64 - Epístolas de João

 1 João

 

Introdução[1]

1.Autor da carta

João, o apóstolo, é o autor do evangelho que leva o seu nome, o Apocalipse e as três cartas. O conteúdo das três cartas não deixa dúvida que é o mesmo autor. O ancião como ele se identifica. Há também semelhança entre as cartas e o evangelho de João.

 

Evangelho de João

1 João

2 João

3 João

2.24

4.1-3

7

 

8.31

3.18

1

1

10.18

4.21

4

3

13.34

2.7

5

 

14.21

5.3

6

 

15.11 e 16.24

1.4

12,13

13,14

21.24

 

 

12

 

2.Data e local da carta

É muito provável que as cartas foram escritas após o evangelho. O evangelho deve ter sido escrito antes do ano 70 d.C., pois não há menção da destruição de Jerusalém. As cartas talvez tenham sido escritas entre 80-90 d.C. João viveu em Éfeso e é de lá que talvez escrevera as cartas. Sabemos com exatidão, pois Policarpo, seguidor de João, escreveu que ele viveu e morreu em Éfeso.

 

3.Cidade

Não é endereçada a nenhuma igreja em particular, mas talvez tenha sido escrita como uma carta circular para ser lida entre aquelas sete igrejas mencionadas no Apocalipse, na Ásia Menor. Aquelas igrejas estavam enfrentando muitos problemas com os gnósticos. João era o supervisor das igrejas ao redor de Éfeso.

 

4.Objetivo da carta

É uma carta bastante apologética. João quer prevenir os crentes dos hereges da região. Ele alerta os leitores de que os hereges agem no poder do Anticristo. João exalta a Cristo como Senhor e Salvador. O gnosticismo ensinava o docetismo (docer = parecer), isto é, que Cristo tinha apenas a aparência de um homem, mas era um tipo de fantasma. Por isso, João enfatiza que Ele veio em carne.

5.Versículo-chave da carta

1 João 4.2 enfatiza que Jesus veio em carne. Em 1 João 1.1, a ênfase é que os apóstolos apalparam Jesus, indicando que Ele era de carne e não um fantasma.

 

6.Tema e palavras-chaves

Além do tema de que Jesus veio em carne, outro tema que aparece até mais do que esse é “Deus é amor”. A palavra “amor” aparece 15 vezes.

 

 

 

7.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) O versículo mais libertador para o andar do crente (1.9). Em vez de buscar explicações e justificativas para nossos pecados, devemos confessá-los. Homologeo (confessar) significa dizer a mesma coisa que Deus fala a respeito do pecado. Deus sabia que mesmo como crentes pecaríamos, falta o crente admitir isso e praticar a confissão de pecados diários diante de Deus.

 

2) Por quem Cristo morreu? (2.2). A morte de Cristo é suficiente para todos, mas somente os que O aceitarem como o substituto de seus pecados é que serão salvos.

 

3) Temos o potencial de homicidas (3.15). A sociedade em que vivemos nos reprime de expressar a ira em violência, por isso, há menos assassinatos. Amar menos já é ódio no conceito joanino.

 

4) Provar os espíritos não é descobrir quem está endemoninhado (4.1). Os espíritos referem-se aos ensinos. O crente tem a capacidade dada pelo Espírito Santo para discernir se um ensino está doutrinariamente correto ou não.

 

5) Obedecer a Deus não deve ser um peso (5.3). Os mandamentos de Deus são baseados no amor e justiça. O crente que vive para o Senhor tem prazer na lei Dele.

 

Capítulo 1: Comunhão, alegria e pecado

1.São três temas que envolvem o crente em seu relacionamento com Deus e com os homens. João teve o privilégio de andar com Jesus desde o início de Seu ministério e também fazer parte do grupo das três pessoas mais íntimas de Jesus. Desses três, João era o mais achegado a Jesus, aquele se reclinou no peito de Jesus, o discípulo amado. Jesus é Auto Existente e se tornou carne para se identificar com o pecador. Ele é o Verbo da vida (v.1).

 

2.Somos seres viventes, mas a vida é o próprio Deus, a essência da vida está em Cristo Jesus, o qual soprou o fôlego de vida no homem. Agora, com a Encarnação, a própria vida se manifestou entre os homens. Os discípulos, depois chamados apóstolos, testemunharam a vida, Jesus Cristo, e falaram e escreveram. Portanto, a manifestação que temos de Cristo, a vida eterna, está na Palavra de Deus (v.2).

 

3.A comunhão dos crentes com Deus e uns com os outros está totalmente baseada em Jesus Cristo e Sua morte. A nossa comunhão gera uma alegria verdadeira e completa. Não podemos aumentar e nem diminuir essa comunhão ou unidade uns com os outros e com Deus, pois essa comunhão é uma posição de aceitação Dele para conosco. Veremos que a comunhão que é interrompida é aquele relacionamento diário que devemos ter com Deus e com os irmãos. Portanto, existe a comunhão posicional e a prática da comunhão (v.3-4).

 

4.A luz que veio ao mundo, Jesus Cristo, foi rejeitada pela nação de Israel. Aqueles que aceitaram a luz não se encontram mais em trevas. Novamente, há dois aspectos da luz. Todos os crentes estão posicionalmente na luz, ou seja, o crente foi transportado do mundo de trevas para a luz do Filho de Seu amor. No entanto, o andar na luz é uma prática não desenvolvida por todos os crentes. Deus é sempre luz e jamais encontraremos trevas nele. Quando a Bíblia, em algumas versões, diz que Deus habita nas trevas (2 Cr 6.1), refere-se ao contexto da glória do Senhor adentrando o Templo construído por Salomão. Aquela glória foi manifestada através de uma nuvem que entrou na Casa do Senhor a ponto dos sacerdotes não conseguirem ficar ali dentro. A presença de Deus estava naquela nuvem espessa ou nas trevas daquela nuvem (2 Cr 5.11-14). Portanto, Deus é luz e Nele não há treva ou pecado, mesmo que Ele tenha feito a escuridão e se manifestou em nuvem escura (v.5).

 

5.Andar nas trevas é o contrário de andar na luz. Portanto, andar nas trevas é andar de um modo que não é o modo de Deus, é andar em pecado, errando o alvo de Deus para a vida do crente. A prática da verdade não é um credo ou crença em um conjunto de doutrinas teológicas. Andar na verdade é não mentir com um estilo de vida longe da Palavra de Deus. O crente está mentindo quando não anda em obediência à Palavra de Deus (v.6).

 

“Andar em trevas significa permanecer ‘na morte’ e não ter vida eterna permanecendo em si mesmo. A pessoa que anda ‘nas trevas’ é aquele que rejeitou a revelação de Deus em Jesus Cristo, a vida eterna (a luz).”[2]

 

6.A comunhão prática ou a prática da comunhão está baseada no nosso andar na luz. A comunhão com os irmãos está baseada na comunhão com Deus. O sangue de Jesus se refere à Sua morte em nosso lugar. A cruz é o símbolo da nossa salvação, mas também de nossa santificação. Já fomos purificados de todo pecado ao crermos em Cristo como nosso salvador pessoal e único. A verdade da posição e prática se repete, no entanto, pois precisamos da purificação diária, não para a salvação, pois esta já está resolvida, mas para a alegria e comunhão completas (v.7).

 

7.A tendência do pecador é se esconder. Depois que o pecador se converte a Jesus não está livre de se esconder. Embora a situação eterna já esteja resolvida, diariamente convivemos com os maus hábitos do velho homem. O crente está mentindo quando diz não ter pecado. Infelizmente, por causa do ensino equivocado ou mal-intencionado, alguns crentes estão se enganando ou sendo enganados por causa do falso ensino da “regeneração” ou “novo nascimento”, termos tirados da Bíblia, porém, com sentido não bíblico. Este ensino diz que com a conversão o crente perde a antiga natureza de pecado. A verdade bíblica é que até a redenção do corpo, o crente conviverá com duas naturezas, a de Adão ou velha natureza e a nova natureza ou natureza de Cristo (v.8).

 

8.É melhor admitir o pecado, mesmo sendo salvo. A confissão é a tradução da palavra “homologeo” ou “dizer a mesma coisa”. A confissão é dizer aquilo que Deus diz a respeito do pecado. As culturas mudam bem como os seus conceitos de certo e errado, mas a Palavra de Deus é o nosso código de ética e conduta. O Espírito Santo é o nosso indicador de conduta e a nossa consciência, quando dirigida pelo Espírito Santo, é também um guia do certo e errado. Ao confessarmos nossos pecados, o Senhor devolve a comunhão e nos coloca no caminho certo novamente. O relembrar pecados confessados é o fruto do nosso orgulho, não por termos pecado contra Deus, mas por termos errado nosso propósito. É mais uma questão de orgulho pessoal por ter falhado do que o quebrantamento por ter desagrada a Deus. Confissão não é penitência e autoflagelo. Confissão é concordar com Deus que somos pecadores, mesmo redimidos (v.9).

 

 

 

 

“Enquanto alguns tentam trazer Deus ao baixo nível do homem, outros tentam o oposto. Eles tentam se elevar ao nível de Deus. Eles dizem que não têm pecado. Eles reivindicam perfeição e total santificação. Esses, de fato, estão se enganando. Eles são culpados de autoengano e mentira... Sendo que Deus não pode ser rebaixado ao nível do homem e o homem não pode chegar ao nível exaltado de Deus, o homem se encontra em um dilema. O que ele pode fazer? Note a solução bíblica: ‘Confesse’ (homologomen), ou seja, dizer a mesma coisa que Deus diz. Deus diz que o homem peca. Diga exatamente isso a Deus – o pecado deve ser especificado. ‘Ele é fiel’ – nós podemos enganar a nós mesmos. ‘Justo’ – ‘O sangue de Jesus Cristo... nos purifica de todo o pecado (v.7). Ele perdoa e limpa.”[3]

 

9.Além de sermos mentirosos quando dizemos que não temos pecado, estamos acusando Deus de ser mentiroso, pois foi Ele quem estabeleceu o padrão de certo e errado em Sua Palavra. Não posso amar a Palavra de Deus se disser que é uma palavra mentirosa (v.10).

 

Capítulo 2: Nosso Advogado. O amor fraternal. A vitória sobre o Maligno. O amor ao mundo. Os anticristos. A unção do Espírito Santo.

1.O capítulo 2 tem meia dúzia de assuntos da vida cristã muito esclarecedores. Vamos começar com o assunto da nossa defesa contra o pecado. Precisamos de um Advogado, Alguém que nos represente diante do Pai. É evidente que já fomos representados por Jesus Cristo na cruz e temos mediação eterna diante do Pai. Estamos justificados para todo o sempre. No dia a dia, como já vimos no capítulo anterior, precisamos de purificação dos nossos pecados e isso vem com a confissão dos pecados praticados por nós. A palavra para Advogado é “parakletos” que é um intercessor, consolador, aquele que está ao nosso lado (v.1).

 

2.Ele nos faz aceitáveis diante de Deus. Ele é a nossa propiciação. A morte de Jesus tem o poder de pagar pelos pecados de todos os pecadores. Se nem todos são salvos é simplesmente porque nem todos escolheram colocar sua confiança somente em Jesus Cristo (v.2).

 

“Este versículo fornece forte apoio para o fato de que Jesus Cristo morreu por todas as pessoas (expiação ilimitada). Em Sua morte, o Senhor Jesus providenciou salvação suficiente para todos, embora seja eficiente apenas para aqueles que confiarem Nele (2 Co 5.14-15,19, Hb 2.9, Ap 22.17). Em outras palavras, a morte de Cristo tornou a vida eterna disponível a todos, mas não automaticamente a todos. ‘Nossos’ refere-se aos pecados de todos os crentes, e ‘mundo inteiro’ significa toda a humanidade, não apenas os eleitos (cf. Jo 1.12, 3.16). Aqueles que defendem a ‘redenção particular’ (ou seja, que Jesus morreu somente pelos eleitos) limitam o significado do ‘mundo inteiro’ ao mundo dos eleitos. ‘O pensamento e a terminologia joanina não deixam absolutamente nenhum espaço para tal conceito de ‘o mundo inteiro dos eleitos’.”[4]

 

3.Embora não tenhamos visto Jesus como João viu, também podemos ter a certeza de que O conhecemos. Se sou obediente a Ele colocando Nele a minha confiança e confessando os meus pecados diários, isso mostra uma comunhão e conhecimento de Sua Pessoa (v.3).

 

4.Há diferença entre dizer que conhece a Jesus e guardar a Sua Palavra. A mentira está levando muitas pessoas a se enganarem pensando que conhecem a Jesus quando, na verdade, não pretendem conhecê-Lo mais intimamente através da obediência (v.4).

 

5.Deus ama a todos, mas nem todos experimentam desse amor. O amor de Deus pelo pecador está baseado na vida que Ele deu a todos nós e na entrega de Seu Filho até a morte em favor do pecador. Nós não temos como provar nosso amor por Deus, pois não temos nada para oferecer a Ele. No entanto, como salvos, Ele permite que demonstremos nosso amor por Ele através da obediência, guardando a Sua Palavra. A maior evidência de um crente obediente é colocar toda a sua vida em sujeição à Palavra de Deus (v.5).

 

6.Da maneira como João escreveu, e foi muito claro, todos nós estaríamos sem condição alguma de demonstrar nosso amor por Ele. Quem já andou como Jesus andou? Ninguém. É claro que não somos perfeitos, mas a prova do nosso amor por Ele é medida pelo amor que temos pelos outros. Ele sabe de nossas limitações, mas também sabe de nosso esforço em nos submeter ao Seu Espírito a fim de sermos usados por Ele para agradarmos ao Pai (v.6).

 

Como se parece a vida de um crente (1 Jo 2.1-6)

1.A vida do crente se parece com alguém que sofre processo judicial (v.1-2)

2.A vida do crente se parece com alguém que segue alguém importante (v.3)

3.A vida do crente se parece com alguém que está sempre sendo testado (v.4)

4.A vida do crente se parece com alguém que é perfeito (v.5-6)

 

7.O mandamento de Jesus não é algo tão fora da realidade que precisaríamos esperar para cumprir até chegarmos no céu. Hoje mesmo podemos obedecê-Lo. O mandamento do amor é antigo porque foi isso que Jesus ensinou em todo o Seu ministério na terra. O próprio princípio da criação de Deus foi baseado no amor que Ele teve pelo homem que criou. Tudo o que Deus fez foi com a intenção de trazer o pecador até Si e mostrar-lhe o Seu amor (v.7).

 

8.Por outro lado, o mandamento é novo porque o homem deturpou o sentido do amor e precisa reaprendê-lo tendo como base e exemplo a Pessoa de Jesus Cristo. Muitas religiões tentam imitar Jesus e até O exaltam como a perfeição do amor. No entanto, o que Jesus quer não é a imitação de Seus atos, pois seria impossível, mas a aceitação de que só Ele vivendo em nós, tirando as trevas do nosso coração, o pecado, é que temos condições de viver para Ele, pois na verdade, é Ele vivendo através de nós (v.8).

 

9.O crente tem a luz de Cristo, mas na prática diária, é através do amor ao irmão e ao próximo que ele prova que não está nas trevas. Talvez, de modo errado, pensemos que não seja possível odiar a um irmão. Aquilo que chamamos de ódio está muito distante do que Jesus chama de ódio. O simples fato de pensar mal no coração a respeito de alguém, isso se chama ódio. Quando amamos não há tropeço, mas quando odiamos isso virá à tona através de ações que não chamaríamos de ódio. O ódio tem o poder de cegar-nos. Ódio não é apenas machucar fisicamente ou matar, mas desprezar, colocar em segundo plano, não honrar, prejudicar, mentir contra, zombar, humilhar, desfavorecer, ignorar, ou seja, qualquer atitude menor do que o amor (v.9-11).

 

“Aquele que ama. Isto não é simples profissão, como no versículo 9, mas a verdade real. Nele não há nenhum tropeço. Nele não há nada que possa levar os outros a tropeçarem. Isto segue o significado geral de skandalon no N.T., ocasião de tropeço, pois se usa em relação à ofensa causada a outros. ‘Falta de amor é a fonte mais prolífica de ofensas’ (Westcott, pág. 56). Está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe. As trevas são o lar e a esfera da atividade daquele que odeia seu irmão e o agente de sua cegueira.”[5]

 

10.O escritor desta epístola chama os crentes de filhinhos, um termo carinhoso. Ele se importa com os crentes como se fossem seus filhos queridos. Os pecados dos crentes estão perdoados. Os ensinos sobre confissão referem-se aos pecados diários os quais precisam ser confessados para que a comunhão diária com o Pai seja restabelecida. No entanto, todos os pecados passados, presentes e futuros são perdoados em Cristo Jesus no que diz respeito à eternidade (v.12).

 

11.Os pais são os mais velhos das igrejas. Eles têm mais experiência e alguns deles são líderes. Os crentes mais experimentados deveriam conhecer mais ao Senhor do que os mais novos, devido ao tempo andando na luz e obedecendo à Palavra de Deus. Aos jovens, o escritor, João, atribui uma verdade que também deveria ser verdade no dia a dia, isto é, a vitória sobre o Maligno, o Diabo. Essa verdade já é realidade na cruz. Cristo venceu o Diabo e, consequentemente, todos os crentes. Diariamente temos lutas contra os poderes das trevas, contra o mal. O Senhor nos dá vitória à medida que guardamos a Sua Palavra (v.13).

 

12.Os crentes conhecem o Pai através de Jesus Cristo. Quando temos a mesma fé somos todos uma só família. As diferenças entre os crentes não deveriam existir, no entanto, em algum ponto ou em alguns pontos da História, fugimos dos princípios da unidade da família e nos tornamos independentes uns dos outros. Ainda somos uma família, mas como famílias modernas, muito ocupadas em seus afazeres para terem tempo juntas. O escritor repete as mesmas palavras, apenas acrescentando aos jovens que são fortes e a palavra de Deus permanece neles. Os jovens são fortes fisicamente, e por isso, quando juntam com a força que há no Senhor e a Palavra, tornam-se uma força na Igreja de Cristo Jesus (v.14).

 

13. O assunto a seguir cada vez mais está perturbando o crente, pois ficamos tão mundanos que qualquer admoestação soa como legalismo. Mas a Palavra de Deus ainda continua inimiga do mundo como antes. Não gostamos de nada que seja conclusivo, mas a Bíblia continua conclusiva. A Palavra de Deus é muito clara sobre o mundo, o cosmos, que é o sistema de Satanás, o deus deste mundo. Deus tem algo a dizer sobre o amor às coisas do mundo e devemos ouvir as conclusões sobre o amor às coisas do mundo. Não é fácil entender toda a extensão dessa admoestação, pois se alguém disser que não ama nada neste mundo é um grande hipócrita, pois há coisas agradáveis neste mundo e até mesmo sem pecado em si. Por exemplo, uma linda noite estrelada. Mas há uma maneira de começar a compreender este versículo. Quando o crente lembra que ele é forasteiro neste mundo (1 Pe 2.11), ele se lembra que não está à vontade aqui, mas está sempre aguardando algo melhor que vem do céu (2 Pe 3.13).  Paulo disse que podíamos usar as coisas do mundo, mas não abusar (1 Co 7.31). Nós não devemos colocar o nosso coração nas coisas deste mundo, pois sendo que elas passam ficaremos sem aproveitar o que realmente importa, as coisas espirituais (v.15).

 

14.O crente passará a eternidade sem precisar das coisas deste mundo, por isso deveria se dedicar às coisas celestiais. O amor de Deus é dirigido aos que buscam as virtudes espirituais: a oração, meditação na Palavra, amor ao próximo, etc. O mundo tem três iscas para nos prender e ele tem conseguido fisgar-nos no decorrer dos anos. Ele só muda as iscas, mas o anzol é o mesmo, que é a concupiscência, ou seja, os desejos carnais. São prazeres que nos dominam. Quanto menos estamos em comunhão com Deus, mais esses desejos nos seduzem. O mundo nos atrai pelos desejos da carne. Isto é, tudo aquilo que agrada a minha velha natureza, especialmente o meu corpo. Cada pessoa tem uma queda por algum desejo em particular. O mundo nos atrai pelos desejos dos olhos. Os olhos são enganados pelo mundo, pois ele promete muito mais do que realmente pode dar. Qualquer pessoa que deseja muito aquilo que viu na loja, percebe em pouquíssimo tempo que mais uma vez os seus olhos viram algo permanente, mas que na realidade era transitório. Crianças são assim com seus brinquedos novos. O mundo por fim nos atrai pela soberba da vida. Este é o maior desejo do homem, alcançar tudo o que deseja. Isto é soberbo! É quase que um endeusamento do próprio homem. Mas também é um engano, pois não há limite para a ambição do ser humano (v.16).

 

Eleve um escravo à posição de membro da família que ele desejará ser o dono da fazenda

Eleve um empregado à gerência que ele desejará ser o empresário

Eleve um súdito a rei que ele desejará ser deus

 

15.O orgulho foi a razão da queda de Lúcifer. A soberba da vida está muito bem ilustrada no livro de Eclesiastes, quando o pregador diz vinte e nove vezes que tudo é “vaidade”. Podíamos fazer um paralelo entre essas três concupiscências com a tríade que tem dirigido as sociedades, sexo, poder e dinheiro. O sexo é a concupiscência da carne. O dinheiro é a concupiscência dos olhos e o poder é a soberba da vida (v.16).

 

16.Esta é outra conclusão sobre o amor às coisas do mundo. O mundo passa e o crente permanece, por isso, é melhor permanecer fazendo a vontade de Deus. Todos esses prazeres da carne, dos olhos e a soberba da vida passarão. Nós vemos inclusive passar nesta vida. Aquilo que nos atrai um dia, logo passa no outro dia para dar lugar a outros interesses. Na velhice muitas coisas já não importam mais. Se não fizermos um investimento celestial não teremos nada, pois deste mundo nada levaremos. Um dia o mundo passará fisicamente. Deus destruirá esta criação presente e fará outra com interesses puramente celestiais (2 Pe 3 e Ap 21 e 22). A Palavra de Deus permanece para sempre. Seria um ótimo investimento nos dedicarmos a ela. As pessoas duram para sempre, salvas ou perdidas. Seria um ótimo negócio investir em vidas. A nossa comunhão com o Pai dura para sempre. Seria um ótimo investimento nos aproximar Dele a cada dia. Estamos muito ligados ao mundo porque estamos nele, mas essas conclusões nos alertam sobre a intensidade do nosso amor às coisas deste mundo. O amor do Pai será encontrado naquele que O ama mais do que ao mundo. As coisas agradáveis que o mundo oferece são iscas para nos afastar de Deus. E, finalmente, o mundo passará e nada levaremos dele senão desilusão. É verdade que até paz o mundo oferece, mas Jesus disse que ofereceria uma paz duradoura (Jo 14.27) (v.17).

 

18.O Anticristo é o homem da iniquidade que virá na Tribulação, mas antes dele já existem anticristos, pessoas com a mentalidade dele que desejam tomar o lugar de Cristo. Eles querem destruir a Palavra de Deus, mas sempre de modo sutil, infiltrando-se no meio da Igreja. São tempos difíceis, porém, começaram no início da Igreja. Portanto, a Igreja começou já em seus últimos dias, pois há ataques de fora e por dentro (v.18-19).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diferença entre Cristo e o Anticristo

CRISTO

ANTICRISTO

 

A Verdade

A mentira

 

O Santo

O iníquo

 

Homem de dores

Homem da iniquidade

 

Filho de Deus

Enviado de Satanás

 

Mistério de Deus

Mistério da injustiça

 

Bom Pastor

Pastor inútil

 

Exaltado nas Alturas

Lançado no inferno

 

Humilha-se a si mesmo

Exalta-se a si mesmo

 

Desprezado

Admirado

 

Purifica o templo

Profana o templo

 

Deu a vida pelas pessoas

Mata as pessoas

 

 

19.O crente não precisa ficar preso à escravidão dos falsos ensinos dos anticristos porque tem o Espírito Santo habitando permanentemente a sua vida. O conhecimento da Palavra é aplicado na vida dos crentes pelo Espírito Santo. Nós temos uma declaração de fé escrita no nosso coração. Não precisamos viver na mentira dos falsos profetas que faz muitas confusões na mente dos que não estão firmes na fé, sempre corrompendo a Pessoa e Obra de Jesus Cristo. (v.20-23).

 

20.O crente precisa permanecer firme com aquilo que tem da Palavra de Deus e não ficar fascinado com os ensinos enganosos. Temos a vida eterna em Cristo Jesus e não abrimos mão dessa pregação em troca de ensinos novos, atraentes, mas enganosos (v.24-26).

 

21.Ao usar a expressão “quanto a vós”, João claramente está mudando o alvo das palavras. Antes, ele se referia aos anticristos, os falsos profetas, agora João volta a se referir aos crentes. Os crentes receberam o Espírito Santo no momento de sua conversão. A unção não é um estado especial através de uma oração antes do pregador falar, nem um estado especial em que alguns crentes seletivos possuem e outros, não. A unção é o Espírito Santo que tem o poder e não o crente com poder que tem o Espírito Santo. Por causa do Espírito Santo que habita todos os crentes, há potencial de aprendizado em cada crente. É claro que precisamos de mestres da Bíblia, porém, ninguém pode fazer pelo crente aquilo que só o Espírito Santo é capaz de realizar, o crescimento espiritual, a compreensão das verdades bíblicas e a prática dessas verdades (v.27).

 

Fatos sobre a unção

1.Curiosamente a palavra grega é “crisma”

2.“Cristos” significa ungido

3.Sacerdotes e reis eram ungidos com óleo

4.Profetas eram ungidos por Deus e não com óleo

5.No NT, crente só é ungido em Tg 5.14-15

6.Hóspedes eram ungidos (Lc 7.38)

7.Cabelos e pele eram ungidos para estética

8.Mortos eram ungidos como consagrados a Deus

9.A “extrema unção” é invenção religiosa sem base bíblica. Para pessoas às portas da morte.

10.Oração para Deus ungir o pregador. Não há base bíblica.

 

 

22.Apesar da unção que todos os crentes têm, nem todos os crentes permanecem obedientes e, por isso, são envergonhados, pois não se apropriam da sabedoria do Espírito Santo e, lamentavelmente, vivem em derrota. Tudo está no poder do Espírito e não em nosso esforço próprio. O exercício da fé que é o mesmo que confiança nos dá ousadia em desejar a vinda do Senhor (v.28).

 

23.Quando o crente está afinado nas verdades bíblicas, a justiça própria cai e o reconhecimento da justiça de Deus fica em relevo. Espera-se que o crente pratique a justiça, pois é nascido de Deus que é justo. Quando não praticamos a justiça, estamos vivendo como alguém que não é crente e isso não é certo (v.29).

 

Andando na luz (1 Jo 2)

1.Com o Advogado (v.1-6)

2.Em amor (v.7-11)

3.Contra o Maligno (v.12-14)

4.Contra o mundanismo (v.15-17)

5.Com uma declaração de fé (v.18-26)

6.Com a unção espiritual (v.27-29)

 

Capítulo 3: Filhos de Deus

1.O amor de Deus é o amor de Pai. Quem não teve ou não tem um pai amoroso precisa perdoá-lo, pois isto pode afetar a compreensão de quem é o Pai Celestial que ama os que creram em Cristo Jesus como Salvador a ponto de os tornarem filhos de Deus, pois antes eram de outra filiação. É normal para o incrédulo não conhecer ou não reconhecer os crentes, pois não conheceu Jesus Cristo como salvador e, portanto, não faz parte da mesma família. Os amigos não salvos têm um limite de amor e compreensão a respeito dos crentes. Alguns fingem gostar dos crentes e outros chegam a odiá-los, mas tudo isso trata-se do ódio continuado de Satanás por Jesus. O mundo nos odeia porque odiou primeiro a Jesus (v.1).

 

2.Nós somos filhos de Deus agora, pois antes não éramos (Jo 1.11-12). Ainda não estamos em todo o nosso potencial em Cristo. Um dia, seremos mais puros, mais perfeitos, mais maduros para não dizer tudo isso de modo completo. No entanto, algo sobre nosso futuro eterno que temos certeza é que não mais pecaremos. Seremos mais parecidos com Cristo Jesus, pois para isso o crente é predestinado, conforme Romanos 8[6]. Muitos têm a preocupação em ver Deus (o Pai) como Ele é. Não precisamos pensar em ver o corpo de Deus, pois Ele não tem corpo físico. Jesus disse que quem vê a Jesus vê o Pai. É curioso que os que anseiam “ver” Deus, o Pai, nada falam a respeito de “ver” o Espírito Santo. Portanto, deixemos desse pensamento, pois na eternidade não haverá dúvida ou frustração sobre esse tema, pois veremos, da maneira que temos de ver, a Pessoa de Deus (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) (v.2).

 

3.A expectativa de ver o próprio Deus deve nos levar ao desejo de nos santificar para Ele. O pecado habitual e obstinado nos afasta da pureza e caracteriza uma rebeldia contra Deus. É claro que mesmo salvos ainda temos pecado em nossa vida, mas não devemos arrastar conosco pecados não confessados. Somos como um copo de água, antes cristalina, mas turvada de terra. Essa água precisa de um processo de purificação para se tornar novamente cristalina. É o que está acontecendo com a nossa vida espiritual. Enquanto somos transformados segundo a imagem de Jesus, também somos purificados, até um dia, diante Dele, estarmos totalmente puros, sem pecado. Quando alguém se diz crente, mas vive pecando deliberadamente, nem precisamos considerá-lo como irmão em Cristo e, até mesmo, precisamos afastá-lo de nós ou nos afastarmos dele. Veja 1 Co 5.9-10. O versículo 6 é tão importante que a seguir vão dois comentários de irmãos muito estudiosos e equilibrados em suas interpretações, de modo geral, portanto, há grande peso os comentários deles nesse assunto de o “crente não viver pecando” (v.3-6).

 

“A ênfase não é sobre os pecados (plural), mas sobre o pecado (singular): ‘Todo aquele que pratica o pecado’. Os pecados são frutos, mas o pecado é a raiz... O pecado é, fundamentalmente, uma questão de volição. Insistir em fazer a própria vontade e contrariar a vontade de Deus é rebeldia, e a rebelião é a raiz do pecado. Não se trata simplesmente de o pecado revelar-se em um comportamento ilegal; na verdade, a própria essência do pecado é a transgressão da lei. Qualquer que seja a atitude exterior do pecador, sua atitude interior é a rebelião... Transgressão da lei! Rebelião! A atitude exterior pode ser contida, mas a rebelião interior persiste, e essa atitude é a essência do pecado. Mas depois que o indivíduo torna-se filho de Deus, nascido de novo peja fé em Jesus Cristo, não pode fazer da rebelião seu estilo de vida!... A pessoa que peca deliberada e habitualmente prova, com isso, que não conhece a Cristo e que, portanto, não permanece nele. A morte de Cristo na cruz tem mais implicações do que a salvação do julgamento. Por meio de sua morte, Cristo rompeu o poder do princípio do pecado sobre a vida. Romanos 6 a 8 trata da identificação com Cristo em sua morte e ressurreição. Cristo não apenas morreu por nós como também nós morremos com Cristo! Agora, é possível sujeitar-se a ele, e o pecado deixará de ter domínio sobre nós.”[7]

 

“Este versículo contrasta o cristão verdadeiro com a pessoa que não nasceu de novo. É possível afirmar categoricamente que o cristão verdadeiro não vive pecando. João não está falando de atos pecaminosos isolados, mas de um comportamento característico, habitual e contínuo. Este versículo não sugere que o cristão perde a salvação quando comete algum pecado. Antes, afirma que quem peca habitualmente mostra de forma inequívoca que nunca foi regenerado. Essa afirmação levanta perguntas como: ‘Quando o pecado se toma habitual? Com que frequência é preciso cometê-lo para se tomar um comportamento característico?’. João não responde, mas adverte cada membro da família de Deus a permanecer atento e deixa o ônus da prova a cargo do próprio cristão.”[8]

 

4.O apóstolo João diz que quem pratica a justiça é justo. Ele não está se referindo àquela justiça comum para todo o ser humano, tal como usar honestamente uma balança para pesar um produto, pois é o que se espera dos relacionamentos, até mesmo entre os incrédulos. A justiça que não pode ser pratica por um incrédulo é a justiça de Cristo Jesus. Ele morreu pelo pecador, assumindo a injustiça deste, e cobriu o pecador arrependido com a Sua própria justiça. Dessa forma, e somente assim, é que o crente pode ser considerado justo, pois se trata da justiça de Cristo e não do crente. As nossas justiças próprias continuam a ser para Deus como trapos da imundícia (v.7).

 

5.A filiação do mundo é diabólica. O mundo jaz (está deitado) no Maligno. O Diabo é todo pecado. Ele pecou desde o início quando ainda era Lúcifer. Jesus Cristo destruiu as obras e o poder do Diabo na vida daquele que creu no Salvador Jesus. Portanto, com a nova filiação, somos muito parecidos com Jesus e imitamos as obras de Deus porque o Espírito Santo habita em nós. Temos uma nova semente germinada em nós a qual cresce e produz fruto. A semente é divina, portanto, o fruto é de Deus. Essas são algumas diferenças entre os filhos de Deus e os filhos do Diabo, a semente e o fruto. João introduz outro assunto que diferencia um crente do incrédulo que é o amor de Deus uns pelos outros (v.8-10).

 

6.Desde que nos convertemos a esse maravilhoso evangelho de Jesus Cristo, temos ouvido a respeito do amor. Primeiro o amor de Deus por nós enviando o Salvador para assumir os nossos pecados e morrer a morte merecida a nós. Também ouvimos do amor do Espírito Santo que habita em nós e nos guia a toda a verdade. Ouvimos também do amor que devemos ter pelo próximo. E, finalmente, ouvimos do amor que os irmãos da mesma família de Deus devem ter uns pelos outros. Nós cuidamos uns dos outros nas necessidades materiais, emocionais e espirituais (v.11).

 

7.Caim é o exemplo contrário ao amor pelo irmão. Ele seguiu os impulsos de ódio do Diabo e matou o próprio irmão. Matar é o extremo do ódio, mas o assassinato não se explica por si mesmo, mas é o resultado de uma atitude de coração contra Deus e contra o próximo, o objeto do ódio. Caim ficou furioso contra Deus, mas não podia matar Deus, então, matou seu irmão, o preferido por Deus. Por que Abel foi preferido por Deus, uma vez que aprendemos que Deus não faz acepção de pessoas? Sabemos também que aquele que faz a vontade de Deus é abençoado e aceito por Ele. Abel não apenas teve a atitude correta de coração como apresentou a oferta perfeita a qual se entende pelo contexto de toda a Bíblia, uma oferta de sacrifício de animal. Caim não apenas teve uma atitude errada de coração, mas como resultado disso, apresentou uma oferta imperfeita, ou seja, sem sangue. Não há remissão de pecados sem sangue. Hebreus nos ensina que a oferta de Abel, e não simplesmente a atitude de coração, foi aceitável a Deus (v.12).

 

8.O ódio de Caim pelo irmão é uma ilustração do ódio do mundo pelos crentes. É por isso que os incrédulos ainda estão na morte, porque ainda não conhecem o amor de Deus. Os crentes já passaram esse terrível estágio de vida. Agora, somos do Senhor e, consequentemente, amamos os irmãos, pois é isso o que Jesus faz, Ele ama. A falta de amor é característica de quem ainda está na morte, ou seja, um não salvo. Portanto, não combina com o crente não amar o seu próximo e seu irmão em Cristo (v.13-14).

 

9.A falta de amor não é uma atitude passiva simplesmente tal como não gostar de caminhar ou fazer exercícios físicos. É ainda mais prejudicial, pois a falta de amor consiste em falta de comunhão com Deus e caracteriza a permanência na morte espiritual. Aquele que odeia é potencialmente assassino, pois o que impede das pessoas que odeiam matar outros é a restrição da sociedade apenas e a expectativa das duras consequências do assassinato. Pedro quase assassinou Malco, o servo do sumo sacerdote. Ele não iria para o inferno, pois era um salvo, contudo, agiu como alguém que ainda estava na morte espiritual, ou seja, como um incrédulo (v.15).

 

10.O amor, diferente do ódio, não tira nada de ninguém, mas concede. Cristo nos deu vida em abundância e nós oferecemos vida aos incrédulos ao pregar o evangelho a eles e comunhão aos irmãos quando os amamos. O amor dos salvos pela graça é superior às caridades dos incrédulos, pois estes buscam mérito diante de Deus usando os necessitados apenas como objetos e instrumentos de sua salvação. É uma ajuda egoísta, pois visa o próprio bem, mesmo que para isso seja necessário dar algumas migalhas ou até todos os seus bens. Por isso, a ajuda social em que crentes se juntam com incrédulos é reprovável. A luz não tem comunhão com as trevas nem para fazer o bem social. Evidentemente, não estamos falando do socorro urgente em tragédias, pois não estamos ligados a uma associação, mas a um socorro individual. Quanto ao trabalho social, o crente precisa se empenhar em olhar a sua própria família espiritual e ajudar os irmãos necessitados (v.16-17).

 

11.Os crentes devem cuidar uns dos outros baseado na verdade do amor de Deus. Somos uma comunidade aberta para o evangelho, mas fechada na comunhão. Não poderíamos ter comunhão com os incrédulos, mesmo que quiséssemos, pois não temos a mesma origem espiritual, nem o mesmo Pai espiritual e nem o mesmo destino. Se tivéssemos mais dessa compreensão, teríamos mais saudades das reuniões dos crentes e teríamos menos contato com os incrédulos, pois esses se resumiriam ao trabalho, evangelização e negócios imprescindíveis. O crente que ama e se esforça para fazer tudo pelos do Corpo de Cristo, está com o coração tranquilo, sem qualquer acusação (v.18-19).

 

12.O seu coração o condena em relação à falta de amor aos irmãos? Quanto tempo e esforços dedicamos aos nossos irmãos em Cristo? Se somos culpados em negligenciar o cuidado na família de Deus, ainda há esperança. Temos a confiança no Senhor quanto ao Seu perdão e confiamos também no redirecionamento do alvo. Deixemos os incrédulos com os quais não temos comunhão e preservemos a comunhão que temos para com os irmãos. Talvez, seja difícil para alguns por causa da familiaridade com os incrédulos. Porém, é só pedir que o Senhor nos ajudará a cumprir esse mandamento antigo, mas novo, ou seja, o amor aos irmãos. O Espírito Santo confirma nossa confiança quando obedecemos ao Senhor nesse mandamento, o de amar os irmãos (v.20-24).

 

As filiações e suas características (1 Jo 3)

1.Filhos de Deus (v.1-6)

2.Filhos do diabo (v.7-10)

3.Filhos de Deus amam e filhos do diabo odeiam (v.11-24)

 

Capítulo 4: Provando os espíritos e o amor de Deus

1.O apóstolo sempre tem a preocupação em proteger os crentes dos falsos mestres. A igreja está sempre rodeada de perigos. Os ensinos falsos podem começar por invasões, mas também podem brotar de pessoas frustradas ou magoadas com Deus e a igreja. João se refere a ensino como espírito, pois por trás de cada ensino há um espírito, uma disposição ou motivação. O ensino correto tem o espírito ou motivação corretos, pois vem de Deus. O ensino errado sempre tem motivações erradas as quais nem sempre sabemos quais são e quase nunca precisamos saber. A única exigência para a igreja é saber se o ensino é correto ou não, se devemos dar crédito ou não (v.1).

 

“João agora adverte a seus leitores que muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora (1); por aí vemos que o problema se tornara urgente para eles. O fato de se dizer que saíram parece implicar que se tratava daqueles mencionados em 2.19, que se haviam afastado, e o tempo perfeito do verbo grego indica que a atividade deles era contínua. Evidentemente haviam deixado a igreja e pretendiam que seus ensinos heréticos eram inspirados, de modo que os crentes estavam na obrigação de não aceitar, sem questionar, tudo quanto lhes dissessem homens que mantinham a posição de mestres e, sim, cumpria-lhes provar os espíritos.”[9]

 

2.Havia um ensino que incomodava a igreja que era o gnosticismo. Eles ensinavam que Jesus era um espírito que imitava o corpo de um ser humano. Portanto, Jesus não era real. João não estava limitando ou definindo um falso ensino, mas apenas dando um exemplo do seu próprio contexto de um falso ensino. Há muitos outros ensinos falsos, além desse, o de não confessar que Jesus veio em carne, ou seja, a Encarnação. Poderíamos citar uma lista enorme de falsos ensinos, porém, todos eles têm em comum o não reconhecimento completo da Bíblia, de cada Pessoa e Obra da Trindade, da salvação pela graça, etc. (v.2).

 

3.O espírito do Anticristo já está no mundo e, principalmente, rodeando a igreja. Se ainda falta um domínio mais atuante de Satanás no mundo através do Anticristo, o que está sobrando é o espírito dele no mundo e, até mesmo, nas igrejas através dos falsos irmãos, dos falsos ensinos, das discórdias, dos pecados não tratados e tudo o que é mal e não serve para a edificação (v.3).

 

4.O crente fiel e verdadeiro já é um vitorioso em Cristo Jesus. O Espírito Santo nos alerta contra os falsos ensinos e nos guia no reto ensino da Palavra de Deus. Embora Satanás esteja atuando insistentemente no mundo e forçando a entrada na igreja, o Espírito Santo que habita o crente e a igreja é maior do que o deus deste mundo, o Diabo. É verdade que, ao entristecermos o Espírito, Satanás ganha força e entrada na vida do crente, na igreja e na obra de Deus, de modo geral (v.4).

 

5.João volta à ameaça dos falsos mestres. Satanás e o mundo têm seu peso nos falsos ensinos, mas temos que considerar claramente que a responsabilidade de indivíduos conta muito. Portanto, cada crente é responsável em se defender dos falsos ensinos bem como cada falso mestre será responsabilizado por sua atuação herege na igreja. O mundo tem uma simpatia aos falsos ensinos religiosos. O mundo, de fato, gosta de assuntos espirituais. A morte da religião é uma ideia errada de alguns ateus. A religião sempre será o carro-chefe para a entrada e a permanência do Anticristo na terra e no governo humano. Por isso, a igreja deve ficar preocupada se há uma aceitação do mundo por nós, pois Jesus disse que o mundo nos odiaria. Se as igrejas não estão causando ódio no mundo não é, propriamente, por desempenhar uma boa propaganda, mas por negociar verdades absolutas da Palavra de Deus. João colocou como parâmetro do espírito da verdade e do espírito do erro, o fato de pessoas nos ouvirem e pessoas não nos ouvirem. É claro que ouvir aqui se refere à atenção positiva ou a aceitação da mensagem do evangelho como ele é. Muitas pessoas chegando à igreja levanta algumas dúvidas: Estão se convertendo ou estão nos ouvindo porque a mensagem não é absoluta e genuína Palavra de Deus? As vidas estão sendo transformadas ou a igreja está se transformando no conceito do mundo? Deveria ser preocupante quando pessoas dizem que gostam da nossa igreja e não deveríamos ficar contentes tão rápidos (v.5-6).

 

6.O apóstolo do amor ganhou esse título merecidamente, pois mesmo que ele já tenha falado a respeito do amor uns aos outros, o assunto retorna, mostrando que a essência de Deus é amor. Não devemos pensar que Ele não pode ser justiça por ser amor. Os atributos de Deus jamais entram em colapso entre si. O amor é um atributo de Deus comunicável ao homem. O crente mostra amor porque o recebeu de Deus e a não demonstração do amor coloca em dúvida a filiação (v.7-8).

 

 

 

 

 

“João diz: ‘Deus é amor’ não diz ‘Amar é Deus’. Nosso mundo, com sua visão corriqueira e egoísta do amor, ignorou essas palavras e poluiu nossa compreensão do amor. O mundo pensa que amor é o que nos faz sentir bem, e está disposto a sacrificar princípios morais e os direitos de outros a fim de obter o dito ‘amor’. Mas em realidade isso não é amor, a não ser justamente o contrário ao amor; é egoísmo. E Deus não é essa classe de ‘amor’. O verdadeiro amor é como Deus: santo, justo e perfeito. Se realmente conhecemos a Deus, devemos amar como Ele ama.”[10]

 

7.Deus não exige planos, estratégias ou criatividade para amar, pois a nossa demonstração do amor é apenas o impulso que temos Dele que nos amou com amor sacrificial e substitutivo. O amor de Jesus na cruz proporciona vida a todo o que crê. O homem não tem condições de amar a Deus se, primeiro, não aceitar a salvação de seus pecados através de Jesus Cristo, a propiciação pelos pecados. A propiciação se refere ao poder que a morte de Cristo tem de nos fazer aceitáveis a Ele. Não pelo que fizemos, mas pelo o que Ele fez. Portanto, Deus não exige darmos aquilo que não temos, mas aquilo que temos. Todo aquele que já creu em Jesus como seu salvador tem em si mesmo o amor, pois foi derramado sobre si. A questão não é pagamento pelo que Ele fez por nós e nem mesmo reconhecimento, mas vai mais do que um compromisso, mas uma motivação espiritual que nos leva a amar. Quando menos esperamos já estamos nos entregando ao próximo, pois é o amor de Deus em nós que opera. Quem ama pouco é porque não recebeu amor suficiente, mas como dizer isso do crente que recebeu amor em grande medida do Pai? (v.9-11).

 

8.Esse amor de Deus que em nós habita nos faz amar os irmãos. Mesmo sem termos visto a Deus nós O temos bem real em nossa vida. É claro que, mesmo que o amor seja de Deus, esse amor opera em nós, seres ainda imperfeitos. Por isso, o amor de Deus está sendo aperfeiçoado em nós, ou talvez seja melhor dizer que nós estamos sendo aperfeiçoados nesse amor. O Espírito Santo é quem faz tudo isso possível. Ele é a garantia de que amaremos ao próximo. O escritor, João, garante a nós a veracidade do amor de Deus através de Jesus, pois ele conviveu com Jesus e O viu dar Sua vida por nós na cruz (v.12-14).

 

9.João volta à declaração de fé a respeito da divindade de Jesus. Muitos, ainda hoje, tropeçam nesse ponto ou nessa declaração de fé. As pessoas e religiões reconhecem Jesus como um bom homem, um alto profeta, mas ficam nisso, não O reconhecem como Deus e nem colocam sua fé Nele e em Sua obra substitutiva (v.15).

 

10.Agora que já cremos no Senhor e cremos que Ele nos ama não passaremos por juízo, chamado o juízo final ou o Grande Trono Branco, pois esse julgamento será somente para os incrédulos. O único tribunal em que o crente será examinado, julgado e recompensado é o Tribunal de Cristo. Quando praticamos o amor de Deus, demonstrando-o em nossos relacionamentos, não seremos envergonhados. A ousadia ou confiança é o contrário do medo. O amor de Deus nos fortalece e vence o medo. O castigo é um tema que não nos preocupa, assim como a culpa, pois se vivemos no amor de Deus permanente em nós, por que o medo? É claro que esse medo não se relaciona a medos comuns de tempestades, ladrões, acidentes, etc. Temos que prevenir certas situações e lidar com elas quando acontecem. O medo aqui é pelo juízo e castigo. É como um filho que anda em obediência ou um aluno que faz o dever de casa, não há o que temer. Não há medo quando o amor de Deus nos controla. Quem ama obedece e quem obedece não teme (v.16-18).

 

11.Não teria como amar a Deus primeiro e nem teria como amarmos ao próximo sem o amor de Deus ser despejado em nós a fim de nos equipar com amor. Um teste da nossa comunhão no amor de Deus é o amor aos irmãos. Não é possível amar a Deus e não refletir esse amor ao próximo, pois quando estamos ligados a Deus no amor, tornamo-nos uma filial de Deus no mundo, amando as pessoas. O amor a Deus, mesmo invisível, é real, mas o ódio às pessoas, mesmo invisível também é real. Portanto, a demonstração do amor de Deus não passará despercebida e nem a falta de amor não ficará sem ser notada. É tudo uma questão de andar na verdade e obediência (v.19-21).

 

Capítulo 5: A vitória do crente diante do mundo

1.O apóstolo João deixou bem claro em toda essa carta que os absolutos espirituais são muito importantes para viver a vida cristã de modo destemido. A declaração de fé no coração de que Jesus, de fato, é o Messias, o Ungido, dá a todo o crente segurança no relacionamento com Deus e com os irmãos. O nosso amor para com Deus nos faz amar aos irmãos e, com essa certeza, sabemos em que investir nossa vida (v.1-2).

 

2.Os mandamentos de Deus não são penosos ou pesados. É leve a obediência, mas pesada a desobediência. Quando amamos a Deus e aos irmãos, sentimos alívio e nenhum peso de condenação. Como já vimos, o medo também é lançado fora quando amamos a Deus e aos irmãos. A vitória do crente diante do mundo é a prática da fé. Só podemos ficar firmes na vida cristã, neste mundo, pela fé. As lutas são grandes, mas a fé no Senhor vence as barreiras. O amor aos irmãos também é a nossa força. Estamos amparados pelos irmãos no Corpo de Cristo. Fora da comunhão com Deus e com os irmãos, o peso é incalculável. A confiança na verdade de Jesus como Filho de Deus nos dá a certeza da vitória. Estamos do lado do vencedor (v.3-5).

 

3.João oferece um conceito da triplicidade do testemunho sobre Cristo Jesus. Esse texto tem gerado muita discussão e, por isso, é provável que não saibamos toda a verdade envolvida nesses versículos.  O testemunho duplo mencionado no versículo 6 é água e sangue. O Comentário Bíblico Moody oferece as quatro interpretações, veja a seguir. Resta-nos saber o que João estava pensando quando ofereceu esses dois testemunhos, água e sangue. O batismo referido é o de Jesus e não o dos crentes. Cristo foi apresentado através do batismo e se despediu com a morte na cruz. Temos esses dois testemunhos marcantes do ministério de Jesus na terra (v.6).

 

“1) o batismo e a morte de Cristo; 2) a água e o sangue que escorreram do lado de Cristo na cruz; 3) a purificação e a redenção; e 4) os sacramentos do batismo e a Ceia do Senhor. As duas últimas interpretações são simbólicas; e não há lugar para tais interpretações aqui porque veio está no aoristo, referindo-se ao acontecimento real. As duas primeiras fazem a frase referir-se a acontecimentos reais na vida do Senhor. A segunda não deve ser a preferida porque a ordem das palavras está inversa (cons. Jo. 19:34). A primeira é a que mais satisfaz. Cristo veio por (dia, "por intermédio de") meio de um batismo que O destacou e associou O Seu ministério com a justiça; e por meio do sangue, Sua morte, a qual pagou a penalidade devida pelos pecados do mundo. Seu ministério também foi exercido na (o primeiro, segundo e terceiro com do versículo) esfera daquilo para o que o Seu batismo e Sua morte representavam. O Espírito Santo continua dando testemunho desta verdade. O batismo e a morte foram dois fins do ministério de nosso Senhor.”[11]

 

4.As três testemunhas formam um testemunho único da vida de Jesus Cristo na terra: o Espírito Santo, a água e o sangue. A parte confusa é que há dois tríplices testemunhos. No céu (Pai, Palavra e Espírito) e na terra (Espírito, água e o sangue). Alguns dizem que nos manuscritos nem havia essa parte relativa ao testemunho no céu, mas alguém acrescentou para combater àqueles que não criam na Trindade, sendo que a Palavra seria o próprio Jesus. Deixemos essa dificuldade com os críticos dos manuscritos. Na Lei de Moisés, uma questão era resolvida com o depoimento de duas ou três testemunhas (v.7-8).

 

5.O próprio Jesus usou o testemunho humano de João Batista para apresentar a Sua própria divindade. João Batista apresentou Jesus como Deus e o próprio Jesus se apresentou como Deus. Nós que fomos salvos por Jesus temos o testemunho em nós mesmos. Quem não crê, continuará a não crer, até que resolva, baseado na Palavra de Deus, a crer no testemunho de que Jesus é Deus e é o Salvador. O testemunho é simples e absoluto. Jesus é Deus ou não é. Jesus é o Salvador ou não é. O resultado também é simples e absoluto. Quem crê tem a vida eterna ou não tem (v.9-12).

 

6.Outro recurso que o crente tem para viver neste mundo em vitória é a oração. A Palavra de Deus é a nossa escritura da mansão celestial e a oração é a confiança para vivermos neste mundo com ousadia. A oração não é a chave para conseguir coisas. A oração é a forma para descobrirmos a vontade de Deus e, assim, glorificá-Lo. Os pedidos que fazemos devem ser de acordo com a vontade de Deus e não a nossa. Muitas vezes, usamos a oração como uma fórmula quase mágica de obtermos a concretização dos nossos sonhos materiais. Primeiro, preciso saber o que Deus quer de mim na oração. Pelo que devo orar? O Espírito Santo conhece a mente de Deus, por isso, Ele é quem deve dirigir nossa oração (v.13-15).

 

7.Alguns pecados são tão obstinados que nem a oração pode transformar a teimosia em bênção. Se alguém decide viver contra a vontade de Deus devemos, sim, orar para que Deus coloque situações em sua vida para que se arrependa e mude de atitude. Porém, ainda assim, o homem é responsável em deixar Deus conduzir sua vida. Nem sempre sabemos, se é que alguma vez sabemos, quando alguém está em um pecado para a morte. João não é taxativo, mas dá a entender que não deveríamos carregar o peso por alguém que não queira consertar sua vida. O pecador de 1 Coríntios 5, certamente estava obstinado a ponto de chamar para si um tipo de condenação neste mundo tal como doenças e morte. Em 1 Coríntios 11.30, também há menção de pecado para morte. Para que ninguém pense que há pecados que não têm importância, João diz que toda a injustiça é pecado, mas nem todos os pecados são obstinação deliberada e frequente, senão todos estaríamos na condição de não receber oração. O contexto é para crentes, portanto, não se trata de incrédulos que já estão no caminho da morte, mas por isso mesmo, devemos orar por sua conversão (v.16-17).

 

“Aparentemente, um crente pode pecar ao ponto de Deus ver que o melhor é levá-lo ao lar, provavelmente, porque, de algum modo, ele comprometeu seu testemunho tão significativamente que deveria ir para o lar com Deus... Entretanto, é presunçoso pensar assim sobre cada caso de uma morte prematura de um crente ou usar isto como uma tentação ao suicídio pela culpa. Nossas vidas estão nas mãos de Deus e se Ele entende ser apropriado levar um de Seus filhos ao lar, isso é bom.”[12]

 

8.O que se espera de um crente é que mantenha distância do pecado. O Diabo não tem poder de arrastar o crente para o pecado, mas se este ceder, é claro, que é o prazer de Satanás destruir o testemunho do crente. A responsabilidade cai sobre o crente. Enquanto incrédulo, o homem não pode fugir do pecado, mas convertido, é sua própria responsabilidade permitir que o Espírito Santo o controle. O crente tem o recurso da oração para se prevenir contra o pecado e a oração da confissão para vencer a acusação de Satanás. Outro absoluto de João é que os crentes são de Deus e os demais estão repousados em Satanás (v.18-19).

 

9.O ponto principal da defesa de João contra os gnósticos está no penúltimo versículo da carta. Jesus é o verdadeiro Deus, pois Ele é Deus e Nele temos a vida eterna. O apóstolo termina com uma advertência aparentemente estranha, pois se trata de crentes. Ele pede que os crentes se protejam ou se guardem dos ídolos. Isso porque é possível ao crente se tornar idólatra ao colocar algo antes de Deus. Para viver para o inteiro agrado do Senhor é necessário exclusividade (v.20-21).

 

A tríplice vitória (1 Jo 5)

1.A fé vence o mundo (v.1-5)

2.O tríplice testemunho vence o mundo (v.6-12)

3.A oração vence o mundo (v.13-21)

 

Os sentimentos (ou verdades) mais profundos desta carta (1 Jo 1-5)

1.Jesus é real (1.1-2)

2.Alegria completa (1.4)

3.Perdão e purificação completa (1.9, 2.1-2)

4.O mandamento do amor (2.7)

5.A vitória por causa do relacionamento com Deus (2.13-14)

6.A esperança de ver a Jesus (3.1-3)

7.A pureza de testemunho em Cristo (3.7-10)

8.O amor fraternal (3.11-19)

9.A paz no coração (3.20-21)

10.O amor de Deus (4.7-12,18)

11.A vida em Jesus (5.10-13)

12.O pecado para a morte (5.16-18)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2011

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     The Meaning of Walking “in the Darkness” (1 John 1:6), pg. 222 – 1 Jo 1.6 - Charles P. Baylis (Bibliotheca Sacra / abril-junho 1992)

3.     Notes & Outlines – 1 John – 1 Jo 1.8-9 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

4.     Notes on 1 John, pg. 19 – 1 Jo 2.2 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

5.     Comentário Bíblico Moody – 1 Jo 2.10-11 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

6.     Note que predestinado é um termo usado para o crente e não para o incrédulo. Não tem a ver ir para o céu ou para o inferno, mas se parecer com Cristo Jesus, ou seja, o crente é predestinado a ser transformado à imagem de Jesus Cristo cada vez mais.

7.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 649 – 1 Jo 3.4-6 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

8.     Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 963 – 1 Jo 3.6 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

9.     Novo Comentário da Bíblia – 1 Jo 4.1 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

10.  Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – 1 Jo 4.8 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

11.  Comentário Bíblico Moody – 1 Jo 5.6 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

12.  David Guzik's Enduring Word Commentary – 1 Jo 5.16 - Copyright © 2014 by David Guzik and Enduring Word Media (extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

 

 

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] The Meaning of Walking “in the Darkness” (1 John 1:6), pg. 222 – 1 Jo 1.6 - Charles P. Baylis (Bibliotheca Sacra / abril-junho 1992)

[3] Notes & Outlines – 1 John – 1 Jo 1.8-9 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[4] Notes on 1 John, pg. 19 – 1 Jo 2.2 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[5] Comentário Bíblico Moody – 1 Jo 2.10-11 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[6] Note que predestinado é um termo usado para o crente e não para o incrédulo. Não tem a ver ir para o céu ou para o inferno, mas se parecer com Cristo Jesus, ou seja, o crente é predestinado a ser transformado à imagem de Jesus Cristo cada vez mais.

[7] Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 649 – 1 Jo 3.4-6 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[8] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 963 – 1 Jo 3.6 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[9] Novo Comentário da Bíblia – 1 Jo 4.1 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[10] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – 1 Jo 4.8 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

[11] Comentário Bíblico Moody – 1 Jo 5.6 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[12] David Guzik's Enduring Word Commentary – 1 Jo 5.16 - Copyright © 2014 by David Guzik and Enduring Word Media (extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

 

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2 João

 

Introdução[1]

1.Autor, Data, local, cidade da carta

Ver as informações da primeira carta. O que pode ser acrescentado é o destino. Há dúvidas se João endereça a carta a uma senhora, uma mulher cristã ou “senhora eleita” é um termo de tratamento a uma igreja local. A palavra “senhora” (Kyria) poderia ser um nome próprio. Então, alguns acham que João escreve para a “Dona Kyria”, embora fosse um nome muito raro. Talvez a interpretação mais aceita seja a de que João escreve para uma igreja local. Assim como Pedro usou o termo “Babilônia” para se referir a Roma, João usa o termo “senhora eleita” para se referir a uma igreja local ou a um grupo de igrejas.

 

2.Objetivo da carta

Combater o gnosticismo entre os crentes. João escreve uma carta resumida, de emergência, mas o desejo dele é pessoalmente ajudá-los nesse assunto.

 

3.Versículo, tema e palavras-chaves da carta

O versículo 2 expressa o tema da carta “Permanecendo na verdade”. A palavra verdade e amor são recorrentes.

 

4.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) Uma pessoa ou uma igreja? (v.1). Já tratado na introdução. No último versículo, o v.13, João entrega as saudações da irmã e filhos da irmã. Seriam a irmã e sobrinho? É improvável. O mais provável é que seja a igreja irmã e os crentes daquela igreja de Éfeso, onde estava João.

 

2) Nem receba em casa (v.10). Paulo disse que não devemos nem comer com aqueles que se dizem irmãos, mas carregam pecados da lista mencionada em 1 Co 5.11. João disse aos crentes que não deveriam receber os gnósticos em casa, pois não se trata de visitas de cortesia, mas de “catequização”. É evidente que se temos familiares adeptos de seitas podemos receber em casa ou até morar com eles. No entanto, sabemos do perigo de nos contaminar com ensinos falsos quando queremos aprender algo com eles.

 

Capítulo 1: Os costumes dos filhos da igreja. As ameaças dos falsos mestres contra o Corpo de Cristo.

1.João, o apóstolo, chamado aqui de “o velho” (ancião, presbítero) escreve à “senhora”. Alguns têm sugerido que se refere a uma mulher idosa, talvez Maria, mãe de Jesus ou Maria de Betânia. Mas, o mais provável é que João esteja se referindo a uma igreja, pois os v.6,8,10 e 12 têm os pronomes e verbos no plural. Sendo que os filhos da igreja são os crentes, esta mensagem se dirige a todos nós em nossos relacionamentos com Deus e uns com os outros. Os filhos da Igreja seguem alguns costumes imutáveis: andar na verdade e amar uns aos outros (v.1-3).

 

 

 

 

 

“O ancião (presbiteros) é presbítero. Isso tem significado duplo: 1) varonilidade (referindo-se à idade), uma pessoa idosa; 2) título (referindo-se ao ofício), ministro ou mestre. Essa é uma referência óbvia a João, o apóstolo. Talvez a vida de João estivesse em perigo devido à perseguição levantada e, por isso, estava ocultando o seu nome. João estava com 90 anos, aproximadamente.”[2]

 

“Alguns acham que a frase senhora eleita (v. 1) é uma maneira figurada de designar toda a igreja, ou pelo menos algum grupo em particular. Tal uso metafórico encontra o paralelo em Ef. 5:22-23 e em Ap. 21:9. Aceitando tal ponto de vista, a irmã eleita (v. 13) se referiria a congregação do próprio João. Entretanto, ‘a simplicidade da pequena carta impossibilita uma alegoria tão elaborada, enquanto a ternura do seu tom caracteriza-a como comunicação pessoal’ (David Smith, EXpGT, IV, 162). Outros defendem que a carta foi dirigida a uma senhora individualmente e a sua família. Se o seu nome era Kyria é uma questão em aberto... seja qual for o seu nome, evidentemente morava perto de Éfeso e era bem conhecida na comunidade (talvez o seu lar fosse local de reunião para a igreja local). Uma irmã sua, presumivelmente falecida, tinha família residente em Éfeso e estava ligada à congregação de João. Ao que parece diversos filhos da "senhora eleita" visitaram seus primos em Éfeso. Tendo feito amizade com eles, João escreveu uma carta à mãe deles.”[3]

 

2.O apóstolo João, conhecido como o apóstolo do amor, se alegrava e se preocupava com dois temas: a verdade e o amor. As igrejas seguiram bons costumes e criaram outros tantos não tão importantes e nem mesmo bons. Um bom costume, muitas vezes desprezado, é o costume de andar na verdade.  Jesus Cristo é a verdade. A verdade de Cristo liberta dos maus costumes que adquirimos durante nossa vida. Os costumes que nos aprisionavam eram tantos que são impossíveis numerar exatamente, mas alguns deles são incontestáveis.

 

1.O costume de pensar e agir de modo egoísta

2.O costume de mentir

3.O costume de roubar

4.O costume de criar e adorar deuses

5.O costume de enganar

6.O costume de se engrandecer diminuindo os outros

7.O costume de se rebelar contra qualquer autoridade

 

3.Não são todos os crentes que andam na verdade, mas alguns. Os costumes adquiridos na velha vida são tão fortes que para alguns é mais conveniente continuar neles do que praticar a verdade diariamente e sofrer por ela. A mentira é tão doce no começo que preferimos nunca ir até o fim, pois descobriríamos que ela é amarga e tão irritante quanto pedrinhas de areia nos dentes. O resultado disso é que os nossos relacionamentos são muito superficiais e incompletos. Até onde eu iria pela verdade? Jesus foi até a cruz; Pilatos parou na bacia de água. Muitos crentes foram até a morte, outros preferiram a vida que não é vida abundante. Enquanto não seguirmos o costume da verdade não agradaremos ao Pai e continuaremos numa busca frenética por outra verdade, que é a mentira do diabo (v.4)

 

4.Os filhos da igreja foram conhecidos pelo modo como se interagiam uns com os outros. Eles mostravam amor verdadeiro. Até mesmo vendiam propriedades para suprir a falta que havia em alguns. É um costume antigo, mas ao mesmo tempo muito atual. As pessoas se abasteceram no decorrer dos tempos e preferiram não depender de ninguém e também não ajudar ninguém. Levantamos paredes emocionais para não ter que conviver com outros. O resultado disso foi um aglomerado de pessoas sem interação uns com os outros (v.5).

 

5.O amor não é algo sentimental apenas, mas uma obediência aos mandamentos do nosso Senhor Jesus Cristo. Quem anda em Cristo amará o seu irmão e pensará nele como Cristo pensa. A verdade e o amor estão ligados. Quem anda na verdade, ama os irmãos. Quem ama aos irmãos está andando na verdade. Estes costumes precisam ser trazidos de volta, pois eles eliminam muitos costumes criados por nós para substituir a comunhão verdadeira. Criamos costumes novos para servirem como regra para podermos nos suportar, mas sempre esses costumes se mostram fracos, pois não há vida neles, nem amor e nem verdade. Dizem que para se acostumar com alguma coisa é preciso 21 dias de prática. A prática faz com que criemos hábitos. Isto significa que se começarmos a encher nossa mente da verdade da Palavra de Deus e buscarmos a Deus para que cada dia Ele nos use para sermos bênção para alguém, em pouco tempo os nossos costumes em relação às outras pessoas se transformarão de egoístas para úteis e amáveis (v.6).

 

6.O crente piedoso, mas sem discernimento pode deixar de perceber os enganadores e mal-intencionados. Alguns resolvem, de maneira que parece muito espiritual, nunca criticar ninguém, mesmo que as pessoas estejam erradas. Deus vê tudo, dizem elas, e Deus mesmo age. Este modo de pensar e agir, embora pareça espiritual, é muito egoísta. O crente jamais deve pensar somente nele, mas no bem-estar do corpo de Cristo. Os irmãos precisam ser alertados contra o perigo do falso ensino, dos falsos mestres e dos falsos irmãos. Alguns não acreditam que Jesus é Deus outros não acreditam que um dia Deus habitou neste mundo em perfeita humanidade. Os dois erros são graves. Não são poucos os grupos que enganam as pessoas com estes ensinos perversos. O apóstolo João chega mesmo a dizer que este ensino é o próprio anticristo. É um ensino do anticristo, uma preparação para que as pessoas rejeitem de uma vez a Pessoa de Jesus Cristo, que é totalmente Deus e totalmente homem. Quando alguém diz que Jesus Cristo é Deus, mas não diz que Ele também foi homem e que possui um corpo glorificado, o mesmo corpo que ganhou na terra, só que agora glorificado, a heresia está formada. Mas alguém pode pensar que não seja heresia, pois é mais importante considerar Jesus como Deus do que como homem. Isto é mentira do diabo. Jesus Cristo esmagou a cabeça de Satanás, a serpente, como semente da mulher, ou seja, como um nascido neste mundo. Ele se tornou Um de nós para padecer na carne e nos resgatar na cruz, morte sofrida apenas por homem e não por Deus. Mas com isso estamos também lidando com outra heresia que é aquela que diz que Jesus Cristo, na cruz, deixou de ser Deus para ficar apenas com a natureza de homem. Ele foi Deus o tempo todo e foi homem o tempo todo. Qualquer coisa além disso, ou menos que isso, é ensino do anticristo. É um consolo para o Corpo de Cristo, a Igreja, os crentes, saber e crer que Jesus foi homem, pois Ele conheceu na própria carne o padecimento humano e por isso pode se compadecer de nós e de nossas aflições. Pois Ele experimentou as durezas da carne, sem, contudo, pecar. Ele é vitorioso e Nele temos a vitória. A Igreja deve rejeitar completamente qualquer insinuação que Jesus foi menos humano do que nós. Esta é uma ameaça que permeia a Igreja ainda hoje. Cada vez que o crente acha que Jesus não entende totalmente o seu problema, pois Ele é Deus e como tal não experimenta dos nossos sofrimentos, está diminuindo a humanidade de Jesus. Ele não é apenas o Cristo (o Messias, o Ungido) Ele também é Jesus (o Filho do Homem, o Salvador, o Homem de Dores) (v.7).

 

 

7.Esta é uma ameaça real. As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, mas isto não significa que irmãos não caiam no meio do caminho. A Igreja é triunfante, mas membros dessa igreja acabam sendo mutilados espiritualmente por causa dos falsos ensinos. Haverá grande ganho para os fiéis, por isso, devemos rejeitar os falsos ensinos. Não é um problema dos pastores e seminaristas somente, mas é dever de todo o crente preservar a boa Palavra que recebemos. Algumas pessoas não gostam de Doutrina, pois dizem preferir a vida prática e Doutrina é teoria. Esta é outra mentira de Satanás. A Doutrina Bíblica, não necessariamente a Teologia, é o conhecimento de Deus e Sua Palavra habilita o crente a viver corretamente na prática. As pessoas erram porque pensam errado e, logo, têm uma Doutrina errada. A maneira mais eficiente de eliminar essa ameaça da igreja é estudando a Palavra de Deus. Os falsos mestres estão atrás de pessoas sem conhecimento para enganarem com seus ensinos venenosos (v.8).

 

8.Uma ameaça que atinge o Corpo de Cristo sempre foi a falta de perseverança. Pessoas chegam até à igreja, ficam um tempo, depois desanimam e deixam a igreja. Jesus contou a parábola do semeador que ilustra bem esta verdade, a falta de perseverança. O cuidado com as coisas deste mundo é uma razão muito forte para que as pessoas não perseverem. Os falsos mestres chegam e se vão e arrastam outros consigo. Eles pecam e não têm comunhão com o Pai nem com o Filho. Ninguém pode perseverar por esforços próprios. Alguém só pode perseverar enquanto estiver andando em obediência ao Senhor. Nada tem a ver com a chamada “Perseverança dos Santos”, doutrina que ensina que os que não perseveram nunca foram salvos. Este ensino é enganoso, pois é possível alguém aceitar a Cristo, contudo, não perseverar na boa doutrina. A explicação não é que ele nunca foi salvo, mas sim que ele não perseverou em obediência e terá que responder por isso, como crente desobediente. Essa prestação de contas poderá ser no Tribunal de Cristo (v.9).

 

9.Alguns não se sentem ameaçados e acham que são fortes o suficiente para andar perto do perigo. Este é outro engano de Satanás. O Corpo de Cristo, a Igreja, está sempre sendo ameaçado pelos falsos mestres. A melhor maneira de não ser contaminado é não andar de mãos dadas com os falsos ensinos. Um engano de Satanás em dias passados era chamado “Ética”. Jamais devíamos criticar os grupos que pensavam diferente de nós, pois isto era falta de ética. Hoje, o mesmo pensamento existe, mas com outro nome, o “Politicamente Correto”. Mas nós não vemos isto no ensino de Paulo, de Pedro ou de João. Pelo contrário, eles eram severos contra os falsos mestres para proteger o rebanho de Deus. Quem saúda os falsos mestres acaba se confundindo com eles. Saudar aqui não pode ser entendido com o mínimo de educação que todos devemos mostrar às pessoas, mas trata-se de dar as boas-vindas aos falsos mestres. Os que pregam a sã doutrina são bem-vindos, mas os que pregam outro evangelho não podem ter parte conosco. Nós não desejamos a prosperidade do ministério deles, pois não é um ministério de vida, mas de morte, pois desviam pessoas do reto ensino. Nós não aceitamos os seus convites para participar de seus cultos. Nós nem mesmo os convidamos para participar do nosso meio. Devemos nos separar daqueles que não querem se separar do falso ensino. A falta de denúncia é crime em todas as áreas da sociedade, mas por que não denunciamos no meio evangélico? Que ética é esta? “Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras”. Não tomemos parte no pecado, não precisamos ser vencidos com essa ameaça (v.10-11).

 

 

 

 

 

“Na cultura dos dias de João, os filósofos e mestres solicitavam das pessoas às quais eles falavam pousada e assistência financeira (At 18.2-3, 21.7). João instruiu os leitores a recusar ajudar os falsos mestres desse modo. Além disso, não deviam nem mesmo encorajá-los verbalmente (At 15.24, 23.2-6, 1 Co 10.20, 1 Tm 5.22, Tg 1.21, 1 Pe 3.13). João não advoga a perseguição dos hereges, mas aconselha firmemente que seus leitores não prestem nenhum auxílio ou incentivo aos seus ministérios destrutivos. É uma medida severa, pois podemos nos lembrar que a hospitalidade é, geralmente, apreciada no NT (e especialmente em 3 João).”[4]

 

10.A chamada ética ou o politicamente correto tem feito com que as igrejas sejam prejudicadas pelos falsos mestres. Paulo disse que as más conversações corrompem os bons costumes. Já temos sido corrompidos com muitas coisas dentro da igreja. Essas ameaças são reais ainda hoje. Onde estão os soldados de Cristo, os batalhadores da sã doutrina? João tinha mais o que dizer, mas preferia fazer isso pessoalmente (v.12-13).

 

A igreja por dentro e as ameaças de fora (2 Jo)

1.Os costumes dos filhos da igreja (v.1-6)

2.As ameaças dos falsos mestres contra o Corpo de Cristo (v.7-13)

 

As descobertas ao nosso alcance em 2 João

1.Descobrimos que a verdade estará conosco para sempre (v.1-3)

2.Descobrimos que todos os crentes podem andar na verdade (v.4)

3.Descobrimos que o amor entre os irmãos não é nenhuma novidade (v.5-6)

4.Descobrimos que o espírito do anticristo já está entre nós (v.7)

5.Descobrimos que nosso galardão consiste em andarmos na verdade (v.8)

6.Descobrimos que é possível ir além da doutrina de Cristo (v.9)

7.Descobrimos que a hospitalidade tem limites (v.10-11)

8.Descobrimos que os crentes sempre têm assuntos que os enchem de alegria (v.12-13)



Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2011

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Notes & Outlines – 2 John – 2 João v.1 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

3.     Comentário Bíblico Moody – 2 Jo 2.1 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

4.     Notes on 2 John, pg. 9 – 2 Jo v.10-11 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] Notes & Outlines – 2 John – 2 João v.1 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[3] Comentário Bíblico Moody – 2 Jo 2.1 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[4] Notes on 2 John, pg. 9 – 2 Jo v.10-11 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

 

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3 João

 

Introdução[1]

1.Autor, Data, local, cidade da carta

Ver as informações da primeira carta. João escreve para Gaio, um irmão fiel, de alguma igreja, provavelmente da Ásia Menor. Talvez uma das “sete igrejas do Apocalipse”. João já havia escrito uma carta, mas Diótrefes interceptou a carta e não deixou ser lida para os irmãos e nem mesmo recebeu os enviados de João.

 

2.Objetivo da carta

João quer expor aos irmãos o pecado de Diótrefes e resolver essa situação de usurpação, abuso e orgulho da primazia, isto é, querer estar em primeiro lugar em tudo. Dois irmãos são mencionados como fiéis, o próprio Gaio e Demétrio. A carta não deixa claro se Diótrefes era um gnóstico. Portanto, é mais certo dizer que o assunto dessa carta não é combater o gnosticismo, mas combater o abuso de autoridade.

 

3.Versículo, tema e palavras-chaves da carta

A alegria fecha a trilogia de João. A primeira carta enfatiza o amor, a segunda a verdade e a terceira a alegria. João tem alegria em saber que Gaio anda na verdade. O tema poderia ser “Alegria em saber que os irmãos andam na verdade”. Além das palavras “alegria” e “gozo” outra palavra se destaca por causa da atitude errada de Diótrefes. A palavra é “primazia” (filoproteo = amar o primeiro lugar).

 

4.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) Xenofobia é pecado (v.5). Xeno (estrangeiro) Fobia (medo ou aversão). Gaio recebia bem os obreiros itinerantes. Podemos aplicar para nós em mundo globalizado, o pecado do nacionalismo que é a aceitação apenas de sua própria cultura. O povo de Israel teve que aprender a amar os estrangeiros, pois eles foram estrangeiros no Egito.

 

2) Os três nomes (v.1,9 e 12). Gaio é o mesmo que Caio (“aquele que dirige, governa”). Diótrefes significa “alimentado por Zeus” e Demétrio significa “Aquele que se consagra”. Necessariamente, os crentes não mudavam os seus nomes. Portanto, o ensino sobre o nome e a influência na vida de alguém é ideia de místicos não crentes ou crentes enganados pelo misticismo.

 

Capítulo 1: O Amor, os valores, as obras más e a piedade

1.João, o apóstolo do amor e o discípulo a quem Jesus amava. As 3 epístolas de João são repletas de referências sobre o amor e a verdade. João amava “de fato e de verdade.” João apelava para que seus “filhinhos” se amassem. O amor de João não excluía o zelo e a severidade pela sã doutrina. João apelava, também, para que seus “filhinhos” preservassem a verdade e que se afastas­sem dos hereges, indicando assim que o amor não admite o afastamento da doutrina correta. João morava em Éfeso e escrevia aos líderes das igrejas ao redor. Gaio era um dos líderes de uma dessas igrejas, reconhecido pela hospitalidade que dava aos pregadores itinerantes. Demonstrar amor aos irmãos é uma forma de andar na verdade. João amava verdadeiramente, porém, o texto trata algo mais do isso.  Amor verdadeiro diz respeito à sinceridade com que se ama. Assim, todo ser humano é dotado por Deus para amar de verdade, ainda que não seja salvo. Exemplo: O amor do marido para com a esposa é um amor de verdade, até entre os incrédulos. Não se trata apenas da sinceridade do amor, mas do fundamento deste. O amor de João por Gaio estava fundamentado, solidificado na verdade (1 Jo 3.16, 4.7,10-11, 21, 5.1-2). Assim, embora todo ser humano possa amar de verdade (em intensidade e sinceridade) só o salvo, que entende o fundamento do amor de Cristo pode amar na verdade (baseado no relacionamento com a Pessoa de Cristo Jesus) (v.1).

 

2.Existe um critério mundano de medir a vida espiritual de alguém com base no aparente sucesso na vida física (saúde, finanças e bens). Mas por outro lado há o perigo de tirar do vocabulário cristão os votos de prosperidade em todas as áreas da vida. Deve haver um equilíbrio em não medir a vida espiritual pelos bens que alguém possui, mas também desejar que Deus abençoe os irmãos dando o suprimento suficiente e até em abundância, conforme a vontade Dele. Deus nos deu bens para usufruirmos destes (1 Tim 6.1­7). Portanto não há nada de errado em desejar que Deus satisfaça as necessidades e desejos dos irmãos, conforme a vontade Dele. Isto se aplica também com respeito à saúde física. João reconhecia em Gaio um homem experimentado e bem-sucedido na vida espiritual. Desejar prosperidade material, sem alcançar prosperidade espiritual, é buscar um sucesso que só dura até vir o fracasso, o qual pode vir bem rápido. Portanto, a frase: “Estando com saúde está bom” é incompleta e mostra uma falta do conheci­mento espiritual (v.2).

 

3.É uma alegria superlativa, ou seja, no mais alto grau de intensidade. Poucos são os seres humanos que se alegram com o sucesso alheio. A alegria de João não estava apenas na pessoa e presença de Gaio, mas na sua vida com Deus. Tanto é que Gaio não foi ver João e, ainda assim, este es­tava muito alegre. O motivo da alegria era por saber que os irmãos estavam andando na verdade, isto é, na dou­trina de Cristo. O contrário, também, devia acontecer. João se entristeceria muito se soubesse que algum irmão não estivesse andando como Cristo gostaria. O amor entre os crentes é alicerçado no amor de Cristo por nós (“Ele nos amou primei­ro”). O amor entre os crentes está alicerçado também na verdade da Pa­lavra de Deus, na sã doutrina. Quando temos a mesma doutrina e somos obedientes a ela e mutuamente nos exortamos para segui-la fielmente, podemos andar juntos. A maior alegria é saber que os irmãos andam na verdade. E para isso é preciso querer saber. Alguém que se informa sobre um irmão, sem o pecado da fofoca, e deseja sinceramente o seu bem-estar, está dando um grande passo na luta contra o egoísmo. Portanto, amemos de fato e de verdade e em verdade e na verdade (v.3-4).

 

“A primeira ‘verdade’ [v.3 no grego] refere-se à doutrina e ao ensino dos apóstolos. Na segunda ocorrência omite o artigo [no grego], então, ‘verdade’ refere-se à conduta.”[2]

 

“Não sabemos se Gaio era, fisicamente, filho de João ou seu convertido ou fala de modo metafórico. Como metáfora, é o uso mais comum da palavra filho no Novo Testamento. Neste caso, ele poderia ter sido um discípulo de João ou simplesmente um crente mais jovem (2 Jo 4, 1 Tm 1.2).”[3]

 

4.Quais são os valores que mais prestigiamos? Atores sem escrúpulos morais são aclamados, aplaudidos e considerados sábios em suas entrevistas desprovidas de senso moral. As pessoas realmente de valor são esquecidas, tudo porque a sociedade tem os seus valores distorcidos. A Palavra de Deus, porém, nos ensina os valores a serem prestigiados nas pessoas. Cada pessoa é conhecida por causa de seu procedimento em relação às pessoas. O nosso trato para com os outros são a marca registrada de quem somos. Ganha-se apelidos por causa de características físicas e atitudes. Um procedimento que lhe valeu um bonito apelido foi o de José em Atos 4, conhecido como Barnabé que significa Filho da consolação. O nosso trato para com as pessoas precisa ser fiel. Isto não significa que nunca repreenderemos as pessoas, mas que sempre devemos ser fiéis. Concordar com o erro não significa ser fiel e por outro lado ser rude para com as pessoas também não é o modo de mostrar-se fiel. Um crente valoroso procede bem para com os irmãos, mas também sabe lidar com os que não são irmãos. É possível que alguns não se cheguem para o evangelho por causa do procedimento de alguns crentes. Devemos olhar os valores pessoais de acordo com o que Deus vê. Na Sua Palavra as pessoas de valor são aquelas que procedem de acordo com aquilo que aprendem, ou seja, que praticam a Palavra de Deus. Este é um valor a ser prestigiado entre os crentes, isto é, devemos melhorar o nosso trato para com os nossos semelhantes. A cortesia não é para os nobres, apenas, mas para todos os que obedecem à Palavra de Deus (v.5).

 

5.Outro valor a ser privilegiado entre os crentes é a boa reputação. O bom nome se faz com muita dificuldade, mas se perde com facilidade. O bom nome é a única coisa que carregamos conosco. A fama acaba, o dinheiro desaparece, os amigos se vão, mas o bom nome fica, por isso, a boa reputação diante das pessoas nos valoriza. Podemos usar como sinônimos: o bom nome, a boa reputação, o bom testemunho. Esses valores nos aproximam das pessoas honestas. O nome de Cristo pode ser manchado por causa de nossa reputação, mas podemos embelezar a doutrina do evangelho com nossas vidas. O meio político é muito manchado devido à má reputação de muitos a tal ponto que os bons políticos são prejudicados. A própria palavra “política” foi contaminada devido aos que não se preocuparam com sua reputação. Não deve ser assim entre os crentes. Gaio ganhou a reputação de ser amoroso para com as pessoas. Algumas pessoas dependem do bom nome dos crentes para se chegarem para o evangelho e não é de se admirar que muitos rejeitam a nossa mensagem. Se os crentes não valorizarem a boa reputação diante das pessoas, seremos como filósofos que não mudam a sociedade, mas só especulam o valor da vida sem qualquer mudança de caráter (v.6)

 

6.Algumas pessoas se sobressaem por causa de sua generosidade e honestidade. O apóstolo João estava em Éfeso e ele tinha conhecimento de pessoas de valor, como Gaio que devia estar em algum lugar perto de Éfeso. Não apenas Gaio, mas os que estavam com ele. Eles tiveram de sair de onde estavam por causa do Nome, entende-se o nome de Jesus. Gaio os recebeu com carinho e generosidade, pois só a igreja onde estava João não podia sustentá-los totalmente. Esses pregadores itinerantes não foram aproveitadores dos ouvintes como era a fama dos filósofos. Um obreiro deve esperar pela graça de Deus, o qual usará a generosidade de alguns. Pedir dinheiro é algo repugnante para o obreiro. Essa vida honesta é muito necessária em nossos dias, também. Que grande valor encontrar obreiros honestos quanto ao dinheiro. Obreiros que saibam viver com o muito quando há ou com o suficiente para as suas necessidades básicas ou, até, algumas vezes, passando por privações. Deus é fiel para sustentar, a honestidade é um grande valor do obreiro. Pessoas assim serão prestigiadas por quem realmente sabe valorizar as boas virtudes na vida cristã (v.7-8).

 

7.Diótrefes e Demétrio têm nomes com as mesmas iniciais, ambos com significado idólatra. A atitude de cada um era totalmente diferente. Diótrefes significa “nutrido por Zeus ou Júpiter” e Demétrio significa “pertencente a Deméter, deusa da fertilidade, agricultura”. Há Diótrefes, hoje, em muitas igrejas. São pessoas que querem a primazia. O ciúme e a necessidade de atenção fazem com que pessoas fracas impeçam a boa comunhão entre os irmãos. Há pessoas que querem monopolizar a atenção dos irmãos. Há pessoas que não suportam a ideia de outro receber elogio e oportunidades que não sejam elas próprias. Os donos de igreja não favorecem nada que lhes roube a atenção (v.9).

 

“A oposição de João retratada nos versículos 9-10 constitui a mais surpreendente parte desta carta. Um cristão agir assim diante do último apóstolo vivo é, geralmente, um peso maior na evidência interna contra a autoria apostólica. Plummer responde: ‘Mas o NT é cheio de surpresas tristes. E aqueles que aceitam como histórico a incredulidade dos irmãos de Cristo, a traição de Judas, a disputa de todos os Discípulos, a negação de Pedro, as contendas dos Apóstolos, antes e após a partida do Senhor e os flagrantes abusos na igreja de Corinto... não descartaria pensar que esse inacreditável Diótrefes agiu da maneira aqui descrita mesmo diante do Apóstolo João.”[4]

 

8.Diótrefes não era discreto, mas muito óbvio em suas atitudes. João não se intimida e tratará duro com ele e revelará para as demais pessoas como ele é. Isso não é fofoca, nem difamação, mas a simples constatação de um fato e uma repreensão para proteção dos demais que estão sendo impedidos de exercer seus dons e capacidades dadas por Deus, pois alguém está fechando todo o ministério em torno de si mesmo. Como as pessoas se desenvolvem na igreja se há líderes mesquinhos? Diótrefes quer a igreja sem visitantes, sem novos líderes ou candidatos ao ministério. É claro que para conseguir esse poder todo, ele teve que caluniar o apóstolo João (v.10).

 

9.João mais uma vez revela os absolutos na vida cristã. Temos que imitar, pois somos seres que imitam. Já que temos que imitar, devemos imitar os bons exemplos. João é claro quanto ao bem e o mal, as boas atitudes e as más atitudes e o que é de Deus e o que não é. O contraste é bem claro entre Diótrefes e Demétrio. Embora tenha falado mais de Diótrefes, quando fala de Demétrio é reconhecendo o bem que ele presta ao corpo de Cristo, a igreja. Não apenas João, mas os demais crentes reconhecem o valor de Demétrio. O testemunho de Demétrio é a própria verdade, ou seja, ele anda de tal modo que não há como desmentir o bom testemunho dele. Não é uma pessoa duvidosa em seu procedimento cristão e diário (v.11-12).

 

“O testemunho muito favorável a Demétrio no versículo 12 é acrescentado sem qualquer conexão ou identificação adicional. Obviamente sua vida cristã era vital e impressionante. A sequência imediata de seu testemunho após o versículo 11 implica que esse cristão era bem conhecido, o qual era exemplo do bem que Gaio devia imitar. O nome Demétrio significa ‘pertencente a Ceres’, a divindade da agricultura e vida rural. Isso nos dá a ideia de que ele veio de uma família pagã.”[5]

 

10.João termina esta carta como a carta anterior. Ele sempre tem outros temas em mente, mas prefere falar pessoalmente, assim que tiver oportunidade de encontrar Gaio. A importância de saudações naquela época é bem nítida. Eles gostavam de se dirigir às pessoas por nome e não apenas como fazemos hoje desejando “um abraço a todos” (v.13-15).

 

Amor, valores e obras (3 Jo)

1.As demonstrações do amor aos irmãos (v.1-4)

2. Os valores a serem prestigiados na vida do crente (v.5-8)

3. As obras más de Diótrefes e a piedade de Demétrio (v.9-15)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2011

 

 

 

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Notes & Outlines – 3 John – 3 João v.3 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

3.     Notes on 3 John, pg. 6 – 3 João v.4 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

4.     An Exposition of 3 John 5-10, pg. 202 – 3 João v.9-10 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra / Abril-junho 1987)

5.     An Exposition of 3 John 11-14, pg. 293 – 3 Jo v.12 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra / julho-setembro 1987)

 

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] Notes & Outlines – 3 John – 3 João v.3 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[3] Notes on 3 John, pg. 6 – 3 João v.4 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[4] An Exposition of 3 John 5-10, pg. 202 – 3 João v.9-10 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra / Abril-junho 1987)

[5] An Exposition of 3 John 11-14, pg. 293 – 3 Jo v.12 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra / julho-setembro 1987)

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