19 Salmos 1-50

  Salmos

Jerusalém, Rei Davi, Harpa, Rei Davi

Introdução[1]

1.Salmos vem da palavra grega “psalmos”, que indica um “poema cantado com acompanhamento de instrumentos musicais”. Em o N.T. grego aparece esta palavra em 1 Co 14.26, Ef 5.19, Cl 3.16. O título hebraico é Sepher Tehilim, que quer dizer “Livro dos Louvores”. É considerado o hinário do segundo Templo. Davi tinha uma orquestra de 4.000 instrumentistas (1 Cr 23.5).

 

2.Quanto aos autores, 73 Salmos são da autoria do Rei Davi; 12 Salmos são de Asafe (50, 73-83); 2 Salmos são de Salomão (72, 127); um Salmo é de Moisés (90); um Salmo é de Etã (89) e 12 Salmos são

da autoria dos filhos de Corá, a família dos cantores levitas (42-49, 84, 85, 87, 88).

 

3.O livro dos Salmos foi escrito em 1000 a.C. e mais tarde, também. O livro dos Salmos é bem variado em seus assuntos, porém, todos têm em comum o fato do salmista considerar o que Deus fez no passado, a necessidade urgente do momento, reconhecendo, também, Sua soberania, bondade, sempre glorificando a Deus. Seguem alguns assuntos dos Salmos e onde encontrá-los. No final deste material, serão encontrados esboços para cada assunto.

 

Instrução

Penitência

Aspiração

Romagem

1,14 (53 é o mesmo),15,19,37, 39,50,82,145

6,32,38,51,77,102,143

42,63,80,84

120-134

Messiânico

Louvor

Confiança

Sabedoria

2,8,16,22-24, 34,35,40,41,45,68,

69,72,78,89,97,102,

109,110,118

21,29,33,47,66,87,

93,95-98,100,

146-150

3,11,17,18,20,23,

27,31,43,46,48,

56,62,76,86,91,

144

49,73,81,101,112,

119,139

 

História

Gratidão

Lamento

Imprecatório

99,104-106,108,135

30,65,67,75,92,103,

107,111,113-117,138

3-5,12-13,25-28,

38,44,54,57,

60-61,64,

70-71,74,83,85, 88,90,140-142 

7,9-10,52,55,

58-59,79,94,137

5.Embora existam cinco volumes não se diz “Os livros dos Salmos”, mas “O livro dos Salmos”, conforme o título hebraico. Todo o livro dos Salmos foi dividido em cinco volumes; cada um termina com uma doxologia, como segue:

 

            LIVRO   I - Salmos 1-41

            LIVRO  II - Salmos 42-72

            LIVRO III - Salmos 73-89

            LIVRO IV - Salmos 90-106

            LIVRO  V - Salmos 107-150

 

6.Cada Salmo tem em si uma única expectativa: o estabelecimento do reino de Deus na Terra. Portanto, os Salmos são proféticos. Quando o autor de um Salmo fala dos inimigos, devemos ter em mente não só os inimigos particulares dele e de sua época, mas os inimigos de Deus em toda a História, os quais rejeitaram o Seu domínio.

 

7.Os Salmos Messiânicos não se referem apenas à Pessoa de Cristo (o Messias), mas às vezes é o próprio Cristo Quem está falando. Nos Evangelhos aprendemos sobre a vida e os atos de Jesus Cristo, mas nos Salmos Messiânicos conhecemos o ponto de vista interior Dele, o que Ele sentia e como Ele vivia na presença de Seu Pai.

 

8.A palavra “Selah” aparece 71 vezes nos Salmos, porém, não tem nenhum sentido literário para nenhuma língua, exceto para os que cantavam os Salmos. A palavra Selah não era para ser lida em voz alta, mas era o sinal usado para pausa, enquanto tocava-se os instrumentos musicais e em outros casos servia para mudança de tonalidade. Exemplo: Salmo 67.1-2.

 

9.Os cânticos dos degraus, também conhecido como “os cânticos de subidas” ou, ainda, “os cânticos de romagem”. São os Salmos 120-134. Uma explicação para esses Salmos é que, enquanto subiam a escadaria do Templo, cantavam esses Salmos. Outra explicação, talvez melhor, é que, enquanto os viajantes caminhavam até Jerusalém, nos dias de festas, cantavam esses Salmos em sua procissão.

 

10.O Salmo 119 é o “longa-metragem” da Bíblia. É o capítulo mais longo de toda a Escritura. É um Salmo acróstico, isto é, as seções desse Salmo começam com as letras do alfabeto hebraico em sequência. Dos 176 versículos apenas os versículos 84,90,121,122 e 132 não mencionam a Palavra de Deus, os demais versículos referem-se aos diversos nomes entre os quais a Bíblia é conhecida.

 

11.Não havendo partituras, as músicas se perdem. Por isso, não é possível cantar nenhum dos Salmos como foi composto originalmente. As igrejas possuem os seus hinários, ricos nas palavras que exaltam a Trindade, clamam por socorro e preservam a boa doutrina. Nesses hinários as músicas e autores se repetem. No Brasil, herdamos a maioria das músicas e letras dos ingleses e norte-americanos. Atualmente, há muita discussão em torno da questão se não deveríamos aproveitar a música do nosso povo, que é africana e não europeia e norte-americana.

 

12.Sem entrarmos na questão música-ritmo, infelizmente, muitos crentes estão perdendo o interesse pelas antigas letras ou fazendo novas letras como a mesma ênfase. Está havendo um aumento de letras (sejam quais forem as músicas) que enfatizam por demais o crente e suas necessidades pessoais e uma diminuição de letras que apontam o caráter Santo e Justo do Senhor e Suas obras na História da Humanidade.

Conteúdo do Livro de Salmos

 

Salmo 1: O caminho dos justos e o caminho dos ímpios

Salmo 2: As contendas das nações e o domínio do Senhor

Salmo 3: Os lucros de se confiar em Deus

Salmo 4: As classes distintas de pessoas religiosas

Salmo 5: Os destaques do Salmo 5 para o crente em perigo

Salmo 6: Os bálsamos para as nossas feridas espirituais

Salmo 7: Os desdobramentos da história de quem confia em Deus

Salmo 8: As marcas de Deus em um mundo marcado pelo pecado

Salmo 9: Os habitantes da terra

Salmo 10: As reafirmações que o crente deve fazer para não perder a fé em Deus

Salmo 11: Os anseios do justo

Salmo 12: As palavras dos homens e as palavras de Deus

Salmo 13: As crises pelas quais os crentes também passam

Salmo 14: As correções que os ímpios devem fazer em seus conceitos

Salmo 15: As bandeiras hasteadas pelos fiéis

Salmo 16: Os escudos de Deus a favor dos Nele confiam

Salmo 17: A superioridade da justiça de Deus em relação às injustiças deste mundo

Salmo 18: Os impactos de Deus

Salmo 19: As autoridades de Deus sobre a terra

Salmo 20: As petições em favor do ungido do Senhor

Salmo 21: As assistências de Deus a favor do rei

Salmo 22: Os zombadores de Cristo e a resposta dada a eles

Salmo 23: O zelo do Bom Pastor para com seu rebanho

Salmo 24: Os oásis encontrados em Deus

Salmo 25: Os favores recebidos de Deus

Salmo 26: As barreiras que nos impedem de experimentar a paz de Deus em nossos corações

Salmo 27: Os ingredientes para uma fé forte

Salmo 28: Os escapes do crente que clama

Salmo 29: Os quadros que representam Deus

Salmo 30: Os elementos espirituais para a construção de um caráter santo

Salmo 31: As declarações dos que confiam no Senhor em tempos de angústia

Salmo 32: Os delitos do homem

Salmo 33: Os envolvimentos de Deus

Salmo 34: Os nomes apropriados para o crente necessitado de Deus

Salmo 35: As noções de perigo que o crente deve ter sobre sua própria vida

Salmo 36: As perversidades do homem e as benevolências de Deus

Salmo 37: As ramificações do ímpio e do justo

Salmo 38: Os efeitos do pecado sobre o pecador

Salmo 39: As forças da fragilidade que nos encorajam

Salmo 40: As concepções de um crente firme e maduro

Salmo 41: Os quebrantamentos que não houve em Judas Iscariotes

Salmo 42: Os exames que o crente deve fazer

Salmo 43: As restituições necessárias ao crente

Salmo 44: As atitudes corretas do crente diante do sofrimento

Salmo 45: O casamento do Rei

Salmo 46: Os apoios de Deus para o crente

Salmo 47: Os reconhecimentos a respeito da Pessoa de Deus

Salmo 48: As bênçãos de Jerusalém e seu povo

Salmo 49: As ostentações das riquezas são vãs

Salmo 50: As armadilhas do ritualismo

Salmo 51: As necessidades do pecador

Salmo 52: Os dois grupos de pessoas na humanidade

Salmo 53: O exílio espiritual e eterno do incrédulo e o exílio momentâneo do crente

Salmo 54: Os abandonos que às vezes o servo de Deus sente

Salmo 55: As batalhas e o livramento do crente

Salmo 56: As finalidades da oração

Salmo 57: As cavernas nas quais o crente se encontra algumas vezes

Salmo 58: As ilusões dos que julgam com a própria justiça

Salmo 59: As semelhanças nas situações de Davi e do crente

Salmo 60: Os débitos do crente diante de Deus

Salmo 61: As distâncias vencidas pelo crente por causa do amor de Deus

Salmo 62: Os desvios de Deus e como os homens chegam a este ponto

Salmo 63: As particularidades de um coração que deseja a Deus

Salmo 64: As atuações dos inimigos e as atuações de Deus

Salmo 65: As lições missionárias do Salmo 65

Salmo 66: As situações das nações, de Israel e do crente individual para adorar a Deus

Salmo 67: Os objetivos de Deus para com a humanidade

Salmo 68: As exaltações a Deus

Salmo 69: As fadigas e o descanso do servo de Deus

Salmo 70: As palavras em relevo durante as perseguições

Salmo 71: As implicações da oração

Salmo 72: Os desejos de Davi em relação ao reino de Salomão e ao reino do Messias

Salmo 73: A inveja e a cura do crente sobre os ímpios ricos e zombadores

Salmo 74: As reafirmações daquele que confia em Deus

Salmo 75: Os danos causados pela arrogância dos ímpios

Salmo 76: Os conhecimentos necessários sobre a Pessoa de Deus

Salmo 77: Os lembretes para o crente que está sofrendo

Salmo 78: Os estragos que podem ser feitos por rejeitar a Deus

Salmo 79: Os desrespeitos dos povos para com Jerusalém e o respeito de Deus para com o Seu povo

Salmo 80: As ofensas e o arrependimento diante de Deus

Salmo 81: Os incentivos de Deus para Seu povo resgatado

Salmo 82: Os castigos contra os maus juízes

Salmo 83: As alianças dos inimigos contra o povo de Deus

Salmo 84: As inclinações dos que amam a Deus

Salmo 85: Os assuntos do Salmo 85 que se repetem em 1 João 1.9

Salmo 86: As mensagens principais do Salmo 86

Salmo 87: As qualidades da cidade de Jerusalém, a cidade de Deus

Salmo 88: As análises de um crente sofredor ao extremo

Salmo 89: A graça de Deus em relação ao rei Davi e o Seu povo

Salmo 90: As contradições do saber do homem

Salmo 91: Os livramentos de Deus para o Seu povo

Salmo 92: Os louvores do crente ao Senhor

Salmo 93: As palavras que indicam a majestade de Deus

Salmo 94: Os alicerces da vingança do Senhor

Salmo 95: Os ensinos que todos os salvos deveriam aprender

Salmo 96: As bênçãos para os povos arrependidos quando virem a glória de Deus e a motivação para a Igreja, hoje

Salmo 97: As obrigações dos súditos do Rei dos reis

Salmo 98: As ações de graça do povo de Deus

Salmo 99: O caráter de Deus visto em três de Seus atributos

Salmo 100: As ações de graças do crente

Salmo 101: A hospitalidade do rei às coisas de Deus e a falta de hospitalidade do rei às coisas do mundo

Salmo 102: As necessidades da humanidade

Salmo 103: Os fundamentos do louvor a Deus

Salmo 104: As glórias da criação de Deus

Salmo 105: As implicações da bondade de Deus

Salmo 106: Os lugares importantes na história de Israel depois da libertação do Egito

Salmo 107: Os empreendimentos da bondade de Deus sobre a humanidade

Salmo 108: A obra do crente para Deus e a obra de Deus para o crente

Salmo 109: Os inimigos da justiça e a vingança do Senhor

Salmo 110: As dádivas do Messias para o Seu povo

Salmo 111: As obras de Deus a favor do crente

Salmo 112: As demonstrações de uma pessoa fiel no Velho Testamento

Salmo 113: Os traços marcantes da Pessoa de Deus

Salmo 114: Os acontecimentos que sucederam à nação de Israel após a saída do Egito

Salmo 115: Os equívocos da idolatria e as certezas da confiança no Deus verdadeiro

Salmo 116: Os agradecimentos do salvo ao Senhor

Salmo 117: A extensão e o motivo do louvor a Deus

Salmo 118: As novas (que não são novas) que todo salvo deve saber

Salmo 119: As defesas do crente à luz do Salmo 119

Salmo 120: As limitações do crente neste mundo

Salmo 121: As buscas por um Deus protetor

Salmo 122: O sentimento e a prática em relação a Jerusalém

Salmo 123: Os efeitos positivos que o desprezo pode causar na vida de alguém

Salmo 124: As derrotas que o povo de Israel sofreria se não fosse o livramento do Senhor

Salmo 125: Os aspectos da segurança no Senhor

Salmo 126: As generosidades do Senhor para com Seus servos

Salmo 127: As ideias erradas adquiridas no mundo comparadas à Palavra de Deus

Salmo 128: As afirmações de Deus para os que O temem

Salmo 129: As anulações dos efeitos do sofrimento e da maldição

Salmo 130: As preocupações que um salvo não precisa ter

Salmo 131: As virtudes aprendidas de uma criança

Salmo 132: As glórias do Templo terreal de Deus e as glórias do Seu reino eterno

Salmo 133: As ilustrações da comunhão entre os irmãos

Salmo 134: Os debates levantados no Salmo 134 para os dias atuais

Salmo 135: As notícias que os povos devem ter do Senhor

Salmo 136: As comemorações ao Deus bondoso

Salmo 137: Os choros, as saudades e as vinganças de um povo em cativeiro

Salmo 138: As responsabilidades do rei

Salmo 139: Os atributos de Deus no Salmo 139

Salmo 140: Os temas preferidos dos caluniadores

Salmo 141: Os objetos da oração de Davi em momentos difíceis de perseguição

Salmo 142: As verdades escondidas na caverna

Salmo 143: As oposições que o servo de Deus enfrenta

Salmo 144: Os estímulos dados por Deus para a ação de graças

Salmo 145: A unidade em torno da Pessoa de Deus

Salmo 146: As angústias de quem não louva a Deus

Salmo 147: Os domínios de Deus

Salmo 148: As testemunhas da glória de Deus

Salmo 149: As satisfações do povo de Deus

Salmo 150: As abordagens do louvor a Deus


Salmo 1: O caminho dos justos e o caminho dos ímpios

1.Logo no início do Livro dos Salmos a teologia é apresentada de modo prático. Só há dois caminhos. O caminho reto e o caminho tortuoso, o caminho certo e o caminho errado, o caminho onde devem trilhar os justos e o caminho onde trilham os ímpios. A partir desse salmo todos os demais apresentam somente as duas maneiras de servir a Deus e de encarar a vida. Talvez haja crentes que andem no caminho que não deveriam andar, mas nunca um incrédulo anda no caminho correto. O justo é crente e o ímpio é incrédulo. O justo crê em Deus e o ímpio zomba dos caminhos de Deus. Às vezes, parece que conhecemos incrédulos que andam de modo justo, porém, na sua própria justiça. O único caminho justo é o caminho de Deus e este é completo em nada deficiente. Portanto, se alguém aceita apenas parte do caminho de Deus está fora do caminho dos justos. No máximo é um ímpio admirando o caminho justo, mas sem fé para andar nele.

 

2.As pessoas procuram muito a felicidade, mas ser feliz não é o objetivo para a vida. Digamos que alguém não seja crente, mas é feliz. Não importa qual tipo de felicidade, se ela se realiza na vida, ela chama isso de felicidade. A pergunta é: qual a vantagem de ser feliz e ir para o inferno? A vida não se resume em ser feliz, mas em estar no caminho certo que único e este é o caminho de Deus. O justo não deve buscar conselho dos ímpios porque eles têm outra perspectiva de vida. É claro que há profissionais que nos ajudam a entender melhor o mecanismo do corpo e até da mente e dos negócios e da educação, mas eles são limitados em nos indicar a solução para agradar a Deus e para os assuntos eternos. Muitos deles nem mesmo creem em Deus e na vida eterna. Portanto, o conselho dos ímpios para assuntos espirituais não tem valor. O justo não se detém no caminho dos pecadores, ou seja, ele não pára no pecado. Como o crente ainda carrega a sua velha natureza que é pecaminosa é totalmente possível ele pecar, mas o arrependimento e a confissão não o deixam se deter ou ficar estacionado no pecado. O justo não combina com o escárnio, portanto, ficar numa roda e participar é pecado. Não podemos sair deste mundo de zombadores, porém, não devemos concordar com eles, pois é uma afronta contra Deus. Andar, deter-se e assentar-se são ações que se aprofundam. Alguém anda sobre a lama, pára sobre a lama e finalmente se assenta sobre a lama. O que pensamos sobre esta pessoa? Sem dúvida, ou ficou louca ou gosta de lama (v.1).

 

3.O justo não é uma pessoa que não ri ou que não têm amigos. Ele se assenta em rodas e se detém em algum caminho e anda por este caminho, mas é o caminho do Senhor. Ele ama a Palavra de Deus e conversa com os que amam esta Palavra. A meditação na Palavra é muito mais do que apenas ouvir ou ler, mas é pensar. Se estamos em um caminho queremos saber tudo sobre aquele caminho, pois investimos a nossa peregrinação em um caminho que achamos correto. Ninguém gostaria de saber que está andando em um caminho errado. O justo ama a Bíblia e medita nela, pois ela o conduz para Deus (v.2).

 

4.A diferença de vegetação às margens do rio e no deserto é incomparável. O justo está ao lado da fonte da vida espiritual que é Cristo. Ele é nutrido pela Palavra de Deus e os frutos vêm sem deixar dúvida que são bons e proveitosos para o próprio crente, para os que estão ao redor dele e para Deus. O sucesso do crente não é ocasional, mas é uma realidade constante, pois a sua comunhão é com o Pai e com o Filho. Embora não devemos duvidar da salvação das pessoas, devemos questionar o fato de não produzirem frutos. O caminho justo é oposto ao caminho ímpio. Alguns crentes mais demorados em apresentar frutos espirituais, precisam de outros no mesmo caminho levantando-os de seus tropeços. Outro justo precisa andar ao lado dele e mostrar como as paisagens do caminho do Senhor são belas. Quando um peregrino anda muito e sofre no caminho ele deixa de apreciar a beleza do lugar. Que os crentes mais velhos renovem o seu interesse pelo caminho dos justos (v.3).

 

“Os justos rejeitarão toda a atitude por trás da [injustiça], pois sabem que é egoísmo e imprudência que fere os outros e desagrada a Deus.”[2]

 

5.O caminho dos ímpios é o oposto do caminho dos justos. A durabilidade do ímpio é como a moinha ou palha que o vento espalha. A sensação de eternidade do ímpio é enganosa, pois a Palavra de Deus é clara em afirmar que a impiedade será condenada por Deus (v.4).

 

6.O momento certo de julgarmos as coisas não é aqui na terra, mas devemos deixar com o Senhor. Ele é misericordioso até o momento do julgamento, porém, a partir do julgamento não haverá misericórdia. É o momento do acerto de contas. Os ímpios não terão parte com os justos. A conclusão desse salmo é óbvia. Deus separa os justos dos ímpios. São dois caminhos antagônicos e não podemos andar nos dois ao mesmo tempo. Como crentes precisamos andar no caminho que pertence a nós, o caminho da justiça de Deus (v.5-6).

 

Salmo 1: O caminho dos justos e o caminho dos ímpios

1.O caminho dos justos (v.1-3)

2.O caminho dos ímpios (v.4-6)

 

Salmo 2: As contendas das nações e o domínio do Senhor

1.Este salmo é referido em Atos 13.33, mostrando que a mesma ordem que temos hoje os apóstolos, também tinham.[3] É um salmo messiânico, ou seja, é uma declaração da Pessoa de Jesus Cristo o Messias. Um dia Ele regerá com vara de ferro, mas, por enquanto, as nações zombam Dele. A segunda vinda de Cristo será de juízo e estabelecimento de Seu reino. As nações levantaram uma contenda com o Senhor Deus e terão de suportar o juízo por esta causa. O Senhor dominará sobre toda a terra.

 

2.Faz parte da natureza pecaminosa se rebelar contra toda e qualquer autoridade. Pensamos errado quando damos algum crédito à raça humana, achando que de modo geral as pessoas são submissas a Deus. Os povos, coletivamente, e cada pessoa individualmente tem uma contenda com Deus. Por que será? O próprio salmista se pergunta, ou melhor, o próprio Deus pergunta através do salmista porque os gentios são tão rebeldes. A rebeldia não tem explicação razoável. Embora Deus conheça o coração humano, Ele não aprova a sua rebeldia (v.1).

 

3.Poderíamos pensar que a rebeldia é algo isolado, mas não é. Os poderosos se levantam, juntos, par a blasfemar a Deus e para reprovar as ações de Deus sobre o mundo. Cada pessoa, inclusive o crente, pode se rebelar com Deus por causa das situações difíceis da vida, mas jamais teremos razão (v.2).

 

4.O mundo se sente sufocado com os sinais visíveis de Deus na criação e na consciência, por isso, doutores são os porta-vozes do mundo, inventando teorias falsas na ciência para dizer que não há Deus e não há um criador. Os psicólogos são os porta-vozes da sociedade moderna para dizer que não há pecado e que todo o mal-estar da consciência deve ter outra explicação. O mundo quer gritar “Independência de Deus” (v.3).

 

5.Esta contenda já está perdida. Deus olha do céu e ri dessa tentativa de anular a Sua Pessoa no mundo. É impossível apagar Deus da criação e do homem. Os filósofos franceses tentaram apagar qualquer referência sobre Deus e Suas obras das Enciclopédias. O resultado é uma nação confusa e desesperada por uma luz. A resposta de Deus à contenda do homem virá no juízo da tribulação e no juízo do Grande Trono Branco na consumação de todas as coisas. O mundo ficará em desordem para receber o juízo de Deus (v.4-5).

 

6.O Messias, Jesus Cristo, será ungido Rei de Israel. O povo O rejeitou quando Ele veio humildemente, mas O aceitará quando Ele vier em glória e juízo. A contenda dos povos contra Deus é inútil e perigosa. Cada pessoa deve se humilhar diante do Rei. Se o governo do meu país não se submete a Deus, eu devo andar diferente da minha pátria e ser um cidadão celestial (v.6).

 

7.Quando Deus decreta algo não há como modificar. Jesus é o Filho de Deus eterno. Não apenas na Encarnação, mas em toda a eternidade Jesus se submeteu ao Pai. A Trindade nunca precisou entrar em acordo, pois Deus não poderia discordar de Si mesmo. Quando diz “Hoje” é apenas uma expressão inteligível para nós, pois na eternidade não existe hoje, ontem ou amanhã. O Filho é submisso ao Pai em função e nunca significou que como pessoa o Filho fosse menos que o Pai. Jesus é o Rei eterno e não apenas o “rei de ocasião”. Jesus é o Filho eterno e não apenas o Filho da manjedoura (v.7).

 

8.Deus tem prazer de conceder tudo ao Filho. A herança de Jesus Cristo é o mundo. Deus poderia dar para Jesus toda a criação, mas isso não é o que o versículo significa. Jesus é o autor da criação. Ele tem as pessoas para governar. O maravilhoso é que Ele deixou uma livre escolha. Quem não deseja ser governado por Jesus pode escolher, mas não terá um destino bom (v.8).

 

9.Quando Cristo tiver o reino daqueles que O aceitaram na Tribulação, dos crentes do Velho Testamento e da Igreja, Ele governará sobre todos. Dos que vierem da Tribulação os quais poderão ter filhos, alguns dos filhos não aceitarão o governo do Messias. A esses se aplica a vara de ferro. O Senhor não precisa usar a vara de ferro para aqueles que são transformados, mas sobre aqueles que se rebelaram a vara de ferro ferirá como a um vaso de barro. Por isso, o profeta Isaías diz que morrer aos 100 anos é morrer criança. Se alguém pode viver 1000 anos neste reino e, ainda se converter, por que morreria antes disso? Não precisaria nem morrer (v.9).

 

10.Se o domínio do Senhor é eterno e é certo, os poderosos deveriam se submeter desde já para não sofrerem a consequência da rebeldia. Um coração ensinável não precisa temer nada, mas pessoas que insistem na contenda contra Deus estão brincando com algo perigosíssimo (v.10).

 

11.No reino do Senhor Jesus haverá três tipos de pessoas. Um grupo será formado daqueles que servirão ao Senhor voluntariamente com um coração transformado. O outro grupo será formado daqueles que obedecerão com medo da vara de ferro. Estes, se não se converterem, guardarão a rebeldia no coração e se manifestarão com a incitação de Satanás na guerra Gogue e Magogue, quando ele será “solto por um pouco de tempo” do abismo onde esteve preso por mil anos. É claro que este grupo será lançado no Lago de Fogo. O outro grupo é formado de pessoas que não esperam até o final do Milênio, mas se rebelam antes. Estes são esmagados pela vara de ferro do Messias. A conclusão é esta: é muito melhor servir ao Senhor com alegria (v.11).

 

12.O domínio de Cristo é inevitável. O melhor que alguém faz é se converter ao Senhor e fugir da ira vindoura, como disse João Batista. Os que confiam no Senhor não temem a ira, mas os que não depositaram a sua fé no salvador Jesus já estão condenados. A ira de Deus permanece sobre eles (v.12).

 

13.O que significa “beijar o Filho”? O beijo era uma saudação entre amigos e parentes. O beijo significava que a pessoa estava dando as boas-vindas. Quem recebia o beijo confiava na pessoa. Beijar o Filho, portanto, significa dar as boas-vindas ao Messias. Judas beijou o Filho, mas todos sabemos o que significou aquele beijo. Foi um beijo de traição. Deus conhece o beijo que cada um está dando no Filho ou aqueles que não estão beijando o Filho, Jesus Cristo, o salvador. As nações contendem com o Senhor, querem liberdade de sua Pessoa. Essa terrível liberdade que tanto querem receberão, mas verão tarde demais que acabarão caindo nas cordas do diabo, um terrível senhor. O Senhor Jesus dominará sobre as nações presentes na época do final da tribulação. Ele julgará os povos. No Milênio, Ele dominará com um reino de paz e justiça universais. Os rebeldes serão esmagados mais cedo ou mais tarde. Porém, os que reconhecerem o domínio Dele terão a oportunidade bendita de O servirem com alegria (v.12).

 

“Ele não só oferece misericórdia àqueles que se submetem a Ele e recebem Suas palavras e O seguem, como também Ele adverte sobre o julgamento que virá àqueles que O recusarem.”[4]

 

Salmo 2: As contendas das nações e o domínio do Senhor

1.As contendas das nações contra o Senhor (v.1-6)

2.O domínio do Senhor sobre as nações (v.7-12)

 

Salmo 3: Os lucros de se confiar em Deus

1.Este é um salmo de Davi quando fugia de Absalão que era o seu próprio filho. Segundo John Gill quando um salmo vem escrito “para Davi” ou “para Asafe” isto significa que é um Salmo falado por Deus e entregue ao escritor.[5] Absalão seduziu o povo para rejeitar Davi e nomeá-lo como rei. Assim como Absalão foi um traidor de Davi, Judas foi o traidor de Jesus. Em algum momento da vida cristã todos nós nos perguntamos: “Qual é o lucro de seguir a Cristo?” Os apóstolos perguntaram para Jesus o que seria deles que deixaram tudo para segui-Lo. Temos de nos perguntar também se há algum lucro em confiar no Senhor e em que consiste esse lucro.

 

“A exatidão histórica do título tem sido questionada (Hitzig, De Wette), mas sem qualquer razão suficiente. A composição davídica é quase universalmente aceitada.”[6]

2.Pregamos e vivemos uma mensagem linda que só quer o bem das pessoas, mas apesar disso ganhamos inimigos, por que será? Davi não estava maltratando o povo, mas o povo se voltou contra ele, por que será? A inclinação natural do pecador é se afastar de tudo o que é verdadeiro. Satanás é aquele que incentiva as pessoas a detestar o bem e apreciar o mal. O reino de Davi incomodava Satanás porque glorificava a Deus. Satanás não amava Absalão, mas se poderia usá-lo para prejudicar a obra de Deus, ele faria exatamente isto. A luta é espiritual. Essa luta não precisa ter lógica. Apenas precisamos saber que não lutamos contra carne e sangue. Satanás odeia a Deus e é por isso que os inimigos crescem (v.1).

 

3.Quando as pessoas desejam o mal do crente não é simplesmente porque elas não têm sentimento de amor, mas porque seguem ao Diabo sem mesmo saberem disso. Davi precisa da salvação de Deus. Ele estava exposto e os inimigos sabiam disso. Ninguém via alguma vitória para Davi. “A voz do povo é a voz de Deus” diz o ditado popular. Tanto para Davi como para nós há escape contra os adversários (v.2).

 

4.Em tudo isto o crente chega a se perguntar se há algum valor ou lucro em ser fiel a Deus. Muitos não se tornam crentes, não porque não apreciaram a Palavra pregada, nem porque não admiram o modo de vida dos crentes e nem porque não gostariam de ter uma família como a dos crentes fiéis. As pessoas não se tornam crentes porque o custo é muito alto. Os amigos riem e desprezam, a família abandona e a sociedade ridiculariza. Parece que o único lucro ou aumento é de inimigos. Há lucro em confiar em Deus e seguir a Jesus. Ele se torna o nosso escudo. A nossa cabeça, ou seja, a nossa vida, é exaltada. Não somos exaltados neste mundo, mas diante de Deus e dos anjos (v.3).

 

5.Não há lucro algum em ser um crente sem ser um seguidor verdadeiro de Cristo. Quanto à salvação dele não há com o que se preocupar, pois uma vez salvo o pecador sempre será salvo, porém, há prejuízo para o desenvolvimento cristão. Haverá prejuízo no Tribunal de Cristo e a vida dele não será bênção para as pessoas que estão ao seu redor. Os lucros da vida cristã não são medidos apenas na esfera pessoal, mas principalmente na bênção que nos tornamos para as outras pessoas. O crente aprende logo no início de sua jornada a clamar ao Senhor. Pedir socorro Àquele que pode nos socorrer é a atitude mais sábia e dependente daquele que confia no Senhor. Davi não poderia pedir socorro ao povo, pois todos estavam aplaudindo Absalão, o seu filho, mas também o seu inimigo. Ele olhava para o monte Sião, a cidade escolha por Deus para o Seu povo adorá-Lo. Nós olhamos para o Senhor e clamamos por socorro (v.4).

 

6.Se tem algo que vale a pena investir é em um bom sono. As pessoas gastam dinheiro para o seu bem-estar noturno. Uma cama que não ranja, um colchão macio e firme, um quarto silencioso e até uma vizinhança silenciosa. Há preocupações e doenças que atrapalham o bom descanso. Davi tinha motivos para não dormir. Primeiro por causa da humilhação que estava passando e depois por medo dos inimigos que queriam matá-lo. O lucro de Davi em confiar no Senhor era enorme. Ele poderia ter uma boa noite de sono e depois pensar nos problemas. O salmo diz que a razão da boa noite de descanso é porque o Senhor o sustenta. Alguns dariam parte do seu lucro para ter noites de descanso (v.5).

 

7.O crente fiel ao Senhor ganha inimigos porque Satanás é o inimigo de Deus e de seus servos. Porém, os inimigos não vêm de um lado apenas.  Os inimigos vêm de todos os lados, até mesmo de onde pensamos que não há inimigos. O lucro da vida cristã inclui adversidades (v.6).

 

8.Davi se lembrava das vitórias que obteve no Senhor. Os adversários eram feridos pelas mãos de Davi e seu exército. Porém, todos sabemos que era Deus quem estava no comando das batalhas. A mão do Senhor concede vitória esmagadora como lemos na linguagem desse salmo: “ferir os queixos” e “quebrar os dentes” (v.7).

 

9.É válido que todo crente se assente e contabilize os lucros e os prejuízos em se confiar no Senhor a ponto de segui-Lo. Quem fizer as contas notará que não há prejuízos, mas somente lucro. O Senhor cobre o Seu povo de salvação e bênção. Podemos contar o nosso lucro em seguir ao Senhor. Aquele que tem medo de perder os lucros mundanos jamais experimentará os dividendos eternos de confiar somente em Deus (v.8)

 

Salmo 3: Os lucros de se confiar em Deus

1.Aquele que confia em Deus ganha inimigos, mas também ganha um escudo (v.1-3)

2.Aquele que confia em Deus ganha adversários de todos os lados, mas também ganha descanso (v.4-8)

 

Salmo 4: As classes distintas de pessoas religiosas

1.Assim como o salmo anterior, este salmo foi escrito por Davi enquanto fugia de Abasalão, o seu filho. Davi confia no Senhor e sabe que Deus tratará aqueles que Nele confiam com misericórdia e aqueles que não confiam Nele com retribuição. Há classes distintas de pessoas religiosas. Há os verdadeiros religiosos e há os hipócritas. Neste salmo Davi nos fala dos piedosos e dos que receberam a luz do Senhor em suas vidas.

 

2.Evitamos o termo religioso, pois foi deturpado com o ritualismo e farisaísmo. Porém, a Bíblia nos fala do piedoso que é o verdadeiro religioso. Davi clama ao Senhor como toda a pessoa piedosa deve fazer. Toda religião é conhecida pela submissão do adorador ao seu deus. Ainda que as religiões estejam erradas por causa da idolatria e por não reconhecer o verdadeiro Deus não podemos negar que elas ensinam que os seus fiéis devem clamar. Encontramos um fenômeno diferente dos grupos que se tornaram seitas os quais saíram de nosso meio. Eles não clamam, eles exigem. A arrogância do homem faz que desista de clamar e se engana que se seguir os métodos corretos de manipulação de Deus conseguiram alguma coisa por seu próprio mérito. Davi era piedoso, pois se mostrou um verdadeiro religioso que depende de Deus. Mesmo que Deus já o livrara outras vezes, ele precisa sentir que Deus o ouviria mais esta vez. O crente sabe que Deus é misericordioso, porém, deve clamar todas as vezes em que estiver em apuros (v.1).

 

3.O homem piedoso é distinto dos demais porque ele não se conforma com a arrogância dos homens. Davi estava sendo humilhado. Toda a humilhação de um lado se contrapõe à vaidade de outro lado. Sempre que alguém é humilhado existe um vaidoso humilhando. O salmista diz que esta vaidade não passa de mentira. O homem piedoso não acredita em mentiras (v.2).

 

4.Deus sabe quando um verdadeiro religioso ora. Ele distingue o piedoso. Não adianta cerrar firme os olhos, apertar as mãos ou mesmo se cortar como os profetas de Baal. A verdadeira oração é simples como de uma criança. Deus conhece os que são piedosos e os que são fingidos (v.3).

 

“O salmista fala, não como rei aos rebeldes, mas como profeta aos ‘filhos dos homens’.”[7]

 

5.O piedoso deve se aquietar. O travesseiro deveria ser o companheiro do crente aflito. As lágrimas do travesseiro são verdadeiras. Quando não há ninguém para ver essas lágrimas, ali está o Senhor. No escuro do aposento, quando o cônjuge já dormiu, o travesseiro molha e Deus responde. O crente piedoso precisa de travesseiros. Há uma maneira de se indignar com as injustiças e até mesmo ficar irado, contudo, não pecar. Paulo aos Efésios cita este salmo. O crente que não se ira é porque está ignorando este mundo. Quem vê as injustiças fica consternado. A maneira correta é consultar o travesseiro e entregar para Deus (v.4).

 

6.O piedoso oferece a Deus a sua própria vida como sacrifício. A adoração do verdadeiro religioso não é ritualista. Ele não faz para aparecer, mas para reconhecer o verdadeiro Deus. Jesus disse que chegaria o tempo em que os verdadeiros adoradores adorariam em espírito e em verdade. Os piedosos são uma classe rara de pessoas. Eles são os verdadeiros religiosos. Eles não andam mostram a sua aflição porque deixaram no travesseiro na última noite. Deus os conhece muito bem (v.5).

 

7.Evitamos o termo iluminados, pois foi deturpado com o misticismo e espiritismo. Porém, a Bíblia nos fala daquele que recebe a luz do Senhor que é o verdadeiro iluminado. O Senhor Deus habita em luz inacessível, no entanto, Ele nos permitiu alcançá-lo através de Cristo Jesus. Diariamente temos a luz do sol entrando pela janela de nossa casa, mas também temos a luz do Senhor brilhando sobre nosso rosto. Os que estão nas trevas não têm esperança e acham que não há esperança para ninguém, inclusive para nós. Se a luz de Cristo já nos alcançou, então, somos testemunhas para o mundo em trevas da bendita esperança. Os crentes são uma classe de religiosos que não adoram nas trevas, como é comum nas religiões de modo geral, mas na luz (v.6, ver Atos 20.8).

 

8.Quem recebe a luz do sol pela janela se alegra por um dia bonito, mas quem recebe a luz do Senhor em sua vida, diariamente, se alegra com a certeza de que jamais é abandonado. Os que vivem nas trevas também têm alguma alegria, porém, sempre relacionada à fartura de alimento e ao bem-estar para o corpo. As religiões não oferecem alegria, mas peso e lamento. Os rituais são cheios de lamentos e penitências sempre conduzindo as pessoas a um estado melancólico (v.7).

 

9.O versículo 8 é uma repetição de salmo 3.5. Uma classe distinta de religiosos são os crentes em Cristo. Somos constantemente lembrados a agradecer a Deus pela noite de sono. Os primeiros pensamentos do crente ao acordar são sobre Deus e Sua Palavra. Ao anoitecer vêm as trevas, mas ao amanhecer vem o sol. A vida do crente é um testemunho de uma noite, a vida sem Cristo, e do dia quando a luz raiou em seu coração. Há diferença entre um salvo e um perdido. O crente é salvo e é um religioso verdadeiro, alguém que se exercita na piedade. O incrédulo é o não salvo que é um religioso hipócrita que nunca recebeu a luz de Cristo por viver em pecado e confiar em suas próprias obras (v.8).

 

Salmo 4: As classes distintas de pessoas religiosas

1.Os piedosos (v.1-5)

2.Os que recebem a luz do Senhor (v.6-8)

 

 

 

 

 

Salmo 5: Os destaques do Salmo 5 para o crente em perigo

1.A situação deste salmo pode ser a mesma que os dois salmos anteriores. Davi fugindo de Absalão.[8] Quando estamos em perigo e precisando de proteção é um momento para refletir na Pessoa de Deus e Seu cuidado. Enquanto clamamos reconhecemos Aquele que pode nos livrar. O Salmo 5 destaca algumas verdades em momentos que precisamos de proteção. Os destaques do Salmo 5 nos mantêm atentos ao cuidado de Deus.

 

2.O clamor do crente é uma repetição nos salmos. Nos salmos aparecem a palavra clamar 7 vezes, clamei 13, clamo 7 e clamou 2, um total de 29 vezes. Se Davi e outros servos de Deus do passado clamavam a Deus nós devemos continuar com a mesma prática. Deve ser um destaque em nossas vidas também. Só Deus pode ouvir o gemido do crente sofredor. O clamor do crente é feito com a mesma atitude que um plebeu suplicaria o favor do rei. Se o rei não o ouvir não haverá misericórdia para ele (v.1-2).

 

3.Logo cedo o crente clama ao Senhor e fica aguardando a resposta. Vimos que o crente dorme porque o Senhor o sustenta. No próximo dia o clamor continua. Às vezes o crente se mantém em vigília. O Senhor Jesus sofreu a humilhação de não ser ouvido para que pudéssemos clamar e sermos aceitos pelo Pai. O único justo que não foi ouvido em seu clamor foi Jesus. Ele não foi ouvido porque carrega os nossos pecados que fazem separação entre o homem e o Deus santo. Nós não precisamos temer porque Deus sempre nos ouvirá em Cristo Jesus, mas precisamos clamar (v.3, ver Salmo 22.2).

 

“Oração deveria ser a chave da manhã e o parafuso da tarde. Se nos penhoramos a Ele no início do dia, ficando ao lado Dele contra as coisas que ele abomina, nós seremos aptos para encontrar o Seu caminho diante de nossas faces durante todo o dia.”[9]

 

4.Outro destaque no Salmo 5 é a pureza do crente comparada com a iniquidade dos ímpios. Deus ouve o clamor do crente, porém, o crente deve manter uma vida pura para o Seu Senhor. Os ímpios são arrogantes e não podem ser ouvidos por Deus, pois não creem Nele e não querem aceitar a Sua Palavra santa. Deus destrói os mentirosos, os assassinos e os desonestos. Absalão estava sendo tudo isto contra o seu próprio pai (v.4-6).

 

5.Se clamamos a Deus e cremos que Ele nos liberta devemos, então, nos prostrar diante Dele em submissão. Adoração não é controlar a Deus, mas é submeter-se a Ele em temor. Talvez de todos os clamores de nossa alma a retidão seja a nossa maior necessidade. A pressão dos adversários pode nos fazer retroceder e não confiar em Deus. Em meio ao perigo precisamos de proteção. A proteção que precisamos é da nossa fé (v.7-8).

 

6.Os ímpios estão separados de Deus por causa de sua prática pecaminosa. Essas palavras são registradas em Romanos 3. O pecador é falso e no íntimo é um criminoso, pois têm desejos de destruição contra os servos de Deus. As palavras deles são morte, porém, enfeitadas de elogios. Deus não inocentará o pecador não arrependido. Os planos deles são frustrados e eles não são aceitos por Deus. A rebeldia arrasta o pecador para a perdição. O Salmo 5 se destaca pelo clamor do crente quando está em perigo e incentiva a purificar a vida em um mundo corrupto (v.9-10).

 

7.O clamor não significa tristeza, assim como ter uma vida diferente que a vida dos ímpios não significa desperdício. O crente vive a melhor vida que alguém pode viver neste mundo, por isso, o crente é alegre. Qualquer pessoa que é libertada de um grande perigo por alguém terá muita alegria de ter essa pessoa por amigo por toda a vida (v.11).

 

8.A alegria do crente é por receber a bênção de Deus sobre sua vida. A bondade de Deus está sobre o crente e ao redor dele servindo como proteção. A alegria do crente é completa como um escudo que envolve totalmente uma pessoa. O sentimento de alegria não pode se resumir aos momentos tranquilos. Davi não estava passando por momentos de sossego. Ele estava sendo perseguido até a morte, mas tinha a certeza do cuidado de Deus, por isso, se alegrava. O clamor, a pureza e a alegria se destacam neste salmo. Continuemos a clamar nos momentos de dificuldade, mas não nos esqueçamos de manter um bom testemunho e experimentemos a alegria que virá como resultado dessa confiança no Senhor (v.12)

 

Salmo 5: Os destaques do Salmo 5 para o crente em perigo

1.O crente clama (v.1-3)

2.O crente não pratica a iniquidade como os ímpios (v.4-10)

3.O crente se alegra em Deus (v.11-12)

 

Salmo 6: Os bálsamos para as nossas feridas espirituais

1.O salmista geme em sua angústia física. Alguns sugerem que este salmo está ligado ao salmo 38 e às aflições físicas pelas quais Davi passou devido ao seu pecado. Outros acham que se refere ao retorno do cativeiro quando muitos devem ter saído da Babilônia doentes. O nosso Deus respeita as nossas limitações físicas. Estamos em um mundo abalado pelo pecado e nós mesmos somos acometidos de várias doenças, sejam físicas ou emocionais as quais abalam a nossa saúde espiritual. Em situações como essas devemos nos apegar ao Senhor que é misericordioso. O bálsamo era usado para as feridas abertas e também para as dores físicas. A Palavra de Deus é um bálsamo santo para as nossas dores profundas. O salmista descansava porque em Deus havia um remédio. Há bálsamos para as nossas feridas espirituais.

 

2.O maior temor do crente é estar debaixo da mão disciplinadora de Deus. Horrível coisa é cair na mão do Deus vivo. O crente sente que precisa do Senhor, mas ao mesmo tempo sente que precisa ser aceito por Deus. O salmista Davi ou estava passando por isto ou estava profetizando o que os cativos da Babilônia passariam. Talvez sejam experiências idênticas, pois todos os crentes já passaram por situações semelhantes. Deus é misericordioso e nós só mereceríamos o castigo e o furor Dele (v.1).

 

3.A doença deixa o corpo debilitado bem como as emoções e o espírito. Em momentos de doença precisamos do bálsamo de Deus. Devemos orar pelos enfermos para que encontrem a graça de Deus. O pedido de oração quando estamos doentes sempre é a cura, porém, não podemos desperdiçar as grandes lições que aprendemos através da doença (v.2).

 

4.O doente que está clamando ao Senhor deve reclamar menos com as pessoas e clamar mais ao Senhor. Todo o ser da pessoa doente fica abalado e não apenas o físico. A pressa em sair de uma doença é normal, pois nos traria alívio dos demais sintomas emocionais e espirituais (v.3).

 

5.Deus nunca deixou de atender ao aflito, mas para o enfermo é como se Deus virasse as costas para o seu sofrimento. Não é errado orar como o salmista, mas sempre devemos ter em mente a graça Dele (v.4).

6.O salmista quer tanto a vida que tenta argumentar com Deus que, se ele morrer, Deus não terá mais o louvor de Seu servo. Quando oramos com aflição temos a tendência de torcer o braço de Deus. Ele tem o melhor para nós. Um crente vivo glorifica a Deus, mas um crente que morre glorifica ainda mais, pois O glorificará de modo perfeito. Se o fim fosse a cova, de fato, o crente deixaria de louvar a Deus, mas o nosso louvor vai além dessa vida imperfeita (v.5).

 

7.O salmista precisa de um bálsamo e ele descobre na comunhão com Deus esse remédio. As lágrimas misturadas com a compaixão de Deus se transformam nesse bálsamo curador. Precisamos muito mais da compaixão de Deus do que da cura. É bom chorar diante de Deus (v.6).

 

“Nosso caminho frequentemente atravessa um vale de lágrimas, mas há Um que podemos confiar nas maiores dificuldades e apertos e em quem podemos enxugar nossas lágrimas e cessar nossas dores. A Ele entregamos a nós mesmos aguardando Nele em oração sincera.”[10]

 

8.O sofredor fica com os olhos inchados de tanto chorar, mas isto não mata ninguém. Com Deus podemos desabafar sem nenhum constrangimento. Para o enfermo o grande adversário é a doença e outras vezes pode ser Satanás tentando desanimá-lo. Outros irmãos devem acompanhar o enfermo para que ele não desanime. Que bálsamo há em Cristo! As lágrimas dos crentes se misturam com a compaixão de Deus e se transformam em um remédio que dá alívio e cura (v.7).

 

9.Sentir-se rejeitado é doloroso, mas sentir-se abandonado por Deus é insuportável. O salmista já não se preocupa com os inimigos, pois Deus o acolheu. Se não aprendermos a lamentar diante de Deus sem dúvida lamentaremos diante das pessoas (v.8).

 

10.As nossas súplicas misturadas com o acolhimento de Deus também se transformam em bálsamo. A súplica é o recurso para o doente crente. Para os que não têm o Senhor as súplicas se tornam em agonia. Os enfermos precisam conhecer a Jesus, o médico dos médicos (v.9).

 

11.Além da enfermidade o salmista enfrenta a zombaria dos inimigos. Jó enfrentou a doença e as perturbações dos próprios amigos. Chega um momento na vida do crente que a confiança deve estar depositada totalmente em Deus, senão ele não suportará todo o sofrimento envolvido. Nunca é demais suplicar, pois Deus responde ao clamor de Seus servos. Ele acolhe o crente seja restabelecendo a saúde ou levanto-O para Si. O bálsamo é a cura e a cura é o Senhor. Temos à disposição um bálsamo. Está à beira do leito de enfermidade. As lágrimas e a súplica misturadas à compaixão e ao acolhimento de Deus se transformam em nosso bálsamo curador (v.10).

 

Salmo 6: Os bálsamos para as nossas feridas espirituais

1.As nossas lágrimas misturadas com a compaixão de Deus se transformam em bálsamo (v.1-7)

2.As nossas súplicas misturadas com o acolhimento de Deus se transformam em bálsamo (v.8-10)

 

Salmo 7: Os desdobramentos da história de quem confia em Deus

1.O título Cuxe, homem benjamita, se refere a Saul que era filho de Quis, em hebraico “Kish”. Outros pensam que se trata de Cuxe que é a Etiópia. Não temos maneira de saber ao certo, mas sabemos que Davi era perseguido por Saul. A vida de Davi foi cheia de desdobramentos positivos e negativos. Muito mais positivos. A vida daqueles que confiam no Senhor tem certos desdobramentos e a vida dos que confiam em si mesmos tem outros desdobramentos. Não temos controle sobre tudo o que acontece em nossa vida, porém, os desdobramentos que a vida de cada um apresenta são previsíveis de acordo com o modo de vida que leva. A história dos que confiam em Deus se desdobra de modo maravilhoso. Duas dobras da vida dos justos são estabelecimento firme e louvor.

 

2.A vida de Davi foi marcada por perseguição injusta, mas isto não significa que desdobrando a vida dele vemos um homem amargurado e irritado. Pelo contrário, vemos um servo humilde clamando e confiando no único que pode livrá-lo que é Deus (v.1).

 

3.Davi não queria que a vida dele se desdobrasse como uma presa na boca do leão. O crente que abre a história de sua vida e só vê amargura, frustração e incredulidade é como uma vítima na boca do leão, estraçalhada e inútil. Satanás é o leão que ruge e rodeia os crentes procurando uma vítima para tragar. Este não pode ser o desdobramento da história do servo de Deus (v.2).

 

4.Davi era acusado de querer matar Saul e esta era a razão de Saul ficar tão furioso com ele, além de, evidentemente, ser usado por Satanás e movido por inveja. Se Saul fosse razoável em seu julgamento veria que Davi nunca quis o mal dele. Até mesmo quando teve oportunidade de matá-lo não o fez por temor a Deus e por considerá-lo “ungido do Senhor”. Davi confiava na justiça de Deus e estava pronto a se submeter ao julgamento do Senhor. A consciência dele não o acusava, porém, ele deixava o julgamento com Aquele que julga retamente (v.3-5, ver 1 Co 4.1-5).

 

5.O desdobramento da vida de Davi não revela um homem cruel, mas submisso ao Senhor. Quem vive desse modo pode pedir que Deus o vingue com justiça. Ele reconhece que todos os povos deveriam se voltar ao Senhor, o reto juiz. A história nos mostra um desdobramento bem diferente. Os povos fazem suas próprias justiças e guerreiam por interesses egoístas (v.6-7).

 

6.Davi confia em Deus, mas também espera que a integridade dele que o ajude. Quem é honesto e vive de modo correto aguarda que Deus o recompense por andar com Ele quer. Será que se alguém desdobrasse a história de nossa vida veria em uma das dobras a integridade? (v.8).

 

“Para que não imaginemos que a integridade é apenas um conceito bruto e parcial, pertencente à piedade do Antigo Testamento, os discípulos cristãos do Novo Testamento testificam também de muitas maneiras a integridade, diante de Deus e dos homens, na qual viviam conscientemente.”[11]

 

7.Dos vários desdobramentos da vida de Davi todos são marcados pela sua firmeza. Deus o estabeleceu. Há promessas de que o reino de Davi será estabelecido para sempre. A vida do crente deve se desdobrar em firmeza na Palavra de Deus. Todos devem ver que a nossa história é marcada pela firmeza no Senhor. Ele é quem estabelece a vida dos justos (v.9).

 

8.Outro desdobramento da vida de Davi é o louvor. Em várias dobras de sua vida vemos um homem alegre louvando a Deus. A alegria de Davi estava em Deus que se fez escudo para ele (v.10).

9.A certeza de Davi no julgamento de Deus é vista claramente no desdobramento dos salmos e dos livros de Samuel. A figura de Deus com um arqueiro deveria nos fazer estremecer. O Senhor afia a espada e pega o arco e estica. A mira é certa contra os que O fizerem ficar irado (v.11-13).

 

10.O ímpio sentirá as dores de sua iniquidade. Todo o trabalho do pecado é mentirá. A cova que o pecador cavou é funda e ele mesmo cairá nela. A obra do pecado se assemelha a alguém cavando a base de uma rocha acima dele. A rocha cairá sobre sua própria cabeça. Se acompanharmos os desdobramentos da vida daquele que não confia no Senhor veremos o seu final triste, caso não se arrependa e mude de atitude diante do Senhor (v.14-16).

 

11.Por outro lado, os desdobramentos da vida do crente fiel é só louvor. As lutas são intensas e difíceis, mas o crente deve escrever nas dobras de sua vida louvor e firmeza. A confiança do crente está em Cristo e Ele é o pastor de nossas almas e não nos deixará sozinhos na história da nossa vida que se desdobra para a eternidade. Talvez devêssemos pegar uma folha de papel em branco e fazer uma “sanfona” com várias dobras. Em cada dobra escrevermos uma vitória alcançada, uma bênção recebida ou uma luta enfrentada. Devíamos trocar nossos papéis sanfonados com outros irmãos e abrir cada dobradura e depois ver de uma só vez o que Deus tem feito em nossas vidas e nas vidas de nossos irmãos. São esses desdobramentos que testificam a nós que devemos continuar firmes na Palavra e louvando a Deus de todo o coração e depositando Nele toda a nossa confiança para que pessoas que abrirem a nossa história vejam um desdobramento que glorifica a Deus (v.17),

 

Salmo 7: Os desdobramentos da história de quem confia em Deus

1.O justo é estabelecido (v.1-9)

2.O justo cantará louvores a Deus (v.10-17)

 

Salmo 8: As marcas de Deus em um mundo marcado pelo pecado

1.Este salmo apresenta de maneira linda a Pessoa de Jesus Cristo e a natureza de Deus. Hebreus faz referência a este salmo. O mundo no qual vivemos é marcado pelo pecado. As pessoas são marcadas pelo pecado, a nossa saúde, os nossos desejos e até a natureza é marcada pelo pecado. Apesar das marcas do pecado por toda a humanidade e criação de Deus há também marcas do amor de Deus anunciando ao mundo que há um resquício de Deus em um mundo caído. As marcas de Deus são vistas no céu, nas crianças e no homem.

 

2.Poderíamos olhar para qualquer parte do céu ou da terra e encontraríamos as marcas de Deus. O Seu poder imenso está em todas as partes. Quando pisamos a terra podemos imaginar que aquela terra foi criada por Deus há 6 mil anos ou um pouco mais, mas lembremos, apenas um pouco mais. Devemos rejeitar toda menção de milhões ou bilhões de anos. Deus expôs no céu e na terra a Sua majestade. Há um rei de todo este universo. O crente deveria observar mais o céu, pois são obras dos dedos de Deus. Em um filme que conta a história verdadeira do Dr. Patch Adams há uma cena que o Dr. Adams em um momento de tristeza e decepção desafia a Deus pedindo um sinal de Sua existência. Naquele momento uma borboleta aparece voando e pousando nele. É possível ver as marcas de Deus neste mundo marcado pelo pecado. Deus não é uma borboleta e nem uma estrela, mas vemos o Seu poder nas coisas que Ele criou. Ao vermos a Sua criação nos sentimos frágeis e pequenos, mas também passamos a confiar Nele que sustenta todo o universo e que pode cuidar de nós que somos a Sua criação também (v.1,3).

 

 

“Essas palavras expressam um convicção que se encontra na raiz de toda a religião natural e revelada, uma convicção que pode ser considerada como um aspecto distintivo, a qual separa aquela concepção da natureza de Deus que é uma religião em si daquela especulação meramente filosófica, uma concepção sem a qual não pode haver nenhuma crença real em Deus.”[12]

 

3.Os pequeninos na Bíblia algumas vezes são os judeus, outras vezes os salvos e outras vezes as crianças (Mt 11.25, 18.6, 10, 14, 25.40, 45, Mc 9.42). O Senhor Jesus aceitou o louvor das crianças enquanto alguns se indignavam (Mateus 21.16). Quando Ele abençoou as crianças acrescentou que dos tais é o reino de Deus (Mc 10.14 e Lc 18.16). Em uma criança sendo amamentada vemos a tranquilidade que temos de aprender no dia a dia, mas somos muito ansiosos. Na resposta constrangedora de uma criança vemos a sinceridade que nos falta nos relacionamentos. No modo como a criança esquece as ofensas vemos a nossa falha em perdoar e a presença da raiz de amargura em nossos corações duros. Deus está constantemente nos ensinando humildade por meio das crianças. As marcas de Deus nas crianças são um convite a mudarmos nossas atitudes arrogantes. Devemos nos tornar humildes como uma criança (Mt 18.4). Precisamos pensar em assuntos menores como a criança quieta no seio de sua mãe (Sl 131.1-2). Temos de ser como crianças na malícia (1 Co 14.20). Quem não consegue ver as marcas de Deus em uma criança está muito insensível ao toque do Senhor. As crianças maltratadas nos fazem ver a realidade de como o homem está longe de Deus (v.2).

 

4.Deus deixou Suas marcas no homem. A falta de entendimento bíblico leva alguns crentes a pensarem que o incrédulo não carrega em si a imagem de Deus. O homem pecador está desfigurado da imagem de Deus, mas não está desprovido dela. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, mas não da imagem de Deus. A imagem de Deus é melhor refletida nos crentes fiéis, mas isto não significa que o não crente não possua a imagem de Deus. Mesmo sendo feito à imagem de Deus o homem não é digno de Deus porque está caído por causa do pecado de Adão e também por causa do pecado individual. O homem está marcado pela imagem de Deus, mas também está marcado pelo pecado. Ele precisa recuperar a plenitude de Deus em sua vida e isto já foi providenciado através da morte de Cristo pelo pecador (v.4).

 

5.Deus fez o homem um pouco menor do que Ele mesmo. A palavra é “Elohim” que significa Deus e não anjos. O homem é a expressão mais próxima de Deus que pode existir na Sua criação. As marcas de Deus estão no ser humano. Negar a existência de Deus é se fazer igual aos animais irracionais. Muitos até consideram o ser humano na categoria animal, ferindo assim a imagem de Deus. Chamar o homem de animal racional é ferir a glória e desprezar a coroa que o criador colocou sobre a Sua imagem na terra. Este versículo também realça a humanidade de Cristo que por um pouco foi feito menor do que o Pai (v.5, Hb 2.9).

 

6.Deus ofereceu ao homem o grande privilégio de dominar a terra. Toda a criação foi colocada aos pés do homem, tanto animais como plantas. Nós nos surpreendemos com as descobertas que a ciência já fez e com certeza ainda fará, mas se o homem não tivesse pecado ele conheceria muito mais, pois estaria sempre aprendendo do próprio Deus sobre a Sua maravilhosa criação. Grande parte de nossas conquistas científicas são para corrigir problemas de saúde ou desastres naturais. Muito do que se desenvolve e descobre acaba servindo para a destruição e talvez muito pouco para construção. Podíamos citar muitas invenções e descobertas: os meios de comunicação, transporte, substâncias químicas, etc. Todos servem para bons propósitos, mas também servem para o mal da sociedade. O salmista menciona a criação animal (v.6-8).

Descobertas ou invenções

Usadas para o bem

Usadas para o mal

TV, Internet e rádio

Conhecimento e comunicação

Impureza sexual e revoltas

Carros e aviões

Transportes rápidos de pessoas e cargas

Mortes e guerras

Substâncias químicas

Cura, cores e limpeza

Entorpecentes e venenos

Adestramento de animais

Trabalho, terapia e transporte

Apostas, torturas e perigos

 

7.Deus marcou o mundo com Sua criação. Os astros nos céus, os animais na terra e no mar e tudo o que existe no mundo leva a marca registrada de Deus. Ele povoou o mundo com Sua criação. As marcas de Deus estão estampadas nos céus, nas crianças e nos homens. Quem duvidaria da expressão de Deus no mundo. Finalmente, a expressão exata de Seu ser, Jesus Cristo, foi manifestado a nós também. Deus deixou Suas marcas em um mundo marcado pelo pecado (v.9).

 

Salmo 8: As marcas de Deus em um mundo marcado pelo pecado

1.As marcas de Deus nos céus (v.1 e 3)

2.As marcas de Deus nas crianças (v.2)

3.As marcas de Deus no homem (v.4-9)

 

Salmo 9: Os habitantes da terra

1.Mute-Láben pode ser uma tonalidade da música. Alguns dizem que seria uma voz tenor que deveria cantar. Outros acham que é um enigma em que “Muth” significa “morte” e “Laban” invertido se lê “Nabal”. Se isto for verdade, é um salmo que nos lembra do perigo de não atender a um servo de Deus.[13] É um salmo que mostra que um dia haverá um julgamento contra as nações ímpias. Cristo Jesus se assentará no trono da Sua glória no dia de Sua segunda vinda para julgar os povos que receberam a marca da Besta. Há duas verdades fundamentais sobre os habitantes da terra que eles não podem se esquecer, pois ao ignorar essas verdades acabarão se perdendo por toda a eternidade.

 

2.O louvor não é uma terapia que nos faz sentir melhor, mas é uma atividade motivada pelo amor a Deus e sua bondade e, além disso, nos faz sentir muito bem emocionalmente. A integridade de coração sempre é o desejo de Deus. Fazemos tantas coisas no dia a dia que requerem quase todo o nosso esforço que não é errado esperar que o louvor a Deus seja de todo o coração. Quando cantamos devemos cantar forte, expressando a nossa alegria intensa no Senhor. O testemunho para outras pessoas também é esperado. O louvor junto com o testemunho são poderosos instrumentos de alcance dos habitantes da terra. O mundo precisa de uma mensagem verdadeira de libertação (v.1).

 

3.A alegria não é fabricada, mas é um sentimento real daquele que encontrou em Cristo Jesus o motivo de sua alegria. O louvor não é estéril, embora possa ser estéro. O louvor produz fruto, sendo que a alegria é um fruto do louvor sincero a Deus. O objeto do louvor não são as pessoas, mas o próprio Deus. O rei Davi viu inimigos retrocedendo e ele atribuía isto ao Senhor e, por isso, o louvava. Deus nos afasta dos inimigos e afasta os inimigos de nós. Não sabemos quase nada sobre a proteção de Deus em situações diferentes. Ele nos livra daqueles que poderiam fazer algum mal contra nós, mas nem sempre nos mostra o perigo do qual ficamos livres (v.2-3).

 

4.Buscar a justiça própria é tolice. Temos Alguém que intercede por nossa causa. Ele é juiz e julga retamente, mas também é advogado e se interpõe entre nós e nossas causas. O Senhor Jesus repreenderá as nações infiéis. O nome de todos os que não amaram ao Senhor e aceitaram a marca da Besta será esquecido. Os habitantes da terra precisam se preocupar com a eternidade (v.4-5).

 

5.Os inimigos de Deus são os habitantes da terra. Na época de Noé, Deus desistiu de tolerar os pecados da humanidade e os arrasou completamente. Nada permaneceu, exceto o testemunho da terra que houve um grande dilúvio. É encontrado em várias culturas animistas algum relato de que a terra foi destruída por uma grande enchente algum dia. O dilúvio não chegou até o trono de Deus. A destruição dos habitantes da terra não afetará a estrutura do trono de Deus. Os céus se enrolarão como um pergaminho, mas Deus nunca será destruído. O trono Dele é de julgamento (v.6-7).

 

6.A justiça de Deus é perfeita e sem brechas. Todos os habitantes da terra são indesculpáveis. O pecado contaminou todas as gerações. Todos os que não forem salvos por Jesus Cristo serão julgados ou no “trono de Sua glória” em Mateus 26 ou no Grande Trono Branco em Apocalipse 20. O dilúvio não alcançou o trono de Deus e nem os crentes que se refugiaram Nele, pois o refúgio era alto demais. No caso da família de Noé a arca se tornou o alto refúgio. Na tribulação Cristo é o refúgio dos atribulados, embora desfrutarão de Cristo com a própria morte. Nós estamos escondidos em Cristo e não pereceremos com os habitantes da terra (v.8-9).

 

7.A confiança que o crente tem em Deus é devido ao constante cuidado Dele. Ele nunca desampara aquele que Nele confia. Os problemas podem parecer insolúveis, mas Deus tem a solução. Ele não desiste dos Seus filhos. Os habitantes da terra serão julgados e não entendem o cuidado de Deus, mas o crente não pode perder isto de vista, Deus cuida dele. Esta é uma verdade sobre os habitantes da terra, eles serão julgados. Nabal se tornou um louco assim como é o significado de seu nome. Todo aquele que se volta contra Deus e Seus servos, perecerá (v.10).

 

8.Os povos precisam conhecer que há um Deus verdadeiro e único e que eles são apenas seres criados e sujeitos às doenças, tragédias e morte. Deus é vingador da causa dos justos. Ele se lembra dos que estão sendo perseguidos injustamente. O homem que é um mero mortal está nas mãos Daquele que tem o poder sobre suas vidas. O clamor do crente não cairá em um ouvido surdo, pois Deus ouve. Quantos crentes já estiveram em situação de agonia, pensando que desta vez não há modo de escapar do inimigo, mas Deus levanta o Seu servo da morte. Jonas foi um profeta que experimentou isto dentro do ventre do grande peixe (v.11-13).

 

9.Na linguagem do Velho Testamento é comum falar de uma cidade importante como a mãe e as cidades circunvizinhas como a filhas.[14] O salmista anunciará o nome de Deus aos seus vizinhos, ou seja, às cidades ao redor de Jerusalém, que é Sião. Os homens que são mortais devem ouvir do Deus vivo. Os inimigos fazem cova e laços, mas o justo não cai neles, pois o Senhor os livra. Esta confiança mantém o crente de pé. Os inimigos conhecerão que Deus é Aquele que cuida de nós. O bom testemunho fará com que outros se cheguem até nós para ver o que está acontecendo com as nossas vidas. A palavra “Higgaiom” significa “vamos meditar” e “Selá” é uma pausa. Provavelmente os instrumentos tocavam (v.14-16).

 

“Ao considerar esse terrível quadro dos esmagadores julgamentos do Senhor sobre os seus inimigos, somos chamados a ponderar e meditar sobre isso de modo profundamente sério através de duas palavras, Higgaion e Selah. Medite, pause. Considere e afine seu instrumento. Reflita e solenemente ajuste o seu coração.”[15]

 

10.O inferno é uma realidade, ainda que há pessoas zombando disso. O homem mortal terá de enfrentar o destino de angústia no inferno e lago de fogo. Não importa o que os homens pensam dessa mensagem, não podemos deixar de anunciá-la. Pode parecer no momento que estamos sendo esquecidos, mas Deus jamais se esquece dos Seus filhos. O destino dos salvos é a vida eterna. O mero mortal não pode prevalecer em sua arrogância. Ele não viverá para sempre como intimamente pensa. As nações receberão o merecido por suas impiedades. Elas tremerão de medo diante de Jesus Cristo no dia de seu julgamento. Os homens são meros mortais, basta que eles se lembrem disso e clamem ao Senhor que os socorrerá. Os habitantes da terra serão julgados. Eles são simplesmente mortais e toda a arrogância contra Deus será julgada no momento certo do julgamento de Deus (v.17-20).

 

Salmo 9: Os habitantes da terra

1.Os habitantes da terra serão julgados (v.1-10)

2.Os habitantes da terra são meros mortais (v.11-20)

 

Salmo 10: As reafirmações que o crente deve fazer para não perder a fé em Deus

1.O crente está quase sempre à beira da incredulidade. Ao olharmos para o mundo ao nosso redor queremos muitas vezes desistir de todos os nossos projetos por causa das decepções com pessoas e por causa das situações quase impossíveis. Para que o crente não perca a fé em Deus ele precisa reafirmar periodicamente as verdades fundamentais da salvação. Nas situações difíceis da vida, principalmente, quando decepcionado com os irmãos e o próximo, o crente precisa reafirmar aquilo que já sabe, que o homem é pecador e que Deus está no controle de tudo.

 

2.Se o crente não reafirmar em sua mente os princípios da Palavra de Deus ele acabará perdendo a fé, pois as durezas da vida junto com as decepções nos fazem ficar desanimados e até desistir daquilo que Deus quer fazer em nós e por nós. O salmista em momento de incerteza e perseguição chegou até sentir que Deus estava longe e que tinha se escondido dele. Mas quando o crente reafirma aquilo que a Palavra de Deus já disse sobre o ser humano e ganha uma visão realista da vida e enfrenta as dificuldades sem esperar muito do homem pecador. O salmista perseguido se considera como um pobre que suporta a arrogância e o descaso do rico. O ser humano é orgulhoso, mas acaba sendo vítima do próprio orgulho (v.1-2).

 

3.A cobiça está ligada ao pecador e assim é o homem. Quando o homem tem dinheiro ele amaldiçoa a Deus com suas atitudes. Não é demais reafirmarmos isto para a nossa mente fraca e esquecida. O homem é ingrato, cobiçoso e avarento. É mesquinho mesmo não tendo nada. O homem pecador é tão orgulhoso e cheio de si que se faz estúpido e sem inteligência. Em vez de investigar e descobrir que há um Deus criador e soberano prefere ignorar e aceitar a mentira de suas próprias cogitações (v.3-4).

4.Por um momento parece que o pecador é vitorioso e próspero. Ele até zomba de seus adversários em momentos de riqueza e saúde, mas ele não conhece que Deus é o juiz e que um dia ele terá de prestar contas ao Senhor. O crente precisa reafirmar que o homem é pecador e que nem sempre será forte. O pecador é muito firme em seu senso de segurança, por isso, dá a impressão de ser inabalável. O crente que não reafirma que o homem é pecador e carente de Deus, logo será traído pela falsa segurança do pecador e perderá a fé em Deus (v.5-6).

 

5.Não nos enganemos sobre o incrédulo. Ele não quer viver para Deus porque ele sabe que Deus não abençoa a língua maldizente e nem a mentira e a opressão. A vida de pecado é um insulto contra Deus. Se não reafirmarmos para nossas consciências que o pecado é um insulto contra Deus, logo cederemos ao pecado e também insultaremos ao nosso criador e senhor. O homem é inescrupuloso e astuto. O pecador não agrada o outro sem interesse. O egoísmo rege a vida das pessoas e, por isso, não nos enganemos com a natureza humana. Só ficam decepcionados os que se esquecem de reafirmar que o ser humano é pecador e que só podem agradar a Deus os que estiverem andando no Espírito (v.7-8).

 

6.O homem sem Deus ou desobediente a Ele serve de caçador e de devorador do inocente. Enlear significa prender. O crente pode ser preso por traição como Jesus foi, mas não pode ser preso ao engano de confiar demais na natureza humana a ponto de ficar decepcionado quando algo assim aconteça. O pecador que persegue o servo de Deus faz como o leão que se rasteja para dar o bote. É assustador e astuto. Não parece muito espiritual ser desconfiado, mas reafirmar o óbvio e bíblico não é ser pessimista, mas preparado para as lutas da vida e submissão a Deus (v.9-10).

 

7.Quando o senso de prestação de contas é muito fraco no pecador ele não tem medo de pecar e perseguir. O crente que não reafirma em sua mente que muitos pecadores não reagem positivamente à própria consciência ficará decepcionado e poderá perder a fé em Deus por ter colocado muita confiança no caráter das pessoas. A afirmação daquilo que Deus já disse em Sua Palavra é uma reafirmação necessária que o crente deve fazer para não se decepcionar demais e até perder a fé em Deus (v.11).

 

“Este homem cruel conforta a si mesmo com a ideia de que Deus é cego ou, pelo menos, esquecido: uma fantasia, de fato. Os homens duvidam da Onisciência quando eles perseguem os santos. Se tivéssemos um senso da presença de Deus conosco, seria impossível para nós maltratarmos seus filhos.”[16]

 

8.Se o salmista não reafirmasse no seu coração que Deus está controlando tudo, ele já teria perdido a fé em Deus porque as situações da vida dele eram muito adversas. Deus não faz o homem pecar e nem é o causador do mal, mas ao permitir que a maldade fique solta neste mundo não significa que Ele perdeu o controle da situação. Cada um terá de responder por Seus atos, tanto o perseguidor implacável quanto ao perseguido que perdeu a fé em Deus que pode erguer a mão e socorrer o oprimido (v.12).

 

9.Até parece que o ímpio não tem medo de Deus e de Sua justiça, pois ele não se importa em desprezá-Lo. A Bíblia nos corrige quando usa a conjunção adversativa “porém”. Quando perdemos a esperança lembremos dos “poréns” de Deus os quais podem mudar a nossa mente para crermos Nele e nos Seus impossíveis. Deus defende os oprimidos e órfãos. Quando Deus resolve pesar a mão e executar a Sua justiça ninguém pode resistir. O crente não está autorizado a fazer justiça com as próprias mãos e nem deve desfalecer em Sua fé em Deus. Quando o Senhor esquadrinha o homem Ele vai até o fim e nós só atingimos a superfície em nossos julgamentos falhos. Deus está no controle e é bom que seja Ele e não nós (v.13-15).

 

10.Os nossos problemas e injustiças sofridas não são maiores do que todas as nações juntas. Diante de Deus somem-se as nações. Ele é o rei eterno que está no controle mundial. Os órfãos, pobres e oprimidos são totalmente incapazes de se defender. Deus que está no controle de tudo sabe de todas as opressões. O tempo de Deus não é o mesmo que o nosso. A justiça de Deus parece tardia para quem está sofrendo a injustiça, mas ela virá ainda que seja na eternidade. Logo o homem valente não amedrontará ninguém. Não é difícil perder a fé em Deus. Basta olharmos para o homem e depositarmos confiança nele que logo nos decepcionaremos e perderemos a fé em Deus que fez o homem. Se olharmos para as situações difíceis da vida e não conseguir ver Deus agindo logo perderemos a fé no Senhor. Devemos reafirmar para o nosso entendimento aquilo que a Bíblia deixa claro, ou seja, o homem é pecador e Deus está no controle de tudo (v.17-18).

 

Salmo 10: As reafirmações que o crente deve fazer para não perder a fé em Deus

1.O crente deve reafirmar que o homem é pecador (v.1-11)

2.O crente deve reafirmar que Deus está no controle de tudo (v.12-18)

 

Salmo 11: Os anseios do justo

1.Este Salmo como vários outros está no contexto de perseguição que Davi sofreu. Saul queria matar a Davi por inveja, mas Deus sempre esteve cuidando de Davi e o confortando. Davi era um homem justo que amava ao Senhor. As injustiças o apertavam contra aqueles desertos e cavernas para onde tinha de fugir para poupar a sua vida. Muitos justos vivem como criminosos por causa das perseguições. Os valores mudam quando há injustiça. Lutar contra as injustiças nem sempre dá certo, pois o mundo é injusto. A vida é injusta porque foi contaminada pelo pecado. Mesmo assim não é errado o justo desejar a justiça. Só Deus pode satisfazer os anseios do justo. O justo tem anseios justificáveis.

 

2.Davi precisava se esconder de Saul para proteger a sua vida, mas para onde? Para qualquer lugar que fugisse Saul o perseguiria com o seu exército. Não é errado fugir, mas a confiança não poderia estar em seus esconderijos porque eles se esgotam e são descobertos. O único refúgio está no Senhor. Se fugir como um pássaro para o monte, ali poderá ser ferido pelos bons caçadores. O justo não tem para onde fugir senão para a presença de Deus. Aquele que confia em sua própria habilidade para resolver as injustiças terá uma triste surpresa quando for caçado pelas situações traiçoeiras da vida (v.1-2).

 

3.O esconderijo que o justo tanto anseia está fundamento na Palavra de Deus. Quando alguém duvida da veracidade das Escrituras o seu fundamento é abalado e não há mais nada que possa suster tal pessoa. Só há esperança para o justo quando ele confia no Senhor. Ao perder a confiança na justiça de Deus, perde-se toda a esperança de justiça nesta terra. O justo anseia um esconderijo e só pode encontrar nos fundamentos da Palavra de Deus e a própria pessoa de Deus. A oração e a meditação são os meios utilizados pelo justo para encontrar esse refúgio. A justiça pelas próprias mãos nunca dá certo (v.3).

 

4.O justo não quer passar toda a sua vida escondido, mas quer que a verdade apareça e prevaleça. Nem sempre o justo vê a execução da justiça em todos os assuntos dessa vida, mas isto não significa que a verdade não exista. Deus a Seu tempo revelará tudo e fará justiça para satisfazer o justo. Deus jamais deixou o Seu trono de justiça. Ele é o Deus que tudo vê. As situações da vida são uma prova tanto para os justos quanto para os injustos. Todos estão sendo provados neste mundo. O injusto será destruído porque violenta a justiça. Quem espera no Senhor não pode tentar resolver as questões, pois o nosso tempo nem sempre é o tempo do Senhor para executar a justiça (v.4-5).

 

5.Nós não podemos fazer chover o juízo contra os injustos, mas Deus pode. A vingança existe, mas só pode ser executada por Deus. O crente deve contemplar a face de Deus e deixar com Ele a justiça. É bem diferente ser justo e ser justiceiro. Deus não quer justiceiros, pois Ele tem os seus anjos que trabalham para Ele. As nossas justiças, mesmo como crentes, não satisfazem a justiça do Senhor. É doloroso ser mal compreendido por causa de calúnias e inverdades, mas podemos nos machucar mais ainda quando tentamos exercer justiça própria. A verdade virá à tona algum dia, mas não porque somos bons advogados de nós mesmos, mas porque temos um Advogado diante de Deus, Jesus Cristo. O justo é um sofredor neste mundo porque anseia aquilo que não lhe está disponível a todo o momento, ou seja, a justiça. A vida é injusta e o mundo é injusto porque o pecado afetou todos os setores da sociedade e da existência humana. Enquanto a justiça não vem, o crente se esconde no Senhor e aguarda que a verdade e o juízo venham do próprio Deus (v.6-7).

 

“Pragas graves ou julgamentos, chamados serpentes, porque os homens são frequentemente surpreendidos com elas e porque não podem escapar dessas serpentes, mas são pegos e destruídos por elas. Tempestades horríveis. Os julgamentos são assim chamados em alusão à destruição de Sodoma por esses meios. Isso parece se referir, não tanto às calamidades, mas às punições eternas. Essa é a porção deles como se fosse comida e bebida dada a eles por Deus.”[17]

 

Salmo 11: Os anseios do justo

1.O justo anseia um esconderijo (v.1-3)

2.O justo anseia a verdade e o juízo (v.4-7)

 

Salmo 12: As palavras dos homens e as palavras de Deus

1.Este Salmo tem em seu título a palavra “sheminith” que significa “oito”. Pode se refere à oitava nota musical ou a harpa de oito cordas. Neste salmo notamos nitidamente que as palavras dos homens e as palavras de Deus são totalmente diferentes. O homem é arrogante e presunçoso, mas Deus tem autoridade e cumpre o que promete. As palavras dos homens são apenas ameaças, mas as palavras de Deus são poder. O homem poderia no máximo matar o próximo, mas Deus tem o poder de lançar o homem no inferno. Temos de diferenciar as palavras dos homens e as palavras de Deus (v.1-8).

 

“[v.4] Eles levantam e espalham notícias ruins sobre ele [o salmista]... Na nossa própria disposição em falar o que nos agrada, quem pode nos controlar ou nos restringir?”[18]

 

Salmo 12: As palavras dos homens e as palavras de Deus

1.As palavras dos homens são falsas e arrogantes (v.1-4)

2.As palavras de Deus são puras (v.5-8)

 

 

 

Salmo 13: As crises pelas quais os crentes também passam

Davi fugiu de Saul e Absalão. Conforme Theodoret, citado por John Gill, neste salmo o contexto é a fuga de Davi perseguido por Absalão.[19] Precisamos manter um equilíbrio em nossos discursos para não subestimarmos as crises pelas quais passamos e para não enfatizarmos demais a nossa firmeza em meio às crises. Somos apenas crentes seguros pelas misericórdias de Deus. Todos passamos por crises emocionais e espirituais. As crises pelas quais passamos mostram que necessitamos do Senhor (v.1-6).

 

Salmo 13: As crises pelas quais os crentes também passam

1.Os crentes passam por crises pensando que Deus os abandonou (v.1-2)

2.Os crentes passam por crises pensando no que os outros pensarão deles (v.3-4)

3.Os crentes passam por crises pensando no livramento do Senhor (v.5-6)

 

Salmo 14: As correções que os ímpios devem fazer em seus conceitos

Este salmo nos remete a Romanos 3. A pecaminosidade é universal. Ninguém escapa. Ninguém é justo. Ninguém pode se gloriar diante de Deus, pois Este a todos encerrou, ou os colocou debaixo do pecado. Assim, o homem só pode se gloriar diante dos seus semelhantes, pois entre a humanidade existem os mais perversos e os de moral mais elevada, porém, diante de Deus todos são reprovados (v.1-7).

 

“Davi olha para aqueles que negam a existência de Deus e chega à conclusão que são tolos. A ideia por trás dessa antiga palavra hebraica traduzida por tolo é mais moral do que intelectual. Davi não tem em mente aqueles que não possuem inteligência suficiente para descobrir Deus... ele tinha em mente aqueles que simplesmente rejeitaram a Deus.”[20]

 

Salmo 14: As correções que os ímpios devem fazer em seus conceitos

1.Eles precisam corrigir o conceito de que não há Deus (v.1-3)

2.Eles precisam corrigir o conceito de que Deus não se importa (v.4-7)

 

Salmo 15: As bandeiras hasteadas pelos fiéis

A pergunta do Salmo é facilmente respondida quando entendemos o Salmo anterior. Todos pecaram. Ninguém tem o direito meritório de morar com Deus. Somente por causa de Jesus Cristo, o Cordeiro que viria é que os crentes que sacrificam os animais nessa confiança, poderiam receber a salvação pela graça. Hoje compreendemos melhor, pois Cristo já veio e morreu por nós para que pudéssemos experimentar essa vida limpa e santa, pois estamos em Cristo. Esse salmo nos remete ao Salmo 24. Só o Rei da Glória tem a pureza de mãos e pode entrar pelos portões da Santa Cidade (v.1-5).

 

“Por um lado, a pergunta de Davi aqui é figurativa. Embora ele, assim como os filhos de Corá, podiam desejar viver na casa de Deus (Sl 84.2-4, 10), ao mesmo tempo era impossível para ele porque Davi não era um sacerdote.”[21]

 

 

 

Salmo 15: As bandeiras hasteadas pelos fiéis

1.A bandeira da cidadania celestial (v.1)

2.A bandeira da verdade (v.2)

3.A bandeira da paz (v.3)

4.A bandeira da fidelidade (v.4)

5.A bandeira do contentamento financeiro (v.5)

 

Salmo 16: As heranças dos que confiam em Deus

A segurança do salmista não está nas coisas deste mundo, mas em Deus. A companhia dos que têm a mesma segurança dá satisfação ao salmista. Em contraste, os que buscam os ídolos trazem muito sofrimento para si próprios. A gratidão e a alegria também estão latentes neste salmo (v.1-11).

 

“É fácil perceber a que essas expressões se referem. Nenhum sacrifício podia expiar o pecado e nem satisfazer a consciência culpada. Se os sacrifícios debaixo da lei fossem oferecidos por Israel com os olhos da fé em Jesus, então, esses satisfaziam e consolavam. Mas, sem isso, não era possível que o sangue de touros e bodes pudessem levar embora o pecado (Hb 10.4)... Cristo nunca, em todo o seu ministério, referiu-se aos sacrifícios da lei, mas com um olho no sacrifício Dele próprio (Mt 20.28).”[22]

 

Salmo 16: As heranças dos que confiam em Deus

1.O próprio Senhor como herança (v.1-6)

2.A vida eterna como herança (v.7-11)

 

Salmo 17: A superioridade da justiça de Deus em relação às injustiças deste mundo

O salmista confia na justiça de Deus. Ele não está se exaltando como perfeito, mas naquilo que Deus exige ele está andando conforme a luz recebida. Sendo assim, não é pretensão esperar pela justiça. O mundo tem uma certa justiça mínima e espera-se que ao agir de modo correto, essa justiça terrena será coerente. É o mesmo que Paulo afirmou em Romanos 13 sobre a autoridade dos governos humanos. Porém, sendo que muitos não andam de acordo com o bom senso, o crente precisa se proteger neste mundo atrás da oração, pedindo ao Senhor que prevaleça contra as injustiças deste mundo (v.1-15).

 

“Que belo contraste é desenhado aqui entre os homens do mundo e os seguidores do Senhor! Os dos mundo têm sua porção nesta vida. É todo o seu desejo; tudo cobiçam; tudo o que podem desfrutar. Dos tais, os seguidores do Senhor dizem: que o bom Senhor que guarde. Que Jesus e suas bênçãos sejam minhas; e assim, desfrutando pela fé da doçura de seu amor aqui, eu ressuscitarei para o prazer completo Dele e para a sua salvação por toda a eternidade.”[23]

 

Salmo 17: A superioridade da justiça de Deus em relação às injustiças deste mundo

1.A justiça de Deus prova pelo fogo (v.1-5)

2.A justiça de Deus protege os que se refugiam nela (v.6-9)

3.A justiça de Deus provoca os insensíveis a esta justiça (v.10-15)

 

 

Salmo 18: Os impactos de Deus

Davi estava sendo perseguido por Saul, mas o Senhor o livrou. É um grande exemplo para quando estivermos em apertos diversos da nossa vida. Considerar Deus como refúgio, escudo e rocha não é um grande exercício mental, mas apenas a constatação daquilo que lemos por toda a Palavra Dele, a qual deve ser nossa confiança e prática. Davi passou bem perto da morte naqueles dias. Não há desespero e medo que não sejam vencidos pela presença de Deus. Davi reconhece que a mão de Deus agiu poderosamente ao libertá-lo. Davi estava andando conforme a Palavra e, por isso, esperava a justiça do Senhor. Embora Davi não tenha ferido Saul, ele feriu muitos outros inimigos. A vitória era sempre do Senhor e não de Davi. Assim deve o servo de Deus reconhecer cada livramento e vitória em sua vida. Os estrangeiros se curvavam a Davi. Exemplo bem claro foram os filisteus que deram abrigo para Davi e aceitavam a liderança dele (v.1-50).

 

“Davi olha para trás com gratidão a respeito das grandes coisas que Deus tem feito por ele. Ele não tinha apenas forjado o livramento, mas deu a ele vitória e sucesso, fazendo-o triunfar sobre aqueles que pensavam triunfar sobre ele. Quando nos dispomos a louvar a Deus pela misericórdia, devemos ser levados a observar muito mais com quanto temos sido cercados todos os nossos dias. Muitas coisas contribuíram para o avanço de Davi e ele tinha a mão de Deus sobre ele para nos ensinar a fazer semelhante, relembrando vários passos pelos quais fomos levantados para nosso sucesso.”[24]

 

Salmo 18: Os impactos de Deus

1.O impacto sobre a morte e o moribundo (v.1-15)

2.O impacto sobre o perseguidor e sobre o perseguido (v.16-24)

3.O impacto sobre o ímpio e sobre o justo (v.25-30)

4.O impacto sobre o rei Davi (v.31-50)

 

Salmo 19: As autoridades de Deus sobre a terra

Este salmo é um belo hino a Deus por sua Criação. Não podemos confiar e cantar um hino à criação de Deus. Isso seria panteísmo, animismo e outros tipos de idolatria que os ecologistas e naturalistas tentam fazer ao exaltar o que o eles chamam de “Mãe Natureza”. O próprio vegetarianismo e veganismo podem trazer consigo a ideia de não se alimentar de gordura animal porque os animais são um conosco. Paulo nos ensinou a rejeitarmos essa heresia em 1 Timóteo 4.1-5. Este salmo, além de exaltar a beleza da criação de Deus, exalta a Palavra Dele (v.1-14).

 

“Das coisas que são vistas a cada dia no mundo todo, o salmista, nesses versos, nos leva à consideração das coisas invisíveis de Deus, as quais são evidências incontestáveis, cuja glória brilha transcendentemente nos céus visíveis, a estrutura e beleza delas e a ordem e influência dos corpos celestes.”[25]

 

Salmo 19: As autoridades de Deus sobre a terra

1.A natureza (v.1-6)

2.A Sua Palavra (v.7-14)

 

 

 

Salmo 20: As petições em favor do ungido do Senhor

 

“Como outras composições de Davi em tais relações, seus sentimentos têm um valor permanente – a prosperidade do reino de Cristo está envolvida, bem como tipificada, em Israel e em seu rei.”[26]

 

1.É um salmo de Davi falando dele mesmo ou de cantores que fizeram para Davi, mas é também um salmo que se refere ao Messias. É uma petição antes de sair para a guerra, talvez, contra os amonitas e sírios (2 Sm 10.6,18). É um salmo messiânico, pois fala do Messias e Seu sofrimento. Aquele que ama o rei ora pelo rei. Os súditos de Davi oravam por ele quando saía para as batalhas. Nós não oramos por Jesus, mas oramos a Jesus. O rei era tratado como o ungido do Senhor, pois recebia do sacerdote a unção de óleo, representando a autoridade de Deus dada ao rei. O Messias é o ungido do Senhor. As palavras “Messias” no hebraico e “Cristo” no grego significam “Ungido”.

 

2.As igrejas consideram os pastores como ungidos de Deus para o ministério de cuidar do rebanho. Isto não pode estar errado, visto que eles têm a autoridade de Deus e os crentes devem considerá-los na mais alta estima. Portanto, temos como ungidos o rei, o Messias e os líderes espirituais na igreja. Os súditos do rei oravam por ele quando este saía para as batalhas. Jesus orou por Si mesmo no Getsêmane para a maior batalha de Seu ministério terreno. A igreja deve orar por sua liderança, pois enfrentam batalhas. O ungido precisa de proteção de Deus e das orações do povo.

 

3.Os súditos de Davi oravam para que Deus o ajudasse nas batalhas. Há muitos perigos e armadilhas. O rei vitorioso trará vitória à nação, mas o rei derrotado será ruína nacional. O Deus que livrava Jacó era o mesmo que livrava o rei. O Senhor Jesus Cristo no jardim do Getsêmane não tinha companheiros de oração, pois estavam dormindo. A angústia Dele era tanta que suava gotas de sangue. O Deus que atendia Jacó e Davi era o mesmo que confortou Jesus. A igreja deve orar pela segurança de seus líderes. Há muitas decisões difíceis que envolvem outras pessoas. Há também a ação do inimigo que é contrária aos líderes espirituais. Quando o rei Davi estava nas batalhas ele poderia olhar para o lado de Jerusalém e saber que de Sião vinha o seu socorro. Ali estava a casa de Deus e o povo orando por ele. O Senhor Jesus no Getsêmane se voltou para os discípulos e estes estavam dormindo. O socorro Dele não viria através das orações dos discípulos, mas do próprio Pai. Os líderes espirituais da igreja deveriam ser amparados com as orações dos crentes. Na igreja e nas casas a oração pelo pastor e pela liderança deve estar presente. O rei oferecia sacrifícios e ofertas para Deus. O povo ora para que o Senhor Se lembre da submissão do rei e conceda-lhe vitória. O Senhor Jesus entregou Sua vida durante todo o Seu ministério e, agora, no Getsêmane estava desamparado pelos discípulos e ficaria desamparado pelo próprio Pai na cruz. Será que há pastores abandonados por suas ovelhas? Ele cuida das ovelhas e estas lhe dão o suprimento e agasalho. Quando o rebanho se esquece de Seu pastor é como se o ministério dele não tivesse resultado, mas mesmo quando o ungido do Senhor é desprezado pelos homens jamais será abandonado pelo Senhor (v.1-3).

 

4.Se o coração do rei for reto diante de Deus esta oração tem muito proveito. O desejo do povo é que Deus atenda aos desejos do coração do rei que é o mesmo desejo do Senhor (veja Salmo 37.4). Deus concedeu a Jesus todos os Seus desígnios. O desejo de Jesus era fazer a vontade de Deus, ainda que tivesse que provar o cálice da ira de Deus sobre o pecado. No Getsêmane, Jesus não queria fugir da vontade de Deus, mas pelo contrário fazer exatamente aquilo que Deus queria que Ele fizesse. O coração do líder espiritual está cheio de desejos, os quais são relacionados com o reino de Deus. Se o coração do pastor é reto diante de Deus ele quer ver pessoas se convertendo, crentes amadurecidos servindo na obra de Deus, a igreja investindo no trabalho missionário e os crentes dando bom testemunho diante do mundo. O rei fazia votos ao Senhor e o povo se alegrava junto com ele por ver os votos cumpridos e a vitória ganha. Os súditos levantavam pendões, pequenas bandeiras homenageando o rei e glorificando a Deus. O Senhor Jesus Cristo veio para salvar os pecadores e cumpriu toda a Sua missão. Nós nos alegramos com Ele por ter vencido a morte e resgatados a muitos. A obra de Jesus ainda não encerrou, pois continua com o Espírito Santo neste mundo através da Igreja. Devemos levantar o “pendão real” e o “Estandarte” da Igreja. Os crentes devem se alegrar com os seus líderes espirituais. As vitórias dos líderes é a vitória da Igreja, pois assim se cumpre a vontade de Deus e o ministério que eles têm recebido. Os dias são angustiosos e maus, mas os servos do rei oravam por ele. Ninguém orou por Jesus no Getsêmane e, hoje, os crentes devem orar pelos seus guias espirituais (v.4-5).

 

5.O que se aplica ao rei Davi também se aplicou a Jesus e, hoje, se aplica aos líderes espirituais na igreja. As petições são para que Deus ouça o Seu ungido no dia da angústia, mas por outro lado que o ungido do Senhor aprenda a confiar no Senhor nos momentos difíceis. Algumas vezes, mesmo sabendo que Deus está no controle de tudo e que Ele dará um escape, o servo de Deus fracassa em confiar na vitória do Senhor. É claro que há um incentivo do inimigo por trás de toda a incredulidade, por isso, devemos orar que Deus dê fé para os nossos líderes. Os discípulos pediram a Jesus que Ele lhes aumentasse a sua fé (v.6).

 

6.O rei saía com carros e cavalos, mas a sua confiança deveria estar no Senhor e não no exército. É tentador olhar para os nossos recursos e confiarmos nessa força, mas não há vitória sem que o Senhor vá adiante da batalha. Os que montam os cavalos e estão sobre os carros de guerra caem, mas o Senhor mantém de pé aqueles que, de fato, confiam no Senhor e não nas próprias forças. O rei Davi tinha muitos súditos orando por ele. Os líderes espirituais precisam desse acompanhamento em oração. Davi relacionava a oração pelo rei com a resposta aos súditos. Quem não ora pelos seus líderes espirituais não deve se admirar se as suas orações não estão sendo atendidas. A igreja que possui líderes fortes terá uma vida espiritual sadia com edificação diária e vitórias em oração. Pode ser esta a chave para que igrejas fracas saiam dessa situação que não glorifica a Deus. Os resultados são espirituais e logo aparecerem (v.7-8).

 

Salmo 20: As petições em favor do ungido do Senhor

1.Para que Deus ouça o ungido no dia da angústia (v.1-5)

2.Para que o ungido confie no Senhor nas batalhas (v.6-9)

 

Salmo 21: As assistências de Deus a favor do rei

1.Deus assiste ao rei em toda a sua vida. O rei Davi que escreveu este salmo sempre foi bem assistido por Deus. Jesus Cristo, o Messias, o rei de Israel, também recebeu toda a assistência do Pai enquanto estava no ministério na terra. Nós temos recebido de Deus toda a assistência, também. Em um país que sofre por falta de assistência completa na área da saúde, educação e segurança como é o nosso querido Brasil, este salmo é uma segurança, pois Deus é maior do que qualquer governo e povo. Nele temos tudo.

 

2.O dom da vida deve ser celebrado como uma dádiva divina. Muitos amam a vida, mas sua atenção está focalizada em um objetivo errado. A vida não pode ser guardada para si mesmo. O mundo de prazer egoísta ensina que cada um deve ser feliz como puder e fazer de tudo para conseguir a felicidade. A Palavra de Deus nos ensina a viver para Deus e Ele nos ensinará como ser útil para as outras pessoas. Nisto estará a nossa realização. Na vida é preciso força e esta força está somente no Senhor. O pensamento humanista está cheio de exaltação ao homem e sua força. Paulo disse para Timóteo ser forte na graça que há em Cristo. O rei se alegra na força do Senhor e na Salvação. Deus nos deu vida física para encontrarmos a vida em Cristo que é a Salvação. A vida física sem a vida espiritual é infrutífera e leva à perdição eterna. Portanto, a força é o poder de fazer algo, a alegria é a motivação para a vida, independente das circunstâncias e a salvação é a segurança da vida e esperança de vida eterna (v.1).

 

3.Deus assiste ao rei satisfazendo os desejos do seu coração. No salmo 34 aprendemos sobre ter os desejos satisfeitos agradando-nos do Senhor. Deus responde as nossas orações quando nos agradamos Dele. Não precisamos viver uma vida frustrada, pois podemos receber toda a assistência do nosso Deus. Ele é o doador da vida física, da vida espiritual e responde todas as nossas petições (v.2).

 

4.Deus nos assiste com bondade. Ele supre bênçãos, sendo que a Sua bondade está presente em tudo o que Ele faz por nós. A coroa de ouro puro é um ornamento indispensável para todo rei. A coroa do crente é de ouro puro porque reflete a majestade de Cristo. Ele nos coroa de vitória contra a carne, contra o mundo e contra Satanás (v.3).

 

5.O rei Davi pediu vida para o Senhor e Ele deu em abundância. Porém, Davi em certo momento disse que a graça de Deus é melhor do que a vida. Salomão pediu sabedoria e Deus deu sabedoria, riquezas e longevidade. A longevidade de Davi é para sempre porque o Tabérnaculo caído de Davi será reerguido. O Milênio será o reino de Davi. Como o reino é sem fim, entendemos que o Estado Eterno seja a continuidade sem fim das promessas de Deus a Davi e Seu povo. O que temos pedido ao Senhor? A glória da Salvação do Messias é grande. Ela se estende por todo o mundo. O Senhor Jesus é vestido de glória e de salvação. Nele temos tudo o que advém da bendita esperança. Somos vestidos Dele. Temos perdão e comunhão, confiança e segurança. A salvação é para ser lembrada todos os dias (v.4-5).

 

6.Deus colocou Davi por bênção para a nação de Israel e o encheu de alegria, mas o mesmo aconteceu com o Messias. Jesus Cristo é o cumprimento das promessas de Deus para Abraão e para todas as famílias da terra. Jesus é a bênção e a alegria deste mundo perdido. Esta correta a letra do famoso hino “Jesus, alegria dos homens” (v.6).

 

“A glória e bênção do rei como cabeça de sua linhagem, incluindo Cristo, bem como seu servo especialmente escolhido de Deus, excede a todos os outros.”[27]

 

7.Além da vida física e espiritual, Deus oferece proteção ao rei e a todos os que Nele confiam. O rei pode cair, como, lamentavelmente, aconteceu com Davi, porém, Ele mesmo levanta. O justo não fica prostrado, pois o Senhor o acolhe. Deus nos assiste não permitindo que vacilemos. O rei Davi teve a proteção de Deus em suas batalhas. O próprio Deus buscava os inimigos e os destruía. Não é a mão poderosa do rei e de seu exército que habilita para a guerra e que conquista a vitória, mas a misericórdia de Deus a favor do rei. O ódio dos perseguidores vai além do rei ou dos crentes, mas é um ódio continuado, ou seja, o ódio contra Deus e Sua Palavra (v.7-8).

 

8.Deus queimará os inimigos, assim como eles tentam consumir os crentes. Os inimigos do rei Davi sofreram as consequências por perseguirem o servo do Senhor. Os soldados de Nabucodonozor caíram na fornalha ardente preparada para Sadraque, Mesaque e Abdnego. O Anticristo e o Falso Profeta serão os primeiros a serem lançados no Lago de Fogo. A promessa de proteção de Deus é eterna. Pode haver martírio, mas haverá vingança divina (v.9).

 

9.Deus já apagou algumas descendências da terra por terem feito mal ao povo de Deus e por terem rejeitado as Suas promessas. Moabe, Amom, Edom, Sodoma e Gomorra e outros. A sensação de poder e bem-estar acabam quando Deus se manifesta entre os homens. Satanás e os perseguidores do povo de Deus são limitados em suas armadilhas. A palavra urdir significa “construir teia”. A aranha fabrica cuidadosamente os fios para esperar os insetos. Satanás coloca obstáculos maliciosamente construídos para alcançar o crente, mas Deus livra o crente que está em comunhão e, de modo misericordioso, livra até o crente desobediente, às vezes (v.10-11).

 

10.Os inimigos voltarão as costas para o Senhor quando Ele apontar as Suas flechas. O melhor sentido se dá ao acrescentar na tradução a palavra “quando”. Fica para os estudiosos do hebraico verificar se isto pode ser feito. A razão dos inimigos fugirem seria a mira do arco de Deus contra eles. É verdade que mesmo que fujam o arco de Deus sempre estará contra os seus rostos, seja isto logo ou mais tarde. O importante saber com certeza é que Deus dá toda a assistência para o crente perseguido. O rei quer que o Senhor mostre a Sua força para exaltá-Lo. O crente quer que Deus manifeste o Seu poder, não com o objetivo egoísta de ser poderoso, mas para se fortalecer somente em Sua graça e aprender a louvá-Lo melhor. A música é a expressão favorita dos salmos para engrandecer a Deus por Sua assistência. Alguém pode ser abandonado por família, igreja, sociedade ou país, mas em Cristo Jesus há toda a assistência (v.12-13).

 

Salmo 21: As assistências de Deus a favor do rei

1.A assistência de Deus dando vida (v.1-6)

2. A assistência de Deus dando proteção (v.7-13)

 

Salmo 22: Os zombadores de Cristo e a resposta dada a eles

1.Do ponto de vista dos zombadores Cristo foi um fracasso. Ele foi pobre, rejeitado, preso e morto como um criminoso. O reino prometido não foi estabelecido e os discípulos eram de nascimento humilde e, além disso, cheios de falhas e incredulidades. A resposta aos zombadores é que Cristo estava salvando e constituindo um povo forte chamado Igreja. A ressurreição é a resposta mais eficiente para os zombadores. Através da ressurreição de Cristo e a vinda do Espírito Santo a Igreja se tornou a instituição mais poderosa na terra. Através da Igreja as pessoas encontram a salvação em Cristo. Ele vive em todos os que Nele creem. O salmo 22 fala da fraqueza do Messias por causa da morte, mas responde com a poderosa ressurreição.

 

2.”Aijeleth Shahar” provavelmente é um instrumento musical ou um “lamento”. A primeira parte é triste, pois fala do sofrimento do Messias. Parece que Ele é tão frágil. Como pode ser Ele o nosso salvador? A resposta é simples. Ele estava carregando o peso do pecado que era nosso. Deus não pode olhar para o pecado. Jesus Cristo, na cruz, foi feito pecado por nós. Jesus não deixou de ser Deus naquele momento e não deixou de ser homem. Portanto, o seu sofrimento era real, bem como o seu abandono (v.1).

 

“O sofredor se sente rejeitado por Deus; o sentimento da ira divina o envolveu completamente; e ainda assim, ele sabe que está ligado a Deus no temor e amor; sua condição presente desmente a natureza real de seu relacionamento com Deus; e é exatamente essa contradição que o leva à queixa, a qual sobe do mais íntimo: Por que me abandonaste? Mas apesar desse sentimento de deserção de Deus, a ligação de amor não é quebrada.”[28]

 

3.O Senhor Jesus clamou de dia e de noite. À noite foi no jardim do Getsêmane e de dia na cruz. Ele aceitou a vontade do Pai. Ele não poderia fugir desse momento, pois Ele veio para isto, porém, não foi um momento fácil. Jesus jamais blasfemou contra o Pai. Ele foi submisso em todo o tempo. O clamor não significa insubmissão, por isso, devemos clamar mais em nossos momentos de angústia. Deus sempre nos ouvirá, seja nos libertando ou dando graça para passarmos por aquele sofrimento. Deus sempre estará no Seu trono santo e de glória. Junto com o clamor deve existir o louvor, senão a oração ficará muito amarga (v.2-3).

 

4.Os patriarcas todos passaram por momentos difíceis. Às vezes ficaram firmes, mas outras vezes, falharam em sua fé. O Senhor Jesus Cristo sempre se manteve fiel ao Pai. Deus sempre nos ajudará. Jamais ficaremos confundidos, até mesmo em nossa fraqueza e incredulidade Ele nos socorrerá. Jesus não está reclamando de sua posição. Sendo homem, Ele foi perfeito. Sendo Deus, Ele é glorioso. Na cruz Ele se tornou um homem desfigurado e não se parecia nada com Deus. A cruz retrata uma fraqueza de aparência, mas é na rude cruz que está a vitória do crente. Enquanto alguns desprezam e zombam, outros se fortalecem com a mensagem da cruz (v.4-6).

 

5.As pessoas faziam caretas de desprezo ao Senhor da glória naquela cruz. Não havia como responder satisfatoriamente. A cruz só revelava zombaria. Era uma mistura de dó com desprezo. Talvez, alguns pensaram que foi um desperdício de tempo e um rumo errado da fé crer naquele homem na cruz. Aquele não poderia ser Deus, alguns zombavam. Se Deus estivesse com Ele como tantas vezes Ele afirmou, por que não O livrava? Não havia resposta naquele momento que pudesse convencer os espectadores. O nascimento de Jesus foi sobrenatural e também o modo como Ele foi protegido na sua meninice. Herodes não conseguiu matá-Lo. Deus não o abandonou em nenhum momento e não seria agora que o Senhor Jesus ficaria totalmente desamparado. O momento da cruz era cruel, mas estava nos planos do Pai, pois era o castigo do pecado que nos traria a paz (v.7-10).

 

6.Em todos os caminhos de Jesus na terra, Ele jamais experimentou essa separação. A agonia que o fez transpirar gotas de sangue no jardim do Getsêmane era exatamente este momento. A separação do Pai causou Nele muita agonia. Ele ficou separado para que nós fôssemos aproximados do Pai. Basã era um local de muitos pastos e lindos rebanhos. Os touros que rodeavam Jesus eram os sacerdotes, os fariseus e toda a hostes demoníaca que zombava daquele momento. A agonia de Jesus foi física, emocional e espiritual. As zombarias e blasfêmias se assemelhavam a ferocidade do leão que não tem piedade de sua vítima. O Senhor Jesus não respondeu nenhuma das zombarias feitas a Ele enquanto estava na cruz (v.11-13).

 

7.Jesus se derreteu de suor de sangue no Getsêmane e de suor na cruz. Ele estava se desidratando. As costelas dele apareciam por causa do estiramento na cruz. O coração dele estava derretido diante de tanta zombaria. Era muito peso para um inocente. Ele estava carregando os nossos pecados. Jesus estava como um barro ressecado pronto para se quebrar. A sede dele era tanta que a boca ficava seca. A morte estava visitando o mestre para levá-lo. Que derrota parecia aquela cena! Os homens maus eram os cães que Jesus falou. Estavam como cachorros do mato rodeando a carniça. As mãos e pés de Jesus foram furados com enormes pregos. Somente os piores criminosos recebiam pregos (v.14-16).

 

8.Jesus não deveria ser um homem obeso, pois o estiramento de seu corpo fez com que os ossos das costelas ficassem à vista. Tantos os ossos como os espectadores olhavam para Jesus com desprezo. Era uma cena humilhante. A zombaria ficou clara quando sorteavam sua roupa. Pegar a roupa de alguém é uma grande provocação em qualquer cultura. Jesus, o Filho de Deus, via aquilo calado e triste, sempre consciente (v.17-18, João 19.23-24).

 

9.Ninguém poderia ajudar Cristo. Ele que ajudou tantas pessoas que O assistiam recebia em troca zombarias. Não era o momento de uma revolução contra os fariseus. Aquele cálice deveria ser bebido totalmente. O fim do cálice era o máximo da humilhação e zombaria. Jesus só tinha ao Pai a quem clamar, mas Ele não poderia ser atendido, pois para aquele momento é que Ele veio ao mundo. Jesus não seria morto pela espada. A cruz servia para intensificar a dor da vítima. A espada seria um alívio. Jesus estava se referindo à língua dos malfeitores. A língua é uma espada afiada. Os cães e as espadas feriam Jesus. Os malfeitores e suas blasfêmias afligiam sua predileta, ou seja, sua vida (v.19-20).

 

10.Fauces do leão significa garganta do leão. Os leões e os búfalos dão medo naquele que está sendo perseguido. Jesus estava sendo atormentado pelos zombadores. Deus não parou os anciãos de Israel. Os religiosos blasfemavam e o povo concordava. Realmente não há resposta para os zombadores no momento da cruz. Tudo parecia derrota, mas a resposta viria com todo o poder. A cruz terminaria com a morte, mas isto não impediria de Jesus Cristo continuar a Sua missão na terra por mais 40 dias até voltar ao lar celestial. Nós os que cremos somos os irmãos de Jesus. Nós continuamos o louvor de Jesus na terra (v.21-22).

 

11.O povo de Israel tem motivo para louvar a Deus, pois o Messias triunfou. Infelizmente, muitos de Israel não creram na mensagem de Jesus Cristo e deverão sofrer por sua rejeição, mas um dia todo o Israel reconhecerá Cristo Jesus como o Messias. Enquanto isso, a Igreja reconhece Jesus como salvador e O louva. Será que Jesus ficou sem resposta para dar aos zombadores? Será que as orações Dele na cruz não foram respondidas? É claro que o Pai respondeu. A vitória da cruz está no fato de Jesus sorver todo o cálice até o fim. Ele não desistiu de nos resgatar, por isso, suportou toda a dor e zombaria da cruz. Se em um momento Deus ocultou o rosto foi por causa de nossos pecados sobre o Seu filho, mas a resposta veio com a ressurreição. O Pai ama o Filho e a todos os que creem Nele (v.23-24).

 

12.Jesus cumpriu os seus votos que foram morrer por nós e nos salvar. Ele deu a vida completamente em nosso favor. Nós jamais poderemos pagar tão grande amor, porém, devemos viver para Ele nesta terra, pois viveremos para Ele na Sua presença eterna. Os que participam de Jesus na Sua morte certamente participam de Sua ressurreição. Se fomos sepultados com Cristo também vivemos com Ele. O Senhor não nos deixa na aflição para sempre. O socorro vem Dele, nós nos fartamos de sua salvação (v.25-26).

 

13.No reino do Senhor Jesus Cristo todas as famílias serão reunidas. Por enquanto, a Igreja representada por judeus e gentios cumpre o Seu propósito de anunciar aos confins da terra a Sua salvação. A ressurreição de Cristo possibilitou a nossa salvação e a esperança para as nações. Um dia todos os moradores da terra reconhecerão Jesus como o Senhor da terra. Muitos já O reconhecem voluntariamente, sejam ricos e nobres ou pobres e sem importância para a sociedade. Não há ninguém que pode preservar a própria vida e nem voltar da morte, mas em Cristo Jesus todos seremos transformados e ressuscitaremos no mesmo poder com o qual Ele ressuscitou (v.27-29).

 

14.Se as pessoas servirão a Cristo é porque Ele não ficou no sepulcro, mas ressuscitou. Todos os homens de importância morreram e continuaram em seus túmulos, mas somente Cristo Jesus ressuscitou. Esta é a resposta aos zombadores. Todos terão de se ajoelhar diante Dele. Os crentes que louvam voluntariamente ao Senhor são testemunhas de Seu poder. A nossa resposta aos insultos, hoje, é o túmulo vazio. É verdade que na cruz não havia o que dizer, a humilhação era evidente e as zombarias ficaram sem resposta. Quando Jesus ressuscitou a resposta foi dada à altura das zombarias. Ele não desceu vivo da cruz, mas se levantou poderoso do túmulo. Ele vive! (v.30-31).

 

Salmo 22: Os zombadores de Cristo e a resposta dada a eles

1.Eles zombam da morte de Cristo (v.1-21)

2.A ressurreição é a resposta à zombaria (v.22-31)

 

Salmo 23: O zelo do Bom Pastor para com seu rebanho

1.Este salmo é o mais querido de todos os crentes. Está presente nos leitos de doença e morte, nos quadros, nos filmes, na boca até daqueles que não conhecem a Deus e o Seu amor. Até os que não leem a Bíblia conhecem este salmo. O rei Davi sabia muito bem do que estava falando, não que dependesse disto para escrever este salmo, pois Deus é Quem inspirou a Sua Palavra. Davi era pastor de ovelhas e sabia conduzir um rebanho em segurança. Ele lutou com leão e urso para salvar as suas ovelhas. Jesus Cristo é apresentado como o Bom Pastor que dá a Sua vida pelas Suas ovelhas. Alguns defendem que o salmo 22 é o salmo do Bom Pastor, pois é a profecia da morte do Messias. Mas não erramos teologicamente em afirmar que o salmo 23 seja, de fato, o salmo do Bom Pastor que além de se sacrificar pelas ovelhas cuida delas no dia a dia. O Bom Pastor é zeloso para com o seu rebanho

 

2.Se estamos vivos é porque o Bom Pastor está cuidando de nós. Ele é Quem nos sustenta. Ninguém produz sustento se das mãos do Bom Pastor não vem a força e trabalho. Às vezes podemos passar por privações e necessidades, mas em Cristo Jesus o crente tem tudo o que precisa para viver. O rei Davi passou por necessidades fugindo de seus inimigos, mas a casa do Senhor proveu os pães da proposição para ele e seus homens. Outra vez ele pediu comida para Nabal. Abigail providenciou o alimento para Davi e seus homens. O Bom Pastor alimenta o seu povo. Jesus é o pão que caiu do céu. Ele alimentou os cinco mil com apenas cinco pães e dois peixes (v.1).

 

3.O Bom Pastor dá refrigério no dia a dia para o seu rebanho. As lutas são intensas, as ansiedades consomem, mas a qualquer momento temos águas tranquilas em Cristo Jesus. Davi teve uma vida agitada e cheia de batalhas, mas encontrava na casa de Deus o repouso para a sua alma. Nós encontramos na Palavra, na Igreja com os irmãos e na oração o descanso para os nossos dias atribulados. O Bom Pastor sempre cuida de suas ovelhas pensando obter delas lã e carne. A nossa vida é pastoreada pelo Sumo Pastor, Jesus Cristo, para que Ele consiga tudo o que desejar de nós. A nossa vida deve ser um sacrifício vivo para Ele, uma entrega diária. O quadro precisa sair do romântico pastorear de ovelhinhas às margens dos ribeiros para um altar de sacrifício, de um rebanho de carneirinhos na grama verde para um galpão de tosquia. O caminho que o Pastor nos conduz é um caminho de justiça, mas não significa que é fácil. Neste mundo, todos os que quiserem viver de modo justo passarão por dificuldades, mas por amor do nome do Bom Pastor teremos refrigério de alma. O zelo do Bom Pastor é visto no cotidiano de nossas vidas (v.2).

 

4.A morte é o tormento da mente daqueles que não tem esperança. Eles simplesmente se consomem de angústia sobre este tema ou fingem que a morte nunca os afetará e tentam distrair suas mentes do vale da sombra da morte. Aquele que tem sua vida depositada nos braços do Bom Pastor não teme o seu fim ou o seu futuro. Nenhuma ovelha deveria se enganar de que o seu fim é a morte. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte do justo. O consolo do Bom Pastor estará conosco naquele momento difícil. A certeza de vida eterna nos faz descansar no cajado do Bom Pastor. Este vale seria sombrio sem a Presença constante do Bom Pastor, mas com Ele estaremos seguros e confortados (v.3-4).

 

“A vara, a qual o pastor mantém para guiar o rebanho, e sobre a qual ele se inclina e ansiosamente observa o rebanho, tem assumido uma dupla forma. Essa vara e cajado na mão de Deus o conforta, por exemplo, preservando o sentimento de segurança e, portanto, um espírito alegre.”[29]

 

5.O maior inimigo a ser vencido é a morte e em Cristo já vencemos este carrasco. Davi voltava de suas vitórias com os despojos e inimigos com criados esperando o seu exército com banquetes. Os inimigos ficavam diante das festas, mas sem poder participar delas. A cabeça do rei era ungida em sinal de honra pela vitória. O cálice do rei era o primeiro a ser servido. Havia vinho transbordante em seus cálices. O Bom Pastor cuida do nosso cotidiano, cuidará do nosso futuro e o nossos últimos dias nesta terra, mas graças à Sua maravilhosa graça Ele também zela por nossa eternidade. Aquele que tem a Sua fé depositada no Bom Pastor viverá para sempre. Ninguém nos arrebatará de Seus braços ternos. O zelo do Bom Pastor é que nos sustém. Ele cuida da nossa vida diariamente. Todos os detalhes dos nossos planos devem ser colocados diante do Bom Pastor. O zelo do Bom Pastor é que nos susterá no final de nossa vida. A confiança do crente deve estar sempre em Cristo Jesus e não nos homens. O zelo do Bom Pastor é que nos dará vida eterna consigo mesmo. Habitaremos para sempre com Ele. A nossa casa está preparada por Ele (v.5-6).

 

Salmo 23: O zelo do Bom Pastor para com seu rebanho

1.O Bom Pastor zela pelo dia a dia do seu rebanho (v.1-3)

2.O Bom Pastor zela pelo futuro do seu rebanho (v.4)

3.O Bom Pastor zela pela eternidade do seu rebanho (v.5-6)

 

Salmo 24: Os oásis encontrados em Deus

1.O rei Davi comprou um campo em Jerusalém. Este campo era de um homem chamado Araúna, jebuseu. Davi trouxe a arca da aliança para aquele lugar o qual se tornou um lugar de adoração, pois não havia o templo, ainda. O Salmo 24 provavelmente foi escrito quando Davi mandou trazer a arca da casa de Obede-Edom para o campo de Araúna, também conhecido como Monte Moriá. O povo estava sem a arca da aliança, ou seja, sem o símbolo da presença de Deus. Assim também o mundo está num deserto espiritual e precisa reconhecer que Deus é um oásis para a sua sede. “Dois terços da população do deserto do Saara vive no Oásis”[30]. Oásis são lugares de água permanente no deserto. São dádivas de Deus para lugares castigados. Qualquer habitante do deserto precisa morar ao lado de um oásis para sobreviver.

 

2.A humanidade está em grande sequidão e precisa encontrar Deus para saciar a sua sede e ter vida. Mas, o fato é que encontramos muitos incrédulos que acreditam em Deus, então, por que ainda estão sedentos? No deserto existe um fenômeno chamado “miragem”. Muitos pensam que miragem não passa de um delírio do observador, mas não, é um fenômeno com explicação científica. A densidade do ar diminui acima do chão e o sol passa a refletir abaixo desse ponto de calor, fazendo parecer que existe água. Vemos isso na estrada em dias quentes. Levando essa ilustração para o nosso assunto, a humanidade perdida não consegue ver Deus realmente, mas apenas um reflexo enganoso. As pessoas só podem se saciar com um oásis e não com uma miragem. Todo deserto do mundo possui pelo menos um oásis. O mundo pode ter em Deus vários oásis. Neste salmo vermos três oásis encontrados em Deus. Deus é o único que pode satisfazer a sede espiritual da humanidade e providenciar oásis.

 

3.Este é um oásis que precisa ser apresentado para o homem logo no início da evangelização. As pessoas estão confusas sobre a origem do universo e a origem do homem. Existem muitas mentiras e crendices sobre este assunto. A maravilhosa história de Adão e Eva é rejeitada como fábula. Mas a Palavra de Deus afirma que a terra e tudo o que nela há pertencem ao Senhor. Os habitantes também pertencem ao Senhor. Ele é o Criador (v.1).

 

4.Deus fez a terra nos mares. Toda a água do planeta terra foi feita por Deus. Muitos crentes, infelizmente, começaram a especular sobre a vida em outros planetas. A Bíblia não reconhece nenhum planeta habitado. Toda a atenção de Deus para a sua criação está no planeta terra. Há muito sobre a Criação que o mundo precisa saber. As pessoas têm sede e nesse oásis há muita água e suprimento. Deus é o Criador. Se não quisermos que os nossos filhos fiquem sedentos devemos ensiná-los sobre o Deus criador, pois nas escolas este oásis é rejeitado. Os livros são baseados na mentira dos delírios de Charles Darwin. Qualquer evangelismo para ser completo precisa dar uma boa ênfase no Deus Criador (v.2).

 

5.Mas saber que Deus é o Criador não satisfaz totalmente a sede do pecador. Assim, como saber que existe algum oásis em alguma parte do deserto não satisfaz o viajante. Ele precisa beber a água do oásis. Nem todos chegam ao oásis, muitos morrem antes. O salmista pergunta sobre quem estará no monte do Senhor. Quem subirá até o Monte Moriá para ver a presença de Deus através da arca da aliança? (v.3).

 

6.Somente os arrependidos de seus pecados podem se encontrar com o Senhor. A limpeza acontece quando o pecador crê no Salvador. Este é outro oásis encontrado em Deus que é a Salvação em Seu Filho Jesus Cristo. O oásis só serve para o sedento, assim como só precisa de um Salvador aquele que está perdido. Enquanto não mostrarmos para as pessoas que elas estão perdidas em seus pecados, apenas veremos pessoas que querem se divertir nas igrejas, mas que não têm sede alguma pelo Salvador (v.4).

 

7.O viajante que acha um oásis acha a salvação de seu corpo. Aquele que encontra Jesus Cristo encontra a salvação para a sua alma e é justificado de seus pecados. A nossa geração está sedenta, mas será que está encontrando um oásis ou apenas vendo miragens. A miragem é duplamente frustrante. Primeiro, porque não sacia a sede e segundo porque provoca mais lembrança do estado do viajante do deserto. Os falsos profetas prometem oásis para os sedentos, mas só oferecem miragem. O Salvador é um oásis e o versículo nos lembra que a Salvação vem de Israel, pois é o Deus de Jacó. É importante encontrar o oásis de um Deus Criador, mas não se pode ficar sem encontrar o próximo oásis que é o de Deus Salvador. (v.5-6, ver Jd 12 e Jo 4.22).

8.Um oásis serve não apenas para matar a sede do viajante, mas para dar condições de vida para os habitantes. Sim, existem moradores no deserto, mas somente onde há oásis. Eles fazem suas casas e armam suas tendas em volta do oásis. Lá eles criam animais e plantam. Há um oásis que o crente deve encontrar, que está no Deus Rei. Muitos crentes não sabem que reinarão com Cristo no Seu reino. Muitos perdem a bênção das Escrituras que falam do reino de Deus e de Davi. Em Apocalipse capítulo 20 há três referências ao Milênio. Em Ap 1.6 diz que somos sacerdotes e reis (ou reinos). Não há um oásis completo sem o reino de Cristo. Ele é o Criador, o Salvador, mas também o Rei. Jerusalém abriu as suas portas para a entrada triunfal de Cristo, mas logo em seguida clamou por sua crucificação. Um dia as portas da cidade estarão abertas para receber o Messias de Israel (v.7).

 

9.O Rei da glória virá em poder e juízo. Um dia Ele veio como um nenê na manjedoura. Ele é o Deus forte, é Aquele que vence as batalhas. Neste Rei o crente satisfaz a sua sede. O reino de Cristo será um oásis da glória de Deus. A Sua glória cobrirá a terra como as águas cobrem todo o mar, conforme diz em Habacuque 2.14. A humanidade está caminhando num deserto sem fim, mas existem oásis para satisfazer a sua sede. Alguns estão passando pelos oásis como se não precisassem deles. Outros estão seguindo miragens, pensando que elas satisfarão as suas necessidades. Nele achamos o oásis do Deus Criador, o oásis do Deus Salvador e o oásis de Deus Rei (v.8-10).

 

“Nunca devemos nos esquecer que o Antigo Testamento tem a ver com uma revelação incompleta e progressiva e que, se entendemos o seu significado, devemos nos esforçar para verificar a que ponto dessa progressividade as palavras se referem. Não devemos ler essas palavras com o significado profundo e completo do Novo Testamento; devemos tomar essas palavras e tentar descobrir o que significavam a Davi e ao seu povo; assim conseguiremos firmar uma base para qualquer significado mais profundo previsto nelas. O pensamento de Deus, então, nessas palavras é principalmente a força e energia vitoriosa de Deus, um Deus guerreiro, um Rei conquistador, uma dessas palavras é poder que governa entre os exércitos do céu e entre os habitantes da terra.”[31]

 

Salmo 24: Os oásis encontrados em Deus

1.O oásis encontrado no Deus Criador (v.1-2)

2.O oásis encontrado no Deus Salvador (v.3-6)

3.O oásis encontrado no Deus Rei (v.7-10)

 

Salmo 25: Os favores recebidos de Deus

Os pecados da mocidade nos perseguem de tal maneira que, às vezes, nos impedem de prosseguir na obra do Senhor. O salmista pede ao Senhor que, por causa de Sua grande misericórdia, não lembre dos pecados antigos. Isso é algo que Deus já faz. Não precisamos nos preocupar com o que já passou. Os nossos pecados foram lançados no fundo do mar. Os que temem ao Senhor, recebem a intimidade com Ele. Quanto mais íntimos do Senhor, mais temos uma consciência sensitiva, por isso, compreendemos perfeitamente a sensibilidade do salmista em relação aos pecados passados (v.1-22).

 

“A santidade de Deus não é nenhuma barreira, mas um encorajamento para os pecadores arrependidos.”[32]

Salmo 25: Os favores recebidos de Deus

1.Mente livre de confusão (v.1-3)

2.Direção (v.4-10)

3.Perdão e salvação (v.11-22)

 

Salmo 26: As barreiras que nos impedem de experimentar a paz de Deus em nossos corações

1.Davi foi muito caluniado e perseguido em toda a sua vida. Pessoas desejavam a sua queda constantemente. Vivendo debaixo de tanta pressão facilmente diríamos que ele não tinha paz interior, mas isto não é verdade. Davi não tinha barreira com Deus. As suas orações eram uma conversa franca. Davi experimentava na sua vida a paz de Deus. Como fomos salvos temos a paz com Deus, mas diariamente precisamos experimentar a paz de Deus em nossos corações. Existem barreiras que nos impedem de experimentar a paz de Deus em nossos corações

 

2.O rei Davi era sincero diante de Deus. Ele não precisava esconder os seus pecados, mas pelo contrário, ele os confessava. Ele fazia um autojulgamento diante de Deus e ficava firme no Senhor. A sinceridade faz cair a barreira que há em nós de nos esconder de Deus. Só os sinceros aceitam ser esquadrinhados, provados e sondados. Alguns podem pensar que Davi estava sendo arrogante e reivindicando para si uma justiça própria. Mas, sendo que ele não tem a barreira da falta de sinceridade para confessar a sua fragilidade, ele também pode dizer para o Senhor que ele tem sido verdadeiro. É claro, que naquilo que ele conhecia de si mesmo, Davi se colocava diante de Deus como justo (v.1-3).

 

3.A falsa modéstia não passa de um orgulho disfarçado. Davi não sofre disso e está sendo sincero quando diz que não tem por companheiros os homens falsos. Ele não está tentando ganhar o favor de Deus através de palavras, pois ele já disse que orou para que Deus examinasse o seu coração. Davi não se associa com a súcia (bando, sociedade) de malfeitores. A congregação de Davi é com outras pessoas e não com os ímpios. Davi experimentava paz em seu coração, mesmo não tendo paz com muitas pessoas. Esta paz era devido à sinceridade de vida. Ele era íntegro. A falta de integridade ou sinceridade é uma barreira para experimentar a paz interior (v.4-5).

 

4.Davi não apenas era irrepreensível em seus atos, mas ele amava a justiça e a santidade. É diferente fazer o bem e amar o bem. Talvez, por força do próprio ambiente que estamos somos forçados a fazer coisas boas, mas aquele que faz o bem com gosto, este ama de fato a santidade. Davi não era culpado dos pecados dos outros homens. Mesmo que todos praticassem ele andava em inocência. O prazer dele estava em andar ao redor do altar de Deus. Ele amava a santidade e isto lhe dava paz interior. O rei Davi tinha prazer em testemunhar as maravilhas do Senhor. É um sintoma de alguém que experimenta a paz de Deus em seu coração. O desejo de testemunhar é sempre motivado pela paz no coração. Pessoas atribuladas por dentro não conseguem expandir a alegria de Deus (v.6-7).

 

“Nós todos precisamos da lavagem purificadora mencionada em Sl 26.6-7. Ou melhor, olhar para nosso Senhor que ainda lava os pés dos discípulos.”[33]

 

5.Quem ama a santidade de Deus, também gosta de frequentar a casa Dele para ver a Sua glória mais vezes. Alguém que ama a santidade como Davi não tem barreiras para experimentar a paz de Deus. O clamor de Davi é que Deus não o coloque junto com os homens violentos. Davi era um guerreiro e, evidentemente, matou muitos, mas sempre cumprindo a justiça de Deus. Infelizmente, muitos crentes mal informados podem confundir Davi com um assassino, mas nunca devemos pensar assim. Ele amava a santidade e experimentava a paz de Deus em seu íntimo. É verdade que ele tentou praticar o suborno e foi o responsável pela morte de Urias, mas recebeu o castigo merecido por tal ato, mas também recebeu o perdão de Deus (v.8-10).

 

6.Davi amava a santidade de Deus e se conduzia neste mundo ímpio com integridade, por isso, clama pela compaixão de Deus. Nesta firmeza de propósito é que ele vivia bendizendo ao Senhor. A falta de amor à santidade de Deus é uma barreira enorme para experimentar a paz de Deus. A barreira da falta de sinceridade e falta de amor à santidade de Deus nos faz perder a paz que poderíamos gozar com Deus. Davi foi sincero diante de Deus e amou a santidade e, como resultado disso, experimentou a paz em momentos de guerra e perseguição (v.11-12).

 

Salmo 26: As barreiras que nos impedem de experimentar a paz de Deus em nossos corações

1.Falta de sinceridade (v.1-5)

2.Falta de amor à santidade (v.6-12)

 

Salmo 27: Os ingredientes para uma fé forte

O medo é paralisante. O que define a confiança e a incredulidade é exatamente a reação diante do medo. O salmista não ignora os perigos, mas reconhece o abrigo que há no Senhor e O louva devido à libertação. Os mais íntimos laços de afetividade de um ser humano são os seus pais, mas há alguns que são abandonados por eles. No entanto, o Senhor Deus jamais abandonará os Seus filhos. É certo que na glória eterna todos os crentes receberão o livramento final de suas tribulações na terra, porém, o salmista, mesmo crendo nisso também, ele aguarda o livramento do Senhor nesta terra para a angústia pela qual está passando (v.1-14).

 

“Este salmo consta de duas partes: a primeira é um testemunho de confiança em Deus, até em meio dos maiores perigos (v.1-6); a segunda é uma súplica individual, que brota dessa atitude de confiança (v.7-14).”[34]

 

Salmo 27: Os ingredientes para uma fé forte

1.Confiar na proteção que há no Senhor (v.1-6)

2.Clamar ao Senhor quando se sente só (v.7-14)

 

Salmo 28: Os escapes do crente que clama

Seguindo a oração de Davi, Salomão, muitos anos mais tarde, confia que ao orar em direção ao Templo, o Senhor dará o livramento necessário (1 Rs 8.42 “e orar, voltado para esta casa”). Se não for assim, o salmista não nutre esperança em mais nada. O crente precisa confiar no Senhor como se fosse o seu último recurso, o que de fato é. O louvor ao Senhor sempre é a promessa dos salmistas. Aqui, ele confia em Deus como o Pastor do povo de Israel (v.1-9).

 

“Canto de ação de obrigado que o salmista entoa antecipadamente, porque está seguro de que sua oração vai ser escutada. Cf. Sl 22.22-25.”[35]

 

Salmo 28: Os escapes do crente que clama

1.O escape está na Rocha (v.1-5)

2.O escape está no escudo (v.6-9)

Salmo 29: Os quadros que representam Deus

A voz de Deus é algo forte. Debaixo dessa poderosa voz nenhum ser pode se sustentar. Ele quebra todos os cedros e árvores frondosas. O deserto que é um enigma para o homem não pode resistir à voz de Deus. Ele treme. Se conseguirmos reconhecer o poder de Deus não apenas sobre a natureza, mas sobre as nossas vidas, nós O louvaremos com temor (v.1-11).

 

“A tempestade cumpriu a sua missão. O ar parece mais puro e o sol brilha com mais intensidade. Na tranquilidade doce da cena, o salmista fala palavras de instrução e conforto. Ele fortalece nossa fé e esperança em Deus.”[36]

 

Salmo 29: Os quadros que representam Deus

1.A glória de Deus (v.1-2)

2.A voz de Deus (v.3-9)

3.O poder de Deus (v.10-11)

 

Salmo 30: Os elementos espirituais para a construção de um caráter santo

1.Este Salmo é uma dedicação à casa de Davi. Não confundir com a dedicação do Templo que não foi sob o reinado de Davi, mas de Salomão. Davi teve muitos inimigos, mas Deus o abençoou de muitas formas, livrando e até dando a bênção de construir uma casa, pois como sabemos é preciso um certo clima de paz para se construir. Na reconstrução dos muros de Jerusalém, Deus teve de intervir para que o povo continuasse a obra. Na construção de uma casa são necessários materiais e na construção de um caráter santo e de um coração que louva a Deus com sua vida são necessários alguns elementos. Não se constrói casas sem materiais e não se constrói um caráter santo sem alguns elementos espirituais. Os elementos espirituais para a construção de um caráter santo são vistos a seguir.

 

2.Davi se alegrou pela construção de sua casa. Muito mais porque teve vitória sobre os inimigos. Exaltar ao Senhor acima de todos é um elemento espiritual. Ninguém coloca Deus acima de seus próprios interesses se Deus não estiver construindo no Seu filho um caráter santo. A verdadeira exaltação vem de um coração separado para Deus. Exaltar somente por boca é o mesmo que blasfêmia, pois os fariseus faziam isto e Jesus Cristo não aceitou esse tipo de louvor (Mt 15.8). Este elemento espiritual, a exaltação, é parte essencial dos materiais para a construção de um caráter santo (v.1).

 

3.Talvez alguns crentes mal informados sobre o caráter santo de Deus pensem que clamar e chorar diante de Deus mostra fraqueza e, portanto, falta de santidade. Mas é exatamente no clamor que os filhos de Deus mostram dependência Nele. Deus constrói um caráter santo nos seus filhos, esperando deles não somente louvor, mas clamor. O livramento vem pelo clamor e o louvor e exaltação pelo livramento. O clamor é um elemento espiritual, pois só os espirituais clamarão ao Senhor (v.2-3).

 

4.A construção de um caráter santo está baseada no alicerce da santidade de Deus. Se o fundamento é santo, os materiais sobre este fundamento devem ser santos também. O louvor é o mesmo que exaltação, pois é o reconhecimento de que Deus está acima de tudo e que só Ele deve ser lembrado. Temos motivos para louvar a Deus, pois Ele nos perdoa e nos socorre em nosso choro e nos dá alegria. A autoconfiança é um material estranho nessa construção de um caráter santo. É o mesmo que arrogância e independência de Deus. Ninguém pode dizer que nunca mais vacilará. É um favor de Deus quebrantar os Seus filhos em sua arrogância. Precisamos nos humilhar da nossa autoconfiança e clamar pelo auxílio do Senhor. O servo de Deus sabe que o sacrifício vivo produz louvor a Ele, por isso, clama por sua vida. A própria sobrevivência nos faz desejar viver. O servo de Deus, desesperado de sua própria vida, clama por livramento. Isto não é fraqueza, mas a construção de um caráter santo, a dependência pelo Autor da Vida (v.4-10).

 

“Ele não busca prolongar a vida por sua própria causa, mas a fim de server e louvar a Deus. Ele sente que sua vida seria mais útil que sua morte (conforme Fp 2.23-25).”[37]

 

5.O crente maduro não se esquece do Senhor no momento do livramento, mas louva a Deus. Isto é um elemento espiritual da construção de um caráter santo, o louvor. Uma construção boa tem de durar para sempre. O caráter santo de louvor deve ser para sempre e não apenas nos momentos de alegrias circunstanciais. Davi exultava no Deus que o livrou dos inimigos e o permitiu construir uma casa. Deus quer construir para nós muito mais do que uma casa para o nosso conforto, mas deseja construir um caráter santo que exalte a Deus, que clame a Ele por livramento e que O louve por esse livramento (v.11-12).

 

Salmo 30: Os elementos espirituais para a construção de um caráter santo

1.Exaltação (v.1)

2.Clamor por livramento (v.2-3)

3.Louvor pela santidade de Deus (v.4-12)

 

Salmo 31: As declarações dos que confiam no Senhor em tempos de angústia

1.Neste Salmo, Davi está em uma situação de aperto. Talvez fugindo de Saul ou de Absalão. Mas ele coloca a sua confiança totalmente no Senhor. Devemos fazer isto também em qualquer situação de nossa vida. Percebemos também que Davi, mesmo sendo perseguido, faz declarações importantes sobre a Pessoa de Deus, Aquele em quem ele confia. Os que confiam no Senhor fazem declarações em tempos de angústias.

 

2.Quando estamos em aperto parece que o nosso coração se derrete, a sensação é que ele se torna como uma gelatina de tão fraco e mole que nos sentimos diante dos problemas. A firmeza que necessitamos está no Senhor. Ele não nos deixará confundidos. É como uma casa muito forte, uma fortaleza. A rede escondida que Davi fala significa traição. Armaram rede contra ele secretamente. A traição é uma espada pelas costas, sem chance de defesa. Mas quando temos o Senhor como nossa rocha podemos ser fortes até mesmo diante de calúnias e traição (v.1-4).

 

3.Temos de encomendar o nosso espírito, isto é a nossa vida ao Senhor. O apóstolo Pedro incentivou os crentes perseguidos que fizessem o mesmo (1 Pe 4.19). Ao nos proteger sobre esta rocha, devemos cultivar uma vida reta, sem falsidade; mas desenvolver a alegria pela bondade do Senhor. Sobre essa rocha o crente tem muito espaço. Todos sabemos a dificuldade que é em se movimentar em um lugar apertado, onde às vezes não é possível nem mesmo acomodar os pés. Deus não quer que os seus filhos vivam em apertos, mas que andem em lugares espaçosos. Mesmo diante das dificuldades da vida é possível andar livremente sobre a rocha espaçosa que é Cristo (v.5-8).

4.Agora o aspecto tenebroso das angústias: quando a angústia das situações difíceis se mistura com o peso do pecado. Esse peso deve ser aliviado com a confissão diante do verdadeiro Deus (1 Jo 1.9). É importante lembrar disso: Todas as vezes que sofremos angústias, apertos, injustiças, calúnia, traição, etc., Deus está nos alertando sobre nossa conduta espiritual. Jó era íntegro, mas não sem pecado. Ele precisou confessar a sua arrogância diante do Deus verdadeiro. Todos podem estar errados, mas nós também precisamos ser tratados. Atentemos para os alertas de Deus através das angústias (v.9-13).

 

“Em vez de devotar-se ativamente e se esforçar de modo útil, ele se desgasta com tristeza a qual ocupa totalmente sua vida e coloca uma armadilha sobre ele.”[38]

 

5.Depois da confissão de pecados, o crente está pronto a fazer a poderosa declaração: “Tu és o meu Deus”. De novo Pedro, fez esta maravilhosa declaração em Mt 16.16. Quando o crente tem a confiança em Deus ele descansa no fato de que o tempo é de Deus e sendo que o fator tempo é um grande provocador de ansiedade, isto é muito significativo, pois ainda que os inimigos nos persigam eles não têm o tempo de Deus da vida e da morte. Tudo está nas mãos de Deus. Os próximos versículos são o clamor do crente que confiam no Deus verdadeiro e é exatamente por isso que ele clama (v.14-18).

 

6.Esta é uma declaração importante, pois se o crente não confia que Deus é o guardador, o medo irá prevalecer nos tempos de angústias. As pessoas precisam de alguém que as guarde, que as proteja. Saber que o Senhor nos guarda produz louvor em nossas vidas. Ele nos guarda não em qualquer lugar, mas em sua própria presença, no seu pavilhão, que é o mesmo que tabernáculo. Ali o crente está protegido das línguas maldosas. Por causa da nossa precipitação em tempos de angústias achamos que Deus não nos socorrerá. Temos de confessar isto. Quando a paciência do crente acabar, ele terá sempre esta promessa o aguardando. Deus é o guardador dos fiéis. Nos tempos de angústias os que não confiam no Senhor têm toda a razão de sofrer com a ansiedade, mas os crentes fiéis ao Senhor, os que depositam Nele a sua confiança não têm direito e nem motivo para ficar ansiosos, pois Ele é a rocha espaçosa, Ele é o nosso Deus verdadeiro e Ele é o nosso guardador (v.19-24).

 

Salmo 31: As declarações dos que confiam no Senhor em tempos de angústia

1.”Tu és a minha rocha” (v.1-8)

2.”Tu és o meu Deus” (v.9-18)

3.”Tu és o guardador dos fiéis” (v.19-24)

 

Salmo 32: Os delitos do homem

Este é o famoso salmo de contrição que acompanha o Salmo 38 e 51. Davi teve que curtir muito sofrimento até ser restaurado. Se ele tivesse ouvido a própria consciência que certamente estava o alertando sobre o pecado que estava prestar a cometer contra Urias, há muito Davi teria resolvido a questão. Contudo, o aprendizado jamais é perdido mesmo quando o crente entre em caminhos de morte. A confissão coloca o crente imediatamente em um acerto, mesmo que as consequências sociais sejam um alto preço a pagar, nada é pior do que não confessar (v.1-11).

 

“Quando a confissão é feita, a paz fluirá na alma; Deus se mostrará misericordioso e gracioso. A paz que segue a verdadeira confissão de culpa diante de Deus, prova que Deus ‘tem’ ouvido a oração do penitente e tem sido misericordioso em perdoar suas ofensas.”[39]

 

Salmo 32: Os delitos do homem

1.Os delitos precisam de perdão (v.1-7)

2.Os delitos fazem parte dos teimosos (v.8-11)

 

Salmo 33: Os envolvimentos de Deus

Davi estava fugindo de Absalão, mas conseguia encontrar em seu coração motivo de louvor a Deus. A natureza é enfatizada neste Salmo. A criação de Deus é um bom motivo para confiarmos Nele, pois se Ele teve tudo em Seu controle ao formar as estrelas e os mares, Ele também pode controlar nossa vida, mesmo em meio às dificuldades. Se Ele colocou toda a criação em ordem de funcionamento, Ele também pode fazer nossa vida funcionar para a Sua própria glória. É deste salmo que saiu a frase que se tornou um lema para muitos (Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor). É certo ao crente desejar que isso aconteça ao seu país, mas temos que admitir e interpretar que essa verdade só é possível à nação de Israel, escolhida por Deus de modo incondicional. No reino de Cristo, sim, essa realidade será para todos os povos. O salmista também enfatiza que a batalha não é ganha pelos cavalos de guerra, mas pelo Senhor (v.1-22).

 

“Este texto defende o segredo da prosperidade nacional e superioridade entre as nações do mundo – se, de fato, tivéssemos – e seu ensino, se parte dessa nação, causará nossa presente glória como a glória da antiga Roma, Sidon ou Tiro.”[40]

 

Salmo 33: Os envolvimentos de Deus

1.O envolvimento de Deus com Sua criação (v.1-9)

2.O envolvimento de Deus com as nações (v.10-17)

3.O envolvimento de Deus com o Seu povo (v.18-22)

 

Salmo 34: Os nomes apropriados para o crente necessitado de Deus

1.Davi foi um ótimo ator, interpretando um louco para fugir de Saul. Lá encontrou Aquis, o rei de Gate. O título do Salmo diz Abimeleque, mas não deve ser confundido com o sacerdote. Abimeleque era um título, assim como Faraó, Herodes e César. Significa “meu pai rei”. Para se proteger pessoas já fizeram extravagâncias. Dizem que alguns homens para entrarem nos botes salva-vidas do Titanic se vestiram de mulher. Fugitivos de guerra se misturaram com cadáveres. Corrie Ten Boom escondia judeus no sótão de sua relojoaria.

 

2.A nossa melhor “performance” neste mundo é quando estamos necessitados de Deus. A diferença é que não fingimos, pelo contrário, mostramos diante de Deus quem realmente somos. Poderíamos até ser reconhecidos por alguns nomes quando confiamos em Deus nos momentos de necessidade. Mas os nomes somente são apropriados àqueles que confiam no Senhor para sustentá-los em suas dificuldades. Quanto aos que não conseguem confiar no Senhor nos momentos difíceis seus nomes poderiam ser: arrogantes, incrédulos, ímpios e desobedientes. Nomes nada agradáveis para os crentes. O crente necessitado ganha os melhores nomes que alguém poderia escolher.

 

3.Para nos tornarmos mansos precisamos ser colocados em situações em que somos injustiçados. Somente assim poderemos mostrar se somos mansos que louvam ao Senhor, apesar das situações contrárias, ou se somos arrogantes que querem que os seus direitos sejam cumpridos a qualquer custo. O manso pode ser chamado de humilde. Somos convocados a glorificar ao Senhor em todo o tempo e sabemos que não é em todo o tempo que nossa vida é confortável. O manso e humilde, apesar das suas necessidades está alegre porque encontra no Seu Senhor a paz que tanto necessita. Os mansos e humildes devem se unir e, juntos, exaltarem ao Senhor (v.1-3).

 

4.O necessitado que aprende a mansidão experimenta o livramento dos temores. O maior medo das pessoas que confiam em si mesmas é o de falharem. O manso olha para o Senhor e fica com o rosto iluminado e não envergonhado. O semblante de uma pessoa reflete muito a respeito de suas necessidades e preocupações. Este é um nome que precisamos carregar conosco. Moisés e Jesus eram reconhecidos por sua mansidão, mas ambos tiveram muitas necessidades e lutas (v.4-5)

 

5.O pobre é um aflito por causa de suas necessidades. Não saber como colocar alimento à mesa para a família que é necessidade constante do pobre. Isto causa aflição. Mas aquele que tem Deus como o Seu Senhor aprende desde cedo a clamar, pois Ele é o único que pode livrar das aflições, sejam estas quais forem. O Anjo do Senhor no Velho Testamento é uma Teofania, isto é, a presença do próprio Deus na terra. É o Senhor Jesus Cristo, antes da Encarnação. Ele assumiu a forma de Anjo. Há mais de 50 referências a isto no Antigo Testamento. Os outros anjos são seres criados, mas o Anjo do Senhor é o próprio Deus, o Filho, tomando a forma de anjo. Ele se acampa ao lado do necessitado do Velho Testamento. Hoje, temos o Espírito Santo que habita em nós (v.6-7).

 

6.O pobre precisa provar do cuidado do Senhor e verá que Ele não mente. Ser pobre não é mérito, pois se assim fosse, o mundo estaria cheio de pessoas dignas, pois há muitos pobres no mundo, principalmente, nos países de terceiro mundo. Mas o pobre que confia no Senhor, este é digno. Jesus mencionou os pobres em Seu ministério. Ele abençoou o pobre de espírito (Mt 5.3). Ele desafiou o jovem rico a vender tudo e dar aos pobres (Mt 19.21). Ele elogiou a viúva pobre por sua liberalidade (Mc 12.43). Ele declarou que o Espírito o enviou a pregar aos pobres (Lc 4.18). Em uma das parábolas disse que os pobres foram convidados para um banquete (Lc 14.13). Não devemos entender que o salmista era pobre. Ele era o rei Davi. Um rico necessitado, diante de Deus é um pobre e assim deve se considerar para poder receber o auxílio Dele (v.8)

 

7.Este é um nome somente para os que purificam suas vidas da impureza. Se confessarmos os nossos pecados Ele nos perdoa e nos purifica. A necessidade de Deus nos faz buscar a Sua santidade. Os Seus santos têm tudo o que precisam Nele. Até os leões ficam incapacitados num deserto sem caça. Os mais arrogantes não podem suprir as suas próprias necessidades. Os santos buscam no Senhor. A santidade está somente Nele. Nós não temos pureza em nós mesmos. A Palavra de Deus ordena: “Sede santos porque Eu sou santo”. Não podemos desenvolver santidade melhorando nossos hábitos, mas somente sendo transformados por Ele (v.9-10).

 

8.Em momentos de necessidade nada representa melhor alguém pedindo do que um filho, uma criança pedindo auxílio ao pai. Deus convida os necessitados, os meninos, a aprenderem o temor do Senhor. O homem necessitado, porém, arrogante, acha que não precisa aprender. Este tipo de atitude só nos afasta de Deus. Temos de ser meninos na malícia e adultos no entendimento (1 Co 14.20). Os momentos de necessidade nos ensinam como ser maduros e ter dias mais felizes no futuro. Muitas perturbações que temos é por causa do mau uso que fazemos da língua e porque nos envolvemos em assuntos maus e errados. A vantagem de ser um menino diante de Deus é que seremos menos astutos para os assuntos que não nos interessam, os quais nos levam ao pecado. O salmista diz que não buscou coisas muito grandes, mas agiu como uma criança de peito (Sl 131.1-2). Qual nome queremos ter diante de Deus? Menino ou homem? Repousemos nos Seus braços de amor. Ele tem cuidado de nós (v.11-14).

 

9.Nos momentos de necessidade é comum pessoas se tornarem injustas para suprirem suas necessidades através de negócios obscuros. Mas a Palavra de Deus diz que os olhos do Senhor estão sobre os justos e, para eles, os Seus ouvidos estão abertos ao clamor. Os injustos serão extirpados da terra, não terão memória no reino do Messias. Os justos são atendidos em suas necessidades. Deus está perto dos quebrantados e os de espírito oprimido. A justiça está em que Cristo carregou os nossos pecados e colocou em nossa conta a Sua justiça. Diante de Deus somos justos. O justo tem aflições e estas não são poucas. Temos lutas por todos os lados. Tanto externas quanto internas. A nossa esperança está colocada nas promessas de Deus. Ele nos livra, de alguma forma, de todas as aflições (v.15-19).

 

“Se Deus coloca aflições sobre os justos, não é porque Ele não tem consideração por eles; mas porque os seus sofrimentos podem responder muitos propósitos valiosos tanto para outros quanto para si mesmos.”[41]

 

10.Jesus Cristo é o Justo que não teve nenhum dos ossos quebrados na cruz. Os seguidores de Jesus, que também são justos, tiveram ossos e dentes quebrados nas perseguições. Portanto, este versículo é uma profecia messiânica. O nome do ímpio poderia ser malícia, mas junto com a sua astúcia vem a morte. Deus protege os justos em suas necessidades de justiça. É um lindo nome para o crente em necessidade. Tornar-nos justos foi o resultado do ato da redenção de Cristo por nós (v.20-21).

 

11.Em todas as necessidades que passamos devemos ter em mente esse nome. Somos servos do Senhor. O servo não é maior que o Seu Senhor. Se Ele passou por aflições, nós também passamos, mas Nele temos o socorro. O servo não precisa temer a condenação, pois em Cristo não há culpa, pois fomos absolvidos de toda a acusação (Rm 8.1, 33-34). A necessidade de muitos já os obrigaram a se entregar como escravos. Em nossa necessidade devemos nos render ao Senhor. Somos seus servos e Nele não há opressão, mas resgate. Qual nome você está ganhando nas necessidades da vida? Davi se fingiu de louco para escapar dos seus inimigos. Nós estamos refugiados em Cristo. Nele somos mansos com todos os direitos supridos. Nele somos pobres abastecidos. Nele somos santificados de todas as nossas faltas. Nele somos como uma criança nos braços de sua mãe. Nele somos justificados e Dele somos servos (v.22).

 

 

 

 

 

 

Salmo 34: Os nomes apropriados para o crente necessitado de Deus

1.O manso (‘anan em hebraico) (v.1-5)

2.O pobre (‘aniy em hebraico) (v.6-8)

3.O santo (kadoshe em hebraico) (v.9-10)

4.O menino (ben em hebraico) e o homem (‘iysh em hebraico) (v.11-14)

5.O justo (tsaddiyq em hebraico) (v.15-21)

6.O servo (‘ebed em hebraico) (v.22)

 

Salmo 35: As noções de perigo que o crente deve ter sobre sua própria vida

1.Há duas paranoias que precisam ser evitadas na vida do crente e de qualquer pessoa neste mundo. Uma é achar que todos são bons uns para com os outros e que não há nenhuma malícia entre as pessoas, inclusive entre os amigos. Outra é achar que todas as pessoas estão nos perseguindo e desejando o nosso mal. Da mesma forma é preciso não ser tão ingênuo achando que Satanás não tem mais interesse em nos prejudicar pelo fato de sermos salvos e protegidos por Jesus, porém, devemos evitar aquela maneira desesperada de viver achando que todas as dificuldades que passamos têm a ver com os ataques diretos de Satanás e seus demônios.

 

2.O crente precisa ter consciência dos perigos que estão ao seu redor diariamente. O Salmo 35 mostra a súplica de Davi a respeito de seus inimigos, que no caso era Saul e seu exército. As noções de perigo que o crente deve ter em sua vida diária.

 

3.O crente não pode medir forças contra os seus inimigos, pois eles são mais fortes. Os inimigos do crente são a carne, o mundo e Satanás. Toda vez que nos depararmos com tais inimigos, ou seja, todos os dias, devemos pedir que o Senhor lute por nós. O escudo é defesa, assim como o broquel, só que o broquel é um escudo redondo e pequeno que permite maior agilidade. O Senhor nos defende, mas isto não significa que está sempre na defesa. Ele atacará no momento certo. Para nós basta sabermos que temos um defensor dos perigos diários. A lança é uma arma de ataque e Deus usará sempre que inimigos querem nos derrotar ou nos armar laços. Lembrando que a lança do Senhor pode ser desferida contra nossos desejos, pois um dos inimigos ferozes é a nossa carne (v.1-3).

 

4.O rei Davi sofria perseguição e perigo da própria vida. Isto não está acontecendo com a maioria dos crentes, mas muitos estão em perigo de vida constante em muitos lugares. Deus está pronto a envergonhar nossos inimigos. Os que desejam o nosso mal serão lançados sem rumo pelo Senhor, como a palha do trigo depois de debulhado, jogada ao vento. O Anjo do Senhor era a aparição de Jesus Cristo no Velho Testamento em forma de anjo. Os caminhos escorregadios podem fazer com que o crente caia, mas o Senhor pode transformar os caminhos perigosos em caminhos planos para o crente e fazer com que os inimigos tropecem em seus próprios laços. O mais curioso das aflições que o crente sofre é que não tem razão lógica. Começando pela carne e nossos desejos, não há explicação para nos desviarmos do Senhor. O marido que tem uma adorável companheira é laçado com o maligno desejo de querer provar outra fonte. O mundo que não suporta o crente que anda corretamente e só faz o bem para a sociedade quer sufocá-lo. Satanás, sim, está furioso contra Deus e sua criação, por isso, coloca laços e abre covas para a ruína do crente (v.4-7).

 

5.Os inimigos cairão sob as mãos de Deus no momento que Ele mesmo quiser. Não cabe a nós a vingança com as próprias mãos. A carne e suas paixões já foram julgadas na cruz. Se a carne se levanta contra nós, devemos considerá-la morta e agirmos de modo correto para a glória de Deus. Satanás e o mundo já têm o seu destino traçado pelo Vingador (v.8, Rm 6.11). Quando soubermos dos laços que estavam armados para nós, dos quais fomos desatados pelo Senhor, muito nos regozijaremos. Ele é o nosso salvador eterno e também diário. Os extorsionários são aqueles que desejam a nossa queda e para isso usam de métodos violentos. Eles são mais fortes do que nós. Não nos atrevemos a lutar com as próprias forças contra a carne, o mundo e Satanás. Todas as vezes que tentamos nos envergonhamos derrotados. Todo crente deve ter noção dos perigos diários. Há laços armados contra nós. Os nossos desejos nos laçam, o mundo com a sua sedução nos prepara laços e Satanás quer nos laçar em seus planos. Temos escudo e lança no Senhor (v.8-10).

 

6.Algumas pessoas más no mundo se levantarão contra o crente com perguntas que ele não sabe responder. Acusações das quais o crente é inocente. Tudo isto faz parte das traições que o crente sofre somente por amar ao Senhor. Estevão teve que responder acusações das quais ele nada sabia. Não há nada mais arrasador do que estar fazendo o bem e pessoas nos prejudicarem. Jesus Cristo sofreu isto, os apóstolos e os pais da Igreja, também. O crente sempre será um incompreendido. O crente deve sempre ter a atitude de bom samaritano. Quando o inimigo está enfrentando situações difíceis o crente o socorre em oração e auxílio. Davi se afligia por Saul. Ele jejuava e orava pelo seu inimigo. O Senhor Jesus nos diria que orar e jejuar por alguém que nos ama é fácil, mas Ele exige esta ação em relação aos inimigos (v.11-14).

 

7.O reconhecimento e gratidão não fazem parte do vocabulário dos nossos inimigos. A traição é a palavra de ordem de Satanás, do mundo e da carne. Por isso que o crente não deve agradar jamais a carne, pois esta não tem nada de bom para oferecer. É como mimar um criminoso, ele acabará conosco quando tiver oportunidade. Não há trégua. Os abjetos são os desprezíveis e este é o título mais forte para os traidores. Eles são desprezíveis, são abjetos. Nada é mais irritante do que bufões. Esses bobos da corte não esperam que os convidados estejam gostando, simplesmente são ordenados pelo rei a fazerem palhaçadas. Os chamados “sombras” da pantomima também não importam se as pessoas estão gostando, eles querem é se divertir às custas dos pobres coitados dos transeuntes. O crente que servir a carne, o mundo e Satanás ficará decepcionado com as terríveis gargalhadas deles contra a ingenuidade do crente desavisado. Neste mundo há traições diárias. Esta noção de perigo pode nos poupar de muito sofrimento desnecessário (v.15-16).

 

8.Os crentes distraídos ou recém-convertidos fazem a mesma pergunta diante das injustiças: O que eu fiz para ser tratado assim? A resposta é simples: Você é um seguidor de Jesus Cristo. Os familiares não crentes serão os primeiros a sentirem a nossa mudança e serão incentivados por Satanás a nos rejeitar. O crente deve usar aquele recurso tão comum nos salmos, o clamor. A predileta é a vida. Davi precisava desesperadamente do livramento de Deus. Os leões que eram os soldados de Saul queriam devorá-lo. O salmista já vê pela fé o livramento. O crente deve resolver se vai passar a vida reclamando das injustiças e das pessoas ou firmará um pacto de louvor ao Senhor. O livramento virá, o louvor é a antecipação da vitória e depois que esta vier, o louvor continuará. As zombarias e os gestos maldosos são as marcas que muitos crentes sofrem hoje em dia. As marcas por sermos fiéis são preferíveis às marcas por rebeldia. Quem desejar viver a vida cristã fielmente sofrerá de alguma forma esses inimigos gratuitos ou sem razão (v.17-19).

 

9.Se os inimigos da cruz estiverem nos elogiando alguma traição estão tramando contra nós. Essa noção de perigo pode parecer paranoia para aqueles que não conhecem os ardis de Satanás. Os acordos de paz são enganosos, o ecumenismo é uma artimanha para nos destruir. O Anticristo terá boas palavras para as religiões se unirem em torno de sua pessoa. Os que se converterem deverão ficar atentos a Mateus 24 com as advertências de Jesus sobre o Abominável da Desolação. Os inimigos estão somente aguardando o momento da nossa queda. Eles rirão de nós. Eles querem nos ver fazendo algo errado. Não devemos satisfazer os desejos maliciosos da carne, do mundo e de Satanás, dando a estes o prazer de nossa derrota (1 Tm 3.6-7, 2 Co 2.10-11). Deus está vendo tudo o que nos acontece. Ele sabe que não fizemos nada para sermos odiados, por isso, a graça Dele estará sobre nós a fim de nos ajudar a suportar tudo com paciência (v.20-22).

 

10.Temos um pouco de pressa sobre a justiça de Deus. Platão disse algo para pensarmos seriamente: “A humanidade censura a injustiça, temendo ser vítima desta e não porque se recusa a não cometê-la”. A nossa motivação para detestarmos a injustiça deve ser porque Deus é justo e não porque podemos ser injustiçados. Deus fará justiça no tempo Dele, hoje Ele quer nos ensinar algo. A primeira lição que aprendemos a respeito desses inimigos gratuitos é que não devemos colocar a nossa esperança no mundo e nas pessoas. A segunda lição é que Deus é o dono de nossa vida e devemos viver para Ele. Quando nos sentirmos traídos correremos para os Seus braços. O crente deveria se preocupar em não se tornar um vassalo do mundo, da carne e de Satanás. Todos oferecem algo que nos agrada, mas o preço é altíssimo e desleal. Para não chorarmos pelos nossos próprios erros e pela traição sofrida devemos nos contentar com as coisas de Deus que são esplêndidas (v.23-25).

 

11.Esta é uma oração de imprecação. Tudo o que estiver ao alcance do crente este deve fazer para o bem-estar do perseguidor, mas enquanto isso ele deve orar fervorosamente para que os malfeitores se arrependam ou que sejam impedidos pelo reto juiz. Não sabemos até onde o Senhor quer ir com a permissão para nos afligir, mas em algum momento a justiça Dele irá pará-los. Deus sempre quer o melhor para os seus servos. A prosperidade não foi inventada pelo sistema capitalista. A prosperidade que vem do Senhor é verdadeira e não precisa prejudicar ninguém. Tudo o que não tiver como objetivo o louvor da glória de Deus será destruído como a palha. Todos os dias haverá inimigos gratuitos, mas o crente louvará ao Senhor diariamente, pois Ele é o nosso escudo. O crente que não tem noção dos perigos diários nunca estará protegido, pois deixará de clamar pela proteção do Senhor. Há laços, há traições e há inimigos sem razão, mas o crente que não cede à carne, ao mundo e a Satanás, mas confia na provisão de Deus enfrentará todas as oposições com louvor nos lábios (v.26-28).

 

“A oração renovada para que Jeová não permita que malignidade e inimigos rancorosos triunfem, mas que Ele faça justiça; que todos os que estão com Ele possam se regozijar na manifestação do favor de Jeová.”[42]

 

Salmo 35: As noções de perigo que o crente deve ter sobre sua própria vida

1.Há laços armados para o crente (v.1-10)

2.Há traições contra o crente enquanto este faz o bem (v.11-16)

3.Há inimigos gratuitos contra o crente (v.17-28)

 

Salmo 36: As perversidades do homem e as benevolências de Deus

Há uma falsa sensação de segurança no ímpio. Ele não se atenta ao fato de que Deus julgará o pecado dele. A falta de temor a Deus faz com que o pecador planeja pecar mais e de muitas formas. O crente, no entanto, espera no Senhor e tem Nele o refúgio contra os julgamentos de Deus, os quais cairão sobre o mundo. O justo não quer fugir do perverso, por isso, ele ora para que o Senhor o mantenha firme diante das ameaças (v.1-12).

“Na quietude da noite, o tempo para o arrependimento (Sl 4.4) e lembrança de Deus (Sl 63.6), ele [o perverso] está inquieto planejando seus crimes... A maldade é sua escolha deliberada; a consciência fica embotada e o erro não lhe traz nenhuma repulsa.”[43]

 

Salmo 36: As perversidades do homem e as benevolências de Deus

1.As perversidades do homem (v.1-4)

2.As benevolências de Deus (v.5-12)

 

Salmo 37: As ramificações do ímpio e do justo

A indignação é comum diante das injustiças, mas o crente precisa se conter, pois Deus tem tudo sob o Seu controle. Os perversos serão julgados no tempo devido, quando Deus quiser. Ele é misericordioso e não podemos nos apressar em desejar ver o ímpio ser julgado. Um dia a justiça se manifestará como a luz do meio-dia. Logo todas as injustiças serão assunto do passado. Parece, por um momento, que Deus não está preocupado com a iniquidade, mas é engano nosso devido nossa ansiedade em querer ver tudo resolvido. Nunca o Senhor abandonou o justo. O salmista já viveu bastante para confirmar que o justo não mendigará o pão. Aguardar no Senhor é a palavra de ordem (v.1-40).

 

“É tolo e perverso se indignar ou ter inveja da prosperidade dos outros. Se a prosperidade é justa ou não, é Deus o despenseiro da recompensa que Ele quiser; e, certamente, Ele tem o direito de fazer o que quiser. Ficar com inveja, neste caso, acusar a providência de Deus.”[44]

 

Salmo 37: As ramificações do ímpio e do justo

1.Do justo: da indignação à mansidão (v.1-11)

2.Do ímpio: da raiva à violência à exterminação (v.11-20)

3.Do justo: da liberalidade à bênção do Senhor (v.21-31)

4.Do ímpio: da traição à maldade crescente à destruição total (v.32-40)

 

Salmo 38: Os efeitos do pecado sobre o pecador

O pecado realmente traz amargura de alma. O salmista se vê no desespero semelhante ao Salmo 32 e 51. A hamartiagenia é a doença causada pelo pecado. O relato é vívido e dramático. De fato, Davi ficou doente fisicamente devido ao seu pecado não confessado. De certa forma, isso é bom, pois ao ficar doente, o crente pode se perguntar se está tudo bem ou se está tentando esconder alguma culpa. Não podemos acusar pessoas doentes de estarem em pecado, essa é outra verdade. Além da tristeza, doença e desespero, o salmista se sente perseguido, pois acredita que os perversos e inimigos terão uma oportunidade para desprezá-lo mais ainda (v.1-22).

 

“Toda vez que lemos cuidadosamente este salmo, vemos que tristeza e amargura é pecarmos contra o Senhor e, especialmente, pecarmos após termos conhecido sua misericórdia e depois de termos escapado da corrupção deste mundo. Leitor, fique em guarda; uma vida de justiça pode se perder cedendo a um momento de tentação e ficarmos sujos para sempre!”[45]

 

 

 

Salmo 38: Os efeitos do pecado sobre o pecador

1.Peso emocional, e às vezes físico, insuportável (v.1-8)

2.Ansiedade por uma libertação (v.9-16)

3.Confissão, quando há arrependimento (v.17-22)

 

Salmo 39: As forças da fragilidade que nos encorajam

1.Independente da eloquência de qualquer pregador a mensagem que chama o crente à batalha soa com poder. Algo mais ou menos assim:

 

Fortaleçamos as nossas mãos com a força do Senhor. Encouracemo-nos com a armadura de Deus. Destruamos as fortalezas que se levantam contra a obra do Senhor. Resistamos ao diabo e suas hostes. O nosso general estará conosco e a vitória é certa. Amém.

 

2.É um sermão de ânimo e coragem, porém, veremos a mesma mensagem vista sob outro ponto de vista, mas igualmente poderosa. O tema é fragilidade. Numa época em que o evangelho está corrompido e se corrompendo em muitos púlpitos, a palavra fragilidade é repudiada como covardia, falta de fé e derrota. Quando muitos estão evocando poder para si mesmos, pensando manter o controle de Deus em suas próprias mãos e pisando em demônios invisíveis, a palavra fragilidade passa a ser mais um demônio a ser expulso de nosso meio. Mas a palavra fragilidade se reveste de uma força impressionante quando sai da boca de um apóstolo Paulo: “... Porque quando estou fraco então sou forte.” (2 Co 12.10)

 

3.Nas bagagens os viajantes protegem os objetos frágeis. Alguns até escrevem: “Cuidado frágil!”. Isto não significa que esses objetos não prestem, pelo contrário, são muito valiosos para serem tratados de qualquer maneira. Algumas pessoas possuem cristaleira em suas salas. As taças são frágeis, mas não significa que não valham nada, pelo contrário, elas têm valor sentimental ou financeiro e de preferência não gostam que ninguém as toque. A beleza das mulheres está justamente na fragilidade, enquanto a arrogância dos homens está na falta de fragilidade. O apóstolo Pedro ordena ao marido a reconhecer a fragilidade da esposa (1 Pe 3.7).

 

4.Portanto, o conceito fragilidade precisa ser mais valorizado, pois há muitas vantagens na fragilidade que não se encontram em outras virtudes. Relembre, por um minuto, três bênçãos recebidas as quais foram muito significativas em sua vida. O Salmo 39 deixa transparecer três forças da fragilidade.

 

5.O salmista tomou um propósito de controlar a língua. A determinação em um propósito alto nunca pode ser desprezada. Pecamos muito com a língua. Davi resolveu não responder aos ímpios sobre as acusações proferidas. Mas determinação é sinônimo de força e o tema proposto é que a força está na fragilidade. Note que o salmista determinado a cumprir o seu propósito fez greve de silêncio. O resultado? A dor se agravou. O contrário de uma língua errada não é o silêncio, mas são as palavras sábias. Qualquer um que determine não tropeçar com a língua acabará tropeçando pela dor interior de não ter o que falar. O coração de Davi ferveu dentro dele que acabou falando. A força da determinação pode silenciar a língua, mas só a fragilidade tem forças suficientes para silenciar o coração. Só quem está sentindo dor pode se aquietar. Quem é forte fala sem parar. A língua de Davi se calou, mas o coração se esquentou. Ganhe coragem com essa fragilidade. Silencie o coração diante do Senhor (v.1-3).

 

6.Agora sim, Davi foi vencido pela fragilidade. Então, começou a ver a vida como de fato ela é. A oração do frágil pede a Deus para que o faça mais frágil ainda. Enquanto o crente se debater em sua aparente força, nunca conseguirá enxergar o que é a vida: vaidade. “Selá”, deixe os instrumentos tocarem. Esta verdade é para refletir mais um pouco. Nós vivemos como se nossos dias fossem medidos em longas varas, em quilômetros ou milhas. Não, os dias da vida são contados em palmos. Somente alguém atingido pela fragilidade é que reconhece isto. As pessoas realistas são confundidas com pessoas pessimistas, por isso, a fragilidade é tão desprezada (v.4-5).

 

7.O homem tentar mostrar aquilo que não é. Ajunta riquezas, mas sem propósito para a alma. Aparentamos forças espirituais, quando na verdade estamos apenas amontoando hipocrisia e nem sabemos onde isto dará. Se quisermos ver a vida como ela é devemos olhar com os olhos da fragilidade para obtermos a graça do Senhor Jesus Cristo. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos”. O único ponto que a fragilidade quer chegar é na esperança no Senhor. É para cima e não para baixo. Quem estiver frágil será erguido às alturas. Os fortes cairão, os jovens se cansarão. A fragilidade não despeja ninguém à vergonha. A fragilidade não se defende porque ela sabe que Deus é o criador (v.8-9). “Tu o fizeste” significa “tu me fizeste, tu me criaste”. A fragilidade sabe que Deus é o defensor (v.6-9).

 

8.Quando o crente se coloca em seu lugar, ou seja, embaixo, frágil, ele passa a ver todas as injustiças como a mão de Deus e não como vítima de pessoas más (v.10-11). “Selá”, novamente os instrumentos tocam enquanto o povo de Deus reflete. Buscar ao Senhor é o objetivo. Aprender Dele. Estudar a Sua Palavra. Que importa que somos frágeis e peregrinos neste mundo? Somos peregrinos com Deus. Ele está conosco. Os nossos pais, ou seja, todos os fiéis viveram assim, também. Não existe uma biografia missionária sequer em que os missionários eram fortes, mas sempre estiveram em fragilidade. O frágil se cala para que o Senhor não se cale. Quando falamos não choramos e não ouvimos. Se quisermos buscar ao Senhor poupemos a língua e deixemos fluir as lágrimas, o resultado é força arrancada da fraqueza (v.10-12).

 

“A brevidade da vida impressiona alguém à medida que essa pessoa vai envelhecendo. As pessoas normalmente estão mais conscientes disso nos tempos de aflição do que em tempos felizes. É natural um crente querer que Deus o ensine a viver de modo sábio e que Ele seja paciente com o pecado em vista da brevidade de vida.”[46]

 

9.O fragilizado ganha forças na medida em que o Senhor o poupa. O forte perde o poder na medida em que não busca ao Senhor. Alguém disse que nós somos fracos o que falta é reconhecermos isto. Temos razões de sobra na Bíblia para dizer que Deus honra aos fragilizados, mas que abate aos arrogantes, ou seja, os que pensam que são fortes. Sobre as três bênçãos que você relembrou. Note que todas elas vieram quando você estava sem forças. Foram os melhores momentos de sua vida. Quando não havia mais argumentos diante daquela situação. Portanto, na fragilidade há forças (v.13).

 

10.A seguir alguns hinos do Cantor Cristão que exaltam a fragilidade como a atitude certa diante de Deus.

 

10 (débeis corações), 42 (inútil sempre sou), 43 (ó vinde, vós, cansados, já), 44 (quando fraco pra morrer), 46 (já me achava sem vigor), 79 (e quando necessitado estou), 132 (eis minha alma vacilante), 155 (e se nós desfalecemos... os contritos sempre atende em oração), 471 (não é dos fortes a vitória, nem dos que correm melhor)

 

Salmo 39: As forças da fragilidade que nos encorajam

1.A fragilidade silencia o coração – v.1-3

2.A fragilidade apresenta a vida de modo realista – v.4-6

3.A fragilidade busca ao Senhor – v.7-13

 

Salmo 40: As concepções de um crente firme e maduro

O perigo em que se encontrava o salmista é ilustrado como um lamaçal. O Senhor finalmente o colocou sobre a rocha firme, mas ele teve que suportar algum sofrimento e fez isso de modo paciente, aguardando o livramento de Deus. O resultado foi louvor que o próprio Deus ensinou para ele. A confiança em Deus é mais importante do que a religiosidade e os ritos. Não apenas há sofrimentos gerais, mas também o sofrimento causado por decisões erradas, pecados. No entanto, o livramento vem para todo o pecador arrependido. A atitude diante do Senhor é a de um pobre e necessitado. Ele não vai oprimir e nem desprezar esse pobre contrito (v.1-17).

 

“O salmista testificou ao seu povo que o Senhor respondera à sua oração por livramento depois de uma longa espera; Deus restabeleceu o seu servo. Consequentemente, Davi tinha um novo cântico de louvor ao Senhor. O seu louvor encorajaria outros a renovarem sua confiança em Yahweh.”[47]

 

Salmo 40: As concepções de um crente firme e maduro

1.É alguém que possui um testemunho de salvação (v.1-3)

2.É alguém que busca e faz a vontade de Deus (v.4-10)

3.É alguém que nos momentos difíceis busca o livramento somente no Senhor (v.11-17)

 

Salmo 41: Os quebrantamentos que não houve em Judas Iscariotes

1.Este é mais um salmo de Davi, agora, mostrando a glória e a humilhação do Messias, fazendo uma menção especial à traição de Judas. Evidentemente, quando o salmista diz que pecou é um relato somente sobre ele e não pode se referir ao Messias, pois Deus não peca. Poderia ser um pedido de perdão de Judas, mas isto nunca aconteceu. Quando não há quebrantamento não há perdão. Em Judas Iscariotes não houve os seguintes quebrantamentos.

 

2.Judas Iscariotes teve a oportunidade de voltar em sua loucura e se quebrantar perante o Messias, confessando o seu pecado. Ele poderia ficar livre de todo o mal se acudisse o Messias, que naquele momento era o necessitado (ver Salmo 40.17). A palavra hebraica para discrição é “nephesh” que significa “apetite”. Judas foi entregue ao apetite dos inimigos, os fariseus famintos pelo sangue do Justo Jesus. Judas não confessou o seu pecado e não poderia ser feliz na terra. Através da confissão o pecador tem a sua cama afofada. Até na enfermidade Deus o consola, pois a pior doença é a falta de quebrantamento. Judas teve por travesseiro a corda em volta do pescoço e como cama o chão duro onde caiu depois que o galho quebrou. De fato, Judas nunca se arrependeu, mas sentiu um remorso por estar arruinado e abandonado até pelo próprio Satanás que apenas o usou, pois ele vem para roubar, destruir e matar. Ele não pecou contra os sacerdotes, mas contra o próprio Filho de Deus. Os sacerdotes não tinham nenhuma solução para ele. (v.1-3, Mateus 27.3-5 e Atos 1.18).

 

3.O salmista, sim, se quebrantou e confessou o seu pecado. Ele entendia que o pecado é, antes de tudo, contra o próprio Deus. Nunca houve um quebrantamento em Judas e, por isso, não teve o perdão de Deus. A prática comum, mas errônea, de se confessar pecados gerais em público não pode ser considerada como um quebrantamento verdadeiro. Os crentes se acostumam a pedir perdão em suas orações públicas, mas não se debruçam diante de Deus, particularmente, confessando os seus pecados por nome. Se fizerem isto, então, haverá um verdadeiro quebrantamento e Deus será o seu travesseiro macio na hora da aflição. Judas não era o único inimigo de Jesus. Os fariseus e os judeus incrédulos O rejeitaram como o Messias. Nos últimos momentos, antes da crucificação, Jesus se isolou dos judeus e ficou apenas com os discípulos. O único inimigo junto com Jesus era Judas (v.4-5).

 

4.Judas Iscariotes não deveria estar ali naquela refeição, pois já não era o seu ambiente. O coração dele estava cheio de malícia, pois Satanás estava no coração de Judas. Judas Iscariotes estava conspirando contra Jesus. Os planos estavam fervendo em sua cabeça. Ele odiava sem razão Àquele que o amava. Em breve Jesus “cairia de cama”, isto é, ficaria enfermo por causa dos açoites. Ele não teve oportunidade de ficar numa cama, mas doente mesmo teve de carregar a cruz e enfrentar todo o sofrimento até a morte. Este versículo é uma profecia direta a Judas Iscariotes, o traidor. Ele teve toda a chance de mudar de atitude, mas deixou Satanás dirigir a sua vida. Quando Jesus ofereceu o pão molhado, não era apenas uma acusação de que ele era um traidor, mas era um ato de hospitalidade usado na cultura (v.6-9, João 13.21-30).

 

5.Aquela refeição era propícia para o quebrantamento de Judas. O Senhor Jesus poderia ajudá-Lo, mas Judas estava endurecido pelo pecado. Restou para ele somente o juízo de Deus. O Pai não olhou para Jesus na cruz, mas triunfou sobre os inimigos. Por um lado, o pecado separou o Filho do Pai, mas por outro lado, Satanás foi julgado na cruz e o Filho recebido na glória. O Filho exalta o Pai. Jesus Cristo veio para dar a Sua vida pelo pecador, por isso, Ele sabia que a cruz era maldita e o Pai não veria o pecado. Jesus sofreu toda a afronta de Seus inimigos e até a traição de Seu amigo, mas foi fiel até a morte e morte de cruz (Fp 2.8). Judas Iscariotes poderia aparecer na história como o grande amigo de Jesus, mas ganhou uma triste reputação, pois era filho da perdição. Ele nunca se converteu de seus pecados. Ele nunca se quebrantou. O Senhor Jesus sempre estendeu a mão para Ele e o amou, mas sem quebrantamento não pode existir salvação e perdão (v.10-13).

 

“Nós temos Cristo usando este salmo para Si mesmo, mostrando, embora o salmo não seja Dele, como Ele tomou o lugar para que o espírito do salmo se aplicasse a Ele.”[48]

 

Salmo 41: Os quebrantamentos que não houve em Judas Iscariotes

1.O quebrantamento demonstrado na confissão (v.1-4)

2.O quebrantamento demonstrado na refeição (v.5-13)

 

Salmo 42: Os exames que o crente deve fazer

O anseio, o desejo, a aspiração pelo Senhor é impressionante neste salmo. Temos muitos sonhos na vida, mas nenhum deles se compara ao desejo de ter intimidade com o nosso maravilhoso Senhor. Precisamos rever nossas prioridades para que os sonhos mundanos não roubem nossa comunhão com Deus. As lágrimas dos salmistas (o grupo de Corá) nos fornecem uma sugestão de que a ideia de homens carrancudos e insensíveis não era a realidade do povo de Deus nem mesmo no Antigo Testamento. Os incrédulos estavam desafiando a fé dos salmistas. Isso acontece ainda hoje e precisamos clamar ao Senhor para que sejamos justificados diante dos incrédulos (v.1-11).

 

“No segundo livro [Sl 42-72], o remanescente é visto fora de Jerusalém e a cidade em perversidade. Isto é visto em toda seção. A conexão do concerto dos judeus com Jeová é perdida, mas Deus é fiel. Quando o Messias vir, tudo será mudará.”[49]

 

Salmo 42: Os exames que o crente deve fazer

1.O exame da alma (v.1-4)

2.O exame de Deus (v.5-11)

 

Salmo 43: As restituições necessárias ao crente

A defesa de Davi diante do filho Absalão que o perseguia era a confiança no Senhor. Ser perseguido já é difícil, mas sofrer a perseguição do próprio filho é quase insuportável. O maior desejo de Davi era tocar o seu instrumento em louvor a Deus, mas, no momento, o que Deus tinha para ele era tentar sobreviver. Algumas vezes, nossa meta é desviada para criarmos uma confiança maior no Senhor. Este salmo também nos esclarece que o crente também fica triste. Não é uma tristeza duradoura, mas um convite forçado a esperar em Deus (v.1-5).

 

“O salmista pediu a Deus que enviasse sua luz e sua verdade para guiá-lo para o monte santo, o templo, onde encontraria a Deus. A verdade de Deus (veja-se 1 Jo 2:27) brinda o bom caminho que devemos seguir, e a luz de Deus (veja-se 1 Jo 1:5) oferece-nos uma visão clara para segui-lo. Se se sente rodeado de escuridão e insegurança, siga a luz e a verdade de Deus. O lhe guiará.”[50]

 

Salmo 43: As restituições necessárias ao crente

1.A restituição da justiça (v.1-3)

2.A restituição do louvor (v.4-5)

 

Salmo 44: As atitudes corretas do crente diante do sofrimento

1.O sofrimento é uma realidade e não pode ser ignorado. Quando alguém resolve enganar a sua mente, dizendo que está tudo bem e não encara o sofrimento como algo doloroso, está trazendo para si mesmo um conflito emocional, pois Deus nos fez com sentimentos e estes não devem ser ignorados. Em meio ao sofrimento, Deus quer nos fazer lembrar das vitórias passadas, quer que reconheçamos o sofrimento atual e que aprendamos a ver a mão de Deus no sofrimento para clamarmos a Ele por socorro. O crente deve ter atitude correta diante do sofrimento.

 

2.A lembrança daquilo que Deus fez nos inspira a confiar no mesmo Deus. A leitura de biografias e a conversa com crentes experientes que andaram com o Senhor são maneiras de se lembrar dos feitos de Deus. Acima de tudo a leitura das Escrituras, as quais não mentem e nem exageram nos fortalece. A vitória no sofrimento não é por causa de nossos esforços, mas porque Deus Se agrada de Seus filhos. Nós não declaramos nada a nosso favor que tenha alguma eficácia. Nós não ordenamos nada a Deus para que Ele nos obedeça. Nós não apoiamos a heresia da “Confissão Positiva”, pois Deus é quem ordena a libertação no sofrimento (v.1-4).

 

3.A vitória do crente está baseada no poderoso nome do Senhor. O crente não obtém vitória confiando em suas armas, mas confiando exclusivamente no Senhor. Isto é motivo de louvor a Deus diante do sofrimento. O crente sincero reconhecerá o sofrimento em sua vida e não tentará ignorar dizendo que está andando nas alturas, quando estiver andando nos vales profundos do sofrimento. Algumas vezes, inclusive, o crente tem a compreensão que o próprio Deus o coloca em situações de sofrimento e outras vezes, o pecado nos faz sofrer as suas terríveis consequências. O povo de Israel não poderia sair para a peleja sem a mão de Deus (v.5-11). 

 

4.O cativeiro do povo de Israel e de Judá, posteriormente, foi a maior vergonha que a nação já passou. Era impossível ignorar tal sofrimento. O sofrimento não pode ser ignorado, mas não pode ser esquecido também o fato de que a mão de Deus está operando em todo o processo de repreensão, restauração ou ensino. Ficar firme no Senhor é a grande bênção do sofrimento. Ninguém sabe o quanto está firme nos caminhos do Senhor até que venha o sofrimento. A tentação de buscar recursos próprios e fora do Senhor pode ser grande, mas Deus conhece os motivos do nosso coração e não adiante nada fingirmos dependência do Senhor (v.12-21).

 

5.O amor a Deus deve ser o nosso principal motivo de sofrer. Um pecador arrependido prefere sofrer sob a pesada mão de Deus a ter alívio nas mãos de Satanás e do mundo. O mundo, Satanás e a carne são muito traiçoeiros, mas o Senhor é fiel. Quem ignora o sofrimento não poderá clamar, mas quem reconhece o sofrimento clamará com todas as forças que o Senhor lhe der. Alguns foram ensinados que é pecado orar pedindo explicações a Deus. Jesus orou pedindo livramento do cálice da separação de Deus na cruz. Paulo orou pedindo livramento do espinho na carne. Pecado é não aceitar a resposta que vier de Deus. Pecado é não confiar na graça de Deus em meio ao sofrimento (v.22-24).

 

6.Quando o crente diz exatamente como se sente é como se Deus tomasse conhecimento e viesse em socorro. É claro que Deus sabe todas as coisas, mas o crente deve fazer que as suas petições “sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6). O crente diante do sofrimento deve clamar a Deus apelando para Sua misericórdia. A atitude mais acertada do crente diante do sofrimento é reconhecer que, de fato, há um sofrimento e este não pode ser ignorado. O crente que sofre tem o alívio de saber que outros fiéis sofreram e foram socorridos. O crente sofredor deve ver a mão de Deus em toda a situação e usar o poderoso recurso da oração, mais especificamente a súplica, o clamor. Deus está disposto a atender os Seus filhos e a consolar os que choram (v.25-26).

 

“As palavras do salmista sugerem que não acreditou que Deus o tivesse abandonado. Em vez disso, insistiu a Deus para que apressasse sua ajuda, perguntando-se por que Deus parecia dormido. Um paralelo do Novo Testamento se encontra em Mc 4:35-41, quando Jesus ficou dormido no barco durante a tormenta. Em ambos os casos, é obvio, Deus estava preparado para ajudar, mas primeiro quis edificar a fé de seus seguidores.”[51]

 

 

 

 

 

Salmo 44: As atitudes corretas do crente diante do sofrimento

1.Lembrar-se da vitória dos crentes diante do sofrimento no passado (v.1-8)

2.Reconhecer o sofrimento presente (v.9-16)

3.Lembrar-se da mão de Deus no sofrimento (v.17-22)

4.Clamar a Deus no sofrimento (v.23-26)

 

Salmo 45: O casamento do Rei

1.Este Salmo é um “Masquil” que tem o sentido de instrução. Há 13 Salmos com o título “Masquil” (Salmos 32, 42, 44, 45, 52, 53, 54, 55, 74, 78, 88, 89 e 142). Shoshanin deveria ser um instrumento musical. Não sabemos quem escreveu, mas é um salmo muito bonito que retrata o casamento de um rei. Sabemos que a nação de Israel é a esposa de Deus que se rebelou e cometeu a loucura do adultério. Deus restaurará a sua esposa infiel, mas amada. Enquanto isso, há outro relacionamento que é de Cristo com a virgem pura, a Igreja. Essa noiva está sendo ataviada para um casamento lindo e completo no céu. O Rei dos reis, Jesus Cristo merece ser exaltado neste casamento. Para isto, devemos exaltar a Pessoa do Rei, reconhecer o reinado do Rei e admirar a noiva do Rei.

 

“Este é um epitalamion ou ode sobre o casamento de um rei... A opinião mais antiga aponta para o casamento de Salomão com uma princesa egípcia, porém, há uma objeção, a de que ele não era um rei guerreiro, como o monarca do salmo é.”[52]

 

2.O salmista se inspirou na Pessoa do Rei. Escrever não é uma arte fácil, pois não basta ser alfabetizado, é necessário ideias bem colocadas e estilo. Deus inspirou os escritores, mas respeitou o estilo de cada um. A pena como instrumento de escrita foi introduzida muitos séculos depois de Davi. Isidore de Sevilhe no ano 800 a.D. foi a primeira menção de “pena”. A palavra hebraica é “ate” que significa “cálamo”, uma agulha de aço com diamante para escrever em pedra ou metal. O salmista não apenas escreve, mas fala. O Rei é o principal alvo da exaltação. Embora o rei da época, seja este quem for, fosse majestoso, não há ninguém como o Messias. Ele é bendito para sempre. Os lábios Dele pronunciam palavras de salvação. Não há nenhum homem como Ele. Por nós Ele foi colocado abaixo dos anjos no Seu ministério na terra e feito como um de nós para ser exaltado para sempre (v.1-2).

 

3.O Rei Jesus virá com a espada em sua coxa, mas usará a sua boca para eliminar o Anticristo. A língua Dele é afiada como espada. Ele está vestido de glória e majestade. Se não aprendemos a exaltar a Pessoa do Rei Jesus, não podemos ter prazer neste casamento. O Senhor Jesus como um majestoso cavaleiro tem como bandeira a justiça e a verdade. A mão Dele faz maravilhas. A Palavra do Rei é verdadeira e liberta o pecador, mas não podemos nos esquecer da justiça que não isenta o pecador. Só podemos nos aproximar do Rei e receber a Sua benevolência quando cremos na Sua Palavra e nos humilhamos de nossos caminhamos maus, aceitando a Sua salvação. Este não é um Rei negligente, mas participa das batalhas e é um exímio atirador. O Rei abate os arrogantes, mas dá graça aos humildes. Nós, os crentes, fomos atingidos pelo Seu amor, derramado em nossos corações. Nós nos prostramos diante Dele voluntariamente. Aqueles que O rejeitam se prostração diante do Seu poder destruidor. É um casamento com todas as pompas. A Pessoa do Rei é exaltada. Jesus Cristo é o Noivo merecedor de louvor (v.3-5).

 

4.Quem não reconhece o reino eterno e o cetro de justiça do Rei não é bem-vindo no casamento. Este texto se refere ao Filho de Deus, Jesus Cristo, conforme o escritor de Hebreus (ver Hb 1.8-9). O cetro do Rei governa com justiça, apascentando e corrigindo. A unção, a bênção e a autoridade de Deus estiveram sobre Jesus no ministério na terra (ver At 10.38). Alguns não reconhecem Jesus Cristo como o Rei ou como Deus, mas atribuem a Ele um suposto respeito como o maior de todos os homens ou profeta. Estes não podem comparecer ao casamento do Rei. As vestes do Rei exalam fragrâncias caras. As vestes de Jesus são vestes de salvação, as quais Ele colocou sobre nós. O nascimento de Jesus foi humilde, mas a Sua origem é gloriosa e celestial. Os reis terrenos precisam de palácios de marfim e músicas altissonantes para chamar a atenção para a sua realeza. Cristo Jesus já é Rei por Sua própria natureza e Seus próprios méritos (v.6-8).

 

5.A noiva do príncipe é acompanhada por damas de honra para embelezar a cerimônia. Os crentes são as joias preciosas que formam a Igreja, a noiva de Cristo. A Igreja é a noiva adornada de ouro. Ofir era um lugar conhecido pelo ouro. Alguns dizem que provavelmente ficava na África (ver 1 Rs 9.28). O Rei deve ser reconhecido neste casamento, pois tudo é voltado para Ele mesmo. Os crentes exaltam a Pessoa do Rei e o Seu reino eterno (v.9).

 

6.O Rei é magnificado no casamento pela presença da noiva. Todos admiram a noiva e o bom gosto do Rei. A Igreja é a noiva de Cristo. A Igreja é linda e está toda ataviada para o Seu noivo. Assim como a noiva deve esquecer o seu povo e a sua casa e dedicar-se totalmente ao Rei, a Igreja também é exclusiva de Jesus Cristo. Os crentes devem se esquecer dos antigos relacionamentos, por melhores que tenham sido. Nem os pais, nem irmãos ou amigos podem tomar o lugar de Cristo em nossos corações. As filhas de Tiro, o reino do norte de Israel, reverenciarão o Rei e a Sua noiva. No ministério de Jesus na terra, alguns de Tiro se converteram. Para alguém ser salvo, hoje, precisa entrar para a Igreja, aceitando a salvação do Rei. Todos os povos virão a Jerusalém adorar ao Messias no Milênio. Ele será o Rei de toda a terra (v.10-12).

 

7.”Filha do Rei” é um termo usado para a rainha, ou seja, trata-se da mesma noiva. O Rei passa a ser o seu Senhor. A Igreja deve total submissão Àquele que a gerou. Somos gerados filhos de Deus por Cristo Jesus. As vestes da noiva são de ouro. O nosso exterior deve refletir a Pessoa de Cristo. Quem pensa que o que importa é o interior nem sempre está vivendo uma vida reta porque Jesus disse que é do interior que procedem as coisas más. O interior do palácio é de ouro, mas o exterior também. As vestes da noiva são trabalhadas (bordadas). Ela comparece perante o Rei no, casamento, juntamente com as damas de honra. As vestes da Igreja são trabalhadas pela sua história na terra, os crentes são puros e estarão diante do Rei nas bodas do Cordeiro. As nossas obras feitas no poder do Espírito Santo nos acompanharão por toda a eternidade em forma de prêmios (v.13-15).

 

8.Este versículo fala do Messias e o povo de Israel. Não serão os patriarcas de Israel os príncipes da terra, mas em Apocalipse diz que os 12 apóstolos são as 12 colunas na Nova Jerusalém. O próprio Jesus disse que os apóstolos reinariam sobre cidades e todos os que O servirem bem neste mundo. Portanto, não são os patriarcas, mas os filhos dos patriarcas que governarão. Isto nos fala da importância que a Igreja terá no reino de Cristo. A noiva deve ser admirada, mas é o Rei que recebe toda a glória. De geração em geração, os povos O exaltarão. É um lindo casamento, pois é o casamento do Rei. Jesus Cristo é o Rei e terás as suas bodas quando a Igreja estiver toda reunida no céu. O rei Jesus deve ser exaltado neste casamento. O Seu reino deve ser reconhecido e a Sua noiva deve ser admirada (v.16-17).

 

 

Salmo 45: O casamento do Rei

I.A Pessoa do Rei deve ser exaltada (v.1-5)

2.O reinado do Rei deve ser reconhecido (v.6-9)

3.A noiva do Rei deve ser admirada (v.10-17)

 

Salmo 46: Os apoios de Deus para o crente

Mais um salmo do grupo de Corá. Dessa vez, uma confiança inabalável é demonstrada. O medo não tomaria conta desses salmistas. Estavam fortes até diante do forte mar. Eles também lembram que o rio da cidade de Deus é fonte de alegria do Seu povo. O controle de Deus sobre a terra será estabelecido. Nenhuma guerra mais será travada. Não significa que Ele não tenha controle agora, mas, simplesmente, Deus permite que a arrogância do homem o engane, pois ele pensa que está no controle porque está vencendo as batalhas. Os salmistas creem que Deus, o mesmo Deus que conduziu Jacó em triunfo, cuidará do Seu povo (v.1-11).

 

“A estrutura é simples. As três estrofes sobre as quais o salmo se apoia estabelecem o mesmo pensamento, que a presença de Deus é segurança e paz, não importa quão furiosa possa ser a tempestade.”[53]

 

Salmo 46: Os apoios de Deus para o crente

1.Ele é refúgio (v.1-3)

2.Ele ajuda logo pela manhã (v.4-7)

3.Ele está com o crente (v.8-11)

 

Salmo 47: Os reconhecimentos a respeito da Pessoa de Deus

Os salmistas estão radiantes. A alegria tomou conta deles. As palmas são demonstração de alegria. O grande Deus é temido por toda a terra. A nação de Israel está, atualmente, espalhada, mas um dia o Senhor dará a terra de volta a todo o Seu povo. Isso acontecerá quando o Messias, Jesus Cristo, retornar. O povo que esteve rebelde por tantos séculos se arrependerá de sua incredulidade. Jesus, o mesmo que foi rejeitado pelo Seu povo será ovacionado quando subir ao trono, pois este sempre foi o Seu lugar (v.1-9).

 

“Ele requer que o entendimento seja juntado com o louvor cantado para que o Nome de Deus não seja profanado com clamores vãos.”[54]

 

Salmo 47: Os reconhecimentos a respeito da Pessoa de Deus

1.Ele é Altíssimo (v.1-2)

2.Ele é tremendo (v.2)

3.Ele é Rei sobre toda a terra (v.2)

4.Ele é vitorioso (v.3)

5.Ele é galardoador (v.4)

6.Ele é digno de louvor (v.5-7)

7.Ele é Santo (v.8)

8.Ele é protetor (v.9)

 

 

Salmo 48: As bênçãos de Jerusalém e seu povo

Novamente um salmo que exalta a cidade de Jerusalém, lugar de adoração do povo de Israel e sede do reino do Messias. Os inimigos não terão sucesso em suas investidas contra Jerusalém, o monte santo, o monte Sião. O exército do Anticristo tentará uma invasão. O Senhor até permitirá enquanto Ele quiser, mas, no último momento, a nação será redimida pelo Cordeiro. Na batalha final, Gogue e Magogue, Satanás também tentará uma última investida, mas rapidamente será derrotado. O ato de contar as torres, mostra que Deus restaurará a cidade completamente. As doze torres serão novamente um aviso para todas as nações de que o Senhor é o protetor da cidade (v.1-14).

 

“Alguns diferenciam entre um cântico e um salmo dizendo que é chamado cântico quando não há nenhum instrumento, somente voz e salmo quando os instrumentos iniciam e a voz segue.”[55]

 

Salmo 48: As bênçãos de Jerusalém e seu povo

1.Alegria pela grandeza e beleza do Senhor (v.1-3)

2.Proteção e confirmação (v.4-8)

3.Justiça e direção (v.9-14)

 

Salmo 49: As ostentações das riquezas são vãs

1.Os filhos de Corá escreveram um salmo que é muito atual para os nossos dias. Nunca o mundo teve tantas riquezas acumuladas e mal distribuídas. Porém, o objetivo deste salmo não é apelar para algum tipo de sistema que resolva as questões sociais, mas o objetivo é mostrar que as riquezas são vãs e quem se ostentar nelas ficará decepcionado que estas não resolvem o problema da salvação e da morte. As ostentações das riquezas são vãs.

 

2.O grande problema do homem a ser resolvido não é como distribuir melhor as riquezas no mundo, mas como salvar sua alma do destino eterno e terrível que espera cada um que não é salvo. É um problema universal e, por isso, os salmistas falam para todas as nações. Não importa a classe social, pois tanto os de nascimento nobre quanto os plebeus precisam resgatar suas almas. Não é um assunto só de pobres ou só dos ricos. Não existe a ideia de que Deus fez opção pelos pobres. Todos precisam de resgate, pois senão estão todos perdidos eternamente. Os salmistas abrem uma questão muito inteligente neste salmo. O mundo precisa ouvir dessa sabedoria e nós os crentes precisamos nos aprofundar nesta verdade. Estas verdades estão encobertas para as pessoas que não meditam nestes assuntos e na Palavra de Deus. Através da música, os filhos de Corá desvendam os mistérios da redenção da alma em relação às riquezas (v.1-4).

 

3.O enigma é este: como não ficar aflito na tribulação e na perseguição? É uma questão não respondida pelos que não conhecem a Deus. Ninguém poderia explicar a calma dos mártires no momento de sua morte. Ninguém pode entender porque Estevão estava suplicando pela alma dos seus executores. É um enigma e a resposta está na confiança em Deus e não nas riquezas. As pessoas que se ostentam nos recursos humanos perdem a bênção de depender de Deus somente. A ostentação nas riquezas não resolve o maior problema da humanidade que é a redenção da alma. Não há dinheiro ou recursos humanos que possam ser negociados com Deus para comprar uma alma. Nenhum pai pode salvar o seu filho da perdição eterna e nenhum filho pode salvar o seu pai. As riquezas podem ajudar a adiar a morte através de bons médicos e bons tratamentos de saúde, mas não podem resgatar a alma do inferno e do lago de fogo dos quais todos os pecadores são merecedores (v.5-7).

 

4.De tão cara que é a redenção de uma alma qualquer tentativa de resgatá-la é frustrada. Não há dinheiro algum no mundo que possa resgatar alguém. Nenhum arquimilionário pode negociar a salvação com Deus. Uma alma vale mais do que o mundo inteiro, mas mesmo que alguém pudesse oferecer o mundo em troca da redenção de uma alma não conseguiria, pois todos estão separados de Deus e merecem a morte. É um enigma. Como alguém pode ser salvo se não há condições de resgate? Nós temos a resposta em Cristo Jesus que pagou o preço (v.8-9).

 

“Requer-se um preço maior do que ouro e prata pela redenção e, portanto, impossível de ser obtido por quaisquer meios; o sentido da palavra aqui pode ser, como Jarchi e Kimchi interpretam... “raro’, ‘difícil’... ‘impossível’... O único preço da redenção da alma é o precioso sangue de Cristo; sua vida é o preço do resgate... (1 Pe 1.18, 1 Tm 2.6); a redenção da alma não é possível sobre qualquer outra base.”[56]

 

5.As riquezas são ostentações desta vida as quais servem somente para esta vida. Os sábios e os tolos morrem e deixam suas riquezas. Não podem oferecer nada para a sua melhoria na eternidade e nem deixar que seus herdeiros os resgatem mais tarde. Nas riquezas há ostentações e uma falsa segurança de que elas durarão para sempre. Ainda que as propriedades aumentem para as próximas gerações elas duram o mesmo tempo que a vida, ou seja, breve tempo. Uma forma de perpetuar as suas fazendas é dar-lhes o seu próprio nome, mas isto não tem valor algum para a eternidade. John Gill observa muito bem que o Egito era chamado de Mizraim, a Etiópia de Cuxe e a Palestina de Canaã, ou seja, os primeiros homens que possuíram essas terras[57]. As ostentações das riquezas são vãs em relação ao resgate de uma alma, pois apesar das riquezas passarem de geração a geração elas não podem resolver o problema da salvação de quem morre e tem de prestar contas diante de Deus, o supremo juiz de toda a terra (v.10-11).

 

6.A ostentação das riquezas é vã porque ela não pode se ostentar por muito tempo. As riquezas têm o seu encanto e até poder humano, mas estão limitadas a esta vida. Neste sentido o homem é como um animal irracional, pois nem mesmo pode planejar o seu futuro por causa da instabilidade da vida. Embora todos saibam desta verdade, o mesmo erro tem sido cometido de geração a geração. As pessoas costumam aplaudir essa tolice. O final da vida de todos, ricos e pobres, é o mesmo. A sepultura tira as riquezas e a beleza da vida e a vaidade dos pensamentos. Parece uma mensagem sem esperança, mas somente para aqueles que confiam nas riquezas, pois a seguir há uma grande esperança para os que confiam no Senhor (v.12-14).

 

7.A esperança do crente é que Deus em Cristo Jesus providenciou o resgate caríssimo. Dessa forma, o crente está seguro, apesar da morte física. A inveja é totalmente comum, mas também pecaminosa. Quando alguém prospera, sem confiar em Deus, é um insulto para o nosso esforço de andar em piedade, mas isto não pode ocupar nossas mentes, pois o fim de toda a riqueza sempre será a morte. Ninguém pode levar nada de suas riquezas ou redimir a sua própria alma do poder do inferno (v.15-17).

 

8.O poder financeiro dá a quem o possui honra. As pessoas sempre elogiam os ricos, não porque todos os ricos são merecedores de honras, mas porque os bajuladores pensam conseguir algum privilégio sendo hipócritas. No final da vida o que interessa é a luz de Deus, mas a morte cercará todo aquele que não teve sua alma redimida. Não apenas ricos, mas pobres, também. A salvação não é para os pobres somente, mas para todos os que confiam em Cristo Jesus como salvador. A luz veio para o mundo pecador. Todos são pecadores diante de Deus e precisam de salvação. A honra deve ser dada a quem merece e não por causa de seus recursos financeiros. A honra sem entendimento é desonra. Os homens que depositam sua honra e confiança nas riquezas são como os animais, pois viverão para as suas necessidades e morrerão sem obter nada das riquezas. Este salmo não é rude e sem esperança, mas é cheio de esperança real naquilo que importa, de fato. A redenção da alma é a riqueza estável de todo o pecador, mas os recursos próprios são instáveis e só levam à perdição (v.18-20).

Salmo 49: As ostentações das riquezas são vãs

1.Porque as riquezas não podem resgatar uma alma (v.1-11)

2.Porque as riquezas não podem impedir a própria morte (v.12-20)

 

Salmo 50: As armadilhas do ritualismo

1.É um Salmo de Asafe que era um chefe de música e profeta (1 Cr 25.2, 29.30). Deus coloca na boca de Asafe as palavras de repreensão ao povo de Israel que dava valor ao ritual do culto, mas desprezava a vida diária de louvor de coração. É uma mensagem bem atual, pois estamos tão acostumados com a institucionalização da obra de Deus que corremos o risco de valorizar mais o rito do que o sagrado, mais a forma do que a piedade, mais a aparência do que o coração. O ritualismo é uma armadilha para o crente e facilmente todos nós podemos cair nela. O nosso formalismo diante de Deus é tão prejudicial quanto a nossa irreverência. Diante de Deus é necessário sinceridade de coração e simplicidade. O formalismo tende a roubar a simplicidade e faz do adorador um hipócrita. As armadilhas do ritualismo são sutis, porém, visíveis e precisamos nos desviar delas.

 

2.Deus se comunica com o homem e quer falar a todos, por isso, clama a terra desde o oriente até o ocidente. Se as pessoas do mundo ainda não conhecem o Senhor Deus é porque nestes milênios que já se passaram houve falhas de servos de Deus anunciarem ao mundo a Salvação (v.1).

 

3.Sião é a perfeição de Deus. Israel tem como sede Sião que é Jerusalém. Porém, a excelência está na Pessoa de Jesus Cristo e Dele resplandece Deus. O crente também deve ser perfeição e resplandecer a Pessoa de Deus. Se Israel e Judá atraíssem o mundo com a Palavra de Deus e uma vida correta, hoje, muito mais pessoas no mundo teriam a influência da Bíblia. A Igreja tem a grande responsabilidade de fazer a Palavra de Deus conhecida a todos os continentes e aldeias do mundo (v.2).

 

4.Deus não é silencioso. Basta ver as obras das suas mãos desde o alto céu até o fundo do mar. Ele julga os povos, mas antes quer que todos O conheçam pessoalmente. A criação de Deus acaba julgando os idólatras, pois mesmo a natureza não dá liberdade para o panteísmo e a idolatria. A natureza diz para o homem que há um criador de tudo (v.3-4).

 

5.Deus se ligou ao homem através de sacrifícios de sangue por toda a história e, finalmente, com o perfeito sacrifício de Cristo. O povo de Israel buscava a Deus oferecendo sacrifícios. Hoje, oferecemos as nossas vidas como sacrifício vivo. Quando o homem valoriza mais os ritos do que a verdade envolvida, ele se esquece da aliança com Deus (v.5).

 

6.Deus conhece a intenção do homem e sabe quem está louvando a Deus somente como um ritual ou quem está se lembrando da aliança com Deus. A integridade de coração é o que liga o homem com Deus. Não existe comunhão com rituais, mas somente com o coração (v.6).

 

7.Deus tem algo contra o povo. Todos os crentes precisam ouvir a repreensão de Deus. Talvez, alguns de nós, estejamos acomodamos com nossa religião externa e esquecendo que há vida nesse relacionamento com Deus. Ele atua com amor e com repreensão (v.7).

 

8.Se existe algo que o povo de Deus faz é cumprir os rituais. No Antigo Testamento, os crentes ofereciam sacrifícios. Na igreja, os crentes valorizam alguns compromissos como frequentar a igreja, dar ofertas, cantar, ler, prestar atenção, levantar-se quando o dirigente manda, ficar em silêncio, orar as palavras aprendidas e a lista continua. Deus não nos julga pelo modo como estamos fazendo essas coisas porque existem atitudes mais importantes do que o ritualismo (v.8).

 

“Eles não estavam sendo reprovados por trazerem seus sacrifícios, os quais eram continuamente oferecidos diante do Senhor, multidões deles, embora sem nenhum propósito, pois eram oferecidos sem fé e de modo hipócrita; não podiam levar o pecado embora e nem fazer expiação por ele; além disso, deviam, atualmente, terem cessado de oferecer, pois Cristo o grande sacrifício foi agora oferecido.”[1]

 

9.Embora a repreensão não seja por causa dos ritos, Deus acaba não aceitando esses rituais porque eles se tornam vazios por lhe faltarem outras virtudes. As nossas formas de culto podem nos agradar, mas podem causar repugnância em Deus (v.9).

 

10.O povo que sacrificava animais pensava que Deus se agrada e precisava desses sacrifícios. Eram como os povos pagãos que ofereciam vítimas inocentes para aplacar a ira dos deuses. Não se compra Deus. Ele é dono de todos os animais. Não é o caso de alimentar Deus com sacrifícios, pois tudo é Dele. Às vezes, cultuamos a Deus pensando que Ele precisa da nossa companhia e não podemos deixar Deus abandonado. O culto pode se tornar uma prática de chantagem ou compaixão de Deus. Os dirigentes é que reclamam que as pessoas não vêm à igreja, não Deus. Quem está perdendo são os ausentes. Deus continua todo-poderoso. Os missionários serão sustentados. Deus não precisa do nosso dinheiro, O privilégio é nosso de participar da obra de Deus. A atenção precisa ser mudada. Nós é que precisamos da comunhão com Deus. Nós é que somos carentes. Os ritos podem desviar a atenção desse fato (v.10-12).

 

11.Será que Deus está desvalorizando tudo aquilo que Ele mesmo ordenou? É claro que não. Deus não é incoerente, porém, os sacrifícios sem a piedade de coração são como a matança desnecessária de animais. Da mesma forma, um culto bonito, organizado e talentoso, mas sem piedade e reverência de coração é apenas uma programação onde só o homem aparece, porém, Deus não é glorificado (v.13).

 

12.Deus quer sinceridade por parte do adorador. O crente precisa cumprir os seus votos diante de Deus. Não se trata de voto de nazireado ou de celibato ou de abstinência. Esses votos são o compromisso que cada crente deve ter com Deus de que O servirá de todo o coração, de toda alma e de todo o entendimento e com todos os seus bens. Tudo o que partir daí não pode ser rejeitado por Deus (v.14).

 

13.O ritualismo não deixa as preces de fora, porém, as orações são tão mecânicas que Deus não pode atendê-las. O coração daquele que invoca precisa estar cheio de fervor. O necessitado precisa ter falta de alguma coisa para ser considerado assim. A oração que glorifica a Deus precisa sair de um coração interessado no pedido, crente na resposta e agradecido antecipadamente (v.15).

 

14.O ritualismo é uma armadilha, pois envolve o crente numa prática que só o prejudicará. A aliança com Deus é mais importante que os sacrifícios e rituais.

 

15.Outra armadilha que o culto exterior prepara para o crente é encher o seu coração com o falso conceito de que Deus aceita as palavras bonitas. Nenhuma oração por mais bonita que seja chegará até Deus se não há fé e humildade, mas em lugar dessas virtudes há hipocrisia e desobediência (v.16-17).

 

16.Não adianta ser crente, precisa se parecer com um crente. As práticas contra Deus apagam as nossas palavras vazias de um culto cheio de rituais, mas sem poder. A seguir os pecados mencionados pelo salmista. Todos conhecemos o ditado: “As tuas obras trovejam tão alto que não posso ouvir as tuas palavras”.

 

Roubo e adultério (v.18)

Palavras más e mentiras (v.19)

Fofocas e difamações contra irmãos (v.20)

 

17.O Senhor Jesus na cruz recebeu zombarias, mas Ele se calou. O homem incrédulo pensava que Jesus Cristo era um simples homem igual a eles. Se tivessem usado bem a consciência, saberiam que é o Filho de Deus. Todos os que estão em vida podem se arrepender e serem salvos, mas se perderem a oportunidade estarão diante de Jesus como juiz, o qual colocará tudo à vista. As palavras não serão suficientes para os livrar e nem o ritualismo desprovido de piedade (v.21).

 

18.São palavras verdadeiras porque vêm de Deus. O pecador precisa se esvaziar de seu formalismo e se humilhar diante de Deus, pois todos os que O enfrentam são destruídos (v.22).

 

19.Os sacrifícios eram válidos com coração agradecido. Os cultos só podem ser aceitos quando de coração. É totalmente possível que em um mesmo culto com várias pessoas, somente algumas alcançarem o objetivo correto e outras errarem o alvo por causa da atitude de coração. Quando oramos: “Senhor, aceita o nosso culto”. Devemos entender que não é a forma de culto que é aceita por Deus, mas o coração de cada um. Portanto, Deus aceita o culto de coração de cada pessoa e não coletivamente (v.23).

 

20.O crente deve preparar o seu caminho nos caminhos de Deus e assim O glorificará. A ações devem andar juntas com as palavras. O ritualismo é o mesmo que formalismo. Deus não está interessado tanto com nossas habilidades musicais, palavras bonitas, dinheiro ou inteligência como está interessado com a atitude do nosso coração nos cultos e no dia-a-dia (v.23).

 

Salmo 50: As armadilhas do ritualismo

1.A armadilha de valorizar os sacrifícios e se esquecer da aliança feita com Deus (v.1-15)

2.A armadilha de valorizar as palavras bonitas e se esquecer da prática diária (v.16-23)


[1] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 50.8 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)


[1]  1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] Dr. Peter Pett's Commentary – Sl 1.3 - Commentary Series on the Bible - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)

[3] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 2 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[4] Dr. Peter Pett's Commentary – Sl 2.12 - Commentary Series on the Bible - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)

[5] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 3 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[6] The Pulpit Commentary, Sl 3 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[7] The Pulpit Commentary, Sl 4.3 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[8] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 5 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[9] Summarized Bible Complete Summary of the Bible, Sl 5.3 – Keith L. Brooks – Copyright 1919 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[10] Summarized Bible Complete Summary of the Bible, Sl 6.6 – Keith L. Brooks – Copyright 1919 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[11] Sermon Bible Commentary, Sl 7.8 - Edited by the Rev. W. Robertson Nicoll, Published in 1888-1893; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[12] Sermon Bible Commentary, Sl 8.3 - Edited by the Rev. W. Robertson Nicoll, Published in 1888-1893; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[13] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 9 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

 

[14] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 9.14 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[15] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 9.16 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[16] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 10.11 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[17] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible, Sl 11.6 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

[18] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible, Sl 12.4 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

[19] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 13 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[20] David Guzik's Enduring Word Commentary – Sl 14.1 - Copyright © 2014 by David Guzik and Enduring Word Media (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[21] David Guzik's Enduring Word Commentary – Sl 15.1 - Copyright © 2014 by David Guzik and Enduring Word Media (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[22] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Sl 16.4 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[23] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Sl 17.15 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[24] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Sl 18.29-50 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[25] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Sl 19.1 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[26] Jamieson, Fausset and Brown Commentary – Sl 20 - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[27] Jamieson, Fausset and Brown Commentary – Sl 21.4-6 - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[28] Keil & Delitzsch – Sl 22.1 - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016

 

[29] Keil & Delitzsch – Sl 23.4 - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016

[30] Nova Enciclopédia Barsa digital 1999

[31] Expositions of Holy Scripture: Psalms - Sl 24.7-10 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[32] Through the Bible Day by Day – A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – Sl 25.8 - Published in 1914; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[33] Through the Bible Day by Day – A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – Sl 26.6-7 - Published in 1914; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[34] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Sl 27 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[35] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Sl 28.6-7 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[36] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Sl 29.10-11 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

 

[37] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Sl 30.9 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[38] Albert Barnes' Notes on the Bible – Sl 31.10 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[39] Albert Barnes' Notes on the Bible – Sl 32.5 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[40] The Biblical Illustrator – Sl 33.12 - By Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[41] The Biblical Illustrator – Sl 34.19 - By Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[42] The Cambridge Bible for Schools and Colleges – Sl 35.19-28 - By Cambridge University Press (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[43] The Cambridge Bible for Schools and Colleges – Sl 36.4 - By Cambridge University Press (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[44] Adam Clarke's Commentary on the Bible, Sl 37.1 - (1715-1832) - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[45] Adam Clarke's Commentary on the Bible, Sl 38.22 - (1715-1832) - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[46] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Sl 39.12 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[47] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Sl 40.1-3 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[48] John Darby´s Synopsis of the Bible – Sl 41.12 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[49] John Darby´s Synopsis of the Bible – Sl 42 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[50] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Sl 43.4-5 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

 

[51] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Sl 44.25-26 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[52] Expositor's Bible Commentary – Sl 45.1 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

 

[53] Expositor's Bible Commentary – Sl 46.1 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

[54] Geneva Bible Translation Notes – Sl 47.7 - 1599 Geneva Bible Translation Notes (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[55] Geneva Bible Translation Notes – Sl 48.1 - 1599 Geneva Bible Translation Notes (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[56] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 49.8 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[57] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 49.11 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

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