Entendimento ou Inteligência (tabuwn) são a personificação da Pessoa de Jesus Cristo. As perguntas são retóricas, já temos a resposta. É claro que Cristo clama e levanta a Sua voz para alcançar o pecador, o falto de sabedoria e entendimento. Nos lugares onde mais passam as pessoas, nas encruzilhadas, a sabedoria chama a todos. Se podemos entender assim, aqui tem um bom apoio para os apelos nas mensagens, pois o próprio Senhor Jesus Cristo convida o pecador. Nem pede licença, mas vai adentrando as portas e incutindo um senso de urgência. Sendo que a categoria em vista são os faltos de entendimento, todos os que se consideram sábios não ouvirão a voz do Senhor ou julgarão que não se trata deles (v.1-5).

 

2.Não há monotonia nas palavras de Jesus Cristo, a Sabedoria. São palavras excelentes e corretas (meyshar). Os homens costumam dizer que não dá para confiar em ninguém; aqui existe Um em quem é possível depositar toda a confiança. O valor da sabedoria quase sempre é comparado às riquezas. Isto mostra que o ser humano é muito inclinado ao dinheiro e pouco ao conhecimento. Grupos que pregam prosperidade material não terão nenhuma dificuldade em aglomerar pessoas ao seu redor. Por outro lado, os que pregam Sabedoria, isto é, Jesus Cristo, receberão os desesperados e quebrantados (v.6-11).

 

3.A Sabedoria começa o monólogo. Agora chegou a vez de ouvir o próprio Cristo Jesus falar. Os verbos “habitar” e “achar” (ou dispor) estão nos modos perfeito e imperfeito, respectivamente. Isto quer dizer “habitei” e “achava” (ou dispunha). Isto indica um tempo na eternidade. A Sabedoria é co-eterna com Cristo, pois é o próprio Cristo. Com isto não estamos, de modo algum, defendendo a impessoalidade de Cristo, mas combatendo a ideia que buscar sabedoria é buscar uma virtude apenas. Os que não acham a sabedoria é porque não acharam a Pessoa de Cristo Jesus, Salvador. Tudo o que a sabedoria falar devemos obedecer, pois é o nosso Deus, Jesus Cristo falando. Quem ama ao Senhor não se simpatiza com o mal, o qual pode surgir em forma de arrogância, mau caminho e linguajar perverso (v.12-13).

 

4.O Senhor Jesus Cristo tem o conselho certo, Ele é a sabedoria em essência e Nele há força. Se há alguma sabedoria nos reis é Dele que vem. Até para manter o reino dependem Dele (Is 11.1-2). O Senhor Jesus ama os que O amam. Não há acolhida sem arrependimento e sem busca. Em Cristo, que é a Sabedoria, há toda a provisão para uma alma miserável. Ninguém anda no caminho errado quando obedece a Sabedoria, que é Cristo Jesus. A Sabedoria é duradoura. Ele faz herdar seus tesouros (v.14-21).

 

5.A Sabedoria é personificada e, como não foi criada, mas existiu desde a eternidade, sabemos que a personificação é o próprio Deus, Jesus Cristo, embora nem todos os comentaristas pensem assim (veja a citação abaixo). O v.29 mostra algo extraordinário, que é o limite que o mar tem até à praia. No v.30 a palavra “’amown” não é um aluno, mas um arquiteto, um mestre de obras. No v.31 “ou com Adão, ou com Adão caído, não com anjos, mas com homens; não com todos os homens, mas com um somente...” (Gill) (v.22-31) (Jo 1.1-4, Cl 1.16, Hb 1.2-3).

 

“A personificação específica destes versículos levou a maioria dos primeiros Pais da Igreja a perceber aqui uma profecia sobre Cristo. Os heréticos arianos do quarto século fizeram, portanto, grande alarde com este versículo, considerando a sabedoria como coisa criada. O partido ortodoxo repeliu esta ideia, como dizem Jones e Walls, ‘por outros motivos’. É curioso notar-se que a controvérsia se desenvolveu com base no texto da LXX. Pouco se recorreu ao hebraico. O hebraico usa a palavra qana. Este verbo foi usado muitas vezes com o sentido de ‘comprar’, ‘possuir’, ‘adquirir’. Seu derivado significa ‘gado’, ou praticamente, ‘riquezas’. Só em Gn. 14:22 a expressão ‘criou’ poderia ser uma tradução razoável. A RSV diz criador em Gn. 14:22 e criou aqui. A BV diz possuidor em Gn. 14:22 e fez aqui. Albright defende que as semelhanças do ugarita com Provérbios 8 e 9 são notáveis e defende a expressão ‘criar’ nesta base (op. cit. pág. 7). A pergunta mais profunda é esta: Que função está sendo aqui atribuída à sabedoria? Parece que ela está sendo descrita como eterna – tendo existido. Antes mesmo que Deus criasse o mundo. Ela não foi ativa na criação, mas estava com Deus enquanto ele criava. Se a sabedoria é a justiça personificada, então a natureza eterna de Deus é justiça. O Senhor me possuía simplesmente significa: ‘Eu era do Senhor’. A semelhança verbal com João 1:1 tem levado muitos a pensar em uma sombra de Cristo. Devemos comparar com Provérbios 8 a doutrina de Eclesiásticos 24, originária em cerca de 180 A.C., e a Sabedoria de Salomão, cap. 7. O Eclesiásticos é exagerado em seu louvor à Sabedoria, mas fá-la residir em Israel e à iguala com a lei de Moisés. A Sabedoria de Salomão também parece ser um desenvolvimento extravagante da doutrina dos Provérbios. Parece que não há indicação exata de que deveríamos encontrar Cristo revelado em Provérbios 8. Nem deveríamos nos perturbar com a tradução, O Senhor me criou. Delitzsch observa: ‘A sabedoria não é Deus, mas é de Deus; ela... não é o próprio Logos’.”[13]

 

6.Depois dessa apresentação da sabedoria, torna-se obrigatório aceitar o convite, mesmo porque há recompensa. Quem espera às portas, “em alusão às portas da cidade de onde a Sabedoria clama...” (Gill) encontrará a sabedoria e encontrará o próprio Senhor, ganhando o seu favor. Mas aquele que rejeitar Cristo estará fazendo um mal contra a sua própria alma. Portanto, não se pode rejeitar a Sabedoria sem rejeitar a Pessoa de Cristo, pois são a mesma pessoa, sendo que Cristo é a Sabedoria personificada (v.32-36).

 

Capítulo 9: O caminho da sabedoria, o caminho do tolo

1.Aqui há uma “...alusão aos pilares do Templo de Salomão.” (Gill). A Sabedoria, que é Cristo, construiu uma casa com sete pilares, isto é, a casa é reforçada e grande. O Novo Testamento também fala sobre Cristo como a sólida construção (v.1, ver também 1 Tm 3.15, Mt 16.18, 1 Pe 2.5, Hb 3.6).

 

2.É, antes de tudo, uma festa religiosa com alguns paralelos lindos com Cristo Jesus (v.2-3).

 

Os sacrifícios foram oferecidos

Cristo foi oferecido por nós (Hb 10.12)

O vinho, que alegra o banquete, também é oferecido

Cristo é o vinho para o pecador (Is 55.1)

O vinho foi misturado com água para não embebedar

Não há dissolução em Cristo (Ef 5.18)

A mesa foi preparada com abundância de alimentos

Cristo é tudo para nós. Sua graça é abundante (Rm 5.17)

Às criadas foi dada a ordem de proclamar a festa

Cristo convida os pecadores através de Seus servos (Mc 16.15)

 

3.O banquete não é para os que pensam que são sábios, mas para os de falta de entendimento, os quebrantados que sentem quão fracos são. Este convite nos lembra de uma história que Jesus contou para os seus discípulos (v.4-6, Lc 14.16-24).

 

4.O escarnecedor (luwts) deve ser repreendido, mas não há promessa alguma de que ele ouvirá. Não é por isso que o sábio deixará de confrontá-lo. A confrontação serve a dois propósitos: Primeiro, tentar ganhá-lo e segundo, solidificar a sua condenação, caso não houver arrependimento. “’afronta’ é a esperada consequência desta repreensão, pois alguém fica desapontado por causa do objetivo que tem em vista, o qual é fazer o certo.” (Gill). Outro risco enorme na repreensão do escarnecedor é que o bom nome do repreensor sábio pode ficar manchado. Portanto, o que leva alguém que já é sábio e puro repreender um escarnecedor com o risco de ser envergonhado e ter o nome manchado? A resposta é dupla: O amor e o compromisso diante de Deus de fazer o que é correto (v.7-9).

 

5.O v.10 é repetição de 1.7. O primeiro fruto da sabedoria é o temor pelas coisas de Deus. O medo que não existe no escarnecedor de ser repreendido e não atentar à repreensão de Deus. O v.11 é repetição de 3.2. Existe vida em abundância para o obediente. O sábio está fazendo o bem para os outros, mas ele mesmo é beneficiado; assim como o escarnecedor faz o mal para os outros, mas ele mesmo é prejudicado. Tudo o que fizermos teremos o fruto respectivo (v.10-12).

 

“Entre esses dois convites, estão intercalados dois tipos de pessoas. O zombador (1.22;3.34) reaparece em toda a sua intolerância à correção, tendo como companheiro o ímpio (3.33), que reage a argumentos com violência. Ao contrário disso, está o homem sábio (v.9) que aprende e prospera.”[14]

 

6.A característica da mulher indiscreta é o alvoroço, o barulho, a blasfêmia. Em hebraico é “hamah” (barulho). Mesmo sendo sedutora é simples, ou seja, ignorante a respeito das virtudes de Deus. Essa mulher está à vista dos homens ingênuos e está pronta para recebê-los e feri-los com sua flecha mortal de pecado. A água de cisterna era um bem valioso naqueles dias. Cada família tinha a sua e não estava à disposição de outros. Para os ladrões beber daquela água era uma doçura e comer o pão roubado era saboroso. Temos ditados semelhantes: “A galinha do vizinho é mais gorda” e “A grama do outro lado é mais verde”. Tudo expressa a cobiça pelas coisas dos outros e aqui, pior do que coisas materiais, o convite é para a experiência sexual extra-marital. O resultado é o fruto mortal que já estudamos anteriormente, perda do bom nome, culpas, abandono do lar e desestrutura completa (v.13-18).

 

Capítulo 10: Os contrastes

“Deste capítulo até o ‘vigésimo quinto’ são várias sentenças proverbiais, sem qualquer conexão aparente ou coerência umas com as outras; descrevendo os homens justos e ímpios; expondo a diferença de seu temperamento, conduta, e ações, e os frutos e efeitos desses...” (Gill). Alguns comentaristas parecem liberais em seus comentários, não aceitando provérbios tão soltos assim.

 

“Para a maioria dos intérpretes, Pv 10.1-22.16 é uma colagem de provérbios independentes. J. Thompson reclama: ‘Quanto aos provérbios em particular, eles parecem falhar em nos alcançar, pois são confusos e simplistas na coleção. Alguns têm descoberto temas comuns ou slogans, permitidos para pequenos grupos proverbiais, mas rapidamente seguem minimizando o significado de tais processos canônicos. Assim C. Rylaarsdam comenta: ‘Mesmo quando dois ou mais provérbios sucessivos lidam mais ou menos com o mesmo assunto (por exemplo, 10.4-5, a conexão parece incidental e não orgânica.”[15]

 

1.O v.1 repete a apresentação de 1.1. A alegria de um pai é ter um filho sábio e o peso para uma mãe é um filho tolo (v.1). Note como os versículos têm duas sentenças, a primeira fazendo contraste com a segunda. É possível ficar rico sendo desonesto, mas isto não livrará a alma da condenação e do juízo perante o Reto Juiz, que é a pior morte, mas a justiça livra o homem dessa condenação. Mesmo neste mundo Deus julga em certa medida e, também, recompensa em certa medida. Trabalhar com mão enganosa é usar de desonestidade para ganhar mais. Deus honra o trabalho honesto, mas despreza o preguiçoso (v.2-5, veja Pv 11.4, Mq 6.10, Ec 5.13-14, Sl 112.9, Dn 4.27, Mt 6.1, 2 Co 9.10, Sl 41.1-3, Mt 25.34-38).

 

2.O pecador arrependido está debaixo da justiça de Cristo e é visto como um justo, mas o pecador incrédulo está preso em suas próprias palavras de blasfêmias e perversa violência. Um será lembrado e o outro esquecido. Pior do que esquecido é uma lembrança podre, como no caso de Hitler, Judas Iscariotes, Mussolini, Herodes, etc. O contraste do coração obediente e boca tola é claro neste versículo. O palrador é o que fala tolices e o obediente de coração é o sábio que terá palavras controladas por Deus. Andar em sinceridade significa andar na sinceridade de Deus, a qual traz segurança. O que perverte esse caminho será conhecido, ou seja, será revelado, pois Deus conhece os caminhos de cada um (v.6-9).

 

3.Sinais com os olhos com o fim de fazer mal aos outros é comum entre os criminosos, mas Deus promete transtornar a vida desses malfeitores. O crente deve ter um olhar puro e não ameaçador ou malicioso. As palavras têm o poder de levar vida para o sedento, mas também têm a capacidade de machucar pessoas. O ódio contido no coração de alguém contra outra pessoa não ficará oculto, mas será manifesto através de contendas, calúnias e agressões. Diferente do amor que cobre os pecados dos outros, cancelando-os através do perdão ou entregando-os a Deus quando não há arrependimento da parte do ofensor (v.10-12). Para um estudo bastante específico e esclarecedor sobre o perdão leia “Quando o perdão parece impossível” de Tim Jackson, 2000 RBC Ministries.

 

4.Há um contraste entre as palavras. Lábios dos sábios e as costas do falto de entendimento; e sabedoria em contraste com a vara. Quer encontrar sabedoria? Ouça um sábio falar. Quer ver um exemplo de sofrimento por falta de sabedoria? Verifique as “costas” de um tolo. Os sábios escondem o conhecimento. A palavra esconder é “tsaphan” que significa “guardar em estoque, entesourar”. Quando a sabedoria de Deus parece estar escassa em nossas vidas, procuremos um sábio, pois ele tem reservas de conselhos de Deus em si. Mas nunca se aproxime de um tolo, pois o que ele fala não edifica. “O que uma cidade fortificada é para as pessoas em tempo de guerra, assim é a riqueza de um rico para ele; através dela ele pode se defender das injúrias dos outros, sustentar a si mesmo e sua família em tempos de calamidade pública; pois o dinheiro é uma defesa e resposta para todas as coisas (Ec 7.12, 10.19)... ele coloca a sua confiança nela e pensa estar seguro por ela...” Quanto aos pobres, a sua pobreza “... é a sua consternação... isto os amedronta; sabendo de suas circunstâncias, os pobres têm medo de tudo e de todos; não são capazes de se defenderem de seus inimigos ou sustentar-se em tempos de calamidade pública, como guerra, fome ou pestes.” (Gill). Este versículo parece tão desanimador, mas serve para medirmos a realidade da vida e depositarmos a esperança somente no Senhor. É o consolo do pobre (v.13-15).

 

5.O trabalho do justo tende à vida, “assim, os seus exercícios espirituais em oração, leitura, ouvindo a palavra e observando os mandamentos, têm a tendência de promover e manter vida espiritual nele...” (Gill). As ações do ímpio têm a tendência de levá-lo cada vez mais para a perdição. Não se pode separar a vida com Deus da repreensão. O Senhor sempre nos disciplina e é bom que assim seja para não sermos repreendidos pelos irmãos, ou pior, com o mundo (veja 1 Co 11.30-32). Aqui temos a mesma pessoa. Quem difama, odeia. Há uma forma pública de caluniar, mas há também a maneira secreta de destruir a reputação de alguém. O caluniador é covarde, pois ele age por trás do inocente. Como ele encobre o ódio pelo outro secretamente, é evidente que terá lábios mentirosos ao encontrar-se com a vítima da calúnia. Mas, ele acabará se desbocando em raiva, mostrando toda a sua insensatez (v.16-18).

 

6.Quem fala muito tem uma tendência maior de pecar com a língua e isto é muito óbvio. Os pecados mais evidentes de quem fala bastante são: a fofoca e a calúnia. O justo possui palavras de alto valor (prata), mas o perverso não precisa nem falar para mostrar que o seu íntimo não vale nada. A língua sensata alimenta as pessoas, mas quem não tem palavras boas acaba morrendo. Note que não diz que mata os outros, mas que morre pela falta de sabedoria. O Senhor tem bênçãos para os seus filhos e essas bênçãos não causam transtorno algum. Lembra-se das 17 referências que mostram que o Senhor está do nosso lado? Esta é uma delas (ver Pv 3.17). Todos precisamos de diversão, de lazer, mas existem brincadeiras que mais zombam da integridade do outro do que fazem bem para o espírito. Para o tolo, a sua diversão (“sechowq”) é prejudicar o outro, mas quem é sábio se agrada nisso mesmo, em ser cada vez mais sábio (v.19-23).

 

7.O ímpio tem medo e o v.24 desvenda o íntimo dele. “Aquilo que o apavora em sua mente, acontecerá, cedo ou tarde lhe sobrevirá; o seu temor da angústia, calamidades e juízos nesta vida e ira eterna e vingança no futuro; para os mais devassos e miseráveis, os maiores ateus, que se empenharam para si mesmos para não crer em Deus e no estado futuro, os quais tiveram seus momentos de medo e pavor sobre estas coisas; como o medo que têm de Deus, assim virá a Sua ira (Sl 90.11).” (Gill). Quanto aos justos aquilo que ele espera, ele também receberá. O trabalho de suas mãos será recompensado e a confiança em Deus se transformará em encontro pessoal com o seu Salvador. Uma tempestade por mais apavorante e destruidora que seja passa e a calmaria reina. O ímpio também é assim, passa logo. É verdade que tanto a tempestade quanto o ímpio deixam estragos, mas o fundamento do justo permanece em meio à tempestade do ímpio (v.24-25).

 

8.O preguiçoso não se preocupa com nada, porém deixa os que estão ao seu redor irritados. A sensação de azedume na boca por causa do vinagre e a irritação nos olhos por causa da fumaça ilustram a sensação que se tem ao pedir um favor para o preguiçoso. De alguma forma aquele que teme ao Senhor tem uma vida mais abundante do que o perverso. Não podemos fixar dias de vida, pois há justos que são levados novos e ímpios que morrem de velhice e prósperos. O justo tem uma esperança que se transformará em posse, mas o ímpio tem posse que se transformará em cinzas. Note os contrastes entre o justo e o ímpio (v.26-32).

 

O justo

O ímpio

Possui dias prolongados por causa do temor a Deus (v.27)

Possui alegria como esperança (v.28)

Possui os caminhos do Senhor como fortaleza (v.29)

Possui raízes fortes (v.30)

Possui palavras sábias que produzem bons frutos (v.31)

Possui percepção das palavras que fazem bem aos outros (v.32)

Terá dias encurtados pela falta do temor a Deus (v.27)

Terá a expectação frustrada (v.28)

Verá a ruína de suas obras (v.29)

Será desarraigado do reino de Deus (v.30)

Terá a língua cortada como uma árvore infrutífera (v.31)

Suas palavras só fazem mal aos outros (v.32)

 

 

Capítulo 11: O contraste entre a justiça e a injustiça

Este capítulo apresenta contrastes marcantes do dia-a-dia. Fazemos muito bem em contrastar nossa vida com a justiça de Deus.

 

V.

Prática pecaminosa (ou não)

Resultado proveniente

Prática de justiça (ou bom senso)

Bênção proveniente

1

Balança enganosa (todo tipo de injustiça)

Abominação ao Senhor

Peso justo (todo tipo de justiça)

Agrada ao Senhor

2

Soberba (arrogância, orgulho)

Vergonha (afronta, humilhação)

Humildade

Sabedoria

3

Perversidade (maldade)

Auto destruição

Integridade (sinceridade)

Direção

4

Riquezas (aqui da maldade)

Inutilidade no dia do juízo

Justiça

Livramento

5

Impiedade

Queda

Sinceridade

Caminho endireitado

6

Iniquidade

Ser apanhado

Virtuosidade (perfeição)

Livramento

 

7,8 Estes versículos mostram que os planos do ímpio são frustrados. Deus intervém com a morte, às vezes.

 

9

Hipocrisia

Destruição do próximo

Conhecimento

Livramento

10

Morte do ímpio

Júbilo para os justos

O bem dos justos

Alegria na cidade

11

Boca dos ímpios

Queda de uma cidade

Os justos abençoados

Cidade exaltada

12

Desprezar o próximo

Falta de sabedoria

Calar-se de caluniar

Entendimento

13

Andar fofocando (“mercador ambulante”, “halak”,o que anda)

Descobre segredos (“galah” = descobrir). Claro que acabará revelando aos outros.

Fiel de espírito (mente)

Encobre a fofoca (“kacah” = fechar, i.e. fecha o assunto)

14

Falta de conselheiros

Queda das pessoas

Presença de conselheiros

Segurança

15

Ficar por fiador de um estranho

Sofrimento (“ruwa`” = gritar)

Aborrecer a fiança

Segurança

16

Opressão (violência)

Riquezas (desonestas, é claro)

Mulher graciosa

Honra garantida

17

Crueldade

Doença para a alma (e corpo)

Misericórdia (bondade)

Saúde para a alma

18

Impiedade

Recompensa enganosa

Semear justiça

Recompensa genuína

19

Seguir (ou perseguir) o mal

Morte (perseguindo a morte)

Justiça

Vida

20

Perversidade de coração

Abominação ao Senhor

Perfeição no viver

Agrada ao Senhor

21

Maldade (perversidade)

Castigo (apesar do pedido de clemência, “mão à mão”)

Justiça

Livramento para os descendentes

22

Mulher sem discrição (“ta’am”, ainda que bonita)

Futilidade (somente aparência, mas sem sentido)

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         -------------

23

A expectação dos ímpios

Ira (de Deus)

O desejo dos justos

Bem (de Deus)

24

Não pagar e ofertar

Decréscimo até à pobreza

Generosidade (espalhar)

Acréscimo de recursos

25

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            ------------

Liberalidade

Acréscimo de recursos

26

Estocar para ganhar mais

Amaldiçoado pelo povo

Vender por preço justo

Será abençoado

27

Buscar o mal

Receberá o que busca (o mal)

Buscar o bem

Busca a graça e receberá

28

Confiar nas riquezas

Cairá como a folha

Confiar na justiça

Reverdecerá como a folha

29

Perturbar a própria família (provocar à ira)

Herdará o vento (perderá a todos, ninguém o seguirá)

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           ------------

29

Tolo

Servirá o sábio

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30

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Justiça

Árvore da vida (graça)

30

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           --------------

Ganhar almas

Sabedoria

31

Impiedade e pecado

Recompensa (castigo)

Justiça

Recompensa na terra (reino) (“shalam” = recompensa)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa. O autor sagrado dá outro reforço à sua tese sobre a necessidade da generosidade. A primeira linha métrica ilustra a segunda linha métrica do vs. 24. Um homem tem grãos, mas ele não os envia ao mercado e certamente não dá aos necessitados. Em outras palavras, ele nem vende o grão nem o distribui, deixando o povo ‘faminto’. Ele retém o grão por querer obter um preço mais elevado. E prefere queimar o grão a vendê-lo a preço baixo, espetáculo que, por muitas vezes, já testemunhamos. Tal homem é amaldiçoado por Deus e pelos homens e não pode prosperar. Deus lhe negará o necessário em seu tempo de necessidade. O açambarcador[*] descobrirá que, no seu caso, Deus também é açambarcador.”[16]

 

* Açambarcador = aquele que toma conta de tudo, que domina o mercado de vendas.

 

Capítulo 12: O contraste entre os relacionamentos domésticos e públicos

 

V.

Justiça

Injustiça

1

Amar a instrução mostra o desejo de aprender

Rejeitar a repreensão é agir de modo estúpido (bruto)

2

Deus favorece os bons (os que confiam Nele)

Deus condena os de pensamentos perversos

3

O justo é como uma árvore de raízes fortes

O ímpio é como uma árvore de fracas raízes

4

A mulher virtuosa traz grande respeito ao marido

A mulher negligente traz grande vergonha e tristeza ao marido

5

Há retidão nos pensamentos dos justos

Os ímpios pensam errado e aconselham errado

6

Os retos usam as palavras para seu próprio livramento (oração)

Os ímpios usam as palavras para trair e prejudicar

7

Os justos permanecerão com suas obras e discípulos

Os ímpios tombarão e deixarão de ter influência

8

O sábio será louvado

O perverso de coração será desprezado

9

Ter pouco, mas contentar-se com o que tem

Gabar-se de seu nível social, mas passar fome (talvez dívidas)

10

Cuidar dos animais (Gn 33.14, Nm 22.28, Dt 25.4, Êx 20.10)

O ímpio maltrata a todos, inclusive os animais, que lhes são úteis para o trabalho e sobrevivência

11

O justo trabalha para ter o pão

O preguiçoso é ocioso e irracional

12

O justo sempre produzirá frutos por causa da raiz

O ímpio gosta de enganar e ser enganado, não produz justiça

13

O justo sairá das confusões por ser verdadeiro

O ímpio se enlaça em problemas por causa da língua mentirosa

14

Falar corretamente traz alegria para todos,1 Tm 4.6

Recebemos o prêmio (ou o castigo) de nossas palavras

15

Escutar conselhos é sabedoria

O tolo não ouve conselhos; anda segundo sua própria vista.

16

O prudente não expõe sua ira quando injustiçado

O tolo quando é irritado expõe sua ira a todos para sua vergonha

17

Falar a verdade já é espalhar a justiça

Testemunhar falsamente é engano contra a justiça e verdade

18

As palavras do sábio curam e fazem bem

Alguns ferem com palavras

19

A verdade permanecerá

O tempo de vida da mentira é muito curto

20

Os pacificadores são alegres e satisfeitos

Os conselheiros da intriga enganam o próprio coração

21

O justo está protegido (não de sofrimentos, mas de todo o mal como forma de pecado)

O ímpio tem a vida cheia de mal como forma de pecado (malícia, inveja, rebelião, etc)

22

O que fala a verdade e age certo agrada a Deus

Os mentirosos são odiados por Deus

23

Um sábio sempre sabe mais do que aparenta

O tolo é totalmente conhecido por sua conduta (não esconde nada)

24

O diligente sempre terá oportunidade em todas as esferas da vida: trabalho, estudo, ministério, etc

As oportunidades para o preguiçoso somem e acaba dependendo da “sombra” dos outros (no trabalho, estudo, ministério, etc)

25

A boa palavra alegra ao ouvinte e ao que fala

Ansiedade abate. É uma injustiça pois temos a promessa (1 Pe 5.7). Sempre temos essa “boa palavra” de Deus na Bíblia.

26

Literal: O justo é mais excelente que o seu vizinho (o qual não é justo, evidentemente)

O caminho (o estilo de vida) do perverso é sedutor para ele mesmo e, por isso, cai.

27

Ser diligente (trabalhador) já é um bem precioso.

 

A preguiça deixa as coisas pela metade e o preguiçoso deixa de experimentar as bênçãos que estão bem próximas.

28

A vida de qualidade é para os justos

A conclusão que se chega é: Há morte na injustiça.

 

“12.27. Embora difícil de compreender no hebraico, o texto desse provérbio parece tratar de um preguiçoso que não caça ou não assa o que caçou. Em outras palavras, o preguiçoso não tem motivação para começar uma atividade ou, caso tenha começado, carece de determinação para terminá-la”[17]

 

Capítulo 13: O contraste entre os bens temporais e a Palavra de Deus, o mais alto bem

É muito proveitoso aprender a observar esses contrastes em Provérbios. Tente enxergar em cada versículo duas comparações. São substantivos, verbos e adjetivos que fazem toda a diferença entre a ação justa e injusta. Tente fazer e note o proveito para a vida cristã. As respostas para comparação estão no final da lição. É verdade que o texto precisa ser adaptado para encontrar substantivo/adjetivo e verbo/substantivo em todas as sentenças. É um bom teste de português.

 

Ver.

Substantivo e adjetivo

verbo e substantivo

Substantivo e adjetivo

Verbo e substantivo

1

Filho sábio

ouve a correção do pai

Pessoa escarnecedora

não ouve a repreensão

2

Boca frutífera

comerá o bem

Alma transgressora

comerá violência

3

Boca discreta

conserva a vida

Lábios indiscretos

tem transgressão

4

 

 

 

 

5

 

 

 

 

6

 

 

 

 

7

 

 

 

 

8

 

 

 

 

9

 

 

 

 

10

 

 

 

 

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12

 

 

 

 

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14

 

 

 

 

15

 

 

 

 

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23

 

 

 

 

24

 

 

 

 

25

 

 

 

 








 

Respostas

 

V.

Substantivo e adjetivo

Verbo e substantivo

Substantivo e adjetivo

Verbo e substantivo

1

Filho sábio

ouve a correção do pai

Pessoa escarnecedora

não ouve a repreensão

2

Boca frutífera

comerá o bem

Alma transgressora

comerá violência

3

Boca discreta

Conserva a vida

Lábios indiscretos

tem transgressão

4

Pessoa preguiçosa passa fome

Pessoa trabalhadora

tornar-se-á gorda (rica)

 

5

Homem justo

odeia a mentira

Homem perverso (é abominável, “fedido”, ba’ash)

cairá em vergonha

6

Pessoa sincera

guardada (protegida) pela justiça

Pessoa ímpia

 

7

Rico pretensioso

não é rico Rico modesto

é pobre (mas é rica em virtudes)

 

8

“Vida segura” (resgate)

são as riquezas

Pessoa pobre

não ouve ameaças (sequestro)

9

Luz justa é alegria

Lâmpada perversa

será apagada

 

10

Pessoa soberba

gera contenda

Pessoa humilde e conselheira

gera sabedoria

11

Riqueza vaidosa

será diminuída

Trabalho honesto

terá aumento

12

Esperança demorada

enfraquece (desanima) o coração

Desejo satisfeito

é árvore de vida (satisfação)

13

Pessoa rebelde à Palavra

será destruída

Pessoa temente à Palavra

receberá recompensa

14

Doutrina sábia

é fonte de vida

Doutrina sábia

desvia dos laços da morte

15

Entendimento correto (bom)

dá graça (favor)

Caminho transgressor

é áspero (duro, difícil)

16

Pessoa prudente

age com conhecimento

Pessoa tola

espraia (faz conhecida) sua loucura

17

Mensageiro perverso

cai no mal

Embaixador fiel

é saúde (para as pessoas)

18

Pessoa rebelde à repreensão

ficará pobre e envergonhada

Ouvinte da correção

será honrado

19

Desejo realizado

é doce para a alma

Pessoa louca

não foge do mal

20

Sábio acompanhado de sábio

ficará mais sábio

Tolo acompanhado de tolo

será afligido

21

Pessoa pecadora

será acompanhada do mal

Pessoa justa

será recompensada com o bem

22

Homem bom (de bem)

deixará herança aos filhos (honestidade e bondade)

Pecador rico

deixará a herança para o justo (os egípcios deixaram sua riqueza para os israelitas)

23

Lavoura pobre (do justo)

terá abundância

Pessoa desajuizada

será consumida (perderá bens)

24

Pai complacente (no sentido negativo)

odeia o filho

Pai amoroso

castiga o filho (disciplina fisicamente a criança, “a seu tempo”)

25

Pessoa justa

satisfaz a alma (será saciada)

Pessoa ímpia

terá necessidade (passará fome)

 

“13.8. Alguns veem este provérbio como o rico sempre em perigo de perder suas riquezas por sequestro e resgate..., mas que o pobre não teme nada disso. Ele e sua família não recebem esse tipo de ameaça. Este seria um bom argumento para ser pobre, mas tal argumento tende a ir contra o que Salomão disse em outros lugares...”[18]

 

Capítulo 14: O contraste entre o sábio e o tolo, o rico e o pobre, os senhores e servos

1.Provérbios reconhece a influência feminina no lar. Fidelidade ao marido e dedicação aos filhos são a primeira condição para a mulher que deseja edificar o lar com sabedoria. Sempre que desobedecemos a Deus, incorremos em Seu juízo, pois estamos desprezando Sua maravilhosa Pessoa e andando destemidamente em Sua presença, que é o mesmo que arrogância. O mau uso da língua está ligado à soberba. As palavras voltam, no caso, como vara da repreensão nas costas de tal pessoa. Exemplo: Golias e suas provocações contra o povo de Israel. Este verso é um alerta! Ter tudo limpo não é sinal de dedicação, pois conforme este verso, o que adianta ter tudo limpo, mas não ter produção? Não seria uma forma de preguiça? A observância deste princípio é a mesma do nono mandamento. Nos momentos mais difíceis todos querem a sabedoria, mas esta não estará ao alcance daquele que zombou dos princípios de Deus. Mas para o prudente, aquele que respeitou os princípios de Deus, o entendimento estará à disposição dele para os momentos de crise e decisão (1 Co 2.15-16). Dependendo do objetivo que alguém tenha deve escolher seus amigos. Portanto, a escolha da amizade é arbitrária. O tolo trai a sua consciência, evitando o caminho da sabedoria, enquanto o prudente quer entender o caminho da sabedoria (v.1-8).

 

“As mulheres sábias administram bem os assuntos do seu lar e de suas famílias; elas têm uma importante influência e a exercitam de modo benéfico.”[19]

 

2.Zombar do pecado é loucura, pois é o mesmo que dizer que nada acontecerá ao que peca. Por outro lado, o reto é aquele que peca mas confessa, por isso, receberá de Deus benevolência. A vida íntima de uma pessoa guarda os melhores e piores sentimentos, nenhum estranho tem entrada a estes, talvez alguém de muita confiança conheça a vida de outrem e assim mesmo se houver convite. O resultado da vida do ímpio é a morte, enquanto a vida do justo é um broto que cresce como uma árvore e resulta em flores e frutos. Aqueles que querem viver da maneira que bem entendem pelas suas próprias deduções, acabarão num caminho de morte. Portanto, nem tudo que parece direito é aprovado por Deus. O sentimento de alegria não é permanente, a paz mental não depende de risos, pois é possível alguém estar passando por aflições e lágrimas, sem, contudo, perder a paz na mente. Nem o próprio pecador sente-se feliz por fazer o que pensa em seu coração. Para ele sempre falta algo. Já o justo, está feliz por andar em obediência ao Seu Senhor. O simples acredita muito fácil. A fé não descansa em qualquer lugar, mas só numa base sólida. Assim faz o prudente (v.9-15).

 

3.O iracundo pensa que está seguro porque tudo resolve, mas o escândalo que comete, dá a ele uma má reputação. A expansão da ira se dá por duas razões, pelo menos: 1ª) pela falta de confiança em Deus que pode resolver o assunto 2ª) pelo orgulho e egoísmo que se sente ofendido. O simples tem uma herança: a estupidez (tolice). De tanto armazenar ingenuidade em sua vida, chega a um ponto de não ter crédito algum, conforme o verso 24. No final os maus terão que se inclinar diante do Senhor e, consequentemente, reconhecerão que o caminho dos sábios era o caminho que devia seguir. Diante das portas se “...prostram e se humilham suplicando por proteção e alívio... Também pode se relacionar a sua presença às portas da Sabedoria, às portas de Sião, nas ordenanças públicas, [buscando] conselho e instrução, as quais eles desprezaram” (Gill) (v.16-19).

 

4.O pobre não tem amigos, porque a maioria das amizades está ligada a interesses pessoais e o pobre não tem nada de interessante. Deus declara que este tipo de acepção é pecado. O obediente terá uma posição de honra diante de Deus, recebendo benefícios (bênçãos) e provando da fidelidade Dele. Quem pratica o bem não tem nenhuma acusação real a enfrentar (pelo menos na mente). O preguiçoso só fica em palavras. Isso o leva à pobreza ou a não-execução de tarefas. Isso se aplica em conversas no serviço (“bater a língua nos dentes”) ou nos propósitos (decidir realizar algo, mas nunca executar). Necessariamente as riquezas não são materiais. O tolo não passa disso: é tolo. Quando alguém em situação difícil depende da verdade, a testemunha verdadeira tem o poder de livrá-lo. O que mente põe pessoas em situações difíceis (v.20-25).

5.Quem conhece o Senhor (o temor do Senhor) tem segurança e serve de segurança para seus filhos. Não há vida espiritual madura sem temor ao Senhor. Num sentido todos os que têm alguém sob a responsabilidade é um rei. O líder que tem seguidores fortes é glorioso, se não conseguiu influenciar pessoas atrás de si, mostra sua fraqueza. Conter a ira é um sábio proceder. O iracundo (espírito impaciente) faz pública a sua estultícia. Mostra-se sabedoria pela longanimidade (dificuldade em irar-se); através da expansão da ira mostra-se a loucura, e o que é pior, sempre em público. A vida constantemente vivida em inveja produz males físicos. “podridão dos ossos”, é um fato biológico. Um espírito tranquilo, além de ser moralmente correto, faz bem para a saúde física (v.26-30).

 

6.Jó 31.15-16 - Deus é o Criador do pobre. Desprezar o pobre é desprezar o Criador. O pobre sempre foi explorado, pois ele não exige muito, visto que não está em condições para isto. Note que na Bíblia o pobre é alguém que luta com dificuldade, esperando alguma oportunidade melhor, mas de modo nenhum é um ocioso, mendicante. O justo, ainda que não muito estimado no mundo tem a sua esperança firme na morte, pois sabe o que vem após esta. O discreto ou prudente não faz propaganda de sua sabedoria. No entanto, outros acabam por descobrir, assim como o tolo acaba sendo descoberto. Um povo consumido pelo pecado não tem honra, mas um povo de um governo justo é honrado e serve de exemplo. Não se trata de nações ricas e célebres, pois neste caso, muitas nações estão nesta posição, sem contudo, temerem ao Senhor. Israel, sim, será uma nação exaltada no Milênio, por causa da justiça, que é o Messias. Quando no livro de Provérbios é mencionado o rei, isto é geral e específico. 1) Geral porque todo rei de qualquer nação quer servos prudentes. 2) Específico porque trata do Messias, o Rei dos Reis (v.31-35).

 

Capítulo 15: Outros contrastes

1.A expansão da ira gera maior contenda, bem como palavras duras. A palavra suave alcança os humildes. Jesus falou severamente com os arrogantes, porém, aos que queriam, de fato, aprender Ele falava suavemente. Portanto, com alguém fala duramente é para o rebelde que não parece querer aprender com a mansidão. A sabedoria é embelezada pelo falar dos sábios. Moisés ao matar o egípcio esqueceu de “olhar” para cima (Ex. 2.12). Nada escapa aos olhos do Senhor, seja pecados ou boas obras (1 Tm 5.24-25). A língua pode ser uma bênção ou maldição; produzir frutos de vida ou entristecer outros e a si mesmo. Ouvir o pai já mostra sabedoria e prudência, o contrário também é verdade: quem não aceita mostra tolice e não “liberdade” como alguns jovens afirmam (v.1-5).

 

“O curso da vida do perverso é uma abominação a Deus, não há nenhuma oferta que ele faça a Deus que pode fazê-lo aceitável, pois seu coração está resolvido a continuar em pecado. O justo é considerado amigo de Deus, cuja oração é o prazer de Deus e de quem Ele está muito perto.”[20]

 

2.Quando o ímpio pensa que está armazenando ganhos, está na verdade, ajuntando perturbação. O justo, porém, acumula grande tesouro. Através das palavras plantamos conhecimento nas mentes das pessoas. Ninguém agrada a Deus se a vida não for como Ele quer que seja. Assim, as esmolas e orações de um incrédulo nada valem. O erro está desde o interior do incrédulo (o perverso), que não está humilhado e não reconhece sua real condição de pecador. Sim, Deus tem Suas preferências: o justo ao injusto, o reto ao perverso, o fiel ao infiel, o obediente ao desobediente. No versículo 8, mostra o que Deus pensa do louvor dos ímpios. Ninguém que não aceita correção pode, sequer, pensar que é espiritual (v.6-10).

 

3.Hb 4.13 - Se Deus acompanha a atividades dos mortos, é claro que tem controle sobre os corações dos homens. Nenhum pensamento passa desapercebido por Deus, embora, às vezes passa desapercebido de nós. Ajudar um escarnecedor é muito difícil dada a inimizade que será suscitada, caso ele não aceite a repreensão, o que é muito fácil de prever. O rosto reflete (em geral) o estado do coração. Alguns perdem a paz de espírito, quando em aflição. Pensamentos tristes esmagam o espírito. As circunstâncias não importam, e sim a atitude de coração diante delas. O tolo se alimenta (apascenta-se) de tolice, portanto, “morre de fome”. Quem está vivendo em opressão vê todas as coisas de modo pessimista, mas aquele que tem paz mental vê boas perspectivas (v.11-15).

 

4.O temor do Senhor é melhor do que o bem-estar financeiro, onde frequentemente há perturbação. Comer verduras num lar amoroso é mais gostoso do que churrasco onde há contenda familiar.  Não deve ser um pretexto à preguiça, muitas vezes encontrada no pobre, pois ser pobre sem o temor do Senhor coloca-o numa situação igual (ou pior) do que o rico na mesma condição espiritual. “boi cevado” = boi gordo. As contendas dependem mais das pessoas do que do assunto em si. O longânimo cala-se, o iracundo ofendido continua retribuindo e produzindo contenda. O caminho aparentemente mais fácil é cheio de dificuldades. A dureza do filho é mostrada aqui no fato de desprezar a própria mãe com suas atitudes insensatas (v.16-20).

 

5.A alegria excessiva e descomprometida é muito associada com a falta de retidão. A pessoa de entendimento (discernimento) procura andar retamente (olhando diretamente diante de si, 4.25). Não só a palavra certa é boa, mas o momento em que ela é dita. Aqui fala de quem quer decidir algo deve buscar conselhos e por sua vez, o conselheiro deve ter boas palavras no tempo certo. O entendido deseja sempre o caminho da sabedoria. Aqui teríamos uma excelente base para dizer que o céu (a presença de Deus) é um lugar físico-espiritual para cima; e o abismo (Sheol) é um lugar físico-espiritual, para baixo. No entanto, sabemos que na destruição do Universo não haverá pontos cardeais ou qualquer ponto físico de referência. Sendo assim, apesar de crermos na literalidade da Bíblia, não sabemos explicar como se dá a questão física e geográfica das duas realidades: céu e inferno (Ef. 4.9). Deus cuida das viúvas de um modo especial (Sl 68.5, Zc 7.10, Jó 3.16). Os fariseus também tinham um interesse especial pelas viúvas (Lc 20.47). Certamente há bênçãos em respeitá-las e cuidar delas. As viúvas crentes no geral se destacam nas orações por outros (v.21-25).

 

6.Deus se agrada das palavras do puro, pois além de ser sincero, tem as mesmas palavras de Deus, pois alguns são sinceros para consigo mesmos, mas não possuem as palavras de Deus. Note que o perverso já desagrada a Deus, antes mesmo de proferir qualquer palavra. Ao invés de enriquecer a família, através do ganho desonesto, tal pessoa está causando ruína para o lar. “Odiar presentes” = odiar o suborno e propinas. Ao contrário do precipitado, o justo é comedido nas palavras, calculando o que vai falar antes de falar. Aqui mostra o que Deus pensa da oração dos ímpios e das orações do justo (1 Pe 3.12). A luz dos olhos refere-se ao olhar amigo e a boa notícia é a palavra amiga a seu tempo, até para a saúde física faz bem (v.26-30).

 

7.O bom ouvinte da repreensão terá a honra de estar entre os sábios. Portanto, essa posição não é obtida por esforço próprio, mas através de uma vida dependente de Deus. Nem sempre se obtém entendimento somente pelo ensino, mas também pela repreensão. Não só repreensão passiva (quando recebo) e nem só ativa (quando repreendo alguém), mas também contemplativa (quando observo a repreensão em alguém). Ninguém pode ser verdadeiramente honra se não honra ao Senhor, temendo-O. Isso é humildade e logo adiante vem a honra (v.31-33).

 

 

 

 

 

Capítulo 16: A confiança no Deus sábio

1.Nesses oito versos percebe-se claramente a Soberania de Deus a respeito dos caminhos e dos planos dos homens (16.1-7, 9).

 

v.1 e 9 O homem tem a liberdade de planejar, mas a soberania de Deus nunca é frustrada.

v.2 A escala de medida de Deus para pesar os espíritos (o ser humano) é a Bíblia.

v.3 Precisamos estabelecer os pensamentos antes de agir. Para ter os pensamentos estabelecidos é preciso entregar os planos a Ele.

v.4 Não significa que Deus é o autor do mal, mas que nada fica sem resposta para Ele. Não há “acidentes” em Sua soberania.

v.5 Parece que este verso deixa o pensamento central da soberania, mas não. Deus é o punidor da arrogância. “mão à mão” é uma alusão ao aperto de mão. Ainda que o arrogante faça aliança com cúmplices não estará livre do castigo divino. Ainda que alguém apoie o arrogante, este não estará justificado.

v.6 É claro que o Senhor é quem expia a culpa, mas somente mediante a misericórdia e verdade Dele e, também, com o arrependimento alguém teme a Deus, desviando-se do pecado. A ênfase continua na soberania de Deus. Sem a misericórdia Dele estaríamos perdidos, ainda que quiséssemos abandonar o pecado.

 

2.O ganho justo é preferível às riquezas iníquas. O líder é alguém investido de autoridade divina para decidir (adivinhação), por isso, deve decidir de maneira correta, pois assim é que se estabelece a boa liderança. A justiça é praticada por incrédulos também, mas só porque ele foi feito à imagem de Deus. Todo tipo de justiça no mundo tem origem na justiça de Deus dada ao homem. O crente não tem razão alguma para ser injusto, pois além de ter sido feito à imagem de Deus, recebeu a justiça Dele através de Jesus Cristo, o Seu Filho. A justiça é vista no dia a dia, como no exemplo do versículo, nos pesos e medidas. O rei (alguém que exerce autoridade) se alegra com o veraz; e muito mais o Rei dos Reis se alegra com súditos que saibam usar bem a língua. Rei em Provérbios também pode se aplicar a qualquer um que tem poder sobre alguém. Alguns reis são caprichosos e queimam-se em ira por pouco; outros ficam irados justamente. De qualquer modo o sábio prudente consegue agradá-lo. Quem deixa o rei feliz terá honra e prosperidade. Como não somos governados por nenhum rei ou regime único, aplicamos esse princípio em relação ao Rei dos Reis (v.10-15).

 

3.A sabedoria está acima das riquezas. Esta verdade já foi vista de diversas formas no livro de Provérbios. Andar no caminho de retidão preserva a comunhão com Deus, que é a verdadeira vida que o crente piedoso procura. A queda de Lúcifer deu-se por causa da arrogância. O novo convertido não deve ser líder para não se arrogar e cair. Portanto, o arrogante está a caminho da queda. Os soberbos ganham honra por pouco tempo. Não há perda em ser humilde. Deus recompensa o obediente. Da mesma forma o que confia no Senhor será galardoado. No hebraico “dabar” (assunto) pode ser traduzido como Palavra. Assim o que atenta sabiamente para a Palavra de Deus será recompensado (v.16-20).

 

4.Quem consegue falar com doçura consegue maiores resultados no ensino. Mas aquio uma observação: a doçura deve ser sincera. Pois em outro lugar Provérbios adverte contra os “lábios de mel”, pois ali pode existir “veneno”. Em outro lugar, os lábios que aparentemente ferem são melhores que os beijos falsos. Na cultura do V.T. fonte de água era um dos mais preciosos bens que alguém podia ter, por razões óbvias. Aqui o entendimento é comparado com tal fonte. Alguém que possui entendimento tem tudo, e ainda, pode beneficiar outros, já que uma fonte servia para o possuidor e para os vizinhos. O coração dos sábios “diz” para a boca o que falar. Portanto, o problema não está exatamente no falar, mas no coração. Palavras de sabedoria fazem bem para a alma e para o físico. A vida espiritual verdadeira não pode ser imitada com perfeição, pois o resultado revela se alguém vive a vida de Deus ou imita esta vida (v.21-25).

 

5.Ou seja, a fome incita o homem à sua tarefa. Isto se aplica a muitos aspectos, como por exemplo, à busca da sabedoria. Quem já errou muito, tentando acertar, terá uma fome grande por sabedoria. Aqui um homem que busca o mal como um tesouro escondido e espalha a calúnia como uma fogueira. Os amigos podem separar-se diante das contendas e difamações. Quando em apertos alguém difama o próprio amigo, a amizade já não representa mais nada. O valentão consegue os seus desejos, mas de forma ilícita e até faz pessoas errarem. Exemplo: Coação à mão armada. A prática da maldade não depende de palavras (v.26-30).

 

6.Os cabelos brancos (cãs) são belos e honrosos quando o dono guiou sua vida pelo caminho justo. Sobre a glória do jovem ser a força: o jovem do VT era atlético e gastava algum tempo para isto. Não é de estranhar Elias correr 40 Km sem pausa. 1 Tm 4.8 não condena o exercício, mas em valor relativo às coisas do alto, é lógico, vale menos. Aqueles que acham uma virtude de poder ser iracundo, não conhece este versículo. É melhor dominar-se do que dominar uma cidade (Tg 1.19-20). O iracundo é inseguro como uma cidade sem muros. Regaço = colo. Usava-se a pedra Purim, lançando-a para decidir a sorte de algum assunto, porém, na confiança que o próprio Jeová intervia nos “dados”. O território foi distribuído por sortes (Js 14.1-2). Também o serviço do Templo (1 Cr 25.8). Os residentes em Jerusalém (Nee 11.1). A última referência foi antes do Pentecoste (At 1.24-26). A igreja não precisa mais disto, pois o Espírito Santo revela todas as decisões (v.31-33).

 

“A sorte – Antiga prática que decidia os assuntos duvidosos. Os eventos embora comuns para os homens, deve, ser dirigidos pela providência de Deus.”[21]

 

Capítulo 17: A disposição para a paz

1.Elias viveu melhor no vale, comendo pão seco do que no palácio do perverso Acabe; Moisés viveu mais perto de Deus no deserto de Midiã como pastor do que no palácio de Faraó, onde predominava a idolatria. Um escravo prudente é melhor que um filho infiel. Lembre-se de Abraão que tinha um servo fiel, Eliézer. Já Davi, um filho que abertamente se rebelou, Absalão. Fica entendido que é diante do Senhor que o homem deve prestar contas. A maneira Dele julgar é tão apurada quanto o fogo. Quanto aos crentes fiéis o resultado da prova é benefício. Quando há receptividade às palavras maldosas, estas além de causar prejuízo, mostram o caráter do ouvinte. Por outro lado, palavras maldosas morrem no “vácuo” quando ignoradas. Portanto, há o ouvinte inocente e o ouvinte culpado. A Bíblia não fala que Deus tem preferência pelo pobre, mas que Ele tem preferência pela justiça, sendo que o pobre é apenas um dos alvos da injustiça dos exploradores (v.1-5).

 

2.Os filhos deviam ver nos pais a sua glória. É evidente que este provérbio retrata uma família bem constituída. Os que não tiveram bons pais não os verá como glória e certamente carregam por anos (alguns a vida toda) essa tristeza. O perdão é necessário, mas não muda o passado dos pais, porém, é a solução para o filho desafortunado. Um nobre deve viver à altura de sua posição, pois o tolo vive conforme o seu próprio padrão, que é a tolice. O suborno dá resultados, senão, não seria tão praticado. “Pedra preciosa ou pedra de favor” = pedra mágica no original. “Resolver o assunto” é o mesmo que “trazer o assunto à baila”. Trata-se da repetição de um assunto já tratado. Um assunto tratado deve ser “enterrado” para nunca mais vir à tona. Note: um assunto resolvido. Boas amizades terminam por falta de observar este princípio. Como não sabemos como o amigo agirá, podemos afirmar que a amizade não é “eterna”. O tolo é irremediável (logicamente sem o quebrantamento de seu orgulho). O tolo no período da Tribulação, receberá tanto castigo, mas nem isso o fará mudar de seu estado arrogante (v.6-10).

 

3.O rebelde não precisa procurar nada, pois o que ele está promovendo (rebeldia) virá contra si mesmo por mãos do mensageiro cruel. Mas terão sua paga (ver 21.7). O tolo chega a ser perigoso para a vida daquele que se envolve com ele. O pai de Salomão deixou uma triste herança para a família por esquecer-se desse princípio quando do assassinato passivo de Urias. As contendas começam com bem pouco, mas depois de dar vazão transforma-se numa “enxurrada”, impossível de controlar. Por isso, fuja antes de entrar nessas “águas”. Ilustração: Na Holanda, as frestas dos diques são restauradas, pois seria um alagamento para o país, como de fato, já ocorreu. Não é bom punir um inocente e muito menos um nobre por ter praticado justiça (v.11-15 e 26).

 

4.Suponhamos que a sabedoria estivesse à venda por dinheiro: ainda que o tolo tivesse o valor disponível de nada valeria pois não saberia como usá-la. Portanto, sabedoria requer antes de tudo um coração inclinado (interessado) para ela. Na angústia o verdadeiro amigo será revelado (v.17).

18.Deus mostra de maneira bem clara qual é a Sua preferência sobre o assunto de fiança. Nada tem a ver com o socorro ao amigo necessitado, que é a obrigação do irmão. O contencioso ama o pecado. O que espera às portas da contenda receberá o convite para entrar nela e arruinar-se. A língua dobre procede de alguém em conflito entre duas partes e para “livrar-se” do aperto opta por mentir (v.16-20).

 

“Oh! Que fonte de inexpressível alegria tem meu pobre coração no momento que encontro uma visão de Jesus, o amigo que ama sempre e o irmão que nasce na adversidade.”[22]

 

5.Este provérbio não entra no mérito da questão de ter-se educado mal um filho, mas na tristeza que causa o filho tolo, pois o filho, independente da formação que recebeu, responde diante de Deus individualmente. A alegria renova até o físico e muito mais a mente. Pior do que a doença é um coração doente. O louvor a Deus pode surgir e permanecer até na doença. Há muitas maneiras de suborno. Quem aceita suborno é ímpio e perverte a justiça. Há uma frase curta e verdadeira: “O dinheiro fala”. O tolo está sempre insatisfeito, por isso, seus olhos não ficam no presente, mas sempre “pelas extremidades da terra”, sonhando com algo que na mente dele seria melhor. O sábio vê sua satisfação “no rosto”, ou seja, na sua frente (não vive de sonhos). Em determinadas situações o melhor é calar-se. Até o tolo que age assim deixa de ser totalmente tolo (v.21-28).

 

Capítulo 18: Várias virtudes, entre elas a virtude da fidelidade

1.Ninguém obterá sabedoria isolando-se. Aliás, isso é contra toda a sabedoria. O separatista é um egoísta que pensa que sabe mais do que os outros. Claro que temos de nos separar do pecado, mas nunca nos afastar com o fim de julgar-nos superiores. Quem retém o que sabe e não ensina a outros, está indo contra a sabedoria também. O tolo é egoísta, somente os seus sentimentos é que interessam e este sente necessidade de expressar o que está no coração. Algumas pessoas carregam consigo o desprezo, causando constrangimento no ambiente saudável. O que existe dentro de um sábio é tão profundo que se transbordar como ribeiros dará vida para quem estiver perto dele. O contrário também é verdade: um tolo espraia loucura. Outro ato de injustiça: favorecer o ímpio em detrimento ao justo. O contrário também é verdade. Às vezes um injusto está com a razão num momento específico, e não devemos favorecer o bom só porque é bom. Cada caso julgá-lo como singular (v.1-5).

 

“O original aqui é difícil [18.1] e de diferentes entendimentos. 1. Alguns usam como uma repreensão ao solteiro, o qual, embora tão absurdo, gratifica-se de um desejo de vanglória e se intromete com o que não pertence a ele. Ele busca somente o seu desejo e se intromete com os negócios dos outros, julgando cada pessoa. Ele se torna... arrogante. Geralmente é opinativo e pretensioso... 2. Nossa tradução parece usar como um ânimo diligente em perseguir a sabedoria. Se obtivéssemos conhecimento e graça, deveríamos desejá-los... (1 Co 12.31). Nós devemos nos separar de todas as coisas que nos desviam ou nos atrasam na perseguição, deixando o barulho das vaidades deste mundo, e, então, buscar com todos os meios e instrução da sabedoria, sermos voluntários para tomar as dores e tentar os métodos de melhorar a nós mesmos, adequarmo-nos às várias opiniões para podermos experimentar todas as coisas e agarrarmos aquilo que for bom.”[23]

 

2.O de palavras contenciosas está como que pedindo o castigo para si. A conversa do tolo o coloca em problemas. Para quem está doente espiritualmente a difamação e a fofoca são prazerosas. Desperdiçador é também um destruidor. Quem deixa um serviço incompleto por negligência é quase o mesmo que aquele que o destrói. O único refúgio seguro é Jeová. É uma bela figura, alguém correndo do perigo de guerra para a Torre Forte. Há estabilidade no Senhor. O rico pensa que está muito bem protegido, mas vive de imaginações e não de certeza, como é o caso do justo do v.10. Diante da queda vai a arrogância. Antes de vir a honra é porque houve a humildade (v.6-12).

 

3.A precipitação mais o mau uso da língua formam uma vergonhosa dupla, denunciando o que tal obra pratica como um tolo. É muito importante ter todos os fatos antes de expressar qualquer opinião. Estar doente já é difícil; e caso o espírito também esteja abatido tal pessoa está em grande aflição. Quanto mais alguém obtém conhecimento, mais sábio fica, e mais necessitado se acha, portanto, mais busca. Aqui não é necessariamente uma atitude errada. Existe presente (sohad = presente interesseiro, suborno); e presente (mattan = um gesto de paz ou cortesia inocente, que é o caso). Também “minhah” (1 Sm 17.18, 43.11). É justo ouvir e examinar as duas partes em conflito, pois o primeiro sempre parece ter a razão. Alguns pleitos difíceis de resolver pelos juízes eram decididos pelo Senhor, através da sorte (método aprovado por Deus). O equivalente hoje é orar, entregando ao Senhor e alegrar-se na decisão Dele (v.13-18).

 

4.Contendas firmam a inimizade, dificílima de reconquistar se a pessoa ofendida se recusa a abrir as portas, através do perdão, que é a chave desses ferrolhos. Napoleão Bonaparte dizia: “Neutralize o inimigo”, o que serve de ilustração para nós: evite as contendas para que os “palácios” da amizade não se tranquem. Isso não significa, por outro lado, complacência com atitudes erradas, ainda que por amigos íntimos. Morte e vida para o que ouve e para o que fala. Cada um sofrerá as consequências de suas palavras, ou se beneficiará delas. É claro que a ideia é achar uma esposa fiel e ajudadora. Quem ama a esposa e vê nela uma bênção do Senhor deve sempre agradecer. O pobre precisa do rico, e normalmente o rico o despreza. No hebraico: “O homem que faz muitos amigos o faz para a sua própria destruição”. O contraste vem a seguir onde mostra que há UM amigo digno desse nome, para nós é Jesus (v.19-24).

 

Capítulo 19: Humildade

1.Pobreza não é sinônimo de perversidade. Existem pobres que são nobres em seu caráter. Os valores do mundo não são assim, o mundo prefere ao rico, ainda que desonesto. A natureza humana tem pressa nas realizações próprias. Porém, a maneira de Deus (nem sempre “rápida” como queremos) é totalmente eficaz e sábia. A imprudência aqui seria o caso de orar e correr à frente da oração, pensando agir mais rápido do que o próprio Deus. Este é um dos caminhos mais perigosos para alguém: irar-se contra o Senhor. Deus nunca é culpado, sempre nós. Lembremos que a ira de Saulo, antes de tudo era contra o Senhor, a quem pensava ser fiel. Alguns têm amigos por conveniência. Acabando o interesse (o elo que os liga), acaba, também a amizade. É de se desconfiar que alguns elos da amizade (Tg 2.2-3). “Granjear”= atrair, conquistar. Embora essa falsa testemunha prejudicou a vida de um justo, terá seu pagamento (Dt 19.18-21). Nabote não foi vingado na hora e nem Jesus. Mas Deus tem o tempo da vingança. Portanto, este versículo confirma o “efeito boomerangue” (v.1-5).

 

2.No mundo antigo esse termo confundia-se, às vezes, com primos e outros parentes. É universalmente conhecido que nem todos os irmãos são amigos. Existe muito ciúme envolvido e quase sempre por falha dos pais, que dão maior atenção a um em relação a (aos) outro (s). Exemplos: Isaque preferia Esaú e Rebeca Jacó. Jacó preferia José e Benjamim. Nem sempre um irmão rico socorre o irmão pobre (v.7). Aqui temos três erros comuns: 1º) acomodar-se às ajudas recebidas, fazendo amigos dessa forma. 2º) conservar amigos na base de presentes. 3º) desprezar o amigo que realmente precisa. Obter sabedoria é amar a si mesmo como convém. A falsa testemunha não quer se envolver com a verdade para livrar os inocentes, mas esta não ficará sem punição. “Embora não seja detectado pelos homens... Deus que conhece todos os corações e ações não o deixará sem punição...” (Gill, 19.5) O crente que mente está andando como um incrédulo que é passivo de condenação e isso não convém aos salvos. (2 Ts 2.11-12) (v.6-9).

 

3.Não combina a alegria para o tolo, pois o procedimento dele não o leva a merecer. Assim como não combina o servo dominar os senhores. Existem mais 4 referências em Provérbios de coisas absurdas que não combinam (11.22, 17.7, 26.1, 30.21-23). É prudente ser longânimo e também glorioso. Alguns veem como fraqueza, mas o Deus Todo-Poderoso não O deixa de ser, mesmo sendo compassivo e tardio em ira e vingança. Paulo diz que não é sem motivo que o governo pune. Pedro também diz que o normal é receber bênçãos das autoridades se for bom e castigo se for mau. Encontrar uma esposa é até melhor do que a herança, mas caso esta não seja sábia, a sensação é comparável ao gotejar incessante, referindo-se à implicância (ver 21.19). O preguiçoso destrói a si mesmo sem que o perceba; senão financeiramente, mas no caráter moral (v.10-15).

 

“Um antigo intérprete… explica assim: ‘o qual pinga, pinga e sempre pinga.’ Um provérbios árabe, o qual ouvi uma vez de Wetzstein, diz que há três coisas que tornam nosso lar insuportável: altakk, a goteira da chuva; alnakk, a contenção da esposa; e albakk, insetos.”[24]

 

4.Jesus disse que os amigos dele são os que obedecem aos mandamentos. A maturidade espiritual é evidenciada na obediência. Ajudar um pobre é um empréstimo a Deus e o pagamento é fiel e corrigido. Todos lembramos das palavras de Jesus: “A mim o fizestes”. A disciplina física deve começar cedo. Há limite de severidade, pois se houver excesso, o objetivo é perdido. Podemos ver de duas maneiras: 1. Um iracundo não pode ter espaço, pois terá um novo “acesso de explosão”, caso não seja reprimido. 2. Quem não controla o seu próprio gênio ficará em apuros constantemente. Receber instrução faz uma pessoa ser sábia. Ninguém se torna sábio numa reunião de oração ou numa decisão pública ou particular. Mas ouvindo e aplicando no decorrer dos anos de vida (v.16-20).

 

5.É uma repetição do pensamento sobre a soberana direção de Deus. A solução final é do Senhor. Todos querem o que lhe faz bem e o rico, neste caso, é o mais felizardo, porém, existe algo melhor do que isso, é ser um pobre prestativo. Neste versículo está subentendido que o rico mencionado é mentiroso em suas promessas (o que não é verdade em todos os casos, evidentemente). Temer a Deus é conhecê-Lo em Seu caráter. Quem o conhece estará satisfeito. Quem teme a Deus não temerá nada mais, pois nada é maior do que o Senhor. Ele é tão preguiçoso que embora coloque a mão no prato (ao invés de no seio), tem preguiça de levar à boca (hipérbole). Isso se vê no reino espiritual. Quando o crente tem a Bíblia em suas mãos, mas tem preguiça de usá-la (v.21-24).

 

6.O simples, apesar de ser ingênuo, fica assustado ao ver uma repreensão e isso pode incentivá-lo ao conhecimento. O entendido aceita a repreensão e entende. O escarnecedor é irremediável. É um sem afeição natural (Is 1.2). Não importa se os pais não foram tão bons, o filho deve honra e obediência. Este versículo alerta para não ouvir a instrução somente por ouvir e depois errar novamente. O hebraico diz assim : “Cessa, meu filho, de ouvir instrução para errar...” O apetite que o perverso tem pela iniquidade é colocado aqui pela palavra “devora”. Justiça para este só para ser zombada. Muitas vezes o escarnecedor é visto como um tolo, pois ele o é, de fato. Deus está registrando as atitudes do escarnecedor que não ficará impune (v.25-29).

 

Capítulo 20: Sobriedade, diligência e bondade

1.O álcool tem destruído muitos lares, muitas vidas, muitos negócios, em todos os lugares do mundo e não só no Brasil. A Bíblia condena claramente a bebida fermentada, que é forte o suficiente para embriagar. Por isso, seria incoerente pensar que Jesus deu este tipo de bebida no casamento em Caná da Galileia. O rei dá honra aos merecedores, mas despreza os desobedientes. Ver 1 Rs 11.28. O crente sábio não deve prolongar uma questão. O tolo não só prolonga uma questão como busca outras contendas para intrometer-se. O inverno foi a desculpa para não sair de casa (chuva e vento frio). Porém, na época da colheita não tem o que colher. Quem ajudará o preguiçoso? Em decorrência da falta de ajuda o preguiçoso queixa-se de sua sorte e, ainda, acusa os outros de dureza de coração! O sentido deste versículo é que o íntimo de uma pessoa é oculto e quase impossível desvendar. Quase porque alguém, provido de entendimento tem a capacidade, dada por Deus, de trazer para fora as intenções de outra pessoa. É o trabalho do conselheiro dedicado e com entendimento (v.1-5)

 

2.Cada qual pensa que é bom e por isso, quer ser honrado. Mas sob qual ótica ele é bom? Pela sua própria, portanto, não merece honra. Os bons são honrados até pelos maus (14.19 compare com 1 Sm 2.36). O injusto, de certa forma, também anda em sinceridade (em sua própria sinceridade), mas não em integridade. A prova final são os resultados que o tempo desvenda. A melhor herança dos pais para os filhos é a justiça. A autoridade do rei é reconhecida e temida. Ele é honrado e distribui recompensas e castigos conforme as obras de seus súditos. O verbo “dissipa” no hebraico é “joeira”, isto é, separa a palha do trigo; a analogia mostra que o olhar do rei é investigador, ele conhece cada um. Diante de Deus quem é puro? Provérbios encara o pecado de modo muito severo. Nada menos do que a santidade é aceito por Deus. Deste modo, diante Dele todos somos miseráveis, carentes de Sua misericórdia. Este versículo literalmente é assim: “Uma pedra e uma pedra e um efa e um efa”. “Pedras eram usadas nos tempos antigos para pesar e um ‘efa’ era a medida comum entre os judeus; e estes não deviam ser diferentes; uma pedra ou peso para a compra e outra para a venda...” (Gill) (v.6-10).

 

“Todas as mentiras de nossa vida estão visíveis a Deus. Ele conhece muito bem as transações do banco, escritório... e as balanças do armazém. Nada escapa de seu conhecimento; e para todo o ato de engano há um inevitável Nemesis [vingança, retribuição].”[25]

 

3.Deus não vê a criança apenas como um futuro adulto, mas como de fato é, uma pessoa que até certo ponto responde por seus atos e sabe o que está fazendo. As atitudes de uma criança mostram sua culpabilidade e também, seu bom caráter, quando assim for. Este provérbio é um enigma. Portanto, ler apressadamente não é a maneira de entender, pois é preciso pensar. Deus fez os olhos e os ouvidos. Esses membros têm funções específicas e quem os possui deve usá-los. O conselho é: observe bem a vida e ouça bem, assim será sábio. Em outras palavras: “Vá trabalhar”. O levantar cedo está quase sempre ligado a atividades frutíferas. Aqui é descrita de maneira bem cômica a natureza humana: o pechincheiro, na hora de comprar diz que o artigo não presta, depois de comprado mostra aos amigos e diz que bom negócio fez! O mais grave é tratar certos assuntos espirituais como se fossem artigos de “pechincha” (Hb 12.16). Boas palavras valem muito, por isso pessoas devem ser medidas com base no que têm: conhecimento ou falta de conhecimento (v.11-15).

 

4.A Versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) diz: “Quem aceita ser fiador de um estranho deve dar a sua roupa como garantia de pagamento.” Deus revelará toda a desonestidade. Alguém começa deslizando um pouco com a verdade, depois obtendo vantagens em ludibriar os outros; ao final já está bem treinado na mentira, até que a sensação será como pedrinhas de areia entre os dentes. Os pensamentos são vazios até buscar um conselheiro quando firma os pensamentos e os corrige, se necessário (Lc 14.31). O perigo de quem elogia. Como não conhecemos o coração de alguém, a Bíblia manda não confiar muito nas lisonjas. Claro, que o elogio sincero só tem a contribuir para o crescimento de outro. A consequência da desobediência aos pais é uma desorientação em sua própria vida. Se os pais foram uma bênção devemos dizer, se não foram devemos calar-nos (v.16-20).

 

5.É pecado buscar a riqueza rapidamente. Por dedução, entende-se que ficar rico de maneira natural não é pecado. Ver Hc 2.6. Stephanie Luetkehans falou muito bem sobre a ganância quando disse: “Ter tudo não significa necessariamente ter tudo de uma vez”. Melhor do que a vingança é esperar pelo Senhor. Quantos erros cometemos por tentar resolver uma ofensa a nós dirigida! Ver v.10. “Embora possam ganhar no presente, experimentarão perda no final, sendo que trará maldição em tudo que ganharem.” (Gill) (v.23). Novamente sobre a soberania dos planos de Deus. O sentido é que eu não posso entender o meu próprio caminho, pois nunca passei por este. O Senhor tem todos os nossos passos contados. Somente Ele pode saber o que sucederá. Não fazer um voto até que esteja certo de que pode cumprir. É o caso de decisões públicas para a obra missionária, sem de fato, levar adiante (Ecl 5.5) (v.21-25).

 

6.O rei despreza o desobediente. Como a roda debulhadora passa sobre o trigo, assim o rei castiga o desobediente. O homem (espírito) é a lâmpada do Senhor, porém a luz é o próprio Senhor. Deus nos conhece profundamente. O espírito é a parte do nosso ser que comunica com Deus. O uso hebraico da palavra ventre é para designar o mais íntimo do ser. Até o incrédulo tem essa lâmpada (espírito=ruah). 1 Cor 2.11 - a parte mais forte da lâmpada (espírito) do incrédulo é a consciência. Do crente é a Nova Natureza, regida pelo Espírito Santo. O rei tem Honra, por causa de sua virtude e não apenas por causa de sua posição real. “Isto é algo excelente neles, e é honra para eles quando esta força é empregada no serviço do seu rei e país, e especialmente no serviço de Deus...” (Gill) “Jovens e velhos não devem desprezar um ao outro... ambos são úteis, um para a força e o outro para o conselho, e assim deve ser na igreja de Cristo.” (Gill). A disciplina física purifica dos males do caráter e penetram além da pele, indo ao mais íntimo do ser. É óbvio que é uma figura de linguagem e não um literalismo, o que seria tortura e não disciplina (v.26-30).

 

 

 

Capítulo 21: Justiça, paciência e submissão

1.Deus é soberano para mover as decisões de um rei. Foi o caso dos reis Artaxerxes, Dario e Ciro. “Ribeiros de águas”, refere-se aos canais de irrigação controlados pelos agricultores. O homem pensa que o seu caminho é reto, mas o julgamento é do Senhor (1 Cor 4.3-5). O mero formalismo nunca agradou a Deus, mas a piedade na vida diária é o melhor louvor do crente (1 Sm 15.22). Toda a honra que o ímpio supõe ter não é nada perante o Senhor, mas somente arrogância. Em lugar de “lavoura” ler “lâmpada”, que é o símbolo de prosperidade. Aqui é a figura do bom trabalhador. Ele tem em mente o fim do trabalho. Já o preguiçoso tenta compensar o tempo gasto em conversas e outros passatempos, com um desesperado ritmo de trabalho. O resultado é um serviço malfeito. Quando isso se torna hábito a pobreza vem, pois ninguém deseja os serviços dele (v.1-5).

 

2.Alguns vivem da mentira até para sustentar-se e enriquecer-se, mas como mostra o texto, essa riqueza é transitória. As rapinas ou espólio (destruição, opressão. Heb.= shode). Os ímpios são violentos e se recusam a praticar a justiça. O resultado será sua própria destruição. Subentende-se que o caminho todo perverso e estranho é o do homem perverso. As ações do homem puro são retas. Entendendo melhor o versículo: Sua vida revela que tipo de pessoa você é, de fato. Um casebre é preferível a uma mansão quando se tem uma esposa briguenta. O amor ao próximo é desconhecido ao ímpio, pois este quer o mal das pessoas. O homem não peca, apenas por fraqueza, mas por um forte desejo de contrariar a Deus (v.6-10).

 

3.O simples embora pecador, tem muito medo da punição; assim sendo, a repreensão do escarnecedor beneficia o simples que pode aprender a instrução. Aqui está a repreensão contemplativa. Deus que controla tudo tem o tempo certo para a vingança. O justo só pode confiar em Deus, mas não pode ir além disso. Já aconteceu muito na história, de ricos tornarem-se pobres. A advertência é que o rico não precisa esperar cair na pobreza para se identificar com o pobre. Esse sigilo mostra corrupção. Por exemplo, Jacó prevendo encontrar Esaú, mandava presentes adiante; não era necessário aquilo, pois o próprio Jeová é Quem abriria o caminho para ele. A prática de dar presentes interesseiros para aplacar a ira de alguém não é recente. Enquanto o justo se alegra com a justiça, o iníquo vê na justiça a destruição de seus planos. Andar longe da sabedoria de Deus é andar perto da morte espiritual e em alguns casos, perto da morte física (v.11-16).

 

4.O vinho em alguns casos é uma fuga dos problemas (família, culpa, pobreza, etc). Mas em muitos casos é o símbolo de prazer dos ricos, que nem sabem que são pobres. Is 43.3-4. Deus usa a queda dos perversos para abrir caminho para os justos. O contrário é verdade, no caso de Cristo (Mc 10.45, 1 Pe 3.18). Um ditado árabe (ver 19.13): três coisas intoleráveis numa casa: tak (gotejar), nak (implicância) e bak (percevejos). Um marido precisa ser muito paciente para suportar uma esposa briguenta. Isso é uma analogia, mas também pode ser literal. O tolo não sabe viver de maneira equilibrada e feliz, pois desperdiça tais oportunidades. Não fica claro quando virá a honra, mas é melhor desenvolver a justiça e bondade, esperando a honra no tempo de Deus (v.17-21).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O vinho e Israel. O vinho é mencionado cerca de 150 vezes no Antigo Testamento. O povo de Israel o considerava uma dádiva de Deus, juntamente com o azeite e o pão (Sl 104:15). Quando Isaque abençoou Jacó, pediu que Deus lhe desse, ‘do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto’ (Gn 27:28; ver também Dt 7:13). Porém, as bebidas mais comuns no dia-a-dia eram leite e água, não vinho; assim como a carne, o vinho era reservado para ocasiões especiais. Os israelitas também preparavam ‘bebidas fortes’ com frutas ou cereais fermentados. A embriaguez é condenada pela Lei e pelos Profetas, mas o uso do vinho não é proibido, exceto no caso de sacerdotes servindo no santuário (Lv 10:8-10) e de pessoas que tivessem feito o voto de nazireu (Nm 6:1-12).”[26]

 

5.A sabedoria é superior à força bruta. O poderoso constrói uma muralha com muita dificuldade, mas o sábio pode subir e derrubá-la. A palavra não comedida coloca o infrator em má situação. O escarnecedor sempre é presumido (pensa de si mesmo além do que convém) e por isso mesmo é arrogante. O desejo do preguiçoso é real e lícito, porém, morrerá desejando. Quem é ganancioso não ajuda ninguém, mas o justo não segura para si aquilo que não tem valor eterno (o dinheiro). Como já vimos Deus não aceita o louvor dos perversos, pois a própria posição de não-regenerados não permite, e agora um detalhe a mais: as intenções deles são impuras. Aqui existem dois assuntos: o 1º é sobre o falso testemunho e o 2º é a respeito do bom ouvinte, que por esta virtude, ganha a atenção e fica à vontade para falar, pois pessoas o ouvirão (“falará sempre” Lit. sem ser contestado) (v.22-28).

 

6.Endurecer o rosto é ter atitude independente de Deus. O reto vê, observa e aprende que obedecer é mais estável. A palavra hebraica para “considerar” é “assegurar” com o sentido de manter a estabilidade. Não há nenhum recurso contra o Senhor. Por outro lado, não há vitória se o Senhor não colocar Sua mão. Assim, é impossível lutar contra o Senhor, e também, é impossível lutar a favor do Senhor com esforço próprio (2 Cor 13.8) (v.29-31).

 

Capítulo 22: A obtenção e a preservação do bom nome

1.A honra é melhor do que as riquezas. A maioria dos ricos tem posições elevadas na sociedade, mas isso não significa que eles têm honra. A boa reputação vem pela maneira como alguém conduz sua própria vida. A diferença social sempre existiu e sempre existirá. O rico e o pobre são feitos pelo Senhor. Embora Deus é o criador de ambos, não é o Pai de todos. O simples é tão ingênuo e descuidado que acaba entrando em confusão “gratuitamente”. “O otimismo cego não é fé, é tolice”. A diferença do sábio é que quando este entra num problema é para resolver e não para “sofrer o dano”. O prêmio da humildade é, além de vida e riqueza, honra. O que está andando longe de Deus cairá em armadilhas (v.1-5).

 

2.As leis da moral e da educação quando incutidas em tenra idade marcam o caráter da criança para o resto da vida. A dificuldade que muitos encontram neste verso é explicar os desvios da mocidade e até em idade madura. O fato é que não há promessa de invulnerabilidade para nenhum crente se este não escolhe a persistência e isso é pessoal e não depende dos pais e de seus mestres. Alguns tentam resolver essa aparente discrepância interpretando da seguinte forma: “Ensina a criança no caminho que deve andar (que é o da rebeldia por natureza) e quando envelhecer não desviará dele”, ou seja, continuará em sua rebeldia. Essa maneira de interpretar não deve ter respaldo de muitos comentaristas (v.6).

 

3.Quem toma emprestado está sob a obrigação de outrem. Aplica-se à dívida, já que é uma outra forma de empréstimo. A questão não é tanto sobre se é correto ou não, mas sobre a consciência da obrigação diante do dono. Exemplo: Jesus tomou emprestado. A diferença é que Ele é o Senhor e tem como pagar (se é que precisa pagar!). O vingativo, sempre indignado contra o próximo, receberá o castigo de sua própria vingança, ou seja, o açoite dele contra o próximo será ineficaz, mas contra si mesmo será funcionará. Há pessoas que têm bons olhos para ver quem está passando necessidades e esse é abençoado por Deus. O escarnecedor gera contendas; ele não pode ser poupado. Isso é para o bem de todos (v.7-10).

 

4.Sendo que o rei é o alvo das atenções, alguém que queira conquistá-lo deve possuir lábios verdadeiros e amáveis. Obter o conhecimento (sabedoria) é uma segurança, pois entre a falsidade e a verdade prevalecerá a verdade e quem anda em sabedoria é guardião desta. Ele detesta o trabalho e inventa desculpas difíceis de acreditar. À primeira vista, parece que quando Deus fica irado com um homem, o destrói fazendo-o cair nos laços do adultério, mas como isto vai contra o caráter de Deus não podemos interpretar assim. O indiscutível é que o adultério é uma cova profunda e cair nele é ruína. A criança é estulta (insensata, tola) desde o seu interior. Isso se vai corrigindo pela disciplina física ou firmando-se sem essa disciplina. A tenra idade é a chance dos pais ensinarem (4.3-6). A disciplina física acrescida de amor paternal tem o poder “miraculoso” de mandar embora a estupidez, tão comum em todas as crianças (v.11-15).

 

5.Existe aquele que oprime o pobre para se enriquecer; e outro que favorece o rico com o mesmo objetivo. E aqueles que praticam as duas perversidades. Certamente empobrecerão, pelo menos, sob a perspectiva eterna. Provérbios não deve ser lido como se nada acontecesse com a vida do leitor. Ao contrário, o leitor deve “embebedar-se” dessa sabedoria, pois assim será como os sábios. O objetivo final é que as palavras sábias desse livro sejam fundidas no caráter do leitor sedento por sabedoria. A instrução não tem por objetivo primário trazer felicidade para alguém, mas para que a confiança de tal pessoa firme-se no Senhor. A felicidade é resultado disto. “Excelentes cousas”, três traduções para a palavra shilshom: 1.”até agora”, 2.”cousas excelentes”, 3.”trinta ditados” - Esta é a preferida de muitos, sendo que facilmente divide-se estes versos em 30 conselhos (v.16-21).

 

“Esta seção retorna ao estilo didático da primeira parte (caps.1-9), embora os poemas não são tão extensos e se apresentam, de modo geral, em forma de mandatos positivos ou negativos com algumas cláusulas a modo de comentário. Nestes capítulos encontramos alguns paralelos com a literatura sapiencial egípcia (Ensino do Amenemope) e aramaica (Palavras do Ahiqar).”[27]

 

6.Como Deus cuida dos órfãos e das viúvas, assim, também faz com os pobres. Lembre-se: pobre em Provérbios não é um irresponsável que não trabalha, mas um trabalhador que ganha o pão com dificuldade, ansioso por uma ajuda para melhores oportunidades. O iracundo não é uma boa companhia, pois a ira contagia e o fim é contra si mesmo. Sobre a maldade dos juros e dos agiotas trataremos mais tarde. Aqui trata do perigo de se tornar fiador. A advertência é não ficar por fiador e, também, sair do meio desse tipo de companhia (v.22-27).

 

7.Dt 19.14 - É o mesmo que roubar o pedaço de terra do outro. Alguns são totalmente contrários às ideias antigas, porém, é preciso examinar muito bem antes de desprezar os limites antigos. Roboão removeu os marcos antigos (foi um desastre!). A Europa removeu quase totalmente os marcos antigos da fé cristã. O trabalho diligente oferece oportunidades para a pessoa em todos os setores da sociedade. Isto também é verdade para com as coisas espirituais. Quem se dedica às verdades de Deus terá um crescimento e honra diante dos sábios (v.28-29).

 

 

Capítulo 23: Advertências contra a avareza, licenciosidade e outros vícios

1.O prestígio social quase sempre causa desconforto para um convidado que não é de tal nível social. Isto se vê claramente às refeições. Por isso, o alerta é muito maior quanto ao comportamento à mesa de um ilustre. Alguns gulosos quando ficam tensos comem mais ainda. Se for o caso o vexame é grande, por isso, deve “cortar a garganta”. Não há condenação em ser rico. A condenação é ter isso com alvo principal da vida. Quando alguém põe sua esperança no dinheiro, essa esperança dura o mesmo tempo que o dinheiro. Millôr Fernandes expressou o pensamento do ganancioso: “O dinheiro não traz felicidade, principalmente quando é pouco.” (v.1-5).

 

2.Uma sabedoria ao ser convidado para comer em alguma casa. À mesa vários assuntos surgem. Porém, alguém malicioso pode usar no futuro as palavras do convidado para prejudicá-lo. Infelizmente alguns compram outros oferecendo refeições. Exemplo: Jacó e seu irmão Esaú. Não se trata tanto de fugir de ajudar o tolo, mas que aquele que se aventura a repreender o tolo, deve ir preparado para a rejeição. Da mesma forma que as viúvas, Deus tem cuidado especial dos órfãos. Como não tem pai para protegê-lo, muitos quererão explorá-los, mas Deus luta por eles. A palavra “redentor” é “goel” que também significa “vingador”. O parente mais próximo devia resgatar suas propriedades e vingá-los em caso de assassinato (Nm 35.18-21) (v.6-11).

 

“[Ele] deseja passar a impressão de ser uma pessoa generosa quando, de fato, é um hipócrita. Ele é insincero, ‘o seu coração não está contigo’ (v.7). Quando sua mesquinhez começa a se tornar óbvia em sua atitude, maneirismos, expressões faciais, palavras e ações, etc., isso vira o estômago de seus convidados e em desgosto eles reconhecem que eles desperdiçaram seus elogios (v.8).”[28]

 

3.É uma admoestação incansável: busque a sabedoria deste livro. A sabedoria não é assimilada facilmente e nem é transmitida com facilidade. Disciplina aplicada com amor não matará a criança. O que matará é negligenciar a disciplina física, pois o caminho é certo para o homem natural: o inferno (muito embora a palavra Sheol às vezes quer dizer simplesmente morte). Disciplina e punição são diferentes: a disciplina forma caráter; a punição castiga caráter malformado (é o caso de criminosos). A firmeza dos pais na educação dos filhos é essencial para serem sábios. Porém, a criança fará sua própria escolha. No final se fizer a escolha sábia, o pai se alegrará. O filho sábio de palavras alegra o pai no mais íntimo do ser (v.12-16).

 

4.O temor do Senhor dá segurança na vida e esperança verdadeira. Esta velha admoestação ainda é tão útil para nós que esquecemos tanto. Salomão soube o que foi exaltar-se contra os ensinos de Deus e as feridas que o marcaram. Más companhias produzem maus costumes. Em festas dissolutas não falta o álcool e a glutonaria. Mas essa vida “boêmia” leva à miséria. Glutonaria, bebedice e preguiça: três pecados que levam à miséria espiritual e material. As más companhias afetam o caráter (ver 28.7) (v.17-21).

 

5.Pode ser tarde para pedir perdão à mãe por atitudes desonrosas, por isso, antes que ela envelheça ou até morra, é preciso manter um bom relacionamento com os pais. O melhor artigo que alguém pode comprar é a sabedoria e de modo algum deve desfazer-se dela. Um provérbio mostrando apenas o lado positivo e feliz de um relacionamento pais e filhos. Quem quer ser sábio precisa entregar-se ao mestre para não se entregar aos prazeres, conforme o v.27. Adultérios se multiplicam por causa de mulheres sem escrúpulos. De uma maneira cômica, porém, dramática esses provérbios narram um dia de um beberrão e o círculo sem esperança que é a sua vida. v.33 - os eruditos concordam que deve ser “coisas estranhas” e não “mulheres estranhas” (v.22-35).

 

Capítulo 24: Advertências contra as más companhias

1.Quem nunca teve inveja dos perversos? Asafe teve (Sl 73), porém é preciso acordar desse “pesadelo” enquanto há tempo. Aplica-se a qualquer planejamento. Quanto à família é bem verdade. Um lar feliz se edifica com sabedoria. Inclui a mobília de uma casa. A mais excelente construção de um lar é uma esposa submissa, um marido amável e filhos obedientes. A sabedoria é a força e esta sempre aumenta (consolida). Winston Churchill (1º ministro da Inglaterra), o maior estrategista de guerra de todos os tempos, era teimoso e de opiniões fortes, mas com paciência o seu médico, Lord Moran, tornou-se o seu conselheiro. Todas as noites Churchill o procurava, nem sempre para pedir conselhos, mas para derramar seu coração, esperanças e frustrações. Ninguém pode ficar sem conselhos (v.1-6).

 

2.O tolo não está à altura da sabedoria, na porta (entrada da cidade onde há juízes, anciãos e sábios) deve ficar calado. “Juízo”= porta, pois lá havia decisões e juízos. A opinião pública sobre esta pessoa é que trata-se de alguém de maus intentos; quer o mal dos outros, pois ama a contenda. Ninguém suporta um escarnecedor. O fato de conseguir contaminar um meio mostra a falta de alguém de coragem para expulsá-lo. Quando mais precisamos de força, esta não pode nos abandonar, por isso, é necessário cultivar uma paz mental para ter “reservas” nos momentos de lutas. Aqui está o pecado por omissão, ou seja, fugir do dever. Pode-se oferecer várias desculpas, porém, Deus vê e julga. Portanto, há o pecado de fazer mal a alguém e o pecado por não fazer o bem a alguém. É verdade que todo o pecado tem perdão, porém, a negligência embora perdoada, pode ser trágica, pois talvez não haja mais oportunidade de fazer o bem para alguns. Sabemos que até mesmo na lei civil, por exemplo, negar socorro é um crime passivo de punição (v.7-12).

 

“O crime negativo. A pergunta ‘Sou eu guardador do meu irmão?’ é respondida aqui com uma afirmativa enfática, pois a referência especial das palavras claramente condena como crime de omissão a favor do fraco e angustiado. Esse crime pode ser cometido em várias situações. Aqueles que são culpados disso podem estar totalmente indiferentes aos sofrimentos dos outros. Há muitos homens e mulheres que, se importam somente consigo mesmos e nunca com o sofrimento dos outros. Não importa a eles quem está faminto, desde que eles mesmos estão bem alimentados e quais privações outros podem estar passando, se eles mesmos estão supridos. Mas o crime é diminuído para covardia moral e a não voluntariedade de praticar a abnegação. Um homem pode se interessar suficientemente para o perigo de um irmão se afogando e lançar-lhe uma corda, mas ele pode se acovardar de lançar-se na água e arriscar-se a se afogar para salvá-lo.”[29]

 

3.Deus não é contra as coisas agradáveis, como alguns imaginam. A sabedoria é o maior prazer que alguém pode encontrar. Quem luta contra um justo luta contra Deus. O ímpio pode vencer o justo por um tempo, mas o resultado final o justo já conhece. O ensino do v.16 é de grande ânimo: não significa que o justo não cai, mas que ele não permanece caído. Exemplo: Pedro falhou muito, mas Jesus o levantava; Judas caiu uma vez e foi fatal. Talvez você nunca disse que está alegre pela desgraça de um inimigo, mas já pensou. Existem dois lados dessa questão: 1o Deus pode parar de castigá-lo por causa da atitude vingativa. 2o O pecado de alegrar-se na queda do inimigo é maior do que o próprio castigo deste (v.8-18).

 

4.Se não houvesse a possibilidade do justo ter inveja do injusto, não era necessário essa advertência, mas como se vê claramente no Salmo 73 é perfeitamente possível o justo invejar o injusto. Temer ao Senhor e às autoridades já são princípios bem conhecidos dos crentes. A parte b do verso 21 ensina (v.19-22):

1) a não ser inconstante. Estabelecer-se num lugar ou em algo dá segurança e autoridade. Observe na área profissional. (Ex: médicos, comerciantes,). “Pedra que rola não cria limo”. Este é o ideal no ministério do obreiro cristão.

 

2) outra interpretação para “os que buscam mudanças” no hebraico sônim = revoltosos. Ou seja, teme ao Senhor e ao rei, pois se não fizer assim a ruína virá para os revoltosos. Quem sabe quando virá a ruína de ambos? Do Senhor nunca virá; e do rei, só Deus sabe.

 

5.Quando a justiça deve ser executada, alguns aspectos como posição social, amizade, fortuna ou qualquer favoritismo devem ser ignorados. Não devia existir parcialidade no julgar. A honra de um juiz está em fazer justiça, mas a fama pela injustiça fica conhecida. Nem sempre um juiz justo goza delícias nesta terra, ao contrário, muitas vezes, perseguição; mas o princípio divino continua: um juiz justo merece honra. Todos gostam de pessoas de palavras retas. O beijo nos lábios foi um costume Persa usado para gratidão. Antes de edificar um lar é preciso planejamento material e espiritual, por assim dizer. “Prepara de fora a tua obra”, combina com 1 Reis 6.7 e Lc 14.28. A pessoa que acusa o outro sem base é abominável ao Senhor (6.19). Rm 12.19 diz que Deus pagará a cada um segundo a sua obra. Um vingativo perde a razão no assunto e fica sujeito à vingança de Deus. Veja a casa do preguiçoso! A plantação dele! A vida do preguiçoso oferece algum ensino. O sábio recebe instrução. A pobreza vem aos poucos até o dia que pega o preguiçoso como um ladrão armado (v.23-34).

 

Capítulo 25: Advertências e instruções sobre o temor a Deus e a justiça

1.São provérbios de Salomão, compilados pelos escribas do rei Ezequias em 700 a.C. Este provérbio, por si só, já é um estímulo a entendê-lo. Ou seja, Deus não revelou tudo ao homem, mas encobriu. Cabe ao homem (aqui elevado à posição de rei) descobrir os segredos por pesquisas e experiências. Exemplo: Medicina, Zoologia, Teologia, etc. Jo 5.39. Este verso de Provérbios é um convite à pesquisa e ao estudo, caso queira descobrir os segredos da vida. Não podemos investigar estas coisas completamente. Nem a altura dos céus e os planetas, nem a profundidade da terra e seus minérios e mar; e nem o coração de uma pessoa (do rei) investida de autoridade, pois sabem de coisas que os outros não sabem. O sucesso volta ao ambiente quando o injusto é desmascarado (v.1-5).

 

“O monarca terreno pode ser, em alguns aspectos, o tipo do rei celestial, mas aqui há um contraste marcante. O rei pressiona mais e mais todo o conhecimento; Deus se cerca como em ‘densa escuridão’ e há segredos não revelados mesmo depois da revelação mais completa.”[30]

 

2.Estar em evidência não é em si errado, mas buscar a evidência é pecado de arrogância (Mt 6.1, Lc 14.7-11). O precipitado em criar contendas, ao final passa por vexame. O que alguns chamam de “espírito prático” nada mais é do que precipitação. Moderação sobre algum assunto, principalmente se vai gerar contenda, é atitude sábia (Lc 14.31-32). ver 29.20. Quando existe um problema a ser resolvido com o próximo, deve-se resolvê-lo com ele mesmo e não revelar o problema a outro. É perigoso repetir uma história, pois o ouvinte pode mal-interpretar ou descobrir que o erro, na verdade, é do acusador (v.6-10).

 

3.Parece que se trata de um fino artesanato. A palavra boa na hora certa tem toda a ornamentação de rara beleza. A dificuldade neste versículo é a tradução da fruta. Alguns eruditos afirmam que é marmelo; outros, laranja. Salva é uma bandeja. Seja como for, é muito bonito algo dourado numa bandeja prateada e mais lindas são palavras sábias em momentos de necessidade. O conselheiro às vezes é repreensor. Para aquele que entende isso vê aquele conselheiro como alguém de muito valor. O bom serviço será recompensado. Fidelidade e cuidado do superior é agradável a Deus. Ele honra os que assim fizerem (Mt 25.21). At 5.1-11 com Judas 12 - Há os que querem alcançar honra dos outros por meio de ofertas e presentes, dados com a finalidade de tornar-se público. Há os que recebem honra, sem contudo, serem os verdadeiros ofertantes. E, ainda, aqueles que recebem honra maior do que realmente merecem. (Ananias e Safira, tentaram isso). Em Jd 12-13 diz dos falsos mestres que prometem o que não podem fazer (v.11-14).

 

4.A ira estraga toda a possibilidade de conseguir algo, mas a longanimidade é aceita entre os mais nobres. A suavidade no falar consegue grandes feitos. Aqui fala da temperança, o autocontrole. Tudo tem um limite, após isto, vem a náusea. Refere-se não só a gula, mas a qualquer aspecto da vida. Outra forma de exagero: excesso de intimidade na amizade. Pode tornar-se intromissão. A discrição evita o exagero. 25.17 - O abuso da hospitalidade. É gostoso receber visitas e também visitar, porém, não se deve prolongar muito e nem fazer sempre numa mesma casa (v.15-17).

 

5.O falso testemunho é pesado como um martelo e penetra como uma espada e flecha, ferindo a vítima. Depender de alguém indigno de confiança, quando se está em apuros, é como andar com o pé quebrado ou mastigar sem dentes. O amigo sensato não faz assim. Isto não indica estímulo, mas provocação e desrespeito (ainda que involuntariamente). “vinagre sobre natro” (heb. neter = soda). Um ácido caindo sobre um ácali (ex. soda) faz efervescer, para em seguida, destruir as propriedades. Portanto, não é a maneira de consolar um coração aflito. Muitas vezes o melhor consolo é o silêncio e a oração. Rm 12.20 repete este pensamento. As brasas na cabeça não são para prejudicar o ofensor, mas do contrário, pagar o mal recebido com o bem fará aquele ter a consciência “queimada”, o que resultará numa reconciliação (caso haja sensibilidade e arrependimento por parte do ofensor) (v.18-22).

 

6.”Afugenta” - a tradução devia ser “traz”, conforme o próprio sentido e a geografia sugerem. Comentaristas judaicos confirmam que a chuva na Palestina normalmente surge dos ventos do norte. Alguém irado no coração, sem, contudo, querer expor, revelará através do fingimento. A vida espiritual é tão almejada para quem não a possui, como um sedento num lugar seco. O sentido é alguém longe de casa (Israel) quando recebe uma rara notícia de seu país. Uma aplicação: um missionário levando a VIDA para um povo isolado. Um homem bom que se desvia causa grande dano aos seus seguidores, pois seu bom nome ainda corre, como uma fonte, mas se ninguém é informado da apostasia, é como alguém desinformado que a fonte limpa foi contaminada (Ez 34.18-19) (v.23-26).

 

7.Todos têm necessidade de receber honra, e alguns nesse esforço, chamam a atenção para si próprios, e fazendo com que outros honrem-no. O que esta pessoa não sabe é que está enganando a si mesma, pois a honra dos lábios sinceros, vem de maneira voluntária. Quem não tem controle de suas próprias emoções está desguarnecido diante do inimigo, que é Satanás. O equilíbrio das emoções traz segurança em todas as situações. Nem tudo é fácil na vida. Por isso, a moderação nos dá o controle para não “perdermos a cabeça” (v.27-28).

 

Capítulo 26: Advertências contra os vários tipos de más condutas

1.O tolo é o mesmo que insensato (keciyl). É arrogante porque acha que não precisa de conselhos e é ignorante porque pensa que sabe, mas nada sabe. É estúpido porque agride as pessoas que tentam ajudá-lo. Para o tolo a honra não cai bem. Assim como a neve não cai no calor e nem a chuva no tempo da colheita. Alguns versículos desse capítulo não têm ligação com o tema abordado, mas isto é muito comum no livro de Provérbios, porém, continuam importantes, pois são a Palavra de Deus. Neste versículo, vemos que aquele que anda corretamente não deve temer as injúrias e as maldições. Somente um tolo poderia desejar o mal para alguém, principalmente, se a pessoa não lhe causou nem mal. Os passarinhos podem até dar um rasante pela nossa cabeça, mas vão para longe, sem que o alcancemos. Assim a maldição sem causa, pode chegar próxima do justo, mas não lhe fará mal e logo irá embora (v.1-2).

 

2.Cada animal selvagem precisa de um tratamento mais severo para obedecer. O tolo se porta como um ser irracional e precisa de castigo numa tentativa de que ouça a repreensão. O tolo não merece atenção demais, pois é arrogante. Os argumentos com ele são inúteis. Quem se irritar com o tolo, e não é difícil, se rebaixará até a sua ignorância. O tolo precisa de palavras firmes, com amor, mas quem fizer isso deve considerar a possibilidade de ser maltratado. O tolo tem a tendência de mentir e torcer as palavras, por isso, passar informações para o tolo, principalmente, repreensões facilmente serão torcidas e o informante ou aquele que exorta serão mal interpretados. Os espias, exceto Josué e Calebe foram mensageiros tolos, pois torceram os fatos e não confiaram em Deus. É mais confiável mandar um mensageiro sem pés do que mandar um tolo entregar mensagens (v.3-6).

 

3.Um aleijado não tem culpa por ter as pernas bambas, mas o tolo é totalmente responsável por sua falta de autoridade com as palavras. A Bíblia é santa e sábia, mas na boca de um tolo não tem o mesmo peso. Uma pedra a mais sobre os entulhos não faz diferença. Seria tolice honrar um tolo, pois não faz diferença, pois a vida dele é uma escória na sociedade, uma rebarba que precisa ser tirada com amor e com a Palavra de Deus, somente. Jamais devemos incentivar a violência contra o tolo, mas dar-lhe a Palavra para que seja purificado e seja útil para a sociedade. O tolo pode usar palavras sábias e ferir outros ou não fazer uso correto da sabedoria. Um galho de espinhos na mão de um bêbado passa a ser uma arma para ferir aos outros e a ele próprio. Nos dias modernos podemos dizer que um bêbado no volante de um carro é uma bomba preste a explodir contra inocentes (v.7-9).

 

4.Deus é como um bom flecheiro que não erra o alvo. Ele não deixará de recompensar o tolo por causa de suas transgressões. O fato de Deus esperar e permitir que o tolo prejudique outros não significa que Ele se esqueceu da justiça. O grande problema do tolo é que ele volta a praticar as mesmas coisas perniciosas. Um cão parece que tem no seu vômito um prato de sobremesa e o tolo gosta das suas práticas, tanto é que as repete. É uma escória que precisa ser limpa. Depois de tudo o que lemos ficamos com a impressão que o tolo é a pior escória da sociedade, mas aquele que se acha sábio por causa de sua própria sabedoria é ainda pior, mas de qualquer forma, também, é um tolo (v.10-12).

 

5.O preguiçoso é mal da sociedade que mancha uma nação toda. Muitas pessoas das nações indígenas são rotuladas de preguiçosas, o que nem sempre é verdade. O brasileiro, por causa de sua procrastinação em muitos assuntos pode ser confundido com o preguiçoso e, às vezes, pode ser verdade. Cada crente deve se portar de tal forma que, ainda que a sociedade em que vive ganhe esses rótulos, ele mesmo mostra em sua vida a diferença que o Evangelho transformador faz. O preguiçoso inventa desculpas absurdas para não fazer algo. A possibilidade de encontrar um leão nas ruas movimentadas de pessoas é tão pequena que alguém jamais deveria lançar este argumento com uma razão para não sair para a rua para trabalhar (v.13).

 

6.A dobradiça de uma porta serve para deixá-la livre para abrir e fechar. O preguiçoso não consegue se levantar da cama, mas mesmo não tendo mais sono fica de um lado para o outro para não enfrentar as responsabilidades do dia. De pessoas assim que se faz uma sociedade pobre e miserável. Enquanto muitos pais dão a vida pelos seus filhos, esses consomem com todos os seus bens e não desejam se esforçar para trabalhar. Este versículo é muito cômico, mas muitas pessoas adquirem o péssimo hábito de se alimentar mal devido à preguiça. Os sanduíches comprados e os fast foods da vida provam que as pessoas não estão apenas com pressa ou que são práticas, mas que têm preguiça de fazer comida. Há crianças, mesmo as ricas, que estão sofrendo de desnutrição por causa da preguiça dos pais de preparem alimentação saudável. Muitos não chupam laranja porque têm preguiça de descascar. Os pais deveriam ensinar os seus filhos a descarem frutas para que não fiquem preguiçosos. Muitos perdem os dentes por causa da preguiça de escová-los (v.14-15).

 

7.O preguiçoso é treinado na maldita arte de mentir e argumentar. Se várias pessoas falarem que ele está errado ele sempre terá desculpas. “O leão está nas ruas e eu não posso trabalhar” ou “minha avó morreu e eu não posso fazer força”. O preguiçoso é uma escória na sociedade e devemos mostrar-lhe com amor que ele precisa mudar. A preguiça está em todos os setores da sociedade. No professor que não se preparou para a aula. Na dona de casa que não se preocupa com a sujeira e desorganização ou no pastor que não prepara os seus sermões ou no motorista que não coloca o cinto de segurança (v.16).

 

8.Precisamos de bom senso para saber quando um assunto interessa a nós e quando devemos nos aquietar. Se sairmos vingando todas as injustiças e apartando todas as brigas, viveremos pouco para servir a Deus ou nos tornaremos justiceiros, os quais não têm o temor de Deus. Ser pacificador não é o mesmo que ser intrometido. A intromissão tem muito a ver com a intriga. O intrigante procura confusões. O crente não pode viver a vida espiritual dos outros e nem pode resolver todos os problemas sociais (v.17).

 

9.O tolo é exibido e quer mostrar suas habilidades, mas acaba machucando alguém. O intrigante arruma confusões por onde anda. Dessa forma, podemos afirmar que o tolo e o intrigante são temerários. Arma e carro não são brinquedos e deveriam ser manejados com muita prudência. Correr na estrada para mostrar o quanto é bom pode resultar em tragédia. Isto não é brincadeira. Enganar as pessoas é uma atitude muito séria. Temos de cuidar com as brincadeiras que coloquem em risco o caráter e a integridade física das outras pessoas (v.18-19).

 

10.O intrigante, também, é maldizente. Porém, se formos sábios para não atentarmos a todas as palavras ditas sobre os outros evitaremos grandes incêndios em nossos relacionamentos. Para o fofoqueiro a maledicência é uma comida saborosa. Devemos mudar o nosso gosto pelas intrigas e buscar a paz com todos. Isto não significa que aceitaremos os erros e encobriremos os pecados que precisam ser tratados. O desejo pela maledicência, a fofoca e a intriga precisam ser limpos do nosso prato, pois são escórias. Deus não se agrada dessa comida (v.22).

 

“Ele infecta com veneno; suas palavras destroem a paz mental daquele a quem foram proferidas as palavras, a reputação daquele de quem ele maldisse e a felicidade social de ambos.”[31]

 

11.A sociedade falsa produz pessoas falsas. Satanás é o acusador, mas ele pode se transformar em anjo de luz e dizer palavras agradáveis, porém, falsas. As pessoas falsas que tentam ser amáveis são como objetos maquiados para disfarçar sua inutilidade. A prata pode deixar um vaso mais bonito, mas ele não passará de barro. A nossa vida não pode ser como essas escórias. Deus quer sinceridade de coração que transborde para os lábios em palavras verdadeiras. Os elogios são muito importantes, mas também, são perigosos. Os elogios incentivam as pessoas a continuarem, mas quando são enganosos são uma arma traiçoeira para nos submeter aos caprichos daqueles que elogiam. As pessoas que costumam elogiar devem sempre pedir para que Deus examine os seus corações para que não sejam enganadas e prejudiquem as outras pessoas (v.23-27).

 

12.A língua falsa é uma escória que não ficará sem ser descoberta. Quando existe ódio no coração, por mais que se elogie o outro, uma hora a boca revelará as verdadeiras intenções. Com a língua abre-se uma cova para aquele a quem queremos prejudicar, mas Deus fará com que caiamos nela, por isso, a nossa boca precisa ser limpa das escórias do pecado. A boca lisonjeira é o mesmo que a prática de elogiar. Aquilo que é bonito e serve de ânimo para alguém pode ser, também, uma destruição. O que elogia precisa estar atento para não exagerar e examinar suas intenções em elogiar. Aquele que recebe elogios deve agradecer humildemente, mas não colocar o seu coração nos elogios, pois só Deus merece toda a glória. Se o crente trabalha para receber elogios ou se está frustrado porque ninguém reconhece o seu trabalho precisa avaliar as suas prioridades. A sociedade é composta de pessoas sábias e de pessoas tolas, de pessoas trabalhadoras e de pessoas preguiçosas, de pessoas pacificadoras e de pessoas intrigantes e de pessoas sinceras e de pessoas falsas. Como salvos por Jesus Cristo precisamos viver no Espírito e deixar que as virtudes de Deus dirijam nossas atitudes (v.28).

 

Capítulo 27: Advertências contra a arrogância

1.Este verso combate a procrastinação. É comum na natureza pecaminosa deixar os assuntos para o dia seguinte (decisões, cartas, ajudas, tarefas, etc.) “A estrada do mais tarde guia à casa do nunca” (provérbio espanhol). “A procrastinação é a ladra do tempo.” Hb 4.7, 2 Co 6.2, Is 1.18, At 24.25, Tg 4.14. Só o louvor que vem de Deus e é verdadeiro e que não se corrompe. Meros elogios não devem ser creditados em demasia. A ira é muito prejudicial para a vítima do iracundo e para ele próprio. Mas apesar de tão pesada, não consegue “esmagar ossos” como a língua suave (25.15). Por causa da inveja (ciúmes) a família de Jacó ficou desestruturada. José foi vendido como escravo. Paulo repreendeu Pedro e ele só teve a ganhar. Aquele que consegue receber algo doloroso sem se importar tanto com seu orgulho-próprio, ganhará uma bagagem valiosa para toda a vida. “Um amor encoberto serve tanto quanto um carro que não funciona.” (v.1-6).

 

“Deixe outro te louvar [27.2]. Ilustrações: Centurião (Mt 8:10); João (Mt 11:11, Jo 5:35); [Timóteo (Fp 2.20]; Epafrodito (Fp 2.25).”[32]

 

2.Contentamento com aquilo que Deus nos dá. Enquanto alguns são ingratos com o que têm (pisam o favo de mel); outros que passam necessidade, reconhecem o valor do pouco que possuem. A responsabilidade do marido é estar próximo do lar e dentro dele. O marido que vagueia longe do lar só deixa insegurança e falta de proteção na família. Amigos desleais tendem a esconder as falhas que veem para não ofender, quando poderiam ser de grande ajuda com um conselho amigável. O sentido mais próximo para este verso é o conselho para aproveitar o amigo da família, que já foi “testado e aprovado”, ou seja, o pai deixa um círculo de amigos importantes para o filho que está distante de casa, que pode usufruir dessas amizades tão oportunas. Portanto, utilize-se dos amigos do seu pai (v.7-10).

 

3.Um bom aluno alegra o seu mestre. Deus desafiou Satanás com a vida de Jó (v.11). Quanto ao versículo 12 ver 22.3. O adultério gera prejuízo moral e até financeiro. A lisonja falsa e pública irrita ao invés de abençoar. Um gotejar de um telhado furado é irritante como uma mulher iracunda. Este provérbio desanima qualquer tentativa de dialogar com tal mulher, enquanto esta insiste nessa atitude. Note as ilustrações: conter o vento ou segurar o óleo. O convívio social afina o homem, enquanto o isolado fica rústico. Pelo convívio social o intelecto e o caráter são desenvolvidos. Aprendemos e ensinamos no contato amigo. O bom serviço será recompensado. Fidelidade e cuidado do superior é agradável a Deus. Ele honra os que assim fizerem (Mt 25.21) (v.11-18).

 

4.O coração do homem é o seu espelho, mostrando quem de fato ele é. A concupiscência dos olhos é provada aqui. A sepultura nunca está satisfeita, quer mais mortos. A destruição quer mais cidades, mais pessoas e os nossos olhos têm uma necessidade por imagens. Desejamos muito e nunca sabemos o quê. Prova disto são os filmes. Milhares deles, muitos iguais, mas mesmo assim, a indústria cinematográfica lucra alto com os “mesmos filmes”, mesmos truques e mesmos telespectadores. Em 17.3 vimos que Deus prova os corações. Aqui Ele prova usando elogios da parte de outros. Não há algo tão eficiente para testar a humildade de alguém do que os louvores que recebe. Conforme a reação interior prova-se se tal pessoa merece a honra ou não (v.19-21).

 

5.Quando alguém rejeita a verdadeira sabedoria por tolice não se trata de um pecado isolado, mas afeta o caráter tolo e não se conserta de uma outra para outra. “gral” é o mesmo que pilão. O cuidado com aquilo que Deus nos dá. Um homem do campo deve cuidar do rebanho (23), pois depende disto, e também seus herdeiros (24); por isso, são necessários uma boa administração e planejamento (25-27), sem desperdício. Isto se aplica a todos os setores (v.22-27).

 

Capítulo 28: Advertências contra a injustiça, especialmente dos ricos sobre os pobres

1.O ímpio foge, mesmo sem ser perseguido; o justo é ousado como um leão, que não precisa temer o que está atrás de seus ombros. O ímpio foge do perseguidor cruel: sua consciência culpada. O justo ao olhar para trás, não vê pecados correndo atrás de si, mas contempla a bondade e a misericórdia do Senhor em sua vida (Sl 23.6). A sabedoria tem a capacidade de oferecer estabilidade. Exemplo: Num período de pouco mais que dois séculos, Israel (Reino do Norte) teve 9 dinastias, por causa dos seus pecados. Cada nova dinastia era inaugurada com um assassinato. Por outro lado, em três séculos e meio, Judá, por causa de Davi, teve somente uma dinastia. Se é repugnante um rico oprimir ao pobre, o que este versículo relata é quase inadmissível: um pobre oprimir alguém na mesma situação. É como a chuva impetuosa que, ao invés de ajudar, destrói até o que já existia plantado (v.1-3).

 

2.Ímpio e justo são inimigos, pois se algum dia vierem a concordar um com o outro é porque ou o ímpio tornou-se justo ou o justo tornou-se ímpio. A percepção de quem anda intimamente com Deus é mais aguçada do que outros. (1 Co 2.15). A riqueza só tem valor com a justiça. A ênfase que é repetida diversas vezes no livro. Guardar os mandamentos de Deus é sabedoria, andar com os fora-da-lei causa vergonha para o pai. O que vive de juros é ganancioso. Na Lei de Israel era permitido emprestar e cobrar juros, somente do estrangeiro (Dt 23.20). Da própria família não devia cobrar juros (Dt 23.19, Lv 25.36). Derek Kidner: “seria como um médico cobrando para tratar de seus próprios filhos.” Aqui diz que este perderá o seu lucro para alguém mais justo do que ele (v.4-8).

 

3.Rituais religiosos, apenas, irritam a Deus, se não há obediência aos Seus mandamentos. Davi, por exemplo, trouxe escândalo e desgraça para sua própria família, fazendo o reto Urias ser morto. É claro que a referência é a um rico sem discernimento. O pobre com discernimento tem a capacidade dada por Deus para saber que tal rico é insensato, e de modo algum o invejará. Há motivo de júbilo quando um justo toma a liderança, mas se for um ímpio, este ficará sozinho, sem discípulos. É injustiça encobrir pecados, e além disso, não há sucesso na vida de quem faz isso. O versículo não trata de confissão pública, mas o pecado é primeira e exclusivamente contra Deus. Caso haja ofensa direta contra alguém, aí sim, a confissão se estende. (Sl 32.1-4 e 1 Jo 1.9) (v.9-13).

 

“Se o pecador não reconhece os seus pecados; se ele os encobre e os justifica e se recusa a ir até a luz da Palavra de Deus, para que suas obras não sejam reprovadas, ele não encontrará salvação. Deus nunca admitirá um pecador, uma alma não humilhada, entrar no seu reino.”[33]

 

4.Alguns buscam a felicidade, mas a sabedoria aqui não é buscar a felicidade, mas o temor do Senhor. A felicidade é a consequência disto (ver 1.7, desprezar o temor é contrariar a sabedoria). Governantes gananciosos oprimem o povo com impostos, mas será amado aquele que não é ganancioso. Outra prudência: não inocentar nenhum culpado de morte. O fim de um assassino é a morte, a não ser que alguém o detenha (o que é proibido). Porém, a pena de morte deve ser aplicada pelo governo estabelecido. Um policial da FBI disse que é comum criminosos confessarem seus crimes depois de vários anos (Seleções). O crime por assassinato crava fundo na consciência e o próprio culpado sente que precisa de punição. O assassino merece a morte e não devemos impedir. A própria consciência dele pede a morte. Alguns governos praticam a pena capital, enquanto outros não. Seja qual for a opinião de alguém, a questão fundamental é a seguinte: o governo é quem põe “as mãos” sobre o criminoso e decide. Nunca o civil faz tal tipo de decisão. Este é o único provérbio do livro que é prosa e não verso em rima (v.14-17).

 

5.”Cairá logo” = “num só”, no original. Ou seja, o perverso cairá num só golpe. Combina com 29.1. Enquanto o diligente tem abundância de alimento, o preguiçoso tem “abundância” de pobreza. Um é coberto de bênçãos porque é fiel; outro pensa que ficará coberto de ouro, mas será punido. Alguns aceitam pequenos subornos para dar falso testemunho. O caso é de um juiz que parece reto, mas seus olhos são gananciosos. Também era o caso de profetas pagos para profetizar o bem em contraste com os profetas de Deus (Ez 13.19). Novamente, não é pecado ser rico, e sim, ter isso como alvo da vida; ainda mais quando quer atingir esse alvo muito depressa. Se a pobreza que virá for material, com certeza a pobreza interior o acompanhará (v.18-22).

 

6.Depende de quem ele repreendeu. Se foi um sábio ganhará amizade maior dele (9.8). Elogios nem sempre são verdadeiros. Uma prática repugnante com justificativas que não justificam... Ver Mc 7.11 e 1 Tm 5.4,8. Uma “justificativa” moderna: “Eu sou herdeiro dos bens de meus pais, assim, estou apenas tomando adiantando um pouco dessa herança.”. Algumas versões trazem “orgulhoso de coração” que é uma interpretação do original “ganancioso de coração”. Portanto, um ganancioso é orgulhoso, mas a recompensa está naquele que confia no Senhor para o seu sustento. Será salvo da insensatez. Andar em sabedoria conforme o v.25 é confiar no Senhor e não no próprio coração. Fica claro que a sabedoria não é conseguida por esforço próprio, mas vem de Deus (v.23-26).

 

7.Em contraste com 22.9, este tem olhos maus e, por isso, não vê a necessidade de outros. Para este não há bênçãos, mas maldições. Os justos têm mais espaço quando os ímpios saem do poder (v.27-28).

 

Capítulo 29: Advertências contra a insubordinação

1.Deus não quer destruir ninguém, por isso que há insistência na repreensão, porém, resisti-la resultará numa repreensão única e irremediável (Jr 19.10-11). São repetições do mesmo pensamento, com detalhes diferentes. O filho pródigo foi um desses desperdiçadores (Lc15.13,30). É triste quando próprio pai ensinou esse caminho ao filho. O desperdício com imoralidade. Além de ser imoral é tolice, pois que retorno há gastar o dinheiro em prostituições? O rei julga e Deus honra, mas quem usa de suborno (peitas) causa prejuízo à justiça. Evidentemente o elogio sincero, no tempo certo não é condenado, mas a lisonja tendo em vista o interesse próprio é uma armadilha contra o que está sendo louvado. É perigoso levar elogio muito a sério. Algumas pessoas se acostumam a elogiar como se fosse uma obrigação, o que se torna um hábito só de palavras (v.1-5).

 

2.O pecado tem laço, que nem sempre a “vítima” sabe. O caminho do justo não tem essas armadilhas, por isso, ele pode andar despreocupado e cantando. O pobre é um estorvo para o injusto (Jó 29.16). A sociedade só é prejudicada com os estúpidos, mas os sábios são o equilíbrio. A dúvida do versículo é a segunda linha, refere-se ao: 1) sábio - que sofre ao discutir com o tolo  2) tolo - que adota métodos inconstantes para não “dar o braço a torcer”. Não é ao sanguinário que o justo quer bem, mas ao sincero. O sanguinário não tem piedade. Jesus disse que se alguém odeia a seu irmão é culpado de assassinato (Mt 6.21-22) e (l João 3.15) (v.6-10).

 

3.Este verso fala da ira. No original “pensamento” é “ira”. Portanto, o tolo se expande, mas o sábio “acalma-a de volta” (“guarda até o fim”, conforme traduzido). As palavras podem influenciar até alguém de destaque e a mentira tem uma força tremenda a ponto do fiel ser considerado infiel por aquele que aceitou mentiras. É uma repetição de 22.2. Ver também Jó 3.19 e Mt 5.45. O rei tem uma bênção especial se julgar os pobres com justiça. Isso não significa que o pobre será sempre absolvido por ele, mas simplesmente que não haverá parcialidade no julgar. Absalão, irmão de Salomão envergonhou seus pais. Os filhos de Eli causaram vergonha. E assim sempre será, quando os pais não derem tanta importância ao assunto de disciplina física (v.11-15).

 

“Frequentemente, os pais de filhos pequenos se cansam de discipliná-los. Sentem que tudo o que fazem é... repreender e castigar. Quando se vir tentado a renunciar a tudo e deixar a seus filhos fazer o que quiserem, ou quando se perguntar se estragou qualquer oportunidade de ter uma relação de amor com eles, recorde: a disciplina amável e firme os ajuda a aprender e a aprendizagem os faz sábios. A disciplina firme e amorosa... os ensinará a se disciplinarem.”[34]

 

4.Muitos sociólogos dizem: “Uma pessoa é fruto do ambiente em que vive”; aqui mostra que o ambiente é fruto das pessoas que vivem nele. Sendo assim, arrancam-se os ímpios e o ambiente melhora consideravelmente. Além de beneficiar o filho, a disciplina física faz bem para os pais, pois colherão resultados de filhos obedientes e gratos. Um profeta ou um conselheiro deve ser muito estimado, como foi por muitos no passado (Sm 3.1, Nm 11.29). Não significa que todos os servos são assim, mas refere-se ao empregado teimoso. ver 1 Tm 6.1-2. Um tolo sempre é objeto de repreensão em Provérbios. Aqui uma revelação assustadora. Ser precipitado em palavras é tão sério (e até mais) do que ser tolo (v.16-20).

 

5.Aqui uma advertência ao amo imprudente. Este deu tanta atenção emocional ao servo que acabou por comprometer-se com este como se fosse um filho. Isto se aplica a outros casos: rapaz e moça; conselheiro e aconselhado; pastor e membro; professor e aluno, etc. Contenda e ira andam juntas e promovem a mesma coisa: o pecado. A honra que procede de Deus, mantém o humilde seguro, embora este nem tenha buscado honra. Aqui é o cúmplice do ladrão, que ouve maldições contra o ladrão e nada testifica. Quando alguém é chamado para depor o que sabe e nega fazê-lo é tão culpado quanto o criminoso, pois para a sociedade, os dois causam prejuízo (v.21-24).

 

6.Uma promessa de “prosperidade espiritual” para quem confia no Senhor. Por outro lado, quem confia nos recursos humanos será enlaçado. Não adianta refugiar-se naquilo que não é Deus. Ímpio e justo são inimigos, pois se algum dia vierem a concordar um com o outro é porque ou o ímpio tornou-se justo ou o justo tornou-se ímpio (v.25-27).

 

Capítulo 30: As palavras de Agur

1.Não sabemos quem foi Agur. A tribo de Massá era uma tribo árabe, descendente de Abrão, por meio de Ismael. (Gn 25.14), famosa por sua sabedoria. O homem nada vale em si mesmo sem o conhecimento de Deus. É um bruto qualquer. Quando o homem conhece o Senhor fica extasiado e dependente Dele. Em contato pessoal com Deus as perguntas do verso 4 vêm à mente daquele que o teme. A Palavra de Deus é purificadora. Também é protetora para os que nela confiam. Porém, manuseá-la erroneamente é perigoso e coloca o malicioso como mentiroso. No verso 5, o nome de Deus é Eloah, que em Provérbios, ocorre apenas aqui (v.1-6).

 

“A única Pessoa que se encaixa nas qualificações dadas por Agur em Pv 30.5 é Deus (conforme Jó 38-41, Pv 8.24-29). Ele é o único com entendimento perfeito.”[35]

 

2.Podia ter pedido sabedoria em como usar a riqueza, mas conhecia bem a sua fraqueza nesta área. Alguns sabem qual seu “ponto fraco” e tendências a respeito, por isso, não é covardia fugir para ser vitorioso. Acusar alguém que não tem muita chance de se defender pode ser perigoso, pois a “moeda” pode se reverter (Rom 14.4). “Geração” = classe ou tipo de pessoa. Há pessoas arrogantes que, embora tenham razão quanto às reclamações, ao invés de calarem-se, amaldiçoam os pais. (Em alguns casos já mortos) (v.7-11).

 

3.A sensação de bem-estar nem sempre mostra o estado real. “Geração” = tipo de pessoa. A atitude arrogante leva a pessoa pensar que é mais do que outros, submetendo-os aos maus tratos como se vê no vs.14 (dentes de espadas e queixos de facas). São coisas que nunca se satisfazem, não têm autocontrole (v.12-16):

 

 

 

 

1.A sepultura: começou com Abel e nunca cessou (ver 27.20)

2.A estéril: nunca está satisfeita por não ter filhos

3.A terra: absorve toda a água e ainda quer mais

4.O fogo: enquanto existe oxigênio e combustível o fogo queima

5.A sanguessuga: sempre quer sangue

 

Enfim, é um retrato nosso que, em nosso egoísmo, queremos mais para os próprios desejos insaciáveis (Tg 4.3).

 

4.O quadro é horrível: um corpo morto e insepulto, servido como alimento dos corvos. Tal filho merece algo semelhante. São coisas maravilhosas: a águia no ar, a cobra na rocha, o navio no mar e um casal. Um casal deve cultivar a pureza, pois é lindo e até incompreensível; e quando se casam tudo fica mais maravilhoso. Ela encobre o seu pecado e diz que nada fez de errado. O adultério para alguns é tão normal quanto uma refeição. A condenação é por alguém que pretende ser mais do que na realidade é, e que não vive à altura de tal posição. Isso se chama pretensão arrogante. (v.17-22).

 

5.Esta é uma das coisas incomuns que “alvoroça a cidade”: uma mulher que ninguém a teria como esposa (por não ser amável), casar-se.  A não ser que tenha mudado de atitude, porém, não parece isto que o verso mostra. A terra fica agitada com quem recebe honra sem merecer (v.23):

 

 

1) Mulher odiada (não amada) que se casa.

2) Serva-senhora - uma serva que de repente assenhora-se de sua patroa.

São coisas ridículas que não combinam, não há honra nisto.

 

6.Vemos que a sabedoria, embora de posição elevada, necessariamente não é vista naquilo que nós pensamos ser elevado. Exemplos (v.24-28):

 

1) Formigas - O esforço e a economia delas são marcantes.

2) Coelhos (arganazes, roedores de apenas 10cm) - Animal fraco e medroso, mas a sua casa é indestrutível e para lá corre. Ver 18.10.

3) Gafanhotos - Mesmo sem liderança são capazes de executar sua tarefa destruidora, dividindo-se em bandos com toda a disciplina de um exército, sem chocarem-se uns nos outros e formando uma nuvem negra.

4) Aranha (geco, lagartixa) - Este animalzinho tem entrada onde nenhum de nós temos: nos palácios.

 

7.Só para observar o poder Criador e a beleza de como esses animais andam. Não tem o que aplicar nada quanto à moralidade ou ética. Deus considera uma atitude louca o autolouvor. Tal pessoa deve “levar a mão à boca”, que é um gesto para mostrar a própria culpa (fechar a boca). A expansão da ira fará surgir a contenda. Embora a manteiga é proveitosa, o sangue do nariz quebrado é um desperdício! (v.29-33).

 

Capítulo 31: As palavras de Lemuel. A mulher virtuosa

Não sabemos quem foi o Rei Lemuel e sua mãe. Alguns sugerem que “Lemuel”= “devotado ao Senhor” é o próprio Salomão, que também foi chamado “Jedidias”= amado do Senhor (2 Sm 12.25). A mãe seria Bateseba. A mãe do rei precisa dar ensinos morais ao filho. O adultério destrói reinados. O lar é o reino de um casal. Hoje em dia o uso medicinal da bebida alcoólica não se justifica mais. Para dores existem anestesias (no caso de cirurgia) e morfina (no caso de dor alucinante). Um governador beberrão não pensa muito nos necessitados e do povo que trabalha duro. Um político deveria ser justo e honesto, pois alguns dependem muito dele. “Mudo” refere-se àquele que não é tão nobre ao ponto de conseguir audiência junto às autoridades para reclamar as injustiças sociais. Poucos que têm o poder de defender os pobres querem fazê-lo. Alguém que tenha a coragem para isto, fará justiça, embora, deva preparar-se para as críticas (v.1-9).

 

A seguir o resultado de uma pesquisa que introduz o assunto “Mulher Virtuosa”

 

Resultado da pesquisa “só para mulheres” realizada em 2002 

Instituto Bíblico Peniel para o curso de Provérbios (“Mulher Virtuosa”)

 

Todas as mulheres que receberam o questionário devolveram respondido. Correspondendo a um total de 20 mulheres. A seguir o resultado da pesquisa.

 

Perguntas

Sim

Não

1.Você é casada?

9 ou 45%

11 ou 55%

2.Você gosta muito de realizar tarefas domésticas como lavar, passar, cozinhar, limpar e arrumar?

12 ou 60%

7 são casadas (78%)

5 são solteiras  (45%)

8 ou 40%

2 são casadas (22%)

6 são solteiras (55%)

3.Você acha que o casal deve fazer uma escala de tarefas de casa para não ficar muito pesado para a mulher?

10 ou 52,5%  *

3 são casadas (33%)

7 são solteiras (70%)

9 ou 47,5 %  *

6 são casadas (67%)

3 são solteiras (30%)

4.Você acha que uma agência missionária deveria enfatizar mais o ministério da mulher e menos o trabalho de dona de casa?

11 ou 58%  *

4 são casadas (45%)

7 são solteiras (70%)

8 ou 42%  *

5 são casadas (55%)

3 são solteiras (30%)

5.Você acha que seria uma frustração fazer um curso bíblico e trabalhar, quase que exclusivamente, como dona de casa na tribo ou outro lugar?

10 ou 50%

5 são casadas (55%)

5 são solteiras (45%)

10 ou 50%

4 são casadas (45%)

6 são solteiras (55%)

6.Você é o tipo de mulher que não gosta que outros arrumem sua casa?

11 ou 58%  *

5 são casadas (55%)

6 são solteiras (60%)

8 ou 42%  *

4 são casadas (45%)

4 são solteiras (40%)

7.Se você pudesse ter empregada doméstica para quase todos os trabalhos de casa, você teria?

5 ou 25%

3 são casadas (33%)

2 são solteiras (18%)

15 ou 75%

6 são casadas (67%)

9 são solteiras (82%)

8.Você acha que mulher “caseira” é algo do passado e que hoje as mulheres devem ganhar seu espaço?

1 ou 5,2%  *

É a opinião única de uma solteira (10%)

18 ou 94,8%  *

9 são casadas(100%)

9 são solteiras (90%)

9.Você sente que uma mulher que cuida da casa e dos filhos é inferior a uma que dá palestras e tem outras atividades fora de casa?

Nenhuma ou 0%

20 ou 100%

9 são casadas(100%)

11 solteiras (100%)

10.Você acha que a feminilidade está ligada, de alguma forma, ao trabalho doméstico?

15 ou 75%

6 são casadas (67%)

9 são solteiras (82%)

5 ou 25%

3 são casadas (33%)

2 são solteiras (18%)

Observações técnicas:

 

Na questão nr. 3 uma mulher ficou sem responder (solteira).

Na questão nr. 4 uma mulher ficou sem responder (solteira).

Na questão nr. 6 uma mulher ficou sem responder (solteira).

Na questão nr. 8 uma mulher ficou sem responder (solteira).

Quando uma mulher deixou de responder alguma questão, o percentual foi calculado na base de 19 mulheres e não 20 e reflete a opinião das que responderam.

 

A porcentagem de casada reflete a opinião das casadas somente e das solteiras somente das solteiras. Por exemplo, se 9 casadas têm a mesma opinião, isto significa 100%, pois existem 9 casadas na pesquisa e se 11 solteiras têm a mesma opinião, isto significa 100%, pois existem 11 solteiras na pesquisa.

 

2 solteiras ficaram sem responder uma questão cada e uma solteira deixou de responder duas questões. Portanto, 3 solteiras deixaram de responder 4 questões.

Nenhuma casada deixou de responder qualquer questão.

 

Análise das respostas

1.O fato de apenas solteiras não responderem algumas questões pode refletir dúvidas, talvez por se tratar de assuntos que requerem mais experiência no lar.

 

2.Questão 1: No grupo pesquisado houve um equilíbrio entre casadas e solteiras. Isto é bom, pois a participação de duas categorias mostra que, embora sejam todas mulheres, possuem experiências e pensamentos, às vezes, diferentes.

 

3.Questão 2: A maioria das casadas gosta muito do serviço doméstico e a maioria das solteiras não gosta muito. Sendo que as casadas estão constantemente lidando com este tipo de serviço, mais do que as solteiras, isto pode servir de estímulo para as solteiras, na expectativa de que irão apreciar mais do que apreciam atualmente, se vierem a se casar.

 

4.Questão 3: As solteiras talvez tenham expectativa equivocada quanto a ajuda do marido nos serviços domésticos e as casadas são mais realistas, ou porque os homens não ajudam mesmo ou porque elas estão cientes de que a responsabilidade é delas e não dos maridos. O fato de não ter escala de serviços da casa não significa que os maridos não devam ajudar. A escala pode aliviar a esposa, mas não garante a voluntariedade do marido e não permite muito que o marido presenteie a esposa com sua ajuda esporádica.

 

5.Questão 4: As solteiras talvez tenham muito medo de não serem úteis na obra missionária. É compreensível, pois a casada tem o lar para cuidar. Se não for muito utilizada nos trabalhos do campo, ela sente realização em cuidar da casa e da família. A solteira, por sua vez, “depende” de ser bem utilizada nos vários trabalhos do ministério, pois não tem uma casa para se dedicar.

 

6.Questão 5: Esta foi a grande surpresa do questionário. Houve até uma certa incoerência. Primeiro, porque as casadas que, aparentemente, não tinham tanta preocupação na questão anterior, agora sentem que seria frustrante cuidar somente da casa. É verdade que ainda ficaram divididas (55%). Era de se esperar para as solteiras pelo menos uns 70% na resposta sim, mas só houve 45%. Pode ser que o desejo de se casar e ajudar o marido no ministério seja até maior do que realizar o ministério sozinha.

7.Questão 6: Não houve muita surpresa. Normalmente as mulheres que gostam do serviço doméstico são “ciumentas” a respeito de sua casa. É claro que uma ajuda sempre é bom.

 

8.Questão 7: Essas respostas confirmam o zelo que as mulheres têm por sua casa. Mas é claro que uma mulher pode gastar todo o tempo nos afazeres domésticos e, ainda assim, ter empregadas, como era o caso da “Mulher Virtuosa” de Provérbios.

 

9.Questão 8: É impressionante como as mulheres de hoje mantém o padrão feminino nos moldes antigos, ou seja, a mulher é uma “eterna apaixonada” pelo seu lar. Seria muito proveitoso saber se entre as mulheres que possuem cargos e funções em empresas e liderança têm a mesma opinião, pois se assim for, chegaríamos a uma triste (ou feliz) conclusão: as mulheres até fazem trabalhos fora de casa, mas se realizam sendo “mulheres caseiras” (ou mulheres virtuosas).

 

10.Questão 9: 100%! Isto reflete, sem dúvida nenhuma, entre casadas e solteiras, que a mulher não admite nunca ser inferior e, de fato, não é. Seja uma “mulher caseira” ou atuante fora do lar, Deus fez a mulher não para ser inferior umas às outras, mas para refletir a glória de Deus.

 

11.Questão 10: Pelo menos quanto às mulheres entrevistadas, o “estilo mulher” está ligado ao serviço doméstico. A única surpresa é que as solteiras consideram isto mais do que as próprias casadas. Pode ser que isto reflita duas verdades:

 

Primeira, que a solteira (82%) sonha com um lar onde haja amor, em que ela se entregue totalmente ao homem amado para cuidar dele, de sua casa e de seus filhos e assim expresse a sua feminilidade.

 

Segunda, que a maioria das casadas (67%) ainda relaciona “ser feminina” ao trabalho doméstico. A surpresa é que 33% das casadas não valorizam tanto este aspecto. Talvez porque não se sintam tão realizadas como mulher ou como dona de casa (ou como esposa). Talvez porque, simplesmente, não achem que ser feminina esteja ligado de alguma forma com serviço doméstico ou porque pensem em se “emancipar”, desejando ter outras oportunidades além do serviço doméstico.

 

De qualquer forma, este assunto não é simples de ser analisado, por isso, as repetições da palavra “talvez”. Eu agradeço muito às irmãs que participaram da pesquisa. Muitíssimo grato. Espero que não tenham ficado ofendidas com nenhuma pergunta, pois não houve a mínima intenção de minimizar a sua importância como mulher virtuosa e valorosa aos olhos de Deus.

 

Pesquisa preparada e dirigida por Pércio Coutinho Pereira em outubro de 2002 para a aula de “Análise do livro de Provérbios”. Junto com esta pesquisa acompanha a análise de Pv 31.10-31.

 

A mulher virtuosa - v.10-31 (esboço de Sidlow Baxter)[36]

 

               É uma boa mulher”

1) “Trabalha diligentemente” - v.13, 15 e 19

1.”Era comum nos tempos antigos para grandes personagens fazer este tipo de trabalho, entre os gregos e romanos: Lucrecia foi encontrada com suas servas fiando... Tanaquills ou Caia Cecília, a esposa do rei Tarquin, era uma excelente fiadora de lã; sua lã, junto com a roca e o fuso, permaneciam no templo de Sangus... conta-se que ela fez uma roupa que vestiu Sérvio Túlio e foi guardada no templo de Fortune; a partir daí tornou-se costume as servas acompanharem as mulheres recém-casadas com roca e fuso e lã sobre eles... as servas eram aconselhadas a seguirem o exemplo de Minerva, como dizem, a primeira a fiar, e se tivessem o seu favor, aprenderiam a usar a roca... assim fizeram as filhas de Minyas...” (Gill) (v.13)

 

2.”... Alexandre o Grande aconselhou a mãe de Dario a usar suas sobrinhas para essa atividade. As mulheres persas eram colocadas em alta estima e era considerado reprovável a elas usarem as mãos para fiar; Alexandre ouvindo isto disse que as suas próprias roupas tinham sido feitas por suas irmãs e as filhas e netas de Augusto César trabalhavam em tecer... e que ele mesmo não usava outra roupa que não fosse feita em casa, por sua esposa, irmã, filha e neta.” (Gill) (v.13)

 

3.”Os judeus tinham um ditado que não havia nenhuma sabedoria na mulher a não ser na roca... nos casamentos romanos, a palavra ‘thalassio’ era repetida frequentemente, cujo significado é um vaso no qual o trabalho de fiar era depositado; e isto era para fazer lembrar a noiva qual era o seu trabalho.” (Gill) (v.13)

 

4.O v.15 “... mostra a afeição dela por sua família, o seu cuidado para com os filhos e o ardente zelo pelo bem-estar e interesse do marido...” (Gill)

 

5.Novamente a ideia do fuso no v.19. A mulher virtuosa está com a mão no fuso “como Penélope e suas servas faziam” (Gill). Para quem aprecia uma boa literatura sabe que Penélope era a esposa de Ulisses (leia a Odisseia de Homero). Penélope não era uma mulher qualquer, mas a esposa do rei de Ítaca, Ulisses. Portanto, este trabalho caseiro da mulher virtuosa era nobre. As mulheres de hoje fariam bem em valorizar o seu trabalho de casa como um privilégio de Deus para elas, auxiliando o seu marido ou treinando para ter um.

 

6.Note na fábula “A Bela Adormecida” que a jovem princesa caiu em sono profundo ao tocar o fuso. A roca estava nos palácios e era símbolo de nobreza.

 

2) “Planeja prudentemente” - v.16, 22 e 24

1.O v.16 indica que a mulher virtuosa tem a autoridade de planejar a subsistência da casa. Ela comprou algum pedaço de terra com o fim de cultivar uma vinha. “Com o fruto de suas mãos” é uma indicação, também, que essa mulher, mesmo tendo condições de ter empregadas, como de fato tem, não abre mão de certos prazeres que são seus, como este, o de cultivar uma vinha.

 

2.No v.22 ela faz tapeçaria, não para vender, mas para a sua própria casa. Usava-se, como até hoje, para enfeitar os móveis e mesas. Também estão incluídos tapetes e colchas para camas. As mulheres sempre tiveram criatividade e jeito para isto. Com a industrialização tudo isto caiu bastante, oferecendo mais tempo para as mulheres com outras atividades. Mas, algumas mulheres fazem como passatempo e, por isso, existem revistas especializadas. Enquanto a tendência é que desapareçam as máquinas de costuras e agulhas de tricô e crochê, assim como aconteceu com as rocas, sempre haverá mulheres prendadas que valorizarão esses trabalhos femininos. Não é exagero dizer que a feminilidade está muito associada aos afazeres domésticos. Mesmo nos tempos modernos da industrialização, quase todas as mulheres sabiam costurar. É verdade que por necessidade, pois as roupas eram caras, e até como ganha-pão, pois muitas costuravam para fora ou em fábricas. Quando os preços caíram por causa das grandes indústrias, as moças não aprenderam com as mães e as costureiras foram sumindo. Mas sempre houve mulheres interessadas por esses trabalhos, por isso, surgiram os cursos de corte e costura.

 

3.O v.24 nos lembra que a mulher virtuosa não fazia as roupas a partir de panos comprados, mas desde os fios até a confecção de panos e, finalmente, a roupa, tudo era feito por ela. Além de suprir sua família ainda vendia e presenteava os seus mercadores com peças menos trabalhosas como cintas, mantendo assim um comércio e um bom relacionamento com os comerciantes. A mulher virtuosa vivia para os seus afazeres, os quais consumiam todo o tempo dela e, por isso, não podemos imaginar que ela conseguiria acumular outras atividades que não fossem a sua casa. Talvez as mulheres de hoje gostem do título “Mulher Virtuosa”, mas preferem mudar os afazeres, distribuindo com o marido as tarefas de casa, reivindicando para si atividades mais parecidas às do marido, mas ainda assim usufruindo o título “Mulher Virtuosa”.

 

3) “Comporta-se retamente” - v.25

1.É uma mulher forte, não fisicamente, mas de caráter e mente. Ela veste glória, que é a sua honra. Uma mulher virtuosa será lembrada como tal, mas uma mulher que fugir disto será uma a mais na concorrência entre os homens por um lugar que não lhe é próprio.

 

2.A mulher virtuosa se ri do futuro, pois a sua dedicação no lar preparou o seu futuro como mãe, avó e mulher. Uma mulher pode ser independente apenas na sua mocidade e vigor físico, depois disto dependerá de seus filhos. Sendo virtuosa estará cuidando do seu próprio futuro, que é uma família cuidadosa.

 

               É uma boa esposa

1) “Procura o bem do marido” - v.12

A mulher que se casa passa a viver para o auxílio do marido. Foi para isto que Deus instituiu o casamento. A mulher assume um compromisso com Deus de auxiliar o marido e este assume o compromisso de cuidar dela. É um relacionamento indissolúvel. Nenhuma moça deveria entrar no casamento sem desejar ardentemente fazer o bem para o marido. Não há auxílio maior para o marido do que uma mulher que cuida da casa e dos filhos e que seja sua companheira.

 

2) “É de confiança” - v.11

Não há conversas mais confiáveis para um homem do que com sua esposa. Ela é um incentivo para ele. A tradução deste versículo é que ele (o marido) não terá falta de nada, pois a sua esposa lhe supre todas as necessidades. É claro que em decorrência disto nada faltará a ela também. Este relacionamento de confiança seria quebrado se a mulher começasse a servir outros. A mulher virtuosa é exclusiva do marido, embora ainda tenha um coração cuidadoso para com os necessitados fora do lar, como veremos adiante.

 

3) “É a boa referência do marido” - v.23

O marido dessa mulher é um homem de boa reputação e em parte, ou grande parte, por causa de sua esposa. Há uma forte tendência atual em isentar a esposa do líder e do pastor da responsabilidade de uma boa conduta. A esposa sempre será referência para o marido. A mulher virtuosa não se preocupa em governar, julgar e administrar. Essas responsabilidades são dos anciãos e dos juízes, sendo que no caso, talvez o marido dela seja um dos anciãos. A responsabilidade da mulher virtuosa é ser uma boa mulher, boa esposa, boa mãe e boa vizinha, ou seja, uma boa dona de casa.

 

 

               É uma boa mãe

1) “Veste a família sabiamente” - v.21

No Oriente Médio há também frio rigoroso e não só calor. A mulher virtuosa não se esqueceu das cobertas. Coberta vermelha (escarlate) não faz diferença alguma contra o frio. Por isso, alguns supõem que a palavra ynv (shaniy) foi colocada no lugar de Mynv (shanaym = dobrado). A mulher virtuosa costurou cobertas dobradas (edredons?). No versículo há um hipérbole, pois diz que forrou a casa toda dessa coberta.

 

2) “Alimenta bem a família” - v.15, 27

1.A mulher virtuosa não é acordada pelos filhos ou marido, mas cuida deles, preparando o alimento para o começo do dia. Vemos no relato que essa mulher tem condições de manter servas. Não para não trabalhar ou trabalhar fora, mas provavelmente ir para o serviço da roca. (v.15)

 

2.Antes de tudo é uma administradora do lar, pois planeja, organiza e delega responsabilidades às empregadas. Ela não abre mão de sua autoridade nas tarefas domésticas, apenas utiliza ajudantes. O fato de ter servas não indica, de modo algum, ser preguiçosa. Administrar exige muito trabalho, pois como diz o ditado “Se quiser algo bem feito faça-o você mesmo” (v.27).

 

3) “Prefere qualidade e trabalho árduo” - v.14,17 e 18

1.Os navios de mercadorias chegavam de longe, normalmente do Egito, trazendo novidades. Não parece que a mulher virtuosa tenha tempo para sair de casa sempre, mas visto que cuida de uma vinha é bem possível que tenha que administrar em certo tempo (v.14).

 

2.Tanto a mercadoria que ela compra é bem analisada quanto à mercadoria que vende é de boa qualidade. Ela cinge os lombos de força e fortalece os braços, ou seja, é trabalhadora (v.17-18).

 

               É uma boa vizinha

1) “Ajuda o necessitado” - v.20

A mulher virtuosa gasta o tempo todo de seus dias em afazeres domésticos, isso é verdade, mas isto não significa que viva somente para si. Não, a mulher virtuosa está sempre trabalhando para os outros, seja o seu marido ou filhos e até reserva tempo do seu trabalho para fazer caridade. No texto é uma mulher de posse, mas não preguiçosa e não egoísta. As mulheres sempre foram altruístas, mas com o decorrer dos tempos modernos e a sua ausência no lar, o espírito de competição foi tomando o lugar mais importante em sua vida e o socorro ao necessitado foi deixando de lado. Leia 1 Tm 5.9-10 e note que a viúva verdadeira foi uma mulher virtuosa. Não seria exagero dizer que mulher virtuosa é também mulher caseira ou “do lar”.

 

2) “Fala graciosamente” - v.26

1.A mulher virtuosa enche os braços de força para o trabalho (v.17). É evidente que continua sendo a “gazela graciosa” de seu marido. Ela tem charme e o fato de ser caseira torna essa mulher mais feminina do que qualquer outra. O serviço de casa está muito ligado à feminilidade. Os estúdios de Hollywood com seus filmes mostram cada vez mais as mulheres como heroínas e independentes. As mulheres caseiras acabam sendo ridicularizadas. A nossa sociedade usou as mulheres como mão de obra barata e, pela necessidade estas se submeteram a esta exploração. Hoje, elas venceram e como que por vingança estão por cima e subjugando os homens que precisam, muitas vezes, pedir o favor delas para trabalharem.

 

2.As mulheres precisaram perder o seu jeito gracioso e feminino para ganhar o seu espaço no mundo cruel e desleal do emprego e da competição. Retornar ao lar seria retornar à inferioridade. Assim funciona a mentalidade moderna, assim é o sistema do mundo.

 

3.Alguns dizem que o cavalheirismo desapareceu por conta dessa mutação de valores. No mundo da competição, as mulheres tiveram que abandonar a sua necessidade feminina de aceitar o cavalheirismo, pois aceitar que um homem segure a porta enquanto ela entra ou sai, seria aceitar a diferença entre homem e mulher e isto prejudicaria a corrida por posições numa empresa, por exemplo. Qualquer sinal de “graça feminina” foi visto como sinal de fragilidade e inferioridade.

 

4.É claro que apesar da nossa sociedade ter criado mulheres “estou-indo-à-luta-e-vou-ganhar-o-meu-espaço”, elas nunca perderam a graça de ser mulher. Mas o v.26 vai além dizendo que a mulher virtuosa fala com sabedoria e bondade, beneficiando o seu lar, como diz o próximo versículo.

 

Conclusão

1. “Seu valor: ‘Excede o de fina joias’” - v.10

2. “Seu louvor: ‘Pelo marido e filhos’” - v.28

3. “Sua preeminência: ‘Sobrepuja a todas’” - v.29

4. Sua beleza: “O temor ao Senhor” - v.30

5.Sua recompensa: “Suas próprias obras” - v.31

 

Algumas considerações:

 

As mulheres sempre foram usadas por uma sociedade egoísta e masculina. Houve épocas em que a mulher não saia do tanque de lavar roupas e não falava com homem sem permissão. Houve épocas em que a mulher era objeto sexual. Hoje, muitas pensam que ganharam o seu espaço, mas continuam sendo usadas. O homem em seu estado normal não daria toda a chance que deu para as mulheres. Eles fracassaram como empresários, como pais e chefes da casa, como pastores e líderes e as mulheres tiveram que socorrê-los. Ora, não é uma forma de serem usadas? Quem, conscientemente, quer ser utilizado somente porque o outro está falhando? Por que as mulheres estão sendo “elevadas” à posição de pastoras somente agora, depois de 2000 anos de Igreja? Se por um lado as mulheres estão socorrendo a Igreja numa época de apostasia, precisamos lembrar que estão socorrendo por causa da apostasia. Quem hoje é maior que Paulo, John Huss, Lutero, Calvino, Wesley para inovar o púlpito? Se a Igreja errou em não dar o espaço que é de direito da mulher, podemos dizer que a Igreja errou MUITO, pois foram 2000 anos de erro e erro gravíssimo. Deus sempre corrigiu desvios na Igreja, por que não corrigiu este? Por que só agora, época reconhecida como apóstata, surgiu este assunto?

 

Há uma inversão de valores domésticos. Hoje, talvez muitos homens precisem cuidar da casa para a mulher trabalhar. Se um casal tiver que sacrificar um emprego, provavelmente, em muitos casos, deverá ser o do homem que já está ganhando menos. A revista Veja já publicou um artigo falando sobre essa inversão. Quem sabe um dia a mulher precisará de um “Homem Virtuoso”, pois sem o trabalho caseiro dedicado não é possível viver bem, ou viveremos de tudo o que é industrializado e os fast-food serão nossas refeições sem a harmonia da família ao redor da mesa. Com os trabalhos domésticos, pouco sobra para a mulher virtuosa fazer outras coisas. (lavar, passar, cozinhar, limpar, cuidar dos filhos, do marido, cuidar dos necessitados, etc).

 

 

ANÁLISES DE SITUAÇÕES COMO TAREFA PARA A MATÉRIA DE PROVÉRBIOS[37]

 

Nome:______________________________________________

 

SITUAÇÃO A:

 

O Sr. Enódio ouviu de Dona Cunha uma crítica. Dona Cunha pediu que o Sr.Enódio pensasse seriamente na crítica que ela estava fazendo. Analise e responda. Quais os passos a serem tomados pelo Sr. Enódio?

 

SITUAÇÃO B:

 

A jovem Adelaide foi maltratada em palavras por sua amiga Franscilene. O que Franscilene deve fazer?

 

SITUAÇÃO C:

 

Diógenes ofendeu Juvenal. Diógenes se arrependeu, porém, soube que Juvenal difamou Diógenes para outras pessoas. Juvenal, também se arrependeu, mas não procurou Diógenes. Analise esta situação e diga, com detalhes, o que deve acontecer nesse relacionamento. E mais... algo está errado nessa situação, o que é?

 

SITUAÇÃO D:

 

Um erro foi cometido por Morane há mais de 20 anos. Ele gostaria muito de acertar, porém, sabe que terá de mexer com sentimentos de pessoas que já estão bem e relembrar coisas do passado traria muito sofrimento. Além disso, para relembrar os assuntos teria de narrar os acontecimentos antigos com detalhes desconhecidos por ofendidos. Como ajudar Morane nesse assunto crucial?

 

SITUAÇÃO E:

 

Isolda foi ofendida por Torres. Ela é muito mansa e anda fielmente nos caminhos do Senhor. Torres nunca se arrependeu. Isolda deve, mesmo assim, perdoar Torres? Por que e baseado em quê?

 

SITUAÇÃO F:

 

Poliana repreendeu Jandira. Alguns anos depois Poliana mudou seu pensamento em relação àquele assunto. Se fosse hoje Poliana não teria repreendido Jandira. Existe alguma coisa a fazer neste caso?

 

 

 

 

 

 

ASSUNTOS MENCIONADOS NO LIVRO DE PROVÉRBIOS POR H.E.ALEXANDER[38]

 

A

Acepção de pessoas -  18.5, 24.23, 28.21

Acusadores - 16.28, 18.8, 26.20-22

Adulação - 26.28, 28.23, 29.5

Advertência - 6.1-5, 11.15, 17.18, 20.16, 22.26, 27.13

Amigos - 16.28, 17.9-17, 18.24, 19.4-6, 25.16-17, 27.10

Amizade dos ímpios - 1.10,15,16, 4.14-17, 13.20, 14.7, 28.7

Avareza, usura, bens adquiridos desonestamente - 1.19, 10.2, 11.26, 15.27, 16.8, 8.16,20,22, 29.13

 

B

Bebedice - 20.1, 21.17, 23.20,21, 29-35, 31.4-5
Benevolência - 3.9,10,27,28, 11.17,25, 14.21,31, 16.6, 21.13,21,26, 22.9, 25.21, 28.17

 

C

Ciúme - 6.34-35, 14.30, 27.4

Confiança em Deus - 3.5-7,25,26, 16.3,20, 18.10, 19.21, 21.31, 28.25, 29.25, 30.5

Confiança (falsa) - 10.15, 11.28, 18.11, 25.19, 28.26

Confiança do justo - 28.1

Conselhos (para receber) - 11.14, 12.16, 13.10, 15.22, 19.20, 24.6, 27.9

Contendas, pleitos e disputas - 3.30, 6.19, 17.14,19, 18.19, 20.3, 22.10, 25.8-10, 26.17,20,21, 29.9, 30.33

Coração esquadrinhado pelo Senhor - 15.11, 16.2, 17.3, 21.2, 24.12

Correção de crianças - 13.24, 20.11, 22.6,15, 23.13, 29.15

 

D

Desejos - 11.23, 13.12,19, 21.25,26

Desprezo - 11.12, 14.21

Diligência - 10.4, 12.11,24,27, 13.4, 16.26, 21.5, 22.29

Dissimulação - 12.9, 13.7

 

E

Escarnecedores - 14.6, 15.12, 19.29, 22.10, 24.9

 

F

Falsas testemunhas - 6.16-19, 12.17, 14.5,25, 19.5,9,28, 21.28, 25.18

Filhos (motivo de alegria ou de desgosto) - 10.1, 15.20, 17.21,25, 19.13,26, 23.24, 27.11, 29.3

Futuro - 16.1,3,7,9, 27.1

 

G

Glutonaria - 23.1-3,20,21

 

I

Inveja (para com os ímpios) - 3.31, 23.17, 24.1,19

Ira do homem - 12.16, 14.17-20, 15.18, 16.32, 17.27, 19.11, 22.24, 25.28, 27.3,17, 29.22, 30.33

 

L

Limites - 15.25, 22.28, 23.10-11

 

M

Maledicência - 4.24, 10.18, 11.13, 12.18, 20.19, 25.23

Mentira - 6.17, 8.13, 12.19,22, 13.5, 14.25, 17.4,7, 19.5, 21.6, 29.12, 30.8

Mulher (adúltera) - 2.16-19, 5.3-14,20, 6.24-35, 7.6-27, 22.14, 23.27,28

Mulher (suas qualidades) - 11.16,22, 12.4, 14.1, 18.22, 19.13,14, 21.9,19, 27.15,16, 31.10-31

Multidão de palavras - 10.19, 14.23, 17.27

 

O

Ódio - 10.12,18, 15.17, 26.24-26, 27.6

Orgulho - 6.16,17, 8.13, 11.2, 12.9, 13.10, 14.3, 15.25, 16.5,18,19, 17.19, 18.12, 21.4,24, 28.25, 29.23

 

P

Palavra de Deus - 8.8,9, 29.18, 30.5-6

Palavras do homem - 10.11,14,20,21,31,32, 12.14,25, 13.2,3, 14.3,7, 15.1,2,4,7, 14.23,28,30, 16.21,23,24, 17.7,20, 18.4,6-8,20,21, 20.15, 22.11, 24.26, 25.11, 26.9

Perdão - 19.11, 20.22, 24.29, 25.21,22

Perigos - 10.2,15, 11.4,28, 13.11, 23.4,5, 27.24, 30.7-9

Pobres e pobreza - 10.15, 14.20,21,31, 15.16, 17.5, 18.23, 19.1,4,17,22, 21.13, 22.2,7,16,22,23, 28.3,6,11, 29.13, 30.7-9

Precipitação - 19.2, 20.21, 29.20

Preguiça - 6.6-11, 10.4,26, 12.11,24,27, 13.4, 15.19, 18.9, 19.15,24, 20.4,13, 21.25,26, 22.13, 23.21,

24.30-34, 26.13-16, 28.19

Presunção - 3.7, 12.15, 26.12, 28.26

Providência - 15.3, 20.24, 21.1,30,31

Prudência - 10.5,14, 12.9,16,23, 13.16, 14.18,35, 15.5,28, 17.2,24, 22.3, 24.6, 27.12

 

R

Respeito aos pais - 20.20, 23.22, 28.24, 30.17

Retribuição e recompensa - 1.33, 2.7,8, 3.32-35, 4.18-19, 5.22-23, 6.15, 8.20-21, 10.2,3,7,9,16,24,25,27,28,30, 11.3-8,18-21, 12.2,3,7,12,14,21,26,28, 13.6,9,21,22,25, 14.11,32,34, 15.6,9,29, 16.31, 17.20, 19.16,23, 20.7, 21.21, 22.5,8, 24.16,20, 28.18,20, 29.6

Riquezas (sua vaidade, suas vantagens e perigos) - 10.2,15, 11.4,28, 13.11, 23.4,5, 27.24, 30.7-9

 

S

Sacrifício - 15.8, 21.3,27

 

 

 

 

 

 

 

Provérbios dividido por temas[39]

 

Tema 01: Confiança em Deus

Palavras e expressões que indicam confiança em Deus

1.De todo o coração (3.5)

2.Reconhecimento (3.6)

3.Temor ao Senhor (3.7)

4.Não temas (3.25)

5.Segurança (3.26, 29.25)

6.As tuas obras (16.3)

7.Ensino (16.20)

8.Acolhimento (18.10)

9.Desígnio do Senhor (19.21)

10.Vitória

11.Prosperidade

12.Escudo (30.5)


Tema 02: Palavra de Deus

O que podemos esperar da Bíblia

1.Retidão (8.8)

2.Conhecimento (8.9)

3.Felicidade (bem-aventurança) (29.18)

4.Segurança (30.5)

5.Completude (30.6)


Tema 03: Fiança

O sofrimento que a fiança pode causar

1.Escravidão (6.1-5)

2.Perturbação (11.15)

3.Compromisso (17.18, 22.26)

4.Perda material (20.16)


Tema 04: Inveja (para com os ímpios)

As ramificações da inveja

1.Violência (3.31)

2.Pecado (23.17)

3.Malignidade (24.1)

4.Perversidade (24.19)


Tema 05: Retribuição e recompensa

Recompensas vindas da sabedoria e justiça

1.Tranquilidade (1.31)

2.Segurança (2.7, 10.9, 13.6, 19.16, 22.5, 28.18)

3.Intimidade com Deus (3.32)

4.Bênção de Deus (3.33, 28.20)

5.Graça (3.34)

6.Honra (3.35)

7.Luz progressiva (4.18)

8.Riquezas (8.21, 15.6 no VT incluía riquezas materiais)

9.Livramento do caminho de morte (10.2)

10.Satisfação completa (10.3, 13.25, 19.23)

11.Memória abençoada (10.7,25, após a morte não será esquecido)

12.Vida (10.16, 21.21)

13.Desejos satisfeitos (10.24)

14.Dias de vida prolongados (10.27, no VT literalmente e não apenas qualidade de vida)

15.Alegria (10.28, 29.6)

16.Firmeza (10.30)

17.Caminhos certos (11.5)

18.Livramento da angústia (11.8)

19.Recompensa verdadeira (11.18)

20.Agradável a Deus (11.20)

21.Liberdade (11.21)

22.Favor do Senhor (12.2)

23.Raiz firmada (12.3)

24.Permanência (12.7)

25.Vida frutífera (12.12)

26.Direcionador para os outros (12.26)

27.Luz incessante (13.9)

28.Galardoados com o bem (13.22)

29.Herança aos filhos (13.25)

30.Florescimento (14.11, figura para revigoramento)

31.Esperança na morte (14.32)

32.Nação exaltada (14.34)

33.Amado por Deus (15.9)

34.Respostas às orações (15.29)

35.Honra na velhice (16.31)

36.Benefício aos filhos (20.7)

37.Recuperação das quedas (24.16)


Tema 06: Acepção de pessoas

Os prejuízos do favoritismo

1.Justiça distorcida (18.5)

2.Não representa o caráter de Deus (24.23)

3.O caráter fica comprometido (28.21)


Tema 07: Sacrifício

A inferioridade do sacrifício em relação à oração e virtude

1.Quando a oração é melhor que o sacrifício (15.8)

2.Quando a atitude é melhor que o sacrifício (21.3,27)


 

 

 

 

 

Tema 08: Ódio

A pessoalidade do ódio

1.O ódio causa contendas pessoais (10.12)

2.O ódio mente contra pessoas (10.18, 26.24-26)

3.O ódio pode existir onde há banquetes (15.17)

4.O ódio simula o amor, mas continua sendo ódio (26.24)


Tema 09: Respeito aos pais

As escolhas no relacionamento com os pais

1.A desonra aos pais escurece o rumo da vida (20.20)

2.Pais envelhecem e muitas vezes são esquecidos (23.22)

3.Os filhos roubam os pais e se justificam (28.24)

4.Triste e merecido fim dos filhos maus (30.17)


Tema 10: Ira do homem

Os sentimentos fortes da ira e suas consequências

1.A expansão da ira é momentânea e desastrosa (12.16)

2.Os atos da ira são vergonhosos para quem os pratica (14.17)

3.A diferença entre a ira e a paciência é a pacificação (15.18)

4.Controlar-se é uma grande conquista (16.32)

5.A ira não deixa clima para o diálogo sereno (17.27)

6.A ira é indiscreta, mas o perdão é mais glorioso (19.11)

7.Más companhias. A ira complica os mais próximos (22.24)

8.A ira provoca estragos caros de se reparar (25.28)

9.É um peso demasiado. Pessoas podem melhorar (27.3,17)

10.Acúmulo de pecados e separação de amigos (29.22)

11.Ira esmagadora (30.33)


Tema 11: Desejos

As más notícias sobre nossos desejos

1.A tendência é causar irritação e ira (11.23)

2.Se o desejo demora para ser satisfeito provoca desânimo (13.12,19)

3.Querer não é poder. Só desejar não traz sucesso (21.25,26)


Tema 12: Amigos

A instabilidade e a preservação dos amigos

1.Quem precisa de inimigos com certos amigos? (16.28)

2.Manutenção de uma boa amizade (17.9-17)

3.Amizade seletiva, controlada e prejudicial (18.24)

4.Amizade interesseira (19.4-6)

5.Muito enjoa, até mesmo a amizade (25.16-17)

6.Recorrendo aos amigos do pai (27.10)


 

 

 

 

 

 

Tema 13: Diligência

Os erros comuns agravados pela falta de diligência

1.Pensar que é possível ter prosperidade sem trabalho e justiça (10.4)

2.Nutrir expectativas irreais em vez de trabalhar duro (12.11,24,27)

3.Sem trabalho, ficará só querendo (13.4)

4.O bom trabalhador surge pelo prazer em si e não pela necessidade (16.26)

5.A pressa, sem considerar que o sucesso vem aos poucos, com planejamento constante (21.5)

6.Pensar que as oportunidades vêm pela sorte e indicação sem a dedicação (22.29)


Tema 14: Limites

As portas da vida

1.Como portas, Deus estabelece limites e os protege (15.25)

2.Como portas arrombadas, ultrapassar limites também é roubar (22.28)

3.Como portas, os homens precisam respeitar os limites dos mais fracos (23.10-11)


Tema 15: Orgulho

O que se encontra na rota do orgulho

1.Deus não se agradando (6.16,17)

2.Detestável quando o vemos nos outros (8.13)

3.Falta de bondade e graça (11.2)

4.Vida de aparência (12.9)

5.Falta de conselhos e confusão (13.10)

6.Sofrimento desnecessário (14.3)

7.Os mais fracos vencendo os mais fortes (15.25)

8.Queda (16.5,18,19, 17.19, 18.12, 29.23, o orgulho é como uma porta alta)


Tema 16: Riquezas

A vaidade, as vantagens e os perigos das riquezas

1.A confiança nas riquezas e o ganho desonesto (10.2,15)

2.A inutilidade das riquezas e o juízo (11.4,28)

3.Ganhou fácil, perdeu rápido (13.11)

4.O dinheiro cria asas e a vida vai embora (23.4,5)

5.Governo e riquezas passam (27.24)

6.O suficiente para não se desviar de Deus (30.7-9)


Tema 17: Amizade dos ímpios

A inconsistência das amizades erradas

1.O prejuízo por não selecionar (1.10,15,16)

2.Amizade define o estilo de vida (4.14-17)

3.Uma questão de prioridade: vida ou amigos (13.20)

4.Amizade que nada acrescenta ao conhecimento (14.7)

5.Filhos perdidos (28.7)


 

 

 

 

 

Tema 18: Avareza, usura, bens adquiridos desonestamente

Quando as riquezas são o nosso foco

1.Pagamos com nossa alma (1.19)

2.Aprendemos a sagacidade do comércio (11.26)

3.Transtornamos nossa família (15.27)

4.Trocamos a justiça pelo lucro (16.8)


Tema 19: Contendas, pleitos e disputas

Algumas notas rápidas sobre brigas para todos nos lembrarmos

1.Não mexa com quem está quieto (3.30)

2.Não tenha prazer em acabar com as amizades (6.19)

3.Fique quieto enquanto dá tempo (17.14,19)

4.Não espere que o ofendido se abra para o ofensor (18.19)

5.Não entrar numa briga, pois é difícil sair dela (20.3)

6.Corte o mal pela raiz (22.10)

7.Não tenha pressa para entrar num pleito (25.8-10)

8.Não entre onde não foi chamado (26.17,20,21)

9.Não coloque mais lenha na fogueira (26.20,21)

10.Saiba que com alguns não tem acordo (29.9)

11.Considere onde isso vai dar (30.33)


Tema 20: Filhos (motivo de alegria ou de desgosto)

O que Provérbios fala sobre filhos

1.São motivo de alegria ou tristeza (10.1, 17.21,25, 19.13,26, 23.24)

2.Eles têm responsabilidades próprias (15.20)

3.Filhos são o cartão de visita dos pais (27.11)

4.Alguns filhos se satisfazem com prazeres mundanos às custas do pai (29.3)


Tema 21: Mulher (suas qualidades)

Os destaques de Provérbios para a mulher

1.Espera-se que seja graciosa (11.16)

2.Espera-se que tenha discrição (11.22)

3.Espera-se que seja virtuosa (12.4)

4.Espera-se que seja sábia para edificar o lar (14.1)

5.Espera-se que seja bênção (18.22)

6.Espera-se que não seja briguenta (19.13, 21.9,19, 27.15,16)

7.Espera-se que seja presente de Deus (19.14)

8.Espera-se muito de uma mulher (31.10-31, ver no final do estudo)


Tema 22: Dissimulação

As diferenças entre parecer e ser

1.No trabalho e produção (12.9)

2.No conceito de riqueza (13.7)


 

 

 

 

 

Tema 23: Mentira

A força da mentira

1.Faz Deus odiar (6.17)

2.Revela o caráter (8.13, 17.4,7)

3.Exige repetição para sobreviver (12.19,22)

4.É um assunto com risco de morte (14.25)

5.Faz do praticante um criminoso de alta periculosidade (19.5)

6.É autodestrutiva (21.6)

7.Gera desconfiança coletiva e absoluta (29.12)


Tema 24: Desprezo

As situações comuns onde a ofensa aparece

1.Quando há muita liberdade para falar (11.12)

2.Quando há muita proximidade (14.21)

3.Quando há muita brincadeira (26.18-19)


Tema 25: Bebedice

Os estragos incontestáveis da bebida

1.A bebida zomba[40] (20.1)
2.A bebida está muito ligada à miséria (21.17)
3.a bebida em excesso é sempre antibíblico e contraproducente (23.20,21)

4.O diário de um bêbado (23.29-35)

5.Os nobres não deviam beber, só os miseráveis (31.4-5)

Tema 26: Acusadores[41]

As linhas divisórias da acusação

1.Muito perto dos boatos (16.28)

2.Muito perto das mentiras (18.8)

3.Muito perto da fofoca (26.20-22)


Tema 27: Benevolência

A profundidade da benevolência

1.A generosidade começa entregando bens ao Senhor (3.9,10,27,28)
2.O fator retorno não deve ser descartado (11.17,25)
3.Ajudando a quem vemos e honrando a quem não vemos (14.21,31)
4.Bondade no mais alto grau, só a de Deus (16.6)
5.Tornando-se uma fonte que jorra (21.13,21,26)
6.Generosidade não precisa ser movida por ONGs necessariamente (22.9)
7.Até os inimigos são beneficiados pelo generoso (25.21)

 

 

 

 

 

 

Tema 28: Maledicência

As divisões da maledicência

1.Se não atraísse não haveria a ordem de se afastar (4.24)

2.Nunca fica com um só, sempre se espalha (10.18)

3.Se falar já não é segredo. Confiança traída (11.13)

4.Maneira de matar o amigo (12.18)

5.Se fala de outros a você, falará de você aos outros (20.19)

6.Uma coisa ligada a outra, maledicência e cara fechada (25.23)


Tema 29: Palavras do homem

Os laços bons e ruins das palavras

1.Vida ou morte nas conversas (10.11,14,20,21,31,32)

2.Você vive ou morre do que sai da sua boca (12.14,25)

3.Tudo piora ou melhora com nossas palavras[42] (13.2,3)

4.Apanhando por causa das próprias palavras (14.3,7)

5.Relacionamentos interpessoais e as palavras (15.1,2,4,7)

6.Enchendo os outros de esperança (15.23,28,30)

7.Ensinando outros pelas palavras (16.21,23,24)

8.Exige-se muito mais das palavras de líderes (17.7,20)

9.Alimentação equilibrada pelas palavras (18.4,6-8,20,21)

10.Raridade é encontrar pessoas que sabem usar as palavras (20.15)

11.Boas oportunidades não são para os desbocados (22.11)

12.Palavras que assinam acordos. Beijo era sinal de verdadeira amizade (Beijo de Judas seria sinal amizade) (24.26)

13.Beleza, valor e brilho (25.11)

14.Não faz diferença nenhuma. Sem sensibilidade e sem autoridade (26.9)


Tema 30: Prudência

Os ladrões da prudência

1.A falta de planejamento (10.5)

2.A impulsividade (12.16)

3.Exibicionismo ou ostentação (12.23)

4.Exposição desnecessária (13.16)

5.Tolice ou estupidez (14.18)

6.Rebeldia e parolice (Lc 2.19,51) (15.5,28)

7.Infâmia e devaneio (17.2,24)

8.Inconsequência (22.3)

9.Despreparo (24.6)


Tema 31: Multidão de palavras

Quando o menos é mais

1.É difícil falar muito sem pecar (10.19)

2.Trabalhe mais e fale menos (14.23)

3.Fale menos e fique calmo (17.27)


Tema 32: Escarnecedores

A decadência do zombador

1.O zombador está procurando alguma coisa (14.6)

2.Sabe que está errado, mas não quer ajuda (15.12)

3.Começa rindo e termina chorando (19.29)

4.Não faz falta para ninguém sério (22.10)

5.Ele não percebe que está incomodando (24.9)


Tema 33: Adulação

Quando o elogio não faz falta

1.Quando é muito, há muito estrago (26.28)

2.Quando não ajuda nada (28.23)

3.Quando a intenção é trair (29.5)


Tema 34: Ciúme e inveja

O poder destruidor do ciúme e da inveja

1.Não aceita resgate quando se trata da esposa de alguém (6.34-35)

2.Corrói até à estrutura mais profunda de uma pessoa (14.30)

3.É um sentimento poderoso e destruidor (27.4)


Tema 35: Falsas testemunhas

A sujeira do perjúrio

1.Está entre os pecados que se percebe fácil (6.16-19)

2.É uma mentira formalizada contra o inocente (12.17)

3.Engana os que devem julgar retamente (14.5,25)

4.A justiça prevalecerá e despejará a consequência (19.5,9,28)

5.Dura o preço do suborno ou outro benefício temporal (21.28)

6.Ela só tem um objetivo: matar o inocente (25.18)


Tema 36: Futuro

A ajuda que precisamos para o futuro

1.Planejamento: é bom, mas pode mudar (16.1)

2.Deus: Alguém precisa saber o que você está pensando (16.3)

3.Livre acesso: Não há obstáculo para Deus cumprir a agenda do obediente (16.7)

4.Direção: Do coração para a execução há uma estrada (16.9)

5.Finalização: Deus mexe os dados! (16.33)

6.Humildade e flexibilidade: Planejamento sem presunção (27.1)


Tema 37: Mulher (adúltera)

O fim de um casamento

1.Ela não tem mais o que perder (2.16-19)

2.Depois não adianta chorar (5.3-20)

3.Mexeu com fogo e se queimou[43] (6.24-35)

4.Passo a passo para a ruína moral (7.5-27)

5.Conversa profunda ou cova profunda? (22.14)

6.Poço profundo e estreito. Entrou, não sai mais (23.27,28)


Tema 38: Coração esquadrinhado pelo Senhor

A totalidade do conhecimento de Deus e nosso conhecimento

fragmentado de nós mesmos

1.Mistérios inatingíveis aos homens, mas não para Deus (15.11)

2.No começo parecia que eu estava certo (também 21.2) (16.2)

3.Deus tem como descobrir nossos segredos de coração (17.3)

4.Deus sabe do cinismo para com os que perecem (24.12)


Tema 39: Correção de crianças

As armadilhas possíveis ao se criar filhos

1.Filholatria (13.24)

2.Desconsideração à sagacidade da criança (20.11)

3.Generalização versus especificidade[44] (não deixe de ler o rodapé) (22.6)

4.Falta de disciplina física (22.15)

5.Dó e complacência (23.13)

6.Abandono (29.15)


Tema 40: Glutonaria

A falta de equilíbrio na alimentação

1.Morrendo pela boca (23.1-3)

2.Falta de limite ligado a amizades (23.20,21)

3.O ascetismo não é a solução (26.15, 25.16, veja 1 Tm 4.1-5)


Tema 41: Providência

A frieza do Deísmo, a blasfêmia do Teísmo Aberto

e o aconchego do Teísmo bíblico

1.Nada escapa aos olhos de Deus (15.3)

2.Sabe mesmo para onde está indo? (20.24)

3.Deus sabe, não significa que aprova (21.1)

4.Soberania é de Deus, mas com espaço para a

responsabilidade e arbítrio do homem (21.30,31)


Tema 42: Presunção

O descarrilamento da opinião própria

1.Eu sei me cuidar sozinho! Sabe mesmo? (3.7)

2.Parece certo, mas é melhor verificar (12.15)

3.A presunção é pior do que a ignorância (26.12)

4.Podia ter evitado... (28.26)


Tema 43: Confiança do justo

28.1 – A integridade que dá ousadia


 

 

 

Tema 44: Confiança (falsa)

O impulso para a queda

1.Enquanto há dinheiro, tudo bem! (10.15)

2.Não é a prosperidade, mas o descanso no Senhor (11.28)

3.É melhor pensar que estou seguro e inatingível, mas... (18.11)

4.Parecia que dava para confiar nele! (25.19)

5.Não dá para confiar nem em mim mesmo (28.26)


Tema 45: Perdão

Um conceito mais amplo do que o normal

1.Dá para aguentar mais um pouco (19.11)

2.Ele me paga! E o que você ganha? (20.22)

3.Então, você se torna igual a ele. Lembre-se que você disse que ele não tem caráter (24.29)

4.Ele jamais pensava que você reagiria assim (25.21,22)


Tema 46: Conselhos (para receber)

Muito mais do que palavras

1.O que mantém um povo de pé (11.14)

2.A discussão acaba com o conselho correto (13.10)

3.Só deu errado devido ao orgulho de não pedir ajuda (15.22)

4.Ouvir, aceitar e pegar o diploma (19.20)

5.É muito perigoso ir sozinho (24.6)

6.Quem avisa amigo é (27.9)


Tema 47: Laços e armadilhas

Um quadro do cotidiano

1.Para não ser enlaçado e preso, busque a sabedoria (3.26)

2.Fiança e dívida (6.2)

3.Mulher sensual e promíscua (7.23)

4.A conversa do tolo (18.7)

5.Votos e promessas (20.25)

6.Amizade com pessoas iracundas (22.25)

7.O antinominianismo (29.6)


Tema 48: Pobres e pobreza

A deformação da sociedade

1.Sem ter o que fazer (10.15)

2.É um incômodo para a sociedade, mas é uma responsabilidade (14.20)

3.Deus prova o homem avizinhando-o de pobre (17.5) (14.31)

4.Não tem a ver com piedade e temor a Deus (15.16)

5.Não está em posição de falar grosso (18.23)

6.Não tem a ver com integridade (19.1)

7.Já sabe porque não tem amigos ricos (19.4)

8.É um empréstimo até chegar a recompensa (19.17)

9.Não tem a ver com verdade ou mentira (19.22)

10.Quando chegar sua vez vamos ver (21.13)

11.Não tem a ver com acepção ou preferência divina (22.2)

12.Classe dominante, massa dominada... velha história (22.7)

13.Subindo nas costas do pobre para ter sucesso (22.16)

14.É simples, ele não tem como se recompor (22.22-23)

15.Sem dó e sem piedade (28.3)

16.Nem todos os pobres têm entendimento (28.11)

17.Deus alcança os maus e os arruinados (29.13)

18.Não só a riqueza, mas a pobreza também é perigosa (30.7-9)


Tema 49: Precipitação

A diferença entre rápido e apressado

1.Muito rápido tropeçará (19.2)

2.Não tenha pressa: herança normalmente demora (20.21)

3.Pior do que o tolo (29.20)


Tema 50: Preguiça

O que faz todos os projetos perecerem

1.Faça o quanto pode, mas faça. Vai um pouco mais (6.6-11)

2.O normal quando há justiça e oportunidade (10.4)

3.Não dá para contar com ele (10.26)

4.Sem esforço não dá nada mesmo (12.11)

5.Em todas as áreas da vida (12.24)

6.Se não for atrás ela não vem (12.27)

7.Vai morrer querendo (13.4)

8.Limpo, organizado e cheiroso, mas inútil (14.4)

9.Muitos arranhões pelo caminho (15.19)

10.É um desperdício de vida (18.9)

11.Até para comer parece trabalhoso (19.15,24)

12.Planejamento e mãos à obra (20.4,13)

13.Vai morrer querendo (21.25)

14.As desculpas mais improváveis para não trabalhar (22.13)

15.Comer, beber, dormir ... e morrer (23.21)

16.Um passeio didático. Aprende quem quer (24.30-34)

17.Esperto, dorminhoco, preguiçoso e arrogante (26.13-16)

18.É bom de sonhar, mas péssimo para trabalhar (28.19)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 - 1ª ed. 1994

 

Notas

 

1.     Introdução

1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

3.Manual Bíblico - H.H.Halley

4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

7.O livro dos livros - H.I.Hester

8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     An exposition of the Old and New Testament; in which the sense of the Sacred Text is given – John Gill – 1809 – em nove volumes – editado e revisado por Larry Pierce em 1994-1995 (extraído de e-sword)

3.     John Gill

4.     Gill 

5.     Gill

6.     Novo Comentário da Bíblia, pg. 14-15 – Pv 2.2-3 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

7.     Expositions of Holy Scripture (Proverbs), pg. 257 – Pv 3.2 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

8.     O Novo Comentário da Bíblia (3 volumes) – vol II, pg.634 -editado pelo professor F. Davidson – 1953 – 5a edição em português 1980 – Edições Vida Nova

9.     Knowing God through Proverbs – Heber Vander Lugt – Pv 4.18-19 (RBC Ministries – Grand Rapids – MI – 1993)

10.  Notes on Proverbs - Dr. Thomas L. Constable, pg. 30 – Pv 5.3-4 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

11.  Guidelines for Understanding and Proclaiming the Book of Proverbs - Greg W. Parsons, pg. 158 – Pv 6.6 (Bibliotheca Sacra 150 - April-June 1993 - Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)

12.  Comentário Bíblico de Matthew Henry – Pv 7.6-27 – pg. 12 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

13.  Comentário Bíblico Moody – Pv 8.22, pg. 30-31 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

14.  Comentário Bíblico NVI – F.F. Bruce – Pv 9.12 (Editora Vida, São Paulo – 2009)

15.  Proverbial Strings: Cohesion In Proverbs 10 - Ted Hildebrandt (Copyright 1997 by Grace Theological Seminary and Galaxie Software)

16.  O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 4, pg. 2595 – Pv 11.26 - Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

17.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 553 – William MacDonald – Pv 12.27 (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

18.  Dr. Peter Pett's Commentary - Commentary Series on the Bible – Pv 13.9 Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)

19.  The Pulpit Commentary, Pv 14.1 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

20.  Summarized Bible Complete Summary of the Bible – Keith L. Brooks – Pv 15.26,29 - Copyright 1919 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

21.  John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible – Pv 16.33 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

22.  Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Pv 17.17 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

23.  Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Pv 18.1 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

24.  Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) Pv 19.13 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

25.  Through the Bible Day by Day – A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – Pv 20.10 - Published in 1914; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

26.  Comentário Bíblico Expositivo do VT, pg. 436 – Warren W. Wiersbe – Pv 21.17 (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

27.  Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Pv 22.17 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

28.  Prov 23:7 – “to think” or “to serve food”? an exegetical note - Kenneth L. Barker (TMSJ 5/2 Fall 1994)

29.  The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Pv 24.11-12 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

30.  Albert Barnes' Notes on the Bible - Albert Barnes (1798-1870) – Pv 25.2 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

31.  The Biblical Illustrator - By Joseph S. Exell, M.A. – Pv 26.22 - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

32.  The Companion Bible (E. W. Bullinger) – Pv 27.2 - Published in 1909-1922; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

33.  Adam Clarke's Commentary on the Bible - (1715-1832) – Pv 28.13 - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

34.  Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Pv 29.15 - Compilado por  Maqui,  (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

35.  The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Pv 30.5 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

36.  Explore the Book – seis volumes em um, sendo Provérbios o volume três – J.Sidlow Baxter – pg. 139 - 1960 – nona impressão 1970 – Zondervan Publising House

37.  Situações fictícias criadas por Pércio Coutinho para discussão em grupos

38.  Introdução ao Velho Testamento – H.E. Alexander – pg. 208-210 (Publicações da Ação Bíblica – sem data e local de publicação

39.  Temas extraídos de Introdução ao Velho Testamento – H.E. Alexander (Publicações da Ação Bíblica, sem data e local de publicação). Sub-pontos por Pércio Coutinho Pereira

40.  Sugestão de leitura:

http://obomministro.blogspot.com/search/label/Bebida%20alco%C3%B3lica

41.  A palavra hebraica nirgan (caluniador) pode ser traduzida como “aquele que cochicha”. Bem típico do fofoqueiro.

42.  Cuidado com dois falsos ensinos do “poder das palavras”: 1) Rhema e Logos. Este ensino diz que existe a palavra falada (Rhema) e a Palavra escrita (Logos) e que Deus ainda tem revelações extra bíblicas (rhema). 2) Cuidado também com o falso ensino de que as palavras atraem destinos, ou seja, se formos positivos nas palavras coisas boas acontecerão e, se negativos, tudo piorará.

43.  No livro de Provérbios não há distinção entre prostituição e adultério.

44.  Algumas tentativas de interpretar este versículo: 1) Ensina a criança no caminho que já está, no caminho mau e ela nunca sairá dele 2) Ensina a criança a Bíblia e nunca ela se desviará 3) Ensina a criança e ela nunca conseguirá se desviar dos princípios plantados, pois estes ficam na pessoa para sempre como um testemunho acusando ou defendendo.



[1]  1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] An exposition of the Old and New Testament; in which the sense of the Sacred Text is given – John Gill – 1809 – em nove volumes – editado e revisado por Larry Pierce em 1994-1995 (extraído de e-sword)

[3] John Gill

[4] Gill 

[5] Gill

[6] Novo Comentário da Bíblia, pg. 14-15 – Pv 2.2-3 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[7] Expositions of Holy Scripture (Proverbs), pg. 257 – Pv 3.2 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[8] O Novo Comentário da Bíblia (3 volumes) – vol II, pg.634 -editado pelo professor F. Davidson – 1953 – 5a edição em português 1980 – Edições Vida Nova

[9] Knowing God through Proverbs – Heber Vander Lugt – Pv 4.18-19 (RBC Ministries – Grand Rapids – MI – 1993)

[10] Notes on Proverbs - Dr. Thomas L. Constable, pg. 30 – Pv 5.3-4 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

 

[11] Guidelines for Understanding and Proclaiming the Book of Proverbs - Greg W. Parsons, pg. 158 – Pv 6.6 (Bibliotheca Sacra 150 - April-June 1993 - Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)

[12] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Pv 7.6-27 – pg. 12 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[13] Comentário Bíblico Moody – Pv 8.22, pg. 30-31 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

 

[14] Comentário Bíblico NVI – F.F. Bruce – Pv 9.12 (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[15]  Proverbial Strings: Cohesion In Proverbs 10 - Ted Hildebrandt (Copyright 1997 by Grace Theological Seminary and Galaxie Software)

[16] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 4, pg. 2595 – Pv 11.26 - Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

 

[17] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 553 – William MacDonald – Pv 12.27 (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[18] Dr. Peter Pett's Commentary - Commentary Series on the Bible – Pv 13.9 Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)

[19] The Pulpit Commentary, Pv 14.1 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[20] Summarized Bible Complete Summary of the Bible – Keith L. Brooks – Pv 15.26,29 - Copyright 1919 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[21] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible – Pv 16.33 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[22] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Pv 17.17 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[23] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Pv 18.1 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[24] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) Pv 19.13 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[25] Through the Bible Day by Day – A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – Pv 20.10 - Published in 1914; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[26] Comentário Bíblico Expositivo do VT, pg. 436 – Warren W. Wiersbe – Pv 21.17 (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[27] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Pv 22.17 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[28] Prov 23:7 – “to think” or “to serve food”? an exegetical note - Kenneth L. Barker (TMSJ 5/2 Fall 1994)

[29] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Pv 24.11-12 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[30] Albert Barnes' Notes on the Bible - Albert Barnes (1798-1870) – Pv 25.2 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[31] The Biblical Illustrator - By Joseph S. Exell, M.A. – Pv 26.22 - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[32] The Companion Bible (E. W. Bullinger) – Pv 27.2 - Published in 1909-1922; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[33] Adam Clarke's Commentary on the Bible - (1715-1832) – Pv 28.13 - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[34] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Pv 29.15 - Compilado por Maqui, (a) Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

 

[35] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Pv 30.5 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[36] Explore the Book – seis volumes em um, sendo Provérbios o volume três – J.Sidlow Baxter – pg. 139 - 1960 – nona impressão 1970 – Zondervan Publising House

[37] Situações fictícias criadas por Pércio Coutinho para discussão em grupos

[38] Introdução ao Velho Testamento – H.E. Alexander – pg. 208-210 (Publicações da Ação Bíblica – sem data e local de publicação

[39] Temas extraídos de Introdução ao Velho Testamento – H.E. Alexander (Publicações da Ação Bíblica, sem data e local de publicação). Sub-pontos por Pércio Coutinho Pereira

[40] Sugestão de leitura: http://obomministro.blogspot.com/search/label/Bebida%20alco%C3%B3lica

[41] A palavra hebraica nirgan (caluniador) pode ser traduzida como “aquele que cochicha”. Bem típico do fofoqueiro.

[42] Cuidado com dois falsos ensinos do “poder das palavras”: 1) Rhema e Logos. Este ensino diz que existe a palavra falada (Rhema) e a Palavra escrita (Logos) e que Deus ainda tem revelações extra-bíblicas (rhema). 2) Cuidado também com o falso ensino de que as palavras atraem destinos, ou seja, se formos positivos nas palavras coisas boas acontecerão e, se negativos, tudo piorará.

[43] No livro de Provérbios não há distinção entre prostituição e adultério.

[44] Algumas tentativas de interpretar este versículo: 1) Ensina a criança no caminho que já está, no caminho mau e ela nunca sairá dele 2) Ensina a criança a Bíblia e nunca ela se desviará 3) Ensina a criança e ela nunca conseguirá se desviar dos princípios plantados, pois estes ficam na pessoa para sempre como um testemunho acusando ou defendendo.

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