63 2 Pedro

2 Pedro

Galáxia, Estrelas, Infinito, Cosmos

Introdução[1]

1.Autor da carta

A segunda carta não é aceita por todos os comentaristas modernos. Dizem que o estilo é diferente e que somente no terceiro século é que foi aceita. Não temos razão para duvidar. Jerônimo defende a diferença de estilo explicando que talvez Pedro tenha usado amanuense. Dionísio de Alexandria (395) não aceitou a segunda carta como sendo de Pedro, mas disse que os pais da Igreja a aceitavam. É claro que a evidência interna nos basta (1.1,14, 16-18, note que o escritor estava presente na Transfiguração

e 3.15 era alguém íntimo de Paulo. Além do fato de que 3.1 menciona a primeira carta do apóstolo).

 

2.Data, local e os destinatários da carta

Provavelmente a data, local e os destinatários correspondem à primeira carta.

 

3.Objetivo da carta

Combater os falsos ensinos gnósticos. Os hereges negavam a Cristo, insubordinavam-se contra as autoridades, praticavam a imoralidade e eram gananciosos. Vemos mais claramente o combate às falsas doutrinas nos capítulos 2 e 3. No primeiro capítulo, a obra da salvação em Cristo é ressaltada.

 

4.Versículo-chave da carta

1.10 expressa de modo claro como podemos evitar o tropeço da falsa doutrina. Devemos ficar firmes na nossa eleição em Cristo Jesus. Com a certeza bíblica de que para aquele que confia em Cristo como Seu salvador, não há perigo de tropeço com os ensinos falsos.

 

5.Tema e palavras-chaves

O tema: “Crescimento na graça e conhecimento de Jesus Cristo” (3.18). A palavra-chave é “conhecimento” (1.2,3,8, 2.20, 3.18).

 

6.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) A Palavra de Deus é única fonte totalmente segura para a orientação espiritual (1.20-21).

 

2) O capítulo todo se refere ao apóstata. É alguém infiltrado na igreja. Não é salvo. Alguns têm dificuldade com a expressão “negando até o Senhor que os resgatou”. Não devia ser surpresa, pois Jesus é potencialmente o resgatador do mundo todo, mas efetivamente é resgatador somente daquele que crê. Os últimos versículos dizem que “seria melhor para ele nunca ter conhecido o caminho da justiça”. Jamais diríamos isso, exceto para um apóstata obstinado que não é salvo (2.1,21).

 

3) A terra será destruída para a inauguração do que chamamos “céu”. De fato, será uma nova criação muito semelhante com o Éden. Parece até um Éden restaurado. Não será esta terra restaurada, pois ela não existirá mais. É uma destruição e após uma nova criação (3.7-13).

 

4) Versículos muito semelhantes de 2 Pedro comparados com versículos da epístola de Judas:

 

2 Pedro

Judas

2.1-2

4

2.4

6

2.11

9

3.3-4

17-18

 

Capítulo 1: Saudação. As virtudes da vida cristã

1.Pedro é o autor. Ele é testemunha da Transfiguração. Pedro é mencionado como autor da 1ª epístola (3.1). Esta epístola foi escrita no final do reinado de Nero em 66 a.D. Pedro escreve de Roma para os mesmos destinatários da 1ª epístola (3.1). Pedro dá provas históricas dos ensinos de Jesus, procura prevenir os crentes contra os falsos mestres e afirma que o juízo de Deus cairá sobre eles. O ensino escatológico é apresentado nesta epístola com muita precisão. As perseguições continuam, e agora também surgem os falsos mestres. Esta epístola é bem parecida com a epístola de Judas. Dos 25 versículos em Judas, 15 aparecem total ou parcialmente em 2 Pedro. Exemplos:

           

2 Pedro

Judas

2.1-2

4

2.4

6

2.11

9

3.3-4

17-18

 

2.Pedro que uma vez negou Jesus, aliás três vezes, agora nos mostra uma vida totalmente transformada, compreendendo o chamado do Senhor e vivendo sob as promessas Daquele que nos conduz a uma vida de pureza. Nós ganhamos a natureza de Cristo e, portanto, somos participantes com Ele de uma vida pura. É claro que não nos tornamos deuses e nem mesmo acontecerá isto na glória, mas ao escapar da corrupção vivemos uma nova vida que pode ajudar a transformar as pessoas ao nosso redor.

 

3.Pedro enfatiza que pertence de modo absoluto ao Senhor Jesus. Pedro saúda aos que têm a mesma fé preciosa dos apóstolos que andaram com Jesus. Estamos unidos aos apóstolos na mesma fé no Senhor Jesus. Pedro andou com Jesus, mas nem por isso se considera superior aos demais irmãos. Ele reconhece a igualdade de todos os salvos (v.1).

 

4.Pedro usou a mesma saudação que na 1ª epístola. O crente cresce à medida que cresce no “pleno conhecimento de Deus e de Jesus”, ou seja, quanto mais conhecer ao Senhor, mais maduro será. O conhecimento é progressivo e ninguém jamais conhecerá tudo o que se pode conhecer do Senhor (v.2).

 

5.Deus já nos deu tudo o que precisamos para nos parecer com Cristo. Talvez não tudo o que queremos, porém, tudo o que necessitamos para uma vida de comunhão com Ele. Ganhamos pelo poder de Deus. É um poder que não falha. Esse tudo conseguimos através do conhecimento completo de Jesus. Portanto, à medida que conhecermos mais a Jesus, ganharemos mais condições para maior comunhão com Ele (v.3).

 

6.A promessa aqui é igual em 3.13, “a esperança de novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça”, e também, tudo o que se refere ao futuro glorioso dos crentes. Através dessas promessas somos participantes da natureza divina, que é a imagem de Deus restaurada no homem redimido. É um grande mistério que participemos da natureza divina sem, contudo, sermos deuses, o que seria uma heresia. A participação com a natureza divina livra-nos da corrupção das paixões do mundo, muito embora não nos isente do pecado, uma vez que a velha natureza não foi substituída, antes houve um acréscimo de natureza em nosso ser, e agora há uma luta dentro de nós: a velha natureza contra a natureza divina (v.4).

 

“Nos primeiros quatros versículos de 2 Pedro, a deidade de Cristo recebe ênfase notável. Pedro quer que saibamos que porque Jesus Cristo é Deus, Ele é capaz de nos dar uma experiência completa de vida. O Senhor dá tudo o que precisamos para florescermos como crentes, começando com nossa posição em Cristo: Em Cristo, temos sabedoria, justiça, santificação e redenção (1 Co 1.30). Nós nos apresentaremos perfeitos e completos em Cristo diante de Deus para sempre (Cl 2.10, Hb 10.14). Nós possuímos todas as bênçãos espirituais em Cristo e o Pai nos aceita completamente no Amado (Ef 1.3,5).”[2]

 

7.O objetivo da vida cristã é nos parecermos cada vez mais com Cristo Jesus. Para isto são necessárias algumas virtudes ou qualidades as quais só ganhamos Nele mesmo. Essas qualidades devem ser associadas umas às outras, pois formam um conjunto para a maturidade cristã. Pedro usa a palavra associar para dizer que cada crente deve equipar sua vida com as virtudes mencionadas. Fé é a confiança diária que traz força para a vida cristã. Virtude é a excelência de conduta. O conhecimento não é apenas intelectual, mas uma prática espiritual por iluminação do Espírito Santo. Os falsos mestres usavam muito essa palavra (gnosis). Pedro também, pois o falso conhecimento não é combatido com menos conhecimento, e sim, com um conhecimento mais sublime (v.5).

 

8.O autocontrole ou domínio-próprio é o poder de conter-se. Só pode haver autocontrole quando há oportunidade de escolher entre opções, tais como pecar ou não pecar. A perseverança é um incentivo a resistir às falsas doutrinas. Ainda que as heresias queiram invadir o corpo de Cristo, o crente deve “ficar para trás”, perseverando na sã doutrina. Piedade significa reverência. É a observância às leis de Deus. É a reverência ao amor de Deus e tudo quanto se refere a Ele. É possível alguém ter prazer em cumprir mandamentos, mas ao mesmo tempo não ter amor e piedade à Pessoa de Cristo e um desejo de conhecê-Lo melhor (v.6, Mt 19.16-26).

 

9.Fraternidade é uma palavra bem conhecida, tanto na nossa língua quanto no grego, “philadelfia”. Os crentes devem exercer amor uns pelos outros, considerando Jesus como o irmão mais velho dessa maravilhosa família. O padrão do amor fraternal é alto: cortesia e generosidade. Os que estão em Cristo podem exercer o mesmo amor entre os irmãos que Ele tem pelos Seus. É um interesse pelo bem estar de outros. No assunto de amor é sempre importante lembrar que o amor “não vem de nós” (1 Jo 4.19). Quando queremos dar aos outros o nosso próprio amor, o óbvio acontece: simpatizar-se por alguns e rejeitar outros (v.7).

 

10.O alvo de todas essas associações é conhecer ao Senhor. Com as virtudes mencionadas, operadas pelo Espírito Santo em nós, o resultado será um melhor conhecimento de Cristo e também mais semelhança com Ele. Essa maturidade cristã nos fará frutíferos para Ele (v.8).

 

11.O cego espiritual não tem interesse em se parecer com Cristo. Só se parece mais com Cristo aquele que mais O conhece. Quem não se parece com Cristo também é o míope, pois só vê o que está perto. Ele tem vista curta em relação às verdades espirituais. Alguns crentes não podem ver muito além, não têm visão espiritual para isto. Quem não se parece com Cristo esqueceu-se da purificação dos pecados passados, ou seja, a salvação. Não significa que este crente não tem mais a salvação, mas que ele não está se desenvolvendo após sua salvação. Portanto, além de cego e míope, este crente sofre de amnésia espiritual (v.9, Jo 9.39-41).

 

12.A maneira de “confirmar a vocação e eleição” é lembrar-se da salvação e o propósito desta, que é sempre crescer no conhecimento de Cristo. O exercício espiritual de lembrar da Salvação e do que isto implica fortalece o crente e o assegura dos tropeços. A Eleição, conforme vimos na primeira epístola se refere aos crentes e as bênçãos decorrentes da salvação e não propriamente à salvação. Nenhum incrédulo é eleito, somente os salvos são eleitos para as bênçãos espirituais. A entrada do crente no céu é suprida por Cristo (v.10-11, Rm 6.11).

 

“Na verdade, o cristão em crescimento pode aguardar com grande expectativa a ‘entrada no reino eterno’ que lhe ‘será amplamente suprida’! Os gregos falavam de ‘suprir amplamente a entrada’ para descrever as boas-vindas dadas aos vencedores olímpicos quando voltavam para casa. Todo cristão irá para o céu, mas alguns terão uma recepção mais gloriosa que outros. Infelizmente, alguns cristãos ‘[serão salvos], todavia, como que através do fogo’ (1 Co 3:15).”[3]

 

13.Existindo, portanto, as qualidades mencionadas, o crente se parecerá mais com Cristo. O apóstolo Paulo diz que o crente é predestinado para ser conforme a imagem de Jesus Cristo. Da mesma maneira que eleição não se refere a pecadores sendo salvos, a predestinação também não se trata de pecadores predestinados à salvação, mas a crentes predestinados a propósitos futuros. Todas as vezes que aparece a palavra “predestinados” se refere somente a crentes (Rm 8.29, 30, Ef 1.5, 11).

 

As qualidades necessárias para se parecer com Cristo (2 Pe 1.5-11)

1.Fé associada à virtude (v.5)

2.Virtude associada ao conhecimento (v.5)

3.Conhecimento associado ao domínio-próprio (v.6)

4.Domínio-próprio associado à perseverança (v.6)

5.Perseverança associada à piedade (v.6)

6.Piedade associada à fraternidade (v.7)

7.Fraternidade associada ao amor (v.7-11)

 

14.Tudo o que Pedro falou anteriormente refere-se à verdade. Embora já conheçam a verdade, o incentivo e motivação ajudam a praticar a verdade. Os próprios crentes já estão confirmados na verdade, por isso, não se trata de um alicerce novo, mas algo já conhecido e experimentado. A verdade é especial e por isso precisa ser lembrada (v.12).

 

15.“Enquanto ainda estou neste tabernáculo”, quer dizer “neste corpo”. O corpo é apenas uma “tenda” que abriga a vida preciosa. O corpo pode ruir sem qualquer prejuízo para a alma e o espírito. No entanto, o corpo tem sua importância, enquanto estamos no mundo, e até mesmo para a eternidade, por isso, haverá a ressurreição. A morte sempre é vista como próxima, por isso, a diligência de Pedro em despertar os crentes. Esta é uma particularidade daquilo que é verdadeiro, precisa ser lembrado enquanto estamos vivos (v.13).

 

16.Pedro está consciente que seu fim na terra está próximo. Jesus disse que ele morreria tragicamente. Não sabemos se Jesus revelou a época da morte de Pedro. Pedro expõe a sua morte de maneira fácil e familiar e não como algo terrível e ameaçador para si mesmo (v.14, Jo 21.18-19).

 

17.Como a verdade é essencial para a vida cristã, Pedro se compromete a se esforçar para que os crentes conheçam a verdade de modo mais particular. Outra particularidade da verdade é que ela precisa ser testemunhada para ter algum crédito. Pedro realmente viu a Jesus e não inventou fábula. O “nós” refere-se aos apóstolos, as testemunhas oculares da Transfiguração de Jesus que foram Pedro, Tiago e João. Não se trata de fábulas e mitologias como era o costume dos gnósticos. A Transfiguração teve como principal tema a morte de Cristo Jesus. Foi, portanto, uma antecipação da crucificação (v.15-16, Mt 17.12, Mc 9.9, Lc 9.31).

 

18.Pedro foi testemunha da verdade da Transfiguração. Naquele monte, Deus manifestou o Seu prazer pelo de Seu Filho. Pedro esteve ali e o seu testemunho é verdadeiro (v.17-18).

 

19.A verdade possui outra particularidade além de ser lembrada e testemunhada. A verdade precisa ser confirmada. Isto é feito através da Palavra de Deus. O acontecimento no monte da Transfiguração só veio confirmar o ministério do Messias, tão falado por boca dos profetas. O assunto principal de Jesus, Moisés e Elias naquele monte foi a morte e os sofrimentos do Messias. O crente faz bem em atentar à profecia bíblica e viver na prática dessa palavra. A luz que os crentes do Velho Testamento tinham era a palavra profética sobre o Messias. Com a vinda do Messias, o mundo recebeu como um clarão do novo dia. A profecia sempre foi e sempre será uma candeia que brilha, aguardando a luz mais forte que é o seu cumprimento. Dessa forma, as profecias da vinda de Cristo são uma candeia, mas o alvorecer de um novo dia será o cumprimento dessa profecia. A palavra que temos hoje é apenas uma lâmpada em comparação ao Dia Eterno (v.19).

 

20.Nenhum profeta agia independente, mas escrevia o que Deus mandava. A verdade de Deus não saiu da imaginação de qualquer homem, mas é de total propriedade de Deus. Homens foram movidos pelo Espírito Santo, embora tenham exercido o seu próprio estilo literário. As particularidades da verdade são vistas na Palavra de Deus. Uma verdade precisa ser lembrada, testemunhada e confirmada. Temos uma base sólida para a vida cristã (v.20-21).

 

“A declaração de Pedro reconhece o elemento divino e humano na produção das Escritura inspiradas. Qualquer doutrina equilibrada da origem da Escritura deve reconhecer ambos. Pedro aceita o fato da divina inspiração e autoridade das Escrituras, mas ele não define o relacionamento entre os elementos divino e humano. O mover do Espírito Santo sobre os que falaram foi um elemento primário e indispensável, mas ao usar seres humanos como Seus porta-vozes, o Espírito Santo trabalhou neles e através de suas personalidades variadas para produzir o resultado que Ele desejava. Os profetas foram tratados como homens vivos, não como ferramentas sem vida.”[4]

 

As particularidades da verdade (2 Pe 1.12-21)

1.A verdade precisa ser lembrada (v.12-15)

2.A verdade precisa ser testemunhada (v.16-18)

3.A verdade precisa ser confirmada (v.19-21)

 

 

 

Capítulo 2: Os falsos mestres

1.Entre o povo de Israel muitos falsos profetas surgiram (1 Rs 18.22, Jr 23, Mt 7.15-20, 24.11-12). No meio da Igreja também havia (At 20.29-31). Estes entravam ocultamente para introduzirem heresias destruidoras. Os hereges da época eram conhecidos como gnósticos. Eles negavam Cristo como soberano. Diziam que era um senhor dentre muitos. O que resta para os falsos mestres é a destruição repentina. Os gnósticos, com seu sistema de religião, achavam que seriam conduzidos à salvação, mas Pedro alerta para o fato que estão seguindo para à perdição (v.1).

 

“As evidências mostram que 2 Pedro 2.1 é melhor explicado pela visão da redenção espiritual. Apesar de alguns atacarem este versículo, ainda permanece como uma das mais fortes provas da expiação ilimitada... Cristo morreu até mesmo pelos ímpios e os comprou pelo pagamento de seu resgate na cruz. A cruz é a chef-d’ouvre [obra-prima] da sabedoria de Deus. Pela punição do Seu próprio Filho em vez dos pecadores, o atributo da justiça de Deus foi satisfeito; perdoando todos aqueles que aceitam a provisão, o Seu atributo do amor também foi satisfeito. Deus realizou a Sua obra através de Seu Filho. Ninguém pode colocar qualquer culpa sobre Deus por passar a eternidade no inferno. O que guia os homens [estes homens de 2 Pe 2.1] ao inferno é sua indisposição de aceitar a provisão inestimável feito a eles.”[5]

 

2.Esses falsos profetas não são crentes, no entanto o texto diz que se afastaram do Senhor e renegaram-No. A seguir uma boa explicação sobre este texto difícil.

 

“A terrível penalidade do pecado foi completamente paga por Cristo. A morte que Ele morreu foi suficiente de tal modo que as Escrituras dizem que Cristo ‘comprou’ e pagou o preço até mesmo para os falsos mestres os quais negam a Cristo (2 Pedro 2.1). Apesar disso, a obra da cruz de Cristo não nos beneficia pessoalmente até que, pessoalmente, nos apropriemos desta pela fé. Será que o incrédulo tem os seus pecados pagos duas vezes (uma vez por Cristo na cruz e outra vez por si mesmo no inferno eterno)? Não, o pagamento que Cristo fez a favor do incrédulo realmente nunca se tornou dele. Os benefícios da morte de Cristo jamais foram realmente colocados em sua conta e para este homem o Senhor imputará o pecado (compare Romanos 4.8 e João 8.24). O estudante da Bíblia que é cuidadoso deve fazer a diferença entre redenção efetuada (por Cristo na cruz) e redenção aplicada (pelo Espírito Santo ao coração do pecador que creu). Os benefícios da obra da cruz de Cristo nunca são colocados na conta do pecador a menos e até que ele creia. O calvinismo extremo também deve fazer a distinção entre a obra da cruz de Cristo que foi efetuada e os benefícios dessa obra da cruz aplicada ao coração do pecador que crê pelo Espírito Santo. Cristo morreu por Saulo de Tarso que era perseguidor da Igreja de Deus? Todo calvinista deve dizer sim para esta questão. Se Cristo pagou completamente a penalidade pelos pecados de Saulo de Tarso, então por que Saulo não foi perdoado enquanto ainda perseguia a Igreja? A resposta é que ele ainda estava na incredulidade e até a sua conversão os benefícios da obra da cruz de Cristo não foram colocados em sua conta.”[6]

 

3.Os falsos mestres con seguem contaminar a Igreja e ganhar alguns através do engano. Os gnósticos incluíam em sua crença a licenciosidade sexual como forma de libertação do corpo, que é mau (v.2).

 

4.O objetivo primário era lucro pessoal. As epístolas aos Colossences, 1 e 2 Timóteo, Judas e as 3 epístolas de João foram escritas contra os gnósticos. Os gnósticos eram conhecidos como gananciosos e exploradores do corpo das mulheres, enganando-as, dizendo que tudo fazia parte do sistema religioso gnóstico. Com palavras fictícias os gnósticos faziam comércio dos crentes. Comércio, quer dizer exploração com fins egoísticos, que incluía dinheiro. O juízo para os gnósticos certamente virá. O juízo já está lavrado e no devido tempo virá. A demora aparente não é prova de que a justiça foi esquecida. Aliás, a justiça nunca ocorre plenamente neste mundo. É comum ver ímpios prosperarem nesta terra (v.3, ver Salmo 73).

 

5.Os caminhos dos falsos mestres sempre são enganosos. Através da mentira conseguem os seus adeptos. Devemos alertar aos crentes a respeito do engano, mas não devemos nos misturar com os falsos mestres sob a ilusão de que vamos ganhá-los. Nós nos aproximamos de um adepto iniciante para alertá-lo do erro, mas de um mestre devemos nos afastar, pois ele está convicto e quer nos ganhar. No entanto, devemos orar por todos e aproveitar as oportunidades que Deus nos dá.

 

6.Os caminhos dos falsos mestres são de condenação, assim como o caminho dos anjos rebeldes. Os anjos foram criados na inocência e com livre arbítrio. Os anjos seguidores de Lúcifer rebelaram-se no Céu. Deus não poupou nenhum anjo rebelde. Alguns foram aprisionados, embora o maioral deles, Lúcifer, ainda não tenha sido aprisionado, juntamente com muitos outros anjos. A palavra “Inferno” é “Tártaro”, termo emprestado da mitologia grega, que era o lugar do castigo dos deuses. Paulo e Pedro não se constrangeram, mas usaram esse mesmo termo para falar da prisão dos demônios (v.4).

 

7.Os ímpios da época de Noé morreram, todos sofrendo o juízo de Deus. Noé é um incentivo a ficarmos ao lado da minoria que obedece. Ló foi justo, embora tenha sido egoísta ao escolher aquela terra, não dando prioridade ao tio, Abrão. Ló ficava atormentado ao morar lá, diante das iniquidades daquele povo. É fato conhecido que Sodoma era um lugar onde o homossexualismo era praticado. Até hoje, “sodomita” é sinônimo para “homossexual”. Talvez seja comum muitos crentes não se simpatizarem por Ló, mas talvez seja verdade que poucos crentes se afligem pelas coisas que veem no mundo, o que aconteceu com Ló que se sentia perturbado com a iniquidade do povo (v.5-8).

 

8.O princípio absoluto de Deus sempre foi livrar os justos e condenar os ímpios. Isto pode não acontecer no tempo que imaginamos ser o melhor, mas Deus sempre executa o juízo em algum tempo, ainda que seja na eternidade. Se não somos condenados é porque já morremos com Cristo e quem morre já recebeu o merecido castigo e não porque faltou justiça em Deus em relação a nós. Quanto à condenação eterna, o crente está livre, mas quanto aos pecados diários temos de confessá-los a Deus para voltarmos ao prazer da intimidade plena com Ele (v.9).

 

9.Os caminhos dos falsos mestres são de arrogância e rebeldia contra qualquer autoridade. Assim são os gnósticos. Desafiam a Deus. Os gnósticos quando repreendidos pelos líderes da igreja, já que estavam sob sua autoridade, desacatavam. Eram arrogantes. Tentavam por todos os meios impor suas ideias. Os gnósticos eram insubmissos às autoridades, muito embora fizesse parte do sistema religioso gnóstico a adoração a anjos, os quais consideravam seres superiores (v.10).

 

10.Os anjos ao enfrentarem o mal não injuriaram, nem mesmo os mais poderosos dos anjos (Jd 9). Se os anjos de Deus se submetem a Ele, nós também devemos nos submeter ao Senhor e às autoridades por Ele instituídas. Na igreja e obra de Deus, de modo geral, podemos dialogar, mas jamais nos revoltarmos (v.11).

 

11.Os caminhos dos falsos mestres são cheios de teimosia. Eles são arrogantes e até “irracionais”. Os gnósticos blasfemam contra as verdades de Deus por não entenderem os planos de Deus. Mas eles são “feitos para presa”. Assim como os animais irracionais que caem em armadilha, os gnósticos agem como irracionais e, por isso, cairão e sofrerão castigo eterno (v.12).

 

12.Os gnósticos fizeram muito mal aos outros e o resultado será destruição para eles mesmos. O prazer dos gnósticos é a luxúria em pleno dia. Os pagãos normalmente deixavam a lascívia para a noite, sendo um período mais obscuro dos olhares das pessoas, mas os gnósticos enganavam as “mulherinhas” (2 Tm 3.6) em plena luz do dia, enquanto os maridos saíam para trabalhar. Os gnósticos são “nódoas”. Eles mancham e deformam a igreja com suas práticas. Eles têm desejos enganadores. Os gnósticos participavam da “Festa do Amor” com os crentes (“Banqueteiam junto convosco”) (v.13).

 

13.Os gnósticos tinham os “olhos cheios de adultério”. Já não conseguiam olhar para uma mulher sem ter o desejo da aproximação sexual. Eram “insaciáveis”, desejando sempre o adultério (v.14).

 

14.Pedro compara os falsos profetas com Balaão, também falso profeta. A referência principal sobre Balaão está em Números cap.22 e 23. Outras referências estão aqui e em Ap 2.14 e Jd 11. Balaão amou o prêmio da injustiça. Por amor ao dinheiro queria profetizar contra o povo de Deus. A princípio, parecia que Balaão não queria, mas o oferecimento de um suborno o fez mudar de ideia. Balaão sabia o que era reto, mas a ganância pelo dinheiro traiu sua sensatez (v.15).

 

15.Os caminhos dos falsos profetas são como os caminhos de Balaão, cheios de desvios. Aquela repreensão só fez Balaão refrear-se em parte, pois a cobiça pelo dinheiro era tanta que Balaão lutou contra Deus...e perdeu. Não só ele perdeu, mas os reis de Mídia também perderam. Balaão foi morto pelos israelitas (Nm 31.8) (v.16).

 

16.Os caminhos dos falsos mestres são enganosos, levam à condenação e são cheios de desvios, mas também são repletos de promessas falsas. Os gnósticos são como “fontes sem água”, deixando sedentos seus adeptos, não tendo nada para oferecer. Os gnósticos são “névoas impelidas por temporal”, dando a impressão de que vão desfazer-se em benéficas chuvas, mas o vento arrasta longe e deixa a terra ainda mais seca. A condenação dos gnósticos é certa. Muitos movimentos que arrancam pessoas das supostas “igrejas frias e formais”, oferecendo mais “vida”, acabam sendo a depressão espiritual para muitos crentes desiludidos, pois ao descobrir-se a farsa o resultado é a queda quase sempre sem retorno (v.17).

 

17.Usando de discurso enganoso, os gnósticos iludem as pessoas que estavam saindo do erro e estas atraídas voltam às heresias gnósticas. Os gnósticos proclamam liberdade de regras, mas de fato, estão prendendo com iscas suas vítimas. Hoje, prega-se a liberdade de pensamento, de palavras e de sexo, mas uma pergunta continua: Por que nunca se satisfazem, uma vez que têm a “liberdade”? Por que ainda estão escravos de seus desejos? (v.18).

 

18.Os gnósticos acabam prometendo aquilo que não podem suprir. O gnosticismo, vivo até nos dias atuais, promete o conhecimento secreto, mas jamais satisfaz os seus seguidores, pois não há nenhum conhecimento secreto, a não ser as “profundezas de Satanás”. A nova moralidade sexual, por exemplo, nada tem de novo, é a mesma escravidão gnóstica. Os que a promovem nunca ficam satisfeitos, contudo, são incapazes de deixar (v.19).

 

19.O texto está se referindo aos falsos mestres ou aos que por eles são desencaminhados? O mais lógico parece pensar que a referência ainda seja aos falsos mestres. Os gnósticos conheciam a verdade, embora não aceitavam para si mesmos, e deliberadamente preferiam errar, tornando-se, portanto, muito mais culpável do que aquele que peca por não entender a verdade. O melhor para os gnósticos era que nunca tivessem conhecido a verdade, pois a condenação, embora houvesse, não seria tão grave. Os falsos mestres tinham conhecimento da verdade de Jesus Cristo e seus ensinos, mas não eram salvos. Estavam no meio do rebanho de Jesus Cristo, mas eram lobos vorazes (v.20).

 

20.A referência é muito melhor entendida quando a interpretação é aos falsos mestres e não aos crentes que foram enganados. Ainda que seja entristecedor para o Espírito Santo e para o próprio crente, é melhor ser enganado por algum tempo do que ir para o Lago de Fogo. Portanto, não pode se referir aos crentes, ainda que desviados. Em relação aos gnósticos, a situação piorou drasticamente, pois rebelando-se contra o ensino que conheceram, o castigo será maior (v.21-22, o provérbio citado é de Pv 26.11).

 

Os caminhos dos falsos profetas (2 Pe 2.1-22)

1.São caminhos enganosos (v.1-3)

2.São caminhos de condenação (v.4-9)

3.São caminhos arrogantes e cheios de desvios (v.10-16)

4.São caminhos cheios de promessas falsas (v.17-22)

 

Capítulo 3: A destruição deste mundo para uma nova criação

1.A expectativa do arrebatamento da Igreja, da destruição do Anticristo e dos perseguidores dos santos no final da tribulação, o estabelecimento do reino de Cristo e, finalmente, os Novos Céus e Nova Terra devem nos motivar a uma vida santa neste mundo e também devem nos incentivar a crescer no conhecimento da maravilhosa Pessoa de Jesus Cristo, o nosso salvador. Porém, somos advertidos que somente a minoria crê na consumação de todas as coisas. Infelizmente, até alguns grupos evangélicos não aguardam o arrebatamento da Igreja e o cumprimento das profecias para Israel. Alguns nem mesmo sabem lidar com esses temas tão abundantes na Palavra de Deus.

 

2.Os crentes já têm a mente esclarecida, mas mesmo assim Pedro quer relembrá-los. Os crentes têm o sol da justiça, Jesus Cristo, que esclareceu suas mentes do engano. Para ter a mente esclarecida no assunto da consumação dos tempos é necessário o estudo de profecias (v.1-2).

 

3.Os profetas, Jesus Cristo e os apóstolos já preveniram de que viriam os falsos mestres. Pedro de igual forma, já preveniu os crentes contra os gnósticos que zombam e vivem em pecado. Os gnósticos consideram Deus mentiroso, desafiando a fé dos crentes sobre a vinda do Senhor. Provocavam dizendo que os “pais”, os santos do Velho Testamento e os crentes mais antigos da Igreja, morreram e nada viram (v.3-4).

 

4.Assim como nos dias de Noé, quando a Terra foi afogada, os céus e a terra que hoje existem, serão pela mesma palavra de Deus, destruídos. A Terra passou por uma transformação no Dilúvio. Passará por mais duas transformações: uma para o reino de Cristo, o Milênio, quando haverá uma restauração da Terra; outra transformação será para o Estado Eterno, após o Milênio, quando o Universo será totalmente destruído e uma nova criação será realizada, chamada “Novos Céus e Nova Terra” (v.5-7).

 

5.Na contagem de Deus não há diferença. A Eternidade de Deus é bem ilustrada com este versículo (veja Sl 90.2,4). Deus não é limitado. Ele é grandioso. Deus não Se esqueceu da Sua promessa, pelo contrário, está demonstrando misericórdia. Ele é longânimo, pois quer que todos sejam salvos. Ele está dando oportunidade aos que ainda não creram em Cristo Jesus. Isto não pode ser de forma alguma um reforço para os Universalistas, que acreditam que Deus salvará a todos. Um desejo Dele não significa um decreto (v.8-9).

6.A vinda do Senhor será repentina (1 Ts 5.2). Virá como um ladrão, como o próprio Mestre Jesus falou e Pedro aqui relembrou. Não temos de nos preocupar com o tempo exato, pois o contexto não está limitado ao arrebatamento ou à segunda vinda de Cristo para estabelecer o Seu reino, mas ao fim do mundo (v.10).

 

7.Os céus são o invólucro acima do nosso Universo. O estrepitoso estrondo é incalculável, por causa do deslocamento rápido do ar e o enrolamento dos céus (Is 34.4). Os elementos físicos são os corpos celestes, tais como sol, lua, estrelas, planetas, galáxias sem fim. Todas as obras que existem serão destruídas. Todas as construções da Terra serão abrasadas. A ênfase, portanto, é que Deus fará isso e nenhum homem (v.10).

 

8.Vimos nos primeiros dez versículos, a advertência de Deus aos homens. Mesmo que muitos não acreditam no final do mundo, isto acontecerá porque Deus falou. Nós que somos crentes devemos crescer em santidade e no conhecimento de Cristo Jesus, enquanto aguardamos por certas todas essas palavras.

 

9.A destruição dos céus e da terra devem ser um estímulo a um viver santo. A descrença na volta do Senhor produz indiferença no comportamento (v.11).

 

10.Alguns ensinam que o Advento, ou seja, a vinda do Senhor, depende da Igreja. Ao expandir o evangelho pelo mundo, pessoas entrando para o Corpo de Cristo, a vinda está sendo apressada. Usam Mateus 24.14 para afirmar que todos ouvirão e que a maioria se converterá. Jesus estava falando de um período futuro, chamado Tribulação. O evangelho pregado será o do reino, a mesma mensagem que João Batista pregava para o povo judeu anunciando o estabelecimento do reino pelo Messias. Cada crente deve esperar e pensar na vinda do Senhor e, desta forma, com um viver santo, já está apressando a vinda Dele, pois está sempre em sua mente (v.12-13).

 

“Os crentes afetam o calendário [cronograma] de Deus pelo seu testemunho e nossas orações ao levar pessoas a Cristo (Js 10.12-14, 2 Rs 20.1-6). Claramente, essa ideia de apressar o Fim é o corolário da explicação (v.9) de que Deus adia a Parousia porque Ele deseja que cristãos se arrependam. O seu arrependimento e viver santo pode, portanto, do ponto de vista humano, apressar sua vinda. Isso não prejudica a soberania de Deus em determinar o tempo do Fim..., mas significa apenas que sua soberana determinação graciosamente leva em conta os afazeres [negócios] humanos.”[7]

 

11.Após destruir todo o Universo, Deus criará tudo novamente como em Gênesis 1.1 (Ap 21.1, Is 65.17). O Mal será destruído. No Milênio, Satanás estará aprisionado; No Estado Eterno, estará no Lago de Fogo. A justiça, pela primeira vez, habitará a Terra, a nova Terra (v.13).

 

12.Notamos que sempre que há uma tragédia, explosão ou qualquer desastre, as pessoas que estão por perto se abraçam, tentam se consolar, mesmo não se conhecendo. Há uma aproximação dos seres humanos e uma solidariedade em meio às catástrofes. O crente vive a solidariedade na vida comum e não em situações extremas apenas. Até que se chegue à consumação dos tempos, haverá muita violência, engano, tragédias, cataclismos e guerras. Por si só isto já nos devia motivar a uma vida de santidade. O crente deve viver sem manchas, sem repreensão, pois afinal ele é regenerado pelo Espírito Santo, o próprio Deus. A nossa paz não é falsa, mas é a paz de Cristo que habita os nossos corações. Quem vive uma vida reta é porque já está em paz com Deus (Rm 5.1) e está experimentando a paz de Deus (Fp 4.6-7). Portanto, ao pensarmos na consumação dos séculos, vivamos uma vida imaculada e irrepreensível em paz. Viveremos em plena justiça, por isso, hoje, devemos viver assim também, embora limitados (1 Jo 2.28). Não precisamos esperar este reino de justiça para começar a exercer a justiça (v.14, Ef 5.17).

 

13.A nossa salvação ainda não se completou, embora seja completa. Cristo nos garantiu o acesso a Deus e pelo Espírito Santo temos o penhor, a garantia, de vida eterna com Deus. Porém, a nossa salvação está se completando. Ainda falta a redenção do corpo, o qual é muito limitado para fazer a vontade plena de Deus. Mas somos advertidos a aguardar a bendita esperança com paciência. A longanimidade do Senhor nos capacita para isto. Assim como Ele está esperando para que mais pessoas se convertam, devemos esperar pregando o evangelho e nos santificando em Cristo (v.15).

 

14.Pedro talvez esteja se referindo aos escritos de Paulo aos romanos. Pedro tem grande admiração pela sabedoria de Paulo. Aqui são eliminadas as dúvidas sobre o bom relacionamento de Pedro com Paulo, pois embora repreendido por Paulo, Pedro teve comunhão com a pessoa e com os ensinos de Paulo (v.15).

 

15.Por falta de discernimento espiritual pelos hereges, os ensinos de Paulo são deturpados, formando heresias. A Bíblia pode ser uma bênção nas mãos de um fiel, mas uma fonte de heresias nas mãos de um mal-intencionado. Às vezes, parece que as Escrituras se contradizem, o que é só impressão (v.16).

 

16.Os indoutos são os que não aprendem, são ignorantes. Evidentemente não aprendem porque torcem as Escrituras para o seu próprio benefício. Eles são inconstantes, pois não estão firmados na rocha que é Cristo. Esta advertência é muito urgente aos pastores e professores da Bíblia, aos missionários e aos conselheiros. À medida que o tempo se aproxima, as heresias vão aumentando em quantidade e intensidade. Estudemos os escritos de Paulo sem distorção. Este versículo ensina algo sobre a restauração entre os irmãos. Pedro foi advertido severamente por Paulo, no entanto, aqui está Pedro incentivando aos irmãos estudarem os escritos do amado Paulo (v.16).

 

17.De fato a Bíblia não fala aqui, neste versículo, para fugirmos, mas isto é claramente ensinado em outros lugares, como em 1 Tm 6.11, 2 Tm 2.22 e Tt 3.10. Os falsos mestres eram talentosos e influentes em cercar os crentes com suas heresias. Por que, então, deixaram entrar na Igreja? O fato é que entravam silenciosamente e nunca se identificando como gnósticos e alguns surgiram do meio dos crentes. As igrejas tinham que prestar muita atenção aos ensinos e exercitar discernimento que o Espírito Santo dá aos crentes. O crente pode perder a estabilidade se não estiver atento aos ensinos (v.17).

 

18.A vida cristã é uma vida de desenvolvimento. À medida que nos alimentamos com a Sua Palavra e, assim, assimilamos os seus ensinamentos, o homem espiritual se desenvolverá. A glorificação do Salvador continuará na Eternidade e nunca terá fim (v.18).

 

O que deve direcionar a obra de Deus (2 Pe 3)

1.Ânimo sincero (v.1)

2.Firmeza na Palavra (v.2)

3.Percepção da mentalidade secular (v.3-4 secular vem de século)

4.Consciência da destruição e perdição do mundo (v.5-7)

5.Esperança da salvação dos que creem (v.8-13)

6.Santificação (v.14-18)

 

O conhecimento mínimo para o crescimento espiritual (2 Pe 1-3)

1.Precisamos conhecer o que temos em Cristo (1.3-15)

2.Precisamos conhecer a Palavra de Deus (1.16-21)

3.Precisamos conhecer o engano e os enganadores (2.1-3)

4.Precisamos conhecer sobre a vinda do Senhor e o juízo (3.4-13)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 1991

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     The Sufficiency of Scripture for Life and Godliness 2 Peter 1:1-4) - George Meisinger (CTS Journal - Chafer Theological Seminary, Fountain Valley, CA. - 1995)

3.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 568 – 2 Pe 1.11 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

4.     The Prophetic Foundation for the Christian Life: An Exposition of 2 Peter 1:19-21, pg. 166-167 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – abril-junho 1984)

5.     Second Peter 2:1 and the Extent of the Atonement, pg. 61 - Andrew D. Chang (Bibliotheca Sacra – janeiro-março 1985)

6.     For whom did Christ die? Pt. 4 - A Defense of Unlimited Atonement - George Zeller (The Grace Family Journal – Dulluth – MN - Verão 2005)

7.     Notes on 2 Peter, pg. 47 – 2 Pe 3.12 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

 

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] The Sufficiency of Scripture for Life and Godliness 2 Peter 1:1-4) - George Meisinger (CTS Journal - Chafer Theological Seminary, Fountain Valley, CA. - 1995)

[3] Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 568 – 2 Pe 1.11 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[4] The Prophetic Foundation for the Christian Life: An Exposition of 2 Peter 1:19-21, pg. 166-167 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – abril-junho 1984)

[5] Second Peter 2:1 and the Extent of the Atonement, pg. 61 - Andrew D. Chang (Bibliotheca Sacra – janeiro-março 1985)

[6] For whom did Christ die? Pt. 4 - A Defense of Unlimited Atonement - George Zeller (The Grace Family Journal – Dulluth – MN - Verão 2005)

[7] Notes on 2 Peter, pg. 47 – 2 Pe 3.12 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

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