16 Neemias

 Neemias

Reconstrua os seus muros | Mulheres Virtuosas Online

Introdução[1]

1.O que se pode conhecer de Neemias é apenas o que está no livro com esse nome. Era copeiro do rei Artaxerxes I (465-424 a.C.). É bem provável que Neemias era eunuco, pois, nada é mencionado sobre sua esposa e, sendo que era copeiro do rei, é perfeitamente possível. Foi nomeado governador em 445 a.C. (2.1). Esdras foi o compilador, utilizando-se das memórias pessoais de Neemias, na 1ª pessoa do singular. (1.1-2.20, 4.1, 7.5, 10.28, 11.2, 12.27-13.31). O que Esdras não emprestou das memórias de Neemias,

certamente conseguiu no registro do Templo. Portanto, Esdras foi apenas um compilador e fez muito bem em dar o nome do livro para Neemias.

 

2.Apesar do nome, Esdras foi o escritor do livro de Neemias. Esdras e Neemias compõem uma só obra. Foi escrito mais ou menos em 450 a.C. Esdras trata da reconstrução do TEMPLO; Neemias trata da reconstrução dos MUROS.

 

3.Reconstruir os muros era a obra de Deus que Neemias executou com dedicação e oração, aliás, o livro menciona onze vezes Neemias orando. A obra de reconstruir os muros parece muito com qualquer outro aspecto da obra de Deus: é difícil, tem inimigos e há problemas internos, etc.

 

4.Oito dificuldades enfrentadas e vencidas por Neemias (H.E.Alexander - Introdução à Bíblia)

 

1ª) A chegada a Jerusalém. O desprestígio de Sambalá (caps 1-2, ver 2.10,19-20)

2ª) Os príncipes dos tecoítas não se dedicaram inteiramente ao serviço (3.5)

3ª) Sambalá escarnece dos judeus (4.1-6)

4ª) Os inimigos se unem para impedir o trabalho (4.7-9)

5ª) Desânimo dos construtores (4.10-23)

6ª) Injustiças sociais (cap.5)

7ª) Cinco vezes Sambalá arma cilada para apanhar Neemias (caps 6-12)

8ª) Na ausência de Neemias, o povo recai na desobediência e ocorrem diversas infrações à lei (cap.13).

 

 

 

 

5.Segue um esboço da analogia da obra da reconstrução dos muros em relação à obra atual, a Evangelização dos povos:

 

 1) Um dos motivos da obra: o pecado do povo (1.8-9)

 2) Deus move o coração do rei (2.1-8)

 3) A obra (Satanás e o pecado) proporciona um triste espetáculo aos olhos do servo de Deus (2.11-15,18)

 4) Os trabalhadores da obra (cap.3). É um privilégio todos trabalharem juntos.

 5) Oração a respeito dos inimigos da obra (4.5, 6.14)

 6) Problemas internos da obra (5.6)

 7) O resultado da obra (cap.7 com Ap 5.9, Is 35.10 e 51.11)

 8) Uma parte importante da obra: o ensino aos resgatados (8.7 por falta de ensino estavam em tal situação).

 9) Outro resultado da obra: lembrança do pecado passado com o fim de glorificar a Deus (9.10)

10) Outro resultado da obra: santificação dos salvos (10.31)

11) O obreiro quer ver todos envolvidos na obra (cap.11)

   - Nem todos moram no lugar da obra (Jerusalém), mas estão na vontade (território) de Deus (Palestina).

12) O obreiro quer a participação dos demais líderes (pastores) com ele nessa obra (cap.12)

13) A justiça e a imparcialidade na obra (13.28)

 

6.Esboço simples

 

 I.Restauração dos muros (1-6)

II.Reavivamento do povo (7-13)


Capítulo 1: Neemias, o copeiro do rei da Pérsia e servo de Deus e seu amor pelo povo de Israel

1.Embora este livro tenha sido escrito por Neemias, como é fácil observar, pois é narrado pelo próprio Neemias, é chamado de “o segundo livro de Esdras”. É fácil entender, pois é a sequência do livro de Esdras. Antes de terminar os 70 anos de cativeiro do povo de Judá, a Babilônia foi conquistada pelos governos Média e Pérsia, por isso, que a história se passa na Pérsia, tendo como capital a cidade de Susã. Há uma tradição que diz que Neemias era um sacerdote, devido à referência no livro de Macabeus (2 Macabeus 1.18). Quislev foi o nome que os judeus adotaram dos caldeus, corresponde ao mês de novembro. O 20o ano é referente ao reinado de Artaxerxes. A fortaleza de Susã era o palácio do rei. Era esplêndido. Arqueólogos dizem que havia 6 fileiras de 6 colunas, somando 36 colunas (v.1).

 

2.Não sabemos se Hanani era irmão de sangue ou simplesmente compatriota. Neemias vivia em Susã somente em corpo, pois sua mente estava na terra de seu povo. Ele não era um nacionalista, mas um verdadeiro judeu que amava a terra prometida a seu povo, daí a preocupação dele. Paulo teve o mesmo sentimento. A notícia não era das melhores. Desde a invasão dos caldeus nada melhorou, só piorou. Jerusalém se tornou província dos persas e totalmente largada. Os samaritanos eram os inimigos que zombavam da situação, por isso, os amigos de Neemias mencionaram o “desprezo” (v.2-3, ver Rm 9.1-3).

 

3.O choro de Neemias pode ter várias aplicações para os nossos dias. A prática deve ser a mesma que Neemias (v.4).

 

Devemos chorar pelos judeus que estão em situação semelhante até hoje. Devemos chorar pelos perdidos que estão arrasados em sua vida espiritual, pois não têm comunhão com Deus. Devemos chorar pelos aflitos que estão em pecado e destruídos emocionalmente e, claro, espiritualmente, também. Devemos chorar pelos casamentos falidos, pois os “muros do lar” caíram e, finalmente, devemos chorar por nós mesmos, pois Deus quer restaurar nossa queda e falta de comunhão perfeita com Ele.

 

“Visto que a tendência natural de Neemias era a ação rápida e decisiva, seu comportamento aqui é notável. Demonstra onde estavam as suas prioridades. Revela, ainda mais, através de cada frase neste versículo, o pano de fundo cuidado e longe de ser superficial da famosa ‘oração-flecha’ de 2.4 e das realizações que haveriam de segui-la’.”[2]

 

4.A oração de Neemias foi de contrição. Ele reconhecia que a situação não era apenas uma calamidade nacional e uma invasão dos caldeus, mas tudo era por causa da desobediência do povo, sendo que ele próprio se incluía nisto. Neemias era conhecedor das Escrituras. O povo ficou sem contato com a terra, sacrifícios e tudo o mais, porém, Neemias jamais deixou de pensar nas coisas do Senhor e na Sua Lei. Por maiores que sejam os nossos problemas e sofrimentos não podemos nos esquecer da Palavra de Deus. A promessa para Israel não se cumpriu totalmente, pois isto deve acontecer no final da Tribulação (v.5-9, ver Dt 28.64, 30.3-5).

 

5.Deus resgatou o povo de Israel no Egito e fez isto outra fez usando Ciro, o rei da Pérsia. Neemias fez aquilo que todo o crente deve fazer quando está aflito: orar. O desejo de Deus é que todos O temam e, portanto, qualquer oração que tiver este alvo é totalmente da vontade de Deus responder. Deus pode usar um copeiro como Neemias e pode usar cada um de nós. Há muita necessidade entre o povo de Deus e entre os incrédulos. Deve haver uma maneira que Deus quer nos usar. A oração é o caminho que nos dispõe diante de Deus e o estudo da Palavra dispõe a vontade de Deus diante dos nossos olhos (v.10-11, ver Tg 5.13, Ed 1.1).

 

Habilidades em lidar com as perdas da vida (Ne 1)

1.Perguntando sobre a situação de perda (v.1-2)

2.Preparando-se para ouvir o pior (v.3)

3.Orando ao Deus dos céus (v.4)

4.Reconhecendo as promessas e misericórdia do Deus dos céus (v.5)

5.Perseverando em orar e confessar os pecados (v.6)

6.Valorizando a Palavra de Deus (v.7-9)

7.Aplicando a Palavra de Deus às perdas do momento (v.10)

8.Temendo o nome de Deus (v.11)

 

Capítulo 2: Uma sondagem pela Terra Santa

1.Depois de uns quatro meses, sendo que Nisã equivale ao mês de março, e em 1.1, como vimos, refere-se ao mês de novembro. Ainda é o vigésimo ano do reinado de Artaxerxes. Neemias era copeiro do rei e estava sempre diante dele. O rei já conhecia Neemias devido ao contato diário e constante. Os traços de Neemias não lhe eram desconhecidos e, por isso, o rei notou diferença no semblante de Neemias, muito embora o rei nunca tinha visto Neemias triste. Isto ensina algo importante. O servo de Deus deve dar um bom testemunho. As pessoas só nos verão tristes por algum motivo justificável (v.1).

2.Percebemos no rei uma pessoa sensível, pois, apesar da posição majestosa, interessava-se por seu empregado. Observar o semblante das pessoas pode ser uma prática que nos aproximará muito delas. O rei podia saber que o semblante refletia tristeza do coração, pois ele estava muito bem informado do estado físico de Neemias. Neemias temeu a observação do rei. É como se ele fosse pego em algum ato desaprovado. Talvez Neemias tivesse tentado disfarçar a sua tristeza, mas como diz Provérbios 15.13, o rosto revela o estado de espírito de alguém. Por que Neemias temeu? Certamente, porque ele estava esperando uma oportunidade de expor o seu plano ao rei e agora chegou a oportunidade e ele devia agarrá-la (v.2).

 

3.Aquilo que estava no coração de Neemias ele revelou ao rei. Isto lembra do que Paulo falou para Timóteo, quanto a fazer boa confissão diante dos homens, assim como Jesus fez diante de Pilatos (1 Tm 6.12-13, Mt 27.11). Não devemos nos calar diante dos poderosos. Neemias era copeiro do rei, mas não escondeu a sua preocupação para com o povo de Israel. Ao fazer isto, Neemias estava testemunhando sobre o Deus de Israel (v.3).

 

4.Agora chegou a oportunidade tão desejada para Neemias, a pergunta do rei. Devemos sempre nos manter em oração pelos planos e projetos e esperar a hora certa para agir. Isto é fé e confiança no Senhor e não nos homens. Neemias já estivera em oração durante esses quatro meses, mas ao ser interrogado orou mais uma vez, em pensamento, pois estava diante do rei. Ele pedia, talvez, que Deus o ajudasse a falar tudo aquilo que planejara dizer numa ocasião dessa (v.4).

 

5.A partir de agora, Neemias expõe os segredos do seu coração. Ninguém poderia pedir favores do rei com tantos detalhes se não tivesse pensando no assunto. Nós, que buscamos a vontade de Deus, devemos pensar e pedir que Ele direcione os nossos pensamentos para que, quando surgir a oportunidade, tenhamos toda a estratégia do Senhor para que o plano não seja frustrado. Neemias entendia que a mão de Deus estava sobre os seus planos e, por isso, é que tudo estava saindo tão bem. Não podemos fazer nada correto se o Senhor não estiver dirigindo os nossos passos (v.5-8).

 

Os detalhes dos planos de Neemias para o rei

1) Permissão para viajar para Jerusalém com o objetivo de reedificar a cidade

2) Tempo estipulado para a viagem de sondagem

3) Cartas para passar pelo pedágio do rio Eufrates

4) Carta de apresentação para o guarda da floresta com o fim de obter doação de madeira

5) Restauração das portas do Templo, dos muros e da casa onde morar, pois eram casas velhas

 

6.O rei foi tão bom para com Neemias que além das cartas mandou uma escolta para segurança pessoal de Neemias. A obra de Deus nos surpreende. Quando a boa mão do Senhor está conosco teremos dificuldades também, mas as alegrias serão maiores (v.9).

 

7.Sambalate de alguma forma soube da prosperidade que a obra estava começando a viver. Ele era de Horonaim, uma cidade de Moabe e Tobias era de Amom, cidade vassala do reino da Pérsia. Todos sabemos que Amom e Moabe são inimigos de Israel por muito tempo. Sempre que servos de Deus se levantarem para fazer a obra de Deus, Satanás usará os seus servos para tentar impedir (v.10).

 

8.Neemias foi muito objetivo em sua viagem. Ele esteve três dias em Jerusalém. Isto mostra que era um homem sério em seus compromissos e que não tinha tempo para distrações, não em um momento tão importante (v.11).

 

9.O servo de Deus, Neemias, tinha pensamentos secretos em sua mente. Não era nada errado o que ele estava pensando, mas ele não divulgou para que, talvez, a euforia não tomasse conta de seus acompanhantes. Ele queria dar uma olhada sozinho e ver com os próprios olhos qual era a real situação da cidade de Jerusalém (v.12).

 

10.Havia doze portas que circundavam a cidade e todas tinham nomes. A porta do Vale era assim chamada porque ali era o vale dos mortos, o Geena. Ali era o Calvário que anos mais tarde Jesus foi crucificado. A fonte do dragão era feita em serpentina e depois do cativeiro desenharam dragões e serpentes ali. Isto mostra que o diabo tem tomado conta do lugar sagrado. Assim tem acontecido com multidões espalhadas pelo mundo, onde os sinais satânicos são o seu ornamento. A porta do Monturo era onde dava para o aterro sanitário. Não havia esgotos e os estrumes eram levados para esse lugar, formando o monturo ou monte de estrume. Neemias agora tinha uma visão panorâmica dos muros da cidade. Ele reparou que estavam com fendas e as portas queimadas. Se observássemos o mundo por um instante veríamos pessoas desestruturadas com lares desfeitos e cheias de brechas para o inimigo. Toda a situação foi vista por Neemias à noite e certamente ele tinha tochas para poder ver inclusive as brechas do muro. A situação do mundo é vista em uma noite espiritual e escura. Jesus disse que devemos fazer a obra de Deus enquanto é dia, pois a noite vem quando não podemos mais trabalhar. A luz de Cristo deve alcançar esses corações desesperados (v.13).

 

11.O tanque do rei é a fonte de Siloé. Os entulhos eram tão altos que Neemias teve de deixar o animal para ir a pé ou mudar de caminho. Se quisermos contemplar a situação das pessoas veremos vidas entulhadas de pecados e situações impossíveis de transpor sem o socorro de Deus. Neemias passou algumas horas ali, certamente. Ele queria se certificar que havia destruição vista de todos os ângulos possíveis. Depois de ter constatado a destruição, Neemias voltou para os seus aposentos (v.14-15).

 

“O fato de Neemias encontrar partes que não podia atravessar, mesmo com seu animal (v.14), indica que as condições de ruínas permaneceram por mais de 100 anos! Provavelmente, foi por isso que Sambalate e Tobias, ansiavam deixar os judeus incapazes. Assim como uma pessoa deprimida tende a negligenciar a aparência pessoal, foi o caso do remanescente em Jerusalém. Eles não tinham ânimo para a reconstrução.”[3]

 

12.Neemias voltou para a cidade e lá havia autoridades da Pérsia em Jerusalém, pois os judeus são mencionados separadamente. Neemias guardou silêncio a respeito dos planos que Deus estava colocando em seu coração. Às vezes, temos de nos manter calados, até que o próprio Deus prepare todo o terreno para que lancemos os alicerces que Ele quer para a nossa construção espiritual (v.16).

 

13.Finalmente, Neemias expôs os seus planos. É importante aprender com Neemias como se faz um apelo para que as pessoas sirvam a Deus. Ele não tinha como encher os olhos deles para as vantagens da obra, pelo contrário, foi muito direto mencionando a “miséria” da cidade. Não temos como enfeitar o desafio dos povos perdidos, a situação é desesperadora. Para Neemias aquela situação era um opróbrio, uma vergonha e continuar naquela situação era vergonhoso para o povo. O desafio é claro, ninguém está excluído da responsabilidade. São ex-cativos, são a geração seguinte, mas o apelo é para que honrem o nome de Deus e Sua cidade santa (v.17).

 

14.Para animá-los, Neemias apresentou o seu próprio testemunho de que Deus estava abençoando e iria guiá-los até o fim. Através desse testemunho, o povo se animou e aceitou o apelo. A obra de Deus carece de pessoas sensíveis aos apelos do Senhor para a obra (v.18).

 

15.Os inimigos da obra ganharam um aliado, Gesém, um árabe. A zombaria está presente quando há inimigos. Eles advertiam que reconstruir os muros sem a autorização do rei era rebeldia e estavam certos, porém, Neemias já havia falado com o rei e sabia que Deus estava com ele naquele empreendimento. Por que o rei deixaria Neemias viajar e por que cederia madeiras se não fosse permitir a reconstrução dos muros? (v.19).

 

16.Os inimigos da obra não acreditam que conseguiremos ir muito longe, pois para eles conseguirem alguma coisa precisam subornar, precisam de referências e créditos de toda a espécie. Mas o servo de Deus está debaixo da boa mão de Deus, sendo que as portas abertas por Ele não serão fechadas. O povo de Deus é propriedade exclusiva Dele. Nós conseguiremos Nele tudo aquilo que for da Sua vontade. Os que não são Dele não podem entender a nossa confiança, acham presunção e nem podem receber as bênçãos de Deus, pois não têm parte na Pessoa de Deus e no Salvador Jesus Cristo. Nós estamos em Cristo. Deus abençoou Neemias nessa sondagem pela Terra Santa, mas já começou a perceber e ver as dificuldades que enfrentará. Qualquer empreendimento na obra de Deus será acompanhado de dificuldades e perseguições (v.20).

 

Falhas que podem nos acometer (Ne 2)

1.Podemos falhar em sempre ter um rosto alegre, e certamente acontecerá (v.1-3)

2.Podemos falhar em orar, mas não deveríamos (v.4)

3.Podemos falhar em aproveitar as oportunidades, mas não deveríamos (v.5-8)

4.Podemos falhar em achar que não teremos oposições, mas não deveríamos (v.9)

5.Podemos falhar em guardar segredo daquilo que Deus quer nos mostrar, pois temos pressa em falar aos outros antes de sofrermos sozinhos (v.10-16)

6.Podemos falhar em não desafiar outros quando estamos desafiados por Deus (v.17-18)

7.Podemos falhar em não confrontar as pessoas quando zombam da obra de Deus (v.19-20)

 

Capítulo 3: Os trabalhadores na construção dos muros de Jerusalém

 

“Este capítulo contém os nomes dos construtores do muro de Jerusalém, a ordem na qual eles trabalharam, onde começarem e onde terminaram, ou seja, na porta das ovelhas”[4]

 

1.Eliasibe é o neto de Josué o sumo sacerdote. O fato de um sumo sacerdote ser o primeiro a começar o trabalho mostra que Judá, de fato, se arrependera, pois antes de irem para o cativeiro eles se entregaram à bebida e às injustiças. Um líder espiritual deve ser o primeiro a dar exemplo. A porta das ovelhas foi a primeira porta a ser reedificada e deram toda a volta até chegar nela novamente, como podemos ler no último versículo deste capítulo. Chamava-se porta das ovelhas porque os ofertantes deixavam ali o animal para o sacrifício. Era perto do mercado de ovelhas, onde negociavam os animais para o sacrifício e também lavavam. Há um ensino de consagração aqui. Cada porta reedificada era consagrada. O nosso trabalho deve ser entregue ao Senhor em total dependência, pois Ele nos capacita para trabalhar para Ele, mas a obra é Dele mesmo. Tudo o que construíram consagraram, assim deve acontecer com os nossos serviços para Deus. O trabalho era de carpintaria e de alvenaria, pois tinham de construir as portas e reedificar os muros. Da porta das ovelhas construíram até a torre de Meá. “Meá” significa “cem”, provavelmente indicando a medida em cúbitos até a outra torre. Cem cúbitos devem dar 40 metros. Parece que a medida de uma porta a outra era de quinhentos metros, pelo menos em alguns lugares conforme o v.13 deste capítulo (v.1).

 

2.Quando Eliasibe terminou a sua obra, outro grupo começou a trabalhar. Na obra de Deus é assim, um começa o trabalho e encerra a sua parte e outro toma o seu lugar. Os da mesma época devem ajudar uns aos outros. Os homens de Jericó eram os descendentes dos antigos moradores daquela cidade. Zacur era o chefe dos homens de Jericó (v.2).

 

3.A porta do peixe era chamada assim por causa do mercado de peixes que havia ali perto. Os filhos de Hassenaá concluíram a obra. Nada faltou, como lemos, “suas fechaduras e ferrolhos”. Ferrolho é aquela tranqueta de ferro corrediça. Portanto, além do trabalho de carpintaria e alvenaria precisava de ferreiros também. Na obra de Deus há espaço para todos. É necessário obediência e disposição, há trabalho e temos a ordem do Senhor para o serviço. As fechaduras e ferrolhos nos advertem sobre a proteção da sã doutrina. A cidade é santa, é de Deus. Ele é quem protege, porém, Ele dá sabedoria aos seus filhos para se protegerem e protegerem a Sua obra. Paulo nos ensinou nas epístolas pastorais a proteger a sã doutrina, chamada de “bom depósito”. Há muitos inimigos que querem invadir os muros e arrancar o bom depósito a fim de distorcer a verdade (v.3).

 

4.Meremote, Mesulão e Zadoque repararam três partes do muro. Note que tiveram apenas de reparar e não reedificar, pois não havia sido totalmente destruído. Na obra de Deus há vidas que estão totalmente desestruturadas e precisam ser reedificadas. Algumas almas precisam de conversão, mas outras precisam de ajuda, às vezes uma pequena ajuda e outras vezes bastante ajuda. Na obra de Deus, também, alguns trabalham mais do que outros, mas, e daí? O importante é que todos estão trabalhando para o Senhor. Ele recompensará cada um conforme a Sua própria vontade. Devemos ter em mente a parábola de Mateus 20.1-16. Ele é quem decide o que cada um receberá. Não temos capacidade de medir o nosso galardão pelo nosso trabalho. Não temos um “galardômetro”... (v.4).

 

5.Os da cidade de Tecoa, uma cidade da tribo de Judá, participaram da obra de Deus, mas os seus nobres não tinham o coração neste projeto. Não pelo fato de serem nobres, pois na obra de Deus não há classe social, mas por serem duros de coração. De nobres só tinham o título, pois nobre de verdade são os que amam a Deus, Sua Palavra e Sua obra, como os bereanos em Atos 17.11. Os nobres de Tecoa não “colocaram o pescoço no trabalho do Senhor”. Precisamos mais servos que coloquem o jugo no pescoço (v.5).

 

6.A Porta Velha dava para o lado da velha cidade de Salém. Aparece a palavra “viga” neste versículo. As vigas são pesadas, mas necessárias para amarrar as portas. A palavra original para viga é “encontrar” e isto pode nos ensinar que na obra de Deus precisa haver mais encontros do que desencontros entre nós (v.6).

 

7.No trabalho de Deus é necessário aprender a trabalhar em equipe. Os trabalhadores executavam a obra juntos. Às vezes, é preciso se separar por causa da extensão da obra, mas outras vezes, por causa da quantidade de trabalho exige-se a cooperação num mesmo lugar. Lembre-se que os gibeonitas eram cortadores de lenha e carregadores de água, mas aqui nesta grande obra não há rancor ou tempo para fazer divisões de classes sociais. Deus moveu o coração dos subordinados do rei. O governador da parte ocidental do Eufrates também liberou os seus cativos para a obra da reconstrução dos muros (v.7).

 

8.Este versículo nos ensina que não há pessoas de profissões tão nobres que não possam “colocar a mão na massa”. Perfumistas e ourives eram e são profissões delicadas, mas aqui estão sujando suas mãos por uma causa mais nobre. É claro, que depois da cidade ser reestruturada e habitada esses profissionais terão bastante atividade. Este muro largo tem história. Ele foi destruído por Jeoás e reconstruído por Uzias (veja 2 Cr 25.23 e 26.9). Deus conserta aquilo que é estragado. Alguns não têm consideração pela obra de Deus, mas o Senhor usa os seus servos para reparar os estragos (v.8).

 

9.Os príncipes da nação também estão no trabalho pesado. É um verdadeiro reavivamento da obra de Deus, todos participando. No trabalho de Deus alguns têm o privilégio de trabalhar bem perto de sua casa, mas outros precisam cruzar o oceano ou se embrenharem numa selva. Seja qual for o lugar onde Deus nos coloque devemos trabalhar com a mesma fidelidade. A Torre dos Fornos ficava perto do lugar onde assavam os pães para o Templo e, agora, também tijolos para a construção. Isto nos faz lembrar que na obra de Deus sempre estaremos próximos ao Pão da Vida, Jesus Cristo. Ensina também que o mesmo forno que servia para a adoração, agora, é utilizado para o serviço. Serviço e adoração sempre estão juntos (v.9-11).

 

10.O nome Haloés significa “encantador de serpentes”. Deus pode transformar pessoas de suas atividades demoníacas para o serviço de Deus, pois aqui vemos os descendentes servindo ao Senhor. Salum também era chefe ou príncipe de uma parte de Jerusalém. Vemos aqui também que a obra é realizada por mulheres. É impossível que nesta família não tivesse homens para o trabalho, mas muito provavelmente não tinham o coração para as coisas de Deus, por isso, Salum se dispôs ao trabalho com as suas filhas. Não sabemos se todos trabalharam na mesma medida. Estes trabalharam mais de 500 metros de muro. O que importa na obra é que todos estão envolvidos, pois quanto à recompensa pelo trabalho é Deus quem dá e Ele é justo (v.12-13).

 

11.Os recabitas têm uma história de fidelidade e pode ser lida em Jeremias 35. Eles não construíam casas para si mesmos, mas aqui é para o Senhor. Malquias é um nobre, um líder do distrito e está mostrando ser um líder que se envolve com os projetos do povo de Deus. Outro líder de distrito na obra. Neemias passou pela porta da fonte e nem pôde passar com o animal por causa dos entulhos. Não se fala de nenhuma outra porta que havia cobertura, somente esta. Salum teve o privilégio de trabalhar ao pé do jardim do rei. Antigamente não havia muro nessa parte, mas foi construído pelo rei Manasses (v.14-15, ver 2 Cr 33.14).

 

12.Este Neemias não é o copeiro do rei, que é filho de Hacalias. É outro líder que construiu a parte do muro que fica em frente dos sepulcros de Davi, de sua família e dos outros reis. Os caldeus não tocaram nesses sepulcros. O tanque artificial foi construído pelo rei Ezequias (2 Rs 20.20). A casa dos valentes era onde ficava uma guarnição para a defesa do rei. Todos esses lugares têm muita história para o povo e eles estão preservando ao reconstruir os muros. Neste versículo lembramos de três temas: Os sepulcros nos mostram que Jesus é a Ressurreição e a Vida; o tanque nos lembra que Ele é a Água Viva e a casa dos valentes nos lembra que Ele é o nosso escudo e proteção (v.16).

 

13.Os levitas têm razão especial para este trabalho, pois eles vivem parte de sua vida dentro daqueles muros, no trabalho de Deus. Eles não constroem para si mesmos e nem adquirem propriedades. A sua porção é o Senhor. Vemos também nestes versículos mais líderes trabalhando. A casa das armas, como o próprio nome indica, era o lugar onde se guardavam os instrumentos de guerra da nação. Isto nos lembra mais uma vez que ao redor da obra de Deus há proteção do próprio Deus (v.17-19).

 

14.Baruque está trabalhando com alegria ou com fúria? A palavra indica ira. Baruque, não o escrivão do profeta Jeremias, talvez estivesse bravo com os trabalhadores que estavam atrasando a obra. Nesta obra não faltam motivos para ficarmos indignados com alguma coisa, mas devemos entregar tudo ao Senhor. Baruque construiu até à porta da casa de Eliasibe, o sumo sacerdote. Isto nos mostra que na obra de Deus não trabalhamos para nós mesmos, pois no primeiro versículo mostra Eliasibe construindo em outro lugar. Muitas vezes, os missionários se preocupam com os seus queridos, deixados sozinhos. Eles não estão sozinhos, pois o Senhor levantará pessoas para suprir a nossa falta (v.20).

 

15.Aqui há um ensino maravilhoso que é o de “ajudar outros quando a sua parte do trabalho acabou”. Note que o mesmo Meremote trabalhou em outro lugar (v.4). Se reparar a porta era um trabalho mais rápido, isto não significa que o tempo sobraria, mas que haveria oportunidade para trabalhar em outro lugar. Os sacerdotes que sempre viviam do lado de dentro dos muros, agora estão do lado de fora trabalhando. Na obra de Deus experimentamos muitos ângulos do trabalho, isto nos dá experiência. Como já vimos, alguns podem trabalhar perto de sua casa e outros bem distante, mas o que importa não é o lugar em si, mas a dedicação em todos os lugares em que Deus nos colocar, perto ou longe de casa (v.21-23).

 

16.Aqui um novo horizonte para os trabalhadores, a esquina. Chegar na esquina não é o fim do trabalho, mas é o fim de uma etapa e a preparação para uma nova fase da obra. Deus tem nos dado na vida não apenas um muro reto, mas Ele nos incentiva com novos ângulos. A mudança faz bem para olharmos para frente e ver que logo terminaremos uma etapa e ao chegar ali nos preparar para mais uma “aventura espiritual” (v.24).

 

17.Na virada do muro, na esquina começam a trabalhar outro grupo. Palal constrói em frente à casa do rei. Nem todos têm o mesmo privilégio, mas o que importa é que todo o muro é do Rei dos reis. A corte da prisão ficava ao lado da casa do rei. Ali eram julgados aqueles que cometiam crimes. Da mesma forma o nosso Rei, Jesus Cristo, oferece salvação, mas Nele também há julgamento, tanto para os crentes, no Tribunal de Cristo, como para os incrédulos, no Grande Trono Branco (v.25).

 

18.Os servos do Templo eram ajudantes dos levitas. Para estes, a única mudança na rotina foi o trabalho de construir os muros, que era um novo trabalho, mas quanto a servir naquele lugar já era o seu trabalho. Para aqueles que já trabalham na obra do Senhor não há nada que lhes seja estranho. Quem serve ao Senhor em um trabalho poderá servir em qualquer outro trabalho, pois o Deus é o mesmo. Os servos do Templo estavam trabalhando em frente a um lugar bem conhecido para eles, a Porta das Águas. Ali eles eram responsáveis pelo o fornecimento de água para os jardins do rei[5]. Nós, como servos do Rei, temos a responsabilidade de fazer jorrar a água viva para as pessoas sedentas (v.26).

 

19.Os tecoítas já foram mencionados no v.5 e agora, novamente, estão à disposição da obra de Deus. Mas, há outro ensino aqui. Quando alguém não se esforça na obra de Deus está sobrecarregando o outro, pois os nobres de Tecoa não se dispuseram para o trabalho e estes tiveram que trabalhar lá e aqui. Os sacerdotes trabalhavam com muita motivação, pois além de estarem servindo na obra de Deus, eles passariam a sua vida dentro daqueles muros, no Templo. Trabalhar na obra de Deus é assim mesmo, os benefícios se voltam totalmente para os trabalhadores. Trabalhar para Deus é o melhor investimento para o nosso futuro. Perto da Porta dos Cavalos havia os estábulos. Os cavalos falam de serviço e guerra. Na obra de Deus o nosso trabalho é uma mistura de serviço e lutas espirituais. Note que cada sacerdote está construindo em frente à sua própria casa. Portanto, eles eram vizinhos uns dos outros, podemos dizer que havia a “vila dos sacerdotes” (v.27-28).

 

20.Ao terminar a “vila dos sacerdotes”, Zadoque construiu ao lado em frente à sua própria casa. Gill diz que devia ser alguém de destaque para ser vizinho dos sacerdotes[6]. É fato que na obra de Deus algumas pessoas se destaquem e mereçam honra e lugar apropriado. Deus permite isto, mas desde que não haja arrogância e preferência na hora do juízo. Depois de Zadoque, Semaías construiu. Semaías era guarda da Porta Oriental. Isto indica que ele tinha grande interesse em ver as portas nos muros novamente. Quando vemos pessoas arruinadas desejamos vê-las restauradas e para isto trabalhamos e oramos (v.29).

 

21.Hananias está trabalhando com Hanum, o sexto filho. Se havia seis filhos, por que apenas um estava no trabalho? Será que os outros estavam em outra parte ou não queriam participar da obra? Sabemos que família dividida são forças desperdiçadas. Devemos rogar a Deus para ter toda a família unida na obra de Deus. Mesulão que já havia trabalhado em outro lugar (v.4), agora se dispõe para outra parte (v.30).

 

22.Vemos aqui o filho de um ourives. Novamente, alguém de trabalho fino, pois sabemos que os filhos acompanhavam os pais na profissão, trabalhando em serviço rústico e pesado. Eles terão oportunidade de voltar aos seus ofícios, agora é uma questão de emergência na obra de Deus. Devemos estar prontos para toda e qualquer obra para o Senhor. Eles trabalharam em frente à casa dos mercadores. Jesus repreendeu os mercadores, não por causa das vendas, mas do lugar onde vendiam e por causa da exploração nos preços. A Porta da Guarda conforme diz Gill talvez fosse em frente ao Sinédrio[7]. “Mifcade” significa “comando, guarda”, por isso, que em algumas versões aparece “Mifcade” (v.31).

 

23.Outros de profissão mais mental do que braçal estão no trabalho e, agora, no fechamento da obra, pois dali começaram os sacerdotes, na Porta das Ovelhas, conforme o versículo primeiro. A obra de Deus tem um início e um fim que dará no mesmo ponto, ou seja, começamos no Senhor e terminamos a carreira no Senhor. Recebemos Dele para devolvermos para Ele. Jesus deixou a Sua glória para depois ser glorificado junto ao Pai. Ele buscou pecadores para que estes voltem aos braços do Pai. Todos se ajuntaram para a obra de Deus. Nunca deveríamos pensar que podemos fazer a obra de Deus sozinhos. Precisamos uns dos outros. Além disso, é um privilégio ter uma parte da nossa vida nos muros de Deus (v.32).

 

 

 

As demandas do trabalho de Deus (Ne 3)

1.No trabalho de Deus, o líder é o primeiro a dar exemplo (v.1)

2.No trabalho de Deus, cada etapa é motivo de louvor e consagração (v.1)

3.No trabalho de Deus, todos os servos de Deus trabalham um após outro (v.2)

4.No trabalho de Deus, há diferentes ministérios para todos (v.3, madeira e ferro)

5.No trabalho de Deus, é necessário proteção para a doutrina (v.3, ferrolhos e trancas)

6.No trabalho de Deus, há construção e reparação ou consertos (v.4)

7.No trabalho de Deus, alguns se acham muito nobres para “arregaçar as mangas” (v.5)

8.No trabalho de Deus, as diferenças sociais são diluídas (v.6-7, gibeonitas eram carregadores de água e cortadores de lenha para Israel)

9.No trabalho de Deus, alguns de profissão mais sutis fazem trabalhos mais rudes (v.8,31)

10.No trabalho de Deus, pessoas da alta sociedade trabalham com os mais simples (v.9,14,18)

11.No trabalho de Deus, alguns trabalham perto de casa e, outros, bem longe (v.10,23)

12.No trabalho de Deus, a adoração e serviço é o mesmo, pois todo trabalho (ofício) é santo (v.11, Fornos da adoração, sacro ofício = sacrifício)

13.No trabalho de Deus, algumas mulheres fazem o que homens deveriam estar fazendo (v.12)

14.No trabalho de Deus, alguns fazem o que não é costume para si próprios (v.14, os recabitas moravam em tendas e não construíam nada de tijolos, mas aqui é para o Senhor)

15.No trabalho de Deus, alguns se localizam nos lugares mais bonitos (v.15, jardim do rei)

16.No trabalho de Deus, presenciamos a história de pessoas antes de nós que fizeram uma linda obra (v.16, o rei Davi, o açude do rei Ezequias e a casa dos heróis de guerra)

17.No trabalho de Deus, alguns são diretamente beneficiados (v.17, os levitas)

18.No trabalho de Deus, lembramos que há combates e inimigos (v.19)

19.No trabalho de Deus, às vezes, queimamos com o zelo de Deus (v.20, charah = queimar)

20.No trabalho de Deus, fazemos o trabalho de outros e outros fazem o nosso (v.20, Eliasibe trabalhava em outro lugar. Quantos evangelizam nossos familiares e nós os familiares de outros?)

21.No trabalho de Deus, o trabalho não termina quando a nossa parte acaba, pois podemos ajudar os outros a cumprirem sua tarefa (v.21, veja v. 4 Meremote já tinha terminado. Veja também Mesulão no v.4 e v.30)

22.No trabalho de Deus, não devemos separar muito o espiritual e o material (v.22)

23.No trabalho de Deus, a esquina não é o fim, mas o início de uma nova etapa (v.24)

24.No trabalho de Deus, há lugares cheios de contrastes (v.25, rei e cárcere)

25.No trabalho de Deus, para alguns é simplesmente seguir uma rotina diária e sagrada (v.26, os servos já trabalhavam diariamente no Templo)

26.No trabalho de Deus, quando não trabalhamos sobrecarregamos outros (v.27, ver v.5 os nobres deixaram o peso para os outros que trabalharam lá e aqui)

27.No trabalho de Deus, às vezes, temos uma equipe contínua (v.28, aqui era a vila dos sacerdotes)

28.No trabalho de Deus, algumas pessoas ganham lugares de destaque (v.29, Zadoque era vizinho dos sacerdotes)

29.No trabalho de Deus, alguns têm um interesse especial em ver a conclusão (v.29, Semaías era guarda de uma das portas)

30.No trabalho de Deus, nem sempre as famílias estão reunidas (v.30, Halum é o sexto filho e os demais?)

31.No trabalho de Deus, a obra começa em um ponto e termina no mesmo ponto, a glória de Deus (v.32, começa na Porta das Ovelhas e faz todo o ciclo até chegar no mesmo lugar, v.1)

 

 

Capítulo 4: Vencendo os inimigos da obra através da oração

1.Estudamos sobre a construção dos muros e suas portas. Não foi fácil a construção, pois enquanto trabalhavam havia inimigos tentando impedir que a obra prosseguisse. O capítulo quatro fornece detalhes que faltaram no capítulo três, pois o objetivo era alistar os nomes das pessoas que construíram os muros. O ódio pela obra de Deus é movido por Satanás. Ele usa pessoas invejosas e caluniadoras. Sambalate era totalmente contra a reconstrução dos muros, pois isto faria com que a nação de Israel ganhasse a sua dignidade de volta e se estabelecesse na terra (v.1).

 

2.Sambalate tinha uma aliança com os samaritanos contra os judeus. Ele zomba dos judeus, como o antigo povo que foi para o cativeiro. Mas agora é diferente, pois o castigo de Deus sobre o povo já passou. Deus é quem conduz a obra e não deixará que os inimigos zombem do Seu nome. Quando a reconstrução terminasse teria um sacrifício em adoração a Deus, mas Sambalate estava determinado a impedir isso. A obra era muito extensa e Sambalate não acreditava que o povo conseguiria. Tobias foi sarcástico e não acreditava na qualidade do trabalho do povo de Deus. Uma raposa, tão pequena, poderia derrubar os muros, zombava ele. O povo de Deus é desacreditado pela sociedade, pois os incrédulos agem baseados naquilo que veem, mas o povo de Deus age por fé na Pessoa de Deus (v.2-3).

 

3.A oração imprecatória é bíblica, porém, sempre esteve debaixo da aliança abraâmica. Os inimigos de Israel seriam amaldiçoados. Hoje, a Igreja tem a ordem de pagar o mal com o bem. Não devemos desejar o mal às pessoas, mas quando a obra de Deus está sendo ameaçada devemos rogar a Deus que o Seu nome triunfe derrubando os adversários, mas principalmente que estes se convertam. Uma informação nova para nós é que o muro foi edificado ao redor de toda a sua extensão, mas meia parede e não em toda a sua altura. Isto mostra que o povo tinha pressa em fechar e completar o trabalho em outra oportunidade. Fechado pela metade da altura já daria uma proteção razoável. Embora fosse muito trabalho o povo trabalhou com ânimo (v.4-6).

 

4.Três povos contra o povo de Deus. Os da Arábia, os de Amom e os de Asdode que eram os filisteus, antigos inimigos de Israel. Eles não queriam que a obra de Deus avançasse. As brechas tapadas eram sinal que estavam dispostos a levar adiante a adoração ao Deus de Israel. Os povos se unem contra Israel, o povo de Deus. A confusão é o método escolhido pelos perversos para atacar os que desejam fazer a vontade de Deus. A oração é a arma principal contra os ataques do inimigo. Juntamente com a oração, a vigilância, o cuidado para com a obra de Deus, preparando-se para a defesa (v.7-9).

 

5.Judá começou a desfalecer. Não o mesmo Judá, filho de José em Gênesis, evidentemente, mas Judá como povo. O desânimo começou a surgir. Quando o trabalho é volumoso e intenso e as forças físicas começam a falhar, é comum vir o desânimo, mas então é que é necessário se fixar no alvo, pois o trabalho não é vão. As ameaças dos inimigos não cessam. Eles pensavam que o ataque seria fácil e que o povo de Deus nem perceberia quando tudo estivesse novamente no chão (v.10-11).

 

6.Além dos inimigos existem os informantes que não ajudam em nada. Os vizinhos dos judeus os mantinham informados. Deram o alarme dez vezes, deixando o povo mais desanimado ainda. Mas, isto poderia ser diferente. Para o que confia em Deus, cada aviso de ataque devia ser um sinal de que a vitória está se aproximando. Neemias não retrocedeu, mas colocou todas as famílias para defenderem aquilo que também era deles, a obra de Deus. Nessa obra, todos devem participar. Se algo der errado, todos devem saber que têm a sua responsabilidade. Porém, na força do Senhor, a vitória é certa e todos participam (v.12-14).

 

7.Os inimigos reconhecem o poder de Deus. A marca dos crentes sempre deve ser a unidade em Cristo Jesus. Temos lutas, mas não deixamos uns aos outros sozinhos na batalha. A obra de Deus é feita com trabalho e luta. Trabalhar sob pressão nunca é fácil, mas para isto deve-se ter na obra de Deus líderes por trás animando e defendendo o povo. É claro que Neemias usou uma figura para ilustrar em nossas mentes o que estava acontecendo. Os trabalhadores trabalhavam com as duas mãos, mas mantinham as armas ao alcance ou penduradas em seu corpo (v.15-17).

 

8.Neemias era o líder da obra, por isso, o trombeteiro devia ficar ao seu lado, pois o som não podia ser dado quando o tocador quisesse, mas sob as ordens de Neemias. Na obra de Deus nem todos podem dar sinal de alarme, mas devemos respeitar e seguir os nossos líderes. A obra era extensa. O tamanho daquele muro era de mais de seis mil metros por três metros de largura. Foi concluído em 52 dias (ver 6.15). A intenção de trabalharem separados era muito boa, porém, devidos às circunstâncias de ameaça o melhor era trabalharem juntos. A obra de Deus, algumas vezes, exige que os crentes fiquem juntos para ganharem forças. Muitas vezes Deus nos coloca em situações difíceis para lembrarmos que precisamos uns dos outros (v.18-19).

 

9.A vitória dos crentes é sempre de Deus. Não temos forças, mesmo juntos, pois é Deus quem está adiante de nós. Não é a nossa união que nos dá a vitória, mas o nosso Deus vitorioso que nos mantém unidos. Foram 52 dias de trabalho, porém, bem trabalhados, de manhã até à noite. Junto com o trabalho havia a vigilância. Na obra de Deus, o trabalho é feito junto com a vigilância. O inimigo quer nos derrotar através de tentações. Não temos condições de nos vigiar a todo o tempo, mas podemos confiar que o Senhor nos protege. Para isto é necessário aquele período de meditação em que aprendemos do Senhor, oramos pelos irmãos e por nossas vidas pela manhã para suportar o dia pela frente (v.20-21).

 

10.Cada trabalhador tinha o seu servo e estes várias funções, mas agora, por causa dessa empreitada o mais importante era servirem como guardas à noite. Há um grande perigo na obra de Deus e este é quando ninguém está trabalhando. Por exemplo, aqueles que são ensinados têm tempo de sobra fora dos estudos. Satanás quer desanimá-los e arrancar de seus corações tudo aquilo que ensinamos. Ninguém se trocava para dormir, pois era muito perigoso. A qualquer momento o alarme podia soar e os trabalhadores que também eram vigias precisavam lutar. Neste capítulo, vimos que a oração é a nossa arma contra os inimigos. A vigilância do crente é essencial para a proteção espiritual. A Bíblia e a oração são as únicas formas de nos mantermos em alerta (22-23)

 

“Eu espero que o Leitor, novamente, enquanto passeia por todo o capítulo, leve seus pensamentos além da relação literal, para a contemplação da igreja de Deus representada nele. O cristão é tanto um guerreiro como um construtor; e certo ele está, em cada estágio de sua busca ao construir o templo do Senhor, de encontrar oposição. Em todas as épocas tem havido Sambalates e Tobias. Assim como os servos de Neemias, o povo de Deus deve ter a espada do Espírito para se opor ao adversário e toda a armadura da salvação, na mão direita e esquerda. Assim admoestou o apóstolo à igreja em Éfeso a fim de que fosse forte no Senhor… Ef 6.10ss.”

 

 

 

As atitudes para lidar com o desânimo antes que este nos domine[8] (Ne 4)

1.Esteja ciente que as oposições virão (v.1-3)

2.Ore a Deus diante das oposições (v.4-9)

3.Cuide do físico (v.10a “desfaleceram as nossas forças”)

4.Não se prenda ao tamanho do problema (v.10b “os escombros são muitos”)

5.Recupere a confiança no Senhor (v.10 “não podemos edificar o muro”)

6.Não ignore as adversidades, mas confie no Senhor (v.11)

7.Não se impressione com a insistência e a quantidade das adversidades (v.12)

8.Reúna os seus esforços com vistas ao alvo (v.13)

9.Direcione sua atenção ao Senhor (v.14)

10.Mantenha um equilíbrio entre os seus pensamentos e ações (v.15-18)

11.Não tente lutar sozinho (v.19-20)

12.Desenvolva o ministério de “servir aos outros” (v.21-22)

13.Saiba que em alguns momentos, o sono e a comodidade serão sacrificados (v.23)

 

Capítulo 5: Problemas entre o próprio povo. A opressão dos ricos sobre os pobres

1.Na obra de Deus há problemas internos, também. Aqui, as mulheres dos mais pobres estavam reclamando das injustiças que os mais ricos estavam cometendo contra eles e seus filhos. Houve uma reclamação semelhante em Atos 6.1. O povo de Israel sempre se multiplicou muito e isto é bênção que Deus prometeu para Abraão em Gênesis 12.1-3. Mas com a multiplicação de pessoas vêm as necessidades básicas de alimentação. O povo trabalhou muito. Todos mereciam, mas já não estavam vivendo uns para os outros, mas cada um para si e, como sempre, os mais fracos acabam sofrendo as injustiças (v.1-2).

 

2.Os detentores de mais trigo cobravam alto para distribuir para o povo e quem não tinha o dinheiro suficiente na hora tinha de hipotecar até a sua própria casa para ter o que comer. A usura é um pecado mencionado por Deus tantas vezes e não distribuir o alimento também (ver sobre usura em Êx 22.25, Lv 25.37, Sl 15.5, Pv 28.8 e sobre a distribuição de alimento em Pv 11.26). O povo comum tinha de pagar tributo ao rei. Não podiam fugir disto, mas a vida se tornava mais difícil, pois tinham que tomar dinheiro emprestado para pagar. Não havia uma política interna para aliviar esta carga para o povo. Sabemos que algumas classes sociais não pagavam o tributo, conforme Esdras 7.24 (v.3-4).

 

3.A exploração dos ricos sobre os pobres tinha se tornado algo sub-humano. Não tendo o dinheiro com que pagar os alimentos e não tendo mais terras e propriedades para serem confiscadas, as filhas foram tomadas como escravas. O servo de Deus, Neemias, sabia muito bem como foi difícil chegar até ali e agora estava vendo tudo se perder com esta atitude egoísta. Ele se aborreceu muito. Devemos nos afligir como Neemias e como Ló por causa das injustiças e se pudermos fazer algo devemos nos esforçar. Neemias podia ser enérgico, porém, não era precipitado. Ele considerou bem o assunto, pensou em alternativas e falou com os poderosos entre o povo. Ele convocou um ajuntamento. Quando as coisas não vão bem entre uma equipe, o melhor a se fazer é consultar a Deus, considerar os problemas e juntar as pessoas envolvidas (v.5-7).

 

 

 

 

“Embora nas leis de Moisés, cada provisão era feita para a felicidade de Israel, nas muitas situações do pobre e do rico; ainda assim houve, como há hoje, pelo mesmo motivo: a ruína do estado de nossa natureza pela queda, muitos cujos corações não sentem pelo pobre, mas amam o lucro e, em direta provocação da lei de Deus, não cuidando, mas se opondo aos irmãos.”[9]

 

4.Não há nenhum registro que o povo do cativeiro babilônico-persa tenha sido resgatado por dinheiro, mas Neemias deve estar mencionando alguns judeus cativos entre outros grupos. Não é inteligente resgatar pessoas para depois explorá-las e usá-las como escravas. O povo já passou tanta vergonha entre os gentios e não seria bom serem blasfemados novamente por causa dessa atitude. Os nobres e magistrados não tiveram palavras para responder, pois Neemias estava certo. Neemias não era o tipo de homem que fazia o bem para depois lançar sobre o rosto das pessoas, mas aqui ele viu que era necessário lembrar-lhes de algo importante. Se conseguiram se estabelecer na terra foi, em parte, por causa de Neemias que emprestou dinheiro e trigo para começarem sua integração na terra. Jesus falou a respeito disto quando contou a parábola do servo devedor que foi perdoado, mas não soube perdoar (v.8-10).

 

5.Neemias transformou a economia injusta em restituição. A centésima parte era, provavelmente, os juros que estavam cobrando do povo. Se isto fosse aplicado hoje, haveria muitos proprietários de terra que deveriam devolver aos seus primeiros habitantes às terras e fazer acordos com os nativos. O governo deveria devolver os empréstimos compulsórios e talvez impostos abusivos cobrados durantes muitos anos. Houve um quebrantamento que teve como resultado a prática da justiça. Além de devolverem resolveram não cobrar juros. Caso bem semelhante foi o de Zaqueu, o cobrador de impostos. A diferença é que Zaqueu fez voluntariamente e estes tiveram de ser advertidos por Neemias, mas o que importa é que ambos ouviram a voz de Deus (v.11-12).

 

6.Sacudir a túnica era um símbolo de consentimento. Jesus mandou sacudir o pó das sandálias quando chegasse em alguma casa e esta não quisesse ouvir a palavra de salvação. Aqui, todo o povo concordou com as palavras de Neemias. Todos pecam, mas o mais importante é ter um coração ensinável. O rei da Pérsia nomeou Neemias como governador de Judá. O amor e a determinação de Neemias, e tudo isso com a boa mão de Deus dirigindo, foram suficientes para Artaxerxes acreditar no plano de Neemias. As pessoas precisam ver que, de fato, cremos nos planos de Deus para a Igreja e a Sua obra. Neemias não abusou da bondade do rei e nem usou das mordomias devidas ao governador. A fidelidade e honestidade foram marcas que não se apagaram nunca no ministério de Neemias. Ele podia exigir justiça dos ricos, pois ele dava exemplo (v.13-14).

 

7.A situação chegou a este ponto de exploração porque os governadores anteriores oprimiram o povo e todos acharam normal. Em governos sucessivos e injustos o povo sofre, mas não se importa, pois acabam achando normal. As injustiças se tornam comum quando não aprendemos a denunciá-las. Até os jovens aprenderam a oprimir os pobres. Cada ciclo de prata equivalia a uns 64 centavos de dólar do dinheiro atual. Quarenta e cinco ciclos são 28 dólares. Quando Neemias foi nomeado governador, as primeiras mudanças foram não tomar vinho e trigo do povo e nem cobrar impostos. A razão disto é porque temia a Deus. Os que temem ao Senhor deixarão as injustiças, pois sabem que terão de prestar contas a Ele. Neemias não comprou terras dos pobres. Ele chegou ali com dinheiro, mas não estava fazendo investimento fácil, mas estava ali para ajudar o povo na restauração dos muros e de sua honra. O servo de Deus não deve explorar os outros, mas ajudá-los a crescer na comunhão com Deus (v.15-16).

 

8.Além de não se tornar pesado a ninguém, Neemias hospedou 150 homens sem cobrar nada. A generosidade é uma bênção e só a pratica os piedosos ou os interesseiros. Neemias dá uma ideia dos gastos que teve. Neemias esperava totalmente no Senhor para o seu sustento e também para o avanço da obra. Ele não esperava o reconhecimento dos homens, mas aguardava o prêmio do Senhor. As injustiças só serão reparadas quando pessoas tementes a Deus denunciarem e derem exemplo de como agir na obra de Deus. Não podemos ser pesados às pessoas, mas nos dar generosamente ao Senhor e aos outros (v.17-19).

 

Indignação devido à exploração dos pobres (Ne 5)

1.Exploração entre irmãos (v.1)

2.Aumento de bocas para alimentar (v.2)

3.Penhorando os últimos recursos (v.3)

4.Empréstimos para pagamentos de tributos (v.4)

5.Entrega dos filhos como escravos para pagamento das dívidas (v.5)

6.Aborrecimento justo (v.6 – charah = queimar-se de indignação)

7.Agiotagem sobre irmãos mais pobres (v.7)

8.Resgatados das nações para serem explorados pelos próprios irmãos (v.8)

9.Argumentos corretos que fazem calar os injustos (v.9)

10.Empréstimos a perder de vista que acabaram como doação (v.10)

11.Tempo de restituição e perdão de dívidas falsas (v.11)

12.Acordo para não haver trapaça (v.12-13)

13.Pessoas responsáveis e piedosos não se tornam peso aos outros (v.14-15)

14.Pessoas piedosas não fazem investimentos em cima da miséria dos outros (v.16)

15.Pessoas piedosas são hospitaleiras e generosas (v.17-18)

16.Pessoas piedosas esperam no Senhor (v.19)

 

Capítulo 6: Novas investidas de velhos inimigos

1.Neemias terminara a reconstrução dos muros. As brechas foram totalmente fechadas, porém, havia portas para serem instaladas. Deus abençoou esta obra, mas não podemos nos esquecer que nada foi fácil, pois além dos inimigos externos havia problemas de exploração no meio do povo de Deus. O vale de Ono ficava numa das cidades da tribo de Benjamim. Os inimigos queriam, talvez, fazer alguma aliança visto que o rei da Pérsia estava apoiando Neemias e a sua obra. Ou talvez, estivessem usando isto como pretexto para fazer como Caim fez com Abel ao convidá-lo para um “passeio” ou como os irmãos de José fizeram, ou seja, os inimigos de Neemias queriam matá-lo (v.1-2).

 

2.Neemias não foi rude, mas foi bem objetivo e responsável quanto às prioridades de Deus para a sua vida. Não é errado atender aos convites, porém, o servo de Deus deve impor limites para que a obra não fique prejudicada. Neemias não foi pessoalmente, mas enviou mensageiros. Isto mostra a sua preocupação com o serviço integral da obra. Vemos também a proteção de Deus para a vida de Neemias. Neemias não era um homem fácil de se dobrar. Ele era determinado na obra de Deus. Vemos isto na insistência dos pedidos e na contínua rejeição por parte de Neemias. Sambalate também era determinado, só que para fazer o mal. Como Neemias não estava cooperando para os planos maléficos de Sambalate, este resolveu usar medidas extremas. A carta enviada para Neemias era cheia de veneno. Eis o conteúdo (v.3-7).

1.Forjou opiniões públicas mentirosas (“entre as gentes se ouviu”). Os que querem prejudicar alguém sempre usam termos como “várias pessoas estão comentando”

 

2.Nomeou Gésem para parecer mais real. Quando se usa um nome parece que a mentira tem mais efeito.

 

3.Acusou Neemias e o seu povo de rebeldes. A rebeldia é uma acusação que normalmente as pessoas ouvem sem questionar, o que é errado, por sinal, pois toda acusação deve ser verificada.

 

4.Fez parecer real, pois misturou fatos com interpretações. Neemias estava construindo um muro para proteção. Reis constroem muros, portanto, a conclusão parecia lógica, queriam se proteger da Pérsia e eleger Neemias como rei.

 

5.Acusou Neemias de campanha política contra o rei através de seus profetas. É claro que o povo e os profetas comentavam sobre Neemias e se alguém pensasse e até falasse em colocá-lo como rei não seria nada estranho. Um líder deve tomar cuidado, não com a falta de popularidade, mas quando a popularidade está crescendo. As pessoas tendem a cultuar as personalidades. Talvez, por isso, que Deus providencia mudança de obreiros de alguns lugares. O corpo de Moisés foi escondido por Deus, pois se quiseram adorar a serpente de bronze, certamente adorariam o corpo embalsamado de Moisés.

 

6.Sambalate quis assustar Neemias quando disse que o rei ouviria sobre o assunto. Se fosse outra pessoa, talvez tivesse cedido às pressões de Sambalate, pois denúncias sempre assustam as pessoas de bem. Neemias sabia que a boa mão de Deus estava cuidando dele e da obra.

7.Sambalate chantageou Neemias. Depois de todas as insinuações e ameaças, Sambalate achava que era só “dar mais uma chance” para Neemias, convidando-o para conversar. A chantagem, depois das ameaças, sempre funciona com os medrosos, mas não funcionaria com Neemias que sabia a Quem estava servindo.

 

5.Neemias, corajosamente, desafiou Sambalate. Chamou-o de mentiroso, pois nada daquilo aconteceu e acusou Sambalate de ter inventado tudo. A mentira deve ser enfrentada com a verdade e o bom testemunho. Neemias sabia muito bem quais eram as intenções dos seus inimigos. O líder não pode tapar os olhos para certas realidades do ministério. Uma dessas realidades é que Satanás quer destruir a obra perfeita de Deus. Apesar de saber disso, Neemias não confiou em suas próprias forças, mas clamou por ajuda do Senhor (v.8-9).

 

6.Semaías era alguém da linhagem sacerdotal e estava encerrado, provavelmente, na casa do Senhor, para oração e jejuns pela obra de Deus. Um homem de total confiança de Neemias, mas nem por isso o homem certo para aquele momento. Ele estava profetizando algo muito estranho e até mesmo contra o bom desenvolvimento da obra de Deus. Temos prova que era um sacerdote, pois ele propõe a Neemias entrar com ele em lugares que apenas os sacerdotes podiam entrar. Neemias desconfiou de um homem que dificilmente outra pessoa desconfiaria. Até as pessoas de sua confiança estavam sendo usadas por Satanás. Neemias aprendeu a não confiar em tudo o que ouve e aprendeu a questionar certas propostas. Neemias sabia que não era certo entrar no templo. Devemos agir por eliminação, quando estamos diante de situações duvidosas. Se algo não é certo, então por que prosseguir por aquele caminho? Além de não estar correto entrar no templo, por que Neemias devia se preocupar tanto com a sua vida, visto que Deus o tinha mandado para Jerusalém para fazer essa grande obra? (v.10-11).

7.Neemias era perspicaz, pois Deus estava com ele. Sambalate chegou a subornar um homem piedoso para fazer Neemias pecar. Este homem, Semaías, na posição em que estava não podia agir dessa maneira. Até mesmo as pessoas dedicadas à oração e jejum estão em risco de pecar contra Deus e os seus servos. O pecado e a derrota seriam duplos. Neemias deixaria de confiar na proteção de Deus e profanaria o templo entrando num lugar permitido somente aos sacerdotes (v.12-13).

 

8.Novamente a oração imprecatória de Neemias. O povo estava debaixo da aliança abraâmica. Os inimigos de Israel seriam amaldiçoados. Hoje, a Igreja tem a ordem de pagar o mal com o bem. Não devemos desejar o mal às pessoas, mas quando a obra de Deus está sendo ameaçada devemos rogar a Deus que o Seu nome triunfe derrubando os adversários, mas principalmente que estes se convertam. Quando os inimigos são obstinados e sem nenhuma intenção de se arrependerem, o servo de Deus roga por proteção própria e embaraço para os seus inimigos. Neemias menciona os seus inimigos. Tobias e Sambalate já conhecemos bem. Noadia era uma profetiza, talvez do mesmo tipo que Semaías, ou seja, escondida por Neemias para oração e jejum em favor da obra. Os vários profetas foram, provavelmente, subornados também para fazer Neemias ficar com medo. Eles profetizavam sobre a sua morte e diziam para fugir. Tornaram-se falsos profetas. Jesus e Paulo também foram incentivados a fugir do perigo de morte, mas ambos entenderam a vontade de Deus e a obedeceram (v.14).

 

9.Apesar de todas as perseguições Neemias terminou a obra. Ele nunca parou por causa das falsas acusações. Foram 52 dias de muito trabalho e tensão, mas Neemias não desfaleceu. Só havia uma explicação para tal obra: a intervenção de Deus. Os vizinhos caíram em seu próprio conceito. Devem ter zombado muito e não acreditavam que Neemias conseguiria alguma coisa, mas se enganaram. A boa mão de Deus sempre esteve nessa obra. A obra de Deus é impossível se realizar por nós, mas o servo de Deus não deve desistir, pois para Ele nada é impossível e é Ele Quem realiza a obra. Alguns nobres de Judá não eram nobres em seu comportamento. Eles eram informantes de Tobias, mas acabaram noticiando os feitos poderosos de Deus através da vida de Neemias (v.15-17).

 

10.Esses nobres estavam presos a Tobias em compromissos. Um dos cativos que veio com Zorobabel, Secanias, era sogro de Tobias (Ed 2.5). O filho de Secanias, Joanã, se casou com a filha de Mesulão, um homem importante que ajudou na construção dos muros (Ne 3.4,30). Esses parentescos por afinidade se tornaram um problema sério para a obra de Deus. O servo de Deus não pode deixar que parentescos se tornem o parâmetro na Sua obra. O servo de Deus deve agir sem parcialidade. Esses nobres faziam boa propaganda de Tobias. Neemias não acreditava que um inimigo da obra de Deus pudesse ser bom. As cartas de Tobias eram ameaçadoras, mas Neemias confiava no Senhor somente. As investidas contra Neemias eram novas, mas os inimigos eram de velhos tempos. Satanás não muda o seu ódio contra Deus, Sua obra e Seus servos, mas muda alguns métodos. Devemos nos firmar no Deus que nunca muda (v.18-19).

 

“Mas o jugo desigual tinha se instalado. Casamentos mistos, apesar da amarga lição nos dias de Esdras, ainda eram tolerados e justificados; e assim a consciência era destruída e os nobres de Judá perderam toda o poder de discernimento. O muro podia separá-los do ímpio Tobias, mas não havia separação em espírito, pois encontraram facilmente meios de comunicação com os que odiavam a verdade de Deus.”[10]

Buscando o socorro de Deus somente (Ne 6)

1.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois pessoas querem nos fazer mal (v.1-2)

2.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois situações e pessoas querem nos distrair (v.3)

3.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois o mundo é insistente (v.4-5)

4.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois as calúnias se levantam contra nós (v.6-8)

5.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois o medo e fraqueza querem nos desanimar (v.9)

6.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois até pessoas que não esperávamos podem nos trair (v.10-14)

7.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois temos uma obra para concluir (v.15)

8.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois é a única maneira de vencermos os inimigos (v.16-17)

9.Precisamos buscar o socorro de Deus, pois o perigo da mistura e associação com o mundo está sempre presente (v.18-19)

 

Capítulo 7: A segurança para as futuras habitações. Os primeiros moradores de Jerusalém

1.A obra chegou no último estágio e foi concluída, pois as portas foram todas instaladas. Mas a obra não é apenas física, mas espiritual. O objetivo nunca foi restaurar o templo e os muros, apenas. Deus queria que a adoração voltasse em Israel e também que as pessoas voltassem a povoar a terra. Os porteiros foram nomeados para guardar as doze portas. Os levitas voltaram a atuar no templo bem como os cantores. A alegria devia voltar para a terra. Motivos de louvor essa geração tinha de sobra. O castelo em Jerusalém era o palácio real. Agora, pertencia ao rei da Pérsia, sob a supervisão de Neemias. Dois homens ficaram responsáveis por Jerusalém. Hanani, o mesmo que trouxe as más notícias para Neemias no começo do livro (1.2-3) e o maioral do palácio, Hananias, um homem muito fiel o qual se destacava mais do que os outros. Neemias, provavelmente, precisa voltar para a Pérsia e, por isso, escolheu estes homens para cuidar de Jerusalém. No trabalho de Deus é necessário pessoas responsáveis que substituam os fiéis. Embora seja um privilégio servir na obra de Deus, os Seus servos precisam entender que a qualquer momento eles podem ser substituídos. Isto é bom, pois só enfatiza que a obra é Dele e não dos homens (v.1-2).

 

2.Neemias deu todas as instruções para a segurança da cidade. Todo aquele que cuida da obra de Deus deve zelar pelo reto ensino e por proteção contra os inimigos. O cuidado não era apenas com a casa de Deus, mas também com as casas dos moradores. Na igreja, o cuidado deve ser duplo: com o serviço de Deus nos cultos, mas também com os lares dos crentes e, principalmente, dos líderes que devem governar bem as suas casas. Havia muito espaço na cidade e poucos moradores e, portanto, a cidade estava desprotegida. A circunferência de Jerusalém é de dez quilômetros. O objetivo de Neemias é trazer as pessoas para a cidade, incentivá-las a construir. Qualquer urbanização deve ser feita com cautela, calculando tudo para que haja infraestrutura. Nossa casa e bairro devem ser, antes de tudo, agradáveis (v.3-4).

 

3.A boa mão de Deus sempre esteve dirigindo Neemias em seus planos. Nada pode dar errado quando é Deus Quem dirige. A primeira providência para encher a cidade de moradores foi reunir os líderes de Jerusalém e o povo para montar uma estratégia. A genealogia sempre foi importante para Israel, pois foi assim que Josué dividiu as terras para o povo e, agora, a genealogia responderá quais serão as primeiras famílias com direito, vindas do cativeiro. Sem genealogia não se pode provar nada sobre o Messias que viria. A genealogia era o documento que dava direito aos assentamentos. Cada família só devia seguir a sua herança. Deus nunca quis uma aglomeração de pessoas, mas sempre distribuiu as pessoas em região. A glória do Senhor deve ser espalhada por toda a terra. No começo, houve alguma confusão devido a erros dos copistas ou mudança de nome da família quando estavam na Babilônia ou diferença de pronúncia, mas Deus honrou o direito de cada família (v.5-6).

 

4.Dos versículos 7 até o versículo 73, lemos um importante documento dos moradores de Judá e Jerusalém. Dentre esses versículos, a partir do versículo 60 o escritor nos oferece alguns detalhes importantes, além de nomes (v.7-59).

 

“Este capítulo corresponde ao Segundo capítulo de Esdras… Nós notamos a declaração de Neemias: ‘Meu Deus me pôs no coração’. Como um homem piedoso, ele reconhece a mão do Senhor e Sua direção.”[11]

 

5.Vemos que Deus honrou a memória do rei Salomão, pois os descendentes de seus servos foram encontrados e nomeados para servir ao Senhor no templo. Certamente alguns se aproveitaram da situação e queriam ter alguma honra indevida como sacerdotes, mas Deus é Quem escolhe e os considerou imundos. O governador era o próprio Neemias. Ele foi justo e esperava que Deus resolvesse as dúvidas com o Urim e Tumim, aquelas pedras da vestimenta do sumo sacerdote que Deus usava para decidir as questões. Há um relatório do número de pessoas e animais que vieram para Jerusalém. A vida voltaria ao normal depois de mais de setenta anos (v.60-69).

 

6.Houve voluntariedade e liberalidade, pois o povo precisava do primeiro incentivo para voltar para Jerusalém. Havia necessidade de estruturação e para isto precisava-se de muito dinheiro. O próprio governador, também chamado Tirsata, contribuiu com dinheiro, vestes sacerdotais e bacias para os sacrifícios. Zorobabel foi o tirsata no passado e agora era Neemias. Finalmente, as pessoas indispensáveis para o serviço no templo estavam chegando e morando em Jerusalém e depois o povo começou a morar nas redondezas. A terra de Israel é de Deus e o povo deve estar ali para sempre. Não adianta lutar com as próprias forças, pois Deus é Quem assentará todo o povo naquele território que será estendido (v.70-73).

 

História que marca um povo guiado por Deus (Ne 7)

1.A história é marcada pela edificação de um lugar de habitação e pessoas com habilidade (v.1)

2.A história é marcada por líderes fiéis (v.2)

3.A história é marcada por trabalho e segurança (v.3)

4.A história é marcada por um início humilde (v.4)

5.A história é marcada por homens dirigidos por Deus (v.5)

6.A história é marcada por pessoas reais em determinada época (v.6-60)

7.A história é marcada por aproveitadores (v.61-66)

8.A história é marcada por contribuições (v.71-72)

9.A história é marcada pela união do povo (v.73)

 

Capítulo 8: A leitura da Lei e a festa dos tabernáculos

1.Quando Neemias chegou em Jerusalém Esdras já estava lá há 13 anos. Não há ênfase dos dois se encontrando muitas vezes, por isso, alguns até pensam que nem eram contemporâneos. Mas no capítulo 8 de Neemias vemos isto acontecer. Não pode existir um verdadeiro reavivamento entre o povo se não houver a leitura e o ensino da Palavra de Deus. Eles já possuem o templo, os muros restaurados e o povo morando ao redor de Jerusalém, mas a base da nação deve ser a Palavra de Deus. Todos estão reunidos e eles mesmos tomaram a iniciativa de pedir que a Lei de Moisés fosse lida. Os que estavam ali podiam entender a Lei muito bem, mas outros provavelmente nem entendiam o hebraico mais. Além disso, os termos espirituais podem ter sido perdidos por muitos. Os mais jovens teriam o privilégio de conhecer a lei de seus avós pela primeira vez, juntos (v.1-2).

 

2.Mais ou menos seis horas de leitura e explicação da Palavra de Deus. O povo ouvia atentamente. O desejo de um povo restaurado é tão grande que o tempo e as distrações não são mais importantes do que a Palavra de Deus. O púlpito era importante, pois mostrava a importância da Palavra de Deus em destaque e fazia com que as pessoas tivessem uma visão clara, pois era colocado acima do povo. As pessoas ao lado de Esdras testificavam da veracidade da Palavra de Deus. Isto dava autoridade a Esdras (v.3-4).

 

3.O povo se colocou em pé não por alguma ordenança, mas voluntariamente. Isto não se tornou um costume, pois nas sinagogas os judeus ouviam a Lei sentados. Não devemos enfatizar em nossos cultos que as pessoas devam ficar em pé na leitura da Bíblia em reverência, pois não há razão para pensar que ouvir a leitura da Bíblia assentados significa irreverência. O momento era muito especial, por isso, Esdras louvou ao Senhor e o povo concordou respondendo “Amém”. Neste versículo vemos que, voluntariamente também, o povo levantava as mãos. Isto era um costume judaico. Vale também uma advertência aqui, quanto a trazer certos costumes para a igreja. Alguns acham que devem levantar as mãos nos cânticos, mas quase nunca é algo voluntário, pois os dirigentes é que pedem. Por que não levantar as mãos na leitura da Palavra de Deus, então? E mais, os que levantam as mãos também colocam os rostos em terra como o povo ao ouvir a leitura da Lei? O apóstolo Paulo, reconhecendo o costume judaico, disse que na igreja podia-se levantar as mãos, mas o mais importante era a atitude de vida, ou seja, as mãos devem ser santas (v.5-6, ver 1 Tm 2.8).

 

4.Havia organização, pois o povo estava no seu lugar. Não houve apenas leitura da Lei, mas explicação. Os levitas estavam de plantão, talvez andando no meio do povo para ver se alguém tinha alguma dúvida. Hoje, da mesma forma, a Bíblia deve ser lida e explicada. Todos têm a Palavra de Deus, mas mesmo assim, a leitura pública das Escrituras fortalece a nossa fé, mostrando assim, que todos cremos nas sagradas letras. Porém, hoje, todos temos a Bíblia em casa e todos devem lê-la. Não podemos acostumar mal o povo que não a lê a Bíblia em casa para fazer longas leituras na Igreja para suprir a falta de dedicação doméstica (v.7-8).

 

“Seja traduzindo do hebraico para o aramaico ou simplesmente explicando as passagens ou palavras obscuras.”[12]

 

5.Neemias e Esdras estavam trabalhando juntos, agora, animando o povo a exaltar a Lei de Deus. O peso do pecado era tão grande que o povo começou a chorar diante da leitura da Lei, mas Esdras e Neemias entendiam que o perdão de Deus já tinha sido derramado sobre o povo e que eles não deviam viver do passado. É uma grande lição para o crente, hoje. Nós fomos justificados por Cristo Jesus e não devemos nos alimentar de pensamentos impuros com aparência de piedade. Os pecados passados não devem nos impedir de servir ao Senhor, hoje, com alegria. Os pecados devem ser confessados e abandonados (v.9).

 

6.É verdade que os sacrifícios seriam restabelecidos, mas aqui se refere a banquetes. É um dia de alegria. Todos deviam comer juntos. Os que não tivessem alimentos deviam participar assim mesmo, pois os irmãos que tinham abundância repartiriam. O povo de Deus sempre se reuniu e comeu junto. Foi assim na igreja primitiva, também. Eles partiam o pão de casa em casa com singeleza de coração. No versículo 10, ainda, Esdras e Neemias mostram que o povo de Deus deve ser alegre. As situações nem sempre são fáceis, mas ele não disse que a alegria vinha de nós mesmos, mas do Senhor. A alegria do Senhor é a força do crente para viver, mesmo diante do sofrimento e dificuldades (v.10).

 

7.Os levitas também fizeram o mesmo que Esdras e Neemias. Não era o momento de contrição, mas de alegria. Precisamos muito de pessoas que experimentam a alegria do Senhor e celebrem com os irmãos a Palavra Dele. A comunhão nos fortalece, pois as tristezas são amenizadas quando estamos juntos. A libertação de sentimentos depressivos vem em decorrência do entendimento da Palavra de Deus e da comunhão verdadeira com os irmãos. Comer juntos cria um ambiente de alegria entre os crentes e, por isso, devemos cultivar esse bom costume (v.11-12).

 

8.O fervor do povo não acabou, pois os líderes não cessaram de meditar na Lei. Quando as pessoas comuns param para pensar na Lei é muito proveitoso, mas isto não deve substituir o zelo dos líderes no estudo mais aprofundado das Escrituras. Os levitas, os sacerdotes, os cabeças das famílias e Esdras tiveram o seu tempo juntos, no dia seguinte. É bom que os crentes se reúnam, mas também é importante que os líderes tenham um tempo juntos. Os líderes prestaram atenção que era o sétimo mês e que a lei prescrevia a festa dos tabernáculos para lembrar o tempo que o povo viveu em cabanas no deserto (v.13-14, ver Lv 23.39-43, Dt 16.13).

 

9.O povo devia pegar ramos de muitos tipos para fazer cabanas. Deus sempre gostou de ilustrar os Seus ensinos. A páscoa foi celebrada com pães asmos para lembrar quando o povo saiu do Egito e fez pães sem fermento por causa da pressa. Fizeram pequenas cabanas em cima das casas, no pátio do templo e nas praças da Porta das Águas, onde se tornou um ponto de encontro do povo. Hoje há muitos pinheirinhos na época do Natal, mas talvez sem significado histórico algum para muitos (v.15-16).

 

10.Eles moraram em cabanas durante sete dias. Houve muita alegria. Para as crianças, até uma semana de muita euforia, pois além de cumprirem uma tradição bíblica estavam se divertindo, pois as crianças gostam muito de coisas diferentes e, principalmente, dormir em barracas. Já fazia mil anos que o povo não dormia em barracas, como nos dias de Josué, embora lembrassem da festa dos tabernáculos. Isto mostra que boas tradições podem voltar a existir, basta para isto o povo ser movido por bons líderes e, principalmente, pela Palavra de Deus. Além daquele dia em que ficaram seis horas ouvindo as palavras da Lei de Moisés, passaram os sete dias da festa dos tabernáculos ouvindo a Palavra de Deus. Depois disto, ainda houve um período de ajuntamento solene. O povo de Israel é um povo movido a festas. Todos devem ter os seus negócios e trabalho, mas não devemos nunca abandonar o costume de nos reunir para celebrar as bênçãos de Deus (v.17-18).

 

 

 

 

 

 

 

 

A leitura e interpretação das Escrituras (Ne 8)

1.Todos precisam ter interesse pela Palavra (v.1)

2.Todos precisam ter contato com a Palavra (v.2)

3.Todos precisam ter atenção à Palavra (v.3)

4.Todos precisam dar um lugar especial à Palavra (v.4-5)

5.Todos precisam adorar a Deus motivados pela Palavra (v.6)

6.Todos precisam aprender da Palavra (v.7)

7.Todos precisam entender da Palavra (v.8)

8.Todos precisam se emocionar com a Palavra (v.9)

9.Todos precisam se alegrar com a Palavra (v.10-12)

10.Todos precisam obedecer a Palavra (v.13-15)

11.Todos precisam voltar às práticas antigas ensinadas na Palavra (v.16-17)

12.Todos precisam ler a Palavra todos os dias (v.18)

 

Capítulo 9: A confissão coletiva dos pecados

1.A Palavra trouxe um peso de pecado sobre o povo. Naquele momento, Esdras e Neemias não permitiram que o povo extravasasse os seus sentimentos de culpa, mas agora era o momento de contrição. Os pecados passados nunca foram, de fato, lamentados e agora é o momento para isto. Todo o povo pecou, por isso, o quebrantamento foi nacional e segundo os costumes já bem conhecidos dos estudantes da Bíblia. A prova do arrependimento do povo foi a separação de casamentos não abençoados por Deus. Salomão cometeu este erro e o resultado foi idolatria para Israel e divisão do reino. Agora, o povo está recuperado da idolatria, mas para que isto não ocorra novamente, os casamentos devem ser desfeitos. Isto não dá base para pessoas desmancharem casamentos mistos, pois o que ocorreu foi em esfera nacional e não individual, apenas (v.1).

 

2.Os pais caíram no mesmo pecado e a iniquidade continuou nos filhos, não por alguma “maldição hereditária”, mas porque exemplos maus resultam em práticas erradas. O ensino de “maldição hereditária” é uma desculpa para os que não querem assumir a sua própria culpa nos pecados. O povo não estava ali para expiar a culpa dos pais, mas para assumir a sua própria culpa. Durante três horas leram a Palavra de Deus e outras três horas confessaram os pecados e louvaram a Deus. A Lei do Senhor deve provocar no pecador uma urgência para se santificar e um desejo de louvá-Lo pelo perdão concedido. Havia uma plataforma onde ficavam os levitas para cantar e todo o povo ver. O louvor só é completo quando há confissão de pecados. Não significa que temos que instituir a prática de confissão pública e coletiva, pois cada crente é responsável em fazer isto individualmente. Porém, quando pecamos coletivamente devemos nos arrepender e confessar ao Senhor para, juntos, experimentarmos o perdão de Deus (v.2-4).

 

3.Até o versículo 37 lemos a grande oração dos levitas. Certamente, eles se alternavam nessa oração. No quadro seguinte, os temas da oração (v.5-37).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os temas da oração de contrição dos levitas (Ne 9)

1.A glória de Deus (v.5)

2.A criação e preservação do universo (v.6)

3.A eleição de Abraão para estabelecer Israel (v.7-8)

4.A libertação do Egito (v.9-11)

5.O cuidado do povo no deserto (v.12)

6.A Lei de Moisés (v.13-14)

7.A rebeldia do povo e a misericórdia de Deus (v.15-21)

8.A conquista de Canaã (v.22-25)

9.As libertações por mãos dos juízes (v.26-29)

10.A rejeição dos profetas e os cativeiros (v.30-37)

 

“É estranho que não há nenhuma menção de Josué, Samuel, Davi ou Salomão. Mas muito provavelmente a razão da omissão é que o conteúdo do Pentateuco, na época de Neemias, era o único escrito considerado Escritura Sagrada. A referência a eventos subsequentes e nomes não carregavam o mesmo peso. Não eram tão familiares às pessoas e não levavam a autoridade de ensino divino os quais já pertenciam à ‘Lei’.”[13]

 

4.Depois dessa oração, que é uma verdadeira história da nação de Israel, houve uma resolução assinada diante dos líderes, sacerdotes e levitas. Os casamentos que tanto mal fariam a nação foram desfeitos. Alguns pensam que na igreja não devia existir nenhum tipo de burocracia, pois todos somos guiados pelo Espírito Santo. Mas também é verdade que somos homens falhos com a tendência de enganar e quebrar os contratos, por isso, apelar para a consciência é algo salutar. Tudo o que é escrito é um documento, se não para cartórios, pelo menos para a consciência e integridade moral de cada um. Este foi um capítulo bem dramático. Todo o povo que quer servir ao Senhor deve fazer um pacto e todos cobrarem uns aos outros. No corpo de Cristo temos o Espírito Santo para conduzir as nossas vidas. A nossa conduta é vigiada pelo Espírito Santo. Enquanto somos obedientes a Ele temos proteção. Podemos também comparar este texto com os propósitos de fim e início de anos que as pessoas tentam fazer e não conseguem cumprir, pois os esforços humanos não operam o resultado de Deus (v.38).

 

Propósitos que não cumprimos completamente ainda e nem vamos cumprir completamente enquanto neste corpo (Ne 9)

1) Não fomos suficientemente humildes e atentos à Palavra de Deus (v.16)

2) Não aceitamos totalmente a liderança de Deus sobre nossas vidas (v.17)

3) Não demos sempre a glória devida ao Deus verdadeiro (v.18)

4) Não reconhecemos em todas as situações a direção de Deus sobre nossos caminhos (v.19)

5) Não fomos gratos em todas as refeições pelo alimento diário de Deus para nós (v.20)

6) Não fomos gratos por todas as vestes que Deus nos Deus (v.21)

7) Não fomos suficientemente gratos pelo lugar e acomodações que Ele nos deu (v.22)

8) Não agradecemos suficientemente a Deus pelos filhos que Ele nos concedeu

9) Não reconhecemos suficientemente o livramento dos obstáculos que Deus realizou

10) Não nos alegramos completamente com as bênçãos materiais com as quais Deus nos presenteou (v.25)

11) Não aceitamos totalmente os homens e mulheres de Deus que Ele usou como nossos disciplinadores (v.26) 

12) Não nos lembramos muito dos grandes livramentos de Deus em nossas horas de aperto (v.27-28)

13) Não observamos bem o testemunho que Deus nos ofereceu para ficarmos firmes Nele (v.29)

14) Não agradecemos suficientemente pela paciência que Deus teve conosco (v.30-31)

15) Não atentamos muito para as consequências do pecado (v.32-37)

16) Não estabelecemos propósitos duradouros com Deus (v.38)

 

Capítulo 10: A aliança de pureza e separação dos costumes pagãos

1.Até o versículo 27 é o documento com as assinaturas do compromisso firmado (v.1-27).

 

2.O povo fez voto sob imprecação, ou seja, sob maldição ou anátema. Resolveram se separar do paganismo de outras nações. Decidiram não se casar nem casar os seus filhos com pessoas de outras nações, pois esta é a porta de entrada para a idolatria. Prometeram se lembrar da lei do sétimo dia e do sétimo ano. Os mercadores que esperassem até o dia seguinte para vender as suas mercadorias, pois no sábado ninguém compraria nada. No sétimo ano todo o negócio seria cancelado ou “zerado”. As cobranças seriam perdoadas. Certamente os escravos seriam alforriados e a terra descansaria de toda a semeadura e colheita. Eles sabiam que os 70 anos de cativeiro foram devido a uma desobediência cumulativa de 490 anos sem descansar a terra a cada 7 anos (v.28-31).

 

3.Cada pessoa se propôs a dar 4 gramas de ouro a cada ano. John Gill, citando Aben Ezra, diz que eles passaram a dar mais do que isto[14]. Na casa de Deus nunca faltaria nada se as pessoas fizessem um compromisso de serem fiéis. O que se dá na casa do Senhor é para o sustento das necessidades da obra e nunca para o prazer próprio. Para os sacrifícios contínuos era necessário lenha em todo o tempo por todo o ano. Se apenas uma família buscasse lenha seria um trabalho de tempo integral, mas resolveram que fariam escalas para que todos participassem. A cooperativa cristã sempre é uma boa maneira de envolver a todos no serviço de Deus (v.32-34).

 

4.Dos frutos das colheitas decidiram separar as primícias para a casa do Senhor, ou seja, os primeiros frutos. A prioridade é o Senhor e as demais coisas serão acrescentadas. Ele fornecerá o sustento de cada um, mas é boa prática separar para o serviço de Deus a nossa oferta. Trazer o unigênito para a casa do Senhor fazia parte da Lei de Moisés em Êx 13.2,13 e Nm 18.15-16. O animal era sacrificado e o menino, evidentemente, era resgatado por preço, pois Deus não pedia sacrifício humano. O dinheiro era destinado aos sacerdotes. Dessa forma nunca os sacerdotes se preocupariam em trabalhar para ganhar o seu alimento, pois se dedicariam totalmente ao serviço da casa do Senhor. Portanto, quanto mais pessoas se casassem e tivessem o seu primeiro filho, mais os sacerdotes receberiam (v.35-37).

 

5.O trabalho de lidar com dinheiro e suprimentos incorre no perigo de fraude, por isso, o sacerdote servia como testemunha da quantidade recolhida. Os levitas eram sustentados pelo dízimo e deviam, também, oferecer o dízimo daquilo que recebiam. Isto é justo, pois algum obreiro pode cair no erro de exigir dos fiéis o dinheiro e ele mesmo não dar exemplo de contribuição na obra de Deus. Negligenciar a casa de Deus é típico de quem não conhece a Deus ou de quem não experimentou o amor de Deus ou, ainda, de quem não aprendeu com a disciplina do Senhor. O crente deve se lembrar de ajudar a obra de Deus, pois os necessitados não são os missionários, os pastores e a obra de Deus, mas cada crente, pois dar com alegria rende louvores a Deus. Neste capítulo podemos ligar os assuntos e resumir da seguinte maneira. Aquele que decide servir ao Senhor fielmente deverá se lembrar de purificar a sua vida e contribuir na obra de Deus (v.38-39).

 

Gratidão demonstrada por compromisso (Ne 10)

1.Gratidão e compromisso selados (v.1-27)

2.Gratidão e compromisso de todo o povo (v.28)

3.Gratidão e compromisso pela Palavra (v.29)

4.Gratidão e compromisso no casamento (v.30)

5.Gratidão e compromisso no trabalho e rendimentos (v.31)

6.Gratidão e compromisso nas ofertas para a obra de Deus (v.32-33)

7.Gratidão e compromisso nas tarefas e escalas (v.34)

8.Gratidão e compromisso nas colheitas (v.35,37)

9.Gratidão e compromisso pelos filhos (v.36)

10.Gratidão e compromisso dos líderes (v.38)

11.Gratidão e compromisso pela casa de Deus (v.39)

 

Capítulo 11: Os habitantes de Jerusalém e de Judá

1.Os líderes deviam se tornar o exemplo, incentivando as pessoas a habitarem na terra santa. Jerusalém era a capital e, portanto, foi necessário que os líderes habitassem ali. Na igreja acontecesse a mesma coisa. Se quisermos a frequência e participação dos membros, os líderes devem dar exemplo e deixar que os outros os acompanhem. Por que era necessário tirar sortes para habitar em Jerusalém? Seria porque muitos queriam morar ali ou porque poucos queriam ir para lá? A segunda está correta. O povo preferia habitar em outras cidades, pois estavam mais estruturadas. Jerusalém era um novo começo e, por isso, dependia de pessoas trabalhadoras para reconstruir casas e abrir comércios. De cada dez famílias, uma devia morar em Jerusalém. O trabalho pioneiro exige muito esforço. Por exemplo, começar um novo trabalho missionário ou implantar um ponto de pregação numa cidade requer pessoas dispostas a enfrentar as dificuldades do início (v.1).

 

2.Alguns foram para Jerusalém voluntariamente e isto trouxe louvor da comunidade, pois viam a necessidade e estavam dispostos a enfrentar as dificuldades para ver a cidade santa reestruturada. Alguém precisa dar de si mesmo para começar um trabalho. Aqueles que eram chefes das províncias sob a permissão do reino da Pérsia, agora, são habitantes de Jerusalém. Certamente tiveram a permissão do rei para essa mudança. Os servidores do templo são chamados de “netinins”. Os oficiais do povo e do templo, evidentemente, não tinham escolha e nem sorteio, pois deviam estar em Judá (v.2-3).

 

“Alguns se voluntariaram com seus serviços. Era considerado um sacrifício ao patriotismo naquela época, visto que Jerusalém oferecia poucas vantagens e era considerado um lugar perigoso; consequentemente, o povo falava bem deles e sem dúvida oravam para que Deus os abençoava.”[15]

 

 

 

 

3.A lista é completa e está nos v.4-36.

 

Escolhas difíceis, mas necessárias (Ne 11.1-2)

1.Os líderes não têm muita escolha, precisam dar exemplo (v.1, 1 Sm 12.23, Mt 20.28).

2.As pessoas, de modo geral, escolhem o que é mais confortável (v.1, Gn 13.11, Mt 8.20).

3.A necessidade faz com que pessoas sejam escaladas, mesmo não escolhendo (v.1, Is 6.8, Jo 20.21).

4.Os que escolhem as tarefas mais difíceis precisam ser reconhecidos (v.2, 2 Sm 23.16, 1 Co 16.15-18, Fp 2.25-30).

 

Capítulo 12: A relação dos sacerdotes e a dedicação dos muros

1.Esses sacerdotes eram de bastante idade, pois eram do tempo de Jeoiaquim até o presente momento, ou seja, nos dias de Esdras e Neemias. Deus preservou uma geração antiga para testemunhar aos mais jovens da justiça e severidade de Deus bem como o seu amor e misericórdia (v.1-26).

 

2.Deus queria, para essa solenidade, muita música e alegria, por isso, deviam estar ali todos os levitas de todos os lugares. Era a dedicação dos muros. Foram quase dois meses construindo os muros, debaixo de muita perseguição. Os levitas vieram com os filhos, os quais estavam aprendendo a função do louvor a Deus. Ao redor de Jerusalém estava a cidade de Jericó e Netofati, Geba e Azmavete eram as cidades onde moravam muitos levitas. Eles moravam perto de Jerusalém precisamente por causa dessas solenidades. O crente em suas funções deve estar sempre de prontidão (v.27-29).

 

3.Em Números capítulo 8 lemos sobre os ritos de purificação que envolvia banhos e lavagem das roupas e o espargimento (aspersão) de água sobre o povo. Ninguém pode louvar a Deus sem a devida purificação. O que Deus pede dos crentes, hoje, não é esse ritual, mas uma vida moral íntegra e motivação correta. Os príncipes ficariam em lugar de destaque, no caso, em cima do muro. O muro era largo e, por isso, era possível essa procissão. Em cada lado do muro no chão, havia dois grupos fazendo a procissão. A obra de Deus deve ser cuidada e todos os participantes devem participar das alegrias da conclusão da obra. Após esses três grupos iam mais pessoas acompanhando a enorme procissão. Os instrumentos musicais de Davi foram inventados por ele para serem usados nessas festividades. Esdras ia adiante do grupo. Ele era um sacerdote e um líder notável (v.30-36).

 

4.Havia lugares em que o muro era mais alto, devido ao nível do caminho. Chegaram até a Porta das Águas que se tornou um ponto de encontro para o povo em momentos importantes. Há lugares que se tornam importantes. Se alguém se converte em algum lugar, aquele lugar passa a ter um significado especial para o crente. Nós não devemos idolatrar lugares, mas não podemos ignorar a importância desses quando algo acontece em nossas vidas. Dois grandes líderes. Esdras guiava o povo e Neemias os acompanhava. Na obra de Deus sempre há líderes com funções diferentes e os crentes são abençoados com eles. Há líderes que caminham adiante, dirigindo e há líderes que incentivam como que empurrando por trás. A torre dos fornos era onde faziam pão e, posteriormente, tijolos para a construção. Por alguma razão uma parte do muro era mais larga (v.37-38).

 

5.Todas essas portas já estudamos durante a construção. A porta de Efraim era no lugar onde moravam os efraimitas. A porta velha porque dava para a parte antiga da cidade. A porta do peixe por causa do produto que vendiam antigamente ali em frente. Sobre o nome da torre de Hananeel não temos maiores explicações. A torre de Meá porque “Meah” significa “cem”, provavelmente indicando a medida em cúbitos até a outra torre. Cem cúbitos deve dar 40 metros. Parece que a medida de uma porta a outra era de quinhentos metros. A porta das ovelhas porque os ofertantes deixavam ali o animal para o sacrifício. E, finalmente, a porta da prisão. Ali eram julgados aqueles que cometiam crimes. Chegou o momento tão esperado. Toda a procissão parou na casa de Deus, no templo. Eles vieram por caminhos diferentes. Uns do lado direito, outros pelo lado esquerdo e outros sobre o muro, mas no final se encontraram no templo. Na obra de Deus acontece o mesmo. Cada obreiro tem sua tarefa e lugares distintos de trabalho, mas tudo isso deve culminar na adoração diante do nosso Deus (v.39-40).

 

6.O privilégio de tocar as trombetas nesse momento é dos sacerdotes e os levitas têm o privilégio de entoar louvores. Chega um momento na obra de Deus que líderes como Esdras e Neemias devem dar lugar para outros trabalhadores que, com suas funções, servirão ao Senhor. Um obreiro não precisa fazer tudo na obra de Deus, por isso, o próprio Deus designou vários trabalhadores com diversas funções. Sem dúvida era um dia de muitas despesas, mas quem estava se importando com isso? Esperaram 70 anos para que chegasse esse dia glorioso. A alegria era a do próprio Deus. Um dia, quando a obra de Deus estiver realizada, louvaremos ao Senhor com a motivação correta, exaltando ao Rei dos Reis. As mulheres e crianças, possivelmente, davam aleluias e aquele som se ouvia longe, como na fundação dos alicerces do templo, tempos atrás (Ed 3.13). Imaginamos os inimigos da obra ouvindo esses gritos, trombetas e cânticos. Era a derrota deles. Assim, como foi a derrota de Satanás, a crucificação de Cristo (v.41-43).

 

“A consumação da obra de Neemias tinha sido alcançada. A cidade estava protegida por um muro e podia resistir qualquer tentativa das nações vizinhas de atacá-la. Essa era uma das principais razões para a alegria. A outra era que o povo tinha demonstrado que podia executar uma tarefa maior como uma unidade e isso provou ser um grande estímulo para a sua motivação.”[16]

 

7.Houve nomeação de tesoureiros. De fato, foi um dia bem cheio, mas era importante aproveitar o ânimo das pessoas naquele dia de dedicação, pois a partir daquele momento tudo funcionaria de modo organizado e para isto era necessária a eleição de responsáveis. No caso, a organização das ofertas colhidas, as quais seriam distribuídas para os sacerdotes e levitas. Todo o povo estava contente porque agora tinham líderes, novamente. Esdras e Neemias eram especiais como líderes, na construção do templo e dos muros, mas no dia a dia, o povo precisaria mesmo de sacerdotes. Na vida cristã, os conferencistas e pessoas que passam pela nossa vida são usadas por Deus, certamente, porém, precisamos de pastores e líderes que nos orientem no dia a dia (v.44).

 

8.Davi e Salomão deixaram ordens claras sobre a adoração na casa de Deus e estas deveriam ser seguidas (1 Cr 25-26 e 2 Cr 8.14). A ordem no culto, nos dias atuais, tomou uma nova forma. Não temos uma ordem de culto tão bem expressa quanto as palavras de Paulo em 1 Coríntios 14.40. Os cantores e porteiros recebiam suas tarefas a cada dia e assim a obra de Deus crescia com muitos louvores, todos de um só “hinário”, o livro de salmos. A dedicação dos muros foi linda, mas somente o dia a dia revelaria a intenção do povo em voltar a servir a Deus de todo o coração. Os grandes começos não devem nos acomodar e deixar de viver a vida cristã normal que é solidificada nos negócios diários de família, trabalho, estudo e adoração (v.45-47).

 

Não podemos negar a alegria do povo de Deus (Ne 12)

1.Quando expressa seu louvor pela redenção (v.24-43, Lc 15.7,10)

2.Quando tudo funciona bem na Sua obra (v.44, 1 Pe 4.10-11)

3.Quando todos trabalham (v.45, 1 Co 3.8)

4.Quando seguem os bons exemplos do passado (v.46, 2 Ts 2.15,3.6)

5.Quando todos contribuem com seus recursos (v.47, 2 Co 9.7)

 

Capítulo 13: A prática da Lei através da purificação da terra

1.O povo começou a se desviar de seus compromissos com Deus. Isto não pode ter acontecido na dedicação e nem logo depois, mas deve ter passado algum tempo. Neemias voltou para o seu ofício diante do rei por 12 anos. A reação dele ao voltar para Jerusalém e ver tudo aquilo não foi nada parecido com o que nós costumamos a considerar ser mansidão. De tempos em tempos lia-se os escritos de Moisés. Algo precisava ser feito, pois não estavam cumprindo Dt 23.3. A Palavra de Deus precisa ser colocada em prática, senão seremos hipócritas. Os amonitas e moabitas não podiam ter parte na congregação de Deus. Isto não significa que não podiam ser salvos por Deus, mas que ninguém podia se misturar com eles em casamento. Os jovens crentes devem pregar o evangelho para os incrédulos, porém, não devem se casar com aqueles que não aceitam a Jesus como o Seu Salvador (v.1).

 

2.A razão porque Deus separou esses povos do povo de Israel foi uma história antiga. Nosso Deus sempre tem Suas razões. Somente a ordem Dele deve ser suficiente para obedecermos, mas Ele nos conscientiza na Sua Palavra porque devemos obedecer. O sacerdote Eliasibe não agiu bem, pois deixou que a família do maior inimigo do povo de Deus, Tobias, amonita, se misturasse com o povo de Deus em casamentos (ver Ne 6.18). Se os próprios líderes não dão exemplo, o povo sente que a lei se afrouxa e ninguém obedece ao Senhor. Eliasibe chegou a profanar os recintos do Templo (v.2-5).

 

3.Neemias não deixaria isto acontecer, mas por outro lado, ele não poderia estar sempre ao lado do povo. É necessário que pessoas fiéis continuem a obra de Deus com a mesma fidelidade que os seus líderes realizaram. Devemos seguir os bons exemplos. A atitude de Neemias foi semelhante à de Jesus na purificação do Templo em João 2.13-22. A mansidão não está ligada à complacência. Algumas pessoas se sentem enfurecidas contra as injustiças sofridas pessoalmente, mas nem se preocupam com as injustiças contra a obra de Deus (v.6-9).

 

4.Os levitas e os cantores deixaram os seus instrumentos musicais para pegar na enxada e cuidar das lavouras para poderem se manter, pois estavam negligenciando as ofertas para eles. Isto pode acontecer com pastores e missionários que são abandonados por suas igrejas. A obra de Deus não pode ser desprezada financeiramente. Neemias não era o tipo de líder que olhava para uma injustiça e apenas se lamentava, mas ele se levantava firmemente contra as coisas erradas dentro da obra de Deus e fazia algo para reverter a situação. Algumas pessoas, talvez, se justificariam com o argumento errado de que o servo de Deus deve orar muito e ser brando antes de fazer algo deste tipo. É lamentável que se alguém não devolve o nosso troco completo nós não oramos e esperamos, mas imediatamente fazemos aquilo que é certo, ou seja, pedimos que se confira o troco mais uma vez e que se faça a justiça dando o troco corretamente e nem mesmo falamos mais neste assunto. Na obra de Deus, parece que tudo é mais lento com argumentos “santos”, os quais não passam de desculpas. Neemias contendeu com os homens da lei e restituiu os levitas ao serviço para o qual foram chamados por Deus (v.10-11).

 

5.É triste, mas muitas vezes, o povo de Deus só obedece com ações mais severas. O líder deve saber que se deixar a obra aos cuidados e caprichos da vontade humana, o resultado será a negligência, por isso, precisa lutar e não apenas se conformar. Os dízimos foram devolvidos para a casa de Deus. Na obra de Deus há destituição de cargos e funções, uma vez que pessoas não correspondam àquilo que está sendo exigido delas. Novamente, às vezes, a igreja é muito lenta nesses assuntos. Deixamos que pessoas que não estão correspondendo aos serviços da casa de Deus continuem. Neemias tinha muita autoridade como vemos neste versículo. Ele mesmo indicou pessoas. Isto nos faz questionar sobre eleições de quaisquer pessoas para cargos na igreja (v.12-13).

 

6.Neemias foi fiel e fazia tudo por amor a Deus. Ele não está sendo arrogante por esperar que Deus se lembre dele. O apóstolo Paulo também esperou o mesmo de Deus em 1 Coríntios 9.26-27. Em Dt 4.14 há uma ordem clara sobre usar animais de cargas no dia de sábado e trabalhar. Não temos de criar regulamentos, hoje, mas devemos ter em mente que o trabalho não pode tomar conta dos crentes a ponto de deixarem quase que totalmente os cultos públicos para se dedicarem aos seus ganhos (v.14-15).

 

7.Os tírios são os da cidade de Tiro. Eles traziam suas mercadorias e vendiam para o povo de Deus. Não havia nada de errado comprar e vender peixes e outras mercadorias, mas outra vez, estavam abandonando a adoração para tratar de seus próprios negócios. Neemias contendia, pois estava batalhando pela causa do Senhor, como disse Judas (Jd 3). O apóstolo Paulo disse que o servo do Senhor não deve ser contencioso, porém, não devemos julgar Neemias como se ele estivesse “comprando” briga. A obra de Deus tem regras simples e, se não estiverem sendo observadas, os líderes têm autoridade e, até mesmo, obrigação de repreender os infratores severamente (v.16-17).

 

8.Neemias não apenas repreendeu, mas também agiu. Novamente, vemos que Neemias não confiava nas pessoas desordeiras, por isso, colocou pessoas de sua confiança às portas para que as mercadorias não entrassem às escondidas. O voto de confiança já tinha sido dado no capítulo 5, mas eles não aproveitaram, por isso, Neemias age com desconfiança. Qualquer empresário faria isto com a sua empresa, por que não agir assim com os reincidentes do povo de Israel e até, hoje, com os da Igreja? Os negociantes que esperassem para vender suas mercadorias no próximo dia. Temos de aprender o que é deixar as necessidades deste mundo para “o próximo dia”. Jesus disse que “basta cada dia o seu mal”, mas ainda temos a tendência de adiantar nossas preocupações do dia seguinte e atrasar os compromissos da obra de Deus (v.18-20).

 

9.Depois que Neemias viu que eles dormiram fora dos muros, não achando isto correto, protestou contra eles. Deixá-los dormir ali sugeria uma falta de educação do povo de Deus para com os estrangeiros e também era uma forma de chantagem para que Neemias revisse a sua posição, a qual na verdade, era a ordem clara de Deus. Neemias chegou a ameaçá-los policialmente (“lançarei mão de vós”). É como mendigo dentro de uma lanchonete sem falar nada. É uma chantagem aos clientes e proprietário (v.21).

 

10.Neemias ordenou que todos os que trabalhassem no templo se purificassem, pois somente assim existiria louvor verdadeiro. Novamente, Neemias confia na recompensa de seu trabalho, mas ao mesmo tempo sabe que o orgulho e a prepotência podem tomar conta de sua vida, servindo ao Senhor, e pede perdão de seus pecados. É como a oração de Jesus quando ensinou a orarmos “e não nos deixe cair em tentação” e como Paulo disse “quem está de pé, veja que não caia”. O servo de Deus deve ter em mente 1 Tm 4.16, ou seja, deve cuidar do trabalho de Deus, sim, mas também cuidar de si mesmo (v.22).

 

11.Outra vez, a mistura de povos, o que significa idolatria. Eles estavam tão familiarizados com outros povos que estavam deixando sua própria língua. Neemias não agiu fora da lei, mas a lei prescrevia o espancamento dos desobedientes com varas. Em Provérbios diz que a vara é para a repreensão, não apenas da criança, mas para as costas do adulto desobediente (Pv 10.13, 17.10, 19.29, 26.3). Neemias mandava envergonhá-los arrancando seus cabelos (veja Is 1.6). Aquilo não ficou apenas na repreensão, mas se quisessem fazer parte do povo, deveriam prometer fidelidade aos princípios divinos (v.23-25).

 

“Na dedicação do muro de Jerusalém, a alegria do povo e a fidelidade de Neemias trouxeram a eles à palavra escrita, e Israel separou-se novamente dos povos.”[17]

 

12.Salomão era amado de Deus. O nome de Salomão era Jedidias (o amado). Até pessoas bem-queridas de Deus pecam e precisam de repreensão. O pecado de Salomão foi idêntico ao do povo, agora. De novo, um líder não estava dando exemplo para o povo de como se conduzir em santidade. Neemias agiu com disciplina rígida. O livro de Neemias termina de modo abrupto resumindo a obra de restauração que Neemias liderou. Não apenas os muros, mas uma restauração espiritual (v.26-31).

 

Ações urgentes para a purificação do povo (Ne 13)

1.Leitura da Palavra (v.1)

2.Separação nossa do mundo (v.2-3)

3.Separação do mundo de nós (v.4-5)

4.Presença de líderes firmes (v.6-9)

5.Sustento dos líderes (v.10-12)

6.Distribuição de cargos (v.13-14)

7.Descanso dos negócios para os cultos (v.15-22)

8.Orientação aos solteiros sobre o casamento (v.23-27)

9.Imparcialidade na disciplina (v.28-29)

10.Continuidade dos serviços para Deus (v.30-31)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2003

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Notas

 

1.     Introdução

 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wierse

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     Esdras e Neemias – Introdução e Comentário, pg.85 – Derek Kidner (Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. 1985)

3.     Na outlined commentary on Nehemiah, pg. 9 – Barry E. Horner (Christian Fellowship Church – North Brunswick – New Jersey – EUA – 2001)

4.     John Gill’s Expositor Bible on line 8.11 publicado por Larry Pierce, 2000

5.     John Gill’s Expositor Bible on line 8.11 publicado por Larry Pierce, 2000

6.     ibid

7.     ibid

8.     Os pontos 8-12 foram extraídos do livro “Hand me another brick” de Charles Swindoll onde trata do capítulo

9.     Poor Man's Commentary - Robert Hawker. Published in 1805; public domain (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

10.  Ironside comentaries 50+ (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 – 2014 que extraiu de plymouthbrethren.org)

11.  Annotated Bible – Arno Clement Gaebelein 1919 (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 – 2014)

12.  Albert Barnes' Notes on the Bible - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

13.  The Cambridge Bible for Schools and Colleges - Cambridge University Press – Publicado em 1882-1921; domínio público (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

14.  John Gill’s Expositor Bible on line 8.11 publicado por Larry Pierce, 2000 (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

15.  Adam Clarke's Commentary on the Bible (1715-1832) (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

16.  The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes). (Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable - extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

17.  Synopsis of the Old and New Testaments - John Nelson Darby (1800 - 1882) (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] Esdras e Neemias – Introdução e Comentário, pg.85 – Derek Kidner (Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. 1985)

[3] Na outlined commentary on Nehemiah, pg. 9 – Barry E. Horner (Christian Fellowship Church – North Brunswick – New Jersey – EUA – 2001)

[4] John Gill’s Expositor Bible on line 8.11 publicado por Larry Pierce, 2000

[5] John Gill’s Expositor Bible on line 8.11 publicado por Larry Pierce, 2000

[6] ibid

[7] ibid

[8] Os pontos 8-12 foram extraídos do livro “Hand me another brick” de Charles Swindoll onde trata do capítulo

[9] Poor Man's Commentary - Robert Hawker. Published in 1805; public domain (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

 

[10] Ironside comentaries 50+ (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 – 2014 que extraiu de plymouthbrethren.org)

[11] Annotated Bible – Arno Clement Gaebelein 1919 (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 – 2014)

[12] Albert Barnes' Notes on the Bible - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

[13] The Cambridge Bible for Schools and Colleges - Cambridge University Press – Publicado em 1882-1921; domínio público (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

[14] John Gill’s Expositor Bible on line 8.11 publicado por Larry Pierce, 2000 (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

[15] Adam Clarke's Commentary on the Bible (1715-1832) (extraído de comentários de e-sword versão 10.4.0 – 2014)

 

[16] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes). (Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable - extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

[17] Synopsis of the Old and New Testaments - John Nelson Darby (1800 - 1882) (extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

 

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