01 Gênesis

Gênesis

 
Nascer, Espaço, Espaço Exterior, Globo

Introdução[1]

1.A palavra grega “genesis” significa “começo, início” ou “geração”. Em Mateus 1.1, a palavra “genesis” é traduzida como “geração ou genealogia”. O título original hebraico é “bereshith” = “no princípio” (1.1). O livro de Gênesis mostra o início do Universo, da História da Humanidade, do Pecado, da Salvação, do Sacrifício, da Família, da Guerra, da Civilização, do Casamento, etc. O NT cita Gênesis mais de 100 vezes, sendo que só o livro de Apocalipse cita Gênesis mais de 40 vezes.

 

2.A maioria dos teólogos concorda que Moisés é o autor do Pentateuco (penta=cinco; teuchos=livros),

sendo que Gênesis é o primeiro livro. Moisés não era nem nascido no período dos acontecimentos de Gênesis, mas o Espírito Santo o dirigiu a escrever (2 Pe 1.20-21) e Jesus afirmou (Jo 5.45-47, Lc 24.44). Isso é prova suficiente. O livro foi escrito através de revelação direta de Deus ou através de fontes informativas orais e escritas, neste caso, Deus teria preservado os documentos e tradições sem perigo de alteração. 

 

3.A data: 1450-1410 a.C. quando foi escrito e não propriamente os acontecimentos, pois a criação, por exemplo, deu-se 4.000 anos a.C. O livro cobre um período de 2.000 anos.

 

4.Até o capítulo onze, os assuntos são tratados sem muito detalhes; do cap.12 até o fim, a vida das personagens é relatada com bastante detalhes. Até o cap.11, trata da humanidade em geral, mas do cap.12 em diante, a nação de Israel toma um lugar muito especial nos planos de Deus, especialmente Abraão, Isaque, Jacó e José. Portanto, o propósito é mostrar o início da humanidade, bem como sua queda na pessoa de Adão e evidências incontestáveis da pecaminosidade de todas as civilizações, mas que Deus providenciou a Salvação da Humanidade, usando Israel como instrumento. Outro propósito é mostrar que, embora, Deus criou os céus e a terra, Ele escolheu lidar com a terra especialmente, o plano de Deus, específico à Humanidade. Sem o livro de Gênesis, estaríamos entregues às teorias dos incrédulos sobre a origem de todas as coisas.

 

 

 

 

 

 

5.Os vários nomes de Deus em Gênesis.

 

Nome de Deus em Português

Nome de Deus em Hebraico

Referência 

Deus

Elohim (forma plural)

1.1,26,3.22,11.7

O Senhor Deus

Yahweh Eloim

2.5

O Senhor

Adonai

4.1

O Deus Altíssimo

El Elyon

14.18

O Senhor Jeová

Jeová

15.2

O Deus Todo-Poderoso

El Shadai

17.1

O Deus Eterno

El Olam

21.33

 

6.Comparação entre Gênesis e Apocalipse. O início de Gênesis tem o seu cumprimento em Apocalipse.

 

GÊNESIS

APOCALIPSE

 1.Criação dos céus e da terra  (1.1)

 1.Novos céus e nova terra (21.1)

 2.O primeiro ataque de Satanás contra o homem (3.1ss)

 2.O ataque final de Satanás (20.7-10)

 3.O sol para governar o dia (1.16)

 3.Não há necessidade do sol (21.23)

 4.Escuridão e noite (1.5)

 4.Não haverá noite (22.5)

 5.O mar é criado (1.10)

 5.O mar deixa de existir (21.1)

 6.Um rio no jardim (2.10-14)

 6.O rio da vida (22.1-2)

 7.A maldição sobre o homem e a natureza

(3.14-17)

 7.Não haverá mais maldição (22.3)

 8.A expulsão do homem do paraíso (3.24)

 8.O homem restaurado ao paraíso (22.1ss)

 9.Árvore da vida vetada ao homem (3.24)

 9.Árvore da vida acessível ao homem (22.14)

10.Rebelião de Ninrode, início da Babilônia

(10.8-10)

10.Anticristo e Babilônia julgados (17-19)

11.Casamento de Adão (2.18-23)

11.Casamento do Cordeiro (19.6-9)

12.A sentença contra a serpente (3.15)

12.A execução da sentença contra a serpente (20.10)

 

7.Uma dupla criação?

- Alguns críticos da Bíblia dizem que não há acordo na narrativa da Criação, pois, enquanto Gn 1.1-4a relata a Criação do mundo em seis dias, com a sequência dos seres criados e o homem e mulher, criados no mesmo tempo.

 

- Em Gn 2.4b-25, a ordem é totalmente diferente: o homem é criado primeiro, e não há referência de que o mundo foi criado na sequência narrada no cap.1.

 

- Na 2ª narrativa a mulher é criada diferentemente do homem e depois dele.

 

Baseado nisso, podemos dizer que existem duas narrativas da Criação que não concordam entre si? Este problema é facilmente resolvido se atentarmos para Gn 2.4: “Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus.”. Portanto, não são duas narrativas que não se harmonizam, mas antes, é uma explicação mais detalhada de como ocorreu a criação, principalmente do homem e da mulher.

 

8.Cristo em Gênesis

 

Maneira como é apresentado

Referência em   Gênesis

Referência em o N.T.

O Criador do Mundo

1.3

Jo 1.1-5, 2 Co 4.3-7

O último Adão 

1.7

Rm 5, 1 Co 15.45

A semente da mulher

3.15

Gl 3.19, 4.4

Abel

4.2

Hb 11.4,12.24

Noé e o Dilúvio

6-10

1 Pe 3.18-22

Melquizedeque

14.18

Hb 7-10

Isaque, o filho da promessa

17.19

Gl 4.21-31, Hb 11.19

O cordeiro

22.13

Jo 1.29

A escada de Jacó

28.12ss

Jo 1.51

José (rejeitado pelos irmãos, amado pelo Pai, sofreu injustamente, recebido na segunda vez pelos irmãos exaltado para reinar).

Gn 37-50

várias

 

9.Alguns esclarecimentos

1) Os seis dias da criação -  Foram dias literais e não milhares de anos, mesmo porque a terra foi criada para girar em torno do sol e desde o início obedeceria anos e estações.

 

2) O sábado (descanso) - Significa que Deus terminou toda a Sua Obra, não havendo mais nada a ser criado.

 

3) O casamento - O plano de Deus foi a monogamia, a indissolubilidade, a subordinação da esposa ao marido.

 

4) O jardim do Éden - Tudo indica que localizava-se onde, atualmente, é o golfo Pérsico.

 

5) O pecado - Eva foi enganada; mas Adão, não (1 Tm 2.13-14). Nenhum dos dois foi criado com a natureza pecaminosa.

 

6) Árvore da Vida - Não havia proibição quanto a comer do fruto dessa árvore.

 

7) O conhecimento do bem e do mal - Envolvia o conhecimento da queda de Lúcifer (Is 14 e Ez 28), da qual Adão e Eva não esperaram para saber por meio da palavra de Deus.

 

8) Caim e Abel - Caim não confiou na maneira de aproximar-se de Deus, ou seja, por sacrifícios cruentos, os quais teria aprendido com seus pais. Obs: as vestes de Adão e Eva foram providenciadas pela morte de animais.

 

9) Babel - De lá começou toda a falsa religião, conhecida por Babilônia.

 

10.Quantos anos tem o universo?

1) A terra existe no mesmo período que todo o Universo, porém, quantos anos tem?

 

2) Alguns afirmam que não tem mais do que 6.000 anos. No máximo, alguns diriam 10 mil anos.

 

3) Outros dizem que houve um intervalo entre Gn 1.1 e versículo 2 de milhares ou milhões de anos. Afirmam que em vez de “A terra, porém, era sem forma e vazia”. A melhor tradução seria “A terra, porém, tornou-se sem forma e vazia”, sugerindo, assim, que houve uma catástrofe, causada pela queda de Lúcifer.

 

4) Portanto, haveria uma criação “pré-adâmica”. Muitos cientistas cristãos defendem este pensamento e, assim, não entram em muito conflito com os descrentes quanto à idade da terra.

 

5) Outra observação sobre a Criação é com respeito à palavra hebraica para “criou” (v.1). É a palavra “bara” que significa “criar do nada” e a outra palavra é “asah”, que significa “fazer algo”, neste caso o homem pode “fazer algo”, mas nunca “criar do nada”.

 

6) Poderíamos ainda questionar quanto à existência de outras vidas em outros planetas. Deus volta toda a Sua atenção para a terra ao escrever a Sua Palavra.

 

7) Embora tenha criado elementos celestes como luas, estrelas, planetas e galáxias, Deus tem Seu plano especial para com a terra. A história da redenção e da humanidade limita-se ao planeta terra.

 

8) Portanto, não precisamos questionar além disto, pois mesmo dentro do planeta terra Deus limitou que apenas o ser humano tivesse “espírito” para comunicar-se com Ele.

 

11.De onde vieram as diversas raças?

1) Muitos perguntam: “De onde vieram os negros, se Adão e Eva não eram”?

 

2) Esta pergunta por si mesma já tem um tom de discriminação, não só porque a Bíblia não relata a raça de Adão e Eva, mas, principalmente, pelo fato da pergunta ser incompleta, pois de onde vieram os da raça negra, da raça branca, da raça vermelha, da raça amarela, dos que têm muitos pêlos pelo corpo, dos que têm os olhos esticados, dos que têm os cabelos ruivos, dos que são gigantes, dos que são pequenos, enfim, uma infinidade de características, da qual Adão e Eva não podiam possuir em seus próprios corpos.

 

3) A resposta para esta questão não está apenas em Sem, Cão e Jafé, filhos de Noé, os quais são o alicerce para as raças, mas, antes disso, a resposta está na genética.

 

4) Deus, em Sua infinita sabedoria, e gosto pela diversidade, colocou em Adão e Eva os cromossomos que continham todos os genes, e suportes para a hereditariedade das raças que surgiriam nas pessoas determinadas e nos tempos determinados.

 

 

 

 

 

 

 

12.Gênesis 11 e a data do dilúvio

 

O NOME E OS ANOS DE CAINAN NÃO APARECEM NO TEXTO HEBRAICO                                                               

Uma razão para questionar a cronologia de Ussher para Gênesis 11 é a evidência que nem todos os patriarcas pós-diluvianos   aparecem na lista do texto hebraico. Na genealogia de Maria em Lucas, o nome “Cainan” aparece entre “Salá” e “Arfaxade” (Lc 3.36). A Septuaginta coloca o nome “Cainan” na mesma posição que Lucas. É possível que o nome “Cainan” foi inserido mais tarde no texto da Septuaginta e este não apareça no manuscrito original de Lucas. O problema é complexo, mas, simplificando, damos a nossa conclusão: a Septuaginta dá-nos a lista completa dos nomes como aparecem no texto original hebraico; mas desde que os anos para os patriarcas dados na Septuaginta são obviamente falsos, não temos maneira de determinar a idade de Cainan quando nasceu seu primeiro filho. Assim, esta omissão, mesmo que não houvesse outras, torna impossível fixar a data do Dilúvio.

 

Este artigo faz parte do Apêndix II do livro “The Genesis   Flood” de John C.Whitcomb e Henry M.Morris

 

13.Esboço simples

 

 I.História da Humanidade em geral (1-11)

II.História de Israel em particular (12-50)


Capítulo 1: O Deus criador

1.O primeiro capítulo de Gênesis é um tesouro científico, mas não em linguagem da ciência. É o relato simples do Deus criador. É não crível por aqueles que rejeitam a Deus e Sua Palavra, mas é totalmente digno de confiança ao crente. Não é um tratado da existência de Deus, mas simplesmente começa com a declaração “No princípio Deus”. Quem quiser acompanhar poderá encontrar Deus, mas alguns nem querem começar, pois rejeitam Deus como se fosse uma ideia filosófica. O livro começa mostrando o Deus criador. Ele é autoexistente, pois se nada existia e o livro começa com Deus, então, isto faz Dele, o autoexistente. Os primeiros versículos do evangelho de João e os primeiros versículos do livro aos Hebreus associam a autoexistência a Jesus Cristo, pois Ele é o criador juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Deus quis se revelar ao homem e fez isso oralmente até o primeiro escrito de Moisés. Cremos que Deus protegeu a oralidade ou revelou a Moisés tudo o que aconteceu no início. Ninguém estava no princípio do mundo. A única revelação que temos é da Palavra de Deus.  (v.1).

 

2.O Deus criador subsiste em mais de uma Pessoa, pois o Espírito estava pronto, sobre as águas, para criar também. A Palavra hebraica “Elohoim” indica Deus na forma plural bem como a pessoa do versículo 26 (façamos). Como já foi citado, Jesus e o Espírito na criação formam a Trindade, palavra inexistente na Bíblia, mas o conceito está presente. Sobre a terra sem forma e vazia, alguns acreditam num tipo de restauração da terra após um caos (v.2).

 

 

 

 

 

 

 

 

“A Velha Bíblia Scofield defende que a condição da terra no verso dois é o resultado do julgamento e, portanto, interpreta o verbo hayah (1961) como ‘tornou-se’. Entretanto, a construção hebraica do verso dois é disjuntiva, descrevendo o resultado da criação descrita no versículo um. A frase ‘sem forma e vazia’ é frequentemente mal compreendida por causa desta tradução. Essas palavras são encontradas em poucos lugares (Is 34.11, 45.18 e Jr 4.23). Elas não descrevem caos, mas estado de vazio. Uma tradução melhor seria ‘não formada e não preenchida’.”[2]

 

3.O Deus criador é organizado. Isto vemos na maneira como tudo foi construído em seis dias e como tudo foi criado e separado (luz, água, terra, ervas e sementes, luzeiros, peixes, aves e animais terrestres). Ele podia perfeitamente fazer tudo de uma só vez e ter deixado sobre a terra, mas por alguma razão, o Deus criador quis mostrar-nos um pouco do processo da criação e da separação. As primeiras palavras de Deus na criação foram: “Haja luz”. A partir daí, podemos considerar como Palavra de Deus todas as citações: “Disse Deus”. Só em Gênesis capítulo 1, lemos “disse Deus” 9 vezes. A expressão “Assim diz o Senhor” aparece mais de 400 vezes na Bíblia. Portanto, Deus quer falar ao homem e a Bíblia é a voz Dele para o homem (v.3-21).

 

“Os ‘céus e terra’ referem-se ao universo como o conhecemos (o céu acima com tudo o que há nele e a terra abaixo). Não há nenhuma palavra em hebraico para ‘universo’. Isto é uma figura de linguagem (metomínia) para a totalidade; Deus criou tudo.”[3]

 

4.O Deus criador também é multiplicador. Ele não apenas criou alguns animais e vegetais, mas criou exemplares que dariam início a uma série bem elaborada de outros seres, mas sempre dentro de sua própria espécie. Assim, é possível contemplarmos diversos tipos de borboletas, mas todas respeitando a sua própria espécie, ou seja, borboletas. A diversidade de cada espécie pode não ter sido vista na criação, mas certamente está sendo vista até hoje nas gerações de cada espécie. Hoje nada mais é criado, mas tudo pertence à maravilhosa criação de Deus. Vemos novas espécies surgindo, mas apenas como resultado da criação de Deus. O Deus criador viu que assim estava bom (v.22-25).

 

5.Além de um Deus autoexistente, subsistindo em três Pessoas, organizado e multiplicador, não temos como ignorar o Seu amor. Tudo o que Ele fez foi coroado com o homem. É por causa da Sua glória e alegria do ser humano que Ele criou tudo o que vemos e não vemos. Nenhum animal, vegetal ou elemento celeste foi feito à imagem do próprio criador. Ele escolheu fazer o homem e a mulher como Ele próprio e com domínio sobre toda a Sua criação terrestre. Nunca saberemos exatamente o que significa sermos à imagem de Deus, mas pelo menos podemos dizer que somos iguais a Deus no fato de termos inteligência, emoções e vontade. Ele nos ama, pois nos criou, deu-nos domínio sobre a criação, deu condições de nos multiplicarmos e deu-nos alimento para a nossa sobrevivência e prazer (v.26-31).

 

O Deus Criador (Gn 1)

1.O Deus Criador é autoexistente (v.1)

2.O Deus Criador subsiste em mais de uma Pessoa (v.2)

3.O Deus Criador é organizado (v.3-21)

4.O Deus Criador é multiplicador (v.22-25)

5.O Deus Criador é amoroso (v.26-31)

 

 

Capítulo 2: O Deus sustentador

1.O Deísmo é uma doutrina que ensina que existe um Deus criador, porém, agiu como um relojoeiro que fez o relógio, deu corda, colocou em cima da mesa e foi embora. Hebreus 1 diz que Jesus criou o universo e pela Sua palavra do seu poder sustenta todas as coisas. A doutrina da criação não pode ser ensinada sem a doutrina da sustentação. Deus criou e sustenta até o momento toda criação. As leis físicas se mantêm pelo poder de Deus. Depois de toda a criação ficar completa, Deus descansou no sétimo dia. Ele ainda trabalha, mas não mais criando e, sim, sustentando (v.1-3).

 

2.Deus preparou um jardim para o casal que Ele criou. Esse jardim era autossustentável. Quando dizemos que algo é autossustentável quer dizer que Deus sustenta. Por exemplo, Ele deixou as matas em condições de produzir sementes e se espalharem, mas nada disso acontece por acaso. As plantas eram regadas através de uma neblina. O ciclo era completo: neblina cai, vapor sobe e neblina cai. No jardim, Deus coloca o homem que recebe o fôlego do próprio Deus. Assim a humanidade é sustentada com o fôlego de Deus dado a Adão. O jardim era bem regado e isso dava sustentação para a plantação. O próprio homem seria usado por Deus para sustentar o jardim. No texto são mencionadas duas árvores de importância decisiva para toda a humanidade. A árvore da vida era para sustentar a vida e a do conhecimento era para testar a obediência de Adão e Eva. A obediência deles não foi sustentada (v.4-17).

 

3.Deus instituiu o casamento e Ele está pronto para sustentá-Lo. Ele providenciou recursos para que o casamento seja sustentável. Após colocar nomes nos animais, o homem sentiu falta de uma companheira. Se a criação é completa, por que Adão sentiu-se incompleto? A resposta é simples. A criação só se tornou completa no final do sexto dia. Sendo que o capítulo 2 é a apresentação dos detalhes do capítulo 1, então, somente com a criação de Eva é que a criação estaria completa. A criação da mulher se deu a partir do homem, mas, depois, a existência do homem se dá a partir da mulher. Foi esse o princípio de respeito que o apóstolo Paulo deu ao falar da submissão da mulher e o respeito do homem a ela (veja 1 Co 11.11-12). Deus instituiu o casamento com a regra básica para o casal viver separado dos pais. A nudez do casal não era pecaminosa e nem constrangedora. Assim, vimos que o Deus criador também é o sustentador da criação, do jardim e do casamento (v.18-25).

 

“O que emerge claramente de Gênesis 2 é que a igualdade de homens e mulheres não consiste em semelhança absoluta. Homem e mulher são espiritualmente iguais, como portadores da imagem de Deus; mas ambos têm uma identidade sexual distinta. Esta distinção bela e profunda (que alguns desprezam como uma ‘mera questão de anatomia’) não é uma trivialidade biológica ou acidental. Ela existe porque Deus deseja que os homens sejam homens e as mulheres sejam mulheres.”[4]

 

O Deus sustentador (Gn 2)

1.Sustentador da criação (v.1-3)

2.Sustentador do jardim (v.4-17)

3.Sustentador do casamento (v.18-25)

 

 

 

 

Capítulo 3: A entrada do pecado no mundo

1.Aqui está toda a explicação para as misérias do mundo. O pecado que já existia em Lúcifer o qual se tornou Satanás, agora atinge o cabeça federal da humanidade. As consequências do pecado de Adão e Eva atingiriam a todos os que nascessem após eles. Não apenas a humanidade foi afetada, mas a criação toda. Satanás, sob a permissão de Deus, evidentemente, se apossou de uma cobra e insinuou para a mulher que Deus estava errado. Ela aceitou a sugestão e disse que Deus não permitiu tocar no fruto, embora Deus não tenha falado isso. Certamente o texto anterior diria isso, se Deus tivesse falado, pois é um assunto que precisa muito esclarecimento para não termos dúvida de como o pecado entrou no mundo. A entrada do pecado no mundo foi um processo que culminou na desobediência. O casal comeu do fruto, sendo que a mulher foi enganada, mas o homem pecou deliberadamente. A nudez foi imediatamente percebida, a mente pura foi contaminada. A Palavra de Deus foi atacada desde o início por Satanás. Ele colocou em dúvida as palavras de Deus. Ele insinuou que Deus estava sendo egoísta, privando Eva de conhecer o sabor da árvore do Conhecimento do Bem e o Mal. Eva cedeu à insinuação de Satanás e acabou acrescentando palavras à Palavra de Deus (“nem nele tocareis”). O acréscimo ou a retirada de palavras da Bíblia causa enorme confusão doutrinária e afeta a mente das pessoas em relação ao caráter de Deus. (v.1-7).

 

2.Após a desobediência, Deus procura o casal, mas os pecadores passam a fugir de Deus. As consequências atingiram a serpente, Satanás, a mulher, o homem e a natureza em sua totalidade. Em meio às consequências, duas demonstrações da graça de Deus são percebidas. Primeiro, a promessa de um Libertador para salvar a humanidade das terríveis consequências eternas do pecado.

 

“Vivemos num mundo que ainda sofre com aquela maldição. Estamos lutando constantemente contra doenças, dores, fraquezas, dores de parto, trabalhos duros, difíceis condições climáticas, pestes de animais e insetos, ervas daninhas, tristezas, angústias e morte.”[5]

 

3.Outra demonstração da graça de Deus é percebida nas vestes providenciadas pelo próprio Deus. Ele teve que matar animais para vesti-los. A partir daí, o homem só chega até Deus através de um inocente morrendo em seu lugar. Deus falou algumas vezes por voz audível ao homem. Algumas pessoas não creem na Bíblia, pois dizem que só acreditariam se Deus falasse audivelmente a elas. O fato de Deus falar de modo audível não garante que as pessoas crerão (v.8-21).

 

4.O afastamento do jardim para não comerem da árvore da vida também pode ser visto como a misericórdia de Deus, pois agora a morte passa a ser, para o salvo, uma libertação da miséria que o pecado causou no físico. O jardim foi bem guardado por Deus (v.22-24).

 

O pecado, suas consequências e redenção (Gn 3)

1.O pecado foi a desobediência (v.1-7)

2.As consequências foram universais (v.8-19)

3.A redenção foi a provisão de roupas de animais que tiveram que morrer em lugar dos pecadores (v.20-21)

4.A misericórdia foi não viverem infinitamente em seus corpos pecaminosos (v.22-24)

 

 

 

Capítulo 4: A progressão do pecado no mundo

1.O pecado vai tomando proporções em todas as áreas da vida. Os filhos de Adão e Eva nasceram fora do jardim e, portanto, amaldiçoados pelo pecado. Não sabemos quantos filhos Adão e Eva tiveram e nem temos certeza se Abel e Caim eram gêmeos. Em Hebreus descobrimos que a oferta de Abel era mais excelente. Isso mostra que o valor da oferta estava nela própria e não apenas na disposição do coração do ofertante. Do que vimos da redenção de Adão e Eva e do que sabemos dos sacrifícios do Velho Testamento, deduzimos que a oferta de Abel foi mais excelente porque foi uma oferta de sangue. Ninguém se achega a Deus sem derramamento de sangue de um inocente. Caim se indignou com Deus. O pecador está sempre se indignando contra Deus e dando a impressão que é contra o seu próximo. É mais fácil para o pecador nutrir inveja no coração do que se esforçar para fazer o certo (v.1-7).

 

2.O pecado progrediu da inveja para o assassinato. Assim como Deus fez uma pergunta para Adão, Ele fez para Caim. Ambos culparam Deus. Caim insinua que Deus é o culpado pelo desaparecimento de Abel. Caim se tornou algum tipo de andarilho carregando a maldição sobre si por onde ia. A marca de Caim não era uma maldição, mas uma proteção. Aqui surge a pergunta na mente de alguns: “Quem foi a esposa de Caim?” Evidentemente que Adão e Eva tiveram muitos filhos. Os primeiros casamentos se deram entre irmãos e primos, principalmente. Então, Caim se casou com uma parenta (v.8-16).

 

3.A progressão do pecado tem muitas formas. Vemos a desobediência ao padrão do casamento instituído por Deus. A bigamia que mais tarde aumentou para a poligamia. Lameque foi o primeiro a tomar duas mulheres e isso foi tão importante que a Bíblia mencionou. Não apenas o pecado teve progressão, mas as profissões. O primeiro vaqueiro foi Jabal. O primeiro músico foi Jubal. O primeiro ferreiro foi Tubalcaim (v.17-22).

 

4.Lameque, além de bígamo, foi o iniciador da vingança. Podemos dizer que foi o primeiro poeta, sendo que a primeira poesia não foi nada romântica. Caim deu origem à série de assassinatos no mundo. O motivo de Caim foi a inveja e o motivo de Lameque foi a vingança. Paulo diz em Romanos 12 que a vingança pertence ao Senhor. O crente devolve as agressões com boas ações. É possível que cada filho de Eva que nascia, ela guardava a esperança que seria o Libertador prometido. Parece que a idolatria ou falso culto já tinha sido inaugurado no mundo também como mais uma forma da progressão do pecado, pois quando nasceu Enos começou-se a invocar o nome do Senhor (v.23-27).

 

“...Gn 4.23s parece ser uma ‘poesia da espada’ glorificando as armas de guerra inventadas por seu filho. Ele se gloriou às suas esposas, Ada e Zilá de ter matado um homem e por causa de sua força superior devido às suas armas, ele não precisava da proteção de Deus como Caim. Jesus pode ter se referido a isto em Mt 18.22, substituindo o perdão pela vingança.”[6]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A progressão do pecado (Gn 4)

1.A adoração independente (v.1-4)

2.O ciúme (v.5-7)

3.O assassinato (v.8)

4.O cinismo (v.9-10)

5.O secularismo (v.11-17)

6.A poligamia (v.18-22)

7.A vingança (v.23-24)

8.A necessidade de voltar a Deus (v.25-26)

 

Capítulo 5: A morte passou a todos os homens

Este capítulo é o retrato da humanidade. É como um lembrete de que todos morrem. Adão teve filhos e filhas. Não se sabe quantos. Adão viveu 930 anos e, então, morreu. A promessa de que no dia que comesse do fruto morreria, aconteceria imediatamente através do início da degeneração do corpo. As doenças, fraquezas e, por fim, a morte chegariam. Era uma questão de tempo. Para os primeiros habitantes da terra, 800 a 900 anos. Para nós, 80 a 90 anos. Este capítulo também é um lembrete de que nem todos morrerão. Enoque viveu apenas 365 anos, mas não morreu e, sim, foi levado à presença de Deus. Um dia, no arrebatamento, os crentes que estiverem vivos serão levados até Deus também (veja 1 Ts 4.11-18). Este capítulo também nos mostra que o pecado da obstinação pode ser interrompido. O pecado do pai não precisa ser repetido no filho. É importante notar que Lameque, o pai de Noé, não é o mesmo Lameque do capítulo 4, no entanto, a humanidade se corrompeu bastante e Noé quebrou um ciclo de rebeldia, não porque não tinha pecado, mas porque reconhecia os planos de Deus para ele e sua família. Sobre a vida de Noé, uma profecia foi anunciada. Noé seria o consolador da terra amaldiçoada. Noé conseguiu levar toda a família ao Senhor (v.1-32).

 

“É provável que a linguagem de Sl 49.15 e 73.24 reflita a história de Enoque. Neste caso, o exemplo da assunção de Enoque trata da origem da esperança judaica por uma vida com Deus além da morte. No Apócrifo Sabedoria 4.10-14 também trata Enoque como um extraordinário exemplo da esperança da vida eterna do homem justo.”[7]

 

Capítulo 6: O arrependimento de Deus

1.Não é fácil interpretar os sete primeiros versículos deste texto, pois há três declarações fortes e decisivas.

 

1ª) Os filhos de Deus e as filhas dos homens,

2ª) Os dias dos homens serão 120 anos,

3ª) O Senhor se arrependeu de ter feito o homem.

 

Alguns dizem que os filhos de Deus são os descendentes de Sete os quais amavam o Senhor e as filhas dos homens são da descendência de Caim as quais não amavam ao Senhor. Outros dizem que os demônios (filhos de Deus, pois é um termo para anjos), excepcionalmente, se relacionaram com humanas gerando uma descendência maldita. Ainda outros acham que os filhos de Deus se referem aos filhos dos governadores. Os reis eram considerados deuses.[8] (v.1-4).

 

2.Outra declaração difícil é a respeito dos dias dos homens sendo 120 anos. Parece provável que se refira ao tempo da construção da arca. Outros acham que é uma profecia a respeito da diminuição da expectativa de vida do homem. Ainda que não esteja se referindo à expectativa de vida, a partir do dilúvio os homens não viveriam muitos anos mais (v.3).

 

“Temos razões para crer que o Dilúvio foi um evento de alta radiação e que nos séculos imediatamente após o Dilúvio, as taxas de mutações podem ter sido substancialmente mais altas do que os dias atuais.”[9]

 

3.O arrependimento de Deus não deve ser entendido como o resultado de uma ação impensada. Tudo o que Deus fez era bom, inclusive a criação do homem. Arrependimento, como mudança de ideia, baseada no comportamento do homem, é um antropopatismo, isto é, Deus sendo mostrado como tendo emoções humanas.[10] Noé, assim como Enoque, andava com Deus. Porém, Deus não o levou para Si, mas usou-o para a libertação da humanidade (v.5-10).

 

4.A arca de Noé é vista pelos incrédulos como mito, mas por nós, os crentes, como a provisão de Deus para salvar a humanidade da Sua ira (v.11-22).

 

“A embarcação foi projetada para boiar. Era uma enorme caixa de madeira que podia flutuar na água e manter seu conteúdo seguro e seco. De acordo com os cálculos do Dr. Henry Morris, a arca era grande o suficiente para abrigar o conteúdo de quinhentos vagões ferroviários de gado, oferecendo espaço para cerca de cento e vinte e cinco mil animais. É claro que muitos deles eram bem pequenos e não precisavam de muito espaço. Quanto às grandes espécies, sem dúvida Noé juntou representantes mais jovens e menores.”[11]

 

A medida cheia do pecado (Gn 6)

1.Descendência perversa (v.1-4)

2.Decisão de Deus em exterminar o homem (v.5-12)

3.Remanescente fiel (v.13-22)

 

Capítulo 7: O despejo da ira de Deus sobre a humanidade

Noé atendeu à ordem de Deus. Mesmo sendo um pecador, foi considerado justo, pois creu na providência de Deus para salvar os que se achegassem a Ele. Embora ainda não houvesse a regulamentação dos animais limpos e imundos, Noé soube o que Deus queria e separou os animais para o sacrifício que ofereceria mais tarde. A chuva duraria 40 dias e 40 noites. A chuva não foi comum. As águas reservadas para isto se romperam, as do abismo e as do céu. Após os animais e a família de Noé entrarem na arca, o próprio Deus os fechou. As águas subiram uns 7 metros acima dos grandes picos. As águas só baixaram depois de 150 dias. É bom saber que estudiosos como Ramm e Heidel e muitos outros aceitam a narrativa bíblica, não como um mito, mas como a Palavra de Deus. É claro que todos temos muitas dúvidas sobre aspectos particulares do dilúvio, mas isto acontece em todas as esferas do conhecimento. Não temos certezas de tudo, mas avançamos no conhecimento que temos de todos os aspectos da vida (v.1-24).

 

 

“Nós aceitamos a narrativa de Gênesis sobre o Dilúvio como factual e verdadeira, um evento histórico, mas não podemos interpretar, explicar ou acrescentar às palavras citadas em Gênesis sem apresentar incertezas. Muitas teorias têm surgido para explicar aspectos específicos do dilúvio e assim fazer a narrativa se adequar à interpretação. Algumas dessas teorias podem ser brevemente avaliadas sobre a base da arqueologia estabelecida e dados geológicos.”[12]

 

A proteção na arca e em Cristo (Gn 7)

1.Na arca e em Cristo há proteção para a família (v.1-4)

2.Na arca e em Cristo há proteção para aquele que obedece (v.5)

3.Na arca e em Cristo há proteção para pessoas de qualquer idade (v.6-11)

4.Na arca e em Cristo há proteção para qualquer tempestade (v.12-20)

5.Na arca e em Cristo há proteção mesmo que a maioria esteja morrendo (v.21-24)

 

Capítulo 8: De volta à terra

Foram 40 dias e 40 noites de chuvas torrenciais, porém, 150 dias (5 meses) de águas sobre a terra e, então, as águas foram minguando. No entanto, até escoar toda a água a ponto de poder sair da arca sem atolar os pés na lama, foram mais uns 7 meses. Noé, a família e os animais ficaram dentro da arca 1 ano. No começo do capítulo diz que Deus se lembrou de Noé e dos animais na arca. O Senhor cuida da Sua criação. O corvo e a pomba eram os exploradores para Noé, até que o não retorno da pomba fez Noé acreditar que em breve eles podiam deixar a Arca. O próprio Deus ordenou Noé a sair da arca. Noé ofereceu sacrifícios ao Senhor com os exemplares adicionais para este serviço. A pecaminosidade do ser humano não foi curada na família de Noé e, claro, Deus não destruiu a humanidade para curar e sim para julgar. Assim acontecerá outra vez, não com água mais e sim com fogo, conforme 2 Pedro 3 descreve. A promessa do ciclo de estações continuaria (v.1-22).

 

“Houve 40 dias durante os quais caiu a chuva (7.12). Durante outros 110 dias as águas continuaram a subir, fazendo que prevalecessem por um total de 150 dias (7.24). As águas ocuparam 74 dias em seu “indo e minguando”. Isso foi o 17º dia do sétimo mês até o 1º dia do décimo mês (8.5). Havendo 30 dias em um mês, os números em dias são 13 mais 30 mais 30 mais 1 = 74 dias. Quarenta dias se passaram antes de Noé enviar o corvo (8.6-7) = 40 dias. Sete dias se passaram antes de Noé enviar a pomba pela primeira vez (8.8). Esse período é necessário ser computado para chegar-se ao total e é dado por implicação da frase “outros sete dias” no v. 10 = 7 dias. Sete dias se passaram antes de ser enviada a pomba pela segunda vez (8.10) = 7 dias. Outros sete dias, precedendo a terceira viagem da pomba (8.12) = 7 dias. Até este ponto foram computados, 285 dias, mas o episódio seguinte é datado no 1º dia do primeiro mês, do ano 601. Desde a data em 7.11 até este ponto, em 8.13, há um período de 314 dias; portanto, aqui há um intervalo de 29 dias [285 + 29 = 314]. Desde a remoção da coberta da arca até o fim mesmo da experiência houve mais 57 dias (8.14) = 57 dias. Total 371 dias.”[13]

 

Capítulo 9: O novo governo, o governo humano

1.Deus recomeça a civilização através da família de Noé. Deus não criou nada novo, porém, mudou alguns hábitos da humanidade e dos animais. Até, então, o ser humano comia vegetais, mas a partir dessa nova geração, Deus permite que o ser humano coma proteína animal. Os animais passam a ter medo dos homens, por razão óbvia! O sangue do animal não deveria ser comido pelo homem. Outra mudança, é que o pagamento pelo assassinato seria a pena capital ou pena de morte. A razão é por causa da essência do homem. Ele é feito à imagem de Deus. Portanto, a destruição da imagem de Deus na terra seria punida com a morte (v.1-7).

 

2.Nessa nova condição do homem, há a promessa de Deus sobre a preservação da Terra. Deus não destruirá a terra com água. O arco celeste é o pacto. Isto não significa que lugares não serão inundados. Isso reforça a doutrina do Dilúvio universal, pois se fosse local, então, o pacto diria que jamais haveria inundação no suposto local exclusivo do dilúvio. O pacto é universal, pois diz toda a carne e sobre a terra. Não haverá a destruição da terra com água, porém, em 2 Pedro 3 é anunciada a destruição por fogo (v.8-17).

 

4.Toda a humanidade veio de Adão e Eva, mas a humanidade ganha sua árvore genealógica mais estruturada nos filhos de Noé. Os semitas, camitas e jafetitas. A agricultura marcou a humanidade como a principal atividade e sustento. A embriaguez, muitas vezes, está associada à nudez e perversidade. Fica implícito, por causa da maldição sobre Cam, que ele não agiu bem em relação à nudez do pai. Sem e Jafé tiveram atitude correta, a de tentar amenizar o vexame do pai (v.18-29).

 

“A palavra hebraica para ‘nudez’ (erwah) significa ‘nudez vergonhosa’ e, frequentemente, é usada para descrever comportamento imoral. Uma palavra diferente (eyrom) é usada para descrever nudez simples. A declaração no versículo vinte e dois que Cam era o pai de Canaã e o fato que a maldição de Noé é dirigida contra Canaã (v.25), indica que Canaã estava de alguma forma envolvido no comportamento imoral e indecente com seu avô bêbado. Cam era indiretamente culpado porque ele permitiu que Canaã crescer com seu caráter e porque, evidentemente, não tratou Noé com respeito quando o encontrou.”[14]

 

O perigo do descanso pós-atividades intensas (Gn 9.20-24)

1.Voltando às atividades normais (v.20)

2.Praticando a autogratificação após intensa atividade em favor de outros (v.21)

3.Perdendo a compostura e dignidade (v.22)

4.Forçando outros a resolverem nossa displicência causada pelo relaxamento (v.23)

5.Tentando recuperar a dignidade dos momentos áureos (v.24)

 

Capítulo 10: Os descendentes da nova civilização

Os descendentes da nova civilização partem dos três filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. Este capítulo mostra a humanidade já dividida após o evento da Torre de Babel.

 

“Esses nomes incluem fundadores de tribos, clãs, cidades e territórios.”[15]

 

Os oceanos no planeta terra fazem separação dos povos e seus continentes. O mar sempre foi causa de separação dos povos. Nos dias de “Pelegue” a terra, que era um só território, foi dividida. É  a “pangea” ou “deriva continental”[16] (Gênesis 10:25 e  1 Crônicas 1:19). O mar é mencionado no Milênio, mas deixará de existir no Estado Eterno (Sl 72:8, Is 11:9,11, Ez 47:10,15,17,18,20, 48:28, Zc 9:10, 14:8) (v.1-31).

 

 

Capítulo 11: A Torre de Babel

A marca do homem é viver independente de Deus. O plano de Deus era que os homens habitassem a terra e não um local específico. Os homens rebeldes já sabiam disso e, por isso, arquitetaram um plano de aglomeração em torno de uma construção. A partir daí a humanidade ganhou uma obsessão por monumentos que os distingue dos demais povos e, aparentemente, lhes dá um orgulho nacional. Os planos humanos foram frustrados por Deus, pois foi fácil separar os homens através da comunicação truncada. A partir daí também os idiomas separaram os homens. Mais uma vez são citados os descendentes de Sem, agora com o propósito de traçar a descendência até Abrão, Sarai e Ló (v.1-32).

 

“A ‘torre’ que construíram em Babel era uma estrutura conhecida como ‘zigurate’. Arqueólogos já escavaram várias dessas estruturas enormes construídas principalmente para fins religiosos.”[17]

 

A divisão linguística no mundo (Gn 11.1-9)

1.A divisão linguística se deu para que não houvesse aglomeração dos povos (v.1-4)

2.A divisão linguística se deu para limitar os homens em sua rebeldia conjunta (v.5-6)

3.A divisão linguística ocasionou dispersão (v.7-9)

 

Capítulo 12: O chamado de Abrão e sua viagem para o Egito

1.A viagem de Abrão foi uma das mais impressionantes da Bíblia. Não pelos perigos, aventuras ou distância, mas pela falta de prévio conhecimento que o viajante tinha. Era uma missão, sem dúvida. Abrão vivia em um lugar cheio de abundâncias e cercado de familiares, sendo que estas são as duas condições que mais prendem as pessoas para obedecerem a Deus. Ur dos caldeus era uma cidade na região da Mesopotâmia. Os descendentes de Sem, filho de Noé, habitaram aquela região, porém, o povo se descambou para a idolatria. Abrão está sendo convidado por Deus para deixar a idolatria e seguir a fé de seus pais Noé, Sem, Arfaxade e Terá. Para seguir a fé dos antigos, ele deveria deixar aquela terra idólatra e seguir para uma terra, não diferente na idolatria, porém, Deus tinha tudo traçado para o início de um povo missionário (v.1).

 

“Deus escolheu Abraão e separou-o dentre os seus congêneres idólatras, a fim de reservar um povo para si mesmo, entre o qual se mantivesse a verdadeira adoração até a vinda de Cristo. Deste ponto em diante, Abraão e a sua semente tornam-se praticamente o único tema da história bíblica.”[18]

 

2.Há promessa de bênção para a família que deseja seguir o padrão de Deus em missões, mas infelizmente, nem todas as famílias desejam seguir este caminho. Não significa que todas as famílias devem deixar seus parentes e sair para uma agência missionária ou campo distante de seu convívio, mas Deus quer despertar as famílias para o verdadeiro sentido da Igreja que é ser bênção neste mundo, não apenas no seu cantinho, mas sendo uma agência que envia missionários para os cantos distantes.

 

3.No caso da família de Abrão que no momento eram apenas ele, Sarai e Ló, Deus estava pedindo para seguirem por fé um caminho diferente daquele que estavam acostumados. Há promessa de bênçãos para Abrão e para as famílias que seguirem o padrão de uma família missionária.

 

4.De Abrão e Sarai surgiria uma grande nação. A nação, como todos sabemos, é Israel. É uma grande nação. O mínimo de judeus mora em Israel. No mundo há judeus, inclusive os que têm descendência e não sabem. No Brasil é ensinado que somos uma mistura de índios, negros e brancos, mas omitem o fato de que muitos portugueses são de origem judaica, expulsos de Portugal. Portanto, uma promessa foi cumprida que foi a formação de uma grande nação (v.2).

 

5.A outra promessa foi de bênção, na qual deve estar envolvida a riqueza. Abrão e sua descendência sempre foram muito prósperos. Em todas as diásporas dos judeus, eles foram roubados. Até hoje, tentam devolver aos judeus os seus pertences saqueados na segunda grande guerra (v.2).

 

6.O nome de Abrão seria engrandecido. Isto aconteceu, de fato, pois os judeus são filhos de Abrão. A própria Igreja é consequência desse pai, pois todos os que creem em Cristo Jesus são chamados filhos de Abraão, o pai da fé (v.2).

 

7.Uma família abençoada, sem dúvida. O padrão de Deus é abençoar aqueles que são obedientes a Ele. As famílias que se envolverem com missões serão abençoadas de muitas maneiras. Os filhos dos missionários são especiais em bênçãos intelectuais e cheios de oportunidades, basta conferir com missionários e agências missionárias. Mas, Deus não está limitado a missões como instituição. Ele está resolvido abençoar as famílias que oram por missionários, contribuem com eles e que estão dispostas a incentivar os seus filhos a se envolverem na obra missionária, inclusive indo para os campos. Há promessa de bênçãos.

 

8.O povo de Israel sempre teve uma proteção especial de Deus. Não há como extirpar essa nação. Outras nações foram apagadas do mapa, mas jamais Israel. A exemplo do que aconteceu com Balaão e Balaque, Deus Se vingará de Seus inimigos (v.3).

 

As profundas promessas de

Deus a Abrão (Gn 12.1-3)

1.A terra (v.1)

2.A nação (v.2)

3.O nome (v.2)

4.A bênção (v.3)

5.A família universal (v.3)

 

9.Outro padrão de uma família missionária é ser obediente. Abrão agiu por fé, pois nem ao menos sabia o que lhe esperava, mas sendo que Deus o chamou, era isto o que bastava. É difícil afirmar com certeza que Ló não deveria ter ido, pois não a Bíblia não afirma isto. Abraão é o pai da fé e não da desobediência. Ló era justo e se afligia pelos habitantes de Sodoma e seus pecados. A discussão não foi entre Ló e Abraão, mas entre os seus pastores. Não sabemos se Ló morava com Abraão, pois se for assim ele está levando a sua casa, pois os escravos foram levados e nós nunca dissemos que isto era errado (v.4-5).

 

10.Uma família missionária está sempre orando pelos missionários. Se Deus pede para a família toda servi-Lo integralmente, o pai da família deve ir. Se algum filho é pedido, os pais devem liberá-lo para servir ao Senhor. Enquanto isso, todos devem estar de prontidão. Abrão não era novo, ele tinha 75 anos. Nunca é tarde para obedecer ao Senhor (v.4-5).

 

11.Estes são os padrões de Deus para as famílias que amam a Sua obra. Ele promete bênçãos e exige obediência. Outro padrão que acompanha esses dois é a adoração. Enquanto a família está caminhando recebendo bênçãos e obedecendo deve adorar a Deus, confirmando a sua fé, enquanto Deus confirma o Seu amor e cuidado (v.6-7).

 

12.Abrão chegou na região conhecida mais tarde como Samaria. A mulher samaritana tinha base quando disse que seus pais adoravam naquele monte, pois Abrão adorou em Siquém. As famílias devem adorar sempre e não apenas uma vez. Abrão continuou e adorou em Betel também. Ele continuou para o sul e chegou perto do Egito, percorrendo, portanto, toda a extensão de Canaã. A obra missionária não se limita a uma cidade ou a um só povo. O mundo todo deve estar em nossas orações em família. Devemos levantar altares em nossos lares, não altares da idolatria, mas momentos importantes de adoração e oração pela obra missionária (v.8-9).

 

13.O padrão de Deus é claro. Ele chama as famílias para a obra missionária, abençoando-as, e por isso mesmo, exigindo obediência e perseverança na adoração. A participação na obra missionária não é apenas uma ação bonita de algumas famílias, mas um compromisso de adorar a Deus integralmente, mesmo que a maioria das famílias jamais chegará a um campo missionário distante. Deus não quer que todos os crentes sejam missionários de tempo integral em alguma terra distante, mas quer que todas as famílias da Igreja apoiem a obra missionária orando, contribuindo e se envolvendo de tantas formas quantas o Senhor as guiar, inclusive oferecendo os seus filhos para conhecer e se entregar para o trabalho missionário.

 

Os preparativos para a jornada de Abrão (Gn 12.4-9)

1.Sobrinho (v.4)

2.Família e bens (v.5)

3.Residentes locais (v.6)

4.Altar (v.7)

5.Residência temporária (v.8)

6.Mudança (v.9)

 

14.Abrão, por causa da fome, buscou alternativas para sua própria subsistência no Egito. Ele e Sarai se preveniram de um possível desejo de Faraó por Sarai. Ele usou como recurso a mentira, ou meia verdade, para se proteger. Faraó foi punido por Deus, embora não tivesse tido relacionamento sexual com a esposa de Abrão. Faraó mandou Abrão e Sarai embora. Eles foram, mas levaram as riquezas que obtiveram no Egito (v.10-20).

 

Quando a luz fica ofuscada pela mentira (Gn 12.10-20)

1.A mentira preocupa-se com a proteção (v.10-13)

2.A mentira consegue resultados temporários (v.14-16)

3.A mentira prejudica aqueles que temos que abençoar (v.17-20)

 

Capítulo 13: A separação entre Abrão e Ló

1.A separação entre Abrão e Ló se deu por causa da contenda entre os pastores do rebanho deles. A falta de pasto para ambos os rebanhos foi a causa da separação. As atitudes envolvidas nessa separação são desconhecidas, mas como todos os homens são pecadores, não é difícil deduzir que um não queria ceder espaço ao outro e, provavelmente, houve invasão dos limites e reclamação por causa disso. Abrão já era rico, mas aumentou sua riqueza ao voltar do Egito. Mesmo sendo rico, Abrão não se sentia autossuficiente, pois onde edificou altar para adoração retornou ali para adorar novamente. Ló também se enriqueceu. Os empregados deles brigaram, por isso, Abrão tomou a iniciativa, para o bem da paz, de propor uma separação. A gentileza de Abrão é vista no fato dele dar a prioridade da escolha para Ló. Este não retribuiu a gentileza, mas escolheu o lugar mais verdejante. Ló foi parar em Sodoma, um lugar de pessoas perversas, pois a Bíblia diz que eram “maus e grandes pecadores”. Abrão deu a preferência a Ló, foi recompensado por Deus, o qual prometeu que Abrão seria o proprietário de toda a terra circunvizinha. Depois de andar pela terra prometida, Abrão novamente edificou um altar ao Senhor (v.1-18).

 

“Nesta notável comunicação, Ló e Abrão são colocados em contraste direto. O pecador fraco, egoísta e ganancioso escolheu para si aquilo que considerou de mais valor. Jeová escolheu para Abrão. Como recompensa por seu altruísmo raro, o patriarca recebeu a terra de Canaã. Deus lhe deu o título de propriedade da terra e convidou-o a abrir bem os olhos e apreciar os tesouros que se estendiam diante dele em todas as direções.”[19]

 

Quando o relacionamento se corrompe (Gn 13.1-13)

1.Quando buscamos nossos próprios interesses (v.1-7)

2.Quando escolhemos o melhor para nós mesmos (v.8-13)

 

A expansão da bênção de Abrão (Gn 13.14-18)

1.Território estendido (v.14-15, 17-18)

2.Descendência estendida (v.16)

 

Capítulo 14: O Abrão libertador

1.As nações vizinhas lutavam por espaço e por despojos. Ló foi raptado juntamente com muitos do povo de Sodoma. Os bens de Sodoma foram saqueados. Abrão era um homem da terra de Hebrom. Ele era muito conhecido, pois Ló devia ser um homem de destaque em Sodoma por ser muito rico e parente de Abrão também muito rico. Um mensageiro fiel, escapando dos inimigos e sendo vizinho de Abrão e aliado dele juntamente com seus irmãos informou onde estava Ló. Conhecemos aqui um aspecto da vida de Abrão um tanto esquecido. Ele era bem armado com um exército de mais de 300 homens. Sem guardar qualquer rancor com a escolha egoísta de Ló e sem tomar partido quanto à contenda dos pastores, Abrão foi em resgate de Ló. Abrão perseguiu os exércitos dos cinco reis até Nínive e conseguiu libertar Ló, o povo raptado de Sodoma e os bens despojados e as mulheres (v.1-17).

 

Os pesos pessoais (Gn 14.12-17)

1.O peso pelos familiares (v.12-14)

2.O peso dos bens (v.15-17)

 

2.Melquisedeque honrou Abrão, o qual se tornou o libertador dos quatro reinos e dos povos vizinhos. A paz foi restabelecida graças a Abrão, homem usado por Deus. Abrão reconhecia Melquisedeque como o homem de Deus e concedeu a ele o dízimo. Abrão era submisso ao Senhor, grato pelo modo como foi usado para ser o libertador dos povos e do sobrinho e foi fiel devolvendo a Deus o que era Dele mesmo. As riquezas de Abrão eram dádivas de Deus (v.18-20).

 

3.O rei de Sodoma devia muito a Abrão, o libertador dos povos e do povo de Sodoma. O rei teve o seu povo, os seus bens e as mulheres de seu povo de volta graças a Abrão. O rei queria demonstrar sua gratidão dando todos os bens resgatados para Abrão. Para o rei, as pessoas eram mais importantes. Talvez, suas próprias esposas tivessem sido raptadas e os bens. Abrão era rico, mas não avarento e cobiçoso. Tudo o que ele adquiriu foi pelo Senhor. A vitória sobre os reis foi pela mão do Senhor. Ele não queria transferir a glória de Deus para nenhum rei deste mundo. Só Deus merece a glória. Abrão não esqueceu dos seus aliados e, por isso, pediu apenas o quinhão (a parte) deles e para eles. Não se deve fazer gentileza com o serviço dos outros (v.21-24).

 

“Se, então, Abrão representa o povo de Israel, Melquisedeque representa o futuro rei davídico (cf. Sl 110.4). Hb 7, embora destaque mais o sacerdócio de Melquisedeque, reconhece corretamente o seu status superior em comparação com Abrão. Assim, Gn 14 prefigura o reinado de Davi e de seus descendentes.”[20]

 

Ajuda mútua (Gn 14.18-24)

1.O sacerdote ajudando Abrão (v.18-20)

2.Abrão ajudando o sacerdote (v.20)

3.O rei de Sodoma ajudando Abrão (v.21)

4.Abrão ajudando o rei de Sodoma (v.22-24)

 

Capítulo 15: As dúvidas de Abrão e as promessas de Deus

1.Abrão queria confiar no Senhor, porém, tinha perguntas. As dúvidas não são, necessariamente, incredulidade, mas falta de compreensão dos planos de Deus. Enquanto falta de entendimento, não há problema, mas quando se tornam incredulidade, então, passa a ser pecado. O Senhor respondeu às dúvidas de Abrão mostrando as estrelas. Para Abrão isso bastou e, por isso, foi justificado, ou seja, a fé de Abrão foi suficiente para agradar ao Senhor (v.1-6).

 

2.A primeira dúvida era a respeito de seu descendente e a outra dúvida era sobre a terra prometida. O Senhor firmou o pacto em sangue de animais. Abrão ficou com medo da visão ou sonho, mas o Senhor o confortou com promessa de vitória sobre os inimigos. Deus poderia dar a terra imediatamente, porém, o Senhor deu espaço de tempo para os habitantes da terra de Canaã se arrependerem de seus pecados. Enquanto isso, a ira de Deus iria aumentando até chegar à medida máxima para o derramamento do juízo (v.7-21).

 

“O adorador silencioso. I.A natureza da adoração de Abrão. 1.Divina em instituição. 2.Simples em seu ritual. 3.Sacrificial em seu caráter. 4.Crente em seu espírito. 5.Paciente em sua continuidade. 6.Esperançosa em sua atitude.”[21]

 

O sobrenatural nas promessas de Deus (Gn 15)

1.Deus não se limita às condições físicas (v.1-4)

2.Deus requer fé (v.5-11, 17-18)

3.Deus sabe o futuro (v.12-16)

 

Capítulo 16: O plano precipitado de Abrão e Sarai

1.A ideia de usar Hagar como barriga de aluguel foi de Sarai e Abrão concordou. A espera pode fortalecer ou enfraquecer a fé conforme a atitude daquele que espera. Normalmente, enfatizamos o desprezo de Sarai por Hagar, porém, o início foi com Hagar. Ela começou a desprezar Sarai. A esposa irreverente fez o marido se desviar e agora o acusa por ser desprezada por Hagar. Quando nos desviamos dos propósitos de Deus, tudo começa a ficar azedo na vida. Abrão acabou cometendo injustiça com Hagar entregando-a aos ciúmes de Sarai (v.1-6).

 

“Sarai... propôs a Abrão tomar outra esposa... cujo filho seria sua propriedade. Isto foi feito sem pedir conselho ao Senhor... O poder do Deus Poderoso foi esquecido. Isto foi um mau exemplo e uma fonte de preocupação... Em cada relação e situação na vida há alguma cruz para levarmos: Muito do exercício da fé consiste em se submeter pacientemente, aguardando o tempo do Senhor e usando apenas os meios que Ele aponta para remover a cruz. As tentações podem ter muitos pretextos justos e plausíveis. A sabedoria carnal nos afasta do caminho de Deus. Isto não aconteceria se pedíssemos conselho de Deus através de Sua Palavra e oração, antes de tentarmos aquilo que é duvidoso.”[22]

 

2.O Senhor Jesus Pré-Encarnado (Anjo do Senhor) apareceu a Hagar e desafiou-a a retornar à humilhação e sujeitar-se a Sarai. Às vezes, temos que perder para ganhar, ser humilhado para ser exaltado. A partir dessa profecia, os futuros árabes e judeus se tornariam inimigos. As bênçãos estão sobre o mundo árabe assim como sobre o mundo israelense, mas somente em Cristo Jesus, o Salvador. Não é partidarismo, mas a questão bíblica é que a Terra de Israel é prometida à descendência de Abrão em Isaque e não em Ismael. No entanto, judeus e palestinos podem viver em harmonia quando não ultrapassam as profecias bíblicas. Deus viu Hagar em sua aflição. O homem estragaria os planos de Deus, mas Deus soberano não ficará jamais em aperto com as decisões erradas dos homens (v.7-16).

 

A precipitação atrasa as bênçãos de Deus (Gn 16)

1.A precipitação toma o lugar de Deus (v.1-3)

2.A precipitação causa problemas (v.4-6)

3.A precipitação pode ser amenizada por Deus (v.7-16)

 

Capítulo 17: Os novos nomes de Abrão e Sarai

1.É curioso que a advertência de Deus para Abrão é para ser íntegro ou perfeito, exatamente o que ele e a esposa não foram por causa da precipitação. O Senhor foi paciente com Abrão. Ele reafirma o concerto de torná-lo pai de nações. O nome de Abrão ganha uma letra hebraica que significa “numeroso” e, assim, o nome transliterado para o português fica Abraão. Antes o significado era “pai exaltado” (Abrão) e agora é “pai de uma multidão” (Abraão). Nosso Deus é tão gracioso que além de não nos descartar, ele nos dá maior responsabilidade em sua obra. Abraão ouviu isso prostrado em sinal de humilhação diante do Senhor. Talvez Abraão estivesse até envergonhado tamanha a graça do Senhor (v.1-8).

 

2.Deus confirma tudo o que Ele já havia prometido. Para os descendentes de Abraão haveria um sinal físico como símbolo de que as famílias estavam confiando no Senhor. O símbolo era a circuncisão em todos os meninos nascidos nas famílias descendentes de Abraão e até os escravos nascidos na casa de Abrão e os escravos comprados (v.9-14).

 

“1946: descobriu-se que circuncisão controla câncer cervical. Depois, que, até o 5º dia de vida, a criança não produz vitamina K, e a circuncisão traria perigosa hemorragia. Do 7º dia em diante a produção de vitamina K normaliza-se. No 8º dia, o nível de protombina alcança o máximo de toda a vida. O dia ideal.”[23]

“O câncer de colo do útero é ainda encontrado em índices vergonhosamente altos no Brasil e em outros países do mundo, nos quais a circuncisão não é procedimento comum. Uma pesquisa com 1931 casais mostrou que mulheres monogâmicas casadas com homens circuncidados também monogâmicos, apresentavam redução de mais de 50% dos casos de câncer de colo.”[24]

 

3.Deus também mudou o nome de Sarai (minha princesa) para Sara (princesa). Abraão se prostrou, mas riu-se. É possível ter uma atitude humilde na aparência, mas no coração não crer. Alguns defendem Abraão dizendo que o riso era de louvor. Abraão achava mais fácil Deus ter algum plano através de Ismael que já tinha 13 anos do que com um filho que ainda não nascera. De fato, Deus tinha planos para Ismael, mas isto não substituiria os planos através de Isaque, o filho que nasceria a Sara e Abraão. Ele obedeceu a Deus e todos os homens, inclusive Ismael e ele próprio foram circuncidados. O estrangeiro não influenciava Abraão e, sim, Abraão influenciava o estrangeiro (v.15-22).

 

O valor da obediência (Gn 17)

1.A obediência aprecia os planos de Deus (v.1-8)

2.A obediência é sinalizada por ações (v.9-14)

3.A obediência transforma o caráter (v.15-22)

4.A obediência é proativa (v.23-27)

 

Capítulo 18: A intercessão de Abraão pelos que estão em perigo de juízo

1.Era hora do almoço, meio-dia, Abraão na porta da tenda. Homem rico, velho, abençoado com promessas, mas ainda sem tomar posse. Ainda lhe faltava o filho que o Senhor prometeu. No entanto, faltava pouco, pois no último capítulo a promessa seria cumprida em um ano. A espera já avançava em 25 anos. Eram três anjos, mas Abraão se dirigiu ao Senhor Jesus Pré-Encarnado, o Anjo do Senhor. Abraão foi um excelente anfitrião. Hebreus 13.2 faz menção honrosa a este incidente. Os anjos não precisam comer, mas faziam isto em comunhão com os servos de Deus. O próprio Jesus ressuscitado comeu com os discípulos. As igrejas e os crentes, uns com os outros, devem manter a prática de refeições juntos, pois isto agrada ao Senhor (v.1-8).

 

2.Sempre lembramos de Sara rindo das promessas do Senhor, mas temos que admitir que Abraão riu antes (17.17). A diferença foi que Sara foi repreendida e por medo negou seu deboche diante das promessas do Senhor. Quem sabe nós também estamos rindo dos planos de Deus em nossas vidas. Precisamos crer que o Senhor quer nos usar grandemente em sua obra, seja onde for (v.9-15).

 

3.A bênção de Abraão não se limitaria a riquezas e poder como nação, mas também a participação nos planos de Deus para com as demais nações. Em Cristo, nós também não ficamos limitados ao céu e bênçãos celestiais. Nós temos a participação com a própria natureza de Cristo Jesus que habita em nós. Somos transformados conforme a Sua imagem. Abraão e seus descendentes deviam viver uma vida de retidão (v.16-19).

 

4.Enquanto Deus trabalhava na construção de uma nova nação, Ele não se esquecia dos pecados das antigas Sodoma e Gomorra. Deus desceria para confirmar judicialmente o caso de Sodoma e Gomorra[25]. Um dia Ele desceu por causa da Torre de Babel. Um dia, o Senhor Jesus descerá no Armagedom e haverá grande juízo. Abraão preocupou-se com o destino de Sodoma e Gomorra por causa de Ló que ali residia. Ele insistiu com o Senhor até o número 10. Isto pode indicar que Ló tivesse esposa, filhas e genros e quem sabe mais alguns servos. Os pecadores de todas as épocas deviam se preocupar com o juízo de Deus mais do que descansarem em Sua misericórdia. Os incrédulos estão em grande perigo, por isso, precisamos avisá-los e interceder por eles (v.20-33).

 

Os passos de uma vida atribulada (Gn 18)

1.Incredulidade (v.1-15)

2.Destruição (v.16-21)

3.Intercessão (v.22-33)


Capítulo 19: A destruição de Sodoma e Gomorra

1.Ló era um homem importante da cidade de Sodoma e um bom anfitrião. Os anjos, talvez os mesmos que visitaram Abraão, visitaram Ló. O plano era ficarem na praça da cidade, mas Ló não os queria ali. É provável que Ló pensasse na reputação dos homens perversos da cidade. Aqueles anjos deviam ser de bom aspecto e isto despertaria prazeres perniciosos e sensuais nos homens de Sodoma. Os anjos aceitaram ficar na casa de Ló. Os homens, jovens e velhos, queriam um pouco daqueles homens (anjos) no pior sentido da palavra. Eles queriam ter relações sexuais. A perversidade deles chegava a ser irracional, pois aquilo seria uma violentação, pois eram apenas dois homens na casa de Ló e vários fora. O termo “conheçamos” (yada) do v.5 tem o mesmo sentido de Gn 4.1, isto é, “ter relação sexual”. Ló tentou apaziguar o ardor sexual daqueles homens oferecendo as filhas. Os homens já cansados da justiça de Ló avançaram sobre ele tentando arrombar a porta. Ló devia ser um tipo de juiz da cidade (v.1-9).

 

2.Os anjos feriram de cegueira os homens perversos e ofereceram proteção a quem Ló desejasse antes que destruíssem a cidade. Aqueles anjos não destruíram a cidade por causa daquele ato perverso e isolado. Não, eles foram ali para destruir a cidade por causa da iniquidade acumulada, como já foi visto no capítulo anterior. Aquele ato perverso só confirmou a índole dos homens maus. Os futuros genros de Ló não criam no Senhor e, por isso, não o acompanharam. As filhas de Ló confiam no pai a ponto de deixarem seus noivos. Ló estava demorando para acompanhar os anjos salvadores. Talvez quisesse que os futuros genros mudassem de ideia. Assim como nós, precisamos encarar a triste realidade de que algumas pessoas tão queridas a nós não querem nos acompanhar na mesma fé em Jesus Cristo, o Salvador (v.10-16).

 

3.Ló sugeriu ao anjo que escapar para os montes seria perigoso, por isso, pediu para ir para uma cidadezinha vizinha. Com isso, Ló acabou protegendo a cidade, pois o Senhor não a destruiria com Ló nela. A mulher de Ló tinha vínculos fortes com Sodoma e acabou sendo salinizada. Note que o texto menciona aquele clamor de Abraão que pensava em Ló e os seus queridos. Não podemos deixar de orar por aqueles que estão em risco de morte eterna. Ló também se viu em perigo na cidade de Zoar, por isso, preferiu morar numa caverna (v.17-30).

 

4.O que vemos a seguir é um terrível caso de bebedeira, orgia e incesto. História forte com resquício da perversidade de onde saíram. As filhas de Ló não ficaram isentas da maldade do pecado. O resultado daquele pecado afetou a nação de Israel por muitos anos, pois os descendentes de Ló, com as filhas, se tornaram laço e perigo para Israel, os amonitas e moabitas (v.31-38).

 

“... embora a intenção fosse boa, não justifica uma ação tão vil.”[26]

 

A demonstração de uma sociedade caída (Gn 19)

1.O homossexualismo (v.1-6)

2.O machismo (v.7-8)

3.A violência (v.9)

4.O alvo de juízo (v.10-11)

5.A incredulidade (v.12-22)

6.O juízo (v.23-29)

7.O incesto (v.30-38)


Capítulo 20: O relapso de Abraão[27]

1.Abraão vai para os lados do que seria conhecido como a terra dos filisteus. Lá ele propôs a Sara o mesmo que fez, anteriormente, no Egito. Era um pouco melhor que uma mentira, mas não deixava de ter a intenção de se proteger do rei. Deus estava protegendo Abraão e ele não precisava agir como um ímpio para conduzir o seu caminho. Conosco também é assim. Temos muito medo de agir como Deus quer, pois achamos que vamos nos encrencar. O que mais tememos acaba acontecendo, pois nos enroscamos com nossas escolhas e, então, clamamos para que o Senhor nos livre. Deus teve misericórdia de Abimeleque e se comunicou com ele, advertindo-o. Este foi um caso onde o crente agiu de modo enganoso e um incrédulo foi sincero (v.1-9).

 

“... homens bons não apenas caem em pecado, mas têm seus relapsos”[28]

 

2.Agimos de modo errado por causa de intenções erradas. Quando agimos mal contra as pessoas, como resultado, ficamos mal-intencionados e desconfiados. Nem todos estão com maus pensamentos, mas para aquele que sempre os tem, sempre achará que pessoas querem prejudicá-lo. O crente deve renovar seus pensamentos, confiando no Senhor e não temendo o mal que outros podem causar a ele. Desse modo, não ficaremos na defensiva e nem agiremos de modo precipitado (v.10-13).

 

3.Mais uma vez, apesar da atitude errada, Abraão saiu no lucro. Isso não deve ser um incentivo a mentirmos, pois não devemos abusar da misericórdia de Deus. Abimeleque não foi prejudicado, pois agiu da maneira correta. O Senhor restaurou as mulheres e voltaram a ser férteis (v.14-18).

 

A reincidência no erro (Gn 20)

1.Novamente colocando pessoas em risco (v.1-7)

2.Novamente agindo por medo (v.8-13)

3.Novamente recebendo a graça e misericórdia de Deus (v.14-18)

 

Capítulo 21: O nascimento de Isaque e o acordo de Abraão com Abimeleque

1.A bondade do Senhor está também no fato de ter tido paciência com Sara e Abraão, os quais agiram, algumas vezes, como se não cressem nas promessas do Senhor. O significado do nome Isaque (“riso”) tem a ver com a alegria e também com a incredulidade de Abraão e Sara que riram com riso de zombaria diante da demora do cumprimento da promessa. Obedeceram à ordem da circuncisão aos 8 dias de vida. A alegria de Sara não era apenas por ter um filho, mas por ter dado um filho ao marido. Isaque foi desmamado com três anos e Ismael teria 17 anos.[29] (v.1-8).

 

2.Dezessete anos depois e ainda as famílias mantinham uma rixa uma com a outra. Desta vez, Ismael gracejava de Isaque e isso levantou toda aquela provocação do passado. Abraão amava Isaque, mas também amava Ismael e para ele os dois tinham lugar em seu coração e nas suas heranças. No coração de Sara parece que não havia lugar para Ismael, pois não era seu sangue. Deus tranquiliza Abraão, pois o Senhor ama Ismael ainda mais do que Abraão pudesse amar. A cena se repete, Ismael e a mãe são mandados embora. Parece que Ismael estava desfalecido, pois ele já era um pequeno homem e fica abandonado, como há dezessete anos, ao pé de um arbusto. Assim como Deus ouvir Agar uma vez, Ele a ouviu novamente em relação ao filho. Vemos que Ismael e Isaque formaram uma história paralela de amor, mas pelo mesmo Deus. Isso prova que os árabes e israelenses poderiam viver em paz ainda hoje. Agar, sendo egípcia, provavelmente, conseguiu uma esposa de sua parentela para Ismael (v.9-21).

 

“Quando alguém nos maltrata ou se opõe a nós, nossa reação instintiva é justificar-nos e fazer tudo o que podemos para lutar. Essa atitude egoísta normalmente nos leva a decisões impulsivas que só farão as coisas piorarem.”[30]

 

3.Abimeleque, rei dos filisteus, ainda tinha grande respeito por Abraão, apesar do ocorrido anteriormente. Parece que a fama de enganador de Abraão não saiu facilmente da cabeça de Abimeleque. Agora, no entanto, a reclamação vinha de Abraão que perdera um poço, pois os servos de Abimeleque o tomaram. Abimeleque não sabia nada disso. Por isso, é importante tiramos as dúvidas que surgem em relacionamentos para não colocarmos o irmão em julgamento temerário. Abraão e Abimeleque fizeram um acordo com sangue de animais. Berseba (ber = fonte e sheba = sete) devido ao pacto feito com sete ovelhas e por causa da fonte ou poço (v.22-34).

 

A consistência do cuidado de Deus (Gn 21)

1.O cuidado de Deus na velhice de Sara (v.1-7)

2.O cuidado de Deus pelo Ismael abandonado (v.8-21)

3.O cuidado de Deus por Abraão morando entre os filisteus (v.22-34)

 

Capítulo 22: A prova de Abraão

1.Deus prova o amor do crente com as coisas que ele mais se apega. Deus já sabe da constância do nosso amor por Ele, mas nós não sabemos. Ele não arrancaria algo de nós que não seria preenchido por Ele mesmo. O relacionamento com Ele é o que mais importa. No entanto, colocamos relacionamentos e coisas boas, porém, menos importantes do que Ele, à frente Dele. O monte Moriá ganha aqui o seu verdadeiro significado (prova, experiência, ensino). Abraão obedeceu ao Senhor, saindo bem cedo com os servos, os apetrechos e Isaque. Não era perto o lugar. Eram três dias de viagem. Deu para Abraão pensar muito. Em todo o tempo, outra grande prova era não falar dos seus planos ao filho que já devia ser um rapaz grande. Ele cria que iria oferecer o holocausto a Deus e voltaria com Isaque, ou seja, Abraão cria que Deus ressuscitaria o filho como é declarado em Hebreus 11. É possível que, em todo o caminho, Isaque não desconfiasse dos planos do pai, mas que chegando no local providenciaria um animal, visto que não era permitido cansar um animal e oferecê-lo ao Senhor, pois não seria perfeito. O holocausto é de Deus, então, Ele mesmo providenciaria. Daí o termo bem conhecido pelos crentes, Jeová-Jiré, Deus proverá (v.1-8).

 

2.O próprio Isaque teve que cooperar. Ele foi amarrado, mas parece que não houve uma luta. Abraão não contou com a força dos servos, eles ficaram ao pé do monte. Isaque se tornou um sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12). Houve total resignação de Abraão e de Isaque aos planos de Deus. É como se Abraão tivesse realmente matado Isaque e este, voluntariamente, permitira. A obediência começa no coração e a ação é apenas o resultado. O anjo do Senhor, o próprio Jesus pré-encarnado, aceitou a adoração. Podemos dizer que para Deus, Abraão e Isaque o sacrifício foi completo. O cordeiro foi o substituto. Talvez muito mais do que a lição da prova de Abraão, aqui vemos a morte substitutiva de Jesus por nós, pecadores. Deus proveu para Abraão e Isaque como proveu para o pecador. Jesus é o cordeiro perfeito, morto em nosso lugar (v.9-14).

 

“Não é aquilo que você diz ou conta ao aluno, e sim, aquilo que ele pensa depois de ouvir suas palavras; não é aquilo que você faz por ele, e sim, aquilo que ele faz com suas próprias mãos; não é a impressão, e sim, a reação dele que determina o seu desenvolvimento. Você não pode enfiar ideias na cabeça do aluno; suas palavras são apenas símbolos das ideias que estão em sua mente. O aluno deve interpretar tais símbolos e daí, com isso, construir suas próprias ideias. O ensino só obtém êxito quando leva o aluno a agir.”[31]

 

3.O mesmo que impede Abraão é o mesmo que fala do céu. Ele é o anjo do Senhor, Jesus Cristo pré-encarnado. Ele não é um anjo comum, pois Ele jura por si mesmo e é Ele quem aceita o sacrifício. Anjo nenhum pode aceitar sacrifício e não é um anjo que abençoa, mas somente Deus. Abraão e Isaque voltaram para os servos. Talvez disseram o que acontecera lá em cima. A partir daí, a família de Abraão aumenta, mas as promessas foram confirmadas em Isaque. Não devemos confundir o Arão do v.21 com Arão irmão de Moisés. São tempos distantes um do outro (v.15-24).

 

O resultado da resignação (Gn 22)

1.Prontidão (v.1-3)

2.Confiança na provisão de Deus (v.4-8)

3.Submissão (v.9-14)

4.Bênção (v.15-24)

 

Capítulo 23: A morte de Sara e a gentileza entre os heteus e Abraão

1.Sara morreu quando Abraão tinha 137 anos e Isaque 37 anos. Foi uma grande companhia de Abraão. Passaram por provas de fé e viram juntos o que Deus faz com aquele que crê Nele. Abraão ficou todos esses anos perambulando pela terra. Acabaram residindo em Berseba, mas nunca possuíram a terra da promessa. Essa promessa se cumpriria nos descendentes. Abraão dependeria da gentileza e cortesia dos heteus (ou hititas) os quais consideravam Abraão um príncipe entre eles. Abraão encontrou cortesia entre aqueles pagãos. O apóstolo Paulo também encontrou muita humanidade na ilha de Malta. Às vezes, nos esquecemos que o incrédulo também é feito à imagem de Deus. Há um resquício de Deus no ser humano, por isso, ele pode ser gentil e cortês, mas não devemos nos enganar, ele precisa salvação em Cristo, pois suas boas obras não o salvam, apenas indicam que Deus criou o ser humano com emoções, inteligência e vontade saídas Dele mesmo. Depois da queda do homem, a imagem de Deus no ser humano ficou deturpada (v.1-6).

2.Mesmo gozando de privilégio entre os heteus, Abraão sabia reconhecer as autoridades e não queria agir pelas costas de Efrom, o líder entre eles. Abraão também não queria ser um peso e não pagar pela cortesia do povo. Novamente, lembrando-se do apóstolo Paulo, ele não se tornou pesado a ninguém. A cortesia precisa sempre ser reproduzida dos dois lados. Entre cavalheiros, a única discussão que deveria existir é para quem servirá mais. Abraão não queria abusar e Efrom queria servir. O resultado foi um cavalheirismo mútuo. Efrom não fazia questão do dinheiro e Abraão fazia questão de pagar alguma coisa. Em Filipenses 2, Paulo nos incentivou a não nos considerarmos acima dos outros, mas considerá-los superiores a nós mesmos. Os crentes nem sempre têm a mesma cortesia que os heteus tiveram com Abraão. É claro que alguns dirão que a questão era política. Mas, ainda assim, sempre há a opção de não ser gentil como foi o caso de Nabal que não foi gentil com Davi e seus soldados, privando-lhes da venda de água, pão e carne (v.7-20).

 

“Ao mesmo tempo em que precisamos ser cuidadosos em reconhecer que a obra consumada de Cristo no Calvário é uma obra completa do ponto de vista de Deus, igualmente precisamos saber que esta obra só é consumada na vida individual do crente à medida que ele reconhece sua eficácia e permite que a verdade se torne operante em sua vida.”[32]

 

A realização de tarefas difíceis (Gn 23)

1.Achar favor entre os estranhos (v.1-6)

2.Negociar preço (v.7-16)

3.Sepultar um ente querido (v.17-20)

 

Capítulo 24: O casamento de Isaque com Rebeca

1.O que mais pode desejar um homem que viveu uma vida abençoada, amou sua esposa, agora falecida, e teve filho na velhice? Simples: ele deseja ver a felicidade do seu filho. Por isso, Abraão fez o seu servo de confiança jurar que encaminharia Isaque para conseguir uma boa esposa. É uma bela ilustração de como o Espírito Santo abriu o caminho para que fôssemos alcançados por Jesus e como Jesus ama a sua noiva, a Igreja. Era comum, entre os povos do oriente, firmarem juramento colocando as mãos sobre o joelho do outro. Era como dizer: Chegue mais perto, o assunto é importante e requer um compromisso de fidelidade.[33] Abraão se preocupou em não deixar o filho se misturar com os pagãos da época, nem mesmo com aqueles de sua terra natal. Abraão não queria raptar uma moça, mas deixar que o filho a conquistasse pelo amor (v.1-9).

 

2.O servo de Abraão tinha uma grande responsabilidade e, por isso, orou e confiou no Senhor. Deus fez com ele o que Jesus disse a respeito da oração, que Ele sabe o que necessitamos antes mesmo de pedir. Antes de terminar a oração, a resposta já estava disponível. A jovem Rebeca era muito prestativa e foi presenteada com joias. O servo de Abraão foi grato ao Senhor pelo sucesso que estava alcançando até ali (v.10-27).

 

3.Embora Rebeca fosse filha de Betuel, o nome que mais se destaca é o do irmão dela, Labão. O comentarista John Gill[34] sugere que Labão era o único irmão, ou o mais velho, e que Betuel era bem velho. O servo de Abraão estava bem concentrado em sua missão a qual era mais importante do que a comida, mesmo que tivesse viajado bastante. Após contar tudo o que acontecera até o momento, o servo de Abraão deixou que a família decidisse. A escolha é uma bênção quando há informações suficientes (v.28-49).

 

4.Betuel, a esposa dele, e Labão, ficaram felizes com o acordo, mesmo sem verem Isaque. Os casamentos eram arranjados e toda a família precisava concordar. O servo de Abraão tinha mais presentes para Rebeca, a futura herdeira de uma grande fortuna, mas muito mais a herdeira de um grande privilégio de servir a Deus em Seu plano de construir uma grande nação e ser a ancestral do Messias de Israel. A mãe e o irmão de Rebeca não queriam se desprender dela tão fácil, mas o servo de Abraão insistiu em voltar para o seu senhor. A jovem também estava determinada a deixar o lar e constituir o seu próprio lar (v.50-61).

 

5.Isaque nos incentiva a uma prática saudável a todos os crentes, o ato de meditar. Precisamos meditar nas maravilhas de Deus, na Sua Palavra e em nosso andar com Ele. Foi um encontro maravilhoso. Rebeca cobriu seu rosto com o véu em sinal de respeito e discrição. É claro que o último versículo deste capítulo resume muitos acontecimentos (v.62-67).

 

“A tenda onde [Sara] habitava enquanto vivia; para as mulheres, daquela época e lugar, havia quartos separados de seus maridos; isto foi feito após muitas outras coisas, não registradas aqui; uma conversa com ela, uma cerimônia, uma apresentação dela a Abraão cujo consentimento, sem dúvida, permitiu que [Rebeca] ficasse no quarto de [Sara].”[35]

 

Conquistando o coração para casamento (Gn 24)

1.Deve ser alguém do povo de Deus (v.1-9)

2.Deve ser na base da oração e não da coincidência (v.10-27 Obs: v.28-49 são repetição dos eventos)

3.Deve ser sem constrangimento (v.50-67

 

Capítulo 25: O restante da vida de Abraão e o início das nações prometidas a ele

1.Abraão estava com 140 anos, Isaque com 40 anos e agora casado. Abraão ficou 3 anos viúvo e já encaminhou Isaque. Deus já cumprira o propósito para Abraão de um descendente. Abraão teve seis filhos com Quetura. Abraão tomou o cuidado de não transferir suas riquezas para a próxima família. É sabedoria de um pai idoso deixar a herança para os filhos e não diluí-las no final da vida. Abraão também tomou providências para que as famílias das concubinas ficassem longe de Isaque. Aqui há muita sabedoria que os pais atuais deveriam aprender para evitar brigas com herança e filhos, principalmente, os meios-irmãos. Abraão ficou casado com Quetura 35 anos e morreu com 175 anos, bem idoso até para a época dele. No sepultamento de Abraão vemos Isaque e Ismael amigos. Ismael também teve uma vida longa e 12 descendentes os quais se tornaram inimigos entre si. (v.1-18).

 

2.Isaque também teve que passar por provas de fé assim como o seu pai Abraão. Rebeca não podia ter filhos, mas Deus a abençoou. Rebeca ficou grávida e numa época que não havia ultrassom teve que consultar o Senhor para saber o que acontecia em seu ventre, pois não parecia uma gravidez comum. Deus revelou a ela que havia gêmeos e que estes se tornariam dois povos inimigos, mas o primogênito serviria o mais novo, caso incomum na cultura e época. As características marcantes eram a cor dos pelos de Esaú, daí o nome que significa vermelho. O outro pegava no calcanhar de Esaú e, por isso, foi chamado Jacó que significa suplantador (aquele que tira o apoio da planta do pé ou calcanhar). Esaú se tornou um caçador, homem do campo e de aventuras. Jacó se tornou mais caseiro. Alguns diriam “filhinho da mamãe”, pois ficava mais com ela. Os pais logo buscaram suas preferências por causa do que cada filho podia oferecer a eles. Isaque gostava de uma carne de caça e, lógico, gostava de Esaú, o caçador. Rebeca não precisava tirar leite das cabras tendo Jacó por perto e, claro, gostava dele. Isso acontece hoje também, pais que são servidos de seus filhos e se orgulham deles devido ao seu próprio orgulho do que podem lhes oferecer para exibirem aos amigos. “Meu filho é médico, é engenheiro, torce para o mesmo time que o meu, etc...” (v.19-28).

 

3.O incidente a seguir mostra dois defeitos de caráter. Esaú não soube padecer fome por algo maior, a sua herança, sua primogenitura, o seu direito e privilégio de ser o pai da nação prometida ao avô, Abraão. Jacó, por sua vez, aproveitou-se da debilidade do irmão, quando poderia oferecer-lhe comida gratuitamente. Os planos de Deus bem como a soberania e onisciência Dele não são desculpas ou argumentos teológico para as nossas atitudes pecaminosas (v.29-34).

 

“Após a conversão o clamor do meu coração era por santidade, ser igual a Cristo, vencer o pecado e viver acima do mundo. Deus levou-me para uma Escola Bíblica para me ensinar esta preciosa lição. Você deseja isto? Alguns cristãos tentam e tentam e quando não conseguem, mergulham em um mais baixo nível de experiência cristã, vivendo num padrão abaixo do que desejavam, mas sem esperança de avançarem... Outros cristãos nunca ouviram da vida vitoriosa e continuam pecando e confessando, pecando e confessando. Isto é tudo o que Cristo tem a oferecer?... A Bíblia ensina vitória gloriosa sobre o pecado para cada crente. 1 João 5.4...”[36]

 

Sinais de quem não ama a Deus (Gn 25.29-34)

1.Pensa apenas nos assuntos momentâneos (v.29-32)

2.Despreza os assuntos de Deus (v.33-34)

 

Capítulo 26: Isaque foi alvo de muita inveja

1.Um incidente muito semelhante ao de Abraão anos antes. O rei Abimeleque deve ser filho do antigo rei com o mesmo nome. Era um nome comum para os reis filisteus ou era um título que usavam para os reis. Deus não queria que Isaque fosse para o Egito, pois estava estabelecendo Canaã como território para a nação que estava se iniciando. Seria bom que os patriarcas criassem raízes naquela terra. Os descendentes de Abraão precisavam andar na mesma confiança que ele. É muito fácil a segunda ou terceira geração trair a fé dos antepassados (v.1-6).

 

2.Isaque mentiu para o rei assim como o pai dele fizera duas vezes no passado na mesma situação. Isaque também não confiou no Senhor no momento de perigo. Ele nem tinha como justificar, pois Rebeca não era meia-irmã dele, era prima. Tanto Sara como a nora, Rebeca, eram muito bonitas. O rei viu Isaque acariciar Rebeca. É uma prática que os casais atualmente deveriam imitar, pois muitos casais já não têm demonstração de carinho. Abimeleque sabia do perigo de maldição que seria se alguém se apaixonasse ou tentasse algum relacionamento com a esposa de Isaque. Talvez já tivesse sido advertido pelo pai. A história de Abraão jamais seria esquecida entre os filisteus e como foram livrados de uma praga (v.7-11).

 

3.Semelhante ao pai dele, Isaque prosperou. Já era rico por causa da herança de Abraão, mas agora se tornou riquíssimo porque o Senhor o abençoava como abençoou o pai. Porém, o sucesso de um é a inveja do outro. Isaque não seria bem querido ali enquanto os invejosos estivessem por perto. Começaram a entulhar os poços que Abraão cavara no passado. Naquela região, um poço é um bem preciosíssimo. A inveja é tão amarga e poderosa que eles pediram para Isaque sair dali. Os homens de Gadara também mandaram Jesus embora quando Ele expulsou o demônio do homem que vivia acorrentado e no cemitério (Mt 8.34). A inveja tem atrapalhado muitos relacionamentos e até grandes projetos na obra de Deus. As capacidades deveriam ser bem acolhidas, pois juntos podemos aproveitar os dons que Deus dá ao Seu povo e edificarmos a casa espiritual que é a Igreja (v.12-16).

 

4.Isaque teve que sair dali, mas reabriu outros poços que Abraão também tinha deixado e que também estavam fechados. Isaque continuou a usar os mesmos nomes para os poços que o pai abrira. Os poços tinham nomes. Mais veios de água foram encontrados, mas a briga por posse começou com os pastores de Isaque e os pastores da região de Gerar. Claro, o nome do poço ficou sendo “Contenda” (Eseque). O ser humano é irremediavelmente contencioso e invejoso, então, era de se esperar mais brigas quando foram achados outros veios de água. O nome do novo poço é “Oposição” (Sitna). Outra vez, Isaque consegue achar água, mas desta vez teve folga dos invejosos briguentos. Por causa da folga ou largueza que teve diante dos inimigos, o poço se chamou “Avenida ou Rua” (Reobote, com o sentido de largo, espaçoso, como devem ser as ruas). É tão confortante trabalhar sem a pressão da inveja, contenta e acusação (v.17-22).

 

5.Isaque foi para a terra de onde veio, Berseba. A comitiva do rei Abimeleque veio até ele. Na mente de Isaque, lá vinham mais problemas. Ele estava com uma atitude armada contra eles, pois ele foi muito maltratado. Porém, Abimeleque estava ali para reconhecer que Deus estava com Isaque e queria fazer um pacto de paz. Nós também devemos suportar humilhações, acusações e maus-tratos pacientemente no Senhor, pois Ele é o nosso juiz. A equipe de Isaque se tornou especialista em achar água, pois Deus estava abençoando. Talvez, a maior tristeza de Isaque e Rebeca foi ver seu filho, Esaú, se envolver com mulheres sem o temor de Deus. Parece que muitos pais crentes também estão sofrendo hoje com isso, quando seus filhos estão namorando e se casando com não crentes, desobedecendo a ordem de Deus, vista em 2 Co 6.14-17 tão claramente. Outros pais, infelizmente, não veem problema algum nessa prática e até incentivam laços dos filhos com pessoas de outra fé (v.23-35).

 

“Com relação aos versículos 26-31, Williams explica: ‘Os homens de Gerar só vieram buscar a bênção de Deus com Isaque depois que o patriarca se separou definitivamente deles [...]. Os cristãos auxiliam melhor o mundo quando vivem separados dele...’”[37]

 

O sucesso do crente (Gn 26)

1.Vem por seguir a direção de Deus (v.1-6)

2.Nunca vem pela mentira (v.7-11)

3.Às vezes, perturba o incrédulo (v.12-16)

4.Vem sucessivas vezes (v.17-25)

5.É reconhecido até pelos inimigos (v.26-35)

 

Capítulo 27: O plano de Rebeca para beneficiar Jacó

1.Vemos dois planos dos pais para satisfazer seus filhos baseados na preferência que cada um tinha. Isaque que amava Esaú queria lhe abençoar e Rebeca que amava Jacó queria roubar a bênção de Esaú e desviá-la para o filho de sua preferência. Isaque deu o privilégio para Esaú servir-lhe, quem sabe, pela última vez. Por isso, pediu uma caça. Isaque se preocupava com o futuro do filho e para que ninguém passasse a frente de Esaú na questão da herança, Isaque tratou de apressar-se quanto à oficialização de Esaú como herdeiro da maior parte de seus bens, terras, animais e poços que eram enormes. Além disso, havia o direito espiritual de ser o cabeça da geração por vir, ou seja, da nação eleita por Deus. O problema era que Esaú já se envolvera em casamentos com pagãs, o que atrapalharia muito o propósito de santidade ao único Deus. Jacó tinha a responsabilidade de confiar no Senhor, mas deixou-se seduzir pelo plano maléfico da própria mãe (v.1-4).

 

“[Malcom] Knowles afirmou também que adultos são auto direcionáveis. Podem escolher por si mesmos para onde querem ir, ou o que e para que querem aprender. Eles esperam ter responsabilidade para tomar decisões, inclusive em relação à sua aprendizagem.”[38]

 

2.Rebeca agiu de modo traiçoeiro. Na eternidade, quem sabe, entenderemos como Deus usa situações perversas, até, para cumprir Seus propósitos. O fato é que Deus “não perde viagem”. Ele faz com que as coisas mais indignas, inclusive o pecado, contribuam para os propósitos Dele. Jamais devemos duvidar dos atributos de Deus, tais como justiça, bondade e amor. É isto que com certeza sabemos e onde nos ancoramos. Jacó não é uma vítima da situação, mas alguém responsável, cúmplice dos planos de autoria de Rebeca. Ele até levantou obstáculos que dificultariam a farsa, mas a mãe dele já havia pensado em tudo e responsabilizou-se com alguma maldição que viesse. Isaque não estava tão fraco da mente, mas o engodo foi tão elaborado que ele caiu. Talvez o fator decisivo foi a memória olfativa (v.5-29).

 

“Um cheiro pode trazer uma enxurrada de lembranças, influenciar o humor das pessoas e afetar seu desempenho no trabalho. Como o bulbo olfativo é parte do sistema límbico cerebral, uma área tão associada com a memória que é muitas vezes chamada de ‘cérebro emocional’, o olfato pode trazer à tona lembranças e respostas poderosas quase que instantaneamente.”[39]

 

3.Isaque deve ter tido um susto, e um alívio ao mesmo tempo, quando o “verdadeiro Esaú” chegou com o guisado. Susto por saber o que acabara de fazer e alívio por saber que não estava decrépito, ou seja, demente. Arrumar aquela situação não seria fácil. Ele se prendeu com as próprias palavras para Jacó. Não foi possível alterá-las, pois as palavras eram tudo o que os homens possuíam. Quebrar contratos era mais vergonhoso do que fazer contratos impensados. A bênção restante a Esaú era viver em lugar deserto e debaixo de guerras para sobreviver. Os edomitas se instalaram ao sul de Israel. Hoje, o lugar é arqueológico e turístico. A famosa Petra. Rebeca também tinha planos para se algo desse errado, e, certamente, daria. Ela providenciou a fuga de Jacó para aplacar a ira de Esaú. Como justificativa, ela apelou para os casamentos mistos de Esaú (v.30-46).

 

Algumas notas sobre a trapaça familiar (Gn 27)

1.Trapaceiros tiram vantagem dos mais velhos (v.1-29)

2.Trapaceados ficam muito decepcionados (v.30-40)

3.Trapaças na família geram rancor e separação (v.41-46

 

Capítulo 28: A fuga de Jacó

1.Isaque concordou com Rebeca e tratou de fazer o que antes o seu pai, Abraão, fizera por ele. Mandou Jacó para os familiares da Mesopotâmia a fim de conseguir a esposa da parte de Abraão e Sara. Esaú, para tentar ganhar o pai a fim de ainda receber a bênção, a qual já perdera, se casou com sua prima. Esaú estava sofrendo as consequências do seu erro também ao desprezar a primogenitura e tenta desesperadamente consertar as coisas, mas de modo astuto e humano (v.1-9).

 

“A justiça própria é característica de mentalidade servil. Enquanto o filho usufrui da condição de herdeiro, o sujeito escravizado lamenta a sua categoria inferior. A reclamação é a nota principal de uma conversa promovida por aqueles que têm representação de escravos. A lamentação é a cantata preferida nas senzalas da alma.”[40]

 

2.A misericórdia do Senhor se estendeu a Jacó. A famosa escada de Jacó é a confirmação dos propósitos de Deus para a descendência de Abraão. Se Jacó não é aquele que confiaríamos como o representante da nação eleita, isso mostra que Deus pensa diferente de nós. Não podemos alcançar a justiça de Deus que para nós, às vezes, parece injustiça. Não são os méritos de Jacó, mas a misericórdia e soberania de Deus que o escolheram para ser o antecessor da nação eleita. Jacó ainda precisa conhecer melhor a Deus, ver o suprimento Dele em sua vida e também a proteção. Ele fez um voto. O voto é sempre algo não para quem tem fé, mas para quem tem dúvidas. Quem conhece o Senhor, confia que Ele é totalmente capaz de cumprir suas promessas e não precisa colocá-Lo a prova (v.10-22).

 

Quem teme a Deus (Gn 28)

1.Quem teme a Deus continua a obra começada (v.1-9)

2.Quem teme a Deus recebe a confirmação da obra (v.10-17)

3.Quem teme a Deus se propõe a servi-Lo em Sua obra (v.18-22)

 

Capítulo 29: O casamento de Jacó com Leia e Raquel

1.A cena é muito semelhante daquela em que o servo de Abraão buscou uma esposa para Isaque. A diferença é que Eliézer orava o tempo todo para que o Senhor o dirigisse em todos os detalhes e quando obteve a resposta louvou a Deus. Jacó não fez isso, mas foi agindo conforme as circunstâncias lhe favoreciam. Outra diferença é que Isaque aguardava ver a esposa com quem se casaria, enquanto Jacó já a viu e a escolheu para se casar. Labão era neto de Naor, porém, na lei da descendência era também considerado filho. Assim como Jesus é filho de Davi. Os homens esperavam juntar rebanhos de outros pastores para remover a pedra. Alguns dizem ou porque era muito pesada ou porque tinham os horários certos. Raquel era pastora de ovelhas. Jacó devia estar emocionalmente sensível depois de tudo o que aconteceu com ele, seus pais e seu irmão. Ele chorou ao encontrar Raquel. Labão já fizera as honras com a mesma família, anos antes, providenciando sua irmã, Rebeca, para Isaque. Labão queria pagar Jacó pelos trinta dias de serviço. Jacó não ficou apenas comendo e desfrutando da hospitalidade. Jacó queria Raquel como esposa. Leia não tinha olhos doentes, mas simplesmente, não eram olhos expressivos como os olhos de Raquel, certamente, o eram para o gosto de Jacó. A palavra é “rak” em hebraico que significa “fraco”. Não era erro de informação, Jacó sabia que Raquel era a mais moça e que a primogênita se casaria antes. Não foi nenhum peso para Jacó aqueles sete anos de trabalho. Ele não tinha pressa e nem para onde ir. Era um fugitivo da família (v.1-20).

 

2.Labão agiu de má fé com Jacó. Apesar do costume de casar a primogênita primeiro, o combinado era Raquel se casar com Jacó. Provavelmente, Labão queria resolver a situação das duas filhas de uma só vez. Não era sempre que aparecia um bom partido para ficar tranquilo quanto ao futuro das filhas. Conforme John Gill nos informa, era costume o noivo, após a festa, ir para a tenda e lá ficar no escuro aguardando a noiva para a primeira noite de núpcias. A mãe ou outra pessoa levava a noiva sem descobrir o véu e calados eles tinham sua primeira relação[41]. Assim, é compreensível que somente pela manhã Jacó descobriu que era outra mulher. Para que acontecesse isso, provavelmente houve uma farsa na festa onde Raquel esteve vestida com vestes de noiva, mas Leia vestida com roupas de festas, mas não de noiva. Para Jacó receber Raquel trabalhou mais sete anos. Em Levítico 18.18, essa prática era proibida, não por causa de duas esposas, mas porque eram irmãs e acabariam se tornando rivais. Jacó estava com as duas mulheres enquanto trabalhava mais sete anos para pagar por Raquel. Aqui começam as doze tribos da nação eleita. Os primeiros filhos foram de Leia, pois Raquel era estéril até aquele momento (v.21-35).

 

“Raquel não pertencia a Labão e tanto ele quanto Jacó estavam totalmente errados em colocar um valor mercenário sobre uma esposa. Quando o Senhor criou uma mulher para Adão, Ele a deu como um presente pela graça e a graça deveria sempre predominar no relacionamento sagrado do casamento.”[42]

 

Dores da vida (Gn 29)

1.A dor da espera (v.1-20)

2.A dor da injustiça (v.21-30)

3.A dor do desprezo (v.31-35)

 

Capítulo 30: Os filhos e rebanhos de Jacó

1.Não ter filhos já era difícil, mas morar com a outra esposa do marido, a qual gera filhos, era insuportável. A paciência de Jacó se acabara com a mulher que ele mais amava, Raquel. Para amenizar o sofrimento de Raquel, Jacó teve filho para ela através de sua serva, Bila. Passou a ser uma questão de luta pessoal de Raquel contra Leia. É claro que Leia levava vantagem, pois os filhos eram de seu próprio ventre, enquanto Raquel usava Bila para gerar filhos para Jacó. Leia aceitou o desafio e, não podendo mais ter filhos, usou sua serva Zilpa para gerar filhos para Jacó. Os nomes dos filhos eram escolhidos conforme a situação que envolvia o parto ou o estado emocional da mãe (v.1-13).

 

2.Acreditava-se que as frutas dessa planta, mandrágora, da família da batata, despertavam o desejo sexual e ajudavam a mulher a ter filhos (Ct 7.13). A raiz da mandrágora se assemelha ao corpo humano. Raquel queria as frutas na esperança, de fato, superstição, de que engravidaria de Jacó. Jacó preferia Raquel, mas ela se dispôs trocar a noite com Jacó pelas mandrágoras de Leia. Embora Leia não fosse estéril, ela deixou de ter filhos. No entanto, ela ficou grávida. Por ter dado mais filhos para Jacó, ela pensou que ele fosse gostar mais dela (v.14-21).

 

3.Finalmente, Raquel se engravidou, devido à bondade de Deus e não por causa das mandrágoras. Jacó achou que já estava na hora de retornar à sua terra, por isso, reivindicou de Labão seus direitos para ir com tudo o que lhe pertencia. Labão via a mão de Deus na vida de Jacó e não queria que ele fosse embora. Parece que Jacó não trabalhou por salário, mas pelas mulheres e pela produção de gado. Chegou o momento de Jacó viver mais para a família de modo independente. Jacó propôs que todo o rebanho de cabras salpicado e malhado e as ovelhas escuras seriam dele e as demais de Labão. Jacó estava propondo que a maioria do rebanho ficasse com Labão. É difícil saber a quais filhos o v. 35 se refere, aos de Labão ou aos de Jacó. Não há explicação científica nas varas listradas influenciando na genética. O rebanho ao beber água e ver as varas tinha vontade de copular. Nisso havia superstição, não genética, no entanto, Deus está controlando a reprodução para beneficiar Jacó. Isso não isenta Jacó de mais uma vez voltar à sua velha prática, enganar as pessoas para se beneficiar (v.22-43).

 

“Por favor, não perca este maravilhoso princípio de nosso gracioso Pai celestial. O seu coração amoroso nos procurará e nos perseguirá até nos encontrar. Foi exatamente assim que Deus me tratou. Um dia eu estava esperando que Ele dissesse: ‘Chega!’ e me puniria severamente. Eu estava esperando que o martelo da justiça de Deus caísse sobre mim – ou talvez sua espada. Antes, Ele me surpreendeu com Seu terno amor e misericórdia. Eu não estava preparado para isso e Sua graça quebrou o meu coração.”[43]

 

Substituições (Gn 30)

1.Substituindo esterilidade por filhos (v.1-26)

2.Substituindo injustiça por trabalho (v.27-36)

3.Substituindo servidão por senhorio (v.37-43)

 

Capítulo 31: A despedida de Jacó e família da casa de Labão

1.Os problemas começaram a aumentar quando os filhos de Labão se sentiram roubados por Jacó. O próprio Jacó percebe que Labão não está com cara de muitos amigos em relação a ele. Chegou o momento de Jacó aprender com o Senhor em outro lugar. Jacó abre o assunto com Raquel e Lia. O pai delas estava tentando prejudicar Jacó. Não precisamos entender que exatamente dez vezes Jacó foi enganado por Labão. Dez vezes era uma forma de mostrar intensidade ou muitas vezes (Gn 31.41, Nm 14.22, Ne 4.12 e Jó 19.3). Jacó conseguiu entender que a mão de Deus é quem estava abençoando o seu rebanho (v.1-13).

 

2.As próprias filhas de Labão se sentiam prejudicadas pelo pai. Ele tirou a herança delas, por isso, elas não sentiam que estavam roubando nada dele indo com os rebanhos que Deus deu para Jacó. Quando Labão foi para o pasto, Jacó aproveitou para sair da casa dele. Era comum os terafins (ídolos do lar) como forma de superstição. Isso mostra que Raquel carregava no coração as superstições e, agora, queria carregar na bagagem o ídolo da sorte. Labão foi atrás de Jacó, mas Deus o advertiu para não brigar com Jacó. Labão, num surto demagógico, acusa Jacó de sair com as filhas sem esperar uma festa de despedida. Embora os ídolos sejam uma vergonha para as famílias, isso não dá direito a Raquel de roubá-lo. Ela escondeu na albarda (sela) do camelo, ou seja, estava sentada sobre o terafim (ídolo). Labão fez uma vistoria no acampamento deles. Raquel já se escondeu sob desculpa de estar nos dias do ciclo menstrual e, por isso, não podia se levantar. Jacó estava convicto de sua inocência, mas não sabia que Raquel havia roubado os ídolos. Jacó, dessa vez, não estava enganando Labão. Jacó era trapaceiro, mas ninguém podia acusá-lo de preguiçoso. Ele trabalhou muito para Labão e sofreu o prejuízo, o qual Deus reverteu em lucro. Após o pacto de paz e privacidade mútua, Jacó e Labão se despedem. Deus estava dirigindo a vida de Jacó por causa das promessas feitas a Abraão, seu avô (v.14-55).

 

“O concerto abraâmico [foi] ... declarado... e reiterado... incluiu promessas individuais a Abraão, com respeito a si mesmo com uma posteridade de Abraão e sua possessão da terra dada a Abraão por promessa. Todas as promessas subsequentes do concerto são reiterações, alargamentos e esclarecimentos das partes deste concerto original feito através de Abraão com a nação e estabelece certas promessas e esperanças.”[44]

 

 

Um plano todo orquestrado por Deus (Gn 31)

1.Retorno para a própria terra (v.1-21)

2.Desistência do perseguidor (v.22-42)

3.Reconciliação do conflito (v.43-55)

 

Capítulo 32: O retorno de Jacó e a luta dele com Deus

1.O caminho de Jacó de volta para a casa foi protegido e dirigido por Deus através de Seus ministradores, os anjos. Jacó não esqueceu sua fuga há vinte anos e, certamente, nem Esaú, por isso, Jacó tratou de bolar um plano para apaziguar a ira do irmão por meio de presentes. Quando Jacó soube que Esaú viria ao seu encontro com quatrocentos homens, Jacó ficou apavorado e montou uma estratégia de fuga a fim de perder pouco (pessoas e rebanhos). Jacó se lembrou da promessa de proteção que Deus fez, porém, lembrar-se não significa confiar. Assim como Jacó querendo apaziguar a ira do irmão, o crente sofre do mesmo mal quando tenta agradar a Deus com medo de castigo, falta de bênção ou até mesmo por desejar que Deus o ame mais. Nosso Deus não precisa dos nossos presentes para nos amar e nem dos nossos sacrifícios para não nos condenar. Nada poderá nos separar do amor que está em Cristo Jesus, Seu Filho (v.1-21).

 

2.Uma das lutas mais impressionantes e desiguais acontece a seguir. Jacó, sozinho, tentar lutar com o Cristo Pré-Encarnado. Não era um anjo, mas o próprio Deus em forma de anjo, o Anjo do Senhor. Jacó reconheceu que era o próprio Deus. O Anjo aqui tem o poder de abençoar e o próprio Anjo disse que Jacó lutou com Deus. A luta custou a Jacó uma dolorida distensão muscular na coxa. Essa história ficou conhecida pelos judeus e, pelo menos, naquela época deixaram de comer a parte do animal correspondente à distensão muscular de Jacó. O nervo no meio da coxa. Peniel significa “face a face com Deus”. O nome de Jacó é mudado para Israel que significa “aquele que tem poder como um príncipe de Deus” ou apenas “Príncipe com Deus”. Jacó precisava abandonar sua conduta de enganador para ser um servo valoroso de Deus. O Senhor também quer transformar nossa vida para nos parecermos cada vez mais com Cristo Jesus (v.21-32).

 

“Deus não exigiu esta observância ritual na lei mosaica, mas os descendentes de Israel por conta própria instituíram a prática porque reconheceram a extrema importância desta experiência para Jacó e para eles próprios.”[45]

 

Reconciliação nos relacionamentos

(Gn 32.1-21)

1.Medo (v.1-8)

2.Oração (v.9-12)

3.Presente versus suborno (v.13-21)

 

Construindo um relacionamento mais profundo com Deus (Gn 32.22-32)

1.Individualmente (v.22-23)

2.Incessantemente (v.24-28)

3.Intimamente (v.29-32)

 

 

 

Capítulo 33: O reencontro de Jacó com Esaú

1.O reencontro foi tenso. Jacó colocou à frente as pessoas de menor importância para ele. Jacó chegou com uma atitude completamente diferente, humilhado. Esaú tomou a iniciativa de abraçar o irmão. O choro foi carregado de emoções trancadas por vinte anos. Deus trabalhava na vida de Esaú, mesmo que pouca atenção damos a isso. Ele não tinha mais nenhum espírito de vingança. O perdão estava no coração dele. Esaú quis conhecer a família de Jacó. Esaú não esperava nenhum tipo de presente para ficar apaziguado. É um retrato do perdão oferecido por Deus ao pecador arrependido. Não é necessário tentar oferecer nada a Deus. O perdão é gratuito em Cristo Jesus, bastando o reconhecimento do pecado e a confiança depositada somente na salvação que há em Cristo crucificado. Depois de ser perdoado, Jacó insistiu que Esaú ficasse com os presentes, não mais para ser perdoado, mas como gratidão pelo que Deus tem feito por ele e sua família (v.1-11).

 

“No versículo 11, vemos Jacó dizendo: ‘Eu tenho tudo o que necessito’ [NVI], mas ele usou uma palavra diferente, significando “tudo” [RA]. Ele podia usar essa palavra porque era capaz de dizer: ‘Deus tem sido bondoso [gracioso] para comigo.’ O homem do mundo pode ser capaz de dizer: ‘Eu tenho muito’, mas só o santo, conscientemente abençoado por Deus, pode dizer: ‘Eu tenho tudo’. Isto é o que Paulo disse em Filipenses 4.18.”[46]

 

2.Jacó era um homem gentil para com as mulheres e crianças. Vemos isso pelo gesto de respeitar os passos vagarosos e também cuidando do seu patrimônio, os rebanhos. Esaú gentilmente ofereceu alguma escolta para Jacó. Em Siquém, Jacó edificou um altar e colocou o nome de “Deus, o Deus de Israel” (v.12-20).

 

Investimentos certeiros (Gn 33)

1.Investimento no bom relacionamento (v.1-4)

2.Investimento na generosidade (v.5-11)

3.Investimento na família (v.12-20)

 

Capítulo 34: O estupro de Diná e a vingança dos filhos de Jacó

1.Já estabelecidos em sua terra, a descendência de Jacó está conhecendo a vizinhança. Diná devia ter uns quinze anos. Em todas as épocas, abusadores sexuais são iguais: covardes, insaciáveis, violentos e pedófilos. Contudo, Siquém acabou se apaixonando por quem ele agrediu e desejou-a e quis fazer o correto pedindo ajuda ao pai para dar entrada ao processo de casamento. Jacó, estrategicamente, contou com os filhos para obter vingança do ato de Siquém.  Infelizmente, muitos jovens, ainda hoje, perderam a decência de entrar na atividade sexual pelos meios legais, morais e santos do casamento. Praticamente, nossa sociedade oficializou a violência sexual. Se namorados não acham que estão se violentando sexualmente, deveriam ler a Bíblia e perceberiam que estão cometendo violência ao princípio sexual apresentado por Deus. O pai de Siquém, Hamor, propôs uma aliança entre as famílias através do casamento de Siquém e Diná e, eventualmente, outros casamentos (v.1-10).

 

“Em primeiro lugar, o que Jacó estava fazendo demorando-se naquela região pagã e deliberadamente colocando a família em perigo? Deveria estar em Betel conduzindo-os para mais perto do Senhor. O nome do Senhor não é mencionado nenhuma vez nesse capítulo e, sem dúvida, a sabedoria do Senhor também não estava presente.”[47]

2.Siquém estava perdidamente apaixonado pela moça e estava disposto a pagar o mais caro dote que fosse exigido pela família. Os filhos de Jacó, herdando a astúcia dele, enganaram Siquém e Hamor propondo a circuncisão de todos os homens, adultos inclusive. Entre fazer a dolorosa cirurgia e deixar de se beneficiar daquela próspera aliança, os homens optaram pela circuncisão. Enquanto estavam acamados e doloridos da cirurgia, os filhos de Jacó atacaram a cidade, matando os homens e saqueando seus bens. Jacó não imaginava que a sua astúcia fosse tão mais perigosa na sua descendência. Foi um ato premeditado, violento e irreverente, pois não pediram conselho ao Senhor ou ao pai deles. Os filhos só conseguiram ver o ódio e vingança diante deles, mas Jacó via as terríveis consequências diante dos cananeus (v.11-31).

 

Quando tudo é feito da maneira errada (Gn 34)

1.Estupro (v.1-7)

2.Provocação (v.8-12)

3.Vingança (v.13-31)

 

Capítulo 35: O desfecho acertado para a jornada de retorno de Jacó

1.Jacó recomeça de onde deveria começar no plano original de Deus. Ele foi para Betel. Jacó recebeu ali a promessa de proteção de Deus e para lá deve voltar. Um novo capítulo da vida da família seria escrito, mas deveria se purificar da trágica experiência de Siquém. Eles deveriam desprezar até a roupa, assim como Judas nos advertiu, espiritualmente, em Judas 1.23. Agora, sim, Jacó, mostrará o caminho certo à família. Os pais precisam apontar aos filhos suas experiências com Deus para motivá-los a acertar na vida cristã. Jacó nem ficou com os despojos idólatras dos filhos, mas enterrou ali mesmo em Siquém. Os filhos foram muito estragados morando naquela região. Os pais que cuidam dos filhos não os colocam em situação de risco, exceto quando Deus manda. Sabemos que missionários colocam seus filhos em cidades e países perigosos, mas em casos assim, a direção do Senhor é o que conta. Os povos da região não tentaram nada contra a família de Jacó, pois o Senhor os protegeu (v.1-5).

 

2.Os filhos, embora manchados com a idolatria dos cananeus, seguiram o pai, pois certamente não desprezariam tamanha riqueza e herança. Sabemos aqui que a ama de Rebeca chamava-se Débora. Ela acompanhou Rebeca quando esta se casou com Isaque (Gn 24.59). O nome de Jacó foi mudado para Israel, anteriormente. Aqui foi apenas uma confirmação bem como as promessas feitas a Abraão, avô de Jacó. Ali em Betel, Jacó adorou ao Senhor novamente (v.6-15).

 

3.Raquel morreu no parto. Antes de morrer deu o nome ao filho Benôni (filho da tristeza). Jacó, porém, preferiu outro nome que prevaleceu, Benjamim (filho da mão direita). Efrata é conhecida como Belém. O filho de Jacó, Rúben, teve relações com a concubina de Jacó, Bila. Isso mostra como estava contaminado com os costumes cananeus. As doze tribos de Israel estão completas e o texto alista os nomes. O final do capítulo mostra um quadro de reconciliação que houve entre Jacó e Esaú. Os dois sepultaram o pai (v.16-29).

 

“O ato de Rúben... manifestou rebelião contra a autoridade de Jacó bem como uma luxúria desenfreada. Isto resultou na perda de seu direito de primogenitura. Judá obteve o direito de governar como o cabeça da família e Levi conseguiu o direito de ser o sacerdote da família, eventualmente. A dupla porção da herança de seu pai foi para José que reconheceu isto através de seus dois filhos, Efraim e Manassés (conforme 1 Cr 5.1-2).”[48]

Os altares da vida (Gn 35.1-22)

1.O altar da resposta na angústia (v.1-4)

2.O altar da presença de Deus (v.5-8)

3.O altar da mudança de nome (caráter) (v.9-15)

4.O altar da perda (v.16-22)

 

Capítulo 36: Os descendentes de Esaú

Os descendentes de Esaú se tornaram a nação de Edom. Embora ele tenha desprezado as coisas espirituais e o seu direito de primogenitura, Deus o abençoou formando uma nação. Esaú mostrou alguma maturidade perdoando o irmão, Jacó. A nação de Edom se tornou inimiga de Israel. Na época do cativeiro da Babilônia, a nação entregou seus irmãos judeus a Babilônia. O Salmo 137 é imprecatório e mostra o desejo de vingança contra Edom. Obadias profetiza a queda de Edom. Ainda houve algum descendente que perseguiu o povo de Deus, por exemplo, Herodes que era da Idumeia que é Edom.

 

“Moisés, autor de Gênesis, soube por revelação divina (35:11) que Israel teria um rei. Assim como o capítulo 4 registra sete gerações ímpias de Caim, os versículos 33-39 registram sete gerações de reis ímpios descendentes de Esaú. O número sete representa a perfeição, indicando provavelmente uma linhagem completa. Nenhum dos descendentes de Esaú é mencionado como homem fiel a Deus; antes, perderam-se na obscuridade dos que abandonam o Deus vivo. Desfrutaram riqueza e fama neste mundo, mas nada entesouraram para a eternidade.”[49]

 

Capítulo 37: José vendido pelos irmãos

1.Jacó estava agora no lugar certo, onde Deus queria. As gerações de Jacó não são apresentadas como as de Esaú no último capítulo, mas apresenta de um modo dinâmico através da história de José, o grande herói da nação de Israel. Ele foi desprezado por seus irmãos, mas salvou-os e permitiu que a nação sobrevivesse. Ele é uma sombra do Senhor Jesus o qual também foi desprezado pela nação de Israel, mas tornou-se o salvador. José era filho de Rebeca. Ele via problemas no comportamento dos seus meios-irmãos e denunciava ao pai. Jacó tinha suas preferências quanto a filhos e José era o preferido por ser o filho da velhice e, certamente, por sua índole. Jacó deu uma linda túnica para José. Esse presente trouxe inveja nos irmãos. Os diálogos que tinham com José deviam ser ásperos. Para piorar a situação, porém, dentro dos planos de Deus, José tinha sonhos e os contava aos irmãos. Os sonhos exaltavam José acima dos irmãos. Não precisou muitas explicações, pois os irmãos entenderam os sonhos de José. Outro sonho incluía a submissão dos pais a José. Isso era muito estranho para qualquer cultura, pois os pais sempre estão acima dos filhos. No entanto, Jacó teve a mesma atitude que, futuramente, a mãe de Jesus teria, a de guardar em silêncio os fatos observados (v.1-12).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“José, um Tipo de Cristo. Apesar de isso não ser dito explicitamente nas Escrituras, há diversas analogias óbvias: 1) Ambos foram objetos especiais do amor paterno (Gn 37.3, Mt 3.17). 2) Ambos foram odiados por seus irmãos (Gn 37, Jo 15.25). 3) Ambos fizeram reivindicações de superioridade (Gn 37.8, Mt 21.37-39). 4) Seus irmãos conspiraram tanto contra um como contra o outro (Gn 37.18, Mt 26.3,4). 5) Em sua intenção, os irmãos de José tiraram-lhe a vida. Jesus perdeu a vida, na realidade, por exigência de Seus irmãos (Gn 37.24, Mt 27.35-37). 6) Ambos foram vendidos em troca de peças de prata (Gn 37.28, Mt 26.15), 7) No caso de ambos houve túnicas envolvidas em sua traição e sofrimento (Gn 37.31, Jo 19.23). 8) Ambos tornaram-se motivo de bênçãos especiais para indivíduos e nações, e ambos obtiveram uma esposa gentílica (Gn 41.1-45, At 15, Ef 5.25-32). 9) Ambos se reconciliaram com seus irmãos (Gn 45.1-15, Dt 30.1-10, Os 2.14-18, Rm 11.1,15,25,26).”[50]

 

2.Jacó, chamado Israel, talvez quisesse fazer com que os irmãos aceitassem José e o enviou para o pasto para saber como estavam. Não seria de modo algum seguro em situações normais, mas Deus estava na direção desse plano, mesmo com toda a malignidade dos irmãos de José. Os irmãos de José tinham planos para matá-lo. Se Rúben agiu errado antes, agora, ele age de modo mais humano e fraternal que os demais irmãos. O plano de jogá-lo na cova não era maldade, mas para que José tivesse uma chance de retornar ao pai. Judá também foi usado para a execução do plano de Deus, sem o saber. Ele sugeriu a venda de José aos ismaelitas que estavam indo para o Egito. Assim como José foi vendido por prata, Jesus também foi vendido por Judas aos fariseus por moedas de prata. Provavelmente, Rúben não estava no momento em que tiraram José da cova e o venderam aos comerciantes ismaelitas, mas parece que os irmãos não explicaram nada a Rúben. A história que Jacó acreditou por todos os anos a seguir é que o filho foi devorado por feras do campo. A hipocrisia dos filhos foi inacreditável, pois para que o plano fosse verossímil tinham que consolar o pai. Porém, ele não quis ser consolado. José foi vendido para o Egito para um alto oficial (v.13-36).

 

A (des) valorização da família (Gn 37)

1.A valorização de um filho mais do que os outros (v.1-11)

2.A desvalorização de um irmão (v.12-36)

 

Capítulo 38: O plano de Tamar para ter descendente de Judá

1.Judá, filho de Jacó, é o ascendente de Jesus Cristo que é da tribo de Judá. Portanto, essa descendência de modo especial é muito importante para a História de Israel e o futuro do Redentor. Judá se casou com uma mulher cananeia e teve três filhos com ela, Er, Onã e Selá. Judá arrumou uma esposa para Er, Tamar. Deus matou Er porque ele era perverso. Tamar estava sem descendente, por isso, Deus mandou Onã cumprir o levirato para que Tamar tivesse um filho e a descendência de Judá não ficasse comprometida. Onã não queria suscitar descendência para o irmão, por isso, interrompia o relacionamento sexual a fim de evitar a gravidez de Tamar. Aliás um método não muito eficiente. Deus também matou Onã (v.1-10).

 

2.Restou Selá, mas este ainda era criança. Judá não teria mais filhos, pois a mulher dele morreu. A descendência de Judá estava, de fato, ameaçada. Tamar voltou para a casa do pai a espera do crescimento de Selá. Os anos se passaram, Selá cresceu, mas nada de Judá chamar Tamar para se casar com Selá. Tamar soube que Judá estava perto da casa dela e, então, teve uma ideia, a de fingir ser uma prostituta com a finalidade de ter relação com Judá e, assim, suscitar a tão esperada descendência através do sogro. Tamar tomou a precaução de ficar com o anel, o cordão da túnica e o cajado de Judá para que tivesse como reivindicar a paternidade dele sobre o filho que nasceria. Quando Judá soube que Tamar estava grávida, considerou-a adúltera, pois era a prometida de Selá. Tamar se salvou de ser morta porque tinha como provar quem era o pai através dos objetos guardados como penhor. Judá reconheceu seu erro de negar Selá, o seu filho, a Tamar, sua nora. Tamar teve gêmeos, Perez e Zera, sendo Perez o primogênito, foi o ascendente de Jesus. Em Mateus, os gêmeos são mencionados por causa do nascimento quando Perez “tomou a frente” de Zera o qual foi marcado com um cordão vermelho. O primogênito ficou sendo, portanto, Peres. Em Mateus, os nomes são Farés e Zará em algumas versões (v.11-30).

 

“O cordão... esclarece que o sinete... não era um anel, e sim um selo..., provavelmente cilíndrico, pendente do pescoço, que fazia parte do vestuário de todo homem de posição. O ‘cajado’, frequentemente entalhado era também distintivo do seu dono.”[51]

 

Obstáculos à confiança (Gn 38)

1.Não cumprir com o compromisso (v.1-11)

2.Viver de modo irresponsável (v.12-23)

3.Agir com hipocrisia (v.24-30)

 

Capítulo 39: José na casa de Potifar e depois na prisão

1.José sofre a humilhação de ser tratado como mercadoria. Porém, na casa de Potifar, José cresceu de muitas maneiras. Certamente, ganhou um bom físico, boas maneiras, estudos egípcios, percepção militar e habilidade nos negócios. O próprio Potifar, oficial de Faraó, via o desenvolvimento de José e reconhecia que o Deus de Israel, ainda desconhecido aos egípcios, estava com ele. José ganhou total confiança de Potifar. Sendo que Deus estava abençoando José, Potifar foi abençoado por estar envolvido com ele. O crente é um canal de bênçãos para os que estiverem perto dele. José nem era supervisionado por Potifar, tal era confiança nele. O texto enfatiza o físico e a beleza de José, pois a seguir isso o coloca em grandes apuros (v.1-6).

 

“Os nossos inimigos podem nos despojar das honras e dos adornos externos; porém, a sabedoria e a graça não nos podem ser retiradas. Eles podem nos separar dos nossos amigos, dos nossos parentes e da nossa pátria, mas não são capazes de separar-nos da presença do Senhor. Podem nos separar das bênçãos externas, roubar a nossa liberdade e confinar-nos em calabouços, mas não podem impedir a nossa comunhão com Deus, nem com o trono da sua graça, ou roubar de nós as bênçãos da salvação. José foi maravilhosamente abençoado, mesmo na casa onde estava como escravo. A presença de Deus conosco faz com que tudo o que façamos prospere. Os homens bons são uma bênção no lugar onde vivem; os bons servos podem sê-lo ainda que detestados. A prosperidade do ímpio é, de um modo ou de outro, a causa do piedoso. Aqui, uma família má foi abençoada por amor ao seu bom servo.”[52]

 

2.A mulher de Potifar acabou se engraçando com José e o convidou para terem relações sexuais. José teria sido ridicularizado pela mentalidade do mundo e até visto como um homossexual, mas ele foi um homem de caráter e temente a Deus. Testemunhou à mulher sobre o Deus de Israel como sendo a razão de sua integridade e em segundo lugar à sua fidelidade para com Potifar. A insistência dela nos lembra a sedução do mundo para derrubar o crente e a perseverança de José nos avisa sobre como andar neste mundo sexista. José foi assediado brutalmente, mas teve forças para desvencilhar-se da luxúria. A força de um homem fugir de uma situação assim não é seu controle sexual, pois não existe isso, mas sim sua mente treinada nas coisas de Deus. A nossa comunhão diária com Deus nos dá reservas para o dia mau. A mulher de Potifar, com o orgulho ferido, inventou uma história que prejudicou o servo de Deus, José. Talvez José estivesse, em seus pensamentos, lutando com sua fé. Será que vale a pena evitar os prazeres fáceis deste mundo para seguir a Deus e receber a vergonha e prisão como recompensas? Deus estava preparando José para o que viria a seguir. Ele caiu na graça do carcereiro e até recebeu responsabilidades na prisão. Deus estava preparando José para liderar (v.7-23).

 

Eliminando o perigo da queda (Gn 39)

1.Elimina-se o perigo da queda agindo fielmente perante Deus e os homens (v.1-6)

2.Elimina-se o perigo da queda fugindo de situações comprometedoras (v.7-18)

3.Elimina-se o perigo da queda confiando no Senhor mesmo sendo prejudicado (v.19-23)

 

Capítulo 40: José, o intérprete de sonhos

Naquele reino de tantos súditos devia haver questões de roubo, ofensas, imoralidade e outras complicações todos os dias. Numa dessas complicações, temos duas personagens presas, além de José: o copeiro e o padeiro. José estava preso, mas com privilégios do carcereiro, portanto, chefe sobre os demais prisioneiros. José, chamado pelos seus irmãos de sonhador, teve a oportunidade de interpretar sonhos dos prisioneiros, o padeiro e o copeiro. José não reivindicava para si a capacidade de interpretar os sonhos, mas atribuía a Deus. O copeiro sonhou com o seu trabalho que era o de servir vinho. José interpretou o sonho do copeiro que tinha um final feliz. José nada cobrou, exceto que o copeiro se lembrasse dele e pedisse que Faraó o libertasse, pois José afirmava sua inocência. O padeiro também sonhou com seu trabalho, mas o final do sonho era um pesadelo, pois José interpretou que o padeiro seria executado por Faraó e foi o que aconteceu. O copeiro não se lembrou de José e este continuou preso. O Senhor também estava treinando José para conhecer como funcionava o sistema judiciário do Egito bem como as festas. José deveria ter mais um pouco de paciência. Assim, o servo de Deus precisa exercitar-se na paciência no Senhor, pois, algumas vezes, será injustiçado e esquecido (v.1-23).

 

“José queria ficar livre para viver e realizar toda a vontade de Deus em sua vida.”[53]

 

Ingratidão (Gn 40)

1.Os sonhos (v.1-8)

2.O pedido (v.9-15)

3.O esquecimento (v.16-23)

 

Capítulo 41: José se torna o segundo no Egito

1.José foi esquecido na prisão por dois anos. Deus usou o sonho de Faraó para livrá-lo da prisão. O sonho de Faraó se tornou conhecido no mundo empresarial, as vacas gordas e vacas magras. A outra versão do sonho, mas com o mesmo significado são as espigas miúdas e as espigas grandes e cheias. Faraó não conseguiu dentre os seus adivinhadores nenhum intérprete para o sonho. Finalmente, o copeiro, aquele que esquecera de José na prisão, se lembrou que ele poderia interpretar o sonho de Faraó, pois o copeiro, há dois anos também teve um sonho perturbador. Faraó deu chance para José interpretar o seu sonho e, pela sabedoria de Deus, conseguiu (v.1-27).

 

2.Não apenas interpretou o sonho como deu diretrizes corretas para Faraó conduzir o seu reino. Faraó reconheceu o valor de José para o seu reino e o colocou em um posto acima até mesmo daquele que teve na casa de Potifar. Ele se tornou o Ministro da Fazenda de Faraó. No tempo de Deus, José foi reconhecido. O Senhor estava preparando José enquanto este estava preso. Tudo isso aconteceu na vida de José em poucos anos. Ele tinha apenas 30 anos. Graças a estratégica econômica de José, o Egito prosperou em uma época de fome. José se casou e teve dois filhos com nomes que tinham significados importantes para o que ele passou. Manassés (fazendo esquecer-se) e Efraim (duplo fruto ou fruto completo). O Egito se tornou fornecedor de alimentos para o mundo todo e, consequentemente, muito rico (v.28-57).

 

“Da idade de trinta anos (46). Isso significa que José havia sofrido treze anos de humilhação no Egito. Ver 37.2. OS SONHOS DE FARAÓ SE CUMPREM (41.47-57). Os sonhos foram claramente dados por Deus, cujo cuidado providencial a favor de Seu povo torna-se assim evidente.”[54]

 

Mudança de rumo para melhor (Gn 41)

1.Oportunidade (v.1-24)

2.Eficiência (v.25-36)

3.Recompensa (v.37-57)

 

Gênesis 42: Os irmãos de José no Egito

É aqui que a história de José adulto se entrelaça com os pais e os irmãos. Aqui se cumprem os sonhos de todos se inclinando a José e é a partir daqui que a história passa de uma família para uma nação. Jacó envia os filhos para irem ao Egito atrás de alimento, uma vez que a seca é avassaladora no mundo. O irmão de José, Benjamim, ficou com o pai. São os dois filhos da mulher amada, Raquel. Só restara a Jacó Benjamim, pois na mente de Jacó, José morrera. Na chegada dos irmãos ao Egito, José os tratou como um governante e não como um irmão. José recebia muitas nações e investigava se não havia artimanhas de espionagem para procurarem pontos fracos do Egito para virem com um exército. Ele trata os irmãos como espiões e exige a vinda de Benjamim. Ele quer reuni-los antes de se revelar a eles. José disse que temia a Deus. Entre os gentios havia alguns que temiam o Deus verdadeiro, por isso, eles não desconfiaram que José fosse um judeu. Todo o pensamento da crueldade que fizeram com José veio à mente dos irmãos enquanto estavam presos no Egito por mãos de José. Simeão ficou preso e os demais voltaram para Jacó. José colocou de volta o dinheiro deles. Jacó só conseguia ver mais tragédia em sua vida. José “morrera”, Simeão estava preso no Egito e agora levariam Benjamim. Rúben animou o pai oferecendo os filhos como garantia de que voltariam vivos. Mesmo assim, Jacó não aceitou. Só mais tarde, com os argumentos de Judá foi que ele liberou Benjamim para ir com eles ao Egito (v.1-38).

 

“Toda a severidade do tratamento enigmático foi dirigida para testá-los e verificar se ainda eram os mesmos homens cruéis e ferozes como antigamente... o claro processo do perdão em seu coração fraterno foi moldado pela lei [do Egito] o qual se aplica ao perdão de Deus a nós”[55]

 

 

 

 

O lento processo do arrependimento (Gn 42)

1.Submetido à prova (v.1-17)

2. Trazendo o passado (v.18-24)

3.Encarando a realidade (v.25-38)

 

Capítulo 43: A reunião de todos os filhos de Jacó no Egito

 

“A obra de Deus sobre os corações dos irmãos de José estava apenas começando. José foi o instrumento de Deus e sabia disso. Os irmãos não estavam se auto acusando, mas admitiram que tudo era uma justa retribuição por causa do seu pecado. Entretanto, eles não estavam quebrados por seu pecado e nem o venceram, de fato. Ainda não se tornaram homens regenerados. Começara os últimos passos na obra de sua restauração os quais se seguem nos capítulos seguintes.”[56]

 

1.O argumento de Rúben não foi suficiente para Jacó permitir que levassem Benjamim ao Egito. Porém, Judá conseguiu persuadir o pai. A fome e o futuro da família foram os fatores determinantes para Jacó ceder. Jacó não quis mentir, mas ficou inconformado de terem revelado a existência de Benjamim. Deus estava planejando reunir toda a família. José, usado por Deus, forçou os irmãos através de investigação fingida, pois na verdade ele sabia da existência de Benjamim. O argumento de Judá não foi diferente de Rúben, mas por alguma razão, resistiu a Rúben, mas cedeu a Judá. Jacó enviou com os filhos alguns presentes a fim de agradar José. Era o último recurso de Jacó para perpetuar a família (v.1-14).

 

2.José estava esperando ansiosamente os irmãos e mandou fazer um banquete a todos para desfrutar daquela refeição com todos os irmãos reunidos. Os irmãos não estavam à vontade, mas tensos, pensando o pior, devido ao dinheiro que retornou nos sacos. Eles pediram a intermediação de um servo de José. O despenseiro sabia de todo o esquema do dinheiro e reconhecia que Deus estava com os irmãos de José. Não devia ser comum uma situação privilegiada assim. Quando José chegou até aos irmãos, foi cumprida a profecia do sonho de José. Os irmãos se inclinaram diante dele oferecendo-lhes presentes. O Senhor Jesus recebeu presentes dos homens do oriente também. Um dia, todos se ajoelharão diante do Reis dos reis. José não era duro de coração, como se vê claramente em suas lágrimas por ter visto Benjamim. Durante a refeição, ficou bem clara a separação que havia entre os egípcios e hebreus. Certamente, os hebreus também não se juntariam com os egípcios em uma situação normal. Tudo aquilo era uma questão de sobrevivência e, claro, por detrás daquela cortina havia o maravilhoso plano de Deus para conduzir o povo de Israel ao triunfo e consolidar uma nação escolhida de Deus. Parece que foi ideia de José dispor os irmãos por ordem de nascimento. Os irmãos dele ficaram impressionados com a organização. José não escondeu sua preferência por Benjamim que foi o mais honrado daquela refeição (v.15-34).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O faminto e o soberano (Gn 43)

1.Fome e entrega (v.1-10)

O que você está entregando para saciar sua fome de Deus? Tempo, prioridade, etc.

 

2.Presentes apaziguadores (v.11-14)

Você está agindo como se tivesse que apaziguar Deus? Dízimo, trabalho, etc.

 

3.Medo e graça (v.15-25)

Você está agindo por medo sem compreender que graça é favor imerecido? Por que é difícil aceitar a graça? Orgulho, Desejo de receber glória pelo seu trabalho, etc.

 

4.Reunião em família (v.26-34)

Você ama estar com o povo de Deus? Qual é a razão de crentes não estarem na igreja frequentemente? Compromissos, Frieza, Prazeres e diversão em excesso, etc.

 

Capítulo 44: A situação de um pecador e sua responsabilidade diante de Deus

1.Na segunda vez que voltaram ao Egito e compraram trigo, José plantou uma falsa prova no saco de alimento dos irmãos (um copo de prata). Com isso, ele podia deter o seu único irmão de pai e mãe, Benjamim. Eram filhos de Jacó com Raquel. Nesta história, o nome de Judá sobressai aos outros irmãos. Judá foi o responsável pela venda do irmão aos ismaelitas e agora há uma mudança significativa em sua vida. Uma humilhação que deveria haver em todos os pecadores, quer sejam incrédulos ou crentes. Judá é um retrato do pecador diante de Jesus Cristo, o supremo juiz (v.1-13).

 

2.Judá se apresentou como um pecador diante do soberano José. O pecador deve se apresentar como tal diante do supremo juiz, Jesus Cristo. Todos os irmãos de José se prostraram com medo. Mas Judá, a partir daqui, toma a frente de todo o assunto. O pecador não pode fugir de se apresentar ao Senhor que é o juiz. Temos de prestar contas a Ele. José estava blefando. De fato, ele não podia adivinhar nada. Ele armou toda a situação. No caso do supremo juiz, Jesus Cristo, tudo está patente aos seus olhos. Ele sabe tudo o que fizemos. Ele não precisa agir com astúcia para tentar descobrir o nosso segredo (v.14-15).

 

3.Judá se apresentou diante do soberano José como um pecador. Não havia justificativas. O seu pecado fora descoberto. Estava totalmente nas mãos do soberano. Diante de Deus, devemos nos desnudar. Ele está totalmente certo. A decisão mais acertada é nos apresentar como, de fato, somos, pecadores sem esperança, fora do Senhor (v.16).

 

4.Judá tomou exclusivamente para si a responsabilidade do seu pecado diante do soberano José. O pecador deve tomar inteiramente para si a responsabilidade pelo seu pecado diante do supremo juiz, Jesus Cristo. José queria perto de si Benjamim, o seu único irmão da mesma mãe. Eram os dois únicos filhos de Raquel por quem Jacó trabalhou quatorze anos. Jacó trabalhou por quem amava, Raquel. Lia veio como uma artimanha de Labão (v.17, ver Gn 29).

 

5.A partir daqui vemos uma humilde súplica de um pecador realmente arrependido. Judá tomou para si toda a responsabilidade. Ele já havia perdido José e agora não queria perder Benjamim. O pecado nos faz perder, só perder. O arrependimento traz para nós todo o peso da responsabilidade. Com o arrependimento, deveria vir também mudança de caráter e de procedimento (v.18-34).

 

6.A seguir, as preocupações de um pecador realmente arrependido e a mudança que é operada em sua vida.

 

A situação de um pecador e sua responsabilidade diante de Deus (Gn 44)

1.Em um mundo entregue à injustiça (v.1-13)

2.Sem maneira de se justificar (v.14-17)

3.Temendo a ira de Deus (v.18)

4.Com uma história (v.19-31).

5.Arrependido, deseja cumprir a sua palavra até as últimas consequências (v.32).

6.Arrependido, está pronto a sofrer o castigo por seus pecados e isentar os inocentes (v.33).

7.Arrependido, insiste com o seu Deus, suplicando por misericórdia, desejando que a situação daqueles a quem ele prejudicou se reverta (v.34)

 

“O apelo de Judá a favor de seus irmãos foi a expressão de uma mudança que ocorreu em seus corações... Ele arriscou sua vida falando... Ele relembrou os eventos que levaram à acusação e descoberta... Ele relembrou a José do que aconteceria se Benjamim não retornasse ao seu pai... Ele pediu que José escolhesse um plano alternativo.”[57]

 

7.A transformação de Judá ficou evidente neste episódio. O valor do seu arrependimento se vê nas lágrimas incontidas de José. Deus está atento àquele que, de fato, está arrependido e que tem uma mudança de vida, assumindo inteiramente a responsabilidade pelo pecado, sem envolver outras pessoas em seus erros. Sabemos que Judá foi a única tribo sinceramente piedosa ao Senhor. A única preservada e aquela que gerou o Messias de Israel, Jesus Cristo.

 

Capítulo 45: José se revela aos irmãos

1.Chegou a hora de José se revelar aos irmãos. José estava em uma explosão emocional, pois tentou se conter por muito tempo. A carga emocional dele foi derramada, porém, os irmãos nem tiveram tempo de processar suas emoções e, por isso, não conseguiram responder de pronto. Percebendo isso, José passa a contar o que aconteceu. Ele tenta acalmar os irmãos fazendo-lhes compreender que o plano de Deus estava acima de toda a crueldade deles. É possível que José falava aos irmãos sobre proteção, plano de Deus e livramento, mas eles só tinham na mente vingança, juízo e condenação. José era um homem prático e queria conduzir os irmãos ao assunto principal, que era a preservação do pai e dos irmãos. Todo o afeto por Benjamim foi demonstrado através do abraço e choro. José também abraçou os demais irmãos. O perdão foi abundante no coração de José (v.1-15).

 

2.Faraó não teve ciúmes ou sentiu-se ameaçado pela família de José. Pelo contrário, deu-lhes as boas-vindas e planejou residência para todos eles. Faraó não permitiu que voltassem para Canaã em lombos de animais, mas ofereceu-lhes carros (carroças). Faraó daria casas mobiliadas para a família de Jacó. Eles deveriam deixar suas alfaias (objetos, mobília) lá em Canaã. Um dia, os irmãos de José levaram ao pai as roupas dele rasgadas e manchadas de sangue. Agora, José dá roupas novas e limpas para eles. Assim é o perdão verdadeiro em contraste com a vingança. Benjamim foi contemplado com dinheiro, além das roupas. Foram feitas provisões para o caminho de volta ao Egito. José não os deixou sair sem uma advertência muito adequada à situação. José advertiu-lhes a não brigarem no caminho. Certamente, já estavam ensaiando acusações do tipo “eu não te disse?”. Jacó recebeu os presentes, mas o que mais importava a ele era o filho vivo (v.16-28).

 

“A vida de José

Prisioneiro

Benfeitor

Irmão

37-40

40-45

46-50

Separado da família

Reunido com a família

Residindo com a família”[58]

 

O que o perdão faz (Gn 45)

1.Comove-se (v.1-2)

2.Importa-se com os outros (v.3)

3.Vê Deus, mesmo sendo injustiçado (v.4-8)

4.Age de modo proativo e prático (v.9-15)

5.Abre portas (v.16-20)

6.Paga o mal com o bem (v.21-23)

7.Cobre a culpa (v.24)

8.Revigora o ânimo de todos (v.25-28)

 

Capítulo 46: Jacó leva toda a família para morar no Egito

Jacó não foi para o Egito sem antes passar em Berseba onde tudo começou, onde ele teve suas primeiras experiências com Deus e onde Abraão e Isaque viveram. Ali ele ofereceu sacrifícios ao Senhor. Novamente, o Senhor falou com a família naquele lugar. Deus confirmou a Jacó a necessidade dessa mudança para o Egito. Jacó voltaria para Canaã, neste caso, para ser sepultado. José colocaria a mão nos olhos de Jacó, isto significa que veria a morte do pai. Toda a família de Jacó foi poupada da fome indo para o Egito, o lugar de refúgio que Deus providenciou a eles. Os nomes das 66 pessoas são registrados. Com os filhos de José mais Jacó e o próprio José somam 70. O encontro de Jacó com José foi emocionante. Para Jacó, sua carreira estava completa, pois ele queria terminar a vida vendo a José. Nosso alvo para a vida deve ser Jesus. Ver a Jesus deveria ser o nosso empenho. Não as atividades para Jesus, mas a própria presença Dele é o nosso maior desejo. José advertiu o pai sobre a repulsa que Faraó e os egípcios tinham por criadores de gado (v.1-34).

 

“Os egípcios abominavam pastores porque a agricultura era a base da sociedade egípcia e o rio Nilo os sustentavam. Os egípcios organizavam seus campos cuidadosamente e os controlavam com relativa facilidade. A dificuldade comparativa de controlar ovelhas, cabras e vacas levavam os egípcios a pensar que pessoas que cuidavam desses animais eram rudes e grosseiras.”[59]

 

Mudanças não são fáceis, mas às vezes são necessárias (Gn 46)

1.Mudanças radicais e dirigidas por Deus transformam (v.1-3, famílias em nações)

2.Mudanças radicais e dirigidas por Deus envolvem toda a família (v.4-27)

3.Mudanças radicais e dirigidas por Deus respeitam nossa individualidade e habilidades (v.28-34).

 

Capítulo 47: A nova residência da família de Jacó

1.Os irmãos de José, cinco deles representando a família, fizeram exatamente como José os preveniu. Eles não mentiram sobre sua profissão e, por isso, foi fácil receberem a terra de Gósen como sua nova residência. Descobrimos que Faraó também tinha rebanhos e pastores. A abominação que eles tinham, talvez não fosse por causa da carne ou leite e nem pelos pastores egípcios, mas por pastores estrangeiros. Jacó conheceu e abençoou Faraó, ou seja, cumprimentou-o. Jacó considera os seus dias poucos em relação aos pais e maus devido a tudo o que passou, principalmente, com a perda de José a qual foi reparada, pois José não se perdeu, mas foi usado por Deus para restaurar a família e fazer nascer dela uma nação (v.1-12).

 

2.José continuou com o seu trabalho honesto. Ele não desviou o dinheiro de Faraó para a sua família em Gósen. A fome era severa e quando o dinheiro para comprar trigo acabara, as pessoas trocavam o gado pelo alimento. Dessa forma, o Egito, através da administração de José, tornou-se uma potência mundial. Quando até o gado já estava nas mãos do Egito, as pessoas se venderam como tributárias ao Egito. José deu sementes às pessoas e toda a plantação renderia ao Egito 20% das colheitas. Os sacerdotes egípcios eram protegidos por Faraó e José respeitou isso, pois ele era o administrador dos negócios de Faraó e não da religião do Egito. Enquanto isso, o povo de José crescia na terra de Gósen com muita prosperidade. Jacó estava partindo para a glória de Deus e recebeu de José a promessa que o sepultaria em Canaã (v.13-31).

 

“Não obstante os maus-tratos recebidos anteriormente, o crente que prospera neste mundo não deve negligenciar nem desprezar seus parentes pobres em necessidade. A medida de um grande homem é a maneira como ele trata os homens que em si mesmos têm sido pequenos.”[60]

 

O cuidado para com a família (Gn 47)

1.Buscando oportunidades para os seus (v.1-4)

2.Dando honra para o patriarca da família (v.5-10)

3.Providenciando sustento para os seus (v.11-12)

4.Continuando com as suas atividades fora dos familiares (v.13-26)

5.Satisfazendo os desejos possíveis dos mais velhos (v.27-31)

 

Capítulo 48: Os dois primeiros filhos de José são entregues a Jacó

1.Chegando ao fim da vida de Jacó, José foi com seus filhos, Manassés e Efraim, receber as bênçãos de posteridade. José cria que Deus estava em todo o plano da família transformando-a em nação. Assim como os primogênitos de Jacó foram abençoados, os primogênitos de José também seriam abençoados por Deus através de Jacó. Os dois primeiros filhos de José são tratados como filhos de Jacó. Na hora de abençoar os netos, Jacó colocou a mão direita sobre o mais novo, diferente do costume hebreu. A bênção maior iria para o filho colocado à direita. José pensou que fosse um engano, pois Israel não enxergava. No entanto, era propósito de Deus, assim como também aconteceu com Esaú e Jacó, o próprio Israel que está abençoando os netos. Jacó era o segundo, mas foi escolhido por Deus para receber a bênção de ser o pai da nação. Jacó abençoou invocando o anjo abençoador, o qual não é um anjo criado, mas o próprio Jesus Cristo antes de Sua encarnação, o anjo do Senhor. Efraim, o menor, foi escolhido para ser o continuador da promessa dos patriarcas. De fato, mais tarde, o reino do norte, Israel, era conhecido como Efraim. José também recebeu a bênção como se fosse o primogênito. José ficou em lugar de Rúben, o primogênito. Jacó, Efraim e José foram as três pessoas nessa família que foram exaltadas além do seu próprio merecimento por não serem primogênitos (v.1-22).

 

“A bênção de Jacó aos seus filhos marca o fim da dispensação patriarcal. A partir daí, o canal das bênçãos de Deus ao homem não consiste de uma pessoa somente, mas de um povo ou nação.”[61]

A continuidade de um projeto de Deus (Gn 48)

1.Requer pessoas para dar continuidade e entrega delas (v.1-6)

Os dois primeiros filhos de José seriam de Jacó

2.Requer um líder passando a autoridade (v.7-11)

Jacó não se agarrou à bênção, mas distribuiu aos filhos

3.Requer submissão à vontade de Deus, mesmo quando foge à lógica humana (v.12-22)

Efraim não era a primeira escolha de José

 

Capítulo 49: As bênçãos de Jacó aos seus doze filhos, as tribos de Israel

1.Jacó estava profetizando o rumo de cada tribo da nação de Israel. Ele começa com o primogênito, Rúben. A característica marcante de Rúben foi sua falta de equilíbrio. Ele se deitou com Bila, a concubina de Jacó (Gn 35.22). Simeão e Levi são destacados pela violência com que trataram o povo do jovem Siquém por ter estuprado Diná (Gn 34). Judá é o antecessor do Messias, Jesus Cristo. A característica que marca Judá é a realeza. Zebulom seria comerciante devido à residência em portos. Issacar seria trabalhador agrícola vivendo numa região próspera. Dã significa julgar e Sansão que era dessa tribo foi o juiz mais conhecido de Israel. Dã era muito sagaz, como uma serpente, mas o que mais caracterizou essa tribo foi a idolatria. Gade seria marcado pela valentia em combates. Aser não expulsou os inimigos e se tornou um povo agrícola aproveitando da prosperidade que isso lhe deu[62]. Naftali era uma tribo caracterizada pela velocidade e poesia, pois proferiam palavras formosas. José é o filho querido de Jacó. A tribo originária dele ficou com o nome de Efraim que significa frutífero e essa foi a característica de José para com toda a família. Sem dúvida foi o mais abençoado nas palavras de Jacó. A menção de flecheiros trata-se das perseguições e calúnias pelas quais José passou, mas o Senhor o exaltou. A história de Benjamim foi marcada com crueldade. Saul que foi cruel para com Davi e massacrou os sacerdotes de Nobe. Outros benjamitas furiosos: Abner, Sebna, Simei e Saulo de Tarso[63]. Após as bênçãos proferidas por Jacó, ele pediu para ser sepultado na terra que Deus deu para a família. O Senhor deu forças para Jacó abençoar os filhos e, então, foi levado ao encontro mais maravilhoso que o homem pode ter, que é à presença do criador e salvador. Portanto, essas são as doze tribos de Jacó, que é Israel. Note que José não é muito mencionado como tribo. Efraim ficou em lugar de José. Sendo que Manassés também é considerado tribo de Israel, alguns dizem que eram 13 tribos de Israel (v.1-33).

 

“A exclamação: ‘A tua salvação espero, ó Senhor!’ (Gn 49.18) sugere que Jacó estava em comunhão com Deus enquanto falava com seus filhos. Pedia a Deus por mais forças a fim de concluir o que tinha a dizer? Ou estava anunciando que, em breve, o Senhor o chamaria para a eternidade?”[64]

 

Tribo

Significado

Acontecimento em torno do nascimento

Característica marcante na profecia de Jacó

Rúben, filho de Lia

“Veja o filho”

O primogênito. Lia esperava ser amada por Jacó por causa do filho.

Impetuoso. Falta de moderação. Praticou excesso de pecado e deitou-se com a concubina do pai.

Simeão, filho de Lia

“Ouvir”

Lia sentia-se muito desprezada.

Violência contra um povo todo por causa de um príncipe mimado que estuprou Diná

Levi, filho de Lia

“Unido, atado, ligado”

Lia achava que o terceiro filho, finalmente, uniria Jacó a ela em amor.

Violência junto com o irmão, Simeão. As duas tribos se dividiram. Simeão foi absorvido por Judá e Levi recebeu 48 cidades espalhadas pela terra.

Judá, filho de Lia

“Louvor”

Lia disse que dessa vez louvaria o Senhor. Antes louvou, mas estava desesperada por atenção e não por Deus.

Judá teve a ideia de entregar José aos mercadores ismaelitas. Ele reteve o filho para Tamar continuar a descendência. Ele se dispôs a levar Benjamim para o Egito em troca da própria vida. De Judá vem a realeza, os reis da dinastia de Davi e, finalmente, Jesus.

Zebulon, filho de Lia

“Habitação”

Lia pensava que Jacó, dessa vez, moraria na tenda com ela sem dividir com Raquel.

Zebulon era comerciante, pois morava perto do mar e vendia produtos aos fenícios e outros povos. A tribo de Zebulon foi muito importante para derrotar Sísera quando Débora e Baruque eram juízes-libertadores.

Issacar, filho de Lia

“Galardão, recompensa”

Raquel e Lia se desentenderam por causa das mandrágoras (planta que ajuda a mulher ser fecunda, conforme pensavam). Lia voltou a ter filhos, pois tinha cessado sua fertilidade. Ela tinha dado a serva, Zilpa, para continuar na tentativa de agradar Jacó.

A tribo de Issacar era feita de homens trabalhadores. Eram agricultores em uma região próspera.

Dã, filho de Bila

“Juiz”

Raquel, em desespero, queria morrer se não tivesse filho. Jacó ficou bravo com ela. Raquel ofereceu a serva para ter filho de Jacó através dela.

Sansão foi juiz-libertador da tribo de Dã. A tribo de Dã era esperta, mas idólatra.

Gade, filho de Zilpa

“Tropa, invasores”

Lia insistia em tentar ganhar o amor de Jacó através de gerar filhos. Quando não pôde mais, ofereceu sua serva, Zilpa.

A tribo de Gade ficou conhecida pela valentia (Js 22.1-6).

Aser, filho de Zilpa

“Feliz, abençoado”

Lia dava importância aos comentários e dela diriam que é uma felizarda por ter tantos filhos e até a sua serva ser fértil.

A tribo de Aser não expulsou os inimigos como Josué ordenou, mas se contentou com a prosperidade da região fértil e ali ficou criando gado.

Naftali, filho de Bila

“Minha luta”

Raquel, em sua luta contra a esterilidade e contra a própria irmã, ofereceu mais uma vez Bila.

Naftali era uma tribo caracterizada pela velocidade e poesia, pois proferiam palavras formosas e deviam ser bons corredores. Alguns acham que eram livres de tradições, por isso, “gazela solta”.

José, filho de Raquel

“Deus acrescentou”

Finalmente, Raquel teve um filho. Ela queria que Deus acrescentasse mais um filho a ela e, de fato, veio mais um.

José é o filho querido de Jacó. A tribo originária dele ficou com o nome de Efraim que significa frutífero e essa foi a característica de José para com toda a família. Outra tribo veio de José, Manassés. Por isso, alguns dizem 13 tribos, sendo que não se fala tribo de José, mas de Efraim e a 13ª  seria a tribo de Manassés.

Benjamim, filho de Raquel

“Filho da minha mão direita”

Raquel teve um parto difícil e mortal. O nome que ela deu foi Benoni (“Filho da minha aflição”). Jacó mudou para filho da minha mão direita, pois por ser o caçula ficaria mais tempo com pai até sua velhice. Daí a razão de não querer que Benjamim fosse para o Egito, além de ser o filho de Raquel.

A história de Benjamim foi marcada com crueldade. Saul que era benjamita foi cruel para com Davi e massacrou os sacerdotes de Nobe. Outros benjamitas furiosos: Abner, Sebna, Simei e Saulo de Tarso.

Diná, filha de Lia

“Julgamento”

A única mulher dentre os nascidos. Não era contada para ser uma tribo de Israel.

É o mesmo significado do primeiro filho da serva de Raquel, Dã.

 

Para sermos exatos, Jacó teve 15 filhos, pois além dos 12, os filhos de José, Efraim e Manassés ficaram sendo dele e Diná, filha de Lia.

 

Capítulo 50: A morte de Jacó e de José

1.José era bem emotivo e a morte do seu pai, logo após proferir as bênçãos, foi o auge da emoção. José lançou mão dos recursos mais sofisticados de preservação de defuntos, o embalsamento egípcio, o qual levava quarenta dias para se processar e tinha longa duração após o processo para suportar as longas cerimônias a fim de não se tornarem constrangedoras. Existem embalsamentos para vários anos e até séculos, como foram as mumificações. É curioso que até os egípcios sentiram pela morte do pai do soberano José. Faraó mais uma vez apoia a família de José, permitindo-o sepultar o pai em Canaã. O cortejo fúnebre foi enorme, pois autoridades egípcias acompanharam e toda a família de Jacó. A emoção coletiva inundou toda a cerimônia de muitos e muitos dias. Os cananeus até pensaram que era um cortejo egípcio, pois as duas culturas se confundiram naquele momento. Jacó era amado por judeus e egípcios. Enfim, os patriarcas cumpriram sua missão. Tudo estava encaminhado para a grande nação. Os sepulcros podem esconder muita tristeza, mas também muitas realizações (v.1-14).

 

2.Após a morte do patriarca Jacó, os problemas começaram a surgir, sendo o principal a desconfiança dos irmãos de José. Eles não conseguiam ver Deus em todo aquele contexto. Eles fazem como muitos crentes, já perdoados pelo Salvador Jesus, mas ainda perseguidos por sentimento de culpa e cedendo às mentiras de que não conseguem se perdoar. Isso é falácia. Ninguém pode perdoar, somente Deus. O crente não precisa e nem pode se perdoar, isso é atribuição de Deus somente. Uma vez perdoados, não há mais nada a fazer, somente se alegrar pela maravilhosa graça de Jesus. Os irmãos de José até mentiram inventando uma história como se o pai tivesse suplicado pelo perdão de José pelos irmãos. Se fosse verdade, o próprio Jacó teria pedido isso a José no final das bênçãos aos filhos. Não precisamos perturbar Deus com pedidos chorosos de perdão. Ele já nos perdoou em Cristo Jesus dos pecados passados, presentes e futuros. José chegou a chorar, pois ele já tinha virado aquela página há muito tempo, mas os irmãos ainda estavam remoendo a culpa e ofendendo José como se ele fosse amargurado. Quando não aceitamos o perdão completo de Deus, nós o ofendemos, atribuindo a Ele um caráter rancoroso. José, assim como Abraão, Isaque e Jacó, cumpriu sua função e o pedido para que os irmãos levassem os seus ossos para Canaã era didático. Ele queria ensinar-lhes que a terra da promessa não era o Egito, mas Canaã. O livro de Gênesis começa com criação e termina com caixão. Isso mostra o destino da humanidade na terra. Gênesis começa com comunhão e termina com separação. Isso mostra o destino da humanidade sem salvação. Gênesis começa com expulsão do jardim e termina com esperança de terra da promessa. Isso mostra a redenção de Deus para o homem que Nele crê (v.15-26).

 

Sobre o pedido dos irmãos de José, nem todos são da opinião que eles estavam mentindo.

 

“Não há nenhuma razão para considerar o apelo do desejo do pai deles como um mero fingimento. O fato de não ter nenhuma referência feita por Jacó em sua bênção ao pecado deles contra José, somente prova que ele, como pai, perdoara o pecado de seus filhos, sendo que a graça de Deus fez o crime deles ser o meio da salvação de Israel; mas de modo algum isto prova que ele não teria instruído seus filhos a humildemente rogarem pelo perdão de José, embora José, até agora, tenha mostrado somente bondade e amor. Muito longe de José pensar numa retribuição e vingança, fica evidente pela maneira com que recebeu o pedido deles.”[65]

 

Não entendendo a graça (Gn 50)

1.Achando que a graça estava ligada à presença do pai (v.15)

2.Apelando para um perdão adicional (v.16-17)

3.Humilhando-se por medo (v.18)

4.Vendo somente a ira de Deus e não o plano completo (v.19-20)

5.Não desfrutando do consolo e cuidado do soberano (v.21)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2015

 

 

 

 

Notas

1.     Introdução

1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wierse

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     The Hebrew-Greek Key Word Study Bible, pg. 2 (Revised Edition 1991 by AMG International, Inc.)

  1. Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 14 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

4.     Homem e mulher – seu papel bíblico no lar, na igreja e na sociedade, pg. 37 - compilado por John Piper e Wayne Grudem (Editora Fiel – 1996)

5.     Alicerces Firmes – Da criação a Cristo, pg. 207 – Trevor McIlwain (Missão Novas Tribos do Brasil – 1997)

6.     The Ilustrated Bible Dictionary part 2 página 869 Lamech – (Inter-Varsity Press – England – First published 1980)

7.     The Ilustrated Bible Dictionary part 1 página 458 Lamech – (Inter-Varsity Press – England – First published 1980)

8.     Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 81-82 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

9.     Genectic entropy recorded in the Bible página 5 – Dr. John Sanford, Jim Pamplin e Christopher Rupe (FMS Foundation 2014)

10.  Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 83 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

11.  Comentário Bíblico Expositivo do VT Vol. 1 Pentateuco – pg. 56 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

12.  The Zondervan pictorial enciclopédia of the Bible – volume 2 pg. 551 (Zondervan Corporation 2ª impressão 1977)

13.  Novo Comentário da Bíblia, pg.29 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

14.  The Hebrew-Greek Key Word Study Bible, pg. 15 (Revised Edition 1991 by AMG International, Inc.)

15.  Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 102 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

16.  Que é a deriva dos continentes? - Ken Ham, Jonathan Sarfati e Carl Wieland - Editado por Don Batten, Ph.D. (Answers in Genesis 2006) http://christiananswers.net/portuguese/q-aig/aig-c001-por.html

17.  Comentário Bíblico Expositivo do VT Vol. 1 Pentateuco – pg. 77 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

18.  Comentário Bíblico de Matthew Henry pg.44 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

19.  Comentário Bíblico Moody – Gênesis pg. 44-45 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

  1. Comentário Bíblico NVI pg.171 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
  2. The Pulpit Commentary, Gn 15.11 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

22.  Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Gn 16.1-3 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

23.  Bibliologia, Hélio Menezes Silva, Setembro/97 http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-InspiracApologetCriacionis/Bibliologia-EsbocoCurso-Helio.htm

24.  De volta à circuncisão – Dr. Drauzio Varella http://drauziovarella.com.br/sexualidade/aids/de-volta-a-circuncisao/

25.  The Pulpit Commentary , Gn 18.21 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

  1. John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 19.32 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

27.  aquele que reincide em erro, crime, pecado; obstinado, contumaz” (Dicionário Houaiss – 2009)

  1. John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 20.2 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

29.  The Pulpit Commentary, Gn 21.8 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

30.  The Peacemaker, pg. 20 – Ken Sande (Baker Books – Grand Rapid – MI – EUA – 3ª impressão 2004)

31.  A pedagogia de Jesus, pg. 78, citando L.A. Weigle – J.M. Price (JUERP – RJ – 5ª ed. – 1986)

32.  O supremo propósito, pg. 105 – DeVern F. Fromke (Edições Tesouro Aberto – Belo Horizonte – MG – 1ª  impressão 2008

33.  John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 24.2 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

34.  Ibid, Gn 24.29

35.  Ibid, Gn 24.67

36.  God´s answers to man´s questions, pg. 155 – a vitoriosa vida cristã (traduzido) – Alban Douglas (South Carolina – EUA – 1976)

37.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 35 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

38.  Andragogia em ação, pg.21 – Zenina Soares Belan (Socep editora – Sta. Bárbara do Oeste – SP – 1ª ed. 2005)

39.  Olfato e Memória – Sarah Dowley (do site “Como tudo funciona” http://saude.hsw.uol.com.br/cheiro3.htm - no dia 20 de setembro de 2014

40.  O crime da letra, pg. 48 – Glênio Fonseca Paranaguá (editora Ide – Londrina – PR – 2009)

41.  John Gill's Exposition of the Entire Bible (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

42.  Comments on the book of Genesis – Leslie M. Grant (biblecentre.org)

43.  Come Rest with Me, pg. 92 – Bryan R. Coupland (Xulon Press – EUA – 2009)

44.  Things to come, 534 – J. Dwight Pentecost (Zondervan – Grand Rapids MI – EUA – 22ª impr. 1982)

45.  Exposition of Genesis, pg. 427 – H. C. Leoupold (Christian Classics Ethereal Library – Grand Rapids, MI – EUA – 1942)

46.  Genesis – F. B. Hole (Stem Publishing. Extraído de Scripture Truth Vol. 36, 1948-51)

47.  Comentário Bíblico Expositivo do VT vol.1 Pentateuco, pg. 175 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

48.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 243 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

49.  Comentário Bíblico Popular do Antigo Testamento, pg. 41 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. Junho de 2011)

50.  O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 1, pg.235 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

51.  Gênesis – Introdução e Comentário, pg.175 – Derek Kidner (Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 1ª ed. 1979, reimpressão 2001)

52.  Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 105-106 – Matthew Henry (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

53.  Comentário Bíblico Moody – Gênesis pg. 96 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

54.  Novo Comentário da Bíblia, pg.88 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

55.  Expositions of Holy Scripture (Genesis), pg. 139 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

56.  Exposition of Genesis, pg. 518 – H.C. Leupold (The Wartburg Press - Grand Rapids – MI – EUA – 1942)

57.  The book of Genesis, pg. 152 – Dr. David Hocking (sem publicadora e sem data)

58.  Knowing God through Genesis, Part 2, Joseph – David Egner (RBC Ministries – Grand Rapids, MI – EUA – 1991)

59.  Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 281 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

  1. Complete Summary of the Bible - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

61.  Expositor's Bible Commentary – Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 10.3.0 – 2014)

62.  Comentário Bíblico Expositivo do VT Vol. 1 Pentateuco – pg. 218 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

63.  Ibid, pg. 220

64.  Ibid, pg. 219

  1. Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

 

 



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] The Hebrew-Greek Key Word Study Bible, pg. 2 (Revised Edition 1991 by AMG International, Inc.)

[3] Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 14 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[4] Homem e mulher – seu papel bíblico no lar, na igreja e na sociedade, pg. 37 - compilado por John Piper e Wayne Grudem (Editora Fiel – 1996)

[5] Alicerces Firmes – Da criação a Cristo, pg. 207 – Trevor McIlwain (Missão Novas Tribos do Brasil – 1997)

[6] The Ilustrated Bible Dictionary part 2 página 869 Lamech – (Inter-Varsity Press – England – First published 1980)

[7] The Ilustrated Bible Dictionary part 1 página 458 Lamech – (Inter-Varsity Press – England – First published 1980)

[8] Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 81-82 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[9] Genectic entropy recorded in the Bible página 5 – Dr. John Sanford, Jim Pamplin e Christopher Rupe (FMS Foundation 2014)

[10] Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 83 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[11] Comentário Bíblico Expositivo do VT Vol. 1 Pentateuco – pg. 56 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[12]  The Zondervan pictorial enciclopédia of the Bible – volume 2 pg. 551 (Zondervan Corporation 2ª impressão 1977)

[13] Novo Comentário da Bíblia, pg.29 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[14] The Hebrew-Greek Key Word Study Bible, pg. 15 (Revised Edition 1991 by AMG International, Inc.)

[15] Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 102 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[16] O que é a deriva dos continentes? - Ken Ham, Jonathan Sarfati e Carl Wieland - Editado por Don Batten, Ph.D. (Answers in Genesis 2006) http://christiananswers.net/portuguese/q-aig/aig-c001-por.html

[17] Comentário Bíblico Expositivo do VT Vol. 1 Pentateuco – pg. 77 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[18] Comentário Bíblico de Matthew Henry pg.44 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[19] Comentário Bíblico Moody – Gênesis pg. 44-45 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[20] Comentário Bíblico NVI pg.171 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[21] The Pulpit Commentary, Gn 15.11 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[22] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Gn 16.1-3 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[24] De volta à circuncisão – Dr. Drauzio Varella http://drauziovarella.com.br/sexualidade/aids/de-volta-a-circuncisao/

[25] The Pulpit Commentary , Gn 18.21 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[26] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 19.32 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[27]aquele que reincide em erro, crime, pecado; obstinado, contumaz” (Dicionário Houaiss – 2009)

[28] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 20.2 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[29] The Pulpit Commentary, Gn 21.8 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[30] The Peacemaker, pg. 20 – Ken Sande (Baker Books – Grand Rapid – MI – EUA – 3ª impressão 2004)

[31] A pedagogia de Jesus, pg. 78, citando L.A. Weigle – J.M. Price (JUERP – RJ – 5ª ed. – 1986)

[32] O supremo propósito, pg. 105 – DeVern F. Fromke (Edições Tesouro Aberto – Belo Horizonte – MG – 1ª  impressão 2008

[33] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Gn 24.2 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[34] Ibid, Gn 24.29

[35] Ibid, Gn 24.67

[36] God´s answers to man´s questions, pg. 155 – a vitoriosa vida cristã (traduzido) – Alban Douglas (South Carolina – EUA – 1976)

[37] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 35 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[38] Andragogia em ação, pg.21 – Zenina Soares Belan (Socep editora – Sta. Bárbara do Oeste – SP – 1ª ed. 2005)

[39] Olfato e Memória – Sarah Dowley (do site “Como tudo funciona” http://saude.hsw.uol.com.br/cheiro3.htm - no dia 20 de setembro de 2014

[40] O crime da letra, pg. 48 – Glênio Fonseca Paranaguá (editora Ide – Londrina – PR – 2009)

[41] John Gill's Exposition of the Entire Bible (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[42] Comments on the book of Genesis – Leslie M. Grant (biblecentre.org)

[43] Come Rest with Me, pg. 92 – Bryan R. Coupland (Xulon Press – EUA – 2009)

[44] Things to come, 534 – J. Dwight Pentecost (Zondervan – Grand Rapids MI – EUA – 22ª impr. 1982)

[45] Exposition of Genesis, pg. 427 – H. C. Leoupold (Christian Classics Ethereal Library – Grand Rapids, MI – EUA – 1942)

[46] Genesis – F. B. Hole (Stem Publishing. Extraído de Scripture Truth Vol. 36, 1948-51)

[47] Comentário Bíblico Expositivo do VT vol.1 Pentateuco, pg. 175 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[48] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 243 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[49] Comentário Bíblico Popular do Antigo Testamento, pg. 41 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. Junho de 2011)

[50] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 1, pg.235 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

[51] Gênesis – Introdução e Comentário, pg.175 – Derek Kidner (Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 1ª ed. 1979, reimpressão 2001)

[52] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 105-106 – Matthew Henry (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[53] Comentário Bíblico Moody – Gênesis pg. 96 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[54] Novo Comentário da Bíblia, pg.88 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[55] Expositions of Holy Scripture (Genesis), pg. 139 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[56] Exposition of Genesis, pg. 518 – H.C. Leupold (The Wartburg Press - Grand Rapids – MI – EUA – 1942)

[57] The book of Genesis, pg. 152 – Dr. David Hocking (sem publicadora e sem data)

[58] Knowing God through Genesis, Part 2, Joseph – David Egner (RBC Ministries – Grand Rapids, MI – EUA – 1991)

[59] Notes on Genesis Dr. Thomas L. Constable, pg. 281 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[60] Complete Summary of the Bible - Keith L. Brooks (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

[61] Expositor's Bible Commentary – Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 10.3.0 – 2014)

[62] Comentário Bíblico Expositivo do VT Vol. 1 Pentateuco – pg. 218 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[63] Ibid, pg. 220

[64] Ibid, pg. 219

[65] Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014

 


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