Jeremias
Introdução[1]
1.O significado do nome Jeremias é incerto. Alguns sugerem que o significado é “A quem Deus escolhe”, outros dizem que o significado é “Jeová é sublime”. Jeremias era da linhagem sacerdotal e vivia na cidade do sacerdote Hilquias em Anatote. Aparentemente possuía alguma riqueza pessoal, pois era capaz de comprar terra real e até contratar um escriba (Baruque). Jeremias foi chamado para o ministério quando era apenas “uma criança” (1.4-6), sem dúvida na sua adolescência. Isto foi no ano 627 a.C. O livro foi escrito em 600 a.C. Jeremias é o autor, porém, à semelhança de Jesus, nunca escreveu nada de seu ministério. Baruque, seu amigo íntimo, quem escreveu, pois andava com Jeremias. Baruque foi para Jeremias o que Tércio foi para Paulo, um amanuense. Baruque não somente
escrevia para Jeremias, mas também, lia os escritos (36.6). Baruque, também, não era só amanuense de Jeremias, mas o seu “gerente de negócios”, enquanto Jeremias estava aprisionado (32.9-14). O livro não tem ordem cronológica alguma.
2.Jeremias ministrou durante os últimos 40 anos da história de Judá, do 13º ano de Josias (627 a.C.) até a destruição de Jerusalém e além dessa época (587 a.C.). Jeremias menciona os últimos líderes dos tempos prósperos do reino de Judá (1.1-3). Josias foi um rei piedoso e temente a Deus e morreu em 608 a.C. Foi durante o reinado do rei Josias que a Lei foi encontrada e o Templo de adoração restaurado. Jeoacaz seguiu nos caminhos do rei Josias, mas reinou apenas três meses, por isso, Jeremias nem o mencionou. Eliaquim ou Jeoiaquim foi o próximo rei (608-597 a.C.). Ele foi perverso e fez o máximo para perseguir Jeremias. Foi ele quem queimou o rolo das profecias de Jeremias (cap.36). Joaquim foi o próximo rei, mas também reinou apenas três meses, antes de ser levado ao cativeiro babilônico. Zedequias foi o último rei (597-586 a.C.). Ele presidiu na época da ruína da nação e a captura da cidade de Jerusalém. Portanto, Jeremias presenciou sua amada nação cair em pecado, guerra, julgamento e cativeiro. Apesar de tudo isso foi fiel em pregar a Palavra de Deus.
3.Quando Jeremias começou o seu ministério, a Assíria era a nação mais poderosa no mundo e estava nesta posição havia 300 anos, mas o Egito e a Babilônia estavam ganhando forças rapidamente. O Egito foi muito poderoso 1.000 anos antes, mas agora tentava reerguer-se. Em 609 a.C. os babilônios tomaram Nínive (capital da Assíria) e destruíram o poder da Assíria e em 605 a.C., venceu o Egito na batalha de Carquemis. A Babilônia, então, voltou-se contra Judá e os “políticos” de Judá aconselharam os reis para pedir socorro ao Egito contra a Babilônia. Jeremias era contra a aliança com os egípcios. Ele sabia que a única esperança para Judá era o Senhor, mas seus pecados eram tão grandes que a nação perdeu a bênção da proteção de Deus. Finalmente Babilônia capturou Judá e tomou Jerusalém (606-586 a.C.). Jeremias escreveu o livro das Lamentações para lembrar a morte da Cidade Santa.
4.A tarefa de Jeremias não era fácil, pois tinha que profetizar a morte de sua própria nação. A primeira parte deste livro registra vários de seus sermões em Jerusalém, nos quais o profeta denuncia os pecados do povo, dos sacerdotes e dos príncipes, principalmente o pecado da idolatria. No capítulo 25 Jeremias anuncia que a nação irá para o cativeiro por 70 anos e então retornará para restabelecer o reino. O restabelecimento nunca aconteceu, pois nunca mais Israel ou Judá tiveram reis. O reino seria ser restabelecido com a Pessoa de Jesus Cristo, mas como bem sabemos a nação O rejeitou. Sendo que é uma profecia e deve ser cumprida, esse reino deverá ser restabelecido um dia, o que a Bíblia chama de “Milênio”. No capítulo 31 Jeremias profetiza um “novo concerto” entre Jeová e o Seu povo. Não um concerto de lei e palavras escritas em pedras, mas um concerto de amor e fé, escrito no coração. Esta profecia se cumprirá com a conversão da nação de Israel. Jeremias trata, nos capítulos finais, das nações gentílicas ao redor de Judá e fala dos planos de Deus para elas.
5.A palavra chave no livro é rebeldia. A nação voltou as costas ao Senhor e seguiu os falsos profetas, os quais levou a nação a adorar os ídolos (2.19, 3.6,8,22, 5.6, 8.5, 14.7). Onze vezes a palavra arrepender-se é usada pelo profeta, mas a nação não se arrependeu. Lemos do choro de Jeremias por ver sua nação cair (9.1, 13.17, 14.17, 15.17-18, Lm 1.2, 2.11,18). Jeremias profetizou o cativeiro (25.11) e aconselhou que os reis se rendessem a Babilônia (27.16-17). Por isso Jeremias foi considerado um traidor e foi perseguido pelo seu próprio povo (1.21-33, cap.20,26,28,29 e 38). Nenhum profeta enfrentou mais oposição dos falsos profetas do que Jeremias (2.8,26, 4.9, 5.31, 6.14, 14.13-16, 18.18, 23.9-40, 26.8-19, 27.9-16 e cap. 28 e 29). Se Judá tivesse se arrependido e voltado a Deus teria sido livrada da Babilônia, mas porque Judá persistiu em seus pecados teve que ser punida. Deus, porém, prometeu restauração “por amor de Seu nome”. Babilônia é mencionada 168 vezes em Jeremias. Esse livro é o mais pessoal de todos os livros proféticos ao ponto de conhecermos o profeta como o “profeta chorão”. Os contemporâneos de Jeremias foram Sofonias e Habacuque e no final de seu ministério, Daniel foi o seu contemporâneo.
6.Jeremias usou muitas ilustrações em suas mensagens.
Ilustração |
Referência |
Fontes e cisternas |
2.13 |
Remédio |
8.22 |
Cinto que “para nada presta” |
13.1-11 |
Vaso de barro |
18-19 |
Jugos |
27 |
Livro afundado em águas |
51.59-64, Ap18.20-21 |
7.Jeremias e Oséias foram, talvez, os profetas que mais sofreram para entregar a mensagem de Deus. Há paralelos entre esses dois profetas, quanto ao coração de Deus diante dos pecados do povo e Seu amor sempre pronto a perdoar.
Jeremias |
Oséias |
2.1-6 |
2.1-5 |
3.1 |
3.1 |
3.22 |
14.4 |
5.31 |
6.10 |
8.As similaridades entre Jeremias e Jesus Cristo são dignas de nota e, por isso, segue um quadro comparativo. Procure referências sobre a semelhanças. Algumas já foram dadas.
Semelhanças |
Referências |
Solteiros |
Jr 16.1-2 |
Rejeitados na própria terra |
Jr 11.21, 12.6, Lc 4.16-30 |
Ministraram sob a sombra ameaçadora da potência mundial (Babilônia e Roma) |
Jr 27.6, 32.36, Jo 11.48 |
Considerados traidores pelo seu povo |
Jr 17.18, 18.18, 26.8-11, 37.18, Lc 5.21, Mt 9.4, 26.65, Jo 10.33 |
Oposição dos falsos profetas e fariseus |
|
Choraram sobre a cidade de Jerusalém |
|
Predisseram a ruína de Jerusalém |
|
Poucos discípulos verdadeiros |
|
Perseguidos e aprisionados |
|
Enfatizaram a “religião do coração” e não meramente formas externas e cerimônias |
|
Jesus citou Jeremias ao purificar o Templo |
Jr 7.11 |
Enfatizaram um “novo concerto no coração” |
Jr 31.31-37, Hb 8.7ss |
Usaram ilustrações e parábolas |
|
Revelaram um coração compassivo por uma nação que devia obedecer a Palavra de Deus |
|
Foram, aparentemente, frustrados no final de suas vidas e ministérios |
|
Deus os honrou e fez Seu trabalho próspero |
|
9.No reinado de Josias, a Lei foi encontrada e com certeza Jeremias se utilizou dessa Lei e aplicou-a à sua mensagem. Vemos um paralelo entre Jeremias e Deuteronômio em várias passagens.
Jeremias |
Deuteronômio |
2.6 |
32.10 |
28.14 |
28.49 |
7.33 |
28.26 |
11.3 |
27.26 |
11.5 |
7.12-13 |
24.9 |
28.25 |
10.Todos sabemos que para Babilônia foram os principais judeus, os mais capacitados, e alguns deles foram até honrados pelos cargos e posições que tiveram. Exemplos: Os três amigos de Daniel, o próprio Daniel, Esdras, Neemias e muitos outros. Jeremias teve o privilégio de escolher entre ir para a Babilônia ou ficar com o remanescente pobre (2 Rs 24.14, Jr 39.12). Ele preferiu ficar e ministrar ao seu povo desolado, mesmo sabendo que teria tratamento especial se fosse. De fato, Jeremias foi para um cativeiro, mas não o babilônico e sim para o Egito, juntamente com Baruque (43.6-7). Mesmo do Egito Jeremias aconselhava o povo a voltar-se ao Senhor e não para o Egito (cap.44). Enquanto Jeremias pregava em Jerusalém, Ezequiel pregaria, anos mais tarde, a mesma mensagem na Babilônia, entre os cativos.
11.Os recabitas eram uma tribo desde os tempos de Moisés (Jr 35.1-12, 1 Cr 2.55, Nm 10.29-32, Jz 1.16, 2 Rs 10.15-31). Eram muito simples em seu viver diário. Jonadabe, o descendente de Recabe, mostrou-se zeloso na época da idolatria de Jeú, e esse zelo perdurou na linhagem por 250 anos, fazendo-os um povo distinto. Rejeitavam o sistema de vida agrícola fixa, portanto, eram seminômades. Por causa desse zelo ganharam o favor de Deus (Jr 35.18-19).
12.O profeta que mais sofreu foi Jeremias. Vejamos alguns desses sofrimentos que afetaram o profeta, tanto em seu físico como sua moral e suas emoções.
1.Perigo de vida no reinado de Jeoiaquim, devido à sua pregação fiel a Deus (26.7-20). 2.Sua vida foi ameaçada em Anatote, durante o reinado de Josias (11.18-23). 3.Sua própria família estava contra ele (12.5-6). 4.Era amaldiçoado por quase todos (15.10). 5.Foi colocado no tronco por Pasur (20.1-18). 6.Ficou desapontado e indignado (20.14-18). 7.Seus escritos foram queimados por Jeoiaquim, porém, reproduziu e acrescentou mais palavras (36.9-32). 8.Teve contenda com Hananias (cap.28). 9.Teve contendas por carta com os falsos profetas da Babilônia (cap.29). 10.Foi aprisionado junto à porta da cidade e atirado à masmorra, na casa de Jônatas, o escriba (37.3-15). 11.Acusado de traição e atirado no cárcere, para ali morrer, mas é socorrido por um etíope (38.1-13). 12.Levado em cadeias até Ramá (4.1). 13.Levado ao Egito pela força (42.1-43.7). 14.Esforçou-se, mas não foi ouvido, para que o povo abandonasse a idolatria (cap.44). |
13.Esboço simples
I.O chamado nacional - mensagens a Judá (1-33 e 52) II.O chamado pessoal - os sofrimentos de Jeremias (34-35) III.O chamado internacional - mensagens às nações (46-51) |
Capítulo 1: O chamado de Jeremias. A vara de amendoeira. A panela ao fogo.
1.Na introdução desse material lemos sobre o nome do profeta, o tempo de seu ministério e os reis da época. Portanto, o contexto vivido por Jeremias era de tensão, idolatria, ameaças, negligência e cativeiro babilônico. O Senhor quis usar Jeremias para avisar o povo de Judá sobre o cativeiro e dos perigos espirituais de confiar no Egito. Deus queria que o povo se arrependesse, como isso não aconteceu, o povo deveria pelo menos se entregar pacificamente a Babilônia. Deus separou Jeremias para uma obra antes mesmo dele nascer. Um chamado muito comum entre os profetas e libertadores, tais como Sansão e João Batista. O próprio Paulo entendia ser escolhido antes de seu nascimento. Todo o judeu já é escolhido antes de nascer como participante do povo eleito, Israel, e para ser representante de Deus na terra. Alguns, como Jeremias, com tarefas mais específicas ainda. Jeremias sentia-se como uma criança. Talvez um adolescente ou um jovem de 20 anos de idade. No entanto, a capacidade de falar e a autoridade seriam dadas pelo próprio Deus. Um judeu só ganhava autoridade para falar aos 30 anos. As palavras de Jeremias seriam as palavras de Deus colocadas em sua boca. As profecias de Jeremias teriam o poder de levantar e derrubar nações (v.1-10).
2.A vara de amendoeira nos lembra da autoridade de Arão rejeitada pelo povo de Israel. Deus sinalizou através da vara florida naquele teste à porta da tenda da congregação que a família de Arão recebera a autoridade de Deus para exercer o ofício. Jeremias também recebe a autoridade de Deus e terá o zelo do Senhor como proteção para o seu ministério de profeta. A palavra “saqued” (amendoeira) é quase igual a “soqued” (cuidado). Deus terá cuidado para com o ministério de Jeremias (v.11-12).
“A primeira visão faz uma associação positiva. Seu conteúdo é uma vara de amendoeira, a primeira árvore a florir na primavera. ... Há um jogo de palavras (sãqêd, ‘aquele que acorda’, e sõqêd, ‘eu velo sobre’), que ilustra a prontidão com que Deus cumpre suas promessas. Assim como os primeiros botões da amendoeira anunciavam a primavera a palavra pronunciada apontava para seu rápido cumprimento. Jeremias, como Amós, gostava muito da natureza (veja 2: 10, 8: 7, 12: 8s, 14: 4-6, etc), e sabia que ela podia funcionar como agente divino.”[2]
3.A panela fervente virada para o norte indicava o juízo de Deus através da Síria contra Judá. A nação de Judá está envolvida em muitos pecados comportamentais, de idolatria e orgulho. A ousadia de Jeremias seria reforçada pela autoridade de Deus, mas a covardia dele faria com que Deus levantasse os pecadores contra ele, fazendo-o perder autoridade. O trabalho de Jeremias era descansar na autoridade ou poder de Deus. O Senhor o protegeria da desobediência. O maior perigo que o servo de Deus pode enfrentar não é a morte, mas a desobediência (v.13-19).
Capítulo 2: A noiva rebelde. A cisterna rota. A mácula da idolatria.
1.Deus vê Israel como a noiva que O seguia no deserto quando Ele a libertou do Egito. Mesmo que no deserto não se semeia, Israel se tornou as primícias, os primeiros frutos, de uma grande colheita. Algumas nações vizinhas tentaram por toda a história saquear a colheita de Deus que é a nação de Israel, mas sempre para o seu próprio mal, pois a promessa de Deus para a Abraão é a de amaldiçoar os que amaldiçoarem o povo de Abraão (v.1-3).
2.O estranho é que Deus que sempre foi bom para com essa noiva, essa seara que é Israel, é rejeitado pelo povo, pois se torna idólatra, anulando o seu próprio bom senso. Não chegaram nem a perguntar onde estava esse Deus que libertou o povo da escravidão, mas simplesmente, se desviaram Dele como se Ele os tivesse abandonado. O Senhor, além de não ter abandonado o povo de Israel, ainda o colocou numa terra fértil, cheia de bênçãos. No entanto, o povo se contaminou com os outros povos. O povo segue o seu líder, mas os líderes estavam em situação espiritual precária igual ao povo. Os sacerdotes, os mestres da lei e os pastores se inutilizaram se contaminando com os ídolos inúteis (v.4-8).
3.Deus é misericordioso e ainda quer salvar o povo de sua rebeldia. Ele brigará pelo Seu povo e pleiteará a favor dele. Deus desafia Israel a encontrar além-mar (Chipre) ou nos desertos da Arábia (Quedar) algum povo que deixou os seus deuses por outros. Mesmo que os deuses nada são eles continuavam fiéis a eles. O povo de Israel que possuía o único Deus verdadeiro e glorioso, trocou-O por deuses inúteis e sem valor. Até os céus devem se espantar com tamanha insensatez. O povo abandonou Aquele que tem a água viva e cavou cisternas que não retém água porque são rotas. Não há nada que aproveitemos da idolatria, nada fica para o adorador. É como um poço que não segura água (v.9-13).
4.A nação não nasceu para ser prisioneira de ninguém, mas, no entanto, é que assim que preferiu andar, como escrava. O leão que é a Babilônia, Egito, Síria, Assíria e outros povos rugiu contra Israel e fez dela uma assolação. A Babilônia destruiu as portas, os muros e o Templo de Judá. O povo também foi assolado e levado cativo. Mênfis e Tafnes são cidades do Egito. O Egito, antigo opressor de Israel, ainda teve nesses dias poder de opressão sobre a nação santa. Pastar a cabeça é o ato de rapar a cabeça como a um prisioneiro ou saquear os seus bens. Foi por abandonarem o Senhor que tudo aconteceu. As consequências em se afastar do Senhor não podem ser ignoradas. Se Israel é uma cisterna rota, precisará de água. A fonte de água viva está no Senhor, mas a nação preferiu buscar água no Nilo (Egito) e no Eufrates (Assíria), ou seja, buscar refúgio e aliança com essas nações contra a Babilônia. Descobriram que lá também as cisternas são rotas. Não há lucro algum em buscar ajuda daqueles que não obedecem ao Senhor. As próprias decisões erradas são a causa da queda de Israel. É amargo deixar o Senhor (v.14-19).
“As consequências das próprias perversidades do povo e apostasias retornariam sobre eles com pragas. Isso ensinaria a eles que é moralmente mal e experimentalmente amargo abandonar Yahweh, seu Deus. Todas essas coisas ruins aconteceram a eles porque não temeram ao Senhor.”[3]
5.No final desse discurso de Jeremias, a mácula ou mancha denunciada é a da idolatria. A adoração a Baal se tornou um laço contra Judá. Não houve gratidão e reconhecimento por parte de Israel. Antes, se prostituiu com Baal. Houve um retorno agrícola injusto. Deus plantou uma vide de qualidade para ser frutífera e dar muitas e boas uvas, mas o resultado foi uma vide brava, sem frutos. A mácula da idolatria não sai fácil do caráter. O salitre e a potassa servem para limpar as escórias da prata. A idolatria e a prostituição mancham uma pessoa no mais profundo de seu ser, por isso, a prostituição é um sinônimo espiritual para a idolatria (v.20-22).
6.A noiva que é Israel não pode negar que se maculou com a prostituição da idolatria. Deus a compara com uma dromedária nova que anda por todo o deserto. A nação de Israel se contaminou com todo o tipo de idolatria. É como uma jumenta no cio, fácil de ser encontrada, pois nesse tempo está atrás dos jumentos para se satisfazer. O relacionamento sexual pode se tornar numa compulsão, assim como a idolatria. O adorador já não consegue ficar sem se prostrar diante de seus ídolos inúteis (v.23-25).
7.O pecador pego em seu pecado se sente envergonhado como um ladrão que esconde o rosto para não ser reconhecido. O idólatra fica tão manchado em seu caráter que já não reconhece o verdadeiro criador. Ele pensa que aquele ídolo inanimado o criou. No momento de angústia, todas as pessoas buscam o seu criador. Porém, qual dos tantos deuses é o criador? O adorador de ídolos é totalmente confuso. Deus até tentou disciplinar o povo, mas este matou os profetas levantados por Deus. É um povo ingrato. Deus veio com água e luz, mas os pecadores preferem a sede e as trevas (v.26-31).
8.Israel é uma noiva esquecida. Uma noiva jamais se esqueceria de se maquiar, arrumar-se e embelezar-se, mas Israel se esqueceu que é a noiva de Deus. Israel até ensinou outras noivas a se prepararem para o noivo. Os mestres da lei até ensinavam a Palavra, porém, não a viviam. Essa noiva está com o vestido manchado de sangue inocente. As injustiças cometidas no reino não são ignoradas por Deus, mas a nação, cinicamente, nega tudo. Deus disciplinou Judá por ter buscado auxílio da Assíria e fará o mesmo porque pretendem escapar da disciplina da Babilônia buscando aliança com o Egito. Sabemos que o Egito traiu Judá nessa aliança, mesmo tendo recebido dinheiro para apoiá-la (v.32-37).
Capítulo 3: A perfídia (traição) do pecador e a fidelidade de Deus em perdoar os arrependidos
1.A nação de Judá se prostituiu, traiu o Senhor. Quase todos os maridos traídos mandam a mulher embora e não voltam para ela jamais. No entanto, o Senhor Deus, traído por sua esposa, Judá, pede que ela volte. É um ato de amor insistente de Deus para com o pecador. A nação poluiu a terra, pois adorou todos os ídolos vizinhos do deserto. Deus até avisou a nação, dando chances de saber que algo estava errado no relacionamento, pois ao reter as chuvas o povo já deveria saber que era pelo desagrado de Deus para com o Seu povo. Estava escrito na testa que Judá era prostituta, mas ela não se envergonhou. Não adianta clamar por misericórdia se não houver mudar de comportamento (v.1-5).
“Quando nos arrependemos, é bom pensarmos nos pecados dos quais temos sido culpados, e nos lugares e companhias em que foram cometidos.”[4]
2.O exemplo de prostituição de Israel, o reino do norte, deveria ser suficiente para que Judá não seguisse o mesmo caminho. No entanto, nem com o divórcio de Deus para com Israel, Judá aprendeu. Judá acabou se tornando pior do que Israel, pois teve mais luz da Palavra através dos reis bons (nove contra nenhum rei piedoso em Israel). Quanto mais luz, maior as trevas, caso a luz seja rejeitada. O profeta Jeremias, sendo o clamor de Deus para Israel, pede que o reino do norte, mesmo cativo na Assíria, se arrependa e volte para o Senhor. O pecado da traição é muito mais doloroso do que o pecado da ignorância. Nós que conhecemos a Palavra de Deus e não andamos em Seus caminhos, machucamos muito mais o coração de Deus do que aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ouvir sobre a Salvação (v.6-13).
3.Apesar da traição, infidelidade e prostituição, Deus quer o Seu povo amado para Si. Porém, somente através do quebrantamento, confissão e restauração é que o pecador pode se achegar a Deus. O pecador que deseja ser pastoreado pelo Senhor não ficará, de modo algum, desgarrado. Deus quer salvar a todos. Ele não deixa pessoas arrependidas e crentes sem salvação. Ele chama a todos. A arca da aliança tinha sumido, mas o Senhor estava presente ainda. O profeta prenuncia o dia em que Israel e Judá não estarão mais separadas, mas juntas em adoração a Deus na terra prometida (v.14-18).
4.Não é possível restauração sem arrependimento. Ao se esquecerem do Senhor, os pecadores provocaram o distanciamento da comunhão e alegria. Deus convida sempre para o arrependimento e não para uma festa sem compromisso. O pecador precisa responder sempre com quebrantamento e nunca com necessidades secundárias não resolvidas. A idolatria se mostra uma ilusão para o pecador. As orgias perdem o prazer diante da santidade do Senhor. Somente o quebrantamento é capaz de motivar o pecador até o Senhor e não as justificativas, desculpas e pensamentos próprios (v.19-25).
Capítulo 4: A Lei aplicada: a circuncisão do coração
1.Judá precisa aprender a aplicar a Lei de modo correto. Não andar vagueando em idolatria, mas praticar a justiça. O campo espiritual de Judá já está tomado de espinhos do pecado. Precisa de um novo campo. A circuncisão física já não tem valor, pois o compromisso de obedecer ao Senhor já foi quebrado. Precisa de uma circuncisão do coração (v.1-4).
2.O Senhor está encorajando os inimigos de Judá, a Assíria e, posteriormente, a Babilônia a invadirem o país. A Babilônia tinha o leão alado como o seu símbolo. Restará para Judá o lamento com pele de animal, o cilício, feito de pele de cabra para demonstrar desolação. Os líderes da nação perderam a coragem. Desafiaram ao Senhor, mas não conseguiram manter sua postura arrogante diante da Babilônia, o agente disciplinador de Deus. O profeta Jeremias chora pela nação, entendendo que Deus deu um sentimento de paz para a nação com o fim de discipliná-la, de surpresa. Se temeram o vento destruidor e assustador da Assíria, ficarão apavorados com o vento da Babilônia com seus cavalos mais rápidos que águia. Se Judá deixasse os maus pensamentos seria salva (v.5-14).
“Verdadeiramente enganaste. Uma declaração difícil de entender. Possivelmente significa que, tendo Deus permitido aos falsos profetas que gritassem ‘Paz! Paz!’ (cons, cap. 28), era considerado responsável pelo engano do povo. Jeremias tem uma série de profundas explosões deste tipo (cons. 20:7, embora aqui a palavra seja outra no hebraico).”[5]
3.A nação toda ouvirá e sentirá a calamidade da invasão babilônica. Será um dia amargo. Assim é o pecado e suas consequências. Jeremias se contorce de dor por ver o seu povo caindo dessa maneira. O sophar (trombeta) era o sinal para a nação. Dessa vez não para se reunir para adorar a Deus, mas para avisar da invasão do terrível juiz, a Babilônia. Judá se tornou inteligente para o mal, mas ignorante para o bem. Infelizmente, assim têm vivido alguns crentes, inconsequentes diante do pecado. O profeta usa o termo da criação, mas dessa vez para dizer que a terra de Judá ficou sem forma e vazia porque está devastada[6]. Porém, Jeremias, relata o estado de Jerusalém e circunvizinhanças invadidas e devastadas pela Babilônia. Temos que lembrar que é a ira de Deus derramada sobre Judá. Deus usa a Babilônia para isso. Na Tribulação, a ira será de Deus e do Cordeiro, mesmo que para isso use ou permita que os poderes do diabo atormentem os moradores da terra (v.15-26).
4.Deus não acabará com Israel na Tribulação, assim como não o fez na invasão babilônica. Deus não mudou de ideia no cativeiro babilônico e nem precisou se retratar disso. Da mesma forma, Ele não errará ao derramar Sua ira na tribulação e nem mudará de ideia. Portanto, a preocupação do mundo em salvar o planeta será frustrada com a tribulação, pois Deus afetará todo o ecossistema, economia e sociedade. Não haverá sustentabilidade viável para a tribulação[7]. O orgulho de Judá com toda a sua maquiagem sedutora não foi suficiente para atrair a Babilônia como amante. O Egito não protegeu sua amante, Judá. Pelo contrário, a nação de Judá se tornou uma mulher com terríveis dores de parto. O filho será o cativeiro. O crente deve circuncidar o seu coração, ou seja, obedecer ao Senhor e não se desviar deliberadamente para o pecado (v.27-31).
Capítulo 5: Uma lista de pecados bem atual
1.Quando o pecado toma uma proporção tão extensa, a sociedade fica deteriorada. Judá deixou de confiar no Senhor e passou a fazer falsos juramentos de obediência a Deus. A dureza do coração do homem não aceita a disciplina do Senhor. Os pobres ou os faltos de conhecimento ainda têm uma desculpa, porém, os nobres (sacerdotes e príncipes) são obrigados a conhecer, obedecer e transmitir a Palavra de Deus e, portanto, são indesculpáveis. A destruição pelas feras é inevitável. O leão, o lobo e o leopardo podem ser figuras para os inimigos de Judá: Babilônia, Média e Grécia (v.1-6).
2.Os pecados se tornaram cada vez mais hediondos, tais como idolatria e prostituição. Dessa vez, a prostituição não é uma metáfora para a idolatria, mas é a prostituição literal, a imoralidade sexual. O Senhor é vingador contra os adúlteros (Hebreus 13.4). A Babilônia viria sobre Judá como se fossem gafanhotos numa plantação ou raposas numa vinha. O pecador se torna indiferente à disciplina de Deus quando está com o coração endurecido, porém, ninguém pode negar os sofrimentos da vida por muito tempo. Os maiores culpados são os profetas que não falam a verdade, por isso, terão sua parcela de disciplina. A Babilônia virá como fogo destruidor e o idioma desconhecido perturbará mais ainda Judá (v.7-15).
“Dai voltas às ruas de Jerusalém (1). A busca é baldada [frustrada, fracassada], motivo esse que explica porque a nação está indefesa como um homem habituado a viver na cidade e que, de súbito, se encontra abandonado numa floresta onde as feras pululam (6). De fato, os habitantes de Jerusalém tinham descido ao nível de animais. Quando Deus os alimentara (7), haviam prostituído a Sua generosidade, comportando-se como cavalos bem fartos e eivados de sensualidade (8).”[8]
3.Os pecadores de Judá que se mostraram tão corajosos em desobedecer a Deus, agora terão que enfrentar homens valentes da babilônia e se acovardarão. O pecador teme muito pouco a Deus, mas se amedronta das situações da vida. Portanto, Deus, para mostrar o Seu poder ao homem presunçoso, se utiliza das próprias aflições dos mortais para alcançar os corações duros. Deus mexe com os bens, família e segurança de Judá. Nunca foi o objetivo de Deus acabar com Judá, mas apenas discipliná-la. Assim como serviram deuses na terra prometida, servirão estrangeiros em terra distante (v.16-19).
4.Essa profecia não pode se resumir a Judá e depois não servir para mais nada. Deus quer que aprendamos, hoje, através dos exemplos bíblicos do passado. Os pecados são atuais e a dureza de coração continua. Até as ondas poderosas do mar respeitam os limites da areia da praia, porém, o pecador não respeita os limites e se rebela contra Deus. O homem vê as estações surgirem e desaparecerem em sua própria época, mas não consegue ver os planos de Deus (v.20-25).
5.Os líderes de Judá são como caçadores de pássaros. Enchem as gaiolas, mas ainda querem mais. Os líderes enchem suas casas de pecados, mas ainda querem mais. As riquezas deles estão baseadas em fraudes e desonestidades. Eles não são misericordiosos para com os aflitos, mas são egoístas. Os profetas e sacerdotes andam juntos nessas injustiças. Estão se enriquecendo, mas um dia tudo isso acabará e não terão firmeza no juízo de Deus (v.26-31).
Situações insistentes e únicas (Jr 1-5) 1.Um chamado insistente (1.4-10, 17-19) 2.Um amor insistente (2.2-3,7,21) 3.Uma rebeldia insistente (2.5,8,11,13,20,35) 4.Um convite insistente ao arrependimento (3.7,10,12-15) 5.Um juízo único (4.4,8,18,20,31) 6.Uma rejeição insistente (5.1,3-5,12-13,23 |
Capítulo 6: A obstinação pela desobediência traz o juízo
1.As pessoas da tribo de Benjamim estavam juntas com Judá na desobediência e, por isso, receberão as consequências de seu pecado. A Babilônia virá sobre Jerusalém pelo norte. Os fachos eram tochas colocadas com sinais de direção para fuga. A destruição virá e Benjamim poderia preservar sua destruição também. Os exércitos são comparados a rebanhos, os generais são os pastores os quais vêm armando as tendas para sitiar Jerusalém. Em plena força do dia atacarão e vencerão até à noite. As portas serão arrombadas com os troncos das árvores e servirão como rampas para atravessar obstáculos. A razão do juízo é a maldade da nação. A obstinação pelo pecado brota como água num poço. Ainda há tempo de se arrepender, mas chegará o tempo em que a disciplina cairá sobre a nação irremediavelmente (v.1-8).
2.Deus fará uma colheita na nação, pois ninguém quer ouvir a advertência. Ninguém escapará. Deus não deterá a Sua disciplina. Perderão seus bens e seus familiares. A ganância é um dos pecados mencionados. Os religiosos estão incluídos nessa ganância. O pecador se ilude com uma falsa paz, porém, no fundo ele sabe que não há paz de Deus, mas somente uma paz mundana. Não há nenhum constrangimento em pecador depois que passa certo estágio da desobediência e ultrapassa a linha da obstinação (v.9-15).
“O mesmo Deus que faz a advertência também ordena os preparativos para o ataque à sua própria cidade. Apesar disso, faz-se mais um apelo ao arrependimento e à volta. Em meio à destruição (Derrubem as árvores, v.6), ainda se procura um pecador arrependido, mas que tristeza, não há remanescente (v.9). A falta de obediência à palavra de Deus resulta em destruição total que cai, nas palavras das maldições (cf. Dt 28.20; 8.10-12), sobre todas as classes de infratores da lei, sua propriedade, meio de sustento e famílias.”[9]
3.A advertência de Deus é muito semelhante à de Apocalipse 2. A igreja de Éfeso abandonou o primeiro amor e deveria se lembrar de onde caiu e se arrepender. Judá deveria perguntar pelos caminhos antigos, mas não estava disposta a se arrepender. Essa disciplina deveria alertar os demais que pretendiam se afastar de Deus. Os rituais religiosos não serviam para Deus, por mais bem elaborados e caros que fossem. Deus quer o arrependimento, a obediência, o quebrantamento. (v.16-21).
4.A queda virá por instrumentalidade da Babilônia, porém, é o próprio Deus quem dirigirá o castigo de Judá. É claro que no momento da invasão, os moradores de Judá amoleceram. No entanto, Deus queria que amolecessem o coração duro antes da disciplina. O momento agora é de curtir a disciplina amarga do Senhor (v.22-26).
5.O profeta Jeremias foi muito útil com suas profecias, mesmo que o povo não prestou atenção. Ele acabou sendo um instrumento de depuração. O povo se tornou duro com o ferro e só o fogo agora pode amolecer essa matéria pecaminosa. Não é ineficiência do profeta. A mensagem é muito eficaz tanto para salvação como para disciplina. Nessa fornalha de purificação, o que não é material bom é impureza e será expurgada. Portanto, a mensagem do profeta foi muito válida. O povo se tornou prata rejeitada, ou seja, os pecadores são escórias que no processo de purificação é excluída do metal nobre. A nossa vida é acrisolada no fogo e se estivermos ouvindo a voz de Deus sairemos purificados e úteis para a Sua obra (v.27-30).
Capítulo 7: As falsas garantias sobre as quais o pecador se apoia
1.O povo de Judá estava colocando sua confiança no Templo, na oração dos profetas, nos sacrifícios e até no sacrifício dos filhos. No entanto, nada disso era garantia de proteção do juízo de Deus. O Templo não protege, mas se quisessem adorar naquele templo deveriam obedecer ao Senhor. O pecador é inclinado a pensar que objetos sagrados e local de reunião sagrado podem deixá-lo em dia com Deus. O Senhor quer do seu povo a justiça uns para com os outros. A prática religiosa não anula as impiedades. Alguns querem buscar uma falsa piedade para ficar com a consciência tranquila a fim de continuar a prática das impiedades. Deus já não considera o templo, mas vê o povo como um covil de ladrões. Assim como Deus castigou Israel, aqui tratada como Efraim, Ele castigará Judá porque Ele a busca para que se arrependa, porém, a nação não ouve a Deus (v.1-15).
2.O Senhor não incentiva Jeremias a orar pelo povo. É caso perdido! É claro que Jeremias como um profeta piedoso não desiste de orar pelo povo, assim como Moisés que intercedeu pelo povo e Deus ouviu, mesmo quando disse que destruiria o povo. Judá, no entanto, peca coletivamente e em família. Pai, mãe e filhos, juntos, adoram a Rainha dos Céus. Algumas divindades são consideradas rainhas. Istar da Assíria, Astarte dos cananeus, Anate dos ugarites, Maria e Aparecida do catolicismo, Iemanjá da Macumbaria, etc. Achou-se bolinhos de argila com forma de mulher. Acredita-se que faziam bolos em forma da Rainha dos Céus como forma de adoração a essas divindades. Embora seja comum ler que Deus fica irado com essa idolatria, aqui se diz que a vergonha é para os próprios adoradores. A vergonha é do próprio adorador, mas a ira vem de Deus sobre toda a nação (v.16-20).
3.Os sacrifícios foram supervalorizados e se esqueceram da ordem de Deus para o povo quando saiu do Egito. Deus quer obediência e não sacrifício. O sacrifício é apenas um sinal de que são obedientes, porém, se não forem obedientes, o sacrifício perde o significado. O povo andou para trás e não avançou no progresso da fé. Acontece isto também com alguns crentes, hoje. Parece que estão caminhando para trás e não conseguimos ver melhoras em seu viver diário. No entanto, estes mesmos podem ser os mais religiosos! O Senhor já está prevenindo o profeta Jeremias de que não ouvirão suas palavras, pois o próprio Deus já tentou e não deram ouvidos. A nação já morreu antes de morrer, ou seja, antes de irem para o cativeiro já estavam mortos em seus pecados (v.21-28).
4.Não adianta o voto de nazireu se não são obedientes de coração. Os cabelos consagrados e cortados não valem nada se não houver obediência interior do coração. A religião de Judá se misturou com a idolatria cananeia a ponto de oferecerem sacrifício humano aos ídolos. O pecador começa a ficar irracional cada vez que se afasta do Deus verdadeiro. Judá começou a sacrificar seus filhos a Moloque, deus cananeu. Tofete significa contenda, mas que se tornou o vale da Matança. Os cadáveres ficarão sem sepultura. A matança será grande quando a Babilônia invadir Jerusalém (v.29-34 e 8.1-3).
“Os lugares altos... dos pagãos nunca foram completamente abandonados. Persistiram até o fim e foram uma praga por muitas gerações. Lugares altos especiais foram implantados em Tofete ..., e havia ídolos sob cada árvore frondosa, onde um casal praticava sexo ilícito em honra a algum deus da fertilidade (ver Jer. 3.13). Tofete ficava localizado no vale de Hinom ... (cf. Jer. 19.2 e 32.35). Ali eram praticados sacrifícios de crianças, um dos mais horrendos pecados de Judá, perpetrado em imitação ao pior do que havia no paganismo, diante do que Judá se tinha prostrado, entusiasmando-se em favor dessa forma pútrida de idolatria.”[10]
Capítulo 8: O castigo inevitável
1.Os inimigos mostravam o seu poder profanando os sepulcros dos antigos heróis ao invadir uma nação. O próprio Deus é envergonhado nesse cativeiro, pois servos do passado têm sua história depreciada pelos perversos caldeus. O castigo se torna inevitável e o profeta Jeremias passa a descrever o castigo devastador. Até as aves migratórias sabem o caminho e época de sair ou voltar, mas o povo de Judá não acha o caminho do arrependimento. Os entendidos do povo, os escribas, não sabem o caminho de Deus. Os sacerdotes e profetas estão envolvidos em ganância. Há uma pregação enganosa, uma ilusão sendo ensinada como consolo. Porém, não haverá paz. A vergonha não motiva os falsos profetas. Eles não têm fruto para oferecer, assim como não ficará frutos ou pessoas na terra (v.1-13).
“Depois de acabar com as ilusões do povo quanto ao templo, Jeremias desmascarou os falsos profetas que, constantemente, se opunham a seu ministério e que estavam fazendo o povo desviar-se. Nessa seção, o profeta levantou uma série de perguntas, mas a proclamação toda gira em torno de uma só questão: ‘Por que a nação não voltou para Deus?’”[11]
2.O pecar contra Deus resulta em morte, mas o arrependimento resulta em vida. Os povos de Israel e Judá tiveram tempo para se arrepender, mas não quiseram e, por isso, o castigo é inevitável. Dã fica ao norte e de lá já veio a destruição. O reino do Norte foi para o cativeiro da Assíria e o reino do Sul irá para o cativeiro da Babilônia. Os caldeus são como cobras venenosas (v.14-17).
3.O profeta se entristece, mas não tem o que fazer, além de anunciar o juízo, orar pelo povo e chorar. Deus, como se tivesse que dar explicação ao profeta, justifica o Seu juízo mostrando o descaso do povo para com o Rei, Ele mesmo, tornando-se idólatra. Os pássaros saem no inverno, voltam no outono para sua sobrevivência. Quanto ao povo de Judá, o verão passou, passou também a época da colheita, mas não se salvaram, por isso, o profeta está aturdido. A cidade de Gileade era conhecida pelo bálsamo de qualidade feito ali. Porém, não há cura para a desobediência obstinada de Judá (v.18-22).
Capítulo 9: O castigo merecido
O povo está vivendo uma falsidade, pois comete pecados e trai o amor de Deus. Essa falsidade impede de conhecer a Deus. Quando não somos autênticos e formamos um próprio estilo falso de vida, Deus não tem prazer em se fazer conhecido. Além disso, deixaram a Lei de Deus por entenderem que não precisam de regras que não sejam as suas próprias. É comum para o legalista andar de acordo com suas próprias regras e não obedecer à Palavra de Deus. O povo passa a se gloriar em si mesmo e não busca a glória de Deus que é a única permissão de nos gloriarmos. Sendo assim, por serem falsos, abandonarem a Lei de Deus e por não se gloriarem no Senhor, o castigo da nação é merecido (v.1-26).
“Os versículos 23 e 24 são os mais conhecidos de Jeremias. Conforme G. Herbert Livingston comenta: ... vale a pena memorizá-los. Os seres humanos se esforçam para obter sabedoria, força e riquezas, enquanto Deus se agrada da misericórdia, do juízo e da justiça. Bem-aventurado aquele que conhece o Senhor a ponto de se agradar daquilo que ele se agrada.”[12]
Capítulo 10: Os ídolos e o Deus verdadeiro
Os ídolos são tão inúteis quanto um pedaço de madeira é para nos socorrer em oração. A família toda estava envolvida em idolatria. Os ídolos nem podem se locomover e, assim como um espantalho precisam que alguém os leve. O contrário disso é o Deus verdadeiro que é o Criador de todas as coisas. Ele é vivo e não precisa que alguém o carregue. O homem jamais deveria desafiar Deus com idolatria. O profeta entende o castigo de Deus sobre a nação e pede que o Senhor não exceda em Seu juízo para não matar o povo (v.1-25).
“Um catálogo de setenta tábuas astrológicas é encontrado no terceiro volume da coleção de inscrições do Museu Britânico. Entre os itens, lemos: ‘Uma coleção de vinte e cinco tábuas de sinais do céu e terra, conforme aos seus bons e maus presságios.”[13]
A fúria de Deus (Jr 6-10) 1.A fúria de Deus é contra a opressão, malícia e violência (6.6-7) 2.A fúria de Deus é justa e merecida (6.19,28) 3.A fúria de Deus podia ser desviada (7.3,5-7,20,23-24,26,31) 4.A fúria de Deus é contra a arrogância (8.8-9,11-12) 5.A fúria de Deus causa tristeza nos piedosos (8.18-22) 6.A fúria de Deus é contra a falsidade (9.4-6,8,23-24) 7.A fúria de Deus é contra a idolatria (10.3-6,8-12,14-16) |
Capítulo 11: A aliança do Senhor
Deus se lembra da aliança que fez com o povo de Israel. Isso começo no Egito, desde a libertação, e continuou até agora. Porém, o povo não obedeceu ao Senhor. É um casamento frustrado onde só uma parte está cumprindo as responsabilidades. A aliança desse casamento está sendo unilateral. Além do povo não querer obedecer a Deus, pretende matar o profeta através de uma conspiração. Os próprios conterrâneos, de sua cidade natal, Anatote, queriam matar Jeremias, mas o Senhor promete a intervenção (v.1-23).
“Ele agora deprecia a falta de lealdade deles à aliança e demonstra, através de exemplos, a total corrupção do povo, revelando que a consequência da maldição é irrevogavelmente determinada.”[14]
Capítulo 12: Jeremias em conflito
Qual servo do Senhor nunca entrou em conflito, não compreendendo os planos de Deus? Jeremias não entende porque os perversos prosperam. Asafe, no Salmo 73, também teve esse conflito e quase escorregou. Deus não deixou Jeremias sem resposta, mas disse que coisas piores aconteceriam, tais como a rejeição da própria família. Se já está enfraquecendo agora, como será quando a perseguição ficar mais acirrada? Mas nunca o Senhor deixará o seu servo sem apoio (v.1-17).
“Todos nós temos a experiência de como em nossa vida há longos dias sem complicações e, então, geralmente, sem nenhum aviso, algumas crises saltam sobre nós, as quais demandam diferentes qualidades para lidar com elas. Nossos tufões, normalmente, vêm sem qualquer aviso de um barômetro.”[15]
Capítulo 13: Ilustrações da desobediência
Deus manda Jeremias comprar um cinto de linho e enterrá-lo na região do rio Eufrates. Essa dramatização era para servir de ensino didático sobre o cativeiro na Mesopotâmia, na Babilônia. O mais impressionante é que Deus não apenas trata o povo no cativeiro como um povo apodrecido como aquele tecido, mas enfatiza que aquele cinto sempre esteve na cintura de Deus. Da mesma maneira, o povo de Judá está colado ao Senhor. O jarro também ensina que a ira de Deus encheu a medida. Deus quebrará a nação como forma de disciplina. As manchas do leopardo é uma ótima ilustração sobre o pecado arraigado na natureza do homem. Judá não quer mudar de situação (v.1-27).
“Aqueles que persistem no pecado, ignorando a Palavra de Deus, fazem-se vasos da ira prontos para a destruição. Se um julgamento não traz resultado, Deus enviará outro até que cheguem à destruição completa.”[16]
Capítulo 14: A grande seca em Judá e as orações rejeitadas
A grande seca por causa da desobediência de Judá traz sofrimento a todos os moradores. A água se torna escassa e, por isso, as pessoas fazem fila com vasilhas para conseguir um pouco do precioso líquido. Lembramos com tristeza a situação no nordeste brasileiro, em algumas regiões. Há, inclusive, desvio de caminhões pipas por interesses financeiros. Voltando à disciplina bíblica de Judá, o profeta clama ao Senhor, porém, suas orações são rejeitadas três vezes, pois o Senhor deu tempo para arrependimento e o povo não ouviu (v.1-22).
“Os fazendeiros, as pessoas mais baixas na escala social… se sentem humilhados pela falta de chuva. A seca tinha rachada sua terra e tornado a agricultura normal impossível.”[17]
Capítulo 15: Deus decidiu não ter misericórdia
A decisão de Deus não pode ser vista como falta de amor, mas pelo contrário, uma demonstração radical de amor. A única maneira de chamar a atenção do povo agora é através do cativeiro. O profeta entra em desespero, mas o Senhor mostra consolo especial a ele. O fato é que Deus se cansou de mostrar misericórdia. O crente precisa agradecer por não receber juízo, mas não pode abusar da misericórdia oferecida pelo Senhor. Ele sabe disciplinar o filho indiferente ao Seu amor (v.1-21).
“Cirandei [padejei, joguei contra o vento]. Não um padejar para purificação por meio da aflição a fim de separar a palha e escória deles, mas um padejar de dispersão.”[18]
A urgência para alcançar os perdidos (Jr 11-15) 1.É urgente porque um dia pode ser tarde demais (11.14-17) 2.É urgente porque há pessoas que não se preocupam (12.10-11,17) 3.É urgente porque o perdido apodrecerá (13.9-11) 4.É urgente porque as trevas vão tomar conta dos perdidos (13.15-17) 5.É urgente porque os perdidos são errantes neste mundo (14.8-12) 6.É urgente porque os perdidos estão cercados de falsas promessas (14.13-14,18) 7.É urgente porque um dia a misericórdia de Deus cessará para os perdidos (15.1-2,6,19-21) |
Capítulo 16: O profeta solteirão
O plano de Deus para quase todos é o casamento. O plano original de Deus na criação é o casamento. No entanto, há tempos difíceis em que o casamento não deveria ser prioridade. Numa guerra, por exemplo. Embora, dizem que já houve muitas histórias de casamento em períodos de guerra. O sofrimento seria multiplicado com o casamento em época de cativeiro. O apóstolo Paulo em 1 Coríntios 7 também sugere não se casar por causa da “situação presente de angústia” a qual não sabemos a que se referia. O capítulo 16 de Jeremias, levanta uma importante questão sobre a disciplina por causa do próprio pecado e não somente por causa dos pecados cometidos, anteriormente, pelos pais (v.1-21).
“Assim como o Senhor proibiu o profeta de lamentar na Babilônia, também proibiu de festejar; ambas as práticas eram inadequadas, enquanto o Consolador estivesse longe. Eu oro que o Leitor note a preciosidade de Jesus, a paz e a consolação de seu povo para santificar.”[19]
Capítulo 17: O engano do pecado e a salvação verdadeira
O pecado de Judá foi gravado em pedra. O Senhor está disposto a esquecer os pecados em Cristo Jesus. Na vida diária, o crente precisa confessar os seus pecados, não para obter salvação, pois já a tem em Cristo, mas para não ter a comunhão interrompida. Cremos que ao confessarmos, imediatamente obtemos a restauração da comunhão com Deus. No caso de Judá, a disciplina virá com toda a certeza, pois houve cinismo da parte da nação, não se arrependendo de sua desobediência. O coração nos engana e nos leva para longe de Deus. Só Ele conhece as motivações do nosso coração. O apóstolo Paulo em 1 Coríntios 4 disse que mesmo que sua consciência não o acuse, ele deixa o julgamento com o Senhor. Ele sabia do engano do seu próprio coração (v.1-27).
“É tolice confiar no homem, pois ele não apenas é frágil, mas também falso e enganoso. Pensamos que confiamos em Deus e somos abençoados por confiarmos Nele.”[20]
Capítulo 18: O vaso do oleiro
Jeremias recebe mais uma lição ilustrada de Deus. A nação de Judá não pode contender contra Deus, pois Ele é o oleiro que molda o barro como desejar. Dessa vez, Ele quer formar um plano de disciplina sobre a nação. Não entendemos os planos de Deus ou o que Ele está formando. Mesmo que seja por causa do pecado, os planos disciplinares de Deus sempre terão bom resultado. Se aquela geração é um empecilho para os novos conhecerem ao Senhor, Ele pode perfeitamente moldar um plano de destruição da geração, mas ao mesmo tempo não os consumir a ponto de impedirem o crescimento de seus filhos. Imaginemos que uma instituição seja um problema para a nova geração. Deus pode disciplinar e até acabar com aquela instituição aos poucos, mas preservá-la o suficiente para ver uma nova geração se formando a partir daquela instituição falida. Parece que é o que acontece com Judá. Jeremias passa a orar de modo diferente pelos inimigos. Por causa da dureza do coração, ele pede a Deus a Sua vingança. Não nos parece que temos essa permissão no Novo Testamento (v.1-23).
“Em um momento, quando a nação menos esperasse. Assim, ele relembra aos judeus quão maravilhosamente Deus os livrou de sua degradação original, isto é, em um só dia eram os mais miseráveis, e, então, os mais favorecidos de todos os povos.”[21]
Capítulo 19: A botija quebrada
A nação de Judá precisa ser quebrada, pois não tem sido um recipiente de bênçãos. Um vaso quebrado enquanto barro pode ser remodelado, mas uma vez formado, ao quebrar-se precisa ser enterrado. Vira entulho. A geração atual, a do cativeiro, será enterrada para dar lugar a uma nova massa de barro. O motivo da rejeição de Deus por Judá é a repetição dos pecados de Israel. A idolatria e até mesmo o sacrifício de bebês em favor de Baal. O povo profanou a terra de Deus (v.1-15).
“O clímax na enumeração dos pecados nesses versículos está nisto: 1.A desonra da santidade de Jerusalém como morada do Senhor pela prática pública da idolatria; 2.O derramamento do sangue inocente como extrema injustiça e práticas judiciais perversas; 3.A pior de todas as abominações, a construção de altares para queimarem seus próprios filhos a Moloque.”[22]
Capítulo 20: Os sofrimentos do profeta Jeremias
A mensagem do profeta custou-lhe um alto preço. O sacerdote não suportou as palavras de denúncia e condenação. Jeremias foi espancado e colocado no tronco. Além do sofrimento físico, Jeremias suportou o peso e a vergonha por causa da mensagem. Jesus também suportou o peso da cruz por causa da mensagem de Sua divindade. Jeremias entra em desespero e, à semelhança de Jó, Moisés, Jonas, Elias e talvez outros servos de Deus, pensa que a morte seria melhor do que aquele peso. Ninguém disse que o ministério seria fácil, porém, quando a realidade da decepção bate no coração do servo, a desistência é o sentimento natural. No entanto, nenhum mensageiro de Deus ficará sem consolo (v.1-18).
“‘Eis que te farei ser terror’ pode implicar em que Pasur era o líder do partido pró-Egito em Judá. Esta posição cairia sobre sua cabeça em dias futuros. Porém a frase também pode ser traduzida assim: ‘Eis que te guardarei para o terror’. A calamidade viria durante a sua vida, e ele veria os babilônios saqueando, levando os bens do rei e dos cidadãos. Ser enterrado longe da pátria amada (v.6) de fato era um destino triste para qualquer patriota. Parece que Pasur era um dos que profetizavam falsamente (14:14s) que fome e espada nunca atingiriam Judá. Agora ele seria punido por estas mentiras.”[23]
O zelo que consome o pregador (Jr 16-20) 1.A tristeza e o choro entalados na garganta (16.5-9) 2.A incompreensão e perseguição dos ouvintes (17.14-18,23, 18.18-20) 3.A mensagem é quase sempre muito dura (19.3-4,7,10-11,15) 4.Os mal tratos que o pregador pode sofrer (20.1-2,7,11) |
Capítulo 21: O cerco da Babilônia
O Pasur deste capítulo não é o mesmo do capítulo anterior. O desespero por causa do cerco fez com que a nação, por intermédio do rei Zedequias, buscasse o profeta Jeremias para saber porque estavam sofrendo tanto. Esperavam que o Senhor agisse como no passado quando libertou a nação do Egito. No entanto, Jeremias disse que o ruim não era o pior, ou seja, se a nação se render à Babilônia seria salva. Podia ser ruim, mas resistir seria pior. Não devemos resistir à disciplina do Senhor, pois em se render à sua mão disciplinadora há misericórdia (v.1-14).
“Para Jeremias, a nação do Judá já não podia escapar ao julgamento de Deus por causa de seus pecados ..., e Babilônia era o instrumento eleito pelo Senhor para executar seus intuitos... Portanto, submeter-se ao rei de Babilônia era obedecer à vontade de Deus e a única forma de salvar à nação do desastre iminente. Entretanto, muitos contemporâneos de Jeremias não compreenderam o verdadeiro sentido de sua mensagem e o acusaram de traição à pátria (cf. Jr 38.4).”[24]
Capítulo 22: A vergonha dos reis
Os reis foram os responsáveis pelo declínio de Israel e Judá, juntamente com os sacerdotes e príncipes. Josias morreu em batalha e, por isso, não foi uma vergonha. Não deviam chorar o morto Josias, mas deviam chorar por si mesmos. Jesus disse àquelas mulheres para não chorarem por Ele, mas deviam chorar por seus filhos. Se fizeram aquilo com o lenho verde, o que fariam com o lenho seco? Temos a tendência de chorar por muitas coisas menos pelos nossos pecados. Salum que era o rei Jeoacaz foi uma vergonha e por esse deviam chorar, pois ele morreria fora da terra, em cativeiro. Jeoaquim também foi uma vergonha por causa da ostentação em construir lindas casas, mas não pagava aos trabalhadores. Jeconias ou Jeoaquim também foi uma vergonha, pois ouviu sua mãe, Zebida. Nem todas as mães são bênção. A mulher sábia edifica o lar, mas a tola com as próprias mãos o derruba (v.1-30).
“Jr 22.10. ‘Não choreis pelos mortos’. Uma lamentação anual tinha sido celebrada pela nação pelo bom rei Josias (2 Cr 35.25). Esse costume podia ser usado agora por alguém que precisava do lamento – seu filho Salum.”[25]
Capítulo 23: Maus pastores e falsos profetas
Assim como nos dias de Jeremias, hoje também existem maus pastores. Pedro, no capítulo 5, fala da conduta que devem ter os pastores e a recompensa que terão do Supremo Pastor, Jesus Cristo. Há uma promessa das ovelhas de Israel voltarem ao aprisco. Isso acontecerá no estabelecimento do reino messiânico. O verdadeiro pastor é o Renovo de Davi, Jesus, o Messias. Um renovo sugere um corte. A nação já foi cortada e o broto já surgiu que é Jesus de Nazaré. Lembrando que Nazaré (netzer) significa renovo. Os falsos profetas são adúlteros. Podemos entender adultério nos dois sentidos, espiritual e também carnal. Além disso, os falsos profetas são mentirosos, pois profetizam paz sem arrependimento. Atualmente, observamos que há falsos profetas que prometem salvação sem cruz. A mensagem do evangelho se diluiu a ponto de considerarem apenas benefícios materiais como salvação, sem qualquer menção de pecado e responsabilidade pessoal. Portanto, vivemos em época de maus pastores e falsos profetas (v.1-40).
“Esse é um trecho crucial por nos dar a compreensão da natureza da verdadeira e da falsa profecia. Exteriormente, pouco as distingue. Mas o falso profeta torce a sua mensagem para amoldá-la ao que as pessoas querem ouvir e não faz exigência moral alguma; com otimismo infundado, ele promete paz àqueles que desprezam a palavra de Deus e livramento da ira divina àqueles que insistem em trilhar o seu próprio caminho e resistem à revelação de Deus (v.17).”[26]
Capítulo 24: Os dois cestos de figos
Essa parábola é fácil de entender. Há figos bons e figos ruins. Os figos bons são aqueles judeus que aceitaram o jugo dos babilônios e foram levados para o cativeiro. Os figos ruins são aqueles que resistiram ao cativeiro e fugiram. Esses sofrerão mais, pois serão perseguidos e mortos ou morrerão de fome ou doenças. Não vale a pena resistir à disciplina do Senhor. A repreensão do Senhor vem para o bem, mas nunca há a promessa que não dói. No entanto, o consolo do Senhor jamais abandona aquele que sofre, mas se coloca em Suas mãos (v.1-10).
“Nem os que foram levados cativos com Jeoacaz ao Egito, nem os que de lá fugiram, dividiram essas bênçãos [v.8]. A nova vida da nação judaica devia ser somente no exílio da Babilônia.”[27]
Capítulo 25: Setenta anos de cativeiro
Desde o início do ministério de Jeremias, o povo recebeu advertência a respeito do cativeiro. A nação nunca quis atentar às palavras do Senhor. Foram 23 anos de pregação dura sem ouvintes arrependidos. Deus não deixará de castigar a Babilônia, mas essa é outra parte da história. O crente não deve se preocupar com as injustiças, mas aprender delas se não há algo para ser corrigido na própria vida. É como Jesus falou com Pedro a respeito de João. Não é da conta de Pedro se Deus quiser manter João vivo até a vinda de Jesus. Cada um deve cumprir sua parte na obediência ao Senhor. Ele cuidará dos demais crentes e dos incrédulos, daqueles que nos fizeram bem ou nos prejudicaram. Jeremias também destaca neste capítulo uns 20 povos que receberão ou já receberam o castigo de Deus. Portanto, o controle absoluto da história da humanidade está nas mãos de Deus. Nós estudamos História, Deus controla a História de acordo com Sua vontade e também considerando as atitudes dos povos em relação ao Governo Humano e seu relacionamento ou falta de relacionamento com Ele (v.1-38).
“Durante 23 anos, Jeremias avisou todo o povo de Judá acerca do juízo; outros homens de Deus não cessaram de chamá-los ao arrependimento. Uma vez que não deram ouvidos, seriam levados ao cativeiro por Nabucodonosor, servo de Deus, e permaneceriam no exílio ao longo de setenta anos. Em 2 Crônicas 36:20-21, encontramos o motivo da duração do cativeiro e de Deus advertir os judeus a respeito do tempo de exílio: Os que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tomaram seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia; para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. De acordo com Levítico 25:3-5, a terra deveria repousar a cada sétimo ano. O povo havia desobedecido a essa lei.” [28]
Cercados por um muro (Jr 21-25) 1.Atrás do muro estão os inimigos prontos para invadir (21.3-7) 2.O muro que não protege mais (21.8-10,14) 3.Os inimigos de fora do muro terão sucesso (22.25) 4.O aprisco de Deus é mais seguro que o muro da cidade rebelde (23.1-6) 5.Os moradores que deixarem os muros da cidade terão mais sucesso (24.1-10) 6.Os moradores ficarão 70 anos do outro lado do muro (25.11-12,29) |
Capítulo 26: Jeremias e Urias
Dois profetas do Senhor, mas com destinos diferentes. Jeremias pregou uma mensagem de condenação. Os ouvintes, poderosos na nação, não aceitaram bem as palavras proféticas. Prenderam o profeta, mas finalmente o soltaram, pois não tinha como contestar a mensagem. Deram exemplo de profetas que advertiram e se mostraram ser do Senhor. Havia ainda algum medo da pesada mão de Deus. O outro profeta, Urias, não teve a mesma sorte ou destino de Jeremias, pois foi preso e não teve a mesma proteção, por isso, foi morto. Jamais podemos julgar que Jeremias foi mais fiel e, por isso, não foi morto. Deus não está colocando mártires no mundo para fazermos apostas sobre quem viverá e quem morrerá. Os planos eternos do Senhor nem sempre são revelados a nós. Devemos aceitar a Sua vontade que é perfeita. Na eternidade com Ele certamente descobriremos muitas razões para Ele ter agido como agiu. Hoje nos basta saber que Ele sabe o que é melhor (v.1-24).
“O verdadeiro profeta tem uma dura mensagem para entregar (v.4-7). Se eles fizessem aliança com o Egito, o Templo seria destruído, como Siló tinha sido destruída pelos assírios na deportação de Israel após a queda de Samaria em 710 a.C.”[29]
Capítulo 27: Canzis e jugos
1.Vivemos momentos em que as questões relacionadas com a verdade e a mentira não são tão claras. Os absolutos começam a dar lugar às questões relativas. Nem tudo pode ser decisivo, diz a filosofia do mundo. Deus levou o povo de Judá para o cativeiro da Babilônia. Havia falsos profetas que alimentavam falsas esperanças para o povo de Deus. Nem sempre é fácil seguir as palavras verdadeiras de Deus, pois às vezes são duras para nós. Porém, seguir as palavras mentirosas de falsos mestres só nos levará a uma vida enganosa e no fim de morte.
2.O profeta Jeremias falava o que Deus mandava. As palavras eram verdadeiras, porém, eram palavras duras. O povo não queria ouvi-lo. Preferiam ouvir os falsos profetas com palavras agradáveis. O rei não deve ser Zedequias, mas Jeoaquim, 11 anos e três meses antes de Zedequias. Jeremias foi paciente em obedecer ao Senhor nesse tempo todo. Deus estava falando que o povo seria subjugado pelos caldeus. Os canzis eram os paus do jugo que era colocado no pescoço dos prisioneiros. O povo não podia fugir da disciplina do Senhor. Às vezes queremos escapar dos sofrimentos sem aprender nada com eles. Deus, muitas vezes, nos prende em jugo pesado para experimentarmos o jugo suave de Jesus (v.1-2, ver 2 Cr 36.5-10).
3.As nações vizinhas também queriam saber o que o profeta tinha para elas. As palavras de Deus para as nações vizinhas eram de juízo também. Ninguém merece nada do Senhor. Ele é o soberano sobre toda a criação e dirige as nações como Ele bem desejar. Deus é justo e, por isso, devemos nos submeter a Ele. A Palavra de Deus sempre é confiável. Como Deus é o dono de todas as coisas Ele pode dar a quem Ele quiser. A Babilônia não era nada santa, mas mesmo assim Deus entregou os reinos e Judá para essa nação perversa. Quem somos nós para contradizer o Senhor? Se Ele permite que passemos por lutas é porque Ele quer nos ensinar algo (v.4-6).
4.O plano de Deus no momento era que essas nações, inclusive Judá fossem cativas da Babilônia. Judá viu passar mais de um rei entre os caldeus, pois ficou ali setenta anos. São palavras duras, porém, são verdadeiras. Quantas vezes buscamos palavras mais agradáveis, porém, mentirosas. Ninguém pode fugir da mão de Deus. Existem caminhos mais fáceis do que o sofrimento e a renúncia, mas nenhum desses caminhos pode ser o correto, pois são caminhos de morte. Quando pessoas nos mostrarem um caminho mais fácil na vida cristã devemos duvidar e recorrer às palavras verdadeiras de Deus. Ao buscar as palavras mentirosas tudo ficou mais difícil para Judá, pois podia servir a Babilônia em Jerusalém mesmo, mas a rebeldia contra Deus os fez cativos. Temos de depositar a nossa confiança nas palavras verdadeiras de Deus. Nem sempre é um caminho fácil, mas é mais seguro e mesmo no meio do sofrimento sentiremos o Seu consolo (v.7-11).
“A mensagem de Jeremias contradizia a mensagem dos falsos profetas e dos sonhadores auto iludidos. Muitos tentavam participar do jogo da profecia: profetas, adivinhos, sonhadores, agoureiros e encantadores. Mas todos eles concordavam sobre um ponto: ‘A Babilônia não vos conquistará; não vos tornareis escravos da Babilônia’. Eles formavam a maioria, ao passo que homens como Jeremias e Urias (ver Jer. 26.20) eram uma minúscula minoria. Usualmente, a maioria se mostra do lado errado, quando se trata de questões espirituais. Cf. este versículo com Jer. 29.8, que lhe é bastante similar, embora seja menor a lista ou os tipos de alegados profetas.”[30]
5.O profeta bem que avisou o rei Zedequias sobre a submissão ao rei da Babilônia. Muitos que não querem se submeter à vida cristã normal, que é uma vida de renúncia e luta contra o pecado, acabam buscando um caminho mais suave, porém, cheio de falsidade e morte. Hoje, existem vários falsos profetas que estão dizendo que o crente deve prosperar e ordenar a bênção a Deus. O crente não deve aceitar a doença e a morte a não ser que seja na velhice e, ainda assim, uma velhice com saúde e riqueza. Hoje, existe um choro sem arrependimento e reivindicação sem cruz (v.12-14).
6.Deus não está levantando esses profetas falsos. Eles surgem por sua própria conta e querem roubar os crentes fiéis. Não podendo estão buscando os crentes nominais, aqueles que estão em busca da verdade. O que não sabem é que o preço a ser pago é muito alto. A mão de Deus pesa contra todos os que não querem ouvir as palavras verdadeiras. Lamentavelmente até os líderes estão seguindo os falsos profetas. Aqueles que deveriam ensinar o povo a andar nas palavras verdadeiras de Deus estão desviando os passos, fascinados pelas mentiras dos falsos profetas. Os vasos da casa do Senhor foram levados e eles estão profetizando que os vasos voltarão (v.15-16).
7.Há um teste para os falsos profetas. Eles devem orar para que os utensílios que sobraram na casa do Senhor não sejam levados. Quando nos deparamos com falsas doutrinas devemos prová-las. Elas serão reprovadas, pois são palavras mentirosas. O profeta Jeremias, o qual fala as palavras verdadeiras de Deus prediz que os utensílios serão todos levados para a Babilônia. Devemos estudar a estratégia dos falsos profetas. Eles estão pegando os que não amam verdadeiramente a verdade. Todo falso profeta deve ser testado e se for reprovado em qualquer detalhe da Palavra de Deus deve ser rejeitado. Se Baal é Deus, então devemos seguir Baal, mas se não é devemos rejeitá-lo e seguir o Deus verdadeiro. São questões mais simples do que pensamos. Ou seguimos as verdades de Deus ou seguimos as mentiras dos falsos profetas (v.17-22).
As questões relacionadas com a verdade e a mentira (Jr 27)1.A verdade das palavras de Deus (v.1-11) 2.A mentira das palavras dos falsos profetas (v.12-22) |
Capítulo 28: Jeremias e o falso profeta Hananias
Hananias profetizou mentira. Em tempos de aflição, as pessoas querem ouvir algo que lhes dê esperança. A mensagem de paz é muito mais popular do que a mensagem de chamada à responsabilidade pessoal e consequências por causa do pecado. Deus capacitou Jeremias para discernir os ensinos errados. Temos a mesma capacidade dada pelo Espírito Santo. João diz que temos que discernir os espíritos. Isso nada tem a ver com a suposta capacidade de saber quem está endemoninhado, mas, antes, é uma ordem para ouvirmos os ensinos e discernirmos se são bíblicos e doutrinariamente saudáveis ou se são reprovados pela sã doutrina (v.1-17).
“De modo muito sábio, Jeremias não inflama o povo reunido no Templo... negando diretamente a profecia de Hananias. Antes, ele respondeu sarcasticamente. O que Hananias profetizou era muito bom, mas deviam notar que essa profecia era contra a tendência da profecia passada.”[31]
Capítulo 29: A carta de Jeremias aos cativos da Babilônia
1.O livro de Jeremias não segue necessariamente uma ordem cronológica, por isso, já encontramos o povo no cativeiro. Jeremias escreve uma carta aos cativos para animá-los a se adaptarem a um novo estilo de vida. Aquilo que vemos como o fim pode ser o começo para uma vida perto de Deus. O conselho de Jeremias é que vivessem uma vida normal, plantando, casando-se e se multiplicando. Às vezes pensamos em acorrentados pelo pescoço e vivendo uma vida miserável. Não era um campo de concentração nazista. Era o refúgio de Deus para o povo. A nossa disciplina pode ser o nosso refúgio e descanso. Talvez líderes desqualificados ou disciplinados aprendem em seu novo estilo de vida uma nova maneira de encarar a vida. Alguns passam a escrever ou a tomar novos rumos para sua vida devocional. Aquilo que não podiam por causa da sufocante agenda de atividades passa a ser possível no “cativeiro”. Os cativos de Judá deveriam orar pela paz da cidade onde estavam habitando agora. Os falsos profetas queriam arrastá-los de volta, mas deveriam se acomodar na Babilônia, pois a bênção do Senhor seria ali agora. Os pensamentos do Senhor eram de paz. O tempo seria de setenta anos (v.1-32).
“Embora o exílio seja de setenta anos, não pensem que eu me esqueci de vocês, pois eu conheço bem quais são os meus propósitos para vocês – um propósito de restaurar a paz e prosperidade para vocês.”[32]
As dores do recomeço (Jr 29.5-14) 1.Edificar novamente o que foi destruído (v.5) 2.Desenvolver novos sentimentos e afetividade (v.6) 3.Interessar-se por novas amizades (v.7) 4.Diferenciar a realidade da utopia (v.8-9) 5.Calcular que o recomeço pode ser permanente e não temporário (v.10) 6.Conformar-se com os pensamentos de Deus para a nova realidade (v.11) 7.Reaprender a buscar ao Senhor em oração (v.12-14) |
2.A lição marcante deste capítulo talvez seja a de ser bênção nos cativeiros nos quais Deus nos coloca. Vários personagens bíblicos se encontraram fora de suas atividades normais, mas foi quando Deus mostrou algum aspecto de Si mesmo que Eles não estavam prestando atenção ou que precisavam sentir o Seu amor mais íntimo.
1) O rei Davi depois de ser confrontado com seu pecado (Sl 32 e 51). 2) Jonas no ventre do grande peixe (Jn 2). 3) Elias junto ao ribeiro de Querite (1 Rs 17). 4) O apóstolo João na ilha de Patmos (Ap 1.9). 5) A filha de Jefté, nos montes, chorando a virgindade (Jz 11.37-40). 6) Agar no deserto abandonando o filho, Ismael, debaixo de um arbusto (Gn 21.15-16). 7) Moisés pastoreando no deserto de Midiã (Êx 3). 8) José vendido como escravo para o Egito (Gn 37 em diante). 9) Paulo escrevendo cartas na prisão. 10) José e Maria fugindo para o Egito com o menino Jesus (Mt 2.13-15). |
3.Irmãos em Cristo dos nossos dias também já experimentaram cativeiros os quais mudaram sua vida.
1) Watchman Nee, um chinês, preso por causa do evangelho. Escreveu muitos livros inspiradores. 2) Jimmy Swaggart, pregador contra o pecado, caiu em imoralidade. Arrependeu-se e atualmente prega sem grandes auditórios. 3) Phillip Yancey, preso por duas semanas numa cabana por causa da neve, leu a Bíblia de capa a capa, como cita no livro “Decepcionado com Deus”. Isso mudou sua vida. 4) John Wesley pregava em média 3 vezes por dia. Depois de velho, quase cego e paralítico, continuava pregando. 5) Dr. David Martin Lloyd-Jones, depois de luta interior, por ver pessoas com problemas emocionais em seus consultórios, deixou a medicina e se tornou pregador. Depois de doente e velho passou seus sermões para livros. 6) Charles Finney ensinava aos estudantes que deviam buscar uma vida santa mais do que o preparo acadêmico. |
4.Cada crente também pode enfrentar momentos de cativeiro em sua própria vida.
1) Quando a doença chega. 2) Quando o dinheiro acaba. 3) Quando os recursos intelectuais não satisfazem. 4) Quando a velhice chega. 5) Quando a disciplina ou pecado nos afasta do ministério. 6) Quando os filhos nos desqualificam para a obra. 7) Quando a perseguição nos expulsa de algum ministério. 8) Quando as portas das oportunidades se fecham. 9) Quando as pessoas não nos aceitam. 10) Quando temos que mudar de cidade e nos despedir de nosso círculo de amigos. |
5.Sejam quais forem as condições em que estivermos, façamos o melhor para a glória do Senhor. Ele jamais nos abandonará. Para o povo de Judá, debaixo das novas condições deveriam manter o mesmo estilo de vida como se estivem em sua própria terra.
1) Construir e habitar 2) Plantar e comer 3) Casar-se e ter filhos 4) Casar os filhos e aumentar a descendência 5) Viver de modo pacífico 6) Orar pelas pessoas da nova esfera de atividade |
Capítulo 30: Promessa de retorno do cativeiro
Deus passa a mensagem escrita para o povo, pois era de muita importância terem esse registro. A promessa de Deus era que o povo tivesse paciência para as próximas gerações. O tempo de libertação e liberação para voltarem à terra chegaria depois dos setenta anos. Eles deveriam se tornar um povo forte para o retorno, por isso, a importância dos casamentos e da geração de filhos no cativeiro. Lembramos que quando a família de Abraão ou Jacó foi para o Egito contava com apenas 70 pessoas, mas saiu do Egito com dois milhões e meio de pessoas. Um dia Israel voltará para a sua terra e até o rei Davi reinará em um reino de paz como nunca teve a oportunidade (v.1-24).
“Israel, após muitos anos de peregrinação entre todas as nações, finalmente, será purificado em um período de tribulação tal qual o mundo nunca conheceu nem conhecerá depois. Os propósitos da ira de Deus serão todos cumpridos, e, então, Israel será, gloriosamente, restaurado como nação.”[33]
Palavras escondidas (Jr 26-30) 1.As palavras de Deus não podem ficar escondidas (26.2-7) 2.As palavras não escondidas têm peso e consequência (26.8-13) 3.As palavras não escondidas alcançarão alguns (26.16) 4.Algumas palavras deviam ficar bem escondidas (27.9-11,14) 5.Há palavras escondidas atrás da ironia e estas nos ensinam (28.5-6,15-17) 6.As palavras escondidas não têm poder de libertar como as palavras reveladas (29.1,5-14) 7.As palavras escritas não ficam escondidas para quem as ler (30.2-3,24) |
Capítulo 31: A Nova Aliança para Judá e Israel
Não apenas Judá, mas todas as tribos de Israel serão restauradas para a terra. A promessa de Deus não se condicionou à obediência do povo durante os milênios. Um remanescente sempre ganhou a renovação da promessa do Senhor. A alegria da nação de Israel voltará. A Igreja foi um plano maravilhoso de Deus desde os tempos eternos, mas era um mistério ocultado aos profetas. No entanto, a Igreja jamais substituiu Israel e nem o fará. O plano de Deus para a nação de Israel está traçado pelas inúmeras profecias. Ainda que não houvesse tantas profecias, somente a promessa para Abraão já bastaria para afirmarmos que o Senhor tem planos territoriais para a nação. O choro de Raquel, usado simbolicamente para descrever o clamor da nação de Israel, acabará. Esse texto foi usado também para descrever a angústia de Israel quando Herodes mandou matar as crianças até dois anos de idade com a intenção de matar Jesus. A Nova Aliança de Israel ainda não se cumpriu e não é a mesma aliança que temos no sangue de Cristo, a Igreja. A Nova Aliança se trata da conversão nacional de Israel para a entrada do Milênio. Essa Aliança é tão certa que o Senhor usa como comparação as leis fixas da natureza (v.1-40).
“Kelly, um estudioso cuja ortodoxia é incontestável, explica por que a interpretação mais comum do versículo 22b não é válida: É comum entre os Pais e teólogos [...] aplicar essa passagem ao nascimento do Senhor da virgem Maria, mas a profecia não apresenta nenhuma ligação com esse fato. A mulher abraçar o homem não é o mesmo que a virgem dar à luz um filho. O ato de abraçar um homem não tem relação nenhuma com o nascimento de uma criança.”[34]
Capítulo 32: A compra de um terreno
Ninguém compra um terreno se não vê a mínima perspectiva de valorização do local. Jeremias deveria agir por fé e comprar um terreno em Israel, confiando que o povo retornaria para aquele local. Deus sempre cumpre a sua promessa e, por isso, a compra do terreno, não apenas seria um bom investimento, mas uma maneira de confirmar a vontade de Deus para o retorno do povo para a sua terra (v.1-44).
“Que bela visão é apresentada aqui, a piedade e fé do profeta! O zelo e seriedade com que coloca o seu coração para buscar o Senhor. Embora todos os seus protestos e súplicas tenham falhado, em procurar persuadir os homens; ainda assim, quem pode dizer, o profeta pensava consigo mesmo, que a oração resolveria. Leitor! Tais visões não levam nosso coração até Jesus? Pense Nele e na intercessão que vence em todas as épocas de angústia!”[35]
Capítulo 33: Restauração e renovação (renovo)
A nação de Judá será restaurada e também a nação de Israel. Portanto, temos uma profecia dupla, pois Judá foi restaurada depois dos setenta anos de cativeiro, mas a nação de Israel ainda aguarda a restauração quando o Senhor voltará a trabalhar com todo o povo de Israel fazendo ressurgir as doze tribos. O perdão do Senhor está à disposição de todo o pecador contrito. A palavra renovação nos lembra da palavra Renovo, um broto que sai de uma planta cortada. A nação foi cortada e o Renovo veio em Jesus Cristo. Ele sai da casa de Davi, pois veio da família de Judá de onde Davi também veio. O louvor voltará através dos sacrifícios memoriais. Os sacrifícios não terão valor futurístico, pois Jesus já veio e é o Salvador, mas no Milênio os sacrifícios serão como a Ceia, um memorial do Cordeiro que foi morto (v.1-26).
“Essa é uma nova confirmação do que já foi dito. A cidade cairá, um número dos habitantes perecerá, o restante será levado ao cativeiro; mas a nação será preservada e o povo retornará de seu cativeiro.”[36]
Capítulo 34: Zedequias e a escravatura
O rei Zedequias pegou a “batata quente” e viu o povo de Judá indo para o cativeiro. A promessa para ele era a de descanso e honra em seu funeral, mas a rebeldia em se entregar ao rei da Babilônia só traria vergonha e espada contra ele. Nesse caso, deixar-se ser cativo era ser honrado por Deus. O plano de alforria aos escravos foi sábio, embora atrasado. Há muito que a nação não obedecia a lei de Deus do ano do Jubileu e dos anos de folga da terra. Foram 490 anos o que equivale a setenta vezes sete, o número de anos do cativeiro. Embora o plano de alforria fosse sábio e atrasado, a situação piorou, pois mudaram de ideia. Assim como Faraó que deixava o povo sair, mas mudava de ideia e voltava a escravizá-lo. É tão difícil abrirmos mão daquilo que nos traz benefício e satisfação, mas a obediência a Deus deve vencer esses desejos pecaminosos. A consequência da escravatura foi o cativeiro e a prisão de Zedequias (v.1-22).
“Era o ano de 588 a.c., e o exército de Nabucodonosor estava conquistando com sucesso o reino de Judá. As últimas duas cidades fortificadas estavam prestes a cair: Laquis, a cerca de trinta e sete quilômetros de Jerusalém, e Azeca, a pouco menos de trinta quilômetros de Jerusalém (Jr 34:7). Nabucodonosor não apenas trouxe suas tropas invencíveis da Babilônia, como também ordenou que as nações vassalas que havia conquistado enviassem alguns soldados. De certa forma, todo o Oriente Próximo estava atacando o povo escolhido de Deus (SI 74).”[37]
A verdade prevalece em tempos de angústia (Jr 31-34) 1.A verdade do amor de Deus (31.1-5) 2.A verdade do consolo (31.15-17,25-26) 3.A verdade de que Israel não será abandonada (31.31,33,36) 4.A verdade de que Israel retornará à sua terra (32.7-8,14-15,37-38,44) 5.A verdade da paz de Deus (33.3,6-8,11,15-17,26) 6.A verdade do julgamento de Deus (34.2-3,21-22) |
Capítulo 35: Os Recabitas
1.Os recabitas eram uma tribo desde os tempos de Moisés (Jr 35.1-12, 1 Cr 2.55, Nm 10.29-32, Jz 1.16, 2 Rs 10.15-31). Eram muito simples em seu viver diário. Jonadabe, o descendente de Recabe, mostrou-se zeloso na época da idolatria de Jeú, e esse zelo perdurou na linhagem por 250 anos, fazendo-os um povo distinto. Rejeitavam o sistema de vida agrícola fixa, portanto, eram semi-nômades. Por causa desse zelo ganharam o favor de Deus.
2.Deus sempre terá um remanescente fiel em tempos de apostasia e desobediência. Sempre haverá um Noé, um Abraão, um Ló, um José, um Moisés, um Calebe e Josué, um Daniel. Pessoas que, em meio a tanta incredulidade, permaneceram firmes no Senhor. Na Tribulação haverá 144 mil judeus crentes e, hoje, existem homens e mulheres fiéis. Jesus perguntou: “...quando vier o Filho do homem, achará porventura fé na terra?” (Lc 18.8). De modo geral não haverá fé na terra, os homens se afastarão do Senhor, mas individualmente, haverá sempre um remanescente fiel.
3.O profeta Jeremias estava vivendo no meio de uma geração perversa que abandonou o Seu Deus. Não havia exemplos positivos no meio do povo de Deus, mas havia ainda um exemplo: os Recabitas, também conhecidos como queneus (1 Cr 2.55). Recabe matou um homem justo, ls-Bosete, e foi castigado e morto por Davi (2 Sm 4.2-12). Porém, os descendentes de Recabe eram fiéis àquele que se tornou o pai dos recabitas, Hamate (1 Cr2.55). Mais tarde Jonadabe, descendente de Recabe, estabeleceu a doutrina dos recabitas, que tinha por objetivo preservar o povo puro ao Senhor, afastando-se de Baal (2 Rs 10.15-31).
4.No texto de Jeremias 35 encontramos Deus contrastando o povo de Judá com os Recabitas. O povo de Deus estava em desobediência e Jeremias tentava por todos os modos convencê-los, mas era tudo em vão, pois estavam obstinados em seus pecados. Jeremias mostra que a obediência total a um padrão inferior é melhor do que a desobediência total a um padrão superior. O crente devia obedecer ao padrão superior de Deus, assim como os Recabitas obedeciam ao padrão inferior que tinham. Neste texto vemos os fundamentos da doutrina dos Recabitas e a palavra de Deus sobre os Recabitas em comparação ao povo de Deus.
4.Deus sempre fez Jeremias ensinar o povo através de lições visualizadas. Os Recabitas estavam totalmente à vontade para beber: foram levados a um lugar privativo, nobre e foram bem servidos. A determinação dos Recabitas não era cega, mas fundamentada em sua história. Encontramos, hoje, crentes de pouca determinação por falta de vínculo com a História da Igreja e, portanto, por falta de identidade cristã. É provável que se não houver uma reestruturação dos crentes mais antigos e um ensino aos mais jovens, os crentes farão o que bem entender daqui para frente e as inovações vão nos fazer fracassados e, com toda a certeza, a Obra Missionária será a primeira a sentir os efeitos desastrosos. O fundamento em si é de padrão inferior, pois a abstinência ao vinho para a época era desnecessária (v.1-6).
5.Os Recabitas tomaram esta atitude para ficar o mais longe possível dos adoradores de Baal, os quais buscavam o luxo. Os Recabitas se tornaram nômades, evitando o risco de parar numa cidade e serem contaminados com a idolatria. Só quando os babilônios e sírios perseguiam os povos é que se refugiaram em Jerusalém. Era um fundamento de padrão inferior, pois Deus não está mandando que os crentes sejam pobres e nem proibindo de possuírem casas e conforto. No entanto, há crentes ajuntando tesouros na terra e impedindo que a Obra de Deus avance em direção aos Confins da Terra. Estamos juntando riquezas e habitando em lugares muito fixos e confortáveis e talvez nos contaminando com as idolatrias que o mundo nos oferece (v.7,9-11).
6.Os Recabitas eram obedientes e fundamentados em sua própria história: Jonadabe. A obediência dos Recabitas era total e, muito importante, era coletiva: todos os Recabitas. Quantos já presenciaram crentes confessando pecados juntos, num só clamor, num mesmo culto? Quantos já presenciaram Igrejas mandando pessoas para a Obra Missionária? Não, nós somos acostumados a confessar pecados individualmente e ver pessoas, individualmente, desafiadas para a Obra Missionária, sem qualquer direção e envio, primeiro da Igreja. Em Antioquia, Paulo e Barnabé não foram voluntários, mas sim enviados pela Igreja. Cada um não decide sobre o seu próprio ministério, a Igreja faz isto. Isto chama-se coletividade. A obediência dos Recabitas era total, e, também muito importante, era familiar: mulheres, filhos e filhas. Nós nos acostumamos a dizer que o crescimento é individual e que nem sempre os filhos ou cônjuge seguem a fé dos pais e do cônjuge. Paulo disse “que tenham filhos crentes” e Josué disse “eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. O fundamento dos Recabitas era de padrão inferior, pois obedeciam seu pai terreno e seguiam suas tradições (v.8).
7.Não há dúvida que o padrão do Pai Celestial é superior aos fundamentos da doutrina dos Recabitas, mas mesmo assim somos surpreendidos com o comentário de Deus. Enquanto os Recabitas ouvem e obedecem a uma ordem remota de 300 anos de um pai terreno, o povo de Deus não ouve a ordem diária de Deus. Não acordamos de madrugada, por isso, talvez, não ouvimos Deus. O povo de Deus receberá as próprias consequências em não obedecer ao Senhor. Os Recabitas, embora seguindo um padrão inferior, são agraciados e elogiados por Deus. Deus preservou os Recabitas. Alguns comentaristas afirmam que o que o Salmo 71 foi escrito pelos filhos de Jonadabe. Na reedificação dos Muros, lá estava a presença de um Recabita (Ne 3.14). Existem outras tradições entre os judeus, por exemplo, o Talmude reserva um dia especial para os Recabitas (7o dia do mês Abe). Dizem que ainda hoje no lraque e lêmen há recabitas, talvez precisando conhecer Jesus Cristo, ou talvez não ficaríamos surpresos se forem missionários desconhecidos nos desertos, habitando em tendas. De qualquer forma parece que estamos prontos a criticar crentes simples que se abstêm de coisas lícitas para o Senhor, enquanto nós mesmos cheios de fundamentos superiores precisamos ser mais piedosos e amar mais integralmente o Senhor (v.12-19).
“A prova da constância dos recabitas era um sinal; tornou a desobediência dos judeus mais marcante para com Deus. Os recabitas foram obedientes a alguém que era somente um homem, como qualquer um deles; e Jonadabe nunca fez por sua semente o que Deus tem feito por seu povo. É prometida misericórdia para os recabitas. Não nos é falado sobre o cumprimento desta promessa, mas sem dúvida ela aconteceu, e os viajantes dizem que os recabitas podem ser considerados como povo separado, até então. Sigamos os conselhos dos nossos piedosos antepassados e encontraremos o bem ao fazê-lo.”[38]
Os fundamentos da doutrina dos Recabitas em comparação ao povo de Deus (Jr 35) 1.Abstinência total ao vinho – (v.1-6) 2.Voto de pobreza e nomadismo (v.7,9-11) 3.Obediência total: coletiva e familiar (v.8) 4.A palavra de Deus sobre os Recabitas em comparação ao povo de Deus (v.12-19) |
Capítulo 36: O rolo escrito, lido, queimado e reescrito
1.Este acontecimento se deu uns 10 anos antes do cativeiro. Jeremias não era bem aceito pelas autoridades, mas dessa vez parece que os príncipes mencionados tiveram cautela com as palavras do profeta. Alguns acham que Jeremias não estava preso, mas impedido de entrar no Templo. O rolo foi escrito por Baruque e ditado por Jeremias. Foi um período de jejum cerimonial entre o povo. Isso facilitou, pois todos estavam reunidos solenemente. Jeremias esperava que o povo humildemente reconhecesse o pecado e se voltasse para Deus em arrependimento. O rolo foi lido na Casa do Senhor e, portanto, os que chegavam ali de outras cidades ouviriam o recado de Deus (v.1-10).
“Note, a séria consideração das consequências fatais do pecado, será de grande utilidade para nós a fim de nos achegarmos a Deus... O que é esperado será produzido: Eles ouvirão e poderão se converter do caminho mau... A conversão de pecadores deveria ser o alvo da pregação... as pessoas ouvem a palavra em vão se este não for o objetivo.”[39]
2.Os príncipes tiveram boa atitude de ouvir e levar ao rei o escrito, mas o texto só diz que se atemorizaram. Não sabemos quanto à aceitação. Parece que foi boa, pois mandaram Baruque e Jeremias se esconderem e também insistiram para que o rolo não fosse queimado. Aqui mostra que Jeremias não estava preso, pois senão como poderia se esconder? (v.11-19).
3.O rolo foi lido pela terceira vez. Uma leitura foi para o povo, a segunda para os príncipes e a terceira para o rei. Jeoaquim não se atemorizou diante da leitura, mas pelo contrário, indignou-se e mandou queimar o livro. Jeremias e Baruque só não foram presos porque se esconderam. Os príncipes já previam que o rei Jeoaquim não gostaria nada da leitura da Palavra de Deus contra o seu reino (v.20-26).
4.Deus ordenou que a dupla Jeremias e Baruque agissem novamente contra a obstinação do rei Jeoaquim. As palavras do novo escrito tinham as mesmas anteriores e mais outras, inclusive a decisão de Deus de não deixar que nenhum descendente de Jeoaquim se assente mais no trono de Davi, ou seja, no reino de Judá. Jeoaquim também teria uma morte sem sepultamento o que era, como já sabemos, uma enorme humilhação e desonra. Qualquer rei tremia somente de pensar que sua memória seria desonrada nas gerações seguintes (v.27-32).
5.Temos muitas lições deste capítulo. A seguir algumas delas.
1) A Palavra de Deus inspirada contou com o auxílio do homem santo, isto é, obediente. 2) A Palavra de Deus sempre planeja a conversão do homem pecador. 3) A Palavra de Deus precisa ser anunciada a todas as pessoas. 4) A Palavra de Deus provoca temor no pecador atento e indignação no rebelde. 5) A Palavra de Deus não fica calada diante da rejeição do pecador. Ela continua a falar. |
Capítulo 37: Jeremias é preso
1.Jeremias não foi atendido, mas isso ele já sabia desde o seu chamado. A rebeldia dos reis, príncipes e profetas não anulava o ministério de Jeremias, mas apenas o confirmava. Mesmo não prestando atenção às palavras de Jeremias, o rei Zedequias não dispensava as suas orações. É como alguns incrédulos que não se entregam ao Senhor Jesus, o Salvador, mas querem as bênçãos das orações dos crentes. Jeremias, agora, devia profetizar que o Egito que protegeu Judá contra a Babilônia voltaria para sua terra e os caldeus voltariam a sitiar e atacar Jerusalém (v.1-10).
2.O profeta foi acusado de fugir com os caldeus. Ele negou, mas não acreditaram e o prenderam, depois de baterem nele. Jeremias teve a oportunidade de se defender diante do rei Zedequias. O profeta Jeremias suplicou por sua vida. O rei Zedequias teve alguma compaixão, pois o manteve no pátio da guarda e o alimentava. Ficou não mais no calabouço. Saiu da penitenciária e ficou numa delegacia (v.11-21).
“Esta consulta em segredo indica que o rei temia aos funcionários do reino que consideravam Jeremias como um traidor (cf. Jr 38.4). Mas, por outro lado, põe de manifesto a ansiedade de Zedequias pela gravidade da situação e mostra que ele reconhecia Jeremias como verdadeiro profeta. Cf. Jr 21.1-2; 37.3.”[40]
3.Analisando essa prisão de Jeremias e tudo o que estava envolvido, aprendemos algumas lições.
1) Jeremias estava destinado a não ser ouvido (v.2). 2) Pessoas não descartam orações a seu favor, mesmo que não querem seguir a Jesus (v.3). 3) Os caldeus não invadiram Jerusalém da primeira vez porque o Egito a protegeu (v.5). 4) Os caldeus voltariam pela segunda vez e destruiriam Jerusalém (v.8). 5) A vida de Jeremias continuava igual em seu dia a dia (v.12). 6) Jeremias foi caluniado, preso e maltratado (v.13-16). 7) Jeremias nunca retrocedeu na palavra que Deus mandou anunciar (v.17). 8) Jeremias suplicou por sua vida (v.18-20). 9) O rei Zedequias mostrou compaixão para com Jeremias, mesmo não aceitando suas palavras (v.21). |
Capítulo 38: Jeremias na cisterna
1.Poderíamos dar um subtítulo: Quando não sirvo para os homens, sirvo para Deus. Jeremias pregou uma mensagem odiada, mas o melhor é se entregar aos planos de Deus. O homem quer discutir com Deus, no entanto, sabemos que não aceitar os métodos de Deus é rebeldia e era assim que o povo estava vivendo naqueles dias. Jeremias ficou nas mãos de um povo furioso e um rei fraco. Os homens queriam enfrentar a Babilônia e duvidavam do amor de Jeremias pela nação. O rei Zedequias era covarde e sem liderança e isso fica bem claro no texto. Um líder fraco sempre cede às ameaças. Deus se lembrou de Jeremias através de um eunuco. Lançado naquela cisterna, Jeremias ficou atolado na lama. Na verdade, era a fossa (teet em hebraico). Quando os homens abandonam, Deus se lembra. O Senhor se lembrou de Jeremias através do eunuco etíope, um homem que não tinha vínculo com os judeus nacionalistas, por isso, podia compreender Jeremias e seu sofrimento. O rei era tão fraco que a decisão de lançá-lo foi mudada para resgatá-lo. Melhor para Jeremias (v.1-13).
2.Zedequias, pelo menos, reconhecia a coragem de Jeremias. O profeta Jeremias sabia que o rei era volúvel. O rei queria uma palavra segura. As pessoas são inseguras e querem ouvir alguém de convicção. Se não defendemos a nossa fé ninguém nos acreditará. É uma boa pergunta: você é tímido em qual assunto? Zedequias preocupava-se com sua imagem. Jeremias ofereceu um escape para Zedequias que era se entregar. Zedequias tinha medo de ser envergonhado. Jeremias deveria ser o conselheiro real, pois na prática foi isso o que aconteceu. O crente por vezes aconselha os incrédulos. Nem sempre estes reconhecem, mas não devemos fugir de dar o recado de Deus para as pessoas e mostrar como um crente fiel resolve as questões que surgem (v.14-20).
3.As mulheres do rei sentiriam a sua decisão errada. Sabemos que as mulheres são um dos maiores bens de um rei e ele as perderia. Até os bons amigos do rei o enganariam. Com isso, vemos que Jeremias esteve na cisterna, mas quem estava atolado era o rei (v.22). Toda a brutalidade dos caldeus foi culpa do rei Zedequias. Nossa vida poderia ter menos sofrimento se obedecêssemos ao Senhor. É claro que o sofrimento por obedecer ao evangelho de Cristo também vem, mas é diferente do sofrimento por desobedecer ao Senhor. Como Pedro disse, se tivermos que sofrer que seja por sermos fiéis e não malfeitores (v.21-23).
“Se Zedequias não se rendesse aos invasores, as mulheres do palácio zombariam dele na presença dos captores babilônios e o lembrariam de como seus bons amigos o haviam enganado e abandonado. Além disso, as mulheres e os filhos do rei, bem como o próprio monarca, seriam levados ao cativeiro pelos caldeus e Jerusalém seria queimada.”[41]
4.Jeremias não falou além do que precisava. Zedequias temia mais por sua própria imagem do que temia a Deus. Jeremias não mentiu, pois, de fato, suplicou por sua vida (v.15,26). O falar muito nos coloca em situações de risco. Mentir nos coloca em situação de risco também. Falar a verdade nos coloca em situação de risco, mas não diante de Deus. Temos que decidir sobre como usamos as palavras (v.24-28).
Capítulo 39: Zedequias, Jeremias e Ebede – Orgulho, proteção e recompensa
1.Zedequias representa o orgulho. Foram dois anos de pressão. A Babilônia abriu uma brecha nos muros da cidade. Existem algumas brechas em nossa vida cristã também, tais como: falta de comunhão com Deus, ausência na comunidade dos irmãos, negligência para com a obra de Deus, desleixo nas finanças, indiferença no lar e outras brechas que se abrem no decorrer do tempo. Os príncipes caldeus tomaram conta do espaço que era de Zedequias. Nergal = deus do mundo inferior, Sarezer = proteja o rei, Sangar = aquele que olha de cima, Nebo = aquele que profetiza e os outros nomes não sabemos os significados (v.1-3).
2.Alguns acontecimentos mostram que Zedequias estava recebendo a consequência de sua falta de confiança em Deus através das palavras do profeta Jeremias. Zedequias e seu exército tentaram fugir durante o cerco. Os caldeus perseguiram e os pegaram e os filhos de Zedequias foram mortos na presença dele. Os príncipes de Judá também foram mortos. Zedequias teve os olhos vazados e o palácio, casas e muros da cidade foram destruídos. O povo foi levado cativo. Os que saíram ganhando foram os pobres, antes explorados, mas agora se tornaram fazendeiros (v.4-10).
3.Se Zedequias representa uma pessoa e nação cheios de orgulho e arrogância, Jeremias representa a proteção de Deus, pois ele foi protegido e privilegiado. Jeremias habitou com o seu povo. Os crentes também gozam da proteção de Deus em muitas situações. Deus os protege de ceder às tentações, de si mesmo e dos enganos da carne, pois temos em nós mesmos um grande adversário da obra e vontade de Deus. Também somos protegidos dos inimigos e caluniadores. Ainda que eles venham, o Senhor é o juiz. Deus nos protege de envergonhá-Lo e também de fazermos mal ao próximo que é uma derrota para o testemunho (v.11-14).
4.Ebede-Meleque representa a recompensa de Deus. Antes de ser solto e se esquecer, Jeremias recebeu a ordem de Deus para procurar Ebede. Sabemos que aquele que teve o sonho revelado por José saiu e não se lembrou até que se passassem dois anos. Deus não quis deixar Ebede passar por perigos, mas usou Jeremias para recompensá-lo pelo que fez em favor do próprio Jeremias Deus revelou o seu plano a um estrangeiro, pois Ebede-Meleque era etíope. A recompensa de Ebede foi por ter ajudado Jeremias (veja 38.7-13). A recompensa de Ebede foi por ter confiado em Deus. Neste capítulo, temos três exemplos para analisar e aplicar à nossa vida. Podemos ser como Zedequias, orgulhosos, e receberemos a disciplina. Podemos ser como Jeremias, fiéis, e receberemos a proteção de Deus ou podemos ser como Ebede, fiéis, e receberemos a boa recompensa de Deus (v.15-18).
“O rei, profetas, sacerdotes e toda a nação, tinham uma conexão exterior com Ele [Deus], mas isso não significava nada. E esse estrangeiro, um escravo, talvez nem mesmo um prosélito, um eunuco, tinha o que os filhos do concerto não tinham, uma união verdadeira com Deus através da fé.”[42]
Capítulo 40: Jeremias e Gedalias
1.Este texto nos ensina sobre liberdade de escolha. Jeremias esteve entre os cativos, mas era um homem livre. O chefe da guarda que era um caldeu entendia o plano de Deus, mas o povo de Judá não conseguia ver o que Ele queria. Jeremias era um profeta livre e com liberdade de escolha, mas não era uma escolha fácil, pois Jeremias amava o seu povo e queria ficar onde Deus quisesse. Ir para a Babilônia era um bom negócio, pois ele seria bem tratado, mas ficar com o seu povo também era necessário para dar todo apoio como alguém que tem a Palavra de Deus (v.1-4).
“Mais de um estudioso já disse que a única coisa que aprendemos com a história é que não aprendemos com a história. Sem dúvida, esse foi o caso dos judeus destituídos que ficaram em Judá depois da queda de Jerusalém. Em vez de buscar ao Senhor e de começar uma nova vida, o remanescente repetiu os mesmos pecados que levaram a nação ao colapso e à destruição da cidade: não quiseram ouvir a Palavra, correram para o Egito em busca de ajuda e adoraram a ídolos.”[43]
2.Jeremias recebeu a liberdade de presente e resolveu ficar com o povo. Gedalias se tornou governador de Judá e deu bom conselho ao povo, o de servir ao rei. Gedalias não desconfiava dos seus subordinados. Ele era manso e pacificador (v.5-16).
3.As lições que aprendemos sobre a liberdade de escolha.
1) Assim como Jeremias estava livre no meio dos cativos, o crente está no mundo, mas não é deste mundo. 2) Assim como Nebuzaradã entendeu o plano de Deus, há incrédulos que entendem mais a Deus do que crentes desobedientes. 3) Assim como Jeremias, o crente tem liberdade de escolha e precisa aproveitá-la para ser bênção. 4) Jeremias demorou para escolher porque nos dois lados estava o seu povo. Ele queria ser bênção para os dois grupos. 5) Assim como havia paz na Babilônia como em Judá, Deus pode nos fazer adaptáveis em qualquer lugar. Só precisamos obedecer. 6) Assim como Gedalias, devemos dar crédito aos irmãos e não duvidar deles, até que se prove o contrário. 7) Assim como Gedalias, devemos ser mansos e duvidar dos boatos, até que se prove o contrário. |
Maneiras de ver as advertências divinas (Jr 36-40) 1.Ouvindo e mudando as atitudes (36.3,6-7) 2.Ouvindo e anunciando aos interessados (36.16-21) 3.Ouvindo e desprezando (36.22-26, 37.2,15-17) 4.Ouvindo e amando o caminho mais fácil (38.4) 5.Ouvindo e honrando os mensageiros (38.7-13) 6.Ouvindo e ganhando novo interesse (38.14,16,19,24) 7.Ouvindo e esquecendo-se do compromisso (39.4-5, fugiu em vez de se entregar) 8.Ouvindo e armando planos para trair o mensageiro (40.9,13-16) |
Capítulo 41: Ismael e Joanã
1.Aqui vemos a história de um erro para encobrir outro. Ismael era um nacionalista assassino. Não há nada de errado em sermos patriotas, pois isso é a demonstração de amor pela nossa pátria. No entanto, o nacionalismo é uma atitude em que não respeitamos nada que não seja da nossa cultura ou pátria. Ismael não queria o bem da nação, mas queria o poder que ela poderia lhe dar. Ismael era um traidor à mesa de Gedalias. Joanã tinha razão sobre Ismael quando, no capítulo anterior preveniu Gedalias sobre esse nacionalista traidor. Ismael queria a libertação de Judá através da força e continuou com traição e assassinato. Além de sua traição e assassinato, Ismael ocultou os cadáveres (v.1-10).
2.Se por um lado Ismael era um nacionalista assassino, Joanã se tornou um libertador, porém, com intenções erradas. Joanã foi um libertador do povo raptado por Ismael. Joanã não quis se entregar a Babilônia, mas queria fugir com todos para o Egito. Não se conserta um erro cometendo outro e era isso o que Joanã estava tentando fazer (v.11-18).
“Grandes águas; isto é, uma grande represa. Mencionadas em II Sm. 2:13. Gibeom é a atual El-jib, uns 4,8 quilômetros a sudoeste de Tell en-Nasbeh (40:6, observação). Em recentes escavações, ali descobriu-se um complicado sistema de distribuição de água, com uma grande cisterna para armazenamento.”[44]
3.Aprendemos algumas coisas dessa reviravolta.
1) Jesus teve um traidor à mesa, assim como Gedalias tinha Ismael (veja Mt 26.20-21). 2) Alguém preveniu Paulo, assim como Joanã avisou Gedalias (veja At 23.15-17). 3) Assim como Ismael queria a libertação de Judá através da força, às vezes, queremos que nossa vontade prevaleça. 4) Assim como Ismael continuou com traição e assassinato, os desobedientes não cessam de tramar rebeldia. 5) Assim como Ismael ocultou os cadáveres, há os que tentam esconder suas perversões. 6) Assim como Joanã foi um libertador do povo raptado por Ismael, há pessoas fazendo coisas boas pelos outros. 7) Assim como Joanã não quis se entregar a Babilônia, nós não queremos andar no caminho que Deus traçou para nós, pois exige entrega. 8) Joanã queria fugir com todos para o Egito, assim como alguns crentes querem voltar para o mundo e levar outros. 9) Não se conserta um erro cometendo outro. Temos que aceitar a vontade de Deus e não construir uma nova estrada para a vida cristã. |
Capítulo 42: Egito, não!
1.Às vezes não adianta orar. Quando sabemos o que devemos fazer, pois está revelado na Palavra de Deus ou porque já temos a clara direção, o que nos resta fazer é obedecer e não orar para tentar mudar a direção do Senhor para as nossas vidas. Quando oramos só para ouvir o que queremos, isso não é oração. Às vezes fingimos espiritualidade na oração (veja 41.17). Às vezes gastamos o tempo precioso de servos de Deus que oram por nós, quando não pretendemos obedecer a Deus. Às vezes Deus “demora” para responder a fim de refletirmos melhor. Jeremias teve a resposta de Deus para os que perguntavam somente depois de dez dias. Temos uma responsabilidade quando oramos a Deus (v.1-17).
2.O caminho mais fácil pode ser o mais doloroso, por isso, a oração não é para nos aliviar e sim para descobrirmos a vontade de Deus. A resposta de oração pode ser diferente do que gostaríamos de ouvir. É melhor não orar do que orar cinicamente como fez o povo de Judá e também o povo de Israel quando recebeu a Lei de Moisés (v.18-22).
“Os judeus e Joanã inquiriram a Deus, através de Jeremias, quanto a irem ao Egito, prometendo obediência à sua vontade. Sua segurança na condição de permanecerem na Judeia e sua destruição ao irem ao Egito, foram profetizadas. A hipocrisia deles em pedir conselho, o qual não queriam seguir, caso fosse contrário à própria determinação deles, foi reprovada.”[45]
3.Portanto, cuidado ao orar!
1) Não finja ser espiritual ao orar. 2) Respeite o irmão que te aconselha e ora por você. Não gaste o tempo dele. 3) Enquanto Deus “demora” para responder, reflita na sua vida e no seu pedido. 4) Torne-se responsável quando orar. 5) Não pegue atalho após orar. Obedeça a resposta. 6) Fique preparado para uma resposta de oração diferente da que gostaria de ter. 7) Se não pretende obedecer, não ore! Confesse seu pecado e fraqueza. É o tipo de oração permitido nesse caso. |
Capítulo 43: A teimosia em desobedecer a Deus
1.Não adianta insistir com os próprios planos. É o que aprendemos neste incidente. A teimosia sempre desconfia. O povo não esperou para pesar as palavras do profeta para não ir ao Egito. Colocaram em dúvida o caráter do profeta. Quando somos teimosos e estamos em desobediência clara contra Deus, começamos a achar que todos estão contra nós, principalmente, aqueles que querem nos colocar de volta ao caminho do Senhor. Acharam que o profeta era influenciado por outros. A maioria não é a voz de Deus. Eles seguiram os teimosos (v.1-4).
2.A teimosia sempre age precipitadamente. Na falta de opção, as pessoas seguiram novas propostas. Os falsos líderes se assenhoraram de pessoas que não estavam sob a sua responsabilidade. Fizeram o que Deus não mandou fazer. Houve precipitação em buscar o Egito. A teimosia sempre sofre as consequências. Jeremias tinha uma lição de pedra para corações de pedra. Deus sentará em cima das ideias teimosas. O povo experimentaria o que podia ser evitado. A sensação de segurança é destruída junto com os falsos deuses (v.5-13).
“É comum para homens não humilhados, os quais persistem no pecado, representarem aqueles que falam a Palavra de Deus como enxertos, tendo projetos para si próprios. Entretanto, isso não altera a Palavra de Deus, e os que pensam o melhor de si mesmos, indo contra as Escrituras, serão arruinados.”[46]
3.Nós também temos um teste a respeito de nossa obediência ou teimosia.
1) Quem não pára para pensar sobre o que ouve é teimoso. 2) Se somos teimosos em obedecer, começaremos a culpar todo mundo que quer nos ajudar. 3) A teimosia nos faz achar que as pessoas não têm opinião própria e que estão “pegando no nosso pé”. 4) Seguir a maioria só porque parece mais cômodo pode custar muito no futuro. 5) Se não tomarmos cuidado, as pessoas vão dominar nossos pensamentos e decisões. 6) Uma vez que somos teimosos, é difícil voltar ao plano original de Deus para nossas vidas. 7) Quais as consequências de sua teimosia nos últimos tempos? 8) Exemplos de teimosia: - Insistir em tomar decisões sem oração e conselho. - Insistir em irritar as pessoas e achar que elas nunca vão se ofender. - Insistir em não prestar contas de suas responsabilidades para os seus superiores ou líderes. - Insistir em desonrar pai e mãe. - Insistir em investir tempo, energia e bens em algo que não é proveitoso. - Insistir em se esconder em seu temperamento ou formação. |
Capítulo 44: Palavras contra os que foram para o Egito
1.Jeremias lembra o povo que está no Egito que a sua terra ficou desolada por causa do pecado da idolatria. Jeremias também lembra quantas vezes o Senhor os advertiu, mas não quiseram ouvi-Lo. A situação só piorava por decidirem sair de Judá e ir para o Egito. O povo está transferindo o pecado de idolatria de Judá para o Egito. Não houve arrependimento antes e não está havendo agora. Por causa da desobediência persistente e, agora, em outro país, Deus resolve castigá-los lá mesmo no Egito. Somente alguns fugitivos conseguirão escapar da fome e da espada (v.1-14).
“A fim de causar uma [forte] impressão sobre o povo, advertindo-os contra a idolatria, Jeremias começa com uma referência da grande calamidade, a qual os pais trouxeram sobre o reino de Judá através de sua continuada idolatria (Jr 44.2-6).”[47]
2.As mulheres é quem queimavam incenso para os deuses do Egito, mas os homens concordavam com elas e todos confrontaram o profeta Jeremias. O povo todo resolve não obedecer às palavras do profeta. Eles entenderam o recado, mas decidiram ignorar. O argumento que usam é que desde Judá, quando sacrificavam aos ídolos, a vida deles ia bem e tinham prosperidade. Ninguém via nada de errado, pois tudo estava dando certo. É o pragmatismo que coloca os resultados antes da vontade de Deus. Outro argumento que usavam para justificar sua idolatria era que as mulheres não estavam fazendo uma imagem da Rainha dos Céus. Estavam apenas fazendo bolos, mas não no formato da deusa! E, por último, o argumento da permissão e da companhia dos maridos. As mulheres não estavam escondendo nada e, além disso, os maridos participavam da adoração (v.15-19).
3.Jeremias contra-ataca os argumentos dizendo que Deus sabia que eles estavam em idolatria em Jerusalém e toda a Judá, por isso, que as cidades ficaram desertas e destruídas. Aliás, eles estavam no Egito justamente por isso. Não quiseram experimentar a disciplina do Senhor. O povo de Judá está sendo fiel aos votos feitos aos ídolos, por isso, Deus não deixará mais que o nome Dele seja pronunciado entre eles. Ele cuidará que o castigo venha sobre todos, exceto alguns que fugirão para onde Deus quer, ou seja, para Judá, de onde nunca deveriam ter saído ou se saíssem deveria ser para a Babilônia. Assim como Deus fez com o rei Zedequias, fará com o rei do Egito, o Faráo-Hofra e o entregará a Nabucodonozor, rei da Babilônia (v.20-30).
4.Não vale a pena desobedecer a Deus.
1) Quem é sempre advertido e não ouve, Deus pode repreendê-lo duramente. 2) Não adianta mudar de cidade, emprego, igreja, etc, pois se não acertarmos nossos erros, estes nos acompanharão. 3) Pular uma confissão, só acumula nossos pecados, pois nada garante que confessaremos os “novos pecados”. 4) Os homens devem persuadir suas esposas e filhas a andarem nos caminhos do Senhor. Eles são responsáveis como sacerdotes do lar. 5) As mulheres devem ser piedosas diante de Deus e não criar artifícios de idolatria. 6) Não se engane por causa da prosperidade. Se está em desobediência, a situação é ruim, não importa se a saúde vai bem, a dispensa está cheia e a conta bancária esteja no azul. 7) Também não importa se a família está unida. Se a união é em torno do pecado, toda a família precisa se arrepender e mudar de atitude diante de Deus. Nem mesmo importa se a igreja e outros crentes não condenam e não veem o pecado. Toda a desobediência é contra Deus e precisa ser corrigida. 8) Fugir da disciplina de Deus só carrega o tratamento para frente e nem sempre se torna mais fácil. Quase sempre a situação piora quando deixamos de confessar logo. |
Capítulo 45: A tristeza de Baruque consolada pelo Senhor
1.Baruque era muito mais do que um simples escrivão do profeta Jeremias. Ele sentia todo o fardo que o profeta carregava pela nação. Ainda havia o agravante de ver o seu mestre ser tão desprezado. Deus se lembrou de Baruque, assim como Ele se lembra de todos os cooperadores da obra Dele. Baruque chegou a um ponto de exaustão por causa do sofrimento que viu Jeremias passar, pois o profeta falava com tanto amor, apesar de severo, mas o povo não o atendia. Era impossível passar por tudo aquilo sem ser, de alguma forma, afetado pela situação. O consolo de Deus para Baruque era que a obra de disciplina sobre a nação era irremediável. Era como se Deus tivesse construído um templo e Ele mesmo demolido. Era como se tivesse plantado uma lavoura e Ele mesmo arrancado os frutos ou destruído a plantação. Baruque tinha que se conformar com essa destruição e não buscar grandeza, mas refúgio no Senhor, pois Ele o protegeria por onde fosse (v.1-5).
“Devemos nos submeter às retribuições divinas quanto ao erro. Deus pune o pecado; devemos lamentar por isso? Certamente, Ele não deixa o perverso sem punição. E quando O vemos esmagar o culpado, em vez de irmos contra isso, deveríamos nos inclinar admirados e dizer: ‘Eu fui tolo...”[48]
“Baruque serve por muito tempo a este profeta pouco popular, escrevendo seu livro de lutas e julgamentos, e agora estava molesto. Deus disse a Baruque que deixasse de pôr seus olhos nele e em qualquer recompensa que pensava merecia. Se fazia isto, Deus o protegeria. É muito fácil perder o gozo de servir a nosso Deus quando deixamos de pôr os olhos no. Quanto mais apartamos a vista dos propósitos de Deus para nossos próprios sacrifícios, mais frustrados nos voltamos. Quando servir a Deus, cuide-se de fixar a atenção no que renunciou. Quando isto acontecer, peça perdão a Deus. Logo fixe seus olhos [Nele], não em você mesmo.”[49]
2.Talvez passemos por momentos de tristeza também ao ver a miséria ao nosso redor. Há muitos sofrimentos de co-dependência pelos quais estamos sujeitos a passar. Devemos nos lembrar que cada pessoa tem seu fardo. Devemos ajudar a carregar os fardos uns dos outros, mas cuidemos, pois nunca conseguiremos viver a experiência do outro e muito menos a vida espiritual dele. Cada pessoa tem a responsabilidade diante de Deus como reage diante das dificuldades. Nossa compaixão tem limite. Imagine alguém se preocupar tanto com o problema de alguém doente a ponto de ficar doente também! Isso seria prejudicial a todos.
1) Quando há um familiar envolvido em vícios, tais como bebida, jogos, drogas, etc. 2) Quando pessoas próximas a nós não querem seguir o mesmo caminho da Palavra de Deus. 3) Quando pessoas próximas a nós estão sofrendo de depressão ou câncer ou uma doença terminal. 4) Quando alguém próximo a nós morre e nos sentimos obrigados a levar consolo aos familiares ou buscar consolo a nós mesmos. 5) Quando pessoas próximas a nós são humilhadas e desprezas. 6) Quando pessoas próximas a nós estão em dificuldade financeira além do que podemos ajudar. |
A cegueira dos rebeldes (Jr 41-45) 1.Cegos para com aqueles que querem ajudar (41.2-3) 2.Cegos para com Deus que pode livrar (42.7,9-22) 3.Cegos e desconfiados para com os mensageiros de Deus (43.1-7) 4.Cegos pela idolatria (44.1-10, 15-23) 5.Cegos por grandes projetos (45.1,5 – Baruque estava cansado e desviando o alvo) |
Capítulo 46: O Egito é envergonhado diante da Babilônia
1.Jeremias menciona o que é conhecida como a famosa batalha de Carquemis onde o Egito perde para a Babilônia. Os valentes do Egito se tornam covardes, tamanha a força bruta da Babilônia. Na fuga tropeçavam e caíam e nada lhes vinha como escape. O profeta compara o exército do Egito ao seu mais importante rio, o Nilo. Como se o Nilo transbordasse, o exército vem em quantidade em Carquemis perto do Eufrates. Era o dia da vingança de Deus contra os aliados de Judá. O profeta também menciona Gileade, cidade famosa de Israel pelos bálsamos que produzia para feridas. Porém, não há remédio para o Egito. O valente tropeçou no valente e os dois caíram, ou seja, o Egito e os seus aliados etíopes, lídios e os de Pute (v.1-12).
2.O temível Nabucodonozor destruiria o Egito em Carquemis e todas as cidades seriam previamente avisadas pelo profeta. O ídolo Apis, na forma de touro, não podia sustentar o Egito dessa destruição. Uns tropeçavam nos outros a fim de livrarem sua vida daquela batalha. Faraó foi envergonhado e ganharia o apelido de Espalhafatoso, ou seja, “muito barulho por nada”. O Egito podia parecer como uma novilha bonita, mas a mutuca (ou tavão) a picaria, assim como uma das dez pragas do passado. A Babilônia é a mutuca do norte. O machado está colocado à arvore. Os valentes fogem. Outra alusão às pragas do Egito são os gafanhotos. O exército dos caldeus viria a Carquemis como insetos devoradores. O próprio Deus revela que fará como nos dias antigos, certamente uma menção à grande libertação do povo de Israel por mãos de Moisés (v.13-26).
“Com clarividência extraordinária, Jeremias viu que a derrota de Carquemis deixava o Egito aberto a invasões ulteriores [futuras, posteriores]. Por detrás da queda do Egito, em solo estrangeiro e no solo pátrio, Jeremias via a vontade e a mão de Deus.”[50]
3.Finalmente, ao final dessa profecia da batalha de Carquemis, uma esperança para Judá. Apesar de anteriormente Deus prenunciar a destruição de Judá, agora Ele dá nova esperança. O amor de Deus é imensurável, por isso, Ele se compadece da nação rebelde. Deus não acabará com Judá, mas dará uma justa medida de disciplina (v.27-28).
4.A batalha de Carquemis nos ensina que os poderosos caíram diante do Senhor.
1) Os valentes se tornam medrosos diante da disciplina de Deus. 2) As pessoas cheias de determinação parecem um rio na enchente, mas se esvaziam diante da poderosa mão de Deus. 3) Nem a cidade dos remédios, Gileade, pode curar a ferida deixada por Deus. 4) Os valentes acabam tropeçando em si mesmos. A busca da força no homem não nos mantém de pé. 5) O Touro em que confiamos não nos manterá de pé diante do Senhor. 6) Às vezes, somos espalhafatosos como Faraó. Prometemos muito, mas não conseguimos nada. 7) Mutucas e gafanhotos contra as novilhas bonitas. Pequenas coisas vindas de Deus nos tiram os planos de arrogância. 8) Deus nunca desprezará os Seus servos. O crente sempre habitará em segurança. |
Capítulo 47-49: Profecias contra os filisteus, moabitas, amonitas, edomitas, damascenos, arábios e elamitas
Há pontos comuns nos castigos contra essas nações. Deus pronunciou as sentenças antes que elas acontecessem. Isso dá autoridade às profecias bíblicas.
Capítulo 47: Profecia contra os filisteus
1.Faraó, em algum momento, feriu os filisteus. Os babilônios, as torrentes do norte, também inundaram os filisteus. Clamor. A falta de clamor em tempo de paz fará com que os povos clamem quando estiverem em dificuldade. Temos a oportunidade de clamar ao Senhor em todas as situações de nossa vida. Deus nos atende. Fraqueza. A maior fraqueza de um pai é quando ele não consegue socorrer seu filho. Nenhum de nós tem condições de socorrer ninguém, mas em tempos de paz podemos clamar que o Senhor os socorra. Autoflagelo. A tensão e o desespero fazem pessoas roerem unha e arrancarem cabelos e até se autoflagelarem. Deus quer nos dar em tempos de paz a tranquilidade para os dias difíceis. Espada. Deus demora em desembainhar a espada porque Ele quer dar chance ao pecador para se arrepender, mas quando Ele usa a espada o julgamento é certeiro e pode causar dores fortes. Os filisteus foram atacados pelo Egito. Eles receberam a justa condenação por tantas vezes invadirem e desafiarem Israel (v.1-7).
“O dia chegaria quando o Senhor usaria o seu inimigo para destruir todos os filisteus, os quais, originalmente, fugiram para Canaã das ilhas do noroeste do Mediterrâneo, particularmente, Creta (Caftor, cf. Dt 2.23, Am 9.7). Essa não é uma referência escatológica do Dia do Senhor. Yahweh derrubaria Tiro e Sidom, norte da costa filistina na Fenícia... Talvez Tiro e Sidom fossem aliadas dos filisteus nessa época e, portanto, caíram sob o julgamento de Deus.”[51]
2.Não somos castigados pelo Senhor, pois já estamos livres da maldição e juízo. Os castigos dos filisteus nos lembram de outro tratamento de Deus em nossa vida.
1) Clamor. São muitas vezes que clamamos ao Senhor. O povo de Israel clamou (Nm 20.6). 2) Fraqueza. Muitas vezes somos fracos e não conseguimos socorrer nossas mais gritantes necessidades (2 Co 12.10). 3) Autoflagelo. Nós não nos autoflagelamos, mas subjugamo-nos para a disciplina espiritual (1 Co 9.27). 4) Espada. A espada do Senhor para o crente não é punição, mas uma arma de ataque contra os falsos ensinos (Ef 6.17). |
Capítulo 48: Profecia contra os moabitas
1.Os moabitas serão envergonhados. Moisés subiu no monte Nebo para ver a Terra Prometida ao longe. Este monte é mencionado como uma cidade importante. É provável que não seja o mesmo lugar. A glória de Moabe também será apagada. Os gritos serão ouvidos de longe. O profeta diz que os moabitas devem fugir para o deserto. Por causa da riqueza, Moabe foi alvo de saque. Todas as cidades serão saqueadas (v.1-8).
2.Em linguagem poética, o profeta diz que os moradores de Moabe sairão voando dali e a terra ficará vazia. Um versículo tão usado em outro contexto é usado aqui para dizer que não matar os moabitas é fazer a obra do Senhor relaxadamente, pois Deus quer trazer o juízo sobre todos os moradores de Moabe. Usando a figura do vinho, o profeta diz que Moabe pegou o sabor da sua terra por nunca ter saído dali como outras nações levadas em cativeiros. O vinho de Moabe ficou forte. As fezes do vinho são a borra que fica no fundo da vasilha. O trasfegador é aquele que transfere o vinho de uma vasilha para outra. No caso, Moabe será trasfegada pela Babilônia. O exército levará Moabe cativa para a Babilônia e quebrará o jarro para nunca mais voltar para sua terra. O deus forte dos moabitas, Quemos (ou Camos), será envergonhado. Não haverá mais valentia dos soldados moabitas (v.9-14).
“Para fabricar vinho se esmagavam as uvas. Logo depois de quarenta dias, o vinho se trocava de vasilha e ficava o sedimento. Se não se fazia esta operação, o vinho resultante era inferior. Com esta ilustração o profeta quer dizer que por causa da complacência do Moabe e sua negativa a fazer a obra de Deus, seria totalmente destruída.”[52]
3.O poder jovem da nação será destruído. Moabe foi um lugar de verdes pastos onde os pastores eram vistos com seu cajado. Agora, Deus quebra o cajado de Moabe. O profeta alista as cidades importantes. Todas estão aflitas com a fuga massiva de seu povo (v.15-25).
4.Moabe foi uma nação muito arrogante. Eles pagaram Balaão para amaldiçoar Israel. Não sendo possível, seduziram os homens com prostituição. Moabe é uma nação sobranceira (arrogante) e gabarola que fala muito de si mesma. Ainda que a nação tenha se expandido, que os seus galhos tenham alcançado outro lado do mar, o exército virá e apanhará os frutos. A idolatria de Moabe também será prejudicada com a invasão do inimigo (v.26-35).
5.Até o profeta sente pela queda de Moabe. Jeremias chorava por sua própria nação, mas também pelas nações vizinhas. O crente não deve ter prazer na queda dos seus inimigos. Ele descreve os sinais de contrição e lamento (calvície, cortes e panos de saco sobre o corpo). As cidades serão invadidas, saqueadas e tomadas. Essas calamidades sobre Moabe também foram proferidas em Isaías 15 e 16 e 25.10-12, em Ezequiel 25.8-11, em Amós 2.1-3 e Sofonias 2.8-11). Haverá um remanescente moabita no reino messiânico. Nações como Egito, Amom, Moabe e as demais mencionadas nas profecias como nações destruídas, voltarão a ser pisadas no reino de Cristo (v.36-47).
6.Toda a nação de Moabe foi castigada em todos os aspectos. A seguir, 16 valores morais roubados de Moabe.
Roubada de sua vergonha |
v.1 |
Roubada de sua glória |
v.2 |
Roubada de seu silêncio |
v.3-5, 31, 34, 38-39 |
Roubada de sua segurança |
v.6, 40 |
Roubada de suas riquezas |
v.7, 36 |
Roubada de suas cidades |
v.8-9, 19-24, 41 |
Roubada de sua vida |
v.10 |
Roubada de sua pátria |
v.11-12, 42, 47 |
Roubada de seus valentes |
v.14 |
Roubada de seus jovens |
v.15 |
Roubada de sua tranquilidade |
v.16, 43-45 |
Roubada de sua força e poder |
v.17-18, 25 |
Roubada de sua dignidade |
v.26-27, 37 |
Roubada de sua publicidade e altivez |
v.28-30 |
Roubada de seus frutos e pastos |
v.32-33 |
Roubada de sua religião (Quemos ou Camos) |
v.7, 13, 35 |
Capítulo 49: Profecia contra os amonitas, edomitas, damascenos, arábios e elamitas
1.Os amonitas também são descendentes de Ló, assim como os moabitas. Milcom era o deus amonita. Amom roubou a terra de Israel, Gade. Rabá era a capital de Amom. Da mesma maneira que Deus julgou Moabe e levou cativo para a Babilônia, juntamente com seu deus e sacerdotes, Amom terá o mesmo destino. Os amonitas confiavam em suas riquezas. A promessa de restauração só pode se dar no reino messiânico (v.1-6).
2.Os edomitas eram inimigos de Israel, pois não deram passagem quando precisaram passar por suas terras. Os edomitas são descendentes de Esaú. Este já tinha se reconciliado com o irmão, Jacó, mas os descendentes continuaram a inimizade. As cidades de Edom eram cavadas nas rochas e conhecidas até hoje na Arqueologia. Deus usaria a Babilônia para arrasar tudo em Edom. Até um ladrão deixa algo para trás, porém, no caso de Edom, nada ficaria. As mesmas palavras são usadas no livro do profeta Obadias que descreve a destruição de Edom. Sodoma e Gomorra aparecem aqui como comparação da destruição de Edom. Bozra é uma importante cidade ao norte de Edom (v.7-22).
“Essas palavras são consistentes com os outros versículos, os quais implicam que, como povo, Edom desapareceria completamente da face da terra. Como assunto, de fato, Edom floresceu em um novo território até os tempos dos Macabeus... (Ob 1.21)... uma dinastia edomita estava reinando em Jerusalém.”[53]
3.Damasco era a capital da Síria. Deus usou novamente a Babilônia para destruir seus inimigos. Damasco foi incendiada. Os fortes e jovens não puderam medir forças com o invasor (v.23-27).
4.Os árabes aqui são chamados de Quedar. Sempre a Babilônia é quem fere os vizinhos de Israel. Os árabes sempre foram conhecidos por suas tendas e camelos. A paz e segurança dos árabes se acabarão com a perseguição dos babilônios. A menção de que não há portas e ferrolhos refere-se aos árabes que não tinham palácios, mas habitavam no deserto (v.28-33).
5.Elã ou Elão ficava perto da Babilônia. Eram bons arqueiros, mas o Senhor quebraria o seu arco. Os habitantes de Elão fugiriam para todos os cantos e se refugiariam em vários países. Também há promessa de restauração do lugar e isso só pode ter lugar no reino do Messias, Jesus Cristo (v.34-39).
6.Algumas palavras e atitudes se destacam nessas invasões.
Atitudes pecaminosas |
Versículo |
Ilustração |
Luxúria e riqueza |
v.4 |
Lc 12.16-21 |
Sabedoria deste mundo |
v.7 |
1 Co 2.1-5 |
Soberba (arrogância) |
v.16 |
Tg 2.1-4 |
Desejo pela fama |
v.25 |
1 Co 4.7-13 |
Confiança em si mesmo e em seu poder |
v.31 e v.35 |
At 19.13-16 |
Os tropeços dos que andam longe de Deus (Jr 46-49) 1.Tropeçam em sua própria força (46.10-12,15-16,25) 2.Tropeçaram diante da espada do Senhor (47.1,3,6-7) 3.Tropeçaram em sua própria glória (48.1-2,7,11,17-18,25,29-30,42) 5.Tropeçaram em sua própria riqueza (49.4) 6.Tropeçaram em sua própria sabedoria (49.7-8,15-16) 7.Tropeçaram em sua própria fama (49.23,25-27) 8.Tropeçaram em sua própria confiança (49.28-29,31) 9.Tropeçaram em sua próprio poder (49.34-35,37) |
Capítulos 50-51: O poder e queda da Babilônia
1.A Babilônia serviu aos propósitos de Deus para disciplinar Judá e julgar as nações vizinhas. Os ídolos da Babilônia não fizeram isso, mas foi Deus quem a equipou com poder para executar os juízos Dele. Judá recebeu a libertação da Babilônia quando os governos Medo e Pérsia se uniram para invadir e derrotar a Babilônia (50.1-9).
“Na plenitude de seu poder, o Império Babilônico parecia [indestrutível]. Mas quando deixou de ser útil aos propósitos de Deus para castigar ao Judá por seus pecados, Deus a castigaria e a esmagaria por sua conta. Os medos e os persas destruíram Babilônia em 539 a.C. (Dn 5:30-31). Nas Escrituras, se usa a Babilônia como um símbolo de toda maldade. Esta mensagem pode aplicar-se, portanto, ao final dos tempos quando Deus apague o mal de uma vez e para sempre.”[54]
2.A profecia contra a Babilônia é que ficaria deserta depois dessa invasão. Talvez alguém pense que Babilônia deveria ser poupada, já que cumpriu a disciplina do Senhor sobre Judá e destruiu as nações vizinhas. No entanto, Deus cumpre o Seu propósito usando quem Ele quiser. Até mesmo os demônios e Satanás cumprirão o propósito de juízo de Deus sobre a terra, mas isto não significa que não chegará o momento deles serem condenados para sempre no Lago de Fogo. A Assíria devorou o reino do Norte e a Babilônia desossou o reino do Sul. Todos os que mexeram com o cordeiro de Deus, Israel, terão que sofrer a consequência do juízo do Supremo Pastor. O perdão virá para Israel e voltará a habitar a sua terra prometida. A Babilônia serviu de martelo sobre todas as nações, mas agora o martelo se quebrou (50.10-28).
3.Como todas as quedas, o fator principal é o orgulho. Antes da queda vem a soberba e, por isso, a Babilônia está sendo arrasada por Deus. O Redentor de Israel é o próprio Deus e Ele ouviu a causa de Seu povo. A destruição da Babilônia será definitiva, não haverá nenhum resto de nação para se levantar novamente. Todas as nações serão informadas da queda da Babilônia (50.29-46).
4.Israel não ficou viúva, pois o Senhor Deus, Jeová, é o Esposa de Israel. A Babilônia carrega a culpa e Israel é perdoada. A fuga de Israel não será dramática, pois, de fato, Judá pegará carona para a Pérsia e será ali protegida pelos destruidores da Babilônia. A linguagem de cálice ou taça cheia de vinho que embriaga as nações também é usada em Apocalipse 17 e 18 para descrever a queda da Babilônia espiritual que é todo o sistema falso religioso usado pelo Anticristo. A queda da Babilônia é irremediável (51.1-10).
5.A Babilônia habita sobre as águas, isto é, os ricos rios Tigre e Eufrates. A riqueza da Babilônia é universalmente conhecida. O texto exalta o Deus criador e o Seu poder de fazer a chuva. O texto também denuncia a estupidez do homem por fazer ídolos e imagens de ouro, mas que não passam de mentira. Deus volta a mencionar a Babilônia como o martelo Dele. O instrumento de Deus não precisa ser, necessariamente, um crente, mas pode ser uma pessoa incrédula, um governo incrédulo, uma nação pagã, um falso profeta e, até mesmo, Satanás e seus demônios (51.11-26).
6.O profeta diz que os medos, o governo da Média, invadirá a Babilônia. Ele também fala na primeira pessoa em nome de Sião, a cidade de Jerusalém. Chegou a vingança de Deus sobre a Babilônia que infligiu todo tipo de mal a Jerusalém. Foi uma surpresa para todas as nações. Jamais alguém imaginava a Babilônia cair e cair tão feio. O famoso muro da Babilônia caiu (51.27-58).
“Os exércitos de Deus estavam preparados, os comandantes estavam prontos, e a batalha começou; mas o exército babilônio viu-se paralisado! Escoraram-se nas paredes, exaustos e sem coragem de lutar. A cidade ficou em chamas, e as barras das portas se romperam. Não havia mais como evitar que o inimigo entrasse na cidade e fizesse o mesmo que os babilônios haviam feito com Jerusalém.”[55]
7.O mais notável, talvez, dessa profecia é que foi numa carta para a Babilônia através do camareiro do rei Zedequias, o Seraías. O profeta terceirizou sua profecia, pois pediu que Seraías a lesse em voz alta chegando na Babilônia. Seraías precisaria de muita coragem, pois a Babilônia estava intacta e jamais daria crédito a essa mensagem. Após lida a mensagem, Seraías a amarraria numa pedra e a jogaria no rio Eufrates. Isto faz um paralelo com Apocalipse 18.21. Aqui acabam as profecias de Jeremias. O último capítulo é um relato encontrado também em Reis e Crônicas (51.59-64).
8.Nesses dois capítulos (50 e 51), há várias metáforas que nos ensinam sobre o poder de Deus contra a Babilônia e toda a arrogância, e o Seu cuidado para com o Seu povo.
As metáforas da queda (Jr 50-51) |
Metáfora |
Ref. |
Significado |
Ovelhas perdidas |
50.6 |
Israel e Judá nos cativeiros |
A mãe das nações |
50.12 |
A Babilônia e seu poder mundial |
Cordeiro devorado e desossado |
50.17 |
Israel e Judá nos cativeiros |
Martelo de toda a terra |
50.23 |
A Babilônia e seu poder de destruição (também 51.20) |
Padejadores |
51.2 |
Os inimigos da Babilônia (Média e Pérsia). Padejar =revolver com a pá. |
Copo de ouro |
51.7 |
A Babilônia que embriagava o mundo com seu poder. O copo era de Deus. Ele usou a Babilônia. |
Muitas águas, ricas de tesouros |
51.13 |
Habitação da Babilônia banhada pelos rios Tigre e Eufrates, ricos em pedras preciosas. |
Porção de Jacó |
51.19 |
Termo para designar o Deus Criador do mundo e de Israel. |
Monte que destrói |
51.25 |
A Babilônia e seu poder destrutivo. Não sobrarão pedras (51.26) |
Pedra afundada no Eufrates |
51.63 |
A Babilônia derrotada para sempre (51.64) |
Flechas, arcos e arqueiros |
50.9 |
Média e Pérsia invadindo a Babilônia (50.14,29,42, 51.3,11, 56) |
Capítulo 52: Invasão da Babilônia, queda de Jerusalém e cativeiro
1.O que Deus disse no livro todo que aconteceria, finalmente, aconteceu. O rei Zedequias ficou com toda a responsabilidade pelo cativeiro. Ele apenas continuou os erros dos anteriores, principalmente, Jeoaquim. Zedequias resistiu a Babilônia quando deveria se render e, por isso, Deus o entregou a Babilônia. Jerusalém sofreu o cerco da Babilônia por dois anos. Faltou alimento para Jerusalém e, então, os caldeus aproveitaram essa fragilidade e invadiu a cidade. O rei Zedequias tentou fugir, mas foi capturado, teve os filhos assassinados e os olhos vazados (v.1-11).
“Este capítulo reproduz quase literalmente o relato de 2 Rs 25.1-21,27-30. Talvez foi incluído no livro do Jeremias para testemunhar que os anúncios do profeta se cumpriram realmente.”[56]
2.Além dos prejuízos individuais contra o rei, a Casa do Senhor também foi queimada e os muros ao redor da cidade destruídos. Todas as casas de Jerusalém, incluindo a casa do rei foram destruídas. Os que se saíram melhor nessa invasão foram os pobres que da noite para o dia se tornaram fazendeiros! Os utensílios de valor do Templo foram levados para a Babilônia. Os homens qualificados também foram levados para servirem na Babilônia. Alguns foram mortos. Nessa época, Daniel e os amigos foram levados e se tornaram bênção em terra estranha. O relato dos cativos da primeira leva é exato (3023 judeus). Onze anos depois, a segunda leva (832 pessoas). Dezesseis anos depois, a terceira leva (745 pessoas). O total de cativos era de 4600 pessoas. Joaquim também se saiu muito bem, porém, não sabemos a razão. No entanto, é muito estranho um rei mau ter tido tanta honra. Para isso, temos que concordar com o Salmo 73 que às vezes os ímpios prosperam (v.12-34)
O fim da nobreza e o fim de um reino (Jr 52) 1.O fim de um reino murado e seguro (v.1-5) 2.O fim do alimento (v.6) 3.O fim da monarquia (v.7-11) 4.O fim do Templo (v.12-23) 5.O fim da nobreza e do povo (v.24-30) 6.O fim da dignidade (v.31-34) |
3.Warren W. Wiersbe faz um resumo do livro do profeta Jeremias e nos oferece algumas lições atuais.
Lições atuais do livro de Jeremias 1.Em tempos difíceis, precisamos ouvir a Palavra de Deus e lhe obedecer. 2.Os verdadeiros profetas de Deus geralmente (se não sempre) são perseguidos. 3.O verdadeiro patriotismo não é cego para o pecado. 4.Por vezes, os servos de Deus têm fases de dúvida e de fraqueza. 5.O mais importante não é o sucesso, mas sim a fidelidade. 6.A maior recompensa do ministério é tornar-se semelhante a Jesus Cristo (veja Mt 16.14). 7.Deus é Rei, e as nações do mundo estão sob seu controle soberano. |
Pércio Coutinho Pereira, 2020 - 1ª ed. 2013
Notas
1. Introdução
1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
2. Introdução e Comentário – Jeremias, pg. 41 – Jr 1.11-12 – R.K. Harrison (Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1980, reimpressão 1984)
3. Notes on Jeremiah, pg. 31 – Jr 2.19 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
4. Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 5 – Jr 3.1-5 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
5. Comentário Bíblico Moody, pg. 21 – Jr 4.10 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
6. Alguns usam esse texto para tentar provar a Teoria do Intervalo de Gênesis 1.1 e 2
7. Nos dias em que esse comentário está sendo escrito, o Brasil se prepara para o Rio+20 (junho de 2012)
8. Novo Comentário da Bíblia, pg. 18 – Jr 5.1-8 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
9. Comentário Bíblico NVI, pg. 1067-1068 – Jr 6.6-9 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
10. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3011 – Jr 7.31 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
11. Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 108-109 – Jr 8.4-22– Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
12. Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 677 – Jr 9.23-24 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
13. The Pulpit Commentary, Jr 10.2 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
14. Dr. Peter Pett's Commentary - Commentary Series on the Bible, Jr 11.1 - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)
15. Expositions of Holy Scripture (Jeremiah), pg. 320 – Jr 12.5 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
16. Complete Summary of the Bible, Jr 13 - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)
17. Notes on Jeremiah, pg. 89 – Jr 14.4 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
18. John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible – Mt 20.10 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)
19. Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Jr 16.10-13 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
20. Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Jr 16.7 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)
21. Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments – Jr 18.7 - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
22. Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch – Jr 19.3-5 (1813-1890) (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
23. Introdução e Comentário – Jeremias, pg. 90 – Jr 20.4-6 – R.K. Harrison (Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1980, reimpressão 1984)
24. Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Jr 21.8-10 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
25. The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Jr 22.10 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
26. Comentário Bíblico NVI, pg. 1080 – Jr 23.16-40 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
27. Albert Barnes' Notes on the Bible – Jr 24.8 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
28. Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 684 – Jr 25.1-11 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
29. The Biblical Illustrator – Jr 26.8-16 - By Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
30. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3075 – Jr 27.9 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
31. Dr. Peter Pett's Commentary - Commentary Series on the Bible, Jr 28.5-6 - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)
32. The Pulpit Commentary, Jr 29.11 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
33. Complete Summary of the Bible, Jr 30 - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)
34. Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 686 – Jr 31.22 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
35. Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Jr 32.16-25 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
36. Adam Clarke's Commentary on the Bible - (1715-1832) – Jr 33.4 - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
37. Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 160 – Jr 34– Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
38. Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 50 – Jr 35.12-19 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
39. Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Jr 36.3 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)
40. Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Jr 37.17 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
41. Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 688 – Jr 38.21-23 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
42. Expositions of Holy Scripture (Jeremiah), pg. 374 – Jr 39.18 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
43. Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 167 – Jr 40 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
44. Comentário Bíblico Moody, pg. 80 – Jr 41.12 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
45. Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments – Jr 42 - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
46. Complete Summary of the Bible, Jr 43 - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)
47. Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch – Jr 42.2-6 (1813-1890) (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
48. The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Jr 45.4 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
49. Novo Comentário da Bíblia, pg. 90 – Jr 46.13-26 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
50. The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Jr 47.4 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
51. Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Jr 48.11-12 - Compilado por Maqui, (a) Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
52. Expositor's Bible Commentary – Jr 49.15 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)
53. Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Jr 50 - Compilado por Maqui, (a) Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
54. Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 181 – Jr 51.27-33 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
55. Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) - Jr 52 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
[2] Introdução e Comentário – Jeremias, pg. 41 – Jr 1.11-12 – R.K. Harrison (Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1980, reimpressão 1984)
[3] Notes on Jeremiah, pg. 31 – Jr 2.19 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
[4] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 5 – Jr 3.1-5 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
[5] Comentário Bíblico Moody, pg. 21 – Jr 4.10 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
[6] Alguns usam esse texto para tentar provar a Teoria do Intervalo de Gênesis 1.1 e 2
[7] Nos dias em que esse comentário está sendo escrito, o Brasil se prepara para o Rio+20 (junho de 2012)
[8] Novo Comentário da Bíblia, pg. 18 – Jr 5.1-8 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
[9] Comentário Bíblico NVI, pg. 1067-1068 – Jr 6.6-9 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
[10] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3011 – Jr 7.31 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
[11] Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 108-109 – Jr 8.4-22– Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
[12] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 677 – Jr 9.23-24 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
[13] The Pulpit Commentary, Jr 10.2 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[14] Dr. Peter Pett's Commentary - Commentary Series on the Bible, Jr 11.1 - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)
[15] Expositions of Holy Scripture (Jeremiah), pg. 320 – Jr 12.5 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
[16] Complete Summary of the Bible, Jr 13 - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)
[17] Notes on Jeremiah, pg. 89 – Jr 14.4 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
[18] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible – Mt 20.10 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)
[19] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Jr 16.10-13 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[20] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Jr 16.7 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)
[21] Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments – Jr 18.7 - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[22] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch – Jr 19.3-5 (1813-1890) (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[23] Introdução e Comentário – Jeremias, pg. 90 – Jr 20.4-6 – R.K. Harrison (Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1980, reimpressão 1984)
[24] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Jr 21.8-10 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[25] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Jr 22.10 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[26] Comentário Bíblico NVI, pg. 1080 – Jr 23.16-40 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
[27] Albert Barnes' Notes on the Bible – Jr 24.8 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[28] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 684 – Jr 25.1-11 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
[29] The Biblical Illustrator – Jr 26.8-16 - By Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[30] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3075 – Jr 27.9 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
[31] Dr. Peter Pett's Commentary - Commentary Series on the Bible, Jr 28.5-6 - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)
[32] The Pulpit Commentary, Jr 29.11 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[33] Complete Summary of the Bible, Jr 30 - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)
[34] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 686 – Jr 31.22 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
[35] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Jr 32.16-25 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[36] Adam Clarke's Commentary on the Bible - (1715-1832) – Jr 33.4 - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[37] Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 160 – Jr 34– Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
[38] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 50 – Jr 35.12-19 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
[39] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Jr 36.3 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)
[40] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Jr 37.17 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[41] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 688 – Jr 38.21-23 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
[42] Expositions of Holy Scripture (Jeremiah), pg. 374 – Jr 39.18 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
[43] Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 167 – Jr 40 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
[44] Comentário Bíblico Moody, pg. 80 – Jr 41.12 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
[45] Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments – Jr 42 - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[46] Complete Summary of the Bible, Jr 43 - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)
[47] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch – Jr 42.2-6 (1813-1890) (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[48] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Jr 45.4 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[49] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Jr 45.5 - Compilado por Maqui, (a) Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[50] Novo Comentário da Bíblia, pg. 90 – Jr 46.13-26 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
[51] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Jr 47.4 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)
[52] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Jr 48.11-12 - Compilado por Maqui, (a) Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[53] Expositor's Bible Commentary – Jr 49.15 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)
[54] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Jr 50 - Compilado por Maqui, (a) Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
[55] Comentário Bíblico Expositivo do VT, Vol. 4, pg. 181 – Jr 51.27-33 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
[56] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) - Jr 52 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)
Nenhum comentário:
Postar um comentário