20 Salmos 51-100

 Salmo 51: As necessidades do pecador

Figura, Rei, David, Rei Davi, Harpa

1.Este é um salmo clássico de um pecador arrependido. Natã repreendeu Davi porque este se deitou com Bateseba. Ele não precisava fazer isto. Mesmo sendo o rei, ele não tinha autoridade de roubar a mulher do próximo e mandar matar um bom homem. Ele tinha outras mulheres e não precisava desejar aquilo que não era seu. Depois de surpreendido pelo próprio Deus, através do profeta Natã, Davi reconheceu suas necessidades como pecador. O pecador precisa reconhecer as suas necessidades para reatar a comunhão com Deus. As necessidades do pecador são preenchidas somente por Deus. 

2.Os nossos pecados são muitos, porém, as misericórdias do Senhor são maiores. Ele pode apagar os

nossos pecados por causa de Sua compaixão (v.1).

 

3.Todos conhecem a história do menino negro que sentia que sua vida era suja porque os amigos malvados zombavam da cor de sua pele. Ele procurou o melhor sabão e até machucou a sua pele de tanto esfregar, mas alguém explicou que a cor de sua pele não era problema alguma, mas que havia uma mancha que todos deveriam se preocupar e que não havia nenhum sabão no mundo que poderia limpar. É a mancha do pecado. Essa história serviu muitos anos de inspiração para um dos corinhos mais cantados por crianças e adultos. O pecador tem a necessidade da compaixão de Deus para lavar os seus pecados (v.2)

 

O sabão lava o meu rostinho, lava os meus pezinhos e lava as minhas mãos,

mas Jesus pra me deixar limpinho quer lavar meu coração.

Quando o mal faz uma manchinha eu sei muito bem quem pode me limpar.

É Jesus eu não escondo nada, tudo Ele pode apagar.

 

4.O senso de pecado enche o pecador de um incômodo insuportável. Não há nada que resolva o problema do pecado, senão o perdão de Deus. O pecado não sai da frente do pecador. A sua memória fica impregnada do aroma do pecado. Novamente, o pecador tem a necessidade da compaixão de Deus para se ver livre (v.3).

 

5.A consciência de pecado nunca será verdadeira se o pecador não admitir que a sua transgressão é muito mais contra Deus do que contra aquele que ofendemos. Davi não apenas mandou matar Urias e adulterou com Bateseba, ele ofendeu diretamente a santidade de Deus que o criou. Portanto, Deus é totalmente justo quando acusa o pecador. Somente a compaixão de Deus pode livrar o pecador desse senso de acusação e culpa (v.4).

 

6.Os atos pecaminosos do dia a dia são o reflexo da natureza recebida de Adão. Os pais geram uma criança em pecado, ou seja, na situação de pecado. Será apenas uma questão de tempo para que essa criança comece a produzir os frutos malignos do Éden. Precisamos da compaixão de Deus, pois estamos escravizados num corpo pecaminoso. Não fosse o Espírito Santo habitando em nós e a restauração de Jesus Cristo com a Sua justiça, não teríamos nenhuma chance de acertar diante de Deus (v.5).

 

“Não há sugestão alguma aqui de que os processos de nascimento ou concepção em si sejam pecaminosos, nem que o nascimento do salmista tenha sido ilegítimo. O salmista confessa seu envolvimento total com a pecaminosidade humana, desde o início da sua existência.”[1]

7.Aquilo que agrada a Deus, não podemos oferecer. Ele quer sinceridade de coração. Ele quer encontrar sabedoria no recôndito de nossa alma, ou seja, no lugar oculto, onde só Ele conhece (sawtam, escondido).  Temos a necessidade da compaixão Dele para que possa encontrar sinceridade em nosso coração renovado pelo perdão de Jesus (v.6).

 

8.Sem a compaixão de Deus estaríamos perdidos e sem perdão, mas Ele nos viu e Se compadeceu de nossa situação. O pecador precisa do perdão. Ninguém está em posição de rejeitar a oferta de perdão que é o único remédio contra a culpa, seja do incrédulo como do crente.

9.A purificação é obrigatória se alguém vai servir a Deus. Quando o povo de Israel estava para fugir do Egito, Deus mandou aspergir com hissopo as ombreiras das portas. Hissopo é um tipo de folhas labiadas as quais são usadas para aspersão. O salmista necessitava da aspersão de Deus e não de algum sacerdote. Quando Deus nos purifica ficamos mais alvos do que a neve, ainda que os nossos pecados sejam como o carmesim, isto é, vermelho vivo. O sangue de Jesus Cristo nos purificou (v.7).

 

10.A necessidade do pecador é o alívio, mas este não vem de palavras lisonjeiras de outros pecadores ou da psicologia da consciência limpa. O pecador necessita ouvir do próprio Deus que está puro. Deus é Quem esmaga os ossos do pecador. O pecador traz uma sensação de peso esmagador. Só quando ouvimos de Deus o perdão é que nos sentimos aliviados (v.8).

 

11.O salmista sentia que Deus estava encarando os seus pecados. Quando Deus olha com reprovação é impossível suportar. Precisamos que Ele apague os nossos pecados e que não olhe dessa maneira para nós (v.9).

 

12.O problema do pecado se repete, por isso, o crente precisa de um coração renovado. O incrédulo precisa de uma nova natureza. Precisamos de purificação para as próximas vezes. Um espírito inabalável não é aquele que não peca mais, mas é a firmeza de buscar a purificação de Deus (v.10).

 

13.Com a habitação permanente do Espírito Santo, não há mais o perigo que havia nos dias do Antigo Testamento, porém, mesmo com a habitação permanente do Espírito de Deus em nós, ainda há a possibilidade de apagarmos, extinguirmos e entristecermos o Espírito Santo. A vida do crente ficará inativa se estiver em pecado (v.11).

 

14.Ainda hoje, é possível perder a alegria por causa do pecado, pois isto equivale a entristecer o Espírito que habita em nós. Satanás não consegue tirar a nossa salvação, mas ele luta para tirar a alegria da salvação. O crente precisa de purificação que é a única maneira de servir a Deus voluntariamente. Nós não trabalhamos para Deus nos perdoar, mas trabalhamos porque fomos perdoados (v.12).

 

15.Um pecador arrependimento e purificado tem a motivação correta para o evangelismo. Quando nos sentimos leves podemos carregar o peso de outros. A purificação é a mola que impulsiona o crente para servir a Deus e aos outros (v.13).

 

16.Essa é outra necessidade do pecador, a purificação de Deus. Ninguém se purifica a si mesmo sem o hissopo de Deus aspergido em sua vida. Jesus Cristo aspergiu o Seu sangue purificador e através deste sangue podemos servir a Deus voluntariamente.

 

17.Davi era culpado de crime de adultério e. além disso, era culpado de crime de sangue, pois colocou Urias à frente dos inimigos para ser morto. Em nossa sociedade, o adultério deixou de ser crime e, infelizmente, o assassino tem muita chance de reingressar à sociedade, o que invariavelmente, serve apenas para repetir o seu crime hediondo. Davi tinha um coração ligado ao coração de Deus e, por isso, o pecado lhe pesava tanto. Ele precisava de livramento da culpa. Essa é a maior necessidade do pecador (v.14).

 

18.O pecador não sente desejo algum de louvar a Deus, mas Davi sabia que a compaixão de Deus, juntamente com a purificação e o livramento o motivariam novamente a louvá-Lo (v.15).

 

19.Davi não tinha chance alguma diante de Deus, pois não havia sacrifícios para o adultério e assassinato. Não há como alguém ter o livramento de Deus oferecendo a sua própria vida em serviço ou qualquer outra atividade. Somente o perdão de Deus absolve o pecador de sua culpa. Se Deus se agradasse do dinheiro, do trabalho e da boa vontade do pecador de ser perdoado, talvez, muitas pessoas seriam salvas, mas Ele só se agradou de Seu Filho morto na cruz em favor do pecador. Somente na cruz de Cristo há libertação (v.16).

 

20.O pecador necessita do livramento de Deus, mas este só vem mediante a humildade do pecador. Quando há um senso do pecado e vontade de mudança, Deus não despreza. Todo sacrifício seja de dinheiro ou tempo não resolvem o problema do pecado. Deus quer aquilo que, talvez, seja o mais difícil para o pecador, o quebrantamento (v.17).

 

21.Este versículo, alguns pensam, foi um acréscimo dos judeus que estavam no cativeiro babilônico. Se não for isso, talvez, seja, uma profecia de Davi indicando a destruição dos muros de Jerusalém. De qualquer forma, o pecador tem a necessidade do livramento e da reedificação de sua vida que foi derrubada pelo pecado (v.18).

 

22.Primeiro a solução para o pecado, depois a adoração e serviço. O crente não pode sequer tentar agradar a Deus se não resolver confessar a Deus o seu pecado. O incrédulo não será aceito por Deus, enquanto não aceitar o sacrifício de Jesus Cristo por ele. O pecador precisa sentir a necessidade de livramento. Toda a obra feita por suas próprias mãos não o livrarão de seu estado de pecado. Davi sentiu o peso do pecado com a intervenção de Deus através de Natã. Ainda hoje, Deus está nos incomodando quando pecamos. Precisamos da compaixão de Deus, da purificação Dele e do Seu livramento. Assim, estaremos livres para louvá-Lo e servi-Lo voluntariamente (v.19).

 

Salmo 51: As necessidades do pecador

1.Compaixão de Deus (v.1-6)

2.Purificação de Deus (v.7-13)

3.Livramento de Deus (v.14-19)

 

Salmo 52: Os dois grupos de pessoas na humanidade

1.Podemos dividir a humanidade em diversos grupos, mas muitas divisões não passariam de preconceitos: cor da pele, religião, países, poder econômico, etc. Há uma divisão clara no Salmo 52. Os arrogantes e os santos, ou fiéis. O relacionamento das pessoas com Deus determina em qual grupo se encontram. O homem pensa que é poderoso, enquanto está apoiado em sua arrogância. Enquanto tem saúde e riquezas. Mas ele não conhece a bondade de Deus, pois é muito orgulhoso para reconhecer a Deus. Ele é malicioso (v.1).

 

2.O arrogante usa a língua para ferir e dividir como a navalha faz. Os enganos do homem arrogante o levam cada vez mais para longe de Deus. O grupo dos arrogantes são os incrédulos não arrependidos. Eles blasfemam de Deus, pois acham que não precisam Dele (v.2).

 

3.É impossível alguém mentir a vida inteira em todos os momentos e todos os diálogos. O homem arrogante tem a oportunidade de falar a verdade, mas prefere a mentira (v.3).

 

4.As palavras do arrogante devoram e destroem suas vítimas. As pessoas doentes e debilitadas emocionalmente não são assim, mas são humildes e clementes. O arrogante, como se sente imortal e invulnerável machuca as pessoas com palavras e enganos (v.4).

 

5.Mas o arrogante não viverá em sua arrogância e falta de arrependimento para sempre. O arrogante devora as pessoas, mas Deus o destruirá. O lago de fogo estará cheio de arrogantes. Eles não se arrependerão no tormento, mas blasfemarão a Deus, pois continuarão arrogantes por toda a eternidade. Temos base para dizer isto em Apocalipse 16.9, 11 e 21 (v.5).

 

6.Os justos verão a queda dos arrogantes e aprenderão com isto. Os arrogantes confiam em sua própria fortaleza, a qual não é Deus, mas suas riquezas e sua maldade. Os arrogantes são convidados para se arrependerem diante do Deus verdadeiro. Precisam reconhecer a Pessoa de Deus e a redenção que há no Seu Filho, Jesus Cristo (v.6-7).

 

7.Os fiéis são os santos, os que creem em Deus e o amam e dependem Dele para tudo em sua vida. Reconhecem Deus como o Criador e dono de suas vidas. Davi está satisfeito na Pessoa de Deus. Ele se sente como oliveira verde, ou seja, assim como a oliveira fértil produz azeitonas bonitas e ricas em óleo, o servo de Deus produz bons frutos e depende de Deus para alimentar os outros. O grupo dos fiéis não são arrogantes, antes confiam nas misericórdias de Deus. Ele vive nessa dependência todos os dias de sua vida e viverá assim na eternidade, também (v.8).

 

“A segurança dos tementes a Deus está em contraste forte com a insegurança dos ímpios (cf. v.5,7)... a oliveira tem folhas sempre verdes (cf. Jr 11.16, Sl 1.3, 92.12ss)... não sabemos se de fato cresciam árvores na área do templo. A frase pode ser uma referência à terra toda (cf. Os 9.15).”[2]

 

8.Os fiéis louvam a Deus porque reconhecem o Seu nome. Deus é bom para os santos, pois são humildes e contritos. Os crentes estão no grupo dos santos, os fiéis. Temos de nos parecer mais com Cristo, humildes e adoradores de Deus. Esses dois grupos são facilmente reconhecidos. Os arrogantes não amam a Deus e agem pensando em si mesmos. Os santos ou fiéis confiam totalmente no Senhor e querem ser úteis para Ele e para o louvor de Sua glória (v.9).

 

Salmo 52: Os dois grupos de pessoas na humanidade

1.O grupo dos arrogantes (v.1-7)

2.O grupo dos santos, ou fiéis (v.8-9)

 

Salmo 53: O exílio espiritual e eterno do incrédulo e o exílio momentâneo do crente

1.Este Salmo é um “Masquil” que tem o sentido de instrução. Há 13 Salmos com o título “Masquil” (Salmos 32, 42, 44, 45, 52, 53, 54, 55, 74, 78, 88, 89 e 142). Maalate só aparece neste Salmo e no Salmo 88. Pode se tratar de um instrumento ou de um tom musical. Este Salmo é um retrato do homem sem Deus. De certa forma, o incrédulo está no exílio, afastado de Deus e sem reconciliação fora da Pessoa de Cristo. O povo de Israel estava no exílio, mas não abandonado. Esta é a diferença de quem ama a Deus e de quem não ama. Embora, às vezes, estejamos em algum exílio, sentindo-nos abandonados, nós não estamos exilados, pois o Senhor está conosco. O incrédulo está num exílio espiritual eterno e o crente está num exílio por pouco tempo. Há diferenças nestes exílios.

 

“Os Salmos 14 e 53 são virtualmente idênticos, revelando-se formas variantes do mesmo salmo. O duplo aparecimento do salmo provavelmente se deve à sua inclusão em coletâneas independentes da composição. Quando o saltério foi publicado em cinco livros, os editores não se importaram em apagar uma das versões. Editores subsequentes, entretanto, deram um subtítulo diferente para o que é agora o Salmo 53: “Ao mestre do canto. Salmo didático de Davi, para cítara”. Há uma palavra hebraica no subtítulo, que nossa versão portuguesa não traduziu, maalate. Esse vocábulo talvez se refira a uma melodia ou a um instrumento musical, ou mesmo ao líder das danças ou cânticos.”[3]

 

2.Na Grécia antiga existia um exílio de 10 anos para os que se tornavam uma ameaça  à democracia. Isto em 488 a.C. Este exílio era chamado “ostracismo”. Eles votavam para mandar alguém para o exílio. Colocavam o voto numa concha, em grego “ostrakon”. O exílio aumentava o poder do ditador exilado, por isso, abandonaram esta prática. Quando dizemos que o incrédulo está exilado espiritualmente, não é porque Deus o expulsou, mas porque ele se afastado de Deus. Ele se achou mais sábio do que Deus, mas na verdade se mostrou mais tolo do que nunca ao duvidar da existência de Deus.

 

3.É muito perigoso não crer em Deus, pois a vida fica totalmente sem sentido. Só um néscio faria esta negação. O incrédulo, ainda que não tenha o evangelho, ele tem dois testemunhos. A natureza e a consciência. Estas duas leis estão gravadas em seu coração. Quando ele despreza a luz que Deus lhe deu, ele se torna indesculpável e será julgado não por rejeitar a Cristo que nunca ouviu falar, mas por suas iniquidades que o condenam, pois há um padrão moral baixo em todas as culturas, mas todos pecam contra este padrão. Por isso, não há quem faça o bem (v.1).

 

4.Deus olha do céu para todos os seres humanos e julga segundo as obras de cada um. O incrédulo se exila em seus pecados e não quer buscar a Deus. A Igreja deve buscá-lo nesse exílio. Depois que ele tiver entendimento da Palavra ele buscará a Deus porque a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (v.2).

 

5.O pecado da humanidade vem desde Adão. Nós só provamos o pecado de nossos pais, Adão e Eva. Todos nos desviamos. A única maneira de sair desse exílio é ouvindo a Palavra viva de Deus. Onde não há testemunhos as pessoas continuarão a morrer e ir para o inferno. Não há ninguém que siga o padrão mínimo de sua própria cultura (v.3).

 

6.Esses pecadores incrédulos sabem que estão praticando iniquidade. Sejam os pagãos nas selvas que nunca ouviram o evangelho ou um religioso nas cidades que ouvem claramente o evangelho, mas rejeita. Os caldeus sabiam que estavam maltratando Israel. Eles não invocavam a Deus, mas invocavam os seus ídolos imundos. O exílio espiritual não é culpa de Deus. Deus não exilou as pessoas em seus pecados, elas mesmas se exilaram para não obedecer a Deus e dar glória a Ele (v.4).

 

7.Um dia Deus espalhará os ossos na guerra Gogue e Magogue no final do Milênio. Os caldeus sofreram a punição de rejeitar a Deus. Onde não havia temor houve temor. Os incrédulos em seu exílio de pecado acham que estão seguros, mas perderão toda a falsa segurança quando Deus os julgar. É triste se exilar e rejeitar o Criador, negando a Sua existência, pois um dia Deus os exilará no Lago de Fogo e os rejeitará (v.5).

 

8.O crente também sofre o exílio. Muitas vezes os incrédulos exilam o crente, afastando-o de sua presença. Outras vezes as circunstâncias nos deixam exilados, parecendo que Deus nos abandonou, mas isto não é verdade. Deus não exila os Seus filhos. Israel sofreu o exílio por pouco tempo 70 anos. Se Deus fosse castigá-los na medida de sua falha para com o descanso da terra teriam de ficar exilados por 490 anos, mas Deus é misericordioso. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Há exílios para o crente, mas não porque Deus nos abandona. Pode ser que o nosso exílio seja o desprezo do mundo, as tentações de Satanás ou os nossos próprios pecados. De qualquer forma o exílio do crente é só por um momento. Temos a vitória rápida através do amparo de Deus. Podemos confessar nosso pecado e ter a comunhão na mesma hora. Há países que recebem exilados. Alguns líderes são exilados injustamente e os países que os recebem querem ajudá-lo. O crente sempre terá Deus que o recebe de braços abertos vindo de qualquer exílio (v.6).

 

Salmo 53: O exílio espiritual e eterno do incrédulo e o exílio momentâneo do crente

1.O exílio espiritual e eterno do incrédulo (v.1-5)

2.O exílio momentâneo do crente (v.6)

 

Salmo 54: Os abandonos que às vezes o servo de Deus sente

1.Este Salmo é um “Masquil” que tem o sentido de instrução. Há 13 Salmos com o título “Masquil” (Salmos 32, 42, 44, 45, 52, 53, 54, 55, 74, 78, 88, 89 e 142). Neginote era um instrumento de cordas. Os zifeus eram os habitantes de Zife, região montanhosa. Davi se escondeu de Saul naquela região. Davi se sentiu abandonado em algumas situações. O servo de Deus passa por momentos difíceis em sua vida que até parece que Deus nos abandonou, mas isto não é verdade. Ainda que uma mãe abandone o seu filho, nunca Deus abandonará aquele que é Seu. Às vezes o servo de Deus se sente abandonado

 

2.Como é terrível quando parece que a própria vida está indo embora. Sabemos que no momento de nossa morte Deus estará conosco, mas a sensação de que não vale a pena mais viver é um sentimento total de abandono. Davi sentia que os seus dias estavam terminando. Saul estava perseguindo a sua vida implacavelmente. Para onde ele resolvesse fugir, para lá ia Saul com o seu exército. Davi clamava a Deus e precisa da justiça Dele (v.1).

 

3.Neste sentimento de abandono Davi precisa da certeza de que Deus estava se inclinando para ele, pois não havia mais forças para se levantar e chegar até Deus (v.2).

 

4.Davi temeu pela sua própria vida por causa dos inimigos que o perseguiam. Ele sabia que os homens de Saul não colocavam Deus em primeiro lugar em suas vidas e isto tirava de Davi toda a esperança de diálogo. Paulo também sentiu que a vida estava abandonando o seu corpo (v.3, ver 2 Coríntios 1.8-11).

 

5.Às vezes, irmãos em Cristo estão tão fracos e doentes que sentem que a vida está indo embora. Eles se sentem abandonados, por isso, devemos orar pelos doentes terminais para que Deus os conforte. Embora, sabemos que muitos que visitam irmãos em Cristo doentes saem de lá confortados, sabemos também, que outras vezes que não estamos com eles, eles lutam com Deus, suplicando pela vida. O servo de Deus, às vezes, sente o abandono da vida, mas Deus nunca o abandona, de fato. Este é um sentimento horrível, mas Deus mostra claramente em Sua Palavra que Ele estará conosco todos os dias de nossa vida e, no final, estaremos com Ele para todo o sempre.

 

6.Davi sabia que Deus era o seu ajudador, mas também reconhecia que Ele usava pessoas para manterem sua vida, como foi o caso da esposa de Nabal, Abigail. Deus não nos abandona, basta observarmos ao redor e ver como Ele está usando pessoas para nos ensinar e cuidar de nós. Quando somos orgulhosos demais para ver isto, então nos sentimos abandonados por Deus (v.4).

 

7.Saul foi o grande inimigo de Davi e foi cortado do reino. Deus retribuiu todo o mal que Saul causou a Davi, mas o rei Davi nunca tentou se vingar com as próprias mãos. A justiça é do Senhor e do Seu poder, como diz o v.1. Davi teve Saul em suas mãos, mas não ousou afligir o “ungido do Senhor”. Ele sabia que Deus era o vingador (v.5).

 

8.Davi nunca foi embrulhado no abandono, mas logo reconhecia na sua tristeza que Deus estava cuidando dele e, imediatamente, sentia que deveria louvar a Deus. A tristeza por dura uma noite toda, mas a alegria vem pela manhã (v.6).

 

9.Deus não abandonou Davi, era apenas um sentimento passageiro de um homem esgotado física e emocionalmente. Deus o livrou de toda a angústia. Davi não desejava o mal para os seus inimigos, mas somente a justiça de Deus. Para a execução da justiça, Deus aflige o inimigo. Se este se arrepender, há esperança para ele, mas se não se arrepender, só resta o juízo. Saul recebeu o juízo, pois tinha o coração muito duro contra Deus. O crente nunca é abandonado, de fato, mas, às vezes, ele é assolado com sentimentos de que a vida está fugindo dele e, outras vezes, sente que até o próprio Deus o está abandonando. Devemos descansar na certeza de Sua Presença e não nos esgotar com o sentimento de abandono. (v.7).

 

“A razão do voto feito pode ter sido que Yahweh (Elohim) livrara o poeta, em resposta à desesperada oração, e, especificamente, da tribulação que seus inimigos lhe haviam causado e lhe ameaçaram a vida, O triunfo que eles esperavam alcançar, ao ver o homem morto, lhes seria arrebatado, e eles acabariam envergonhados e publicamente desgraçados, porque haviam tentado eliminar um homem inocente.”[4]

 

Salmo 54: Os abandonos que às vezes o servo de Deus sente

1.O abandono da vida (v.1-3)

2.O abandono do próprio Deus (v.4-7)

 

Salmo 55: As batalhas e o livramento do crente

A luta intensa deixa o crente desgastado, mas o Senhor renova as forças. Alguns salmos mostram confiança, mas outros, como este, mostram medo, fraqueza e desânimo. Isso também faz parte da vida vitoriosa do crente, pois abre um enorme espaço para o clamor e é dessa dependência que virá a força. A constância do clamor dura até a resposta, portanto, manhã, tarde e noite. Os inimigos se darão mal no final, pois Deus é Aquele que vinga os Seus santos (v.1-23).

 

“É consolador para nós, sabermos que existem gigantes espirituais que tiveram este anseio, quer sucumbissem a ele, como Elias (1 Rs 19:3ss.), quer o resistissem, como Jeremias (Jr 9:2; 10:19).”[5]

 

Salmo 55: As batalhas e o livramento do crente

1.A batalha contra o desejo de fugir (v.1-8)

2.A batalha contra a decepção da traição (v.9-15)

3.A batalha em oração e o livramento (v.16-23)

 

Salmo 56: As finalidades da oração

Os filisteus prenderam Davi e este ficou como uma pomba desolada no deserto, sem condições de sobreviver. No entanto, o socorro de Deus o alcançou. Ao mesmo tempo que o salmista se fortalece com a impossibilidade do homem mortal o afligir, ele tem medo desse homem mortal. A esperança dele é que cada lágrima derramada está sendo anotada por Deus (v.1-13)

 

“Desta forma, conforme parece, este versículo foi construído, sendo vividamente marcado com a confiança afetuosa do autor, e com sua inquietude e melancolia. Nosso Senhor tinha expressões igualmente marcantes para representarem a atenção que Deus presta aos detalhes: cf.Mt 10:29-30.”[6]

 

Salmo 56: As finalidades da oração

1.Ver-se livre dos apertos (v.1-7)

2.Aumentar a confiança em Deus (v.8-13)

 

Salmo 57: As cavernas nas quais o crente se encontra algumas vezes

A caverna onde Davi esteve enquanto fugia de Saul se tornou as asas do abrigo de Deus. O salmista está acuado nessa caverna onde leões estão entrando e o encurralando. Esses leões são os soldados de Saul. Não importa o aperto, Deus é firme e fortalece o coração do crente que encontra somente Nele o motivo de louvor e livramento (v.1-11).

 

“Davi desejou ter as asas de uma pomba a fim de voar para longe (55:6), quando, na verdade, o que precisava era das asas dos querubins no ‘esconderijo do Altíssimo’, onde poderia encontrar refúgio seguro (Hb 10:19-25). Davi já havia se refugiado no Senhor em várias ocasiões e sabia que o Senhor era fiel.”[7]

 

Salmo 57: As cavernas nas quais o crente se encontra algumas vezes

1.Na caverna Deus abriga o crente (v.1-3)

2.Na caverna o crente está protegido dos leões ou com eles dentro (v.4-6)

3.Na caverna o crente aguarda a alva (v.7-11)

 

Salmo 58: As ilusões dos que julgam com a própria justiça

1.Qualquer religião que pregue o extermínio de pessoas não pode ser aceita em países que pretendem pregar a liberdade e a dignidade. Davi não é vingativo, mas confia na vingança do Senhor. A impiedade existe e precisa ser julgada. Se um governo não quer se importar com as injustiças isto não significa que os ímpios ficarão sem juízo, pois Deus julga todas as injustiças. No título deste Salmo tem Al-Tachete que significa “não destrói”. Sabemos que Davi não destruiu Saul e Absalão. Um caso bem típico de que Davi não destruiu foi Nabal. A esposa de Nabal, Abigail, intercedeu pelo marido, senão Davi o teria matado. No final, Deus feriu Nabal, fazendo justiça para com Davi (1 Sm 25).

 

2.O Salmo 58 ainda tem outro título. É um mictão. Este título só aparece em seis salmos (15,56-60). Mictão significa “escrito”. A congregação mencionada no versículo primeiro se refere aos juízes. Havia uma ilusão de justiça. Eles pensavam ser juízes justos, mas Davi os acusa de não julgarem retamente. Essa ilusão pode estar presente em nossos julgamentos particulares. Muitas vezes pensamos que o nosso julgamento sobre as coisas é justo, mas se víssemos com os olhos de Deus ficaríamos surpresos como nos iludimos da nossa justiça própria. Os que julgam podem se iludir com sua própria justiça

 

3.Quem é um líder, um chefe, um pai, ou juiz de qualquer situação pretende julgar justamente as coisas. Nós queremos controlar a situação, mas algumas vezes, até as pessoas bem-intencionadas estão iludidas por um falso julgamento. Davi faz perguntas constrangedoras para os juízes da terra (v.1).

 

4.Davi mostra aos juízes que estão iludidos com sua justiça própria. Os juízes estavam formulando leis injustas e violentando os inocentes. As pessoas em posição de liderança não podem ser acusadas de serem violentas (v.2).

 

5.A partir do versículo três Davi é mais geral do que específico. Os juízes deveriam conhecer a natureza humana e não inocentar o ímpio, pois isto se constitui em injustiça. Nós não devemos nos iludir, a humanidade é propensa ao mal. Assim que o ser humano pode entender alguma coisa ele já se desboca em mentiras (v.3).

 

6.John Gill menciona que naturalistas diziam que algumas cobras de encantadores ficavam surdas quando envelheciam e não ouviam mais os encantos. Quando tapamos os nossos ouvidos para a sabedoria de Deus, nos tornamos como cobras surdas que não encantam mais. As nossas justiças passam a ser ilusórias e sem efeito. Os ímpios também são surdos à voz de Deus. Os que realçam a justiça própria estão iludidos, pois só Deus conhece o coração do homem que é enganoso (v.4-5).[8]

 

7.Todas as pessoas de bem, inclusive os crentes, já tiveram algum pensamento errado de que Deus não pune as injustiças na terra, mas que deixará todo o tipo de julgamento para a eternidade. Uma razão para este tipo de pensamento é porque temos um julgamento concebido em nossa mente que é uma ilusão. O julgamento de Deus é diferente do nosso, pois a justiça Dele é verdadeira e a nossa justiça própria, apenas ilusão. Quebrar os dentes ilustra o pedido do salmista, ou seja, ele pede que Deus cale os ímpios. São como leões jovens em sua força, o maxilar é forte e destrói. A justiça de Deus não ilude, mas é real. Ele julgará (v.6).

 

8.Todo o mal que Saul, Absalão e Nabal pretenderam fazer contra Davi foi frustrado. Eles se tornaram como o fluxo da água que vem com violência, mas logo passa ou como o arqueiro que ao esticar seu arco este se quebra, caindo a flecha no chão (v.7).

 

9.Os inimigos de Davi são como lesmas que saem de sua concha, o máximo que fazem é deixarem aquela gosma que marca o seu caminho, mas que logo se desfazem com o sol. Ou são como aquele que nasceu morto (v.8).

 

10.Assim o fogo de espinhos, verdes ou secos, fazem grande labareda, mas não dá nem tempo de esquentar a panela, os inimigos de Davi armaram grandes ciladas, mas foram pegos por Deus antes de terem sucesso. Deus veio como redemoinho espalhando as labaredas dos inimigos (v.9).

 

11.Todo aquele que ama a justiça de Deus se alegra quando Ele a executa. Não nos parece agradável ver o sofrimento de ninguém, mas a justiça de Deus exige que assim seja, quando os ímpios não se arrependem. Em Apocalipse, o anticristo e o seu exército serão destruídos por Jesus e Seus santos. O Armagedom será um lugar de muito sangue. Os pés dos santos serão banhados com o sangue e as próprias vestes de Jesus Cristo serão salpicadas de sangue, mas isto é o triunfo esperado e nós nos alegraremos (v.10).

 

“Lavar os pés em leite e andar em azeite são figuras que retratam grande riqueza (Jó 29:6), assim como banhar os pés em sangue ilustra uma vitória esmagadora (ver 68:23; Is 63:1-6; Ap 14:17-20).”[9]

 

12.É uma ilusão pensar que Deus não julga os ímpios nesta terra. Assim como Ele livra os Seus servos, Ele também julga os ímpios, porém, Deus tem o Seu próprio relógio e modos de juízo. Quando exercemos a nossa própria justiça nos enganamos com o pensamento de que estamos julgando retamente e, chegamos a pecar com o pensamento que julgamos melhor do que Deus, pois O achamos demorado. A nossa ilusão precisa ser mudada para a justiça de Deus (v.11).

 

Salmo 58: As ilusões dos que julgam com a própria justiça

1.A ilusão de que estão julgando retamente (v.1-5)

2.A ilusão de que não há justiça de Deus na terra (v.6-11)

 

Salmo 59: As semelhanças nas situações de Davi e do crente

Saul enviou assassinos para acabar com Davi, mas Deus outra vez o livrou. A oração sempre esteve na boca do salmista. Nós temos maneira apropriada de lidar com os problemas da vida e essa maneira não muda nunca, é sempre a oração. Qualquer pessoa teria medo de cães rosnando à noite. Assim estava se sentindo Davi sendo encurralado pelos inimigos. A vitória do crente, nos salmos, não está em sua força, firmeza e confiança total em todos os momentos, mas na fraqueza e dependência Naquele que é forte. Não temos que declarar vitória própria, mas declarar o nome de Deus. Ele é quem está em poder dos atributos fortes e maravilhosos. Estamos protegidos debaixo de Suas asas e não em nossa força, pois não a possuímos (v.1-17).

 

“Esses perversos têm sede de sangue e esperam, implacáveis, pela oportunidade de matá-lo; reúnem-se com o único propósito de eliminá-lo. O mais espantoso, porém, é que não há motivo para atacá-lo, pois o salmista não é culpado das acusações de traição e deslealdade que lhe imputam. Não houve nenhuma transgressão de sua parte. Portanto, Davi pede que o Senhor desperte e venha libertá-lo!”[10]

 

Salmo 59: As semelhanças nas situações de Davi e do crente

1.Davi, assim como nós, tinha adversários (v.1-9)

2.Davi, assim como nós, confiava em Deus somente (v.10-17)

 

Salmo 60: Os débitos do crente diante de Deus

1.Os títulos que aparecem em nossas Bíblias não são inspirados, assim como não são os números dos capítulos e versículos, porém, os títulos que aparecem em alguns salmos em letras menores existem no original hebraico. O Salmo 60 tem um título. É um mictão. Este título só aparece em seis salmos (15,56-60). Mictão significa “escrito”. “Susã-Edute”, alguns estudiosos dizem se tratar de um instrumento e outros dizem que “Susã” refere-se a um instrumento de seis cordas e “Edute” significa testemunho. A batalha de Davi com os sírios na Mesopotâmia ou além do Eufrates e os sírios de Zobá e a vitória de Joabe com os edomeus ou homens de Tobe está registrada em 2 Sm 10.6-8.

 

2.Por causa dos favores de Deus a favor de Davi, este tinha débito o qual jamais poderia pagar, mas por isso mesmo tentava pagar em louvores. O crente tem débitos diante de Deus. É claro que nunca o crente poderá pagar, por isso, uma das maneiras de reconhecer que é um devedor é dar o louvor que é devido ao Seu nome. O crente pode fazer mais do que louvar o Nome de Deus. Ele pode defender a verdade e fazer proezas em Seu Nome. O povo de Deus deve o louvor e ações certas diante de Deus. São débitos do crente diante de Deus

 

3.O povo de Israel não foi rejeitado e dispersado nos dias de Davi e ainda é muito cedo para dizer que se refere ao cativeiro, uns 260 anos antes do cativeiro Assírio e uns 420 anos antes do cativeiro Babilônico. Por isso, deve se referir ao tempo que os filisteus e os midianitas invadiam Israel nos tempos dos juízes. O povo andou muito longe de Deus nos tempos dos juízes. Deus mesmo os entregava à escravidão, mas o próprio Deus os libertava. As lições de Deus não devem ser desprezadas pelos crentes. Temos um débito para com o Senhor por tantas vezes que Ele nos livrou de nossas aflições e pecados (v.1).

 

4.Deus faz a terra tremer em duas situações: ou por terremoto ou por guerras. Davi certamente está mencionando as guerras civis e invasões dos inimigos contra a nação. O povo também tinha um débito para com Deus, pois Ele sempre livrou o Seu povo desses “terremotos”. A nação de Israel ainda é uma ferida aberta, uma brecha, mas um dia o Senhor fechará essa ferida e tapará essa brecha. Mais um motivo para dizer que o povo de Deus está em débito para com Deus (v.2).

 

5.O povo teve de experimentar reveses. A palavra hebraica é “qasheh” (severidade, dureza). Por causa dos pecados, o povo enfrentou muitas durezas. Não foi um cálice fácil de tomar, mas foi como uma bebida que atordoa. Até nisto o povo ficou em débito com o Senhor, pois a disciplina de Deus sempre tem como objetivo a restauração (v.3).

 

6.O versículo 4 é muito curioso, pois dependendo da versão da Bíblia que for usada ele muda completamente o sentido. O início do versículo não há alteração alguma, diz: “Deste um estandarte aos que te temem”, mas na segunda parte do versículo uma versão diz: “para o arvorarem no alto, por causa da verdade” e outra versão diz: “para fugirem de diante do arco”. A palavra “fugir” é “noos” que também significa “voar”, portanto, refere-se a um estandarte tremulando. A palavra “panyim” pode ser traduzida como “diante” ou “por causa” e a palavra “qoshet” pode ser traduzida como “arco” ou “verdade”. É um jogo de palavras bem interessante, porém, por se tratar de estandarte, ficamos com a versão que diz: “para o arvorarem no alto, por causa da verdade”. Nós temos um estandarte e devemos levantá-lo sem temor. Como diz o hino do Cantor Cristão nr. 456 “O estandarte desta Igreja levantemos sem temor!”. Este é um débito dos servos de Deus, o de levantar bem alto a bandeira. O Senhor é a nossa bandeira e Ele é a verdade. Os povos inimigos já sabiam que o exército de Deus estava chegando, os estandartes eram altos e antes de chegar aos altos montes, os estandartes já poderiam ser vistos ao longe (v.4).

 

7.Como é comum nos salmos, o crente precisa sempre clamar para que o Senhor dê livramento. O estandarte é o símbolo da força do exército, mas a guerra não se vence com um estandarte e sim com a própria força do exército. Nós não conseguiremos vitórias com nossa própria força, mas somente no Senhor. O crente tem um débito para com o Senhor. Ele é o nosso ajudador em todos os momentos. O crente deve levantar bem alto o estandarte da verdade para que o mundo veja Jesus Cristo. Ele é a verdade (v.5).

 

8.A palavra traduzida por “proeza” vem do hebraico “kayil” que aparece 56 vezes no Velho Testamento como “exército”, 37 vezes como “homem de valor”, 29 vezes como “hostes”, 31 vezes como “forte” e “força”, 21 vezes como “riquezas” e 9 vezes como “poder”. Portanto, é uma palavra com muitos sentidos. Proeza é uma ação de valor, uma façanha. Veremos com aplicar esta palavra no v.12. Deus fez proezas pelo Seu povo. Deus fez muitas maravilhas. Ele conseguiu para o povo de Israel todos os termos do território. É verdade que Israel poderia ter muito mais, mas por causa da falta de ousadia em conseguir os territórios na época de Josué, ficou sem a sua porção completa. Deus é santo e todas as Suas obras são santas. Ele prometeu repartir a cidade de Siquém, que é no monte Efraim. Isto aconteceu pelas mãos de Isbosete, filho de Saul (2 Sm 2.4,9). Outra proeza de Deus a favor de Seu povo foi a conquista do vale de Sucote. Medir é um símbolo para conquistar, tomar posse. O vale de Sucote era perto de Siquém (Js 13.27, Gn 33.17-18) (v.6).

 

9.Todos os termos mencionados foram dados por Deus ao Seu povo, quando entraram em Canaã, mas prometido muito antes para cada tribo de Israel. A tribo de Efraim foi forte e, por isso, chamada de “força da minha cabeça”. De Judá veio um Legislador maior que Moisés, que é o Cristo (v.7).

 

10.Muitos moabitas se tornaram servos de Israel. A vitória de Davi sobre Moabe os envergonhou. A bacia de lavar era baixa e assim se tornou moabe, ou seja, serviçais. Os gibeonitas, por exemplo, se tornaram lenhadores e buscadores de água. Deus lançou o sapato sobre Edom, que era um símbolo de conquista. Sobre a Filístia, Deus usou de ironia dizendo que ela poderia se alegrar, mas é como Eclesiastes 11.9. Deus subjugou os filisteus, também. Se os filisteus riam do povo de Deus, agora quem sabe achariam motivo de riso... (v.8, veja Sl 2.1,4).

 

“O Senhor declara seu domínio sobre três nações vizinhas: Moabe, localizada à margem sudeste do mar Morto, será sua bacia de lavar; quanto a Edom, Deus atirará sua sandália sobre esse país, figura de linguagem indicativa de posse e servidão à força e, possivelmente, desprezo; quanto a Filístia, o Senhor jubilará quando chegar o momento de julgá-la.”[11]

 

11.A cidade forte pode ser Rabá dos amonitas. Alguns dizem ser Tiro, mas bem pode ser a própria Edom. Ninguém poderia chegar até Edom, conhecida hoje com as ruínas de Petra. Os habitantes vivem no alto, a entrada para o penhasco era por fendas desconhecidas para os inimigos. O livro de Obadias descreve muito bem Edom e sua queda. Somente Deus pode saber e conduzir o povo de Israel até lá. O mesmo Deus que uma vez rejeitou é o Deus que acode agora. O povo está em débito e precisa honrá-Lo (v.9-10).

 

12.O socorro vem de Deus. Na angústia só podemos confiar em Deus. Nunca, jamais, pagaremos o nosso débito. Deus nos ama, apesar de não ser aquilo que Ele quer que sejamos (v.11).

 

13.Devemos ter em nossa história com Deus nesta terra façanhas da fé, proezas por confiarmos Nele. Nós não pisamos os nossos problemas, mas Deus é Quem nos acode. Porém, temos um débito, o de confiar no Senhor e fazer proezas. Algo maravilhoso deve acontecer em nossa oração e vitórias devem surgir por causa da vida de fé. Quem poderá pagar o amor de Deus por nós? Somos incapazes de agradá-Lo, mas Ele mesmo está conosco para que tenhamos forças para levantar o estandarte da verdade e para fazer proezas (v.12).

 

Salmo 60: Os débitos do crente diante de Deus

1.Erguer o estandarte da verdade (v.1-5)

2.Fazer proezas em nome de Deus (v.6-12)

 

Salmo 61: As distâncias vencidas pelo crente por causa do amor de Deus

É muito difícil estar longe do próprio lar. As pessoas, os costumes, a alimentação, o clima, a paisagem e a solidão concorrem contra nós e nosso bem-estar. Por isso, o salmista não encontra outro modo de vencer esse incômodo do que orar. A oração funciona para tudo. Quando estamos contentes, agradecemos e louvamos e quando estamos aflitos, clamamos. A solidão e o senso de deslocamento de Davi é tão grande que ele desejaria morar para sempre na Casa do Senhor, servindo esta de asas para ele (v.1-8).

 

“Oração, nosso precioso privilégio, deveria ser nosso desejo contínuo, deveria ser sempre do fundo do coração e uma luta sincera da alma.”[12]

 

Salmo 61: As distâncias vencidas pelo crente por causa do amor de Deus

1.A distância física e espiritual (v.1-4)

2.A distância do tempo (v.5-8)

 

Salmo 62: Os desvios de Deus e como os homens chegam a este ponto

Davi se sente como uma cerca derrubada sobre a qual os homens ainda investem para destruí-la. A força dos salmistas nunca está em seu temperamento forte, sua personalidade inabalável, mas em procurar refúgio Naquele que é o verdadeiro protetor, a rocha da salvação, o Deus de Israel. Davi também reconhece que os próprios inimigos arrogantes passam como o pó. As riquezas deles são roubadas e eles não deveriam colocar sua confiança nelas (v.1-12).

 

“A decepção é grande daqueles que se desviam de Deus para o homem. Nenhuma ajuda vem dessa fonte.”[13]

 

 

 

 

Salmo 62: Os desvios de Deus e como os homens chegam a este ponto

1.Quando não esperam em Deus e se entregam à mentira (v.1-8)

2.Quando não esperam em Deus e colocam sua confiança nas riquezas (v.9-12)

 

Salmo 63: As particularidades de um coração que deseja a Deus

1.O Salmo 63 foi escrito por Davi quando estava no deserto se escondendo de Saul. Este salmo mostra algumas particularidades do coração de Davi. Sentir necessidade pela pessoa de Deus não é o mesmo que desejar sentir necessidade. Alguém pode desejar sentir um peso por alguém, mas isto não significa que de fato esta pessoa se sinta cheia de compaixão. Alguns sentimentos são particulares e não podem ser fingidos. Quem deseja a Deus de verdade mostra em sua vida algumas particularidades

 

2.Parece tão simples um crente dizer “Tu és o meu Deus”, mas pode não ser tão simples assim. Se não estivermos em comunhão verdadeira com o Senhor, outras coisas podem tomar o lugar de Deus e a expressão mudaria para “O meu pastor é o meu Deus”, “O meu emprego é o meu Deus”, “O meu salário é o meu Deus”, “O meu filho é o meu Deus”. É bem particular de quem deseja a Deus verdadeiramente buscá-Lo de madrugada. Há crentes que não conseguem buscar a Deus na rotina diária, fazendo uma simples meditação a cada dia. Os discípulos de Jesus não conseguiram ficar acordados porque não tinham um coração desejoso por Deus. Uma particularidade de quem tem sede é deixar tudo o que está fazendo para saciar a sua sede. Quando o crente sente que a terra em que está é um deserto ele deseja imensamente a Pessoa de Deus. Mas quando ele se sente bem no mundo ele se sente saciado pelas coisas que o mundo oferece e nem pensa em Deus como a água viva (v.1).

 

3.Só busca a força de Deus quem se sente fraco. A glória de Deus estava no santuário e Davi queria estar ali e não no deserto. Ainda não havia o Templo, mas o tabernáculo de Moisés para adorar a Deus. É difícil imaginar que um crente que não tem prazer de estar reunido com outros crentes nos cultos tenha algum desejo por Deus. Notemos esta particularidade em nós (v.2).

 

4.Esta é uma particularidade que se confunde muito com a vontade e o prazer pela música. Muitos incrédulos amam a música, mas não amam a Deus e nem O desejam. O verdadeiro louvor é aquele que poderia substituir esta vida pela benignidade de Deus e, ainda assim, estaria satisfeito. “A tua graça é melhor do que a vida” (v.3).

 

5.Os judeus levantavam as mãos em adoração a Deus. Os sacerdotes levantavam as mãos para abençoar o povo. Mas isto não é feito em nome de algum sentimentalismo barato, mas em nome de Deus (v.4).

 

6.Uma particularidade de quem deseja a Deus é que ao mesmo tempo que sente sede, sente que Deus sacia esta sede e que o alimenta com fartura. Por isso, o desejo imenso de louvar a Deus. É o desejo de entrar num carro sozinho, fechar os vidros e dar um grande “glória a Deus” por aquilo que Ele é (v.5).

 

“’Minha alma tem sede de Deus!’ – à medida que isso é verdadeiro em nós... apesar de nossa ortodoxia e profissão de fé e atividades, somos povo cristão.”[14]

 

7.Temos a ideia que orar pela madrugada é somente quando o filho está doente ou quando estamos com alguma dor ou quando perdemos o sono. Associamos as vigílias aos aspectos negativos da vida. O salmista lembrava de Deus em sua cama e O louvava (v.6).

 

8.É bem particular do crente que deseja Deus sentir-se como um filhote de ave debaixo das asas de sua mãe. É muito particular, é muito íntimo, é um relacionamento perfeito (v.7).

 

9.Por causa dessa presença íntima, o crente segue a Deus de perto. O medo vai embora quando nos sentimos assim. As dúvidas somem quando estamos debaixo das asas de Deus (v.8). 

 

10.Até os inimigos ficam com medo dessa intimidade. Ninguém se aproxima de uma ave que acolhe os seus filhotes. Davi sabia que Deus poderia destruir os seus perseguidores, contudo, ele mesmo não ousou fazer mal a Saul, mesmo que tendo oportunidade. O crente que está em comunhão com Deus não busca a vingança, busca o próprio Senhor (v.9-10).

 

11.Uma particularidade de quem vê Deus assim, bem de perto, é a alegria. Jurar por Deus aqui com o sentido de fazer votos a Deus, colocar o nome de Deus em prova e provar que Ele é bom e que não decepciona. Deus tapará a boca daqueles que injuriam o crente e mentem contra ele. Neemias teve essa experiência, bem como Mardoqueu e outros. Cada crente deve notar essa particularidade em sua vida. Deus está bem presente e perto? As particularidades não enganam e embora sejam individuais elas são mostradas às pessoas em forma de conduta. Deus é Deus de todos, mas também é particular para os íntimos Dele. Para os que tem sede Dele, para os que O louvam e para os que O seguem de perto (v.11).

 

Salmo 63: As particularidades de um coração que deseja a Deus

1.Busca a Deus para saciar a sua sede e dar força à sua fraqueza (v.1-2)

2.Sente uma grande necessidade de louvar a Deus (v.3-6)

3.Segue a Deus de perto por causa da proteção que Ele oferece (v.7-11)

 

Salmo 64: As atuações dos inimigos e as atuações de Deus

O salmista jamais protege a reputação dos homens maus. Eles, de fato, são perversos e têm más intenções. Ele também jamais esconde que tem medo deles. Mas, de todas as verdades, ele jamais esconde o fato de que Deus é poderoso para vencer aos inimigos, fortalecer sua vida e dar paz e tranquilidade. Assim, deve ser a confiança do crente. Não deve gastar sua energia para se fortalecer com autoajuda, mas, sim, investir seus pensamentos e orações Naquele que pode socorrê-lo. A intimidade com o Todo Poderoso é o melhor relacionamento que o crente possui (v.1-10).

 

“Os piedosos levariam seu caso a Deus em oração quando se tornassem alvo das fofocas dos maliciosos. Eles podiam descansar na segurança de que Deus, eventualmente, tornaria o antagonismo dos perversos contra eles mesmos (1 Sm 25). Ele faria isso para Sua própria glória e para o bem-estar daqueles que confiam Nele.”[15]

 

Salmo 64: As atuações dos inimigos e as atuações de Deus

1.Os inimigos atuam caluniosamente e com maus intentos (v.1-6)

2.Deus atua em defesa do justo contra o caluniador (v.7-10)

 

 

Salmo 65: As lições missionárias do Salmo 65

1.Este é um salmo missionário, pois o desejo de Deus é todo o mundo conheça a Sua salvação. Davi escreveu profeticamente sobre o povo voltando do cativeiro, pois é mencionado o templo que não existia nos tempos de Davi, mas somente a casa do Senhor. Os crentes estão fartos das bênçãos de Deus. Nós nos alimentamos das palavras vivas, porém, há muitos povos que não têm a luz e a Igreja precisa levá-la para que outros sejam salvos. Há duas lições missionárias no salmo 65 que toda a igreja deve aprender a fim de glorificar a Deus, levando a mensagem a todos os povos.

 

2.O Senhor Deus é a confiança de Jerusalém, aqui denominada Sião. É Nele que Israel deve confiar. É no Senhor Jesus Cristo, o Messias de Israel que os judeus atuais devem confiar. O voto que a nação fazia com o Senhor era o voto de adoração. Nós como Igreja também estamos ligados a Jesus Cristo em louvor e confiança (v.1).

 

3.O Senhor sempre atende às orações de Seus servos. O Senhor Jesus disse que podíamos pedir tudo que quiséssemos e seríamos atendidos. Todas as nações devem se achegar ao salvador. Como poderão chegar até Cristo se não pregarmos aos povos que não têm acesso à Palavra de Deus e ao evangelho? (v.2).

 

4.Os povos estão cheios de pecado e, por isso, precisam do salvador. Se chegarem arrependidos por causa da mensagem do evangelho o Senhor os ouvirá, assim como ouvia Israel e ouve a Igreja (v.3).

 

“Então, queridos amigos! Embora vocês possam fazer uma grande tarefa – graças a Deus! – ao subjugar os maus hábitos e inclinações, vocês não podem tocar, assim como dominar, o fato central do pecado exceto se Deus os ajudar e vocês dobrarem seus joelhos.”[16]

 

5.Deus não escolheu alguns para serem salvos e outros para irem para o inferno, antes, Ele escolheu o mundo todo para se aproximar Dele e ser salvo. No entanto, para o Seu serviço Ele escolheu Israel e algumas pessoas, mas isto não significa que Israel se salvou. Só há salvação aos que se chegam até Ele. Alguns foram escolhidos para cuidarem do átrio do Templo, do Templo, da música, dos sacrifícios e, assim por diante. Os povos precisam se aproximar da casa de Deus e aceitarem os sacrifícios como uma obra de fé Nele. Como as pessoas receberão a salvação se não formos até elas? (v.4).

 

6.Se Deus tivesse rejeitado os pagãos, por que este versículo diria que o salvador é a esperança dos confins da terra? O evangelho precisa ser anunciado, pois Jesus Cristo é a esperança de todos os povos. Alguns descansam na falsa doutrina de que são os eleitos para a salvação e não buscam os perdidos. Paulo disse que o evangelho chegou em todo o mundo da época dele e frutificou. Se os pagãos estão perdidos é porque o evangelho não chegou até eles. Porém, sabemos de povos que receberam a salvação porque missionários se sacrificaram para alcançá-los. Não há nenhuma outra mensagem de esperança para os povos perdidos a não ser Jesus Cristo. A Igreja precisa enviar missionários às terras mais longínquas e eles serão salvos. Michael Bronson diz em seu livro “E quanto aqueles sem o evangelho” e também no livro “Salvação Seletiva” que há pessoas indo para o inferno desnecessariamente. Devemos orar, contribuir e ir para que todos tenham a mesma esperança (v.5, ver Cl 1.6).

 

7.Nos próximos versículos o salmista adora a Deus pelos seus poderosos feitos. Os feitos de Deus são claramente vistos na natureza, porém, Deus não quer salvar a natureza, mas salvar os pecadores perdidos por todo o mundo. Se Ele tem poder de firmar os montes, Ele pode também colocar os pecadores sobre uma rocha (v.6, ver Sl 40.2).

 

8.Deus pode fazer calar o mar e o tumulto dos povos. Ele quer salvar os pecadores que clamam desesperados por salvação. As suas vidas como um mar agitado que lançam de si lama e lodo (v.7, Is 57.20).

 

9.A bênção dos povos é Jesus Cristo e os mensageiros são os missionários. Raabe temeu os sinais de Deus no Egito e creu. Os sábios vieram do Oriente e se alegraram com o menino Jesus Salvador (v.8, ver Js 2.3 e Mt 2.1).

 

10.Deus prepara a terra para produzir mantimento. Ele rega a terra com chuvas e ribeiros. Ele abençoa a terra. Mas, Deus quer abençoar os povos da terra, também. Ele prepara os povos com a consciência e a percepção de um criador, através da natureza. Ele quer fazer os povos produzirem frutos de arrependimento. Os missionários são as chuvas de bênção para os pecadores espalhados no mundo sem acesso ao evangelho (v.9-10).

 

11.Em um ano há quatro estações e Deus coroa todas as terras com essas estações. Exceto os pólos, todas as terras são produtivas. Os pólos só têm duas estações o verão e o inverno (luz e trevas). O profeta expressou o clamor dos povos: “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos”. As pegadas de Deus são as nuvens carregadas de chuvas. Ele tem prazer em abençoar a terra por causa dos povos. Ele tem maior prazer em abençoar os povos com a salvação. Assim como existe a chuva por causa da terra, onde vivem os povos, assim existe a Igreja por causa dos pecadores que estão no mundo. Se a terra não recebe as chuvas de bênçãos, secará. Se os povos não receberem a bênção do evangelho, perecerão em seus pecadores e o seu destino será o inferno. Os crentes são as pegadas das bênçãos de Deus para os povos. Será que os perdidos estão vendo as pegadas em sua direção? (v.11, ver Jr 8.20).

 

12.Até os desertos são abençoados com chuvas quando Deus quer. Sabemos que Israel conseguiu produzir vegetação no deserto através de modernas técnicas de irrigação. Deus tem oásis para os beduínos no deserto e graças ao Senhor há missionários tentando alcançá-los com a água viva, Jesus Cristo. Os outeiros são lindos e alegres com sua vegetação, tudo por causa das pegadas de Deus, as nuvens cheias de água. Os povos se tornaram alegres quando conhecerem o salvador e no céu haverá muita alegria por pecadores que se arrependerem desses lugares (v.12).

 

13.Não há quadro mais lindo do que campinas cheias de gado e brejos cheio de arroz. Os campos de trigos são alegria para os olhos. Parece que toda a criação canta de alegria. Mas, e os povos? Estão se lamentando em seu estado pecador e perdido. Infelizmente, lamentarão por toda a eternidade se não levarmos a eles o evangelho salvador. Há organizações não governamentais lutando pela preservação da natureza. A natureza é linda e precisa ser respeitada. Mas há povos sem o conhecimento do salvador. Como os respeitaremos? Criando parques para que ninguém se aproxime deles para que continuem em suas feitiçarias e espiritismo? Não, devemos levar a mensagem salvadora. Todos queremos ver a natureza linda, devíamos muito mais desejar ver pecadores salvos para a glória de Deus, embelezando o céu junto conosco. A criação será destruída e depois restaurada por Deus, mas os pecadores perdidos não terão outra chance. Jesus Cristo é a esperança de todas as nações e Ele é a bênção para todas essas nações. A Igreja pode levar esta esperança e abençoar os povos com o evangelho (v.13).

 

Salmo 65: As lições missionárias do Salmo 65

1.O Senhor é a esperança de todas as nações (v.1-5)

2.O Senhor é a benção de todas as nações (v.6-13)

 

Salmo 66: As situações das nações, de Israel e do crente individual para adorar a Deus

O salmo de louvor dessa vez exalta os feitos de Deus. Se observarmos e tomarmos tempo para pensar em como Deus opera, ficaremos estupefatos, surpresos. Deus não age de modo comum. Deus não se limita às nossas racionalizações. Ele tem prazer em nos surpreender. Ele também tem prazer em nos socorrer e não em nos deixar caídos. O salmista está ciente que Deus não o ouviria se ele não falasse. A oração é o único recurso certo que temos contra o desânimo, sofrimentos, perseguições e incredulidade. Precisamos praticar a oração. Deixar Deus saber o que está em nosso coração. Evidentemente, Ele sabe, antes mesmo de pedirmos e pensarmos, mas Ele deseja a nossa iniciativa em oração. Ele não negará o Seu amor jamais (v.1-20).

 

“Os grandes atos de Deus na natureza e na história demonstram Sua autoridade soberana sobre toda a terra. A travessia do Mar Vermelho e o Rio Jordão demonstram essa autoridade a todas as nações (Js 2.9-11). As nações deveriam, portanto, parar de se rebelar contra o Senhor.”[17]

 

Salmo 66: As situações das nações, de Israel e do crente individual para adorar a Deus

1.As nações só adorarão quando Deus as submeter (v.1-8)

2.Israel só adorará com muito sofrimento (v.9-12)

3.O crente adora voluntariamente em reconhecimento pelo o que Deus é e tem feito (v.13-20)

 

Salmo 67: Os objetivos de Deus para com a humanidade

1.É um salmo de Davi para ser cantado com o instrumento de cordas chamado Neginote. Um salmo escrito por Davi depois da rebelião de seu filho, Absalão. Deus se apresenta neste salmo como o resplendor que pode iluminar todas as pessoas. Absalão poderia receber a luz de Deus se não fosse tão obstinado em matar o seu próprio pai e se não fosse tão ganancioso pelo reino que não lhe pertencia. O objetivo de Deus é abençoar e não amaldiçoar. Os objetivos de Deus para com a humanidade são os melhores vindo de um Deus de amor.

 

2.O desejo de Deus é mostrar a Sua graça ao mundo. Ele ama e quer alcançar o pecador. A graça quando se busca não é graça é esforço próprio. Deus abençoa o pecador baseado em Sua graça, no Seu desejo de oferecer ao pecador a oportunidade de ser salvo. O salmista deseja que Deus resplandeça o Seu rosto. Deus quer Se mostrar ao pecador, mostrando o Seu rosto, porém, o pecador não suportaria tanto brilho por causa de Sua santidade. Por causa da misericórdia de Deus o pecador pode ver o brilho de Seu rosto sem morrer. Deus quer isto para a humanidade, ou seja, conceder a Sua presença graciosa, abençoadora e resplandecente. Em Abraão, todas as famílias da terra podem ser abençoadas, pois Dele veio Jesus Cristo, o Salvador. O objetivo de Deus é que todos conheçam a salvação. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Ele não quer que ninguém pereça, mas deseja que todos sejam salvos (v.1-2, 1 Tm 2.4).

 

“O salmista começa então a orar pela conversão dos gentios, demonstrando que os santos do Antigo Testamento desejavam que as suas vantagens também pudessem ser desfrutadas pelos demais.”[18]

 

3.O objetivo de Deus para a humanidade é mostrar a sua graça e também abençoar os povos. Os povos todos devem louvar a Deus, mas isto só pode acontecer se Deus os abençoar (v.3,5).

 

4.Deus quer alegrar as nações com a salvação. Mas a alegria só vem quando conhecemos Deus e Seu caráter. O juízo Dele deve nos alegrar, pois Ele é justo. Quem sofre o juízo de Deus não se alegra, pois é o resultado de sua desobediência contra Ele (v.4).

 

5.O objetivo de Deus é abençoar. A terra deu fruto. Deus abençoou o solo e os homens podem administrá-lo de modo correto e sempre terão abundância, mas do lado espiritual, podemos afirmar que a terra de Israel deu o mais importante fruto para a humanidade que foi o Messias. Todos são alimentados Nele se aceitarem a salvação (v.6).

 

6.Deus abençoando a nação de Israel todas as nações seriam beneficiadas, pois a salvação vem de Israel, através do Messias. Não é diferente com a Igreja. Nós somos abençoados com a salvação e levamos essa salvação aos povos. Os objetivos de Deus são mostrar a Sua graça salvadora e abençoar os povos. Os que não estão sendo abençoados é porque estão rejeitando a graça de Deus (v.7).

 

Salmo 67: Os objetivos de Deus para com a humanidade

1.Mostrar a Sua graça salvadora (v.1-2)

2.Abençoar todos os povos (v.3-7)

 

Salmo 68: As exaltações a Deus

Por mais poderoso que possa parecer o inimigo, ele é como cera diante do fogo de Deus. A Casa de Deus evoca no crente louvores. Ele é o protetor dos fracos, aqui mencionados como as viúvas e órfãos. Se Deus não abandonou o povo na jornada do deserto, Ele cuidará de todos os crentes em todas as épocas, pois aquilo nos serve de exemplo para a jornada cristã. O povo antigo não entrou na terra, mas isso não diminuiu em nada a Sua fidelidade, pois todos poderiam entrar, se fossem obedientes. O rei vai entrar no Templo e estabelecerá o Seu reino. Novamente, os que entrarão na terra serão apenas os obedientes (v.1-35).

 

“Paulo fez uma aplicação válida do significado cristológico para a passagem do Antigo Testamento. Por um lado, conforme Salmo 68.18, Deus elevou Sião como um rei vitorioso, digno de ser aquele que recebe os dons (o louvor) dos cativos (prisioneiros). Por outro lado, de acordo com Efésios 4.8, Jesus também subiu a Sião celestial como vitorioso Senhor que amavelmente concedeu à Sua Igreja os dons do ministério para o seu futuro bem-estar. Uma passagem providencia o padrão uma para outra.”[19]

 

Salmo 68: As exaltações a Deus

1.Ele deve ser exaltado porque é Onipotente (v.1-19)

2.Ele deve ser exaltado porque liberta (v.20-35)

Salmo 69: As fadigas e o descanso do servo de Deus

A sensação do salmista é estar mergulhado até o pescoço num lamaçal. Ele precisa de alguém lhe estendendo a mão para salvá-lo. Ele encontrará esse socorro somente em Deus. Enquanto ele grita por socorro, ele fica até rouco. Outra preocupação do salmista, além do seu bem-estar é que os demais crentes não fiquem envergonhados por ele estar na lama. Essa preocupação deveria afligir todos os crentes. O que acontece conosco afeta o corpo. Um testemunho falho coloca os demais crentes em ridículo. Vemos a aflição de Jesus na cruz prefigurada neste salmo. Deram-lhe a beber fel (v.1-36).

 

“Devemos frequentemente pensar na pessoa que sofre nesta passagem, da qual se fala, e perguntarmos: ‘Por quê?’ e ‘O quê sofreu? Para quê’, ao meditarmos nisto, sejamos mais humilhados pelo pecado, e mais convencidos do perigo que corremos, para que sintamos ainda mais gratidão e amor, que nos leve a viver para a glória do Senhor que morreu pela nossa salvação. Daqui, aprendemos que quando estamos aflitos, temos que encomendar o cuidado de nossa alma a Deus, para que não sejamos angustiados pelo descontentamento, nem naufraguemos no desespero.”[20]

 

Salmo 69: As fadigas e o descanso do servo de Deus

1.As fadigas de ser justo e querer viver de modo piedoso (v.1-12)

2.As fadigas de ser injustiçado (v.13-28)

3.O descanso no Senhor (v.29-36)

 

Salmo 70: As palavras em relevo durante as perseguições

 

“Este salmo é um lamento individual, o qual ocorre como parte do salmo 40. Aqui o nome de Deus foi mudado de Yahweh para Elohim, e algumas pequenas variações na redação são evidentes. Sua existência como um salmo independente pode indicar que foi achado em ambas as coleções básicas já mencionadas ou que foi separado do Salmo 40 para uso litúrgico no Templo.”[21]

 

1.Como muitos salmos de Davi este é mais um dos salmos em que ele está fugindo de Saul. Algumas palavras ficam em relevo quando somos perseguidos injustamente. Neste Salmo encontramos essas palavras que nos incentivam a permanecer confiantes no Senhor. Em tempos de perseguições algumas palavras ficam em relevo. Em todos os sentidos temos pressa quando somos perseguidos. A pressa em fugir dos perseguidores. A pressa em fugir da situação. A pressa em nos encontrar com Deus deveria ser a nossa única pressa. Nele temos a segurança e o livramento. Deus nos coloca em situações de desespero para aprendermos mais Dele, sentirmos mais desejo por sua presença. De outra maneira deixaremos as coisas de Deus para quando tivermos mais tempo ou mais necessidade. Sempre teremos pressa por alguma coisa. Mas quando teremos pressa em nos encontrar com o Senhor Deus? A palavra “pressa” fica em relevo quando somos perseguidos, mas devemos mesmo é ter pressa em nos encontrar com Deus (v.1).

 

 

 

 

 

1.Alguns têm pressa em ficar ricos (1 Tm 6.9).

2.Alguns têm pressa em comer (Fp 3.19).

3.Alguns têm pressa em ser o primeiro (Mt 20.27).

4.Alguns têm pressa em descobrir segredos (Pv 11.13, 20.19).

5.Alguns têm pressa em tirar satisfações quando ofendidos (Rm 12.19)

 

2.A situação de perseguição por si mesma já é constrangedora. A vergonha de ser perseguido é uma tentação na vida cristã, mas Jesus, Paulo e Pedro disseram exatamente o contrário. É uma honra ser perseguido por causa do evangelho (Mt 5.10, 2 Tm 3.12, 1 Pe 4.15-16). O salmista pede a Deus que os perseguidores fiquem envergonhados e confundidos. São eles que têm motivos de ficarem envergonhados de perseguirem os servos de Deus. Como crentes passamos pela tentação de querer que todos sejam amigáveis conosco. Mas o deus deste mundo tem ódio dos crentes, pois Ele odeia o Deus dos crentes. Nunca seremos populares, enquanto pregarmos a Palavra de Deus fielmente. A palavra “vergonha” está em relevo nas perseguições. Mas os perseguidores que serão envergonhados. Quanto a nós seremos honrados (v.2-3).

 

3.A alegria parece que se encaixa melhor diante de situações mais agradáveis. No entanto, esta palavra deveria estar em relevo durante as perseguições. Nas perseguições temos a oportunidade de engrandecer a Deus através do nosso testemunho, pois buscamos somente ao Senhor. O apóstolo Paulo estava preso quando escreveu a “epístola da alegria”, que é Filipenses. As palavras “alegria”, “alegrai-vos”, “gozo”, “regozijai-vos” aparecem 13 vezes. A palavra “alegria” está em relevo nas perseguições e deveria estar em relevo em nossas vidas (v.4).

 

4.Parece que esta é a palavra que mais está em relevo nas perseguições. Mas o versículo não está incentivando a ficarmos aflitos, mas clamar a Deus. Se as perseguições serviram para nos fazer clamar mais a Deus, já valeram. O objetivo das perseguições é fortalecer o povo de Deus. Não se consegue músculos sem tensão, assim como não se consegue firmeza na fé sem tensões espirituais e perseguições. A aflição é uma palavra que se destaca nas perseguições. A atitude do crente é clamar a Deus para que Ele se apresse em socorrer. O socorro pode vir em forma de consolo e fé para suportar as aflições e não necessariamente a libertação do tempo de perseguições. Algumas palavras aparecem mais em determinadas circunstâncias. “Pressa”, “Vergonha”, “Alegria” e “Aflição” são palavras relevantes em tempos de perseguição (v.5).

 

Salmo 70: As palavras em relevo durante as perseguições

1.Pressa (v.1)

2.Vergonha (v.2-3)

3.Alegria (v.4)

4.Aflição (v.5)

 

Salmo 71: As implicações da oração

Este é um clamor muito franco. O salmista ora a Deus para que não seja envergonhado e que tenha o livramento necessário. A vida de fé do salmista não começou nesse momento, mas desde a mocidade ele ama e confia no Senhor. Ele também reconhece que o Senhor cuida dele desde o nascimento. O salmista quer servir de exemplo a todos os que vierem depois dele. A velhice traz consigo uma preocupação de servir de padrão para os demais (v.1-24).

 

 

“Embora seus inimigos sejam hábeis em se aproveitarem de sua fraqueza, Deus tem sido a sua esperança desde o seu nascimento (cons. Sl 22:9,10). Estes inimigos, que creem que Deus o abandonou, são repreendidos pela má interpretação de sua aflição. Seu apelo baseia-se tão somente em sua confiança no poder de Deus e a prontidão em livrá-lo.”[22]

 

Salmo 71: As implicações da oração

1.Aquele que ora deve confiar somente em Deus (v.1-8)

2.Aquele que ora deve perseverar (v.9-16)

3.Aquele que ora deve também agradecer (v.17-24)

 

Salmo 72: Os desejos de Davi em relação ao reino de Salomão e ao reino do Messias

1.Este salmo foi composto por Davi quando o seu filho, Salomão, foi ungido rei da nação de Israel. Salomão é um tipo do Messias neste salmo. O rei Salomão estendeu o seu reino para além das fronteiras da Judeia. Cristo estenderá o Seu reino por toda a terra. Salomão foi o mais rico e o mais sábio dos reis. Cristo é o dono de toda a riqueza e é a sabedoria em pessoa. Davi desejava a prosperidade no reino de Salomão. Nunca Davi pretendeu que o reino se dividisse, mas isso aconteceu depois de Salomão. O desejo de Davi se concretiza totalmente no Messias e sem que Davi soubesse, nele mesmo, pois Davi será o corregente no reino messiânico. Se Salomão não foi tudo o que Davi pediu, o Messias, podemos estar certos disso, será. Um rei justo deseja um reinado justo para o seu descendente. Assim vemos os desejos de Davi em relação ao reino de Salomão e ao reino do Messias

 

2.A justiça é a virtude mais elementar para um governante. A Palavra de Deus diz no v.2 sobre os aflitos, pois eles carecem de um rei justo para julgar a sua causa (v.1-2).

 

3.Os montes e colinas são as nações vizinhas. Salomão teve paz por todo o lado. Davi foi um homem guerreiro, mas o seu filho gozou de muita paz e prosperidade. As nações vinham exaltar o seu reino e desejar paz e justiça (v.3).

 

3.Para que haja paz é preciso ser enérgico, às vezes. Salomão não admitia a injustiça e a opressão, conforme vemos naquele caso tão conhecido das duas mães lutando pela mesma criança. O rei Davi desejava para o reino de seu filho que a justiça fosse praticada. No reino do Messias a justiça será universal (v.4).

 

4.Salomão dominou por todas as partes. Foi o máximo em extensão que a nação de Israel conheceu no seu reino. O reino de Salomão dominou, mas não como será o domínio do reino messiânico através de mil anos (v.5).

 

5.O reino de Salomão dominou a terra como a chuva do céu que rega todos os cantos. O reino do Messias cobrirá a terra como as águas cobrem todo o mar (v.6).

 

6.O nome Salomão significa “paz”. O reino dele, de fato, foi um reino de paz. O domínio não foi só de justiça, mas de paz e também de florescimento e frutos. Assim será o reino do Messias na terra. As armas serão substituídas por instrumentos de trabalho e produção. A paz mundial será, pela primeira vez, real (v.7).

 

7.O domínio do reino de Salomão foi do Mar Grande até o Grande Eufrates. O reino do Messias será o mundo todo. No Estado Eterno nem mesmo haverá mar e, portanto, não haverá divisões de povos. Tudo será um só reino (v.8).

 

8.A rainha do Sul veio visitar Salomão e o seu reino. Admirou-se muito pelo domínio do reino de Salomão. Os inimigos do Messias serão forçados a se inclinar diante do domínio de Seu reino (v.9).

 

9.Todos os vizinhos de Salomão reconheceram o seu domínio e lhe pagavam tributos. Sebá e Sabá são os povos da Arábia e da Etiópia. Todos os povos reconhecerão o domínio do Messias, Jesus Cristo em Seu reino e lhe prestarão adoração a cada ano em Jerusalém (v.10-11).

 

10.Os reis durante a história se tornaram tão déspotas que é até difícil pensar em um rei que exerça misericórdia. O desejo de Davi era que Salomão fosse misericordioso para com o aflito e oprimido e aconteceu assim. O sangue ou a vida dos desvalidos era muito precioso para o rei Salomão. O Messias exerce misericórdia para com os fracos e contritos de coração. Ele nunca rejeita aquele que vem pedindo misericórdia. Ele não quebra a cana trilhada, ou seja, aquele que já está em situação precária precisa de apoio e de ser levantado e não de severidade e peso que não consiga suportar. A misericórdia é um atributo de Deus, exercido pelos bons líderes e personificada na Pessoa do Messias de Israel, o qual salvará essa nação tão obstinada de coração durante milênios, mas restaurada para a Sua glória no milênio (v.12-14).

 

“Esses extensos domínios não serão adquiridos mediante a ambição pessoal, nem pelo desejo de fama imperial, mas através do mérito intrínseco de uma administração idealmente justa.”[23]

 

11.Davi era próspero, mas ninguém foi tão próspero quanto Salomão. A riqueza dele surpreendeu a rainha de Sabá. Ela não tinha ouvido nem metade daquilo que seus olhos viram. A rainha trouxe presentes para Salomão e, assim o desejo de Davi, que também era uma profecia, foi cumprido. O Messias é o dono de toda a prata e todo o ouro. Com Ele estão todas as riquezas inimagináveis. Finalmente, a maior de todas as riquezas está com Ele, que é a salvação da alma do pecador (v.15).

 

12.O reino de Salomão foi próspero em cereais e toda forma de abundância da terra. Nada faltou no reino de Salomão. Assim como o Líbano era riquíssimo em árvores, o reino de Salomão foi rico em cereais. Os habitantes povoaram o reino de Salomão, pois já era o cumprimento da promessa feita a Abraão. No reino do Messias o deserto florescerá e os montes se encherão de trigo e uvas. Será um reinado próspero. Os habitantes da terra serão abençoados com a Sua abundância (v.16).

 

13.Salomão foi um rei próspero e bendito. As pessoas queriam muito bem a Salomão. Podemos entender porquê. Em Provérbios 11.26 diz que aquele que não vende ou que retém o trigo o povo amaldiçoa. Salomão em sua prosperidade não deve ter deixado os vizinhos sem mantimento, também. O Messias será exaltado por todas as nações, pois a salvação e bênçãos serão derramadas por toda a terra (v.17).

 

14.Davi foi um homem de guerra, mas mesmo assim nunca faltou o louvor em seus lábios e em toda a sua congregação de sacerdotes e entre o povo, por isso, o desejo para o seu filho, Salomão, bem como para o reino messiânico é que houvesse louvor. No reino de Salomão os cantores e músicos em geral trabalhavam em turnos e enchiam o Templo de louvor durante todo o dia e noite. No reino do Messias haverá louvor dos anjos, da Igreja, de Israel e dos salvos da Tribulação. Os salmos não estão dispostos na ordem em que foram escritos. Este salmo, por exemplo, foi o último salmo escrito por Davi. Como ele está deixando o reino para o seu filho, Salomão, é bem compreensível que escrevesse este salmo desejando prosperidade em seu reino. O nosso desejo deve ser o mesmo que Davi. Ele queria justiça, domínio, prosperidade, misericórdia e louvor para o reino de seu filho, Salomão e também para o reino do Messias. Nós devemos orar por nossas autoridades, mas esperar somente no Messias um reino com essas qualidades completas (v.18-20).

 

Salmo 72: Os desejos de Davi em relação ao reino de Salomão e ao reino do Messias

1.Que houvesse justiça no seu reino (v.1-4)

2.Que houvesse domínio no seu reino (v.5-11)

3.Que houvesse misericórdia no seu reino (v.12-14)

4.Que houvesse prosperidade no seu reino (v.15-17)

5.Que houvesse louvor no seu reino (v.18-20)

 

Salmo 73: A inveja e a cura do crente sobre os ímpios ricos e zombadores

1.Se formos sinceros conosco mesmos, teremos de admitir que já tivemos inveja de pessoas ímpias e zombadoras, somente porque são ricas e prósperas em seus negócios. A inveja nunca é uma virtude, mas por que não admiramos as pessoas piedosas, ainda que pobres e algumas vezes, até doentes? O salmista, Asafe, sofreu com esta inveja, mas foi curado quando entendeu aquilo que todos os crentes devem entender: o destino final dos ímpios e a esperança do crente. A inveja do crente precisa ser curada pelo Senhor. Neste salmo vemos a inveja e a cura do crente sobre os ímpios ricos e zombadores.

 

2.Somente aqueles que andam com o Senhor experimentam da bondade Dele. A pureza de coração reconhece o quanto Deus é bom e por outro lado, Deus é bom para os que buscam a santificação para a sua vida (v.1).

 

3.Asafe quase se desviou do Senhor. É fácil saber se estamos desviando do Senhor. Quando começamos a admirar demais os que não andam com Deus, por causa de sua momentânea prosperidade (v.2-3).

 

4.Há ímpios que morrem fartos de dias bem vividos neste mundo e com toda a assistência para a família, enquanto há crentes fiéis que morrem em desastres e perseguição, deixando a família sem assistência financeira (v.4).

 

5.Os incrédulos, assim como os crentes, também lutam pela sobrevivência. E o que dizer das aflições? A Bíblia diz que todos quantos querem viver de modo piedoso sofrerão perseguição (v.5).

 

6.O enfeite de muitos zombadores é a violência e nada lhes acontece. A exploração de funcionários é um tipo de violência e não são poucos os que vivem bem financeiramente explorando pobres coitados (v.6).

7.Além disso, quantos ímpios e zombadores estão vivendo com muita saúde? Eles não apenas desejam, mas conseguem realizar os seus desejos. Não acontece isto com os crentes fiéis. Um exemplo disso são os queridos missionários em campos transculturais. Muitos passam por problemas terríveis com doenças e o sustento nem sempre cobre as suas necessidades básicas, o que diremos dos desejos de seu coração, os seus sonhos! (v.7).

 

8.Nós os crentes fiéis temos medo de proferir palavras frouxas, pois ao dizer algumas palavras não pensadas podemos até blasfemar. Ao meditar neste salmo, facilmente podemos azedar o nosso coração e pecar contra Deus. Mas os ímpios são tão arrogantes que de modo vulgar dizem: “Não há Deus”, “Onde está o vosso Deus?” (v.8-9).

 

9.Esses ímpios são tão perversos, mas ainda assim conseguem pessoas para beberem as suas palavras contaminadas. Enquanto há servos de Deus, evangelistas, com palavras doces, os quais são rejeitados (v.10-11).

 

10.Este é um quadro dos ímpios, zombadores. É verdade que existem incrédulos doentes, os que sofrem e pobres, mas o objetivo de Asafe, inspirado por Deus é mostrar que não podemos fazer um padrão de felicidade. Se a nossa felicidade é a esperança da vida eterna, podemos dizer que nunca haverá para nós a felicidade neste mundo e nem ao menos Deus nos chamou para a felicidade neste mundo. As bem-aventuranças sempre apontam para a esperança no porvir (v.12).

 

11.Se o crente se amargurar com estes pensamentos, ele vai acabar achando que é perda de tempo se purificar. Mas só pensar assim já é uma ofensa para os filhos de Deus. Dói, só de pensar. Quem sabe já não estamos azedos! Quem sabe já estamos brigando com Deus por não sermos como os infiéis! Estamos do lado do Senhor ou do mundo? Precisamos ser curados da inveja (v.13-16).

 

12.Todo o pensamento do salmista mudou quando entrou em comunhão íntima com Deus. Se o crente quiser consolo dessa situação, a cura para a inveja, deverá se aproximar do Senhor. A primeira verdade que Deus nos ensinará é a respeito da eternidade do ímpio (v.17).

 

“Quanto mais ele ponderava sobre essa inversão de valores, mais difícil e perturbadora ela ficava (16). Mas, finalmente, dirigiu-se ele ao santuário de Deus (17) e meditou sobre o estado final dos ímpios. Ali descobriu uma nova concepção; percebeu que a vida o deixara perplexo porque não tinha considerado a mesma à luz do estado final.”[24]

 

13.No versículo 2 vimos que Asafe quase se desviou, ele quase escorregou. Mas quanto aos ímpios, a queda é certa e tudo num momento inesperado. O incrédulo vive com se nunca fosse morrer e que nunca deverá prestar contas a Deus (v.18-19).

 

14.Quando o ímpio acordar terá de enfrentar a dura realidade da qual fugiu a vida inteira. Deus o desprezará por toda a eternidade (v.20).

 

15.Quando o salmista parou e pensou nessa realidade, ele ficou envergonhado. De quem mesmo estávamos com inveja? Vale a pena? Claro que não! Foi uma loucura passageira, agimos como um animal sem raciocínio (v.21-22).

16.A nossa visão deve ficar focalizada novamente. Estávamos usando óculos errados. Víamos de modo embaçado. Agora, já arrependidos dessa inveja, podemos olhar para o Senhor somente e diariamente (v.23).

 

17.Hoje sofremos, mas ainda assim, sofremos com o Senhor. No futuro seremos recebidos pelo Senhor. A nossa esperança na terra e no céu sempre é o Senhor. É para Ele que devemos olhar e não para o ímpio que perece (v.24-25).

 

18.Deus não nos promete uma vida sem durezas, mas Ele promete que estará conosco todos os dias da nossa vida (v.26).

 

19.O destino dos ímpios e o destino dos crentes são opostos. Devemos lembrar que estamos no caminho certo. É uma mensagem para a nossa edificação e para transmitir para outros. Jesus contou a parábola do rico que desejava aumentar a sua produção e viver regaladamente sem Deus. Devemos lembrar da loucura dele (Lc 12.20) (v.27-28).

 

Salmo 73: A inveja e a cura do crente sobre os ímpios ricos e zombadores

1.A inveja (v.1-16)

2.A cura (v.17-28)

 

Salmo 74: As reafirmações daquele que confia em Deus

Agora o músico Asafe quer saber porque Deus demora para socorrer o Seu povo. A impressão que dá é que Deus está irado contra o Seu rebanho. Isso não pode ser verdade, mas é assim que o crente sofredor se sente muitas vezes. A vergonha de ver os inimigos como se fossem lenhadores com o machado sobre as árvores traz ao salmista um lamento. O Templo está sendo destruído. O versículo 11 nos dá um quadro de Deus de braços cruzados, por isso, Asafe pede que Deus tire a mão do seio, ou seja, descruze os braços. Deus que pôde abrir o Mar, destruir o Leviatã, Faraó, poderia, certamente, defender a causa que é Dele mesmo, o povo de Israel. Não é pecado perguntarmos a Deus, o pecado está em não confiarmos Nele (v.1-23).

 

“No mundo antigo, o conquistador dos povos era sempre considerado aquele que triunfou sobre o deus ou deuses dos povos. Naturalmente, insultar ao deus de um povo sempre traz um cântico de vitória.”[25]

 

Salmo 74: As reafirmações daquele que confia em Deus

1.É preciso reafirmar que Deus não está de braços cruzados (v.1-11)

2.É preciso reafirmar que o mesmo Deus que sempre agiu, agirá agora novamente (v.12-23)

 

Salmo 75: Os danos causados pela arrogância dos ímpios

1.Al-Tachete é um título que significa “não destrói”. Talvez, o salmista Asafe esteja pedindo que Deus não castigue o povo. Como vemos neste salmo, Deus exalta uns e abate a outros por causa de suas atitudes. Quando alguém não é humilde acaba incorrendo em juízo de Deus e causando danos para si mesmo e para os outros. Isto serve para os ímpios que são incrédulos e também para os crentes que estão andando em desobediência. A arrogância causa danos.

2.Há bastante diferença neste salmo entre as versões corrigida e atualizada, por isso, vale a pena recorrer ao hebraico para alguns termos. As maravilhas do Senhor deveriam nos fazer humildes para glorificarmos a Deus. A sensação de que Deus está perto deveria fazer o crente exaltar a Deus. A arrogância causa dano, pois o arrogante age como se Deus não estivesse perto (v.1).

 

3.O Senhor Jesus Cristo não veio ao mundo, pela primeira vez, para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Mas um dia Ele será o juiz e o Seu juízo será justo (v.2).

 

4.Os arrogantes serão dissolvidos. A palavra “dissolver” significa “tornar algo em estado líquido”. A palavra usada neste salmo é “moog” em hebraico, que significa “dissolver” ou “liquifazer”, tornar em líquido. Vacilar não é a melhor tradução. O contrário de dissolver é solidificar. O Senhor Jesus Cristo solidificará as colunas dos justos. A palavra hebraica “takan” significa “pesar”, “nivelar”, “medir”. As colunas dos justos serão testadas e bem firmadas, por isso, ele não será abalado (v.3).

 

“Este versículo pode bem ser aplicado a Cristo. Os habitantes do mundo estavam sendo dissolvidos pelo pecado e a destruição ameaçava toda a criação. Cristo abalou os pilares e salvou o mundo da ruína salvando o Seu povo de seus pecados.”[26]

 

5.Os arrogantes levantam a sua fronte. Em hebraico é “qeren” (chifres). Um animal com chifre conhece a sua força e, por isso, se defende e ameaça suas vítimas com sua fronte. Diante de Deus ninguém teria chifres tão fortes (v.4).

 

6.A palavra “Rocha” na versão atualizada não traduz a palavra “tsavva´r” que significa “cerviz”. A advertência é para que o arrogante não levante o seu pescoço contra o Senhor. Portanto, o arrogante causa dano contra si mesmo, pois diante do Senhor ele vira água, ele se dissolve (v.5).

 

7.Os judeus desobedientes não conseguiriam forças de nenhum vizinho, pois a exaltação só vem do Senhor Deus. Quando buscamos forças para a nossa vida derretida, em outro que não seja o Senhor, estamos sendo arrogantes e causando danos a nós mesmos (v.6).

 

8.Deus é o juiz. Ele abate a um e a outro exalta. Mas isto não é arbitrário, mas baseado na justiça. Os humildes confiam no Senhor e, por isso, são exaltados. Os arrogantes confiam em si mesmos e, por isso, são abatidos (v.7).

 

9.Os arrogantes vão beber de um vinho que significa a ira de Deus. É um vinho tinto, simbolizando sangue. Esse vinho é misturado, significando a força da bebida que os ímpios beberão. A bebida será sorvida até o fim. Mesmo a sujeira do fundo do cálice será tomada pelos arrogantes. A bebida é mistura com a arrogância do ímpio e a ira de Deus. A palavra hebraica para “sorver” é “matsa” que significa “chupar” ou “torcer para tirar a água”. Aqui temos um jogo com as palavras. Os arrogantes se transformam em água e em seguida sorvem de sua própria arrogância. Sua arrogância é torcida, drenada e chupada para nunca mais terem memória diante de Deus. Como um ralo que sorve todo o líquido para nunca mais (v.8).

 

10.O Messias poderoso fará isto. Ele louvará a justiça de Deus. Os arrogantes possuem forças, mas serão quebradas. Os justos também possuem forças, mas como são as forças do Senhor, serão exaltadas. Os arrogantes sorverão de sua própria arrogância. É o dano causado por não confiarem no reto Juiz, Jesus Cristo. Os danos são inevitáveis contra os arrogantes. Primeiro serão dissolvidos e depois sorverão a sua arrogância, misturada com a ira de Deus. Os crentes não precisam receber o juízo de Deus, pois estão guardados em Cristo Jesus, porém, devem andar em obediência para não receberem algum tipo de disciplina (v.9-10).

 

Salmo 75: Os danos causados pela arrogância dos ímpios

1.Dissolvência ou dissolução (“moog”) (v.1-5)

2.Sorvo ou sorvedura (“matsa”) (v.6-10)

 

Salmo 76: Os conhecimentos necessários sobre a Pessoa de Deus

Deus não é um desconhecido dos povos. A fama de Deus se espalha por toda a terra. Todos já ouviram algo sobre o poder único deste que arrasou a terra diversas vezes. É evidente que as nações precisam conhecem o plano completo de Deus através de Jesus Cristo, mas um anúncio nas próprias consciências e até mesmo algumas histórias que viraram lendas entre alguns povos, indicam a universalidade do conhecimento de Deus. Com o tempo, se não há, através da oralidade, o relato dos feitos de Deus, os povos deixam de ter algum conhecimento mínimo. Por isso, que Asafe menciona as nações vizinhas. À medida que os povos foram se distanciando geograficamente do Oriente Médio e da terra de Israel, as histórias foram se diluindo até ao extremo de encontrarmos muitos povos espalhados pelo mundo sem nenhuma informação dos tempos bíblicos (v.1-12).

 

“A coragem, habilidade e vida deles estão nas mãos de Deus e ele pode removê-los como um jardineiro arranca uma praga de uma planta. Ninguém é grande nas mãos de Deus. César e Napoleão caíram sob seu poder como galhos da árvore sob o machado do lenhador.”[27]

 

Salmo 76: Os conhecimentos necessários sobre a Pessoa de Deus

1.Ele não é apenas poderoso, mas é o Todo-Poderoso (v.1-6)

2.Ele julga os arrogantes (v.7-12)

 

Salmo 77: Os lembretes para o crente que está sofrendo

Asafe é um homem que não tem vergonha de expressar os seus mais íntimos sentimentos. Se ele está sofrendo, ele grita a plenos pulmões pelo socorro divino. É um servo de Deus questionador. Ele não peca por questionar. Não podemos achar que ficar acordado à noite toda é somente para ficar louvando e agradecendo a Deus, mas também para meditar nos eventos da vida e como esses se encaixam com os planos de Deus. Ele até sente que o Senhor irá abandonar o Seu povo, mas logo lhe vem à mente o modo como Ele conduziu Moisés e Arão no meio da dificuldade. Isso enche o coração do crente de esperança (v.1-20).

 

“Essa suspeita da fidelidade de Deus procede da fraqueza da minha fé.”[28]

 

Salmo 77: Os lembretes para o crente que está sofrendo

1.Deus não abandona o Seu povo no presente (v.1-9)

2.Deus não abandonou o Seu povo no passado (v.10-20)

Salmo 78: Os estragos que podem ser feitos por rejeitar a Deus

1.No dia 12 de janeiro de 2007, o bairro de Pinheiros em São Paulo sofreu um grande estrago. Desabou um túnel da linha do metrô em construção. Sete pessoas morreram e 55 casas foram interditadas, algumas dessas foram demolidas. Autoridades dizem que todo esse estrago poderia ser evitado se as empresas envolvidas na construção não desprezassem alguns princípios básicos da geologia e engenharia. Na vida espiritual, os estragos por rejeitar a Deus e os seus mandamentos também são incalculáveis.

 

2.O poeta Asafe agora leva o povo a atentar ao passado. A história é sempre um ótimo professor para o seu povo. O padrão se repete na história. Se o crente pode seguir os sinais deixados pela história do povo de Deus e compará-los com o momento atual, ele terá muito ensino. A próxima geração se enfraquecerá se não ouvir sobre os feitos de Deus na geração passada. A nossa própria geração atual se enfraquecerá se não atentarmos à história do povo de Deus, dos tempos bíblicos e da História da Igreja. Uma geração nem precisa de tantos inimigos para se esfacelar. Ela precisa apenas ignorar o que Deus tem feito entre o Seu povo. Por isso, é tão importante relatos, biografias, histórias, diários e testemunhos em cada geração. No momento, alguém pode achar inútil ou pretencioso, mas sendo divulgado, encontrado e analisado, os depoimentos de pessoas servirão para épocas posteriores. As palavras de Asafe forneceram tema de pregação para Jesus no capítulo 6 do evangelho de João. Ali ele relata que o maná foi o pão do céu. Asafe, neste salmo, também menciona o ministério do rei Davi entre o povo (v.1-72).

 

“Como é lindo ver isso, mesmo nos dias dos patriarcas, o cuidado e atenção com os quais os pais entregavam o testemunho que recebiam a respeito da promessa. Encontramos Abraão falando a Isaque e Isaque a Jacó e Jacó, quando estava para morrer, entregando aos seus filhos, a bênção da redenção em Cristo, sobre a qual suas vidas tinham vivido e com a qual estavam familiarizados (Gn 49.1, 50.24.”[29]

 

Salmo 78: Os estragos que podem ser feitos por rejeitar a Deus

1.Incredulidade contra Deus e Sua Palavra (v.1-20)

2.Ira de Deus contra os incrédulos (v.21-33)

3.Insinceridade na busca de Deus (v.34-42)

4.Infidelidade a Deus apesar da fidelidade Dele (43-58)

5.Indignação de Deus contra os infiéis (59-72)

 

Salmo 79: Os desrespeitos dos povos para com Jerusalém e o respeito de Deus para com o Seu povo

Asafe volta ao tema da destruição do Templo de Israel e da cidade de Jerusalém. Os vizinhos se tornaram zombadores de Israel devido a isso. Sabemos que Edom, além de se alegrar com a destruição de Jerusalém, foi o traidor. O livro do profeta Obadias mostra com exatidão a vingança contra a nação de Edom. Quanto a Asafe, ele quer clamar ao Senhor para que os sofredores sejam confortados. O povo de Deus não pode se esquecer que Deus nos vê como um rebanho. O pastor não quer que suas ovelhas se percam, mas que sejam reunidas, alimentadas e conduzidas (v.1-13).

 

“Observe como se deleitam em relação a Deus... como prometem louvar a Deus pelo Seu livramento... como se comprometem a não apenas dar graças a Deus no presente, mas a mostrar seu louvor a todas as gerações... como clamam a Deus...”[30]

 

Salmo 79: Os desrespeitos dos povos para com Jerusalém e o respeito de Deus para com o Seu povo

1.Os desrespeitos dos povos para com Jerusalém (v.1-7)

2.O respeito de Deus para com o Seu povo (v.8-13)

 

Salmo 80: As ofensas e o arrependimento diante de Deus

O poeta Asafe continua com sua linda figura de rebanho de ovelhas e o seu Pastor. Asafe nunca deixa de questionar. Ele deseja ardentemente saber porque Deus despreza as orações do Seu povo. É evidente que os pecados fazem com que as orações sejam interrompidas, porém, as misericórdias de Deus sempre encontram uma maneira de reavivar o Seu povo e fazer com que as orações não sejam ignoradas. O Egito sempre é lembrado para reforçar a ideia de que Deus não trouxe um povo para a Terra Prometida para simplesmente destruí-lo. O povo precisa prosperar novamente e isso acontecerá pelas promessas benditas de Deus a Israel através de Jesus Cristo (v.1-19).

 

“Este salmo provavelmente se refere ao cativeiro das dez tribos, antes do cativeiro de Judá. A reclamação é agravada pelo contraste da antiga prosperidade e a oração por livramento ocorre como um refrão por todo o salmo.”[31]

 

Salmo 80: As ofensas e o arrependimento diante de Deus

1.O povo ofendeu a Deus, o pastor (v.1-7)

2.O povo não tinha motivo para ofender a Deus, o viticultor (v.8-11)

3.O povo se arrependeu diante de Deus, o perdoador (v.12-19)

 

Salmo 81: Os incentivos de Deus para Seu povo resgatado

Uma raridade nos salmos de Asafe que está sempre questionando o modo de Deus agir com o Seu povo. Não que ele seja incrédulo ou que se desviou da confiança no Senhor, mas, normalmente, os salmos de Asafe são mais agressivos, filosóficos e inquiridores. No entanto, agora ele está leve, cantando louvores a Deus. Não há reivindicações, apenas constatações de que Deus é o grande libertador de Israel. Há, portanto, em nossa expressão de louvor a Deus e oração, espaço para todo o tipo de palavras, desde que não sejam blasfêmias. A maior parte do salmo é dita na primeira pessoa do singular. Deus falando com o Seu povo, mostrando como Ele livrou o povo e como a desobediência atrasa o processo de livramento (v.1-16).

 

“O Salmo 81, exatamente como Sl 79.1-13, é baseado na história do Pentateuco em Êxodo e Deuteronômio. Iavé mesmo fala pela boca do poeta, como fez uma vez por meio da boca de Moisés.”[32]

 

 

 

Salmo 81: Os incentivos de Deus para Seu povo resgatado

1.Ele incentiva Seu povo a louvá-Lo pelo livramento (v.1-7)

2.Ele incentiva Seu povo a ouvi-Lo para continuar a ter vitórias (v.8-16)

 

Salmo 82: Os castigos contra os maus juízes

Asafe novamente providencia argumentos para o ministério de Jesus, quando Ele se defendeu da acusação de blasfêmia ao se declarar Deus. Ele citou este salmo, onde apresenta os juízes como deuses, pois eles decidem o destino das pessoas. As decisões de juízes podem ser acertadas ou abusivas como é a acusação do salmo. Os juízes estavam desprezando o direito dos menos favorecidos. Apesar de serem considerados deuses na terra, eles não são Deus verdadeiro, pois eles morrem (v.1-8).

 

“Os que são descritos aqui como deuses, evidentemente são os juízes e magistrados de Israel. Veja Jo 10.34. Eles pretendiam ser os porta-vozes e representantes de Deus; mas, em vez disso, pensavam somente em seus próprios interesses e buscavam o engrandecimento pessoal. Mas o salmista vê o que está velado ao olhar comum. Deus está em pé no meio do Seu povo, julgando o povo e os seus juízes.”[33]

 

Salmo 82: Os castigos contra os maus juízes

1.Serão castigados pelo supremo juiz (v.1-2)

2.Serão castigados por não protegem os mais fracos (v.3-5)

3.Serão castigados como homens, mesmo sendo “deuses” (v.6-8)

 

Salmo 83: As alianças dos inimigos contra o povo de Deus

Aqui, novamente, Asafe em seu estilo mais questionador. Ele quer que Deus se apresse em socorrer ao Seu povo. Este salmo é de riqueza de informação geográfica. Os vizinhos de Israel são mencionados. Eles fizeram, em alguns momentos, aliança entre si para lutarem contra Israel, mas não tiveram sucesso no passado, como não têm obtido sucesso nos últimos anos. A confiança do salmista está em olhar para trás, exaltando os feitos de Deus a favor da nação e olhando para frente, confiando na libertação de Deus (v.1-18).

 

“Nenhum outro texto bíblico menciona a aliança simultânea de todos os povos mencionados nos v.6-8. Por isso, cabe supor que o salmo não se refere a um fato histórico particular, mas sim descreve uma situação típica, já que o povo de Deus, ao longo de toda a história, teve que suportar as agressões de seus inimigos.”[34]

 

Salmo 83: As alianças dos inimigos contra o povo de Deus

1.Os inimigos se consultam entre si para tentar destruir o povo de Deus (v.1-8)

2.As alianças dos inimigos não podem destruir o Altíssimo sobre toda a terra  (v.9-18)

 

Salmo 84: As inclinações dos que amam a Deus

O grupo de Corá escreveu este lindo salmo que descreve o desejo do verdadeiro adorador de estar na Casa do Senhor. Ele quer estar na casa de Deus, pois ali é seguro e a intimidade com o Senhor é presente. Os salmistas invejam os pardais que podem morar na Casa do Senhor. Eles fazem seus ninhos ali. Os salmistas também descrevem os que viajam para ir a Sião, que é Jerusalém. Eles passam pelo Vale das Lágrimas, onde as chuvas alegram a terra. A felicidade do crente, segundo este salmo, está em confiar em Deus (v.1-12).

 

“Nas tribulações da vida, qual é o nosso maior sentimento? A maior aflição de Davi foi a perda de seus privilégios religiosos. Quão diferente, infelizmente, é o caso de muitos outros! Nossa confiança está repousada no Senhor? Então, não importam as circunstâncias nas quais passamos, somos abençoados.”[35]

 

Salmo 84: As inclinações dos que amam a Deus

1.Ele se inclina para a casa ou os assuntos de Deus (v.1-4)

2.Ele se inclina para o próprio Deus (v.5-12)

 

Salmo 85: Os assuntos do Salmo 85 que se repetem em 1 João 1.9

É um salmo sobre o perdão de Deus que está sempre presente ao contrito de coração. Deus não apenas perdoa as transgressões daquele que arrependido O busca, mas Ele também justifica este pecador. Não havia ainda o conceito de justificação no Antigo Testamento como conhecemos no Novo Testamento, mas podemos ver um progresso da doutrina. Deus queria os sacrifícios, pois eles indicam obediência à remissão dos pecados através do sangue, mas Deus quer que os sacrifícios sejam acompanham de fé (v.1-13).

 

“A ideia da cobertura é expressada na palavra hebraica, normalmente traduzida como ‘expiação’ (kaphar – cobrir), cobrir o pecado, perdoar. A ideia sugerida nesse versículo é que quando Deus retira o seu descontentamento, podemos esperar que ele perdoou o pecado que era a causa de sua ira.”[36]

 

Salmo 85: Os assuntos do Salmo 85 que se repetem em 1 João 1.9

1.O primeiro assunto é o perdão (v.1-7, veja 1 João 1.9a)

2.O segundo assunto é a justiça (v.8-13, veja 1 João 1.9b)

 

Salmo 86: As mensagens principais do Salmo 86

O salmo é de clamor. O salmista sabe que só o Senhor é justo, mas mesmo assim ele quer mostrar para Deus, em sua oração, o quanto ele confia no Senhor e quanto tenta cumprir os mandamentos de Deus. Nós jamais atingiremos a perfeição neste mundo, mas estamos progredindo, amando a Deus cada vez mais, confiando nas Suas promessas e nos fortalecendo no grande amor Dele por nós (v.1-17).

 

“A maioria dessas súplicas podem ser encontradas em outras partes das Escrituras como promessas de Deus... Somos encorajados a dizer: ‘Inclina os teus ouvidos’, porque Ele disse: ‘Eu ouvirei’. Somos encorajados a clamar: ‘Sê misericordioso’, porque temos os nossos pés sobre a promessa que Ele será misericordioso.”[37]

 

Salmo 86: As mensagens principais do Salmo 86

1.Para cada clamor há um motivo pelo qual Deus responde (v.1-7)

2.A grandeza de Deus sobre as nações e ídolos (v.8-13)

3.Deus não abandona o sofredor contrito (v.14-17)

Salmo 87: As qualidades da cidade de Jerusalém, a cidade de Deus

1.Jerusalém é conhecida como a cidade santa, mas também uma cidade que foi palco de muitas mortes e conflitos. O mundo quer Jerusalém, mas ela pertence a Deus. Alguém escreveu este salmo em homenagem aos filhos de Corá e em louvor a Deus por Jerusalém. Não sabemos se foi Davi quem escreveu ou alguém saindo do cativeiro. O importante neste salmo é o reconhecimento da cidade de Jerusalém como a cidade de Deus. Jerusalém é a cidade de Deus cheia de qualidades.

 

1.A cidade de Jerusalém está sobre um monte chamado Sião. Por isso, Sião e Jerusalém são sinônimos. O crente deve amar Jerusalém, pois é a cidade santa de Deus. Ele não ama nenhuma cidade de Israel mais do que Sião. Jerusalém não é santa por causa de seus habitantes no passado e nem no presente, mas é santa porque é separada pelo Deus Santo. Há um antissemitismo no mundo, mas pior do que isto, é quando os próprios crentes são ensinados que Deus não olha mais para Jerusalém e que a Igreja substituiu Israel. Nós que conhecemos e amamos a Palavra de Deus temos de dar atenção especial para este assunto. Deus ama Jerusalém, a cidade santa (v.1).

 

2.Essa é outra qualidade da cidade de Deus, Jerusalém. É uma cidade gloriosa. Não apenas porque aconteceram coisas gloriosas nessa cidade no passado, mas porque o Messias glorioso reinará em Jerusalém. Muitos que visitam Jerusalém ficam deslumbrados pensando no passado. Estão pisando no território onde os patriarcas pisaram, onde os profetas viveram e onde Jesus e os apóstolos tiveram o seu ministério. Mas talvez poucos pensem no futuro glorioso daquela cidade. Talvez nem pensam que ali o rei Davi terá o seu reino eterno e que o Messias regerá todas as nações daquela cidade que será a capital do mundo. Jerusalém é uma cidade gloriosa, pois ali tem história e ali haverá o reino eterno do Messias (v.2-3).

 

3.Todos os povos reconheceram Jerusalém como a cidade honrada de Deus. Hoje, talvez, muitos crentes valorizem mais as suas próprias cidades do que Jerusalém. A honra ainda pertence a Jerusalém e o seu Messias. Raabe reconheceu a honra de Jerusalém. Raabe é o apelido da nação do Egito. Raabe significa “arrogante”. Com toda a sua arrogância o Egito teve de reconhecer que Jerusalém é a cidade honrada de Deus (v.3-4).

 

“Usado como nome para o Egito (figura de linguagem Polionimia) como em Sl 89:10; Is 51:9. Compare Jó 9:13 com Jó 26:12, não é a mesma palavra em Josué 2.”[38]

 

4.Outras nações que foram honradas terminaram sua história em ruína e humilhação. Todas tiveram de reconhecer a cidade de Deus, Jerusalém. Assim foi com a Babilônia, a Filístia, Tiro e Etiópia. Quase todos têm orgulho de sua cidade natal, mas de Jerusalém todos terão honra por serem seus habitantes. No Milênio, não importa de onde as pessoas sejam, Jerusalém é a honra. Nós somos cidadãos de Jerusalém, pois somos filhos do pai da fé, Abraão. Somos filhos da promessa, de uma terra da promessa. A Igreja não substituiu Jerusalém. A Igreja se alegra com a restauração da cidade santa. A Bíblia não diz que Deus estabeleceu Jerusalém, mas que estabelecerá. Isto nos mostra que ainda devemos esperar pela restauração da cidade de Deus. Os crentes que “enterraram” Jerusalém com o Velho Testamento não entendem as profecias e o seu significado maravilhoso. A maior honra é ser cidadão da terra santa. A maioria dos crentes não é natural de Jerusalém, mas espiritualmente somos cidadãos daquela cidade, pois a história da redenção deve ser contada a partir dela. O Rei dos reis não é rei sem a sua cidade. Davi não é o rei eterno sem Jerusalém. O Milênio não é reino sem sua capital e nós não somos completos sem as profecias de Jerusalém (v.5-6).

 

5.Jerusalém é sinônimo de alegria. Deus sempre aprovou as festas. Ele instituiu as festas para o Seu povo. A Igreja também é festiva. Os primeiros crentes partiam pão de casa em casa. Até hoje, os crentes gostam de festa. Deus quer música para o Seu povo. Hoje, os sons na cidade de Deus são tristes. São lamentos, bombas e terrorismo, mas um dia voltará a ser um lugar de festas e músicas. A Igreja tem em Cristo a sua fonte. Jerusalém, da mesma forma, encontra no Messias, que é o Cristo, a sua fonte. Estamos ligados pela mesma redenção. É um desperdício doutrinário não crer na restauração da cidade santa, Jerusalém. Não apenas a cidade que desce do céu ou o próprio céu, mas a cidade de Jerusalém como um território. Um governo, um rei, um corregente e todos os povos adorando uma vez por ano ali. Essas qualidades fazem de Jerusalém a cidade mais especial neste mundo. Ela é santa, gloriosa, honrada e alegre (v.7).

 

Salmo 87: As qualidades da cidade de Jerusalém, a cidade de Deus

1.É uma cidade santa (v.1-2)

2.É uma cidade gloriosa (v.3)

3.É uma cidade honrada (v.4-6)

4.É uma cidade alegre (v.7)

 

Salmo 88: As análises de um crente sofredor ao extremo

A aflição deste crente são tantas que ele está se sentindo à beira da morte. É como se ele estivesse numa batalha e fosse esquecido no campo dos inimigos, restando-lhe apenas a morte. Algumas vezes, nosso sofrimento pode chegar ao extremo e outras vezes, a sensação sobre o nosso sofrimento é que intensifica a própria aflição. Não importa se a situação é extremada de modo real ou apenas no sentimento, para quem sofre é um tormento. Por isso, precisamos nos compadecer de quem sofre e jamais tentar atenuar o que ele sente ou pelo que ele passa. Cada um sabe onde dói (v.1-18).

 

“[nas profundezas e abismo] palavras usadas geralmente em relação às profundezas do mar: aqui metaforicamente sobre as profundezas da miséria (Sl 69.15, Lm 3.54) ou como sinônimo para Sheol, que era acreditado ficar abaixo do mar (Sl 71.20, Jó 26.5).”[39]

 

Salmo 88: As análises de um crente sofredor ao extremo

1.Ele clama com ânsia de morte (v.1-8)

2.Ele faz perguntas que colocam em dúvida o caráter de Deus (v.9-18)

 

Salmo 89: A graça de Deus em relação ao rei Davi e o Seu povo

1.A graça de Deus é vista em todos os Salmos e em toda a Sua Palavra. No Salmo 89 vemos a graça de Deus sobre o rei Davi e o Seu povo. Este Salmo é um “Masquil” que tem o sentido de instrução. Há 13 Salmos com o título “Masquil” (Salmos 32, 42, 44, 45, 52, 53, 54, 55, 74, 78, 88, 89 e 142). Este Salmo foi escrito por Etã, talvez um cantor dos tempos de Davi que viveu até o tempo de Roboão e viu o declínio do reino. Ezraítas é como são chamados os descendentes de Zerá, filho de Judá. A graça de Deus é vista no Salmo 89 em relação a Davi e o Seu povo.

 

2.Deus escolheu Davi para ser o rei eterno de Israel. Davi não experimentou a plenitude do reino de Deus e isto acontecerá no Milênio, quando ele e o Messias reinarão sobre Israel e o mundo todo. Davi não é Deus, mas é o corregente escolhido. O louvor a Deus deve ser para sempre e não apenas enquanto estamos alegres. Enquanto vivermos a nossa boca louvará ao Senhor. Os nossos filhos e os nossos netos deverão conhecer a fidelidade de Deus (v.1).

 

3.Deus é fiel é a frase que atualmente aparece nos carros e nas camisas de esportistas. Deus sempre foi fiel e não é uma descoberta atual de alguns por causa de sua prosperidade. A fidelidade de Deus atinge os céus (v.2).

4.A aliança que Deus fez com Davi, chamada aliança davídica, é eterna. Não é uma questão de interpretação escatológica, é bíblica. Deus não abandonou a Sua aliança com Davi só porque a nação de Israel falhou. Deus estabelecerá o trono de Davi. Como se diz: “Levantarei o tabernáculo caído de Davi”. A graça de Deus é revelada na promessa e no cumprimento dessa promessa. O trono de Davi será estabelecido para sempre. A ideia de um céu sem um rei não combina com as promessas de Deus para o Seu povo, Israel. Este reino precisa ser na terra. As leis civis e religiosas voltarão e a Igreja participará de modo especial, juntamente com a nação de Israel restaurada em sua terra (v.3-4).

 

“Essa aliança tem Jesus Cristo em vista com certeza. É a semente ou posteridade que deveria assentar-se no trono e reinar para sempre. Davi e sua família não viveriam para sempre, mas acabariam; ninguém de sua geração assentou-se no trono judeu há mais de dois mil anos: mas Cristo tem reinado desde aquele tempo e reinará até que todos os seus inimigos sejam colocados debaixo de seus pés; para isso, o salmista diz Selah. Seria assim e não poderia ser de outra maneira; pois o Senhor jurou que teria um reino eterno, assim como um sacerdócio eterno.”[40]

 

5.Os inimigos sempre são um estorvo para a obra de Deus. Mas a graça de Deus vai além dos inimigos. Nada poderá impedir que as promessas de Deus sejam cumpridas. A fidelidade de Deus é louvada no céu, mas aqui na congregação dos crentes também é louvada. Ninguém é igual ao Senhor e todos devem louvá-Lo (v.5-8).

 

6.O Senhor é o único que pode acalmar o mar. Os discípulos ficaram maravilhados quando Jesus acalmou a tempestade no mar (v.9).

 

7.Raabe significa “arrogante”. É o nome emblemático do Egito. Nada tem a ver com Raabe de Jericó. A prova da destruição dos egípcios foi quando os seus cadáveres foram trazidos até à praia após o fechamento do Mar Vermelho (v.10).

 

8.Tudo é de Deus e Ele pode vencer a todos os inimigos da Sua obra que se levantarem. Davi foi um vencedor porque Deus esteve com ele nas batalhas. Israel será salvo de seus inimigos e o trono de Davi será restabelecido (v.11).

 

9.Etã, o salmista, abrange toda a terra quando indica os quatro pontos cardeais. O norte e o sul e Tabor, um monte no oeste e o monte Hermom no leste. Se Deus guarda todo os pontos do mundo, Ele pode guardar os Seus filhos dos inimigos (v.12).

 

10.A mão de Deus é forte e alta. Todos sabemos que numa luta quem tem o braço mais comprido ou que é mais alto tem uma vantagem enorme sobre si (v.13).

11.A base do trono de Deus é a justiça. A misericórdia de Deus e a verdade vão à frente. Ele é justo, porém, é misericordioso. Isto mostra que Ele vence os nossos inimigos, mas também pode salvá-los. Devemos orar pelos nossos inimigos para que sejam alcançados com a verdade e misericórdia de Deus antes da Sua justiça (v.14).

 

12.Que som alegre é este? São os cânticos de amor e misericórdia de Deus. O evangelho é um som maravilhoso para os povos. Os crentes devem se afinar para levar a mensagem do Evangelho salvador a todos os povos. Os que conhecem este novo som andarão na luz da face do Senhor. O Seu rosto brilhará no Estado Eterno e não necessitaremos da luz do sol, pois Ele é o sol da justiça (v.15-16).

 

13.A graça de Deus fortalece os Seus filhos contra os inimigos e dificuldades da vida. Ele é a defesa de todo o crente. Ele é o Rei de Israel e Davi é o Seu corregente. A graça de Deus nos deixa tranquilos, pois junto com Sua graça está a Sua Presença. Nenhum filho teme quando o Pai está por perto (v.17-18).

 

14.Deus falou em visão a Samuel, o profeta, o santo homem, e este ungiu a Davi como rei. A nação de Israel foi socorrida da loucura de Saul e um dia será socorrida da loucura provocada por Roboão, o qual dividiu o reino. O Poderoso de Israel é o Messias que veio, foi rejeitado, mas que virá novamente e será aceito (v.19-20).

 

15.Este é o rei segundo o coração de Deus. A morte de Davi e a divisão do reino e mais o cativeiro e a rejeição do Messias não são suficientes para fazer com que Deus abandone a sua promessa de fortalecer o reino de Davi e cuidar do Seu povo (v.21).

 

16.O maior inimigo de Israel e de nossas almas é o próprio Satanás. Os homens que ele usa são apenas instrumentos. Não lutamos contra carne e sangue; a nossa luta é contra o mundo espiritual, contra Satanás. Mas Deus promete cuidar dos Seus filhos. Maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (v.22-23).

 

17.O poder de Davi, no original o “chifre”, será exaltado no nome do Messias. Davi foi ungido com um chifre. Colocava-se o óleo no chifre que escorria pela cabeça. Isto representava poder. Davi não é Deus, mas é fortalecido por Deus (v.24).

 

18.Colocar as mãos no mar e nos rios indica o domínio sobre o mundo todo e os continentes. O Messias reinará sobre o mundo todo e Davi será o corregente. Deus prometeu cuidar o servo Davi e de nós, os crentes (v.25).

 

19.Davi será sempre obediente ao Pai. Em Deus Davi obteve a salvação. Nós também fomos colocados sobre essa rocha inabalável. Em Cristo estamos seguros eternamente. O primogênito de Deus é Cristo Jesus. Ele é o Filho de Deus desde a eternidade e não apenas com a Encarnação neste mundo. Ele é o Rei dos reis, mesmo nascendo numa manjedoura (v.27).

 

20.A aliança feita com Davi é para sempre. Ou cremos nas promessas eternas de Deus ou teremos de admitir que a Palavra de Deus mentiu. A desobediência de um povo não pode limitar a Palavra de Deus. As suas promessas quanto a terra e o reino eternos são incondicionais (v.28).

 

21.O salmo 89 sempre mostra as duas verdades, o reino de Davi e o reino do Messias. A semente de Davi é o Messias. Tanto Davi quanto o Messias reinarão eternamente (v.29).

22.Embora a graça de Deus alcance aos Seus filhos, a Sua justiça é a base do Seu trono, por isso, se houver desobediência o Senhor cuidará do Seu povo de modo diferente, ou seja, com disciplina (v.30-32).

 

23.A aliança feita com Davi é incondicional. Apesar da desobediência dos judeus, a fidelidade de Deus não fica alterada. Ele levará a bom termo as suas promessas. Ele não mentirá para Davi e nem para o Seu povo. Deus prometeu cuidar do Seu povo e isto fará. A graça de Deus é maravilhosa. Estamos seguros Nele (v.33-37).

 

24.O povo de Israel é muito culpado por rejeitar o Seu Messias. A graça de Deus nos alcançou, mas Deus não desistiu de Israel, embora, no momento, a nação está em rebeldia contra o ungido, que é o Messias Jesus (v.38).

 

25.A rejeição de Israel foi dupla. Rejeitou o reino de Davi, seguindo o caminho de Roboão e rejeitou o Messias em Sua primeira vinda. A fidelidade dos reis era medida com a vara de Davi. “andou” ou “não andou” nos caminhos de Davi (v.39).

 

26.Os culpados pelos muros terem caído não foram os caldeus mais do que o próprio povo de Israel ou Judá. A desobediência fez com que o povo sofresse. Da mesma forma não podemos acusar outros e as situações da vida. Deus pode estar simplesmente nos fazendo crescer no sofrimento ou estamos sofrendo as consequências dos nossos pecados (v.40).

 

27.A graça de Deus protege, mas a justiça de Deus repreende. Os inimigos deveriam ser vencidos, mas estavam zombando. Quando não andamos com o Senhor, seremos julgados pelo mundo (v.41, ver 1 Coríntios 11.28-30).

 

28.Em vez do povo exaltar o braço do Senhor exaltou a força do inimigo. Quando não estamos do lado do Senhor, damos glórias ao inimigo. É uma repreensão dura, mas faz parte da graça de Deus repreender (v.42).

 

29.Deus queria defendê-los do cativeiro, mas eles fizeram com que Ele guardasse a Sua espada. As nossas desobediências podem fazer Deus recuar na nossa luta contra o pecado e pode retardar o nosso crescimento espiritual (v.43).

 

30.O povo de Israel derrubou o trono de Davi e ao rejeitar Jesus Cristo, o povo derrubou o trono de Deus que seria a bênção da nação. É possível, dentro da permissão de Deus, impedirmos o avanço de Sua obra e o nosso crescimento e a edificação dos irmãos. Portanto, quem não ajuda, atrapalha; quem não ajunta espalha (v.44).

 

31.O jovem Jesus Cristo foi crucificado. Ele foi coberto de vergonha por causa da rebeldia do Seu povo. O belo Messias foi desfigurado por causa de nossas transgressões (v.45).

 

32.A repreensão de Deus sempre tem um objetivo. Deus quer chamar a atenção dos rebeldes para Si mesmo. Etã clama ao Senhor. O arrependimento é a única forma de voltarmos ao Senhor. Só o arrependido sente a falta de Deus (v.46).

 

33.Ninguém veio a este mundo em vão, mas todos vieram para a glória de Deus. Em algum momento da vida o homem precisa se encontrar com o Salvador e encontrar o caminho da glorificação a Deus. O povo de Israel chegou a pensar que estava neste mundo em vão. A desobediência deixa o homem sem esperança (v.47).

 

34.Apenas dois não viram a morte: Enoque e Elias. Os crentes que estiverem vivos no momento do arrebatamento também não experimentarão a morte. Mas, fora estes todos experimentaram ou experimentarão a morte. O melhor que fazemos é viver para Deus para que a vida tenha sentido (v.48).

 

35.Etã, sentindo a repreensão do Senhor, se sente abandonado. A repreensão de Deus é outro aspecto de Sua graça. O homem arrependido sentirá o alívio de ver a mão de Deus deixando de pesar sobre si. O povo de Israel tem a bênção das promessas feitas a Davi, mas nem todos conseguem ver isto ainda (v.49).

 

36.A dor no peito que o salmista carrega é a ilustração da compaixão que Deus tem pelo Seu povo, Israel. Muita vergonha, humilhação e derrota, mas um dia a sorte de Israel será restaurada. O salmista termina o Salmo exaltando o Senhor, apesar das repreensões. A repreensão, portanto, faz parte da graça de Deus, muito embora não pareça agradável no momento, mas depois produz fruto da justiça do próprio Deus. A graça de Deus pode ser vista neste Salmo em relação ao rei Davi e o Seu povo. Deus prometeu estabelecer o reino de Davi para sempre. Ele também prometeu vencer os inimigos do Seu povo e cuidar do Seu povo, mas tudo isto é acompanhado com repreensão cada vez que o Seu povo se desviar dos Seus caminhos (v.50-52).

 

Salmo 89: A graça de Deus em relação ao rei Davi e o Seu povo

1.Estabelecendo o trono eterno de Davi (v.1-4)

2.Vencendo os inimigos (v.5-18)

3.Prometendo cuidar de Seu povo (v.19-37)

4.Repreendendo o Seu povo (v.38-52)

 

Salmo 90: As contradições do saber do homem

Este é um antigo salmo, pois foi composto por Moisés. Como deve ter sido importante para o Moisés este salmo, pois ele precisou se fortalecer na eternidade de Deus, pois o objetivo dele era conduzir o povo à Terra Santa, o Deus que ele conheceu foi o Eterno, o Iavé. Ele reconhece que Deus poderia ter destruído o povo várias vezes, mas Ele nunca o fez porque Ele é misericordioso. Moisés viu o alimento a cada manhã sendo providenciado por Deus, o maná. Porém, ele fala do alimento espiritual tão importante para a sobrevivência do povo no deserto. Ele pediu a Deus que os descendentes vissem os grandes feitos de Deus. Hoje, podemos dizer que vimos, sim, e aprendemos muito com Moisés e como Deus o usou poderosamente (v.1-17).

 

“Moisés compôs um dos salmos desta seção (Salmo 90) e Davi escreveu dois deles (Sl 101, 103). Os 14 salmos restantes são anônimos. O livro 4 abre com um salmo atribuído a Moisés e fecha com um no qual Moisés é a figura principal. Temas proeminentes neste livro incluem a brevidade da vida, o reino futuro de Iawé na terra e a resposta humana apropriada à esperança e o poder sustentador e criador de Iawé. Pode-se pensar no Livro 4 como o livro de Moisés, mas talvez um título melhor seria ‘o livro do Rei’.”[41]

 

 

 

Salmo 90: As contradições do saber do homem

1.O homem pensa que viverá para sempre, mas eterno é só Deus (v.1-10)

2.O homem pensa que no mundo só há sofrimento, mas Deus concede alegria aos Seus servos (v.11-17)

 

Salmo 91: Os livramentos de Deus para o Seu povo

1.Deus é o único que pode dar segurança aos Seus filhos. Quem tem esta certeza descansa Nele que tudo está sob o domínio e o controle de Deus. Deus dá livramentos para o Seu povo (v.1-2).

 

2.Assim como um passarinho está em risco de cair numa armadilha, os filhos de Deus estão sendo caçados pelo Tentador, o Inimigo de nossas almas. A Bíblia fala como evitar as armadilhas de Satanás para o novo convertido, para os hereges, para os ricos e para todo o crente (1 Tm 3.7, 6.9, 2 Tm 2.26, 2 Co 2.11) (v.3).

 

3.Assim como pássaros desprotegidos e sem penas precisam de asas acolhedoras, nós precisamos do Senhor. Ele está pronto a nos dar proteção e abrigo. Broquel é um escudo redondo e pequeno que além de proteger permite movimentos rápidos (v.4).

 

4.Há perigos e medo de dia e de noite. O pavor noturno perturba a alma do filho de Deus e as perseguições durante o dia o deixam tenso. Mas o Senhor prometeu cuidar de nós (v.5).

 

5.Há doenças que afligem o crente, assim como a morte, mas o que são estas coisas sem o poder de tirar nossa salvação e comunhão com Deus? O nosso único medo seria ficar sem a companhia de Deus e sem a esperança de vida eterna (v.6, Mt 10.28).

 

6.O povo de Israel tinha a promessa de proteção contra qualquer peste e tragédia, desde que andassem nos caminhos de Deus, mas como isto não aconteceu, vieram pestes e cativeiros. Hoje, a Igreja não tem nenhuma promessa especial de livramento de tragédias, doenças e morte. No entanto, gozamos alegria mesmo diante de dificuldades. E outra bênção é que se acontecerem para nós tragédias não serão em castigo por alguma coisa (v.7).

 

7.A vingança é muito poderosa e não sabemos lidar com ela, por isso, devemos deixar com o Senhor e Ele mesmo cuidará dos nossos inimigos e do Seu Arqui-inimigo, Satanás. O crente está seguro nos livramentos de Deus. Em primeiro lugar Ele deve nos livrar de sair de Sua vontade e se Ele quiser seremos poupados de tragédias, doenças e perseguições (v.8).

 

8.Há ameaças contra o povo de Deus. A morte é a maior de todas elas. Mas Cristo venceu o poder da morte para nós gozarmos de alegria e esperança. Mas além de ameaças reais, existe o medo com o qual temos de lutar. O medo paralisa o servo de Deus. Por causa do medo há crentes que não testemunham das maravilhas do Senhor. Quando o crente se refugia no Senhor o medo desaparece. Assim como uma criança amedrontada corre para casa, para os braços dos seus pais e o aconchego de seu lar (v.9-10).

 

9.Os anjos têm grande participação na vida dos crentes. Jesus foi tentado com esta verdade, porém, Satanás torceu o sentido para que Jesus praticasse o suicídio. Ninguém deve tentar a Deus (v.11-12).

 

10.O povo de Israel foi totalmente protegido no deserto contra as feras e serpentes. Somente aqueles que se rebelaram foram picados e, ainda assim, pelo arrependimento foram curados (v.13).

 

11.Aqueles que amam ao Senhor, Ele tem prazer em colocá-los sobre um lugar seguro. Os livramentos do Senhor são para os que O amam (v.14).

 

12.O clamor é outra prática que o crente deve se acostumar. Deus está pronto para salvar dos medos e perigos, mas Ele deseja ouvir o nosso clamor. Há medos que nos perturbam, mas somente porque não aprendemos a confiar no Senhor de todo o coração (v.15-16).

 

“A expiação de Cristo seria necessária, a qual implicaria em resignar pessoalmente sua bênção a fim de que outros pudessem andar naquela vereda na qual Ele pessoalmente poderia andar, é claro, sem essa expiação.”[42]

 

Salmo 91: Os livramentos de Deus para o Seu povo

1.Livramentos daquilo que ameaça o Seu povo (v.3-8)

2.Livramentos daquilo que amedronta o Seu povo (v.9-16)

 

Salmo 92: Os louvores do crente ao Senhor

O louvor a Deus produz alguns sentimentos no crente. Os problemas da vida continuam, porém, o louvor nos liberta para vermos outro lado do sofrimento. A alegria, a gratidão, a música, o destino dos ímpios, a velhice abençoada e a justiça são alguns temas deste salmo (v.1-15).

 

“As palmeiras se conhecem por sua larga vida. Florescer como palmeiras significa permanecer por cima das circunstâncias e viver uma larga vida. Os cedros do Líbano cresciam até 34 m de altura por 9 m de circunferência, portanto eram sólidos, fortes e firmes. O salmista via os crentes como homens retos, fortes e sólidos ante os ventos das circunstâncias. Todos os que põem sua fé com firmeza em Deus terão fortaleza e vitalidade.”[43]

 

Salmo 92: Os louvores do crente ao Senhor

1.O crente louva ao Senhor pelos Seus grandes feitos (v.1-9)

2.O crente louva ao Senhor pela força que Ele lhe dá (v.10-15)

 

Salmo 93: As palavras que indicam a majestade de Deus

O rei Davi, ainda não estabelecido rei, de fato, podia pensar em muitas coisas ao fugir de Saul, mas ele pensou na majestade de Deus. Um rei escolhido por Deus, mas estava mesmo pensando no próprio Deus como o Rei. Alguns obreiros estão tão envolvidos no ministério que estão pensando e planejando tudo para si próprio, seus projetos ministeriais, mas aqui está um excelente exemplo que precisamos pensar mais no próprio Senhor da obra e não simplesmente na obra em si (v.1-5).

 

 

 

“A coroação Dele foi realizada por Suas próprias mãos. Ninguém O colocou em Suas vestes reais. O salmista reitera de modo enfático que Jeová vestiu-se de majestade e cingido a Si mesmo de força. Toda a estabilidade da Natureza é uma consequência de Seu poder... Essa força mantém o mundo estável.”[44]

 

Salmo 93: As palavras que indicam a majestade de Deus

1.Poder (v.1)

2.Eternidade (v.2)

3.Alturas (v.3-4)

4.Fidelidade (v.5a)

5.Santidade (v.5b)

 

Salmo 94: Os alicerces da vingança do Senhor

Quando estudamos os salmos imprecatórios, nós estranhamos, pois como crentes vivendo depois de Cristo, já estudamos as palavras Dele sobre vingança. De fato, nossos argumentos são, agora, de oração e não mais de imprecação. No entanto, isso não significa que a vingança deixou de existir. O Senhor continua vingador. A Ele pertence a vingança. O nosso método para lidar com as injustiças é o método da espera. Esperamos sempre Nele. Queremos que os ímpios se convertam e se tornem nossos irmãos em Cristo. Se os crentes pensassem apenas em vingança, não desfrutariam da bênção da conversão de Saulo de Tarso. Assim como Deus não abandonou o Seu povo no passado, não fará isso no presente (v.1-23).

 

“Visto que a Igreja foi tão cruelmente oprimida, não deve parecer estranho a nós, se presenciarmos isso agora e, portanto, devemos clamar a Deus para que tome a nossa causa em Suas mãos.”[45]

 

Salmo 94: Os alicerces da vingança do Senhor

1.A vingança do Senhor se alicerça no conhecimento que Ele tem dos pensamentos do homem (v.1-11)

2. A vingança do Senhor se alicerça no cuidado para com o Seu povo (v.12-19)

3. A vingança do Senhor se alicerça na Sua santidade e poder (v.20-23)

 

Salmo 95: Os ensinos que todos os salvos deveriam aprender

Depois de um salmo tão pesado como foi o anterior, o imprecatório, temos um salmo leve de louvor a Deus. O Senhor está presente nas cavernas ou nas montanhas. Jamais ficamos desamparados de Sua presença. Sendo Ele tão excelso, o salmista diz que devemos nos ajoelhar. Ele é o rei de toda a terra. Porém, mesmo sendo tão majestoso, Ele também é o nosso Pastor. Não devemos nos rebelar como o povo no deserto. Eles provaram ao Senhor e, por isso, sofreram consequências duras (v.1-11).

 

 

 

 

 

“Diante Dele que é a Rocha de nossa salvação, o grande Deus e grande Rei, o Criador dos confins da terra, o próprio objeto de toda adoração religiosa: Cristo deve ser adorado com cada parte da adoração externa na dispensação do Novo Testamento; salmos e cânticos de louvor devem ser entoados a Ele; a oração deve ser feita a Ele; o Evangelho deve ser pregado e as ordenanças administradas em Seu nome; e semelhantemente com toda a adoração interna, no exercício de cada graça Dele como fé, esperança e amor.”[46]

 

Salmo 95: Os ensinos que todos os salvos deveriam aprender

1.Louvor a Deus (v.1-7)

2.Não endurecer o coração diante de Deus (v.8-11)

 

Salmo 96: As bênçãos para os povos arrependidos quando virem a glória de Deus e a motivação para a Igreja, hoje

1.Este Salmo foi escrito por Davi e refere-se ao dia em que a arca foi trazida da casa de Obede-Edom, em Quiriate-Jearim (1 Cr 13.13, 16.7). Havia muita alegria naquele dia. Afinal de contas, os filisteus roubaram a arca e agora ela estava de volta a Jerusalém. Alegria semelhante haverá quando o Messias se apresentar à nação de Israel e aos povos. Enquanto não chega a restauração de Israel e a salvação dos gentios em grande escala, mesmo em meio à Tribulação, a Igreja hoje deve anunciar o evangelho da graça de Cristo a todos os cantos da terra. É evidente que a Igreja está diante de um enorme obstáculo: são quase 7 mil línguas e bilhões de pessoas e milhares de povos sem a menor chance de ouvir o evangelho nos próximos anos.

 

“É um grande HINO MISSIONÁRIO...”[47]

 

2.Todo o esforço que a Igreja fizer nesta dispensação para que a luz da glória do evangelho de Cristo Jesus seja espargida pelo mundo em trevas, o Senhor certamente recompensará. Não é através do ecumenismo que os povos serão redimidos, mas através do evangelho. A verdadeira paz não virá por acordos, entrega de armas ou orações de idólatras, mas através de Jesus Cristo, o Messias. O Salmo 96 antevê a alegria dos redimidos. A Igreja, hoje, já experimenta dessa alegria e nós, como Igreja, devemos nos alegrar e nos esforçar com os recursos que estiverem ao nosso alcance. De acordo com o Salmo 96 haverá bênçãos para os povos arrependidos e isto deve servir de motivação para a Igreja, hoje. Os povos arrependidos cantarão um hino nunca antes aprendido. Reconhecerão a autoridade do reino do Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja já canta um novo cântico desde o seu início. Somos novas criaturas com um novo cântico. Não precisamos aprender com o mundo como viver e nem precisamos dos recursos do mundo para nos alegrar. Judeus salvos louvarão ao Senhor juntamente com os gentios salvos. Hoje, na Igreja judeus e gentios podem louvar ao Senhor, juntos (v.1).

 

“Nossos velhos cânticos eram orgulho, glutonaria, luxúria, ganância ou maldade contra os outros; nosso ‘novo cântico’ é louvor, reverência, obediência e amor a Deus, em novidade de vida...”[48]

 

3.A salvação será anunciada todos os dias. Hoje, a Igreja deve anunciar as boas novas todos os dias e não, apenas, em campanha evangelística ou missionária (v.2).

 

“Proclamemos... até que Ele volte, através de palavras e obras, através dos cânticos e sermões, através dos batismos e Ceia, através de livros e conversas, através dos cultos de Domingo e da semana...”[49]

 

4.A glória do Senhor será conhecida por todas as nações “como a água cobre todo o mar” (v.3, Hq 2.14).

 

5.Spurgeon alertou que a Igreja deve se esforçar para levar o evangelho a todas as nações.

 

“A Inglaterra desperdiçou muito sangue e tesouro para manter o seu prestígio entre os bárbaros; quando estará igualmente ansiosa para manter a honra de sua religião, a glória do Seu Senhor?... frequentemente o nome do Senhor Jesus tem sido desonrado entre as nações pelos vícios e crueldades daqueles que chamam a si mesmos de cristãos...”[50]

 

6.O próprio Spurgeon desafia a Igreja a avançar em seus esforços missionários.

 

“... Todas as nações necessitam ouvir dos maravilhosos feitos de Deus... As tribos que estão desaparecendo não devem ser excluídas do ensino do evangelho... Índios bem como Anglo Saxões [ingleses e americanos] devem ouvir das maravilhas do amor remidor. Ninguém é tão degradado, nem tão culto, nem tão selvagem e nem tão refinado.”[51]

 

7.Os ídolos nada são, como disse o apóstolo Paulo, nosso Deus é único e grande. Foi Ele quem fez os céus. A Igreja, hoje, é um testemunho de que só existe um Deus verdadeiro e Este é o criador de todas as coisas (v.4-5).

 

8.A glória do Senhor retirou-se como lemos no livro do profeta Ezequiel, mas um dia voltará, bem como o Templo do Senhor. A Igreja, hoje, testemunha como o Corpo Vivo, santuário do Espírito Santo. Sabemos que a Igreja é sempre a virgem pura do Senhor. Contudo, é possível para nós, os crentes, guardar ídolos em nosso coração. É claro que a idolatria não combate à idolatria. O mundo deve nos ver como exclusivos do Senhor (v.6).

 

9.Um dia as famílias da terra darão glórias ao Senhor. Hoje, a Igreja como Corpo de Cristo com muitos membros proclama a glória do Senhor para o mundo perdido (v.7).

 

10.Um dia os povos oferecerão ao Senhor sacrifícios memoriais pela Salvação em Cristo Jesus. Hoje, cada membro da Igreja de Jesus Cristo apresenta o seu próprio corpo como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. A glória é devida ao nome Dele. É uma dívida que nunca poderíamos pagar. Nada menos é aceito do que a vida toda (v.8, Rm 12.1-2).

 

11.A santidade do Senhor é bela para os que obedecem, porém, terrível e assustadora para os desobedientes. A Igreja canta louvores, mas também treme diante da santidade do Senhor. Beleza sem temor é vaidade e temor sem beleza é a pior da escravidão. O mundo está escravizado com seus ídolos. Temem o que não tem vida, mas não encontram beleza e santidade em seus deuses mesquinhos (v.9).

12.O reino será do Filho de Davi, o Senhor Jesus Cristo. Ele regerá com vara de ferro. As nações não mais se enfurecerão. A Igreja, hoje, anuncia Jesus como Aquele que reinará, mas também Aquele que é soberano em nossas vidas (v.10).

 

13.A Igreja proclama que a condenação já está sobre todo aquele que ama as trevas, mas que o supremo juiz ama todo aquele que se arrepende de suas más obras e crê no Filho de Deus. O mundo precisa de estabilidade e está só virá com a Pessoa de Jesus Cristo reinando com justiça. Esta também é a mensagem do evangelho. “Dizei entre as nações: O Senhor reina”! Jesus disse que todo o poder foi dado a Ele. A Igreja anuncia com firmeza. Todo o céu se alegrará com o reino do Senhor. Hoje, a Igreja tem o grande privilégio de pregar o evangelho e quando uma alma se arrepende há júbilo no céu. O mundo todo pode ser impactado com a Palavra de Deus (v.11).

 

14.Até os campos e as árvores aguardam a redenção dos filhos de Deus, pois a própria natureza geme por causa das consequências desastrosas do pecado. A Igreja também prega a redenção do corpo para os salvos (v.12).

 

15.A Igreja prega que Cristo virá novamente. A Ceia do Senhor é um anúncio da vinda do Senhor. Ele virá julgar a terra. A Igreja não está no mundo para fornecer-lhe mais uma diversão, mas para anunciar que Ele virá como juiz e que os pecadores arrependidos estarão seguros no dia da Sua ira. Enquanto aguardamos a vinda do Messias, pregamos o evangelho a todos os povos. A Igreja já conhece a glória do Salvador. A Igreja não serve ídolos, por isso cada crente deve se purificar como testemunho aos idólatras. A Igreja adora o Senhor com reverência. Os povos temerão ao Senhor à medida que os crentes viverem uma vida piedosa. A Igreja anuncia para os povos perdidos que todo aquele que não crê no Senhor Jesus Cristo será julgado. O Salmo 96, embora tenha sua interpretação para a vinda do Senhor, motiva a Igreja, hoje, a desenvolver o trabalho missionário (v.13).

 

Salmo 96: As bênçãos para os povos arrependidos quando virem a glória de Deus e a motivação para a Igreja, hoje

1.Os povos conhecerão a glória do Senhor. A Igreja, hoje, deve anunciar esta glória, pois já a conhece (v.1-3)

 

2.Os povos conhecerão o Deus verdadeiro e deixarão a idolatria. A Igreja, hoje, deve se purificar de toda a idolatria (v.4-6)

 

3.Os povos tremerão diante do Senhor e O adorarão. A Igreja, hoje, teme ao Senhor e O adora com reverência (v.7-9)

 

4.Os povos entenderão que o Senhor reina e julga com justiça. A Igreja, hoje, anuncia o justo juízo aos incrédulos (v.10-13)

 

Salmo 97: As obrigações dos súditos do Rei dos reis

1.Este é um Salmo de Davi, provavelmente. Este Salmo exalta a majestade do Messias, o Senhor Jesus Cristo. Fala da vinda de Jesus Cristo, não a primeira vinda, pois nesta Ele veio humilde e sem juízo, mas trata-se da segunda vinda de Cristo na qual Ele virá como Juiz de toda a terra em poder e vingança. Jesus Cristo é o Rei dos reis e nós somos os seus súditos. Temos obrigações para com Ele. A natureza O obedece e nós, seus súditos, devemos nos prostrar diante Dele e cumprir nossas obrigações. Os súditos do Rei dos reis lhe devem obrigações.

 

2.Toda a terra irá se alegrar no Messias quando vier em Sua glória. Os perversos que O rejeitaram serão confundidos. Profeticamente a palavra “terra” muitas vezes se refere à cidade de Jerusalém. A capital do reino do Messias espera ansiosamente desde o reino de Davi por paz e justiça. O mundo tem milhares de ilhas. John Gill diz que Colombo quando navegou ao redor de Cuba deu nomes a 700 ilhas e deixou 3 mil ilhas sem nome e que um rei da Índia governava sobre 11 mil ilhas[52]. A alegria é o resultado do reconhecimento que o Rei é majestoso e bom. Os súditos têm a obrigação de ter alegria diante do rei, mas quando a alegria é real isto demonstra que o rei está agradando os corações de seus súditos. Lembre-se de Neemias, copeiro do rei, que ficou entristecido diante do rei e este logo notou e perguntou. Os reis exigem alegria de seus súditos (v.1).

 

3.As nuvens são a vestimenta de Deus. Ele se vestiu da nuvem que guiava o povo no deserto e da nuvem que pairava sobre o Santo dos Santos. Na sua vinda Ele se vestirá com nuvens escuras, como um manto preto e aterrorizante. Será um dia de justiça. O trono do Rei dos reis está firmado no juízo. Ele se assenta no juízo. Chegará este tempo quando não haverá mais misericórdia, pois terá cessado a longanimidade do Senhor. O mundo pode se arrepender hoje, mas os seus habitantes estão protelando. No dia do juízo não será mais dia de arrependimento, mas de acerto de contas. Enquanto os súditos se alegram, os inimigos tremem diante do juízo (v.2).

 

4.Há três fogos preparados para os inimigos do Rei. Um será no final da Tribulação, o juízo para os perseguidores do Seu povo; o outro fogo será no final do Milênio, na batalha de Gogue e Magogue, quando Satanás e seus aliados tentarão invadir a cidade de Deus e destruir o Seu povo e finalmente o Fogo Eterno, o Lago de Fogo (v.3).

 

5.Os raios e relâmpagos sempre assustaram todas as pessoas de todas as épocas. Não há ninguém que não tenha medo de raios. Eles são perigosos e assustadores. Jesus Cristo ilumina o mundo desde a Sua primeira vinda e esta é a oportunidade dos povos se achegarem a Ele. Os relâmpagos, em noite de raios distantes, são silenciosos e úteis para iluminar os caminhos, mas também são o prenúncio da proximidade de tempestades e raios. O momento de arrependimento é agora, pois quando vierem os raios do juízo do Rei o castigo será fulminante. Os súditos não têm razão para o medo. O Rei cuidará dos Seus súditos. Os perversos é que devem temer; os súditos se alegram com o juízo do Rei. A terra tremerá na segunda vinda do Rei Jesus Cristo não apenas pelo medo, mas pelo terremoto universal que haverá conforme Zc 14.12-14 (v.4).

 

6.Os montes, muitas vezes, são considerados aos reis da terra. Os poderosos deste mundo não subsistirão na presença do Senhor dos senhores e derreterão. Serão consumidos. O Anticristo e o seu exército e os seus 10 confederados serão exterminados (v.5).

 

7.Haverá salvação também e não só condenação. Alguns erroneamente pensam que na Tribulação não haverá mais chance de salvação. A ira do Cordeiro é contra os povos que perseguirem os judeus. O propósito da Tribulação é tratar com o povo de Israel, salvando-o, mas também é julgar os incrédulos do mundo inteiro, mas ainda oferecendo a oportunidade para serem salvos. Haverá sinais nos céus e 144 mil testemunhas, além das duas testemunhas que percorrerão o mundo todo pregando o evangelho do reino. É um motivo de muita alegria para os súditos do rei. A Igreja, enquanto tudo isto estiver acontecendo na terra, estará no céu, cada um recebendo os seus galardões segundo as suas obras (v.6).

8.A alegria de uns é o desespero de outros. Os idólatras serão confundidos, pois não deram glórias ao Majestoso Rei. Na Tribulação os povos adorarão a imagem da Besta, mas no final serão confundidos, pois o Cordeiro despejará a Sua ira contra eles. Conforme Filipenses 2.9-11 todos se prostrarão diante do Rei dos reis. Ao mesmo tempo em que o temor deve tomar conta dos homens, isto deve alegrar os súditos do Rei (v.7).

 

9.Os servos do Rei se alegram Nele, mesmo que Ele julgará os perversos segundo a medida das suas más obras. O juízo não deveria deixar o crente triste, mas alegre porque serve ao Deus verdadeiro e justo. Devemos chorar pelos ímpios enquanto estão vivos, pois estão desprezando a oportunidade de serem salvos, mas quando partem deste mundo apenas lamentamos a sua rebeldia, mas não choramos mais, pois deixamos com o Justo Juiz, o qual julgará conforme as suas obras (v.8).

 

10.Não há nenhum deus acima do nosso Deus. Isto deve nos levar à purificação. Devemos servir somente ao único Deus (v.9).

 

11.Os súditos devem se purificar para o Rei, pois Ele merece que os seus servos estejam limpos diante dele. O próprio Rei que nos ama nos purificará, mas devemos detestar o mal. A santificação não é por esforço próprio, mas pelo Espírito Santo, porém, a santificação não é uma obra de Deus em nós independente de nossa vontade (v.10).

 

12.O versículo 10 nos ensina sobre a segurança da nossa salvação em Cristo, o Rei dos reis. Ele guarda a nossa alma. Alguns ensinam que somente são salvos os que perseveram Nele, chamam de Perseverança dos Santos. Este ensino não é o mesmo que Segurança da Salvação, pois enquanto a Segurança da Salvação é algo totalmente de Jesus, o Salvador, ou seja, Ele nos segura e ninguém nos arrebata de Sua mão, a Perseverança dos Santos é algo totalmente do homem, pois ele é quem mantém a sua salvação se permanece fiel ou, como dizem, se não perseverar só mostra que nunca foi salvo. (v.10).

 

13.Os súditos do Rei estão seguros das ciladas dos perversos e protegidos do maior inimigo de suas almas, Satanás. Esta deve ser a nossa motivação para nos purificar, não para manter a nossa salvação, mas para agradecer-Lhe porque nos protege. Os súditos fiéis são agraciados da alegria da santificação. Eles andam debaixo da luz do Rei e esta luz vai alumiando a tudo (v.11).

 

14.A alegria e a purificação estão neste versículo. Os súditos devem se alegrar no Rei dos reis e purificarem suas vidas, pois Ele é santo. Temos um Rei majestoso e bondoso e, por isso, devemos nos alegrar Nele e porque Ele é santo devemos nos purificar para Ele. Essas obrigações não são, de modo algum, pesadas para os seus súditos (v.12).

 

Salmo 97: As obrigações dos súditos do Rei dos reis

1.Devem se alegrar Nele (v.1-7)

2.Devem se purificar para Ele (v.8-12)

 

Salmo 98: As ações de graça do povo de Deus

A vitória do Senhor será conhecida por toda a terra. No passado, as vitórias de Israel impunham sobre os povos o medo e o temor pelo Deus de Israel. No futuro reino de Jesus Cristo, o Messias de Israel, as nações se submeterão a Ele. A vara de ferro Dele governará os povos para que não haja mais rebeldes se manifestando. Caso aconteça, Ele os silenciará (v.1-9).

“Este salmo, com o nome de Cantate Domino (‘Cantai ao Senhor’), foi colocado, no Livro das Orações (Anglicano) entre a leitura do Antigo Testamento para a tarde, e seu cumprimento no Novo Testamento. É um companheiro íntimo do 96, só que se dedica integralmente ao louvor. Aqui, não há comparações com os pagãos, nenhuma instrução quanto à adoração correta: tudo é alegria e regozijo.”[53]

 

Salmo 98: As ações de graça do povo de Deus

1.As ações de graça pela Salvação do Senhor (v.1-3)

2.As ações de graça com instrumentos musicais (v.4-6)

3.As ações de graça pela justiça do Senhor (v.7-9)

 

Salmo 99: O caráter de Deus visto em três de Seus atributos

1.O problema do homem é sempre o caráter. A falta de honestidade, de justiça e falta de presença de espírito, ou seja, de responsabilidade, faz com que povos e nações herdem características que deixam marcas de um povo sem honra. Individualmente, as pessoas relaxam em seu senso de responsabilidade por não terem parâmetros para seguir. Quando a lei se afrouxa, todos seguem o mesmo caminho. Nós, que somos crentes em Cristo Jesus, não temos desculpa para um caráter irresponsável, pois temos o nosso padrão, o próprio Deus. Somos gerados de um novo Pai e, por isso mesmo, temos de carregar em nosso caráter o Caráter Dele. O Salmo 99 é atribuído a Moisés por causa da menção a ele próprio e Arão e por mencionar a coluna de nuvem, mas sabemos que isto não é possível, pois ele menciona Samuel que veio muito depois dele. O Salmo 99 é um louvor ao caráter de Deus visto em três de Seus atributos

 

2.Deus reinou um dia entre o Seu povo, mas quando veio o Seu Rei, o Filho de Deus, o povo O rejeitou. Hoje, Ele reina nos corações dos crentes da Igreja. Um dia reinará nesta terra, quando os judeus aceitarem o Seu Messias. Os povos tremiam diante do Deus de Israel. Toda a terra se abalava diante do Deus de toda a terra. Os seres angelicais, os querubins, estão ao redor do Seu trono, embelezando e glorificando o Seu nome. É muita santidade para nós (v.1).

 

3.Sião era o monte onde ficava o Templo. Um dia isto acontecerá novamente. Não há outro Deus acima do nosso Deus. Nenhum é mais alto. A santidade de Deus é o Seu caráter e os demais são farsas de Satanás (v.2).

 

4.O nome de Deus é grande e tremendo, ou seja, terrível. Ele é santo. Quando alguém conhece a Deus verdadeiramente, o seu caráter é transformado. A busca da santidade deve ser o alvo do crente. A santidade é o atributo de Deus e mostra que não há pecado Nele. O crente tem o recurso da confissão de pecados para a busca da santidade de Deus. Um caráter santo no crente é a disposição de andar sem manchas e debaixo da Sua graça que santifica (v.3).

 

5.Alguns pensam no poder de Deus somente para o seu próprio fortalecimento. Isto é verdade, mas nunca devemos esquecer que o Seu poder é exercido em juízo também. Deus ama a justiça (v.4).

 

6.Por causa da justiça de Deus, os seus santos devem se prostrar. O escabelo é o piso de um trono. O trono de Deus é no céu e o escabelo na terra. A nossa justiça nunca alcança o céu, mas a justiça do céu nos alcança e devemos andar nos caminhos de Deus, pois a justiça Dele foi imputada a nós em Cristo Jesus. A falta de caráter justo é vista no dia a dia, sendo que as maiores corrupções em todas as áreas são consequência da falta de justiça. Deus é justo e o Seu caráter deve permear a vida do crente (v.5).

 

“Nosso poderoso Rei, a força de Seu povo, tem prazer especial em vingar a causa do oprimido. Em Seu reino justo, o relacionamento é a regra.”[54]

 

7.Quase não lembramos da Presença de Deus como um atributo, mas facilmente reconhecemos a Onipresença. É verdade que Deus está em todos os lugares ao mesmo tempo, por isso, Ele pode escutar todas as súplicas de todos os crentes ao mesmo tempo. Moisés e Arão intercederam pelo povo e Deus ouviu. O Pai presente é o pai que ouve os seus filhos. Samuel também clamou ao Senhor e Deus ouviu. Ele esteve presente em sua vida desde sua meninice, quando foi levado pela sua mãe para que Eli cuidasse dele (v.6).

 

8.Deus esteve presente na coluna de nuvem, chamada pela tradição judaica de Shekinah, a glória de Deus. No livro do profeta Ezequiel vemos essa nuvem de glória saindo da cidade. Se Deus tirasse a Sua presença de nós estaríamos perdidos e sem qualquer esperança. A Presença de Deus exige a nossa obediência, conforme lemos no v.7. A falta de presença é falta de caráter. A ausência em reuniões e cultos entre os crentes mostra falta de caráter. A ausência no lar é falta de caráter. Deus não nos abandona, mas muitas vezes abandonamos a comunhão com Deus e com os irmãos (v.7).

 

9.A Presença de Deus também se vê na repreensão e restauração. Quando pecamos, Deus não nos abandona totalmente, mas mantém a Sua Presença aguardando o nosso pedido de perdão. Deus está presente quando precisamos de repreensão também. Ele é o Pai perfeito, pois está sempre presente. Sentir a Presença de Deus é tão bom quanto saber que Ele está presente, mas quando não sentimos a Sua Presença, por algum motivo, não devemos temer, pois Ele está sempre presente e é algo para crer e não somente sentir. O caráter de Deus é visto em Seus atributos e isto nos faz buscá-Lo para termos o mesmo caráter e nos motiva a exaltar o Seu nome (v.8).

 

Salmo 99: O caráter de Deus visto em três de Seus atributos

1.Santidade (v.1-3)

2.Justiça (v.4-5)

3.Presença (v.6-8)

 

Salmo 100: As ações de graças do crente

 

“Um breve histórico do Dia de Ação de Graças nos EUA. Os peregrinos separavam um dia para agradecer pelas bênçãos de Deus, mesmo em meio de sofrimentos, perdas de entes queridos e suprimentos escassos. O escritor dizia que o espírito daqueles dias está se perdendo com as murmurações pelo mau tempo, pela comida que não agradou ou um forte resfriado. O escritor ainda disse que estamos sendo ‘mimados’ com as muitas bênçãos que deveriam fazer com que todos os dias fossem um dia de ação de graças, quaisquer que sejam as circunstâncias.”[55]

 

1.No Brasil, não temos a tradição de celebrar este dia com parentes e uma mesa com o peru e tortas, mas devemos ter um coração grato todos os dias porque Deus abençoa o povo norte americano como abençoa o povo brasileiro e todos os povos com bênçãos. O salmo 100 é um relato de ações de graças pelas bênçãos de Deus para o povo de Israel. Eles adoravam o Senhor no átrio da Sua casa e dentro de suas portas. Davi oferecia sacrifícios de louvor na casa do Senhor junto com o povo. O exemplo que ele nos dá é que as ações de graças devem ser oferecidas com alegria e serviço e junto com outros crentes na casa do Senhor.

 

2.Todos os povos são convidados a louvar a Deus, mas sabemos que isto não acontece porque nem todos são salvos. Ainda vivem em seus pecados e não querem aceitar o dom de Deus da salvação. Não reconhecem na maravilhosa criação a mão de Deus. Todos os que são do Senhor devem prestar-Lhe ações de graças. Ele é digno de louvor e de uma exaltação de alegria. O crente pode se acostumar com o serviço de culto todos os domingos e deixar de fazer com alegria aquilo que deveria ser um prazer e privilégio. O tempo de culto é uma celebração, portanto, é algo solene e deveria ser feito com seriedade, mesmo que esta solenidade envolva alegria. Quando adoramos a Deus sozinhos em nossas orações, é claro que devemos fazer como uma solenidade, porém, celebração se faz acompanhados de outras pessoas com a mesma motivação. Por exemplo, celebramos o aniversário de alguém com outras pessoas. Ninguém celebra o seu próprio aniversário sozinho, pois, se assim fosse, não seria uma celebração. Há, portanto, nas ações de graças uma cerimônia que se chama celebração, deve ser realizada com alegria e todos os povos redimidos são convidados (v.1).

 

3.As ações de graças devem ser acompanhadas com o serviço. Na casa do Senhor e no Templo, posteriormente, este serviço incluía sacrifícios e cânticos e outros serviços próprios do sacerdócio. Os crentes, hoje também têm serviços a realizar. No culto, todos devem cantar e ler as Escrituras. Os solos, duetos e corais são bonitos, mas estes não devem substituir o cântico de toda a congregação. Há o serviço da pregação realizado por poucos e há as ofertas dadas por todos. Todo este serviço deve ser feito com alegria e com música. Deve-se atentar bem para a expressão “diante Dele”. Nada se faz no culto para os homens, mas tudo para Deus. A pregação edifica os ouvintes, mas o pregador está diante de Deus. O dinheiro é dado para as necessidades da Igreja e da obra do Senhor, mas é dado diante de Deus (v.2).

 

4.As ações de graças são feitas com inteligência. É um culto racional, por isso, o verbo “sabei”. Se não soubéssemos que aquela celebração é feita para Deus ou se não O conhecêssemos, não poderíamos jamais realizar um culto racional. Há alguns conhecimentos sobre Deus que todos os adoradores devem saber. Ele é o Senhor, dono de nossas vidas. Ele é o criador. Ele nos fez e pertencemos a Ele. Tudo o que fizermos com o nosso corpo e nossa existência devemos fazer debaixo da autoridade de Deus. Ele tem direito sobre o nosso corpo, sobre nossos talentos, sobre o nosso dinheiro e sobre o nosso tempo (v.3).

5.Cada crente, individualmente, pertence ao Senhor, mas coletivamente todos os crentes formam um povo de propriedade exclusiva do Senhor. Todos são responsáveis uns pelos outros, pois o que acontece a um acontece para todos, pois somos membros de um só corpo. O salmista usa uma ilustração bem conhecida para ele, um rebanho. Somos ovelhas do Senhor, pertencemos a um só rebanho e temos um só Pastor. Estamos sendo pastoreados por Deus ao mesmo objetivo. Os cuidados que o Pastor dispensa às suas ovelhas são para tê-las sempre saudáveis para, finalmente, sacrificá-las para o louvor e alimento. Somos do Senhor para um sacrifício de louvor. Somente quando somos saudáveis e prontos para o serviço Dele é que O glorificamos. As nossas ações de graças ao Senhor são feitas com alegria e com o nosso serviço. O simples ajuntamento não resulta em louvor, pois se assim fosse podíamos encher um estádio de incrédulos e Deus não receber nenhum louvor. Somente um culto racional com alegria e serviço engrandece ao Senhor e é ação de graças (v.3).

 

6.Será que um crente pode louvar a Deus em casa? É claro que sim, mas a celebração do povo de Deus deve ser realizada em algum lugar onde possam se reunir. Na casa do Senhor, o salmista menciona as portas e o átrio. As portas eram as da cidade de Sião ou Jerusalém, a cidade santa. O povo de Deus se reúne em santidade. Não importa a casa onde nos reunimos, hoje, se é espaçosa ou pequena, se luxuosa ou simples. Se um lugar é separado para o louvor de Deus, aquele lugar é santo. O átrio era o espaço onde o sacrifício era apresentado. Nós apresentamos as nossas vidas com ações de graças a Deus, juntamente com outros irmãos. Os hinos são cantados para o louvor Dele e não para exibição dos cantores. O nome do Senhor é que será exaltado. Nós somos apenas instrumentos de louvor para o Senhor. A comunhão e o amor que temos uns para com os outros é que dará qualidade para esse culto. O crente que não se ajunta para louvar a Deus no lugar separado de comum acordo dos crentes está fugindo da sua responsabilidade e abrindo mão de seu privilégio de oferecer ações de graças a Deus (v.4).

 

7.Os crentes reconhecerão que as ações de graças são a demonstração da bondade do Senhor. Ele é misericordioso, pois nós não teríamos nenhuma chance de nos aproximarmos Dele se não fosse por meio de Jesus Cristo, o Salvador, aquele que nos reconciliou com o Pai. Ele é fiel e devemos honrar a fidelidade Dele nos apresentando, juntos, para o Seu louvor. Que enorme privilégio é darmos graças ao Senhor. Todos os dias são dias de ações de graças, mas a maioria das igrejas se reúne umas três vezes por semana. Os crentes que podem devem participar da assembleia dos santos com alegria, serviço e comunhão (v.5).

 

Salmo 100: As ações de graças do crente

1.Ações de graças com alegria e serviço (v.1-3)

2.Ações de graças na casa do Senhor (v.4-5)

 



[1] Comentário Bíblico NVI – F.F. Bruce – pg. 813 (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[2] Comentário Bíblico NVI – F.F. Bruce – pg. 815 (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[3] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 4, pg. 2221 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

 

[4] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 4, pg. 2223 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

[5] Introdução e Comentário – Salmos 1-72 – pg. 221 – Sl 55.5 - Derek Kidner – Série Cultura Bíblica (Ed. Vida Nova e Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. Brasileira 1980)

[6] Introdução e Comentário – Salmos 1-72 – pg. 222 – Sl 56.8 - Derek Kidner – Série Cultura Bíblica (Ed. Vida Nova e Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. Brasileira 1980)

[7] Comentário Bíblico Expositivo do VT – vol. 3 – pg. 191 – Sl 57.1 - Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

 

[8] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 58.4 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[9] Comentário Bíblico Expositivo do VT – vol. 3 – pg. 193 – Sl 58.10 - Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[10] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento – Sl 59.3 – pg. 430 - William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[11] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento – Sl 60.8 – pg. 432 - William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[12] Psalms – Henry Law - Sl 61.1 – 1878 (http://www.gracegems.org/LAW/psalm_61.htm (1 of 2) [05/05/2006 01:54:29 p.m.])

[13] Psalms – Henry Law - Sl 62.9 – 1878 (http://www.gracegems.org/LAW/psalm_62.htm (1 of 3) [05/05/2006 01:54:30 p.m.])

[14] Expositions of Holy Scripture: Psalms, Sl 63.1, pg. 222 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

 

[15] Notes on Psalms Dr. Thomas L. Constable, Sl 64.8-10, pg. 134 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[16] Expositions of Holy Scripture: Psalms, Sl 65.3, pg. 228 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[17] Notes on Psalms Dr. Thomas L. Constable, Sl 66.5-7, pg. 136 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[18] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Sl 68.2, pg. 101 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[19] The Use of Psalm 68:18 in Ephesians 4:8 in Light of the Ancient Versions - Richard A. Taylor, pg. 336 (Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)

[20] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Sl 69.1-12, pg. 104-105 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[21] Comentário Bíblico Moody – Sl 70, pg. 76 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

 

[22] Comentário Bíblico Moody – Sl 71.4-13, pg. 76 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[23] Novo Comentário da Bíblia, Sl 72.8-14, pg. 157 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

 

[24] Novo Comentário da Bíblia, Sl 73.16-17, pg. 160 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[25] The Pulpit Commentary, Sl 74.22 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[26] Summarized Bible Complete Summary of the Bible, Sl 75.3 – Keith L. Brooks – Copyright 1919 (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[27] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 76.12 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[28] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible, Sl 77.10 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014

[29] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Sl 78.4 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

 

[30] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Sl 79.13 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[31] Jamieson, Fausset and Brown Commentary – Sl 80 - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[32] Keil & Delitzsch – Sl 81 - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) – extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016

[33] Through the Bible Day by Day – A Devotional Commentary by F. B. Meyer, B.A. – Sl 82.6 - Published in 1914; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[34] Notas da Biblia Reina-Valera (Biblia Hispanica) (1995) – Sl 83.5  (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[35] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Sl 84.10 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[36] Albert Barnes' Notes on the Bible – Sl 85.2 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[37] The Biblical Illustrator – Sl 34.19 - By Joseph S. Exell, M.A. - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[38] The Companion Bible (E. W. Bullinger) – Sl 87.4 - Published in 1909-1922; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[39] The Cambridge Bible for Schools and Colleges – Sl 88.6 - By Cambridge University Press (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[40] Adam Clarke's Commentary on the Bible, Sl 89.4 - (1715-1832) - Published in 1810-1826; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[41] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Sl 90 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[42] John Darby´s Synopsis of the Bible – Sl 91.16 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[43] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Sl 92.12-13 - Compilado por  Maqui,  (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[44] Expositor's Bible Commentary – Sl 93.1 - Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

[45] Geneva Bible Translation Notes – Sl 94.5 - 1599 Geneva Bible Translation Notes (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[46] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 95.6 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[47] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 96.1 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[48] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 96 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[49] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 96.2 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[50] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 96.3 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[51] The Treasury of David - by Charles Haddon Spurgeon, Sl 96.3 - Published in 1869-1885; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[52] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Sl 97.1 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[53] Introdução e Comentário – Salmos 73-150 – pg. 372 – Sl 98 - Derek Kidner – Série Cultura Bíblica (Ed. Vida Nova e Mundo Cristão – São Paulo – SP – 1ª ed. Brasileira 1980)

[54] Psalms – Henry Law - Sl 99.4-5 – 1878 (http://www.gracegems.org/LAW/psalm_99.htm (1 of 2) [05/05/2006 01:57:12 p.m.])

[55] Devocional Nosso Pão Diário (Ministérios Pão Diário - 25 de novembro de 2004 - Curitiba)

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