09 1 Samuel

 1 Samuel


Introdução[1]

1.A Bíblia hebraica antiga considera esses dois livros como um só, assim como os livros dos Reis. Esse livro trata da vida de três personagens: Samuel, Saul e Davi. Samuel significa “seu nome é Deus” ou como alguns traduzem “ouvido de Deus”. Embora o livro tenha o nome de Samuel, Davi é mais enfatizado. Samuel é considerado o último juiz (At 13.20) e o primeiro dos profetas (At 3.24). No VT era considerado, depois de Moisés, a pessoa mais importante dentre o seu povo (Jr 15.1). Foi também, o sucessor do sacerdote Eli, muito embora não fosse da linhagem araônica. Samuel ao que tudo indica foi o primeiro a

criar uma escola para o treinamento de jovens para o ministério profético.

 2.O autor é desconhecido. Porém, pode ser que Samuel foi coautor juntamente com Natã e Gade (1 Cr 29.29 com 1 Sm 10.25). Alguns documentos eram guardados ao lado da arca, desde o tempo de Moisés. Samuel tendo contato com tais documentos e interessado pela história de Israel, e com tantos recursos de informação, só faltavam os dotes de escritor, o que parece que tinha (1 Sm 10.25, mostra que Samuel preparou uma constituição para o reino).

 

3.O livro foi escrito entre 930-722 a.C. O livro cobre um período de 120 anos.

 

4.Alguns têm dito que este livro são os “Atos do Velho Testamento” por causa das ocorrências da atuação do Espírito Santo registradas no livro. Exemplos:

 

   1) O Espírito Santo como autor e meio para a regeneração do coração (10.6,9)

   2) O Espírito Santo como autor da ira santa e justa (11.6)

   3) O Espírito Santo como inspirador da coragem e da prudência no falar (16.13,18)

   4) O Espírito Santo como o libertador do mal (16.14)

 

5.Algumas mensagens do livro

1) Mostra o sofrimento proveniente da poligamia (1.6). A poligamia não é proibida no VT (Dt 21.15-17), porém, a monogamia é o ideal de Deus para o lar (Gn 2.21-24, Mt 19.3-6, Ef 5.21-33).

 

2) Os desastres da falta de firmeza do pai (2.22-25)

3) O perigo do formalismo e do ritualismo (4.3)

 

4) O perigo da precipitação e da presunção (13.8-14)

 

5) O perigo da obediência parcial (15.1-35)

 

6) O fim do regime teocrático e o início do regime monárquico. Israel quis um rei para ser como as outras nações (8.5-9, 12.12). Moisés havia profetizado a vinda de um reinado (Dt 17.14-15).

 

6.O episódio mais popular do livro é o duelo de Davi e Golias. Aqui vão alguns detalhes:

 

1) Golias era um gigante de quase 2,80m de altura.

2) A armadura de Golias pesava em torno de 50 quilos, a lança 6Kg.

3) Provavelmente Davi usou uma pedra de meio quilo a uma velocidade inicial de 160 a 240 kph. Sua pontaria devia ser tão boa quanto aos homens de Gibeá (Jz 20.6).

4) A primeira pedra deixou Golias inconsciente, Davi matou-o com a própria espada do inimigo.

5) Uma vitória maior do que esta foi a conquista da amizade de Jônatas (18.1-4).

 

7.O capítulo 28 relata a visita que Saul fez a feiticeira de En-Dor. Sem dúvida foi uma sessão espírita, a questão é se Samuel apareceu, de fato a Saul. Os comentaristas se dividem. Neste material, a abordagem é que não houve aparição de Samuel, mas de um demônio. Eis algumas razões:

 

1) Deus não usaria uma prática que ele mesmo condenou - Dt 18.9-14

2) Os filhos de Saul e ele não estariam com Samuel no dia seguinte - 1 Sm 28.18-19 com 29.10-11 e 30.1-2 e 30.10,13,17

3) Deus condenou aquele ato - 1 Cr 10.13

4) Não houve verdade na profecia, pois nem Saul, nem todos seus filhos morreram no dia seguinte


Capítulo 1: Poligamia, rivalidade e dedicação

1.Essa é uma história muito instrutiva sobre o padrão da poligamia acompanhado de muita dor de cabeça. Os homens atuais, promíscuos, também têm mais de uma esposa. Uma esposa oficial e outras que arrancam dele dinheiro, tempo, energia e, talvez, pensão. Elcana era um homem que cumpriu seus deveres religiosos, mas talvez como muitos, hoje, apenas para tranquilizar a consciência. Vemos que não era um homem de fé, mas de ritual. Sempre haverá uma preferência na poligamia e Elcana preferia Ana, como se vê pela porção de alimento que dava para ela. A rivalidade das mulheres haveria de qualquer forma, mas a esterilidade de Ana a deixava em desvantagem diante de Penina. Ana ficava tão triste que não comia naqueles dias, mesmo recebendo generosa porção de alimento (Sl 42.3). Elcana tentava consolar Ana atribuindo a ela uma honra para compensar a tristeza por não ter dado a ele filhos (v.1-8).

 

2.A pressão de Ana era tão grande que as lágrimas escorriam pela face. Ela não era queria fazer um showzinho, por isso, ela buscou ao Senhor, mas foi mal interpretada por duas pessoas que deveriam compreender o seu sofrimento. Às vezes, as pessoas mais próximas podem se tornar insensíveis. Eli deveria ser sensível, pois era o líder espiritual de Ana e Elcana por ser o seu marido que dizia que a amava mais do que 10 filhos. Ana estava tão entregue ao Senhor que o filho que porventura viesse como presente de Deus, seria devolvido para o próprio Deus. Ana orava insistentemente. O Senhor Jesus ensinou a orar pedindo, buscando e batendo e também ensinou sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar, insistindo. Muito triste uma mulher ser maltratada por um líder espiritual sobre quem coloca sua confiança. Eli teve que reconhecer que aquela mulher era mais espiritual do que ele e, por isso, rogou a bênção de Deus sobre ela. Como a oração faz bem para a alma e para o físico. Ana já não estava tão triste e até voltou a comer (v.9-18).

 

3.Deus respondeu a oração de Ana e ela teve um filho. Ela dedicou Samuel ao Senhor, conforme havia dito em oração alguns meses atrás. Ana decidiu que não iria naquele ano à Casa do Senhor. Ela iria no próximo ano para deixar Samuel para sempre com o Senhor. Essa é a verdadeira entrega de filhos. Eles não são nossos. Quantas mães são homenageadas no Dia das Mães como santas e sagradas, mas que, no entanto, agarram seus filhos com todas as forças para que jamais desejem ser um missionário. Criam filhos para o mundo, mas não para Deus. O que se passa na mente de uma mulher que desejou tanto um filho e quando o recebe não fica com ele? Somente a mãe que sabe o que significa a bênção do Senhor, como Ana, poderia responder essa pergunta. Levaram o menino e a oferta prescrita pela Lei (Nm 15.9). Na entrega do menino a Eli vemos uma mulher que vivia para o Senhor e não para os homens. Mesmo que ela tenha sido mal interpretada pelo sacerdote Eli, ela reconhecia que, no momento, ele ainda era a autoridade de Deus sobre a vida dela e, por isso, entrega o filho a ele. Mais tarde, o filho dela, Samuel, seria o instrumento de Deus para a disciplina de Eli. Fazemos nossa parte e Deus faz a justiça sobre todos os assuntos (v.19-28).

 

“Alguns referem a não apenas desmamar do peito, mas à comida comum às crianças e, por isso, supõem que se refere ao crescimento até nove ou dez anos de idade.”[2]

 

Um mapa infalível para encontrar a paz de Deus em meio às decepções da vida (1 Sm 1)

1.Manter a rotina aguardando de Deus uma mudança (v.1-3)

2.Não ignorar os sentimentos de tristeza só porque está na casa do Senhor (v.4-7)

3.Suportar o cinismo das pessoas (v.8)

4.Buscar ao Senhor em oração insistente (v.9-12)

5.Sofrer o risco de ser mal interpretado e até caluniado (v.13-16)

6.Planejar-se para dar o melhor ao Senhor (v.17-23)

7.Executar com determinação aquilo que o Senhor aprovou de seus planejamentos (v.24-28)

 

Capítulo 2: Cântico de louvor. Filhos execráveis (deploráveis, abomináveis)

1.Ana foi uma vitoriosa na oração, pois lançou mão dos elementos necessários para a oração: pedir, esperar e agradecer. Ela reconheceu a santidade do Senhor e o vê como o protetor. Na oração dela percebe-se que o ser humilhada pelo Penina foi uma luta interior muito grande para ela. Porém, ela confiava Naquele que tudo vê e que, finalmente, julgará toda a arrogância. Como um pequeno exército fraco, Ana venceu o grande inimigo, pois Deus a fortaleceu para a batalha que enfrentou. Deus reverteu a história e o fraco se tornou forte, a estéril gerou filhos, o faminto ficou satisfeito, ao passo que o forte, a mãe e o farto ficaram fracos, sem filhos e famintos. Como Tiago disse, o soberbo será abatido. Deus tira a vida e chama o morto para fora do sepulcro, como aconteceu com Lázaro em João 11, ressuscitado por Jesus. O pobre, hoje, pode se tornar amigo dos príncipes, rico, se Deus assim quiser. O rico, seguro em suas propriedades, pode perder tudo, se Deus tirar-lhe o mantimento. É uma oração da virada. Porém, não apenas para a exaltação, mas para a humilhação. No caso de Eli, haverá uma virada na vida dele para pior. Jó experimentou a virada e o retorno para a situação confortável. Nossa vida está nas mãos do Senhor. Não apenas o pecado e a arrogância nos faz cair em insucessos, mas a vontade permissiva Dele também pode cumprir aos Seus propósitos, os quais quase sempre não entendemos de primeira mão. Ana oro sobre a vitória do rei, mas em Israel ainda não havia sido instituída a monarquia, por isso, a oração também foi uma profecia, em dois tempos, falando dos reis de Israel, mas principalmente do Rei dos reis, Jesus Cristo, o vitorioso sobre toda a terra (v.1-10).

 

“A referência a seu rei antes que houvesse um rei em Israel tem sido a principal razão pela qual alguns negam que a autoria desse cântico seja de Ana. Embora Israel não tenha tido rei até alguns anos depois disso, a necessidade que sentiam disso já havia sido expressa na época dos juízes (Jz 8.22; 9). Contudo, a esperança de um rei era tão antiga quanto a aliança abraâmica (Gn 17.6), e o processo de ungir, adequado para a consagração de reis (Jz 9.15), fazia parte do ritual de Israel. Portanto, não há nada de anacrônico no discernimento de Ana de que estava para raiar uma era de realeza mediante o ministério de seu filho, pois ela desempenha um papel profético aqui.”[3]

 

A grande virada para cima ou para baixo (1 Sm 2)

1.Do choro para o riso (v.1)

2.Do abandono para a proteção (v.2)

3.Da arrogância para o julgamento (v.3)

4.Da fraqueza para a força (v.4)

5.Da fartura para a fome, da fome para a abundância (v.5)

6.Da esterilidade para a fertilidade, da fertilidade para a esterilidade (v.5)

7.Da morte para a vida (v.6)

8.Da pobreza para a riqueza, da humilhação para a exaltação (v.7-8)

9.Da proteção para a perdição (v.9)

10.Da derrota para a vitória (v.10)

 

2.Mesmo que Ana estivesse determinada a deixar o menino sob os cuidados de Eli, na Casa do Senhor, a separação de uma mãe do filho sempre é calorosa e cheia de sentimentos. O menino Samuel viveria num ambiente em que as coisas não estavam corretas. Eli tinha filhos que não eram um bom exemplo para Samuel. Isso nos faz pensar mais sobre a redoma em que queremos colocar nossos filhos, protegendo-os das influências do mundo. Eles terão que aprender a perceber que o mundo jaz no Maligno e que, às vezes, até as escolas evangélicas, igrejas e seminários são contaminados com pessoas que não andam exatamente como Deus quer. Os filhos de Eli eram glutões, desrespeitosos e imorais. Eram também ameaçadores e violentos. Tristemente abusadores. Temos uma cultura popular evangélica que diz que todos os pecados são iguais, porém, note que o Senhor via aquele pecado como grande pecado ou pecado muito grave. Assim era o ambiente em que Samuel fora criado (v.11-18).

 

3.A mãe de Samuel presenteava o filho anualmente com uma veste sacerdotal. Certamente isso renovava na mente dela o voto feito ao Senhor. Temos que manter nossa visão espiritual e ministerial. Ela gastava tempo, durante o ano, para costurar aquela veste e isso a mantinha focada no ministério do filho e a entrega dela ao Senhor. Outros filhos não são substitutos para Samuel, mas o Senhor presenteou Ana com cinco filhos. Eli, por sua vez, sofria muito com a vida escandalosa que os filhos levavam. Líderes precisam ter filhos fiéis e não acusados de dissolução (Tt 1.6). Somente filhos maiores podem praticar dissolução, que é o pecado da imoralidade. É verdade que filhos casados com suas próprias famílias respondem por si próprios, porém, se esse filho é um líder na igreja do pai pastor, certamente devem ser disciplinados. É até mesmo duvidoso que, estando na mesma igreja, o pai teria alguma autoridade no ministério (v.19-25).

 

“Eli deveria reprová-los mais severamente e abertamente expor o mal de seus feitos e, como juiz puni-los por essas más obras.”[4]

 

4.Por outro lado, Samuel ganhava a apreciação do Senhor e das pessoas. Se Samuel ainda era muito novo para repreender Eli severamente, Deus levantou um profeta para fazer isso. A ação de Eli em favor dos filhos era uma idolatria, pois honrava mais aos filhos do que a Deus. A filholatria está presente hoje também. Os filhos podem levar os pais a fazerem tudo o que eles querem. O texto do departamento de Polícia do Texas é antigo, mas bem apropriado, conforme lemos abaixo. Tudo o que o profeta falou aconteceria, pois foi Deus quem estava proferindo, através do profeta, a sentença contra Eli e os filhos. A profecia inclui o novo sistema de governo, a monarquia (v.26-36).

 

Doze regras para se criar um filho delinquente[5]

 

Há alguns anos atrás, a polícia da cidade de Houston, Texas, publicou um folheto que continha doze regras para se criar um filho delinquente. Esse trabalho mostra que a polícia, a primeira a se haver com os resultados dos lares permissivos, nunca se deixou levar pelos teóricos nem pelos pais que acreditavam que a criança nasce boa e precisa expressar sua bondade. A seguir essas doze regras.

 

1.Comece desde a infância a dar a seu filho tudo o que quiser. Desta maneira ele crescerá achando que o mundo tem que dar-lhe tudo.

 

2.Quando ele aprender palavrões, ria-se dele. Isto o fará pensar que é engraçadinho e o encorajará a aprender frases “mais engraçadinhas” ainda, que mais tarde vão lhe deixar completamente sem jeito.

 

3.Nunca lhe dê treinamento espiritual algum. Espere até que ele tenha vinte e um anos e deixe-o “decidir por si mesmo”.

 

4.Evite o uso da palavra “errado”. Pode desenvolver nele um complexo de culpa. Isto condicionará seu filho a acreditar mais tarde, quando for preso por roubar um carro, que a sociedade está contra ele e que está sendo perseguido.

 

5.Apanhe tudo que seu filho deixar espalhado: livros, sapatos e roupas. Faça tudo por ele e assim ele se acostumará a jogar todas as responsabilidades em cima dos outros.

 

6.Deixe-o ler tudo que lhe caia nas mãos. Cuide sempre que as vasilhas, pratos, talheres e copos sejam esterilizados, mas deixe que sua mente se alimente de lixo.

 

7.Brigue com sua esposa (ou marido) frequentemente na presença dos filhos. Deste modo, eles não ficarão chocados mais tarde, quando o lar se desfizer.

 

8.Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Não permita que ele trabalhe para ganhar dinheiro. Por que ele teria que adquirir as coisas com as mesmas dificuldades que você?

 

9.Satisfaça qualquer desejo de comida, bebida e conforto que ele tenha. Veja que todos os seus desejos sensuais sejam gratificados. A inibição dos desejos pode dar origem a uma perniciosa frustração.

 

10.Tome partido dele contra vizinhos, professores e policiais. Todos eles estão de prevenção contra seu filho.

 

11.E quando ele estiver seriamente envolvido em dificuldades, desculpe-se a si mesmo dizendo: “Nunca consegui fazer nada com ele!”

 

12.Prepare-se para uma vida de tristezas e sofrimento. Você está fazendo tudo para tê-la.

 

Eli e seus filhos (1 Sm 2)

1.Os filhos de Eli eram adultos e, provavelmente, casados (1 Sm 1.3).

2.Os filhos de Eli eram glutões, egoístas, desrespeitosos e ameaçadores (2.12-21).

3.Os filhos de Eli eram dissolutos (impuros sexuais, 2.22).

4.Eli falava, mas não agia (2.23-24).

5.Os filhos seriam a queda do pai (v.25-26)

6.Eli praticava a filholatria. Ele colocava os filhos acima do Deus que servia, mimando-os (v.27-36).

7.Samuel era a solução de Deus para a desqualificação de Eli (3.10-19, ver v.13).

8.A consequência na insistência no ministério, já desqualificado, afeta a muitos (4.11-22).

 

Capítulo 3: A confirmação de Samuel e a desqualificação de Eli

1.Samuel estava aprendendo o trabalho do sacerdócio. As visões e revelações de Deus eram raras, portanto, Samuel não pegou uma época de facilidades. Eli era bem velho e cego. Samuel estava à noite dormindo ao lado da Arca de Deus, lugar propício para receber alguma visão ou mensagem de Deus. Lembramos de Zacarias que recebeu a visita de um anjo no seu turno. Deus falou com Samuel em uma época escassa de revelações divinas. Isso mostrava uma confirmação de Deus. O jovem que não estava acostumado ao ofício e menos ainda com as revelações de Deus buscou ajuda de Eli que o ignorou. Na terceira vez, Eli não pode ignorar que Deus estava falando com o jovem. Seria um grande desafio para Eli, reconhecer a aprovação de Deus sobre a vida de Samuel. O jovem Samuel está dando os seus primeiros passos em direção a um contato mais íntimo com Deus (v.1-10).

 

2.Deus mostra para Samuel que, de fato, ele é o escolhido para o sacerdócio e que Eli foi rejeitado. Não porque está velho, mas porque não correspondeu àquilo que Deus queria. É muito decepcionante terminar o ministério desqualificado. Samuel faria parte de uma transição que traria pavor em todos, pois não era comum acontecer isso, de um líder da nação ser colocado de lado e ser substituído por um jovem. Todas as mudanças são difíceis, mas essa era quase insuportável. Parece que no fundo Eli não acreditava que Deus seria tão severo depois de tudo o que ele fez pela nação. Não era fácil para Samuel receber aquela visão, mas muito mais difícil repassar o recado de Deus para Eli. A intimação de Eli, embora fosse constrangedora, era a força motivadora para dar coragem ao jovem Samuel. Eli ouviu toda a mensagem de Deus, através de Samuel, e entregou-se ao Senhor que é totalmente justo. Samuel passou a ser íntimo de Deus e fez parte da mudança do modo de Deus se revelar. O que faltava era um sacerdote consagrado. O pecado prejudica a ação de Deus entre as pessoas. A fama de Samuel se espalhou pela nação. Ele ganhou respeito de todos (v.11-21).

“Que os jovens considerem o modo como Samuel mostrou-se pio [piedoso], e com ele aprendam a lembrar-se de seu criador nos dias de sua mocidade. As crianças podem ser religiosas. Samuel é a prova de que o Senhor se agrada de que as crianças o escutem e esperem Nele. Samuel é o exemplo de todos os temperamentos amáveis, que são o ornamento mais esplendoroso da juventude, e a fonte segura da felicidade.”[6]

 

Um jovem obediente (1 Sm 3)

1.Um jovem que servia a Deus (v.1)

2.Um jovem que dormia cedo (v.2-3) A lâmpada se apagava de madrugada, antes do alvorecer

3.Um jovem que ainda não conhecia a Deus muito bem (v.4-7)

4.Um jovem que subiu de nível com Deus (v.8-10)

5.Um jovem que respeitava os mais velhos (v.11-15)

6.Um jovem que não mentia, mas falava a verdade (v.16-18)

7.Um jovem que crescia amando a Deus (v.19-21)

 

Uma bagagem pesada para um iniciante (1 Sm 3)

1.Pesava o fato de ser jovem (v.1)

2.Pesava o fato de Deus se revelar pouquíssimo (v.1)

3.Pesava o fato do líder ser muito limitado (v.2)

4.Pesava o fato do líder ignorar o aprendiz (v.3-6)

5.Pesava o fato da falta de intimidade com Deus (v.7-9)

6.Pesava o fato de ter que se colocar como juiz do líder (v.10-18)

7.Pesava o fato de se tornar muito conhecido (v.19-20)

8.Pesava o fato de muitas pessoas colocarem a confiança sobre ele (v.21)

 

Capítulo 4: Derrota nacional e tragédia familiar

1.Depois de um cenário aparentemente pacífico, isto é, sem guerras, quase nos esquecemos que o contexto do livro que estamos estudando é a época dos juízes e, por isso, ainda havia batalhas. Desta vez, e mais uma vez, contra os filisteus. A derrota de Israel nunca é normal. Sempre que acontece é devido a algum desajuste da liderança ou do povo. É sinal de desobediência. Os líderes, inconformados com a derrota, decidem que a presença da arca lhes dará a vitória. Os filhos de Eli foram junto com a arca para a batalha. Os filisteus temeram os gritos dos hebreus e a presença da arca, achando que estavam protegidos por algum deus poderoso. De fato, a história do Egito era tão famosa que os filisteus achavam que os mesmos “deuses” que deram vitória para Israel combateria contra eles agora. Porém, sabemos que foi o único Deus verdadeiro que deu vitória aos israelitas. Os filisteus, por medo, ganharam força e mataram 30 mil israelitas (v.1-10).

 

2.A Palavra de julgamento do Senhor se cumpriu, pois os filhos de Eli foram mortos. A notícia foi muito triste para todo o povo e para Eli foi fatal. A idade avançada, a cegueira e a obesidade contribuíram para um tombo pelo susto que Eli levou com a notícia. A mulher de Fineias também se assustou e começou a dar à luz, pois estava grávida. Ela acabou morrendo no parto. O nome dado ao filho mostrou uma total falta de esperança, “foi-se a glória de Israel” (v.11-22).

 

 

 

“Os hebreus costumavam confundir a presença de Deus e os símbolos religiosos de Sua presença. Deus estava onde os objetos sagrados estivessem. Quando a arca foi tomada, Deus foi considerado ausente de Israel. Nos anos subsequentes, os profetas de Israel insistiram que Deus estava com Seu povo tanto na hora do castigo como na hora da bênção.”[7]

 

O colapso chegou (1 Sm 4)

1.O colapso do exército (v.1-2)

2.O colapso espiritual (v.3-11)

3.O colapso nacional (v.12-16)

4.O colapso familiar (v.17-21)

5.O colapso religioso (v.22)


Capítulo 5: A Arca de Deus tornou-se maldição contra os filisteus

Os filisteus acreditavam que a arca, além de estar longe dos israelitas, traria sorte a eles. Muitas pessoas se chegam até os símbolos e verdades do Cristianismo e se apegam por crendices e não por fé no Deus verdadeiro. Não havia fé verdadeira nos filisteus. Eles apenas colocaram a arca que simboliza a presença de Deus junto com seu deus Dagom. Num ato divino, a imagem de Dagom caiu em frente da Arca. Isso demonstra que os ídolos caem diante do Deus verdadeiro. Necessariamente, isso não acontecerá sempre e, por isso, não precisamos sair por aí derrubando imagens ou esperando que os ídolos se despedaçaram. Aqui foi uma demonstração do poder de Deus, mas ainda milhões de imagens de outros povos ficaram em pé. No segundo dia, novamente, Dagom caiu e desta vez ficou quebrado. Os sacerdotes, por causa disto, passaram a não pisar a soleira, mas pulá-la, pois Dagom tocou o chão ao cair a cabeça e braços ficaram na soleira. O profeta Sofonias menciona o poder de Deus sobre os ídolos (Sf 1.9). É muita ingenuidade pensar que seja possível separar o ídolo do adorador. Deus vê essa ligação como rebelião e, por isso, lança maldição não apenas sobre o ídolo que é derrubado se quebra, mas sobre os adoradores, os quais ficam doentes, cheios de tumores. Os idólatras reconheceram que a Arca deveria sair dali, pois entenderam que a maldição e doença foi infligida pelo Deus de Israel. Um conselho da nação se reuniu e concordou que a Arca deveria sair da Filístia. A Arca foi tirada de Asdode (Azoto em Atos 8), mas não foi devolvida para Israel e sim transferida para outra cidade da Filístia, Gate. O resultado foi que mais pessoas da nação ficaram doentes, cheias de tumores. Aliás, todas as pessoas da cidade ficaram doentes. Levaram para outra cidade da Filístia, Ecrom. Ali se adorava Belzebu, o senhor das moscas. A Arca já não era vista como proteção, mas como maldição sobre o povo e, claro, os ecronitas não queriam aquele “presente”. A decisão mais sábia era devolver a Arca de Deus ao povo de Deus. Muitas mortes e doenças foram espalhadas entre os filisteus (v.1-12).

 

“Asdode foi então visitada pelo Senhor com a terrível praga das hemorroidas (em heb. 'ophelim, “ferimentos”). Julga-se que se trata da peste bubônica, tão frequente na Ásia, cujos sintomas eram o inchaço das glândulas linfáticas nas virilhas.”[8]

 

 

 

 

 

O mundo tenta se superar (1 Sm 5)

1.Superar-se na adoração de ídolos (v.1-2)

2.Superar-se de suas derrotas religiosas (v.3-5)

3.Superar-se de suas doenças (v.6-10)

4.Superar-se de suas tragédias e mortes (v.11-12)

 

Capítulo 6: A devolução da arca

1.Os filisteus se apropriaram da arca da aliança do Senhor Deus de Israel para a sua própria ruína. Agora achavam que ao devolvê-la deveriam enviar algum presente como forma de apaziguar a ira de Deus. Essa é a ideia pagã, a de que uma divindade precisa ser apaziguada. O número de presentes seria o número de governadores filisteus. Enviariam cinco tumores de ouro e cinco ratos também de ouro. Alguns pensam que, possivelmente, a doença era a peste bubônica, causada pelos ratos. Os filisteus lembraram muito bem do destino de Faraó por tentar resistir a Deus por tanto tempo. Os filisteus, como todos os animistas, acreditavam que a doença era causada por Deus e, por isso, estavam apaziguando, enviando presentes. No entanto, ainda carregavam suas crendices, por isso, enviaram a arca e os presentes em carros de bois. As vacas que puxariam o carro seguiriam em algum rumo. Se fossem para a cidade de Bete-Semes, então, entenderiam que era Deus o responsável pela maldição, senão, teria sido apenas o acaso. Os carros tomaram a direção de Bete-Semes (v.1-12).

 

2.Os moradores ficaram surpresos ao ver a arca chegando à cidade. O povo usou as vacas e as madeiras do carro para fazerem fogo e oferecerem os animais em sacrifício. Na grande pedra que havia ali, colocaram a arca e os presentes e depois deixaram a pedra ali mesmo como memorial. Os cinco governadores viram tudo aquilo, talvez espiando de longe. Os moradores de Bete-Semes fizeram algo que não deveriam, abriram a tampa da arca, o propiciatório, para ver o que havia dentro da arca. Eles foram mortos por Deus. Imediatamente perceberam que a arca com toda a santidade de Deus não podia ficar com eles. Pediram ajuda para os irmãos de Jearim (v.13-21).

 

“Eles tinham um único plano para provar – duas vacas leiteiras que nunca tinham sido carregadas um jugo. Normalmente elas retornariam para os seus bezerros para serem amamentados – as vacas também não estavam acostumadas com o jugo.”[9]

 

A devolução da arca e as doutrinas atuais (1 Sm 6)

1.A doutrina falsa do apaziguamento. Ofertar para tudo dar certo (v.1-3)

2.A doutrina falsa da imitação. Achar que Deus precisa de nossas ideias (v.4-5) muitos imitam o tabernáculo. As imagens são imitação de Deus e daqueles que já morreram

3.A doutrina falsa do acaso. Achar que Deus não tem nada a ver com algum assunto (v.6-9)

4.A doutrina verdadeira da Santidade. Deus é Santo o homem pecador (v.10-21)

 

Capítulo 7: A vitória de Samuel sobre os filisteus

1.A arca finalmente retorna ao território de Israel. Em Bete-Semes houve uma tragédia, pois os 70 homens desobedeceram e abriram a arca. Deus os exterminou. Os homens de Jearim buscaram a arca e colocaram na casa de Abinadabe. Eleazar, o filho de Abinadabe, ficou responsável em vigiar a arca. Talvez a arca tenha chegado até aquela família por serem levitas e de família sacerdotal. A arca ficou sete meses no território dos filisteus e vinte anos na casa de Abinadabe, em Jearim, território de Israel. As pessoas oravam e tinham a arca como proteção, porém, eram idólatras. Samuel disse que a verdadeira proteção vem da obediência a Deus. O homem confia em seus próprios recursos e usa a presença de Deus apenas com uma bênção adicional. Eles obedeceram ao conselho de Samuel. Ali em Mispa, Samuel orou com o povo. Houve um sentimento de contrição diante do Senhor demonstrado no ato de derramar água diante do Senhor (v.1-6).

 

“Derramar água simbolizava o sentimento povo de total incapacidade para resistir efetivamente o inimigo (Sl 62.8). O povo mostrou que sentia uma grande necessidade em passar tempo em oração para se fortalecer espiritualmente em vez de comer para fortalecer-se fisicamente. Eles fizeram isso através do jejum.”[10]

 

2.Os filisteus não aprenderam a lição da maldição da arca, por isso, pretendiam invadir Israel. O povo de Israel, por sua vez, também não aprendera a lição com Deus, de que Ele protegerá o povo. Nessa incredulidade, o povo ficou com medo dos filisteus. Samuel incentivava o povo a continuar em oração. Samuel, em um ato sacerdotal sacrificou um animal como oferta de louvor, mas também como expiação pelo pecado de incredulidade do povo. Deus ouviu Samuel. A vitória não veio por armas ou confronto dos exércitos, mas por trovoadas. Os filisteus ficaram apavorados e fugiram diante do barulho do céu. O povo de Israel perseguiu os filisteus e venceu. Samuel colocou uma pedra como memorial e a chamou de Ebenézer (até aqui nos ajudou o Senhor). Enquanto Samuel viveu, os filisteus não invadiram Israel. Israel teve a devolução de terras tomadas pelos filisteus. Samuel foi um servo dedicado a Deus e ao povo (v.7-17).

 

Encontros (1 Sm 7)

1.O encontro de Deus com o povo (v.1-2)

2.O encontro do povo com Deus (v.3-6)

3.O encontro do inimigo com o povo (v.7-9)

4.O encontro de Deus com o inimigo (v.10-11)

5.O encontro do povo com a paz de Deus (v.12-17)

 

Capítulo 8: A nação pede um rei

1.Todos envelhecem e isso também aconteceu com Samuel, com o qual estamos mais acostumados como a criança que foi dedicada ao Senhor por sua mãe piedosa, Ana. Na Lei de Moisés, um levita podia se aposentar com 50 anos e depois disso era permitido que servisse como instrutor (consultor) dos mais jovens (Nm 8.24-26). Samuel dedicou os seus filhos para fazerem o que ele fazia como juiz. Os filhos Joel e Abias foram vergonha para Samuel, pois só pensavam em dinheiro. O mesmo que Eli passou, Samuel está passando, por isso, devemos orar uns pelos outros. Líderes que têm filhos rebeldes sempre abrem espaço para críticas. O povo de Israel, além de reprovar Samuel, por causa da velhice e dos filhos, pede um rei para governá-los. Evidentemente, Samuel não gostou do pedido do povo, mas em vez de brigar e lutar por sua posição, decidiu orar a Deus (v.1-6).

 

2.Deus tranquilizou o coração de Samuel, mostrando que a rejeição não é a Samuel, mas ao próprio Deus. O Senhor já tinha uma história de rejeição por parte de Israel e agora Samuel estava experimentando isso também. Quando um servo passa pelos mesmos sofrimentos do Senhor, ele é bem-aventurado. O povo quer um rei, então, terá um rei, porém, foram bem advertidos sobre as demandas e impostos que sofreriam. O povo serviria o rei em tudo, no exército, na agricultura, na fábrica de armas, na perfumaria, culinária, confeitaria, na pecuária, enfim, serão escravos do rei. Apesar de toda essa explicação, o povo não conseguia ver os caroços da fruta, apenas a polpa. Quando um desejo é intenso, a tendência é a cegueira. A motivação não era santa. Não era por causa dos filhos de Samuel propriamente, pois isso poderia ser resolvido de outra maneira. Nem era por causa da velhice de Samuel, mas a motivação era a inveja que tinham de outras nações (v.7-22).

 

“Note o divino propósito usando o pecado do homem como seu instrumento para seus desígnios. Deus prometeu a Israel um rei (Dt 17.14) e os anciãos podem ter pensado que estavam pedindo por algo que estava dentro do plano de Deus. De fato, pediram, porém, sua motivação estava errada, bem como sua oração... Neste caso, como sempre acontece, Deus usa os pecados dos homens como ocasião para o cumprimento de Seu propósito eterno...”[11]

 

O dedo de Deus apesar do pecado do homem (1 Sm 8)

1.A incapacidade para continuar liderando (v.1-6)

2.A opressão por escolha errada (v.7-18, veja Dt 17.14-20)

3.A obstinação por causa da cobiça e inveja (v.19-22)

 

Capítulo 9: O promissor Saul

1.Este episódio da nação de Israel é muito marcante, pois surge o primeiro rei humano. Até o momento, o povo era conduzido por Deus através do sistema Teocrático de governo, mas se instaurado agora o sistema Monárquico. A aparência de Saul era bonita. Vemos um padrão de beleza que a Bíblia não ignora. Saul era obediente ao pai, trabalhador e inteligente. Ele tem a tarefa de recuperar as jumentas perdidas do pai dele. Saul não era preguiçoso, mas insistente. Além disso, era um rapaz de bom senso, pois avaliou que não valia a preocupação do pai com Saul, caso demorasse demais procurando as jumentas. Porém, ouvia as pessoas, pois o empregado do pai que também era dele ofereceu alternativa e Saul considerou e acatou. Outra qualidade do jovem Saul era não ser ingrato, pois se fosse se encontrar com um profeta, ele tinha consciência de que deveria levar algum presente. É comum desprezarmos Saul pelo o que ele se tornou, mas temos que admitir que era muito qualificado no início (v.1-13).

 

2.O encontro com Samuel foi marcado de boas-vindas. Deus já orientara Samuel sobre Saul e o primeiro encontro com ele. Deus usaria grandemente a vida de Saul como rei e libertador do Israel do domínio dos filisteus. As jumentas perdidas não foi por acaso, pois Deus dirigiu toda a situação para que Saul experimentasse a presença de um homem de Deus, Samuel. O próprio Samuel, dirigido por Deus, indicaria onde estavam as jumentas. Todo o encontro foi marcado com a mão de Deus. O ambiente era de adoração a Deus. Saul não era arrogante, pois ao ser elevado à posição de importância diante do povo, ele disse a Samuel que não se via tão importante assim. Tudo estava pronto para a apresentação de Saul. Havia trinta convidados para aquela refeição. O pedaço especial de carne foi antecipadamente preparado para Saul. Deus tinha um recado para Saul. Tudo era muito inesperado para o jovem que apenas saiu em resgate das jumentas do pai e que não queria deixar o pai preocupado, mas ele se vê num banquete e ainda com um pernoite diante do homem de Deus, Samuel, o qual Saul nem conhecia (v.14-27).

 

 

 “O povo escolheu Saul. Ele parecia ser um bom rei (v.2). Ele saiu para buscar as jumentas do seu pai (v.3), mas os asnos de Israel estavam procurando por ele (v.20). Deus garantiu o pedido do povo, mas enviou magreza à alma deles (v.17). Saul era genuinamente humilde? (v.21).”[12]

 

 A personalidade e formação de Saul prometiam um bom rei (1 Sm 9)

1.Era de família rica (v.1)

2.Era de boa aparência (v.2)

3.Era trabalhador (v.3)

4.Era perseverante (v.4)

5.Era responsável (v.5)

6.Era bom ouvinte (v.6)

7.Era grato (v.7-10)

8.Era respeitoso para com as moças (v.11-13)

9.Era humilde (v.21)

10.Era o escolhido de Deus (v.14-27)

 

Capítulo 10: O rei Saul é apresentado à nação de Israel

1.A unção do óleo sobre a cabeça de Saul simbolizava a consagração de Deus sobre o reinado de Saul. Ele não foi uma escolha precipitada e errada. Tudo foi dirigido por Deus através do profeta, sacerdote e juiz Samuel. As pessoas podem realmente receber todas as condições de realizar um excelente ministério e decepcionar. Por isso, Paulo diz para Timóteo que ele deve se lembrar da confissão que ele fez diante de muitas testemunhas e da imposição das mãos pelos presbíteros. Saul foi alvo das profecias de Deus, as jumentas seriam achadas e, de fato, o pai de Saul estaria preocupado com a ausência dele. Toda a preparação de Saul esteve envolvida com adoração e sacrifício a Deus. Primeiro ao encontrar Samuel e depois ao encontrar os três homens indo adorar em Betel. Ele também encontraria profetas adorando ao Senhor e o próprio Espírito Santo o capacitaria para estar no meio dos profetas. Saul saiu de casa por um dia e Samuel está dizendo que ele ficaria 7 dias com os profetas (v.1-8).

 

2.Deus teve que mudar o coração de Saul. Um rei precisa ser alguém com determinação de querer reinar. Saul era bem conhecido por ser de família rica. As pessoas que viram Saul entre os profetas se admiraram. O tio de Saul estava por ali e quis saber de tudo, mas Saul omitiu as palavras de Samuel que o consagrou rei de Israel. É meio difícil explicar que você saiu para resgatar jumentas e voltou rei. Samuel convocou o povo de Israel, todas as tribos, para anunciar que o desejo da nação de ter um rei estava sendo realizado. Vemos que Samuel enfrentou aquela rejeição, anteriormente, de modo obediente a Deus. Não imaginavam que seria Saul, pois ele não estava ali. Afinal, Samuel veio para apresentar um rei, mas o rei não estava presente. Porém, Samuel disse que ele estava escondido na bagagem. O próprio Samuel afirmou que não havia ninguém igual a Saul entre o povo. Ele era a escolha perfeita. O povo concordou e saudou o novo e primeiro rei de Israel. Tudo foi devidamente registrado num livro e colocado na casa do Senhor. Saul estava rodeado de homens corajosos. É verdade que sempre que se levanta um líder há oposição por parte de alguns. Logo no início Saul foi desprezado, porém, isso não significa que não era a escolha certa (v.9-27).

 

“Entre as carroças ou bagagens do povo que ali se reunia. Provavelmente, Saul fez isso a partir de um senso de sua própria indignidade.”[13]

 

O peso da responsabilidade de uma liderança confirmada por Deus (1 Sm 10)

1.Capacitado por Deus (v.1)

2.Confirmado por Deus (v.2)

3.Reconhecido pelos homens (v.3-5)

4.Cheio do Espírito Santo (v.6)

5.Obediente (v.7)

6.Paciente (v.8)

7.Transformado por Deus (v.9)

8.Causa admiração nos outros (v.10-12)

9.Discreto quando necessário (v.13-16)

10.Apresentado oficialmente (v.17-21)

11.Sentimento de indignidade (v.22)

12.Honrado pela maioria (v.23-24)

13.Envolvido em responsabilidades e expectação (v.25)

14.Cercado de amigos e inimigos (v.26-27)

 

Capítulo 11: A primeira grande vitória do rei Saul

O primeiro grande teste para o novo rei, o rei Saul, está prestes a acontecer. O rei dos amonitas em uma aliança com a cidade de Jabes atacariam Israel. As condições do acordo eram impossíveis, ou seja, os de Jabes deveriam sacrificar um de seus olhos. Para não se renderem na hora, os moradores de Jabes foram atrás de uma alternativa e chegaram até Saul. Saul, cheio de uma ira santa, mandou um recado a toda a nação de que ele e Samuel deveriam abraçar essa causa e lutar contra os amonitas. O povo de Jabes respondeu aos amonitas que se entregariam no dia seguinte, o que era mentira, apenas queriam ganhar tempo para que Saul e seu exército salvador os livrassem. Saul venceu os amonitas e ganhou crédito. Queriam matar todos os contrários ao reino de Saul, mas Saul se mostrou compassivo. Finalmente, Saul recebeu as honras e tomou posse como o primeiro rei de Israel (v.1-15).

 

“Exceto se o crente se esqueceu de sua aliança com Deus, não há razão para se comprometer com o mundo em uma aliança. Através do nosso Rei, podemos ter a vitória.”[14]

 

A provisão de Deus para o seu povo em apuros (1 Sm 11)

1.O mundo oferece uma provisão enganosa para nossas dificuldades (v.1-3)

2.O crente deveria se indignar com a provisão enganosa que o mundo oferece (v.4-6)

3.Deus oferece uma provisão para o crente que está em apuros (v.7-9)

4.O crente deve se alegrar com a provisão de Deus para as suas dificuldades (v.10-15)

 

Capítulo 12: A exortação de Samuel para o povo de Israel

1.A missão de Samuel foi realizada sem vaidade, ciúme ou competição. Ele preparou e entregou o rei que o povo de Israel queria. O rei teve sucesso e autoridade logo no início. Teria tudo para continuar bem. A história de Samuel foi longa e virtuosa entre o povo de Israel. Ele foi um juiz, sacerdote e profeta exemplar. Não foi ganancioso. O apóstolo Paulo disse o mesmo diante dos tessalonicenses e coríntios. Todos reconheciam a integridade de Samuel. Ele estava justificado diante do povo. Como é bom cumprir uma tarefa, uma carreira e ser reconhecido pelas pessoas e muito mais pelo próprio Deus. Quando há uma narrativa a respeito da saída do Egito, podemos ter certeza que a seguir vem uma exortação ou promessa. O testemunho vitorioso do passado torna-se para o crente um incentivo ou uma acusação, caso não ande nos caminhos do Senhor. Samuel recorda com o povo a saída do Egito e os juízes, a idolatria, rebeldia e as libertações através dos juízes. Embora a escolha de um rei foi motivada por inveja dos povos e rejeição a Deus, o Senhor usaria este novo sistema de governo, a monarquia, para conduzir o Seu povo. A obediência e as consequências pela desobediência não mudaram. Isso nos ensina que não importa o governo que temos sobre nós, temos a responsabilidade de obedecer a Deus (v.1-15).

 

2.Deus enviou um sinal de trovões e chuva para que soubessem que o Senhor estava falando através de Samuel. Todos ficaram com medo, pois Samuel não estava brincando ou tentando assustá-los. Deus realmente estava ali. O impressionante foi que o trigo já estava colhido e era época da estiagem, então, não era comum chuvas e trovões. O povo reconheceu seu pecado em pedir um rei. Samuel os tranquilizou, pois Deus ainda os aceitava por sua grande misericórdia. Tudo aquilo deveria ser uma grande lição a todos para servirem ao Senhor de todo o coração e abandonar toda a idolatria. Samuel também tinha responsabilidade que era orar pelo povo. Ele considerava pecado não orar pelo povo. Todos os líderes devem orar por seu rebanho e se não estiverem fazendo estão pecando. Mas, em vez de se entristecerem apenas, basta começar a prática de ter uma lista no papel ou na memória e passar a orar pelas pessoas. É verdade que Samuel não lembraria dos nomes de milhões de pessoas, mas não deve ser o nosso caso que temos poucas dezenas de pessoas para lembrar em nossas igrejas (v.16-25).

 

“Esse discurso de Samuel não deve ser considerado como uma despedida e resignação de seu ofício, pois embora uma nova autoridade tenha sido apresentada e os filhos de Samuel excluídos da sucessão, ainda assim, foi gradualmente que houve uma mudança em sua posição. Ele ainda julgaria.”[15]

 

A paciência de Deus pelo povo através de Samuel e outros líderes (1 Sm 12)

1.Concedeu um rei a pedido do povo (v.1-2)

2.Concedeu um juiz justo para o povo (v.3-5)

3.Concedeu um libertador no passado (v.6-8)

4.Concedeu vários juízes no passado recente (v.9-11)

5.Concedeu um sinal do céu confirmando a Palavra (v.12-19)

6.Concedeu um profeta, juiz e sacerdote para orar pelo povo (v.20-23)

7.Concedeu grandes feitos em favor do povo (v.24-25)

 

Capítulo 13: A impaciência e presunção de Saul

Saul liberou os homens para suas cidades, mas os convocou novamente para combater os filisteus, pois Jônatas, o filho de Saul, matou o comandante filisteu e eles souberam. Não há contradição no texto, pois Jônatas matou o comandante filisteu por ordem de Saul. Então, pode-se dizer também que Saul matou o comandante filisteu. A quantidade de soldados dos filisteus era assustadora para o exército de Israel, por isso, escondiam-se. O povo esperava Samuel, mas ele se demorou e o povo já não mantinha fidelidade ao rei Saul. O rei, para não perder o apoio do exército usurpou uma tarefa que não era a dele, mas de Samuel, a de oferecer animais em holocausto. Samuel repreendeu Saul por causa de sua presunção. Devido a essa falta de confiança no Senhor, Saul foi reprovado e seria uma questão de tempo até que o próximo rei o substituísse. Saul contava apenas com 600 soldados. Houve uma debandada. Outra desvantagem é que os israelitas não tinham armas de ferro, pois quando os filisteus dominaram sobre Israel acabou com a profissão dos ferreiros. Isso era uma enorme desvantagem (v.1-23).

 

“Não significa que Saul ofereceu o sacrifício com suas próprias mãos... que ele agiu na função sacerdotal nesta ocasião. A cooperação de sacerdotes executando as tarefas pertencentes a eles em tais ocasiões... como no caso dos sacrifícios oferecidos por Davi e Salomão.”[16]

 

Situações incômodas (1 Sm 13)

1.Uma ameaça (v.1-3)

2.Uma desvantagem numérica (v.4-7)

3.Um atraso (v.8)

4.Uma presunção (v.9-12)

5.Uma reprovação (v.13-14)

6.Uma debandada (v.15-16)

7.Um inimigo cheio de estratégias (v.17-18)

8.Uma desvantagem armamentista (v.19-23)

 

Capítulo 14: Vitória, voto e proteção para Jônatas contra o próprio pai

1.Jônatas era arrojado, ousado. A intenção dele era derrubar os filisteus. Ele não pediria para o seu pai, pois ele jamais deixaria Jônatas fazer uma loucura dessa. Os jovens podem ser muito corajosos, basta canalizar sua mente nos objetivos certos. Jônatas cria verdadeiramente no poder de Deus, mas também na vontade Dele. Algumas pessoas colocam na cabeça um alvo e chamam isso de vontade de Deus. Jônatas estava pronto para derrotar o inimigo, não importava se estivesse apenas ele e seu servo. Porém, se Deus mostrasse que ele não deveria atacar ele obedeceria a Deus. O servo de Jônatas também é um exemplo de submissão e obediência. O sinal de Deus para Jônatas seria o convite ou não dos filisteus para eles se aproximarem do acampamento. Jônatas entendeu que Deus estaria com ele e seu servo, por isso, Jônatas derrubava os soldados e o servo os matava. Mataram 20 soldados. Os demais filisteus ficaram com muito medo. Talvez pensassem que vários hebreus estavam atacando. A confirmação de Deus veio por um terremoto, o que deixou os filisteus mais apavorados. No acampamento dos israelitas, viram de longe que os filisteus estavam perdidos, pra cá e pra lá. O rei Saul mandou contar os homens, pois quem não estivesse ali, certamente era o responsável por aquele alvoroço entre os filisteus. Descobriram que era Jônatas e seu armeiro. Saul pedira ajuda ao sacerdote para consultar o Senhor, mas acabou dispensando, pois com toda a certeza Deus já tinha respondido atacando o exército dos filisteus por meio de Jônatas e seu servo. Saul aproveitou e atacou os filisteus. Até os hebreus traidores, os quais estavam no acampamento dos filisteus, retornaram ao exército de Israel. Os hebreus escondidos em cavernas também se juntaram ao exército de Saul. Foi uma grande vitória que não dependeu de quantidade, mas de fidelidade ao Senhor e coragem Nele (v.1-23).

 

 

 

 

 

“Os filisteus estavam, pelo poder de Deus, lutando uns contra os outros. O mais evidente era que Deus fez isso. Saul perguntaria se Deus queria que ele fizesse alguma coisa. Mas Saul estava tão ansioso para lutar contra o inimigo caído, que não esperou o fim de suas devoções, nem ouviu o que Deus responderia.”[17]

 

Enviados por Deus (1 Sm 14.1-23)

1.Quem é mandado por Deus é determinado (v.1a)

2.Quem é mandado por Deus não se prende pelos pais (v.1b)

3.Quem é mandado por Deus não espalha os seus planos a todos (v.2-3)

4.Quem é mandado por Deus não vê montanhas como obstáculo, mas como oportunidade (v.4-5)

5.Quem é mandado por Deus não se preocupa com quantidade (v.6)

6.Quem é mandado por Deus é obediente (v.7)

7.Quem é mandado por Deus aguarda o sinal Dele para agir (v.8-15)

8.Quem é mandado por Deus motiva outros a entrarem na batalha do Senhor (v.16-23)

 

2.Não era uma boa estratégia fazer jejum em dias de batalha. Lembramos de Paulo, naquele navio em direção a Roma. Ele insistiu para que os homens comessem, pois precisariam forças para a tempestade e o naufrágio. Saul fez um voto precipitado, um hábito que estava crescendo em sua vida. A precipitação causa muitos males sobre as pessoas que amamos. Devia ter sido uma tentação muito grande, estar com fome e ver o mel bem acessível ao faminto. O povo estava com medo do voto maldito de Saul. Conduzir as pessoas pelo medo nunca produz bons resultados. Jônatas, a quem todo o Israel devia a vitória sobre os filisteus, experimentou do delicioso mel, porém, não sabia do voto precipitado do pai. O fato é que, cansado da batalha, ao comer do mel, os olhos de Jônatas brilharam. Certamente a boca do povo salivou de vontade. Quando Jônatas ouviu sobre a maldição do pai, ele discordou, pois, de fato, era uma ordem tola. Jônatas até argumentou que se tivessem pegada da comida dos filisteus derrotados, a vitória seria muito maior. Quanto poderíamos conquistar também, se desfrutássemos mais da graça do Senhor Jesus. O povo estava tão faminto e, agora, ouvindo o argumento de Jônatas, quando chegou à tarde e já livres do voto, comeram o gado ali mesmo com sangue e tudo. Alguém denunciou o ato para Saul e este providenciou um modo de comerem em um lugar apropriado. Quando as ordens são infundadas, como a de proibir de comer em tempo de batalha, tudo fica transtornado. A fome tomou conta dos soldados famintos e, por isso, agiram de modo impensado. Saul era muito voltado ao ritualismo, mas não usava o bom senso (v.24-35).

 

“Saul não era totalmente insensível a Jeová e Sua vontade. Podemos ver isto em seu interesse em observar o ritual da lei dieta (1 Sm 14.33) e seu desejo de honrar a Deus pela vitória (1 Sm 14.35, Êx 17.14-16). Entretanto, Saul pode ter construído este altar simplesmente para fazer uma reparação por sua transgressão legal, não para expressar gratidão pelo dia da vitória.”[18]

 

 

 

 

 

 

O veneno da precipitação (1 Sm 14.24-35)

1.A precipitação é venenosa porque age sem pensar (v.24)

2.A precipitação é venenosa porque não considera o melhor (v.25)

3.A precipitação é venenosa porque amedronta as pessoas (v.26)

4.A precipitação é venenosa porque coloca pessoas desavisadas em perigo (v.27-28)

5.A precipitação é venenosa porque provoca irritação e contra-argumento nas pessoas (v.29-30)

6.A precipitação é venenosa porque faz as pessoas pecarem contra Deus (v.31-32)

7.A precipitação é venenosa porque faz do precipitado um hipócrita (v.33-35)

 

3.O povo ainda segue o seu rei, Saul. Deus não respondeu a Saul na primeira vez e, por isso, suspeitava-se de algum pecado entre o povo. Saul estava pronto a castigar o pecador, ainda que fosse o próprio filho. O povo sabia, mas nada respondeu para proteger Jônatas. Deus permitiu que a sorte caísse sobre Jônatas e este confessou que comeu mel quando a ordem do rei era não comer nada naquele dia. O rei Saul, mais disposto a cumprir sua própria lei do que mostrar misericórdia a quem ajudou tanto a Israel, prometeu matar Jônatas. O povo se indignou, pois não era justo. Saul cedeu à pressão do povo. Quando estamos mais prontos a cumprir regras absurdas do que a confiar na provisão maravilhosa de Deus para cada situação da vida, tornamos nossa existência e a de outros muito amarga (v.36-46).

 

3.Saul era valente, cheio de iniciativa e poderia ser um excelente rei. Ele conseguia ver pessoas de valor perto dele, mas a sua precipitação e inveja foram sua ruína. Os próximos versículos falam de suas guerras contra os filisteus e sua família (v.47-52).

 

Quando a falta de ajustes do bom senso perturba a todos (1 Sm 14.36-52)

1.Algo não fica bem entre você e Deus (v.36-37)

2.Um peso de pecado fica sobre você (v.38)

3.As pessoas querem te ouvir, mas não concordar (v.39)

4.Você se coloca como réu diante das pessoas (v.40)

5.Deus permite que você chegue à conclusão do assunto por amor ao Seu povo (v.41-42)

6.Você se torna cruel, mesmo contra toda sua família (v.43-44)

7.Você fica nas mãos de pessoas de bom senso e não em sua sabedoria (v.45-52)

 

Capítulo 15: Desobediência e rejeição

1.Saul estava sempre em constantes provas. É como se Deus estivesse dando a ele mais uma chance de mostrar que o seu coração estava inclinado para as coisas corretas e divinas. Chegou o momento de Deus se vingar dos amalequitas por não deixarem o povo de Israel passarem para entrarem em Canaã. O juízo de Deus pode demorar, como alguns pensam, mas o Senhor tem o seu tempo de julgamento. A ordem era simples: destruir tudo, os animais e pessoas de todas as idades. Saul não teve dificuldades de invadir a cidade de Amaleque. Os queneus foram poupados por terem mostrado bondade para com a nação. Saul obedeceu parcialmente a ordem de Deus. Ele poupou Agague, o rei dos amalequitas bem como os animais de qualidade. É incrível como não conseguimos destruir as obras da carne em nossa vida. Poupamos o que julgamos melhor, nossas capacidades, talentos e tudo o que achamos que serve para impressionar a Deus e aos homens. Morremos com Cristo e esta verdade já foi consumada. Porém, quando não consideramos isso, sofremos com a vaidade de poupar o nosso melhor. A carne jamais agradará a Deus (v.1-9).

 

2.Deus disse a Samuel que Saul desobedeceu novamente. Saul teve chance de consertar sua obstinação e independência. Quando Samuel encontrou Saul, este se antecipou e disse que obedeceu ao Senhor. Quando Samuel perguntou a Saul sobre os animais, Saul respondeu que guardou o melhor para o Senhor e também que poupara o rei Agague. Conquistar o rei vivo era sinal de vitória para os povos, porém, Deus deu uma ordem específica e Saul deveria ter obedecido. Samuel mostrou o chamamento de Saul através de uma retrospectiva histórica. No Antigo Testamento, quando se faz uma retrospectiva, certamente, vem uma repreensão depois. Foi o que aconteceu. Mesmo tendo explicado o erro para Saul, ele não aceitou e quis se justificar. O homem não pode agir como se a Palavra saísse dele, mas deve obedecer, pois ela vem de Deus. Samuel mostra que os sacrifícios não são mais importantes do que a obediência. O pecado de rebelião de Saul foi equivalente à feitiçaria, pois a desobediência nada mais é do que o desprezo a Deus para seguir o próprio caminho, assim como a idolatria (v.10-23).

 

3.Saul reconhece o seu pecado. Muitas vezes, reconhecemos o pecado tarde demais para tentar fugir de uma disciplina. Samuel, dirigido por Deus, não aliviou a consciência de Saul que estava contaminada com seus enganos e manipulações. Deus rejeitou Saul. Porém, Saul não queria deixar Samuel ir, pois sabia que não haveria retorno. Ao tentar pegar Samuel, Saul rasgou-lhe a roupa, o que serviu de profecia. Assim como o manto de Samuel foi rasgado, o reino de Saul foi rasgado. Deus daria para alguém melhor do que Saul. A humilhação de Saul foi pública, diante de todos os anciãos. Saul pediu misericórdia e parece que Samuel concedeu a ele a oportunidade de adorar ao Senhor (v.24-31).

 

4.Samuel realizou a tarefa que deveria ser feita por Saul e matou Agague. O rei Agague feriu muitos inocentes e, agora, o juízo de Deus cai sobre ele. Muitos deixam de acreditar na Bíblia devido à matança. Seria importante essas pessoas se perguntarem se realmente creem na justiça de Deus e se acreditam na existência do inferno, pois o Senhor, ainda hoje, está punindo os pecadores permitindo a existência do inferno e deixando que pecadores sem Cristo sejam lançados ali nas terríveis trevas. Samuel não viu mais Saul, mas o coração de Samuel sofria por Saul. Samuel era um servo bem compassivo. Ele poderia até ficar inimigo de Saul, pois foi o rei escolhido para substituir o governo de Samuel que era juiz. No entanto, Samuel não nutria nenhum tipo de rivalidade com Saul, tanto assim que a queda de Saul não deixava Samuel contente. Quando a Bíblia diz que Deus se arrependeu no versículo 35 não está em contradição com o versículo 29. O arrependimento de Deus, ou seja, a mudança de mente está no fato de que Ele tem bênção e juízo para entregar ao homem, conforme o comportamento do homem (v.32-35).

 

“A história de Saul traz consigo esses fatos: ... A vida que vivemos é uma vida de provação [um teste]; Deus coloca homens em certas condições para prová-los. Estamos sob teste, assim como Saul esteve.”[19]

 

O peso da obediência (1 Sm 15)

1.Obediência pode ser pesada, mas a desobediência é um fardo (v.1-3)

2.Obediência parcial é desobediência completa (v.4-9)

3.Obediência não é questão de opinião própria (v.10-16)

4.Obediência é melhor do que sacrifício (v.17-23)

5.Obediência protege da queda (v.24-31)

6.Obediência precisa ser individual (v.32-35)

Capítulo 16: A escolha de um rei em lugar de Saul

1.Samuel tinha muito dó de Saul. Deus já tinha rejeitado Saul. Samuel temia por sua vida, pois Saul poderia matá-lo, caso descobrisse que Samuel estava à procura de um rei. Deus queria alguém da família de Jessé, mas não qualquer pessoa. Deus já havia escolhido Davi. Os anciãos da cidade ficaram com medo quando viram Samuel. Ele disse que estava ali apenas para sacrificar. O primeiro rei escolhido tinha ótima aparência. O próximo rei não impressionava, pois o homem vê o exterior mas Deus vê o interior. Deus sabia quem Ele escolheria, mas os homens, não. Jessé mostrara sete filhos, mas nenhum deles foi escolhido por Deus. Só faltava ver um dos filhos, mas sem esperança alguma de que ele seria o rei. Era um jovem pastor de ovelhas. Samuel não comeria sem antes ver esse jovem. Ele não era feio, simplesmente não tinha a mesma aparência de Saul que era alto e sobressaía a todo o povo. Ele era ruivo. Os ruivos, parece, sempre sofreram bullying na história. Eliabe poderia ser o próximo Saul, pois era alto e, assim, a nação manteria a presença de um rei com boa aparência. Davi era muito bonito ou delicado para uma tarefa tão grandiosa. O Espírito Santo entrou em Davi e permaneceu nele, o que não era comum, pois sabemos que no Antigo Testamento o Espírito Santo não habitava permanentemente os crentes (v.1-13).

 

“Os Seus caminhos não são os nossos caminhos; precisamos realmente confiar Nele para nos guiar; para nos ajudar a tomar as decisões corretas. Três coisas, neste capítulo, revelam nossa necessidade de confiar em Deus para nos dirigir em tudo o que fazemos. 1) Sua ordem a Samuel (v.1-5) 2) Sua escolha por Davi (v.6-13) 3) Seu controle sobre Saul (v.14-23).”[20]

 

A intermediação do homem numa escolha divina (1 Sm 16.1-13)

1.Não é fácil quando se trata de substituição (v.1-2)

2.Não é difícil quando a substituição é feita por Deus (v.3-5)

3.Não é uma escolha pessoal (v.6-7)

4.Não pode ter pressa (v.8-10)

5.Não é previsível (v.11-13)

 

2.Como sabemos, no Antigo Testamento, o Espírito Santo cumpria uma função na vida de pessoas, mas não as habitava permanentemente. Saul estava longe do Senhor cada vez mais, por isso, abriu janela em sua vida para que os demônios o oprimissem. Os empregados de Saul, orientados por Deus, certamente, indicaram um tocador de harpa para tranquilizá-lo. Não apenas um artista, um músico, mas alguém que andava com Deus, o qual transmitiria paz naquela situação perturbadora da mente de Saul. A indicação não poderia ser melhor. O jovem Davi era bem talentoso, agradável, tinha valor e coragem e, o mais importante, andava em comunhão com Deus. O pai de Davi, Jessé, mandou junto com Davi um agrado ao rei, vinho, carne de cabrito e pão. Saul gostou de Davi e o fez seu novo armeiro. Além, de fazer aquilo para o que foi designado, acalmar Saul em sua perturbação de alma. Podemos ser usados por Deus para acalmar as pessoas, pois Aquele que vive em nós é de paz. No entanto, nossa missão não é apenas acalmar as pessoas, mas atraí-las para o Senhor Jesus Cristo. Para alguém resolver o seu problema da alma ou o pecado precisa ir até àquele que dá descanso às almas sofredoras, as quais carregam fardos pesados. Em arrependimento e reconhecendo Jesus como Salvador substituto para os seus pecados, as pessoas encontrarão não apenas paz para seus momentos de perturbação, mas vida eterna (v.14-23).

 

“A poderosa influência exercida pela música sobre o estado mental é bem conhecida desde os tempos antigos; assim, os antigos sábios gregos recomendavam a música para acalmar as paixões, curar as doenças mentais e até mesmo controlar os tumultos entre as pessoas.”[21]

 

O pânico e a paz (1 Sm 16.14-23)

1.Demônios perturbam e provocam pânico (v.14)

2.Rejeição contra Deus provoca pânico (v.15)

3.A música pode ser um paliativo contra o pânico (v.16-17)

4.A presença de Deus substitui o pânico pela paz (v.18)

5.Pessoas comuns podem ter paz e reis podem estar em pânico (v.19-20)

6.Pessoas guiadas por Deus exalam paz (v.21-23)

 

Capítulo 17: A vitória de Davi sobre Golias

1.Os filisteus não desistiam de sua luta contra Israel. Saul era o rei ainda, pois não havia consumado a destituição do seu reino. Mesmo em pecado de rebeldia contra Deus, houve um intervalo longo até que Davi se tornasse rei. Portanto, a luta seria travada contra os filisteus sob o comando do rei Saul. A figura emblemática dos filisteus era Golias, um gigante de quase três metros de altura, assustador. A armadura de Golias pesava uns sessenta quilos. A ponta da lança de Golias pesava uns sete quilos. A função de Golias era provocar. Dificilmente alguém pensaria que era apenas uma bravata, mas acreditava-se pelo o que se podia ver que ele era um homem forte e poderoso. A oferta do desafio era tentadora, pois tudo seria decidido apenas com uma luta entre Golias e um escolhido de Israel. Saul e os soldados não viram uma oportunidade, mas estavam apavorados com a ameaça. Três filhos de Jessé eram soldados de Saul. Davi era um interessado pelo combate, mas jovem demais para a batalha e cuidador das ovelhas do pai. As provocações de Golias eram repetidas por quarenta dias. Os incrédulos insultam os crentes porque não compreendem os feitos de Deus (At 2.13-15, 2 Rs 2.23-25, At 17.32, 2 Pe 3.3-4, 1 Pe 4.14-16) (v.1-17).

 

2.Davi podia chegar perto do acampamento, mas apenas para suprir os irmãos de alimentos e fazer um agrado ao comandante do exército dando algum alimento também. Jessé queria incentivar os homens de guerra da maneira que pudesse. Davi chegou no acampamento no exato momento em que estavam se alinhando para ir ao encontro dos filisteus. Uma vez que não tinha um desafiante para Golias, a batalha seguiria no corpo a corpo com centenas e milhares de soldados de ambos os exércitos. Davi chegou também no momento em que Golias fez o costumeiro desafio. O incentivo para o lutador israelita era enorme, caso vencesse. Riquezas, casamento com a filha do rei e isenção perpétua de imposto. Para Davi era uma questão muito simples. Um pagão que desafiava não apenas o povo, mas ao Deus vivo. Ao que parece, Davi despertava inveja dos irmãos, pois Eliabe, seu irmão, ficou bravo com ele, achando que o lugar dele era no pasto com as ovelhas e não no campo de batalha. A inveja era facilmente identificada, pois Samuel ungiu Davi no meio dos irmãos (veja 1 Sm 16.13). Davi se defendeu como pode diante do irmão. Logo Saul ficou sabendo do curioso Davi. Aliás, sendo que ele foi escolhido pelo rei para ser seu armeiro, Davi não estava fora de lugar naquele acampamento. Davi se voluntariou a ser o desafiante de Golias (v.18-31).

 

3.Saul mostrou a loucura que era a pretensão de Davi, pois era muito jovem e sem experiência. No entanto, Davi quis mostrar o seu currículo para o rei, o que soou mais como piada, pois proteger ovelhas era muito diferente do que entrar naquele duelo. A história de Davi soava mais como alguém querendo contar vantagem, pois não havia testemunhas dos grandes feitos que Davi estava falando de si próprio. Saul deu uma chance para Davi, mas talvez pensasse que fosse mais uma missão suicida. Saul preparou Davi com a armadura real e capacete. Davi dispensou esses aparatos, pois deixava-o preso por falta de costume. O seu único armamento era um bastão, cinco pedras e uma funda (v.32-40).

 

4.Golias não acreditava no que estava vendo, um jovenzinho delicado e não um guerreiro. Golias ficou até ofendido, pois queria um desafio que chegasse perto à sua estatura e coragem. Como um idólatra rogou maldição dos deuses sobre Davi. Como era a melhor escolha dos israelitas, Golias zombou e ameaçou matar Davi e jogar seu corpo para ser comido pelas aves e animais do campo. Davi confiava no Senhor, a sua única arma contra Golias. Davi nem mesmo considera a funda como a arma infalível. Assim deveríamos nós agirmos na vida cristã. Não devemos confiar em nossos recursos, mas somente no Senhor. Davi não fez ameaças humanas, mas profetizou a derrota de Golias e dos filisteus diante do exército de Deus. Davi não precisou das cinco pedras. Apenas uma foi suficiente para derrubar mortalmente Golias. Com a própria espada de Golias, Davi o decapitou. Os filisteus não esperaram para se entregarem como servos e nem mesmo para combaterem Israel. Os soldados filisteus fugiram. Os israelitas perseguiram os filisteus e os mataram. Aproveitaram também dos despojos (v.41-53).

 

5.O troféu de Davi diante do povo era a cabeça de Golias. As armas de Golias ficaram para Davi. Saul nem mesmo conhecia Davi, pois perguntou a Abner quem era o rapaz. Abner não sabia, pois se soubesse, certamente seria considerado o mais valente do seu exército. Saul quis saber com precisão quem era aquele pequeno herói.

 

“Alguns críticos consideram esses últimos quatros versículos como uma interpolação, bem como o parágrafo entre 1 Sm 17.12-31. A opinião deles é fundamentada na aparente discrepância da narrativa... Keil e outros comentaristas não veem razão para duvidar da genuinidade da narrativa. As seguintes soluções da aparente contradição nessa questão de Saul, para a declaração de 1 Sm 16.21-23 são essas: ‘É necessário apenas admitir que a ausência de Davi foi longa (não há data exata); que Saul raramente vira Davi, exceto nos momentos de loucura; que Abner ficara ausente da coorte quando Davi estava lá; e que a aparência pessoal de Davi mudara nos últimos tempos... (Translator of Lange´s Commentary).”[22]

 

Os insultos em várias frentes (1 Sm 17)

1.O povo de Deus sendo insultado pelos incrédulos (v.1-11)

2.Os irmãos mais velhos insultando o mais novo (v.12-29)

3.O valente não aceitando os insultos (v.30-40)

4.O inimigo se sentindo insultado (v.41-48)

5.A vitória de Deus contra todo o insulto (v.49-58)

 

Capítulo 18: Amizade e ciúmes

1.Davi encontrou em Jônatas o que não encontrava nos irmãos e em Saul. Uma amizade sincera e sacrificial. Uma amizade baseada no amor de Deus e no desejo de servir um ao outro e a nação. Saul realmente viu o valor que era ter aquele jovem em seu palácio. Davi era muito útil como músico, valente guerreiro, conselheiro e amigo. Jônatas tinha uma amizade de devoção para com Davi e, por isso, em sinal de amizade ofereceu coisas valiosas para a época: túnica militar, a espada, o arco e o cinto. Davi era bem-sucedido por onde ia, por isso, Saul de modo sábio o promoveu a comandante. Isso não causou ciúme no exército e nos soldados. Todos viam que era justo. As mulheres também gostavam muito de Davi e, por isso, festejavam ao voltar de da batalha contra Golias. O problema é que o elogio delas a Davi machucou profundamente Saul, pois havia no canto uma comparação onde Davi levava a melhor fama. Saul que dava o devido valor a Davi, agora estava enciumado, o que atrapalhou muito o relacionamento pessoal e profissional. Novamente Saul ficou loucamente oprimido por espíritos maus e Davi, como antes, o consolou com a música. Dessa vez, porém, Saul tentou matar Davi. Aliás, aconteceu duas vezes. Saul sabia da escolha de Deus por Davi e, por isso, tinha medo de que Davi tomasse o seu lugar. O medo de perder posição faz com que as pessoas façam loucuras. Até a promoção que Saul dava a Davi tinha como objetivo afastá-lo, mas o Senhor dava vitória a Davi. A opinião popular era favorável a Davi e isso deixava Saul com mais medo de perder sua posição (v.1-16).

 

2.Saul tinha uma dívida para com Davi e nada deveria exigir dele, pois trato é trato. Ele venceu Golias e tinha por direito pagamento, a filha como esposa e isenção de impostos. Se entendermos como um convite, Davi foi agraciado com alta posição no exército do rei. No entanto, a motivação de Saul era acabar com Davi sem que ele mesmo se sujasse com tamanha ofensa contra a nação, pois afinal Davi tornara-se um herói nacional. Saul pensava que ao enviar Davi às batalhas, em algum momento, ele seria morto. Mais tarde Davi fez isso com Urias. Davi considerava muita honra ser genro do rei, o que nos dá a certeza de que ele derrotou a Golias em nome de Deus e não por alguma recompensa. De qualquer maneira, Saul não cumpriu a promessa e deu a primogênita para outro. Mical ficou apaixonada de Davi. Saul achou muito bom, pois isso desviaria a atenção de sua desonestidade e, além disso, pelo dote que ele pediria por Mical, certamente Davi seria morto, o que não aconteceu. O fato é que Davi podia ter a filha de Saul sem pagar nada, pois o pagamento já tinha sido combinado e executado ao matar Golias. Davi, porém, em vez de ficar ofendido, animou-se em casar-se com Mical e, antes do dia marcado para o casamento, matou 200 filisteus. Davi cada vez mais famoso e Saul cada vez mais ciumento e vendo Davi como uma ameaça. Por todos os dias da vida de Saul, ele ficou inimigo de Davi (v.17-30).

 

“Se as pessoas ciumentas ponderassem nesta história, descobririam como é inútil tentar frustrar os planos de Deus sobre a vida do outro (veja Sl 7.11-13,16). Não fique amuado, não subestime, não semeie suspeitas... se você escolher o caminho da generosidade, você descobrirá a alegria em seu coração. Estabeleça suas bases em Cristo contra a indignidade e egoísmo!”[23]

 

Sendo cativado (1 Sm 18)

1.Cativado pela amizade sincera (v.1-5)

2.Cativado pelo ciúme (v.6-16)

3.Cativado pelas palavras e promessas (v.17-30)

 

Capítulo 19: O ódio incontido de Saul contra Davi

O ódio de Saul só se prolongava. Jônatas resolveu investigar os sentimentos do pai. Jônatas até tentou convencer o pai da loucura de odiar um valente como Davi, o qual só fez bem, derrotando o gigante Golias. Jônatas foi um testemunho contra Saul a respeito da tentativa de assassinato de um servo valoroso como Davi. Nós também, hoje, podemos incorrer no mesmo erro ao julgar alguém que só faz o bem. Quando isso acontece, certamente a causa é o ciúme. Saul concordou com o filho, porém não tinha determinação moral. A informação de Jônatas para Davi não era mentirosa, mas equivocada, por causa do pai que era tão inconstante. Como das outras vezes, Saul tentou matar Davi. A esposa de Davi tentou protegê-lo através de um engodo, mas conseguiu apenas atrasar a perseguição. Davi teve que finalmente fugir. Uma fuga muito parecida com a do apóstolo Paulo no futuro. Davi buscou refúgio em Samuel e os seus profetas. Saul mandou soldados para prendê-lo. Deus fazia com que os soldados profetizassem. Isso aconteceu três e, finalmente, até com o próprio Saul. Muito parecido com o que Deus fez com Balaão que tinha um propósito, mas Deus mudava (v.1-24).

 

 עָרֹום, γυμνός (grego, gimnos, ginástica) Nem sempre significa completa nudez, mas também se aplica a uma pessoa sem as vestes externas (veja Is 20.2, Mq 1.8, Jo 21.7).”[24]

 

Encorajamento (1 Sm 19)

1.Ter amigos é encorajador (v.1)

2.Ser protegido é encorajador (v.2)

3.Ser avisado é encorajador (v.3)

4.Ser defendido é encorajador (v.4-6)

5.Ser informado é encorajador (v.7)

6.Ser protegido outra vez é encorajador (v.8-17)

7.Ser hospedado é encorajador (v.18-24)

 

Capítulo 20: Jônatas protege Davi

1.Davi estava cansado e atordoado por tamanho ódio de Saul contra ele. Jônatas achava que Davi estava exagerando um pouco, mas Davi entendia que Saul não contava tudo para Jônatas, pois este amava Davi e falaria a ele. Jônatas quer acreditar no amigo e faz de tudo para entender a situação. Davi faz um teste com a cooperação de Jônatas e fica concluído que, de fato, Saul quer a morte de Davi. A ausência de Davi à mesa do rei juntamente com a reação do rei seria a evidência do ódio de Saul ou seria apenas impressão de Davi. O sentimento de Davi podia estar um pouco comprometido, por isso, ele está pronto a ser morto pelo próprio Jônatas, caso tivesse culpa diante do rei. Jônatas mantém sua fidelidade a Davi e propõe outro teste a Davi. Jônatas fez Davi prometer que cuidaria da família dele, o que aconteceu bem claramente, posteriormente, com Mefibosete. O teste de Jônatas era o teste das flechas. A distância e o grito de orientação das flechas para os empregados seriam o aviso para Davi (v.1-23).

 

2.O contexto desse banquete é uma festa que os judeus celebravam com holocaustos em louvor a Deus. Saul sentiu a ausência de Davi e ficou furioso. Embora fossem dias de louvor, Saul tinha outros sentimentos, o de ódio e o desejo de assassinar Davi. Como Davi não estava ali, a fúria de Saul foi despejada sobre Jônatas, pois este amava muito a Davi e Saul sabia disso. Não havia mais segredos, Saul queria matar Davi e como penalidade para Jônatas, Saul prometeu que jamais ele (Jônatas) seria o sucessor no reino. Saul estava fechado para um diálogo racional, por isso, tentou matar Jônatas. Se havia alguma dúvida na impressão de Davi, Jônatas agora tem certeza que Davi não estava imaginando coisas. É claro que Jônatas tinha sentimentos e, por isso, estava bravo com o pai dele. O apóstolo Paulo adverte aos pais para que não irritem os seus filhos. O aviso para Davi foi dado no campo e os dois choraram, pois ali seria uma separação de amigos forçada pela situação (v.24-42).

 

“Há muita ternura no caráter de Jônatas para com Davi, assim como o Espírito Santo mostra à igreja, que eu penso que é nossa tarefa e também o nosso privilégio, olhar com atenção: e enquanto adoramos ao Deus bondoso que nos dá o Espírito tão amavelmente, deveríamos implorar por graça para imitar o seu exemplo.”[25]

 

Dificuldades que não deveriam existir nos relacionamentos, mas que são quase inevitáveis (1 Sm 20)

1.Não deveria existir ódio (v.1)

2.Não deveriam existir segredos entre pais e filhos (v.2-3)

3.Não deveriam existir testes de amizade (v.4-7)

4.Não deveria existir desconfiança (v.8-9)

5.Não deveriam existir promessas (v.10-23)

6.Não deveriam existir mentiras (v.24-29)

7.Não deveria existir ofensa (v.30)

8.Não deveria existir chantagem (v.31)

9.Não deveria existir agressão (v.32-33)

10.Não deveria existir separação (v.34-42)

 

Capítulo 21: O início das fugas de Davi

1.Onde Davi ia causava espanto, pois sendo ele um homem de confiança do rei, isso já era motivo para o anfitrião pensar que o assunto era sério. Davi começou sua jornada com várias mentiras, mas como o estudante da Bíblia experimentado sabe, Deus registra os fatos e precisamos comparar textos, situações e princípios bíblicos para interpretá-los. Davi fugitivo, sem amparo e com fome apela ao sacerdote para dar-lhe pão da mesa da proposição, uma mesa preparada para o serviço de Deus. O sacerdote daria o pão, o que não era de modo algum comum. Ele exigiu que os soldados não estivessem impuros cerimonialmente. É provável que Davi não tinha soldados, mas alguns companheiros enviados por Jônatas. De qualquer modo, não estavam ali, naquele momento. Jesus mencionou esse episódio para declarar que o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado (Mt 12.3). Parece que onde vamos, alguém nos conhece! Foi o caso, pois um dos empregados de Saul que conhecia Davi estava por ali por motivo de adoração. Davi, usando ainda o recurso da mentira, pede uma espado para o sacerdote Aimeleque. A espada que lhe foi dada trazia-lhe muitas recordações, a espada de Golias (v.1-9).

 

2.Davi foge para a terra dos filisteus com a espada do maior deles, Golias. Davi tornou-se famoso entre os filisteus, pois afinal matou o herói deles. A coragem de antes, torna-se em medo agora. Ele finge que era um louco qualquer. O servo Davi, sozinho, em estresse, mentindo e lutando pela própria vida é um ser frágil e indigno. Somente em Cristo, agindo pela força do Senhor é que somos dignos. O governador de uma das principais cidades dos filisteus tratou Davi como um andarilho e era assim que Davi queria, pois estava com medo (v.10-15).

 

 

 

 

 

 

 

“Tudo isso era falso. O que deveríamos dizer sobre isso? As Escrituras não escondem isso e nós não nos atrevemos a justificar essa mentira. Foi um erro e teve consequências ruins; isso ocasionou a morte dos sacerdotes do Senhor. Davi lembrou disso com tristeza (1 Sm 22.22). Era desnecessário fingir diante do sacerdote, pois podemos supor que, se ele falasse a verdade, ele teria abrigado e livrado Davi tão prontamente como Samuel fez e teria sabido melhor como aconselhá-lo e orado a Deus por ele. As pessoas deveriam estar à vontade com seus pastores fiéis.”[26]

 

Mentiras nunca são válidas (1 Sm 21)

1.Mentiras não são válidas por motivo de refúgio (v.1-2)

2.Mentiras não são válidas por motivo de fome (v.3-5)

3.Mentiras não são válidas por motivo de proteção (v.6-9)

4.Mentiras não são válidas por motivo de medo (v.10-15)

 

Capítulo 22: Saul mata os sacerdotes e suas famílias

1.As fugas de Davi não acabam tão cedo. Mesmo na caverna, Davi não estava sozinho, pois havia uma família amorosa pensando nele e se juntaram a ele. Até mesmo os irmãos que antes tinham algum problema com Davi, seja ciúme, inveja ou outro conflito, agora, provavelmente, estão com ele. Família sempre é bem-vinda, mesmo com todos os problemas. Davi acabou sendo um comandante de fracassados. Não importa o quanto tentemos aproximar os ricos e bem-sucedidos para o meio dos crentes, é certo que os desesperados se juntarão primeiro. Ali encontram o que necessitam. Ficar do lado de Saul é estar com os opressores, pois Davi, mesmo com falhas, ama o Senhor genuinamente. Davi também contava com a simpatia dos incrédulos e até com pessoas inimigas de Israel, como foi o caso dos moabitas. Orientado pelo profeta Gade, Davi foi para Judá (v.1-5).

 

2.Saul ficou furioso porque ninguém disse que o próprio filho estava acobertando o paradeiro de Davi. Saul tentou mostrar aos aldeões de Benjamim que não era vantagem esconder Davi, pois ele não tinha nada para oferecer. Saul se coloca como vítima, dizendo que Davi quer matá-lo, mas sabemos que é Saul quem quer ver Davi morto. O delator foi Doegue que estava com Aimeleque e viu Davi fugir dali. A fuga de Davi para Aimeleque causou consequências para o sacerdote e familiares. Aimeleque deu uma resposta corajosa, porém, dezenas de sacerdotes morreram sob o ódio de Saul. Vemos, através da resposta de Aimeleque que Davi não precisa mentir para o sacerdote, pois ele sempre esteve ao lado de Davi. Aimeleque disse que o que fez por Davi não foi nada de extraordinário, pois sempre orou a Deus por Davi. Os soldados de Saul não tiveram coragem de matar dos sacerdotes, mas Doegue os matou. Abiatar, o filho de Aimeleque, foi o único sobrevivente e fugitivo de toda a família. Foram mortos, não apenas os sacerdotes, mas todas as famílias, inclusive crianças. Saul luta contra o seu próprio povo. Davi reconhece a culpa dele pela morte dos sacerdotes. Davi, apesar de suas mentiras, foi considerado o homem segundo o coração de Deus. Certamente, não por suas virtudes naturais, mas pelo coração contrito que tinha por causa da Palavra de Deus que habitava o seu coração. Davi se sente responsável por Abiatar e promete protegê-lo (v.6-23).

 

“Davi teve uma vida difícil. Ele esteve no alto da fama imediata, recém-casado, perigos dos filisteus, repetidos atentados contra sua vida e penosos e longos períodos de fugas. Davi teve um breve período de desvio, mas um dramático retorno ao Senhor e livramento de uma situação de ameaça contra a própria vida.”[27]

 

Antigo, mas atual (1 Sm 22)

1.Famílias sempre se apoiam (v.1)

2.Desesperados sempre se apoiam (v.2)

3.Pais sempre estão em nosso coração (v.3-4)

4.Conselhos sempre nos dão uma nova visão (v.5)

5.Pessoas tendenciosas sempre mudam a versão da história (v.6-8)

6.Aduladores sempre estão bem-informados (v.9-10)

7.Pessoas vitimizadas sempre são acusadoras (v.11-12)

8.Pessoas convictas sempre mantêm sua palavra (v.13-15)

9.Pessoas obstinadas sempre são radicais (v.16-19)

10.Pessoas responsáveis sempre procuram consertar seus erros (v.20-23)

 

Capítulo 23: Mais fugas de Davi

1.Deus não abandonou Davi. Ele seria mais útil em Judá do que no território dos moabitas. O livramento de Queila daria um novo impulso às atividades militares de Davi. Deus usou o profeta Gade numa hora que Davi estava desanimado. O Senhor não quer que fiquemos inúteis. É verdade que, às vezes, temos que sossegar das atividades, mas tudo no tempo do Senhor. A multidão ou o deserto são determinações de Deus para os seus servos e não nós que escolhemos. Os companheiros de Davi estavam com medo dessa empreitada para atacarem os filisteus. Davi, porém, tinha confiança em Deus ao consultá-lo mais uma vez e receber a confirmação. Até Abiatar que estava destituído de toda a família, tinha um ministério sacerdotal. Saul achava que Davi estava em suas mãos, pois Queila era uma cidade fortificada e não teria como Davi fugir. A preocupação de Davi não era mais consigo mesmo, mas com a cidade de Queila ser destruída por Saul por causa de Davi. Quando o servo de Deus fica maduro, passa a pensar mais nos outros do que em si mesmo. Os próprios moradores de Queila, salvos por Davi, não mostrariam misericórdia e o entregariam a Saul, mostrando ingratidão. Porém, Davi fugiu antes que isso acontecesse. Deus estava cuidando de Davi (v.1-14).

 

2.Jônatas sempre animava Davi a confiar no Senhor. É muito bom ter amigos que nos aproximam do Senhor. Jônatas está comprometido com Davi e seu futuro reino, mesmo que para isso tenha que ficar contra o próprio pai. Precisamos confiar em Deus e honrar os pais, mas quando estes nos querem longe de Deus, temos que, corajosamente, ficar do lado certo, o nosso Deus. Havia muitas pessoas que estavam prontas para entregar Davi a Saul, pensando em obter vantagens. Não pensavam no correto, mas no conveniente. Saul contava com essas pessoas, mas reconhecia que Deus estava com Davi e que ele era muito esperto. Deus usou uma invasão dos filisteus para desviar Saul da perseguição a Davi. Sim, as circunstâncias imprevistas podem se tornar o nosso escape quando Deus está nos dirigindo (v.15-29).

 

“Certamente foi a providência de Deus que dirigiu esse caso, que um mensageiro viesse a Saul no exato momento que Davi estava para cair em suas mãos.”[28]

 

 

 

 

 

O servo de Deus não tem parada (1 Sm 23)

1.O servo de Deus não para de ver injustiças e medo (v.1-4)

2.O servo de Deus não para de consultar a Deus (v.5-14)

3.O servo de Deus não para de receber ânimo de Deus para continuar (v.15-18)

4.O servo de Deus não para de enfrentar problemas (v.19-26)

5.O servo de Deus não para de receber a providência de Deus (v.27-29)

 

Capítulo 24: Davi poupa a vida de Saul por reconhecê-lo rei

1.Saul atendeu às necessidades do território da nação de Israel invadida pelos filisteus, mas nunca deixou de ter como assunto urgente matar Davi. Ele tinha recursos de bons soldados, mas o Deus dos exércitos estava do lado de Davi e não dele. Num momento de necessidade fisiológica, Saul ficou à mercê de Davi. Se Davi quisesse matá-lo o faria ali. Não faltaram incentivos para Davi matar Saul. O máximo que Davi fez foi tirar um pedaço do tecido da capa de Saul para mostrar-lhe que poderia tê-lo matado. Porém, Davi era tão sensível que até mesmo ter cortado um pedaço da capa de Saul incomodou a consciência dele. Davi entendia que o rei no momento era Saul e que ele deveria prestar-lhe submissão. Alguns pastores têm usado esse incidente para amedrontar o rebanho, reivindicando a unção do Senhor sobre suas vidas e, portanto, ninguém pode discordar deles. Essa unção era específica para os reis. Os pastores são tão ungidos quanto qualquer crente, hoje, na época da Igreja. Davi se prostrou diante de Saul, à distância, é verdade, mas mostrou que não estava contra o rei. Davi não queria se colocar junto com os maus, mas mesmo sendo prejudicado estaria do lado dos justos. Davi se considera uma pulga diante do rei. Ele não está exigindo nada além do que ser um servo leal (v.1-15).

 

2.Saul era um misto de emoções e ações ruins com alguns momentos de lucidez para a justiça. Ele chora diante de Davi e reconhece o quanto tem sido mesquinho e mal. Até mesmo as pessoas com mau comportamento são levadas a pensar sobre sua vida. No entanto, entre chorar, arrepender-se, ou seja, mudar de opinião sobre um assunto, até a transformação, há um caminho a ser percorrido e nem todos estão prontos a andar por aí. Há homens que espancam as esposas, choram, dizem que vão mudar, mas logo se pegam maltratando-as novamente. Saul chegou mesmo a reconhecer que Davi será um rei melhor do que ele próprio. Saul só pede a Davi que poupe os descendentes dele, o que Davi fez fielmente (v.16-22).

 

“Vendo que era uma causa pessoal, ele [Davi] se arrependeu de ter tocado seu inimigo.”[29]

 

Os ventos que sopram contra nós e a nosso favor (1 Sm 24)

1.O vento da perseguição (v.1-3)

2.O vento da consciência (v.4-7)

3.O vento da pacificação (v.8-15)

4.O vento do arrependimento (v.16-22)

 

Capítulo 25: Nabal, o tolo

1.O grande último juiz, primeiro profeta e sacerdote Samuel morreu. Lembramos dele desde antes do nascimento, conforme registrado no primeiro capítulo. Uma história linda a partir da mãe dele, da entrega, dos primeiros passos na vida de fé, no preparo, coragem, dificuldades, desprezo, fidelidade e muitas outras virtudes de um servo a ser imitado. A menção de Calebe é feita aqui a respeito de um de seus descendentes. Calebe foi bênção, mas o descendente em questão é um tolo, estúpido, louco. Este é o significado de Nabal que manteve no comportamento o significado infeliz do nome. É comum artistas mudarem de nome devido à numerologia, astros, áurea, enfim, por motivo de feitiçaria. O fato é que ninguém precisa se preocupar com o significado do nome e nem com o enganoso ensino de “maldição hereditária”. Cada pessoa é responsável por seu caráter e comportamento e isso não está ligado ao nome e família. Calebe era fiel e Nabal infiel a Deus. No entanto, a esposa do bruto Nabal era uma mulher doce, nada combinando com ele. Davi buscou Nabal, um homem rico, para dar assistência aos seus homens, porém, Davi não queria ser peso para ninguém. Ele orientou seus homens a serem polidos, educados para com o anfitrião em potencial. Era costume, na época, realizar uma festa quando a lã dos caprinos era tosquiada. Portanto, a comitiva de Davi chegou em dia de festa. Pessoas têm a tendência de receberem bem as pessoas em dia festa, mas somente os convidados. Os demais são chamados penetras. Porém, alguns de bom coração recebem visitantes para aproveitarem a festa (v.1-8).

 

2.Os servos de Davi foram educados, porém, Nabal, foi rude e sarcástico, considerando Davi como um escravo fugitivo. Nabal não rejeitou Davi e seus homens por falta de recursos, pois ele os tinha, e bastante. A ordem para a igreja é que sejamos hospitaleiros, pois sem saber alguns hospedaram anjos, é o que diz o escritor aos Hebreus. No passado também era comum a hospitalidade. Davi resolveu que Nabal deveria ser julgado, pois estava se recusando a fazer o que todo o ser humano faria, ajudar o próximo em dificuldade. Davi não era um homem vingativo, por isso, estranhamos que a indignação está tomando conta de seu coração. Pessoas bravas precisam de pacificadores por perto (v.9-13).

 

3.Um dos empregados de Nabal, temendo a Davi e aos seus homens, buscou a Abigail para intermediar aquela situação perigosa. Os empregados só tinham boa referência de Davi baseado no tempo em que estiveram juntos no campo. Receber bem estrangeiros já era uma ordem de Deus e, agora, muito mais, pois seria uma troca de favores, sendo que Davi e seus homens até protegiam os rebanhos e os empregados de Nabal. Abigail tratou de agir em desacordo com o marido, mas no momento, era o melhor a fazer e ela nem falou com o marido, pois ele, sendo tolo e bravo, ficaria contra ela. Davi julgou um desacato e ingratidão de Nabal e estava pronto para vingar os seus homens. Abigail assumiu a culpa do marido para obter o perdão de Davi. Que casamento mais desajustado! Abigail vivia com um homem que era tudo o que ela não apreciava. Abigail tornou-se uma profetiza ao falar com Davi, pois foram palavras de Deus a respeito do futuro rei Davi (v.14-31).

 

4.Davi viu que Deus usou Abigail para fazer paz. Davi sentia que não era certo matar Nabal, pois seria um criminoso. A atitude pacificadora de Abigail chegou em uma hora certa para Davi. Ele louva a Deus que ela foi usada para colocar a raiva de Davi no lugar, ou seja, fora do coração dele. Os pacificadores são procurados em todos os lugares e situações. Jesus e Paulo disseram que temos que ser pacificadores. Sempre há um ponto de tensão nos relacionamentos e a palavra branda desviará o furor do ambiente e das pessoas. Davi reconheceu a partir da pacificadora Abigail que aquela vingança era pessoal e não era nobre agir assim. Davi estava pronto a matar não apenas a Nabal, mas toda a população. Nabal estava bêbado quando Abigail chegou e só quando ele ficou sóbrio foi que ela contou o que aconteceu. Ele deve ter tido um AVC e ficou paralisado. Dez dias depois, ele morreu. Aquela foi a vingança justa, pois não foi de Davi, mas de Deus. Como se diz, o resto é história. Davi se casou com Abigail, agora viúva de Nabal. Abigail aceitou o pedido de casamento como algo muito acima do que ela merecia. Ela teria um casamento de verdade, com um homem abençoado por Deus e não um tolo como Nabal. Abigail, portanto, seria a terceira esposa de Davi, mas a Mical deixou de ser esposa de Davi quando este fugiu. Saul, o pai dela, entregou-a a outro (v.15-44).

 

“A poligamia, embora não seja permitida pela lei da natureza, nem pela lei de Deus, era um costume prevalecente naqueles tempos, no qual os homens bons adotaram, mesmo que não tenha sido recomendada.”[30]

 

Recipientes de bênção (1 Sm 25)

1.Samuel: bênção que fica (v.1)

2.Nabal: bênção material para ser usada (v.2-3)

3.Davi: bênção que bate à porta (v.4-9)

4.Empregado de Nabal: bênção do conselho (v.10-17)

5.Abigail: bênção da pacificação (v.18-35)

6.Deus: fonte de toda a bênção (v.36-44)

 

Capítulo 26: Davi poupa a vida de Saul outra vez

1.Os zifeus denunciam a Saul onde está Davi. Saul que, anteriormente, havia se arrependido pelo mal que intentava contra Davi, agora tem uma recaída e decide, novamente, exterminá-lo. Davi sempre tinha seus informantes que o avisavam do perigo iminente. Davi conseguiu descobrir onde estava Saul e seus homens e foi até lá. Viu Saul dormindo e a lança à disposição para matá-lo e também matar ao seu comandante Abner. Novamente, Davi poupou a vida de Saul. Porém, levou o cantil de água e a lança de Saul para servir de prova de seu temor ao rei em não o matar. Curioso é que soldados têm sono leve devido aos perigos que enfrentam e, até mesmo, deixam sentinelas se revezando. No entanto, Deus enviou um sono pesado a todos os homens de Saul e ao próprio Saul (v.1-12).

 

2.Davi alertou a Abner da ineficiência do trabalho dele que era proteger ao rei, no entanto, estava dormindo. Davi estava protegendo o rei Saul mais do que o próprio comandante Abner, por isso, Davi disse que ele deveria morrer por ter colocado o rei em situação de risco. Saul reconheceu a voz de Davi e este, mais uma vez, alegou inocência e perguntou ao rei porque tamanho ódio sem razão. Davi vê a sua própria situação humilhante, pois ao ser lançado aos povos vizinhos e receber deles acolhida, facilmente ele poderia se tornar um idólatra, pois dentro da própria terra não encontrava descanso e aceitação. Assim aconteceu com Jesus também. Davi não é contra ser preso e morto, mas apenas se o Senhor está mandando Saul fazer isso. O apóstolo Paulo teve a mesma atitude diante do Sinédrio. Saul, novamente, se arrepende diante de Davi. Ele muda de ideia e promete não persegui-lo mais. Davi quer acreditar em Saul, mas prefere ter uma garantia, por isso, pede que um dos servos de Saul busque os objetos (v.13-25).

 

“Podemos ver que Davi não confiou muito na confissão de Saul da primeira vez, pois ele não dissolveu sua tropa, mas permaneceu no deserto como antes. É muito provável que isso tenha desagradado Saul. É possível também que o inveterado falso acusador de Davi, em cujas mãos sofreu muito, tenha feito um trato com Saul e o mostrou fortemente que se Davi realmente fosse inocente, como dizia ser, após receber a garantia de Saul de que não o perseguiria mais, Davi enviaria seus seguidores para a casa e retornaria em paz para a sua própria casa.”[31]

 

Os partidos diferentes na obra de Deus (1 Sm 26)

1.O partido dos delatores (zifeus) (v.1)

2.O partido dos perseguidores (os três mil) (v.2)

3.O partido dos espias (v.3-4)

4.O partido dos que dormem (v.5,7)

5.O partido dos corajosos e dispostos (v.6)

6.O partido dos vingadores (v.8)

7.O partido dos pacificadores (v.9-11)

8.O partido dos descuidados (v.12-16)

9.O partido dos justos (v.17-25)

 

Capítulo 27: Davi é acolhido na terra dos filisteus

1.Deus nos dá sabedoria para perdoar, mas também nos dá prudência para nos prevenir de pessoas que repetidas vezes mostram que não são sinceras. As pessoas que erram não podem exigir confiança e aceitação imediata das pessoas prejudicadas. O perdão é imediato e o convívio e confiança vêm aos poucos. Todos aprendem, com isso, a perdoar, a ceder e a mostrar responsabilidade. No caso, Davi não podia confiar em Saul, pois era um homem muito instável. Infelizmente, sua própria terra não era o melhor lugar para morar. Ele moraria na terra dos inimigos, os filisteus. Davi preferiu também continuar com seus homens para onde fosse. Saul desistiu de perseguir Davi, pois o empreendimento seria muito grande. Já não seria a perseguição de um homem escondido nas cavernas, apenas, mas de um homem refugiado entre o maior exército da época, os filisteus. Deus foi tão bom para com Davi que até os inimigos lhe tornaram amigos (veja Pv 16.7). Davi ficou mais de um ano na terra dos filisteus. Davi tinha as bênçãos de Deus e ajudou os filisteus a destruírem os inimigos. Davi evitava qualquer comentário errado sobre ele, por isso, agia de modo a não levantar suspeitas. É importante não apenas sermos corretos, mas também parecermos corretos. A aparência do mal é tão ruim quanto o próprio mal, pois se diante de Deus temos a consciência boa, diante dos homens precisamos ter também. Os filisteus pensavam que Davi não era mais do seu próprio povo, por isso, aceitavam sua presença com eles. Enquanto não temos oportunidade em alguma atividade, talvez tenhamos em outra e devemos aproveitar, se o Senhor está nos guiando (v.1-12).

 

“[Davi] estava limpando a Terra da Promessa dos inimigos estrangeiros para que os israelitas ocupassem essas terras. Davi andava sobre uma linha fina do engano, mas conseguiu convencer [o rei] Áquis que as vitórias eram para a segurança dos filisteus. Realmente, ele estava conquistando os inimigos vizinhos de Israel, mas ele deu a impressão a Áquis que seus inimigos eram contra as porções sul de Judá. Davi continuou a subjugar os vizinhos de Israel mais tarde quando se tornou rei (2 Sm 8).”[32]

 

As novas entradas da vida (1 Sm 27)

1.Entrando numa nova cidade (v.1-6)

2.Entrando numa nova atividade (v.7-12)

 

Capítulo 28: Saul e a feiticeira de Em-Dor

1.O capítulo 28 relata a visita que Saul fez a feiticeira de En-Dor. Sem dúvida foi uma sessão espírita, a questão é se Samuel apareceu, de fato a Saul. Os comentaristas se dividem. Neste material, a abordagem é que não houve aparição de Samuel, mas de um demônio. Eis algumas razões:

 

 Samuel em Em-Dor ou um demônio?

1.Deus não usaria uma prática que ele mesmo condenou (Dt 18.9-14)

2.Os filhos de Saul e ele não estariam com Samuel no dia seguinte (1 Sm 28.18-19 com 29.10-11 e 30.1-2 e 30.10,13,17)

3.Deus condenou aquele ato (1 Cr 10.13 )

4.Não houve verdade na profecia, pois nem Saul, nem todos seus filhos morreram no dia seguinte.

 

2.O momento não esperado para Davi chegou, quando ele teria que enfrentar o seu próprio povo lutando a favor dos filisteus. O rei Áquis alertou Davi de que ele deveria participar. Davi prometeu fidelidade e, subiu ainda mais no conceito de Áquis. Que situação difícil! A de ter que falar uma coisa, mas por dentro ter outro sentimento. Aqui acontece um dos incidentes mais estranhos da Bíblia, pois traz um desconforto em nosso entendimento e princípios aprendidos da própria Bíblia. O texto nos lembra claramente que Samuel está morto e sepultado e que Saul mandara embora todos os feiticeiros e os que falam com os mortos. Sabemos que ninguém fala com os mortos, mas com espíritos maus fingindo ser o morto. Saul estava com muito medo da investida dos filisteus e queria um apoio espiritual, mas Deus já não ouvia os sacerdotes em favor dele. Ele apelou a uma necromante. Se Deus não responde, ele procura Satanás. O problema é que era proibida a prática da necromancia, pois o próprio Saul proibiu. Sendo assim, ele buscou na clandestinidade disfarçado. A feiticeira que o recebeu alertou ao visitante (ela não sabia que era Saul) sobre a proibição. Talvez com essas palavras, podia cobrar mais caro. Saul tranquiliza a mulher necromante, garantindo que não a denunciaria e que não era uma armadilha (v.1-10).

 

3.Quando a mulher perguntou ao cliente com quem ele gostaria de falar, Saul disse que queria falar com Samuel. Algo aconteceu ali, pois a mulher descobriu que era Saul ao aparecer Samuel, embora alguns de nós pensemos que seja um demônio disfarçado em Samuel. A mulher via como deuses (elohim) subindo. Um ser majestoso como anjo ou como um juiz, pois os juízes e magistrados eram chamados deuses. Saul convenceu-se que era Samuel e dele queria conselho. Saul recebeu as palavras que já sabia, ou seja, que Deus o abandonou e que o reino dele seria entregue a Davi por não ter destruído completamente os amalequitas (veja o capítulo 13). A visão que Saul recebeu disse que ele os filhos morreriam no dia seguinte e que Israel seria entregue aos filisteus. Saul desfaleceu diante da visão e porque estava sem comer. A mulher ofereceu comida a Saul, mas ele recusou. Os soldados insistiram e, então, ele aceitou (v.11-25).

 

Situações forjadas (1 Sm 28)

1.Lutar contra o próprio povo (v.1-2)

2.Orar a Deus quando este não quer responder (v.3-6)

3.Consultar os mortos (v.7-20)

4.Aceitar a hospitalidade pagã (v.21-23)

 

Capítulo 29: O fim do refúgio de Davi entre os filisteus

1.Chegou a hora da verdade, quando Davi deveria decidir se estava do lado dos filisteus ou dos israelitas. Os comandantes filisteus achavam um absurdo terem que lutar com os hebreus em seu time. Afinal, são inimigos. O rei de Gate, o rei Áquis, tentou acalmar os ânimos e dizer que Davi era um deles e que tudo o que ele fez até agora foi bom para os filisteus. Áquis não teve sucesso, pois os filisteus estavam muito desconfiados de Davi. Se pensarmos bem, eles estavam certos, pois Davi amava o seu povo. Saulo quando se converteu sofreu o mesmo da parte dos cristãos que não queriam acreditar que ele tinha boas intenções. Barnabé foi o que deu o voto de confiança a Saulo. Mas, estamos falando de dois servos de Deus, um do lado errado, Davi e o outro do lado certo, Saulo. A fama de Davi o precedia, assim como a de Saulo de Tarso (v.1-5).

 

“Jezreel era uma posição central e segura... Era a residência favorita de Acabe (1 Rs 21.ss); lá Jezabel estabelceu um templo de Astarte com 400 sacerdotes (1 Rs 18.19); lá foi decretada a tragédia do assassinado judicial de Nabote (1 Rs 21.13); e ali Jezabel encontrou o seu final (2 Rs 9.30ss).[33]

 

2.A divisão entre os filisteus a respeito de Davi foi a maneira de Deus para trazer Davi de volta ao seu povo. Nós também podemos viver no meio dos incrédulos deste mundo e sermos bem aceitos, mas em algum momento, sentirão que não fazemos parte do meio deles. Isso é muito bom, pois não devemos nos acomodar a este mundo. Somos peregrinos. Em algum momento seremos expulsos ou acharemos o nosso lar. Áquis se apegou a Davi, mas não conhecia o coração do futuro rei de Israel. Foi bom ter o apoio de Áquis, mas chegou o momento de se separarem. Davi ficou indignado e sentiu-se injustiçado, mas ele não sabia que era o melhor, a separação. Às vezes, nos sentimos indignados e injustiçados diante dos incrédulos, mas Deus usa essas decepções para colocarmos os olhos na fonte certa, Deus e o seu povo (v.11).

 

Quando chega o momento de nos separarmos dos incrédulos (1 Sm 29)

1.Quando começamos a perceber que estamos no time errado (v.1-2)

2.Quando nossa presença começa a incomodá-los (v.3-5)

3.Quando começam a achar que somos iguais a eles (v.6-7)

4.Quando começamos a ficar indignados porque estão nos rejeitando (v.8-9)

5.Quando começamos a ser afastados deles (v.10-11)

 

Capítulo 30: Os despojos e famílias recuperados

1.Davi foi para Ziclague, a cidade que ele recebeu de Áquis quando estava entre os filisteus. A cidade foi destruída pela amalequitas. Não houve mortes, pois os homens de guerra de Davi estavam fora da cidade, mas as mulheres foram raptadas. A tristeza foi muito grande. Davi já vinha de perseguições e, recentemente, de uma rejeição dos filisteus e, agora, essa tragédia. Como queriam um culpado por perto, evidentemente, Davi foi odiado pelos seus homens. Deus encorajou Davi. O fiel Abiatar, o sobrevivente da família de Aimeleque, buscou ao Senhor e a ordem era para que Davi perseguisse os amalequitas. A equipe de Davi se dividiu por causa do cansaço demasiado de 200 homens. Um escravo de um amalequita, um egípcio, foi o informante de Davi. Assim nós também, servíamos um senhor malvado, mas fomos achados por um senhor maravilhoso e salvador (v.1-15).

 

2.Os amalequitas em festa por causa dos despojos não esperavam o ataque de Davi. Tudo foi recuperado, os bens e as pessoas. Davi recebeu de volta os seus animais dos despojos recuperados pelos seus homens. Os homens que não foram em combate por estarem exaustos foram reconhecidos por Davi e também tiveram direito aos despojos recuperados. Alguns acharam isso injusto. Achavam que tinham direito apenas às mulheres e filhos e não aos bens. Davi mostrou que aqueles bens eram presentes do Senhor para eles e que não cabia privar os homens cansados dessa bênção. Essa palavra de Davi foi um marco, pois tornou-se lei dos despojos. Os homens que ficam guardando as bagagens têm o mesmo direito na distribuição. Isso é um grande ensino para nós, hoje, que realizamos a obra do Senhor. Todos são importantes e todos desfrutam das bênçãos do Senhor. Jesus mesmo falou que um copo de água oferecido a um profeta confere bênçãos àquele que ofereceu a água semelhante ao profeta que pregou. Davi presenteou os líderes de Judá (v.16-31).

 

“Note que Davi acrescentou a este apelo um estatuto. Ele criou um estatuto para aqueles que são forçados a ficar em casa porque estão desanimados. Bendito seja o nome de nosso Senhor Jesus, pois Ele sempre está olhando os interesses daqueles que não têm ninguém para cuidar deles! Alguns do povo de Deus são iletrados e só têm habilidades naturais. Alguns servos queridos de Deus parecem sempre derrotados. Parece que são enviados a pessoas cujos corações são duros e de ouvidos surdos. Alguns crentes são depressivos e tristes por natureza; são como algumas samambaias que crescem melhor debaixo de constante chuvas. Bem, o Senhor juntará essas belas samambaias sombrias bem como as rosas que gostam do sol...”[34]

 

Vivendo à margem de outros (1 Sm 30)

1.Isolado de seus queridos (v.1-5)

2.Isolado de seus amigos de confiança (v.6)

3.Isolado de seus amigos em atividade (v.7-10)

4.Isolado de seus recursos de sobrevivência (v.11-15)

5.Isolado em sua arrogância e falta de amor (v.16-31)

 

Capítulo 31: O fim de Saul e de seus filhos

1.A luta do final deste final foi Israel contra os filisteus. Davi que já esteve no exército filisteu, agora está no time do coração, Israel. Os filhos de Saul foram mortos em batalha. Não foi uma luta fácil, como era de se prever. Saul ficou ferido. O orgulho nacional e do rei falou bem alto na hora da morte de Saul. Ele não queria deixar um legado pior do que já estava deixando. Ele não queria que a biografia dele fosse marcada com sua morte pelas mãos dos filisteus. Ele pediu que o seu armeiro o matasse, mas este não teve coragem. Saul se matou. De fato, não foi um suicídio por problemas existenciais, dívidas ou por algum amor não correspondido. Foi um golpe de misericórdia por ele próprio que já iria morrer. O armeiro de Saul também se matou, mas este não estava ferido, e sim, desesperado e desiludido. O rei morreu e os israelitas fugiram, deixando que os filisteus ocupassem as cidades. Os filisteus fizeram o mesmo que Davi fez com Golias, arrancaram a cabeça de Saul. Assim como as armas de Golias foram guardadas pelos israelitas, os filisteus guardaram as armas de Saul no templo da deusa Astarote. O povo de Jabes, mantendo a honra do rei e de seus filhos, resgataram os corpos e os cremaram (v.1-13).

 

“O guardador de armas de Saul, o qual, segundo os judeus, era Doegue; e, se assim for, então Saul e seu executor [ou que deveria ser o executor, mas não quis] caíram pela mesma espada que massacraram os sacerdotes de Deus.”[35]

 

 

 

 

 

 

 

A fragilidade humana (1 Sm 31)

1.Morte e fuga (v.1)

2.Perda dos filhos (v.2)

3.Ferimentos (v.3)

4.Humilhação e suicídio (v.4)

5.Desilusão (v.5)

6.Tragédia familiar (v.6)

7.Perda de propriedades (v.7)

8.Espetáculo humano (v.8-10)

9.Lamento (v.11-12)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2017

 

Notas

 

1.     Introdução

 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wierse

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 19.32 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

3.     Introdução e Comentário – 1 Samuel, pg. 65 – Joyce G. Baldwin – Série Cultura Bíblica (Ed. Vida Nova – São Paulo – SP – 1ª ed. Brasileira 1997)

4.     John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Sm 2.25 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

5.     Fonte: Departamento de Polícia do Texas - EUA

6.     Comentário Bíblico de Matthew Henry pg.44 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

7.     Comentário Bíblico Moody – 1 Samuel 4, pg. 16 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

8.     Novo Comentário da Bíblia, 1 Samuel pg.13 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

9.     Outlines by Dr. David Hocking, 1 Samuel, pg. 20 (sem informações de publicação)

10.  The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – 1 Samuel - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

11.  Expositions of Holy Scripture (1 Samuel), pg. 159 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

12.  Notes & Outlines - 1 & 2 Samuel – 1 Sm 9 - J. Vernon McGee (Thru the Bible with Dr. J. Vernon McGee - http://www.ttb.org/home)

13.  John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible – 1 Sm 10.12 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

14.  Summarized Bible Complete Summary of the Bible – 1 Sm 11 - Keith L. Brooks – Copyright 1919 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

15.  The Pulpit Commentary, 1 Sm 12.2 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

16.  Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament – 1 Sm 13.9 - (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

17.  Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, 1 Sm 14 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

18.  The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – 1 Sm 14.32 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

19.  Sermon Bible Commentary – 1 Sm 15.2 - Edited by the Rev. W. Robertson Nicoll, M.A., LL.D. Published in 1888-1893 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

20.  Expositions of Holy Scripture (1 Samuel), pg. 41 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

21.  Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (1 Sm 16.15-16) (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

22.  The Preacher's Complete Homiletical Commentary – 1 Sm 17.55 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

23.  Through the Bible Day by Day (F. B. Meyer) - A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – 1 Sm 18.22-30 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

24.  Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament – 1 Sm 19.22-24 - (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

25.  Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – 1 Sm 20.42 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

26.  Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, 1 Sm 21.1-9 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

27.  David Guzik's Enduring Word Commentary – 1 Sm 22 - David Guzik and Enduring Word Media (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

28.  John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Sm 23.27 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

29.  Geneva Bible Translation Notes 1599 – 1 Sm 24.5 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

30.  John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Sm 25.43 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

31.  Expositor's Bible Commentary – 1 Sm 26 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

32.  The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – 1 Samuel 27.11 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

33.  The Cambridge Bible for Schools and Colleges – 1 Sm 29.1 (Cambridge University Press. (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

34.  The Biblical Illustrator – 1 Sm 30.22 - By Joseph S. Exell, M.A. (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

35.  Treasury of Scriptural Knowledge – 1 Sm 30.4 - Canne, Browne, Blayney, Scott, and others, with introduction by R. A. Torrey - Published in 1834; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 19.32 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[3] Introdução e Comentário – 1 Samuel, pg. 65 – Joyce G. Baldwin – Série Cultura Bíblica (Ed. Vida Nova – São Paulo – SP – 1ª ed. Brasileira 1997)

[4] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Sm 2.25 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[5] Fonte: Departamento de Polícia do Texas - EUA

[6] Comentário Bíblico de Matthew Henry pg.44 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

 

[7] Comentário Bíblico Moody – 1 Samuel 4, pg. 16 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[8] Novo Comentário da Bíblia, 1 Samuel pg.13 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[9] Outlines by Dr. David Hocking, 1 Samuel, pg. 20 (sem informações de publicação)

[10] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – 1 Samuel - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[11] Expositions of Holy Scripture (1 Samuel), pg. 159 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[12] Notes & Outlines - 1 & 2 Samuel – 1 Sm 9 - J. Vernon McGee (Thru the Bible with Dr. J. Vernon McGee - http://www.ttb.org/home)

[13] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible – 1 Sm 10.12 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[14] Summarized Bible Complete Summary of the Bible – 1 Sm 11 - Keith L. Brooks – Copyright 1919 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[15] The Pulpit Commentary, 1 Sm 12.2 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[16] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament – 1 Sm 13.9 - (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

[17] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, 1 Sm 14 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[18] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – 1 Sm 14.32 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[19] Sermon Bible Commentary – 1 Sm 15.2 - Edited by the Rev. W. Robertson Nicoll, M.A., LL.D. Published in 1888-1893 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[20] Expositions of Holy Scripture (1 Samuel), pg. 41 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[21] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (1 Sm 16.15-16) (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

[22] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – 1 Sm 17.55 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

 

[23] Through the Bible Day by Day (F. B. Meyer) - A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – 1 Sm 18.22-30 (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

 

[24] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament – 1 Sm 19.22-24 - (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

 

[25] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – 1 Sm 20.42 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[26] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, 1 Sm 21.1-9 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[27] David Guzik's Enduring Word Commentary – 1 Sm 22 - David Guzik and Enduring Word Media (extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

 

[28] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Sm 23.27 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[29] Geneva Bible Translation Notes 1599 – 1 Sm 24.5 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

 

[30] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Sm 25.43 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[31] Expositor's Bible Commentary – 1 Sm 26 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

[32] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – 1 Samuel 27.11 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[33] The Cambridge Bible for Schools and Colleges – 1 Sm 29.1 (Cambridge University Press. (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[34] The Biblical Illustrator – 1 Sm 30.22 - By Joseph S. Exell, M.A. (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[35] Treasury of Scriptural Knowledge – 1 Sm 30.4 - Canne, Browne, Blayney, Scott, and others, with introduction by R. A. Torrey - Published in 1834; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

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