62 1 Pedro

 1 Pedro

Cadinho, Fundição, Fundido, Bronze

Introdução[1]

1.Autor da carta

A autoria de Pedro é reconhecida desde o início. Pedro foi o apóstolo de maior destaque dentre os doze. A própria carta identifica Pedro como o autor. Ele foi testemunha dos sofrimentos de Cristo (1.8). Alguns levantaram objeção à autoria de Pedro pelo fato das cartas terem um estilo sofisticado e Pedro, como sabemos era um simples pescador. Isto apenas incentiva ao crente comum a estudar, pois é

possível se aprimorar nos estudos e na fluência da língua se temos objetivo.

 

2.Data e local da carta

As datas estão entre 65-68 d.C., antes da morte de Pedro e em um período de perseguição. Quanto ao local de onde Pedro escreveu há algo bem intrigante. Ele escreve da Babilônia (5.13). Havia uma Babilônia no Egito, porém, uma cidade muito insignificante. Havia a famosa Babilônia mencionada muitas vezes no Velho Testamento, mas que na época de Pedro já estava em ruínas. Finalmente, talvez, a interpretação mais correta, é a cidade de Roma, tratada como Babilônia por causa de seus pecados e influência mundial. Portanto, tomando a última interpretação como correta, Pedro escreveu de Roma.

 

3.Cidades

Pedro escreveu para crentes espalhados em cidades específicas (Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1.1). Eram cidades numa região de perseguição contra os crentes.

 

4.Objetivo da carta

Pedro quer levar, através desta carta, consolo aos crentes sofredores. A perseguição não os isenta de viverem uma vida correta, por isso, há instruções claras sobre o andar digno do crente em meio às perseguições. O crente não pode revidar, mas sofrer com mansidão e de modo sóbrio, ou seja, consciente que o sofrimento é uma parte da vida cristã normal. Jesus disse que os crentes seriam perseguidos, mas Ele daria ânimo e vitória.

 

5.Tema, palavra-chave e versículos-chaves da carta

O tema poderia ser “O sofrimento do crente”. "Esperança" é a palavra-chave desta carta (1:3, 13, 21; 3:5, 15).

 

6.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) 1.12 – Os anjos não tinham a pretensão de pregar o evangelho, como, erroneamente, alguém pode interpretar lendo esse texto, mas desejam perscrutar (parakupto). É a figura de alguém em uma sacada inclinando-se para ver o que acontece embaixo. Jamais anjos podem entender o que se passa dentro de um pecador redimido, pois eles nunca caíram para depois serem alcançados com a salvação.

 

2) 2.9 – A Igreja não substituiu Israel, pois Deus ainda cumprirá as promessas terrenas e espirituais para a nação. No entanto, temos o privilégio de receber os mesmos títulos (geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus).

 

3) 3.1 – A mulher deve ser submissa ao marido, mesmo que este não seja salvo. Não é uma promessa, mas uma possibilidade que ele seja salvo devido ao bom testemunho dela. A salvação é individual, mas a busca pode ser incentivada pelo bom testemunho.

 

4) 4.17-18 – Nossa salvação é difícil, não porque temos que fazer algo, além de crer, mas é difícil até terminar a carreira na terra, pois há muitas perseguições. No entanto, é muito mais difícil para o incrédulo, pois no final de sua vida, ainda que tranquila, entrará na eternidade perdido.

 

5) 5.6 – A vida do crente quando maltratado deve ser de humilhação sem vingança. Haverá exaltação, mas somente no tempo que Deus quiser. Às vezes, por toda a vida, a situação de humilhação nunca dá uma reviravolta aqui na terra, mas na eternidade tudo será julgado e a recompensa virá para o crente humilhado.

 

Capítulo 1: Saudação. A nossa bendita esperança. A santidade do crente

1.Pedro é o autor desta epístola. É bem provável que ninguém duvide da autoria de Pedro, pois foi uma figura notável nos evangelhos e em Atos. O apóstolo Pedro acabou sendo conhecido por grande parte das pessoas no mundo judaico do primeiro século.

 

2.Essas epístolas foram escritas no ano 64 a.D., no início da perseguição de Nero o qual incendiou Roma e culpou os cristãos.

 

3.Pedro está escrevendo da Babilônia. Havia uma Babilônia no Egito, hoje, chamada Cairo. A Babilônia mais conhecida é a cidade às margens do rio Eufrates, a terra dos caldeus. O mais provável é que Pedro esteja em Roma que é conhecida como “Babilônia”, pois lembra a idolatria e o poderio da antiga cidade dos caldeus. Alguns não estudiosos relutam em concordar que seja Roma, talvez, com receio de apoiar a declaração da Igreja Católica Romana que diz que Pedro foi o primeiro Papa. Sabemos que Pedro não foi o cabeça da Igreja. O Catolicismo se apoia em um erro de interpretação de Mateus 16.18 (ver 1 Pe 5.13).

 

4.O apóstolo Pedro escreve para os crentes em geral da Ásia Menor (Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia). No local dessas cidades, atualmente, se encontram a Turquia. Ele escreve aos crentes forasteiros da Diáspora (Dispersão). Quando Alexandre, o Grande, conquistou o mundo da época, muitos judeus emigraram para países estrangeiros. As duas grandes dispersões judaicas foram nos cativeiros assírio e babilônico.

 

5.Esta epístola é fruto de um coração amoroso, ou seja, vem do coração de Deus através de Pedro. O objetivo é consolar os peregrinos que foram expulsos de Roma por causa da perseguição.

 

6.O nome do autor, de fato, não é Pedro. O nome dele é Simão que é uma forma diminutiva de Simeão que significa “Deus ouviu”. Pedro foi o apelido grego que Jesus deu para ele e Cefas é o mesmo apelido só que em aramaico. Ele é apóstolo de Jesus. Ele foi escolhido pelo Mestre. Até o nome que carregava foi dado por Jesus. Pedro não teve dificuldade em ser reconhecido com apóstolo, pois todos o conheciam como um seguidor de Jesus. O apóstolo Paulo teve muita dificuldade, principalmente, entre os coríntios (v.1).

 

7.Ele escreve aos crentes espalhados pelas províncias romanas da Ásia Menor, mencionando cada uma. Podemos imaginar os crentes lendo aquela carta uns para os outros. Ao ouvirem a saudação para os crentes da cidade mencionada na carta era como um bálsamo na ferida aberta (v.1).

 

8.Ele se dirige aos crentes como “eleitos”. Os judeus foram escolhidos por Deus e separados dentre outras nações para uma finalidade exclusiva a qual tinha quatro desdobramentos. Agora o termo “eleitos” é usado para os crentes da Igreja (v.1).

 

9.A Eleição é um tema que tem gerado muitas controvérsias desde a Idade Média. Os que ensinam que Eleição é o ato soberano de Deus de escolher para Si aqueles que serão salvos bem como escolher os que devem ser lançados ao inferno são chamados Calvinistas. Para esse grupo, um eleito já foi eleito antes de nascer e não tem como resistir à graça salvadora de Jesus Cristo, portanto que deve ser salvo será salvo. Segundo essa doutrina só perseverará na salvação quem for, de fato, um eleito de Deus. Para esse grupo, o livre arbítrio é uma heresia.

 

10.Os que ensinam que o pecador possui um livre arbítrio com o qual pode aceitar ou rejeitar a salvação apresentada em qualquer momento são chamados Arminianos. Para esse grupo, a segurança da salvação é discutível.

 

11.Há outro grupo que crê que a eleição, necessariamente, não se limita ao assunto da salvação, mas ao serviço ou alguma missão. Por exemplo, Israel é a nação eleita e nem todos os judeus são salvos. Aliás, poucos aceitaram Jesus Cristo como o Messias.

 

12.Deus em Seu prévio conhecimento ou presciência chamou os crentes para sofrerem. As epístolas de Pedro enfatizam que os crentes são chamados ao sofrimento. Deus não elegeu incrédulos para sofrerem pelo evangelho, mas elegeu todos os crentes para sofrerem por causa da fé em Cristo.

 

13.É verdade que ele escolheu pessoas para a salvação, ou seja, o mundo todo (João 3.16 e 1 João 2.2). Isto não significa que o mundo todo será salvo, mas não porque Deus não quer e, sim, porque não conheceram ou rejeitaram a salvação (2 Ts 1.8).

 

14.Todo crente é chamado, eleito e predestinado para obedecer a Deus e santificar-se pelo Espírito e transformar-se segundo a imagem de Jesus Cristo. Não se trata de escolher alguns para a salvação e outros para a perdição, mas de escolher a Igreja, através dos crentes para agradar a Deus em obediência, santificação e sofrimento. Os chamados e escolhidos para receberam a salvação são todos do mundo inteiro. Além disso, todos têm o dever de clamar pelo nome de Jesus e serem salvos (v.2).

 

15.Para os crentes sofredores Pedro os saúda com a graça e paz multiplicadas. Esses irmãos precisavam sentir a multiplicação do conforto de Deus em suas vidas (v.2).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“A doutrina da eleição é uma verdade familiar que pretende promover o bem-estar dos crentes em meio às vicissitudes da vida. Infelizmente, essa doutrina, a qual a mente do homem não pode compreender completamente, tem sido a ocasião de muita controvérsia entre os santos. Os escritores sagrados não entraram em todos os problemas que se aglomeram ao redor dessa doutrina, nem tentaram harmonizar essa doutrina com aquela outra grande verdade, ensinada nas Escrituras e revelada na consciência – a liberdade da vontade do homem; suas declarações de duas, aparentemente, conflitantes doutrinas, equilibram, mas não explicam um à outra;... elas nos ensinam pelo seu silêncio que a atitude apropriada do cristão, quando trazido face a face com o mistério, é descansar no Senhor, humilde, como uma criança, confiante em seu amor e sabedoria.”[2]

 

16.A vida cristã é cheia de alvos. O crente jamais deve parar de ter alvos. O velho ainda deve ter alvos. O crente que está sofrendo não deve parar por causa das perseguições ou dificuldades. Os grandes alvos da vida são estabelecidos em momentos de crise. Deus tem alvos específicos para cada crente, mas só os encontrarão os que tiverem interesse de se debruçar diante da Palavra Dele em oração e dependência do Espírito Santo. Porém, há alvos gerais para todos os crentes que podem ser facilmente compreendidos nos versículos seguintes.

 

17.O Deus maravilhoso e bendito foi tão misericordioso que providenciou em Cristo a nossa salvação. Todos os que creem e, ainda, os que crerem são transformados para dirigirem seus alvos para outra direção. Um alvo dessa regeneração é desenvolvermos uma nova esperança. As esperanças de um incrédulo estão depositadas em bens de consumo e outras coisas temporárias, porém, o alvo do crente é a viva esperança de uma eternidade com o Criador e Salvador. Por causa da ressurreição de Cristo temos certeza de que a nossa esperança se transformará em posse (v.3-4).

 

18.O alvo do crente deve ser viver essa viva esperança de tal modo que não apenas saiba que está seguro, mas que se sinta guardado pelo poder de Deus. A fé nos garante essa segurança, pois ela está deposita não em um conjunto de doutrinas, mas na Pessoa de Jesus Cristo. A nossa salvação é garantida e completa, porém, ainda não foi totalmente desfrutada, pois ainda falta vencer a morte e ter a redenção do corpo de pecado (v.5).

 

19.O alvo do crente é viver pela fé, mas a fé precisa vencer os desafios e ser confirmada. O sofrimento é a provação e ele é por pouco tempo, ou seja, a vida toda. Não podemos nos esquecer que a vida neste mundo é breve e passageira e que no mundo teremos aflições. Jesus teve aflições e venceu o mundo, mas quando se deu essa vitória? No momento de Sua morte quando disse: “Está consumado”. Se não tivermos o alvo de entender essa verdade a nossa fé não será confirmada e passaremos a nos enganar que ainda há solução para este mundo caído e para a natureza pecaminosa. Três inimigos jamais mudam: a Carne, o Mundo e Satanás (v.6).

 

20.As provas têm o poder de incentivar ainda mais à fidelidade daqueles que são fiéis, mas podem desanimar os que não vivem pela fé. As provas purificam o crente dos maus hábitos e de tudo o que não glorifica a Deus. Não existe uma medida de provas humana, ou seja, não podemos afirmar que os mais fiéis sofrem mais porque glorificam mais a Deus ou que o crente desobediente sofre mais para aprender o que está faltando. A medida das provações é algo que pertence somente a Deus. Quanto ao crente, o seu alvo deve ser confirmar a fé mediante as provas da vida (v.7).

 

21.Quando o Senhor Jesus buscar a Sua Igreja e premiar os crentes, certamente, dará prêmios especiais aos que suportaram os sofrimentos com alegria. Pedro viu a Jesus, mas incentiva aos crentes que não O viram pessoalmente a manterem boa atitude nas provas porque a alegria é a mesma para quem viu e para quem não viu a Jesus, mas que andou por fé (v.8).

 

22.A confirmação maior da fé é a salvação. Pedro não escreve para deixar os crentes em dúvida quanto à salvação, mas para confirmar a fé dos crentes em meio ao sofrimento. O alvo do crente é confirmar a fé que salva. Quem diz que creu em Jesus Cristo deve ser um seguidor Dele. Todo seguidor de Jesus padece sofrimentos porque o “servo não é maior do que o seu senhor” (v.9).

 

23.O alvo do crente é a bendita esperança, a confirmação da fé e a compreensão da salvação. Nunca nos tornaremos eruditos na compreensão da salvação. O apóstolo Paulo disse que devemos “desenvolver” a nossa salvação. Nenhum crente se torna “mais salvo” do que o outro, mas há crentes que compreendem melhor a própria salvação por causa da investigação, não em livros, mas através da iluminação do Espírito Santo. Os profetas estudaram muito sobre o que profetizavam, mas eles próprios não compreendiam, por mais que se esforçassem. A graça que experimentamos em Cristo não era compreendida por eles (v.10).

 

24. Os profetas previam um plano extenso de salvação. Assim como Moisés contemplou Canaã de longe, os profetas viam a salvação apenas de maneira restrita (At 3.18). Nem mesmo o último profeta do Antigo Testamento, João Batista, presenciou o cumprimento das profecias acerca do Cristo. O profeta Isaías descreveu os sofrimentos do Messias, porém, deve ter se perguntado o que isto significaria exatamente e como, a partir dos sofrimentos do Messias, poderia surgir glória (v.11).

 

25.Os judeus conheciam Isaías 53 e Salmo 22, mas não entendiam o que aquilo tinha a ver com as glórias futuras do Messias. Os profetas não estavam servindo a sua própria geração, mas aos crentes que viriam depois deles. Eles tentavam compreender com toda a luz que possuíam quando se dariam aquelas profecias, quais seriam as ocasiões oportunas. O Espírito dirigia os profetas. Os profetas ministravam as profecias, mas outros pregadores acabaram anunciando o cumprimento delas (v.12).

 

26.Neste versículo há uma declaração curiosa: “os anjos desejam atentar” ou “os anjos anelam perscrutar”. Os anjos não podiam e nem podem participar na obra da redenção, mas podem admirar, investigar ou sondar. Os anjos olham com interesse para o que Deus fez para redimir o pecador. Não apenas os profetas não compreendiam o plano de Deus, mas até mesmo os anjos olham com admiração para esta maravilhosa graça. O anjo é um ser limitado na compreensão da redenção pelo fato de nunca ter experimentado o pecado e, consequentemente, a redenção. Alguns já usaram este versículo para dizer que os anjos queriam pregar o evangelho, mas como vimos não se trata disso (v.12).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Tudo isso é tão impressionante que até os anjos no céu anseiam (epithymusin anelam; denotando grande desejo) por observar essas coisas mais de perto e mais atentamente. Perscrutar é parakypsai, que retrata alguém olhando atentamente de uma sacada, muito interessado no que se passa embaixo, Na literatura bíblica, os anjos são por vezes considerados superiores aos homens em sabedoria e capacidade, embora os homens sejam objetos do amor e da honra de Deus. A menção aqui do interesse deles pelo que está acontecendo na vida dos leitores encerra de modo muito apropriado todo esse trecho da carta, que, como vimos, está carregado de um tom de encorajamento, incentivo e acentuação da dignidade que os leitores têm aos olhos de Deus. Eles podem estar sendo ultrajados, desprezados e marginalizados dentro do seu contexto social, mas a coisa é muito diferente sob o ponto de vista de Deus.”[3]

 

27.Nós podemos entender a salvação nessa dispensação chamada Igreja. Os profetas, embora fossem salvos, crendo no mesmo Libertador que nós, não podiam entender as profecias sobre Jesus Cristo e os anjos não podem compreender o que é ser redimido. Nós, os crentes da Igreja, devemos nos dedicar no alvo de compreender, o quanto for possível, sobre essa salvação. Na eternidade o assunto continuará e continuaremos a aprender e a crescer de glória em glória.

 

Os alvos do crente sofredor (1 Pe 1.3-12)

1.A bendita esperança (v.3-5)

2.A confirmação da fé (v.6-9)

3.A compreensão da salvação (v.10-12)

 

28.Pedro não oferece um código de conduta baseado no legalismo, mas sempre baseado numa verdade fundamental. Após nos fornecer as bases da nossa redenção, Pedro nos adverte a mantermos uma vida reta. Daí o início da sentença: “por isso” ou “por conseguinte” (v.13).

 

29.O crente deve ter atitudes corretas por causa do preço da redenção que não foi baixo, mas foi o próprio sangue de Jesus Cristo. Os crentes devem “cingir o entendimento”. As pessoas cingiam os lombos, ou seja, a cintura. Assim como cingiam a cintura para não deixar as vestes soltas, o crente deve “cingir” a mente e não deixá-la solta. Portanto, deve ter uma atitude mental correta (v.13, ver 2 Co 10.4-5).

 

30.Outra advertência de Pedro é para que o crente seja sóbrio. Durante as perseguições que estavam passando, o excesso de emoção só deixaria a mente confusa e o espírito perturbado. A sobriedade evitaria o pânico. A maneira de se comportar de modo tranquilo em meio aos sofrimentos é esperar na graça (v.13).

 

31.A santidade tem como alvo principal a obediência ao Senhor. A obediência é ordem, mas é preciso fé para acontecer. Em 1 Sm 15.22 diz que a obediência é melhor do que o sacrifício. Cristo obedeceu e nós devemos obedecer também (v.14).

 

32.A maneira de obedecer é não se amoldar ao pecado. Quando o crente volta às paixões antigas da ignorância, ele passa a viver como vivia enquanto estava sem Cristo e, às vezes, até pior. O crente já é santo aos olhos de Deus em Cristo Jesus, porém, ele precisa viver segundo essa posição no dia a dia (v.14-16).

 

33.Durante o tempo que o crente está neste mundo deve se conduzir com temor. O crente que vive como um peregrino está sempre suspirando por seu lar. Para ser ouvido por Deus que julga tudo com justiça, o peregrino precisa se guardar para o Senhor. A ênfase do versículo é que Ele nos ouve se O temermos (v.17).

 

34.Quando aprendemos mais sobre a nossa salvação e valorizamos o sacrifício de Cristo por nós, então, viveremos uma vida santa. Herdamos a natureza pecaminosa que é fútil em seu procedimento, ou seja, o pecado oferece uma vida sem propósito e vazia. O único pagamento aceito por Deus para o nosso resgate do grande mercado de escravos de Satanás e do pecado foi o precioso sangue de Cristo Jesus. Comprava-se escravos com prata e ouro, mas Cristo comprou-nos com a Sua própria vida (v.18-19).

 

35.Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O título “Cordeiro” está sempre relacionado ao sacrifício cruento. A morte de Cristo já estava nos planos de Deus, mas foi manifestada somente no tempo escolhido por Deus. Deus ressuscitou a Cristo Jesus, dando um grande valor a nossa fé e esperança as quais estão depositadas no céu (v.20-21).

 

36.Antes de Cristo vir ao mundo e oferecer a Sua vida em resgate pelos pecadores, as pessoas eram salvas aceitando a provisão de Deus ao sacrificar animais crendo que o Libertador viria para substituir todos os sacrifícios. Portanto, a conduta correta do crente neste mundo está baseada no sangue de Cristo. Porque Ele se entregou por mim devo ter prazer em me separar totalmente para Ele.

 

37.A conduta correta do crente também está baseada na Palavra de Deus. A salvação produziu a purificação da alma, pois já não estamos sob a escravidão do pecado. Obedecer neste contexto é sinônimo de crer para a salvação (v.22).

 

38.O objetivo da salvação, entre outros, é exercer o amor não fingido para com o próximo e para com os irmãos em Cristo. O amor não busca seus próprios interesses egoístas. O amor deve ser sem hipocrisia, mas deve ser ardente, ou seja, de todo o coração (v.22).

 

39.Éramos corruptos de uma semente corruptível, mas através de uma nova criação, o novo nascimento, produzimos frutos de uma viva semente, e por isso mesmo é possível amar os irmãos. A Palavra de Deus nos regenerou. A conduta correta do crente é baseada nesta Palavra regeneradora (v.23-25).

 

A conduta correta dos crentes e suas bases (1 Pe 1.13-25)

1.A conduta correta dos crentes baseada no resgate de sangue (v.13-21)

2.A conduta correta dos crentes baseada na Palavra de Deus (v.22-25)

 

Capítulo 2: O sacerdócio do crente. Um viver honesto

1.A vida cristã é uma vida de descobertas que nos abrem as portas para viver da maneira que agrada a Deus. Enquanto o crente não descobrir verdades sobre Deus, sobre Jesus e sobre a vontade de Deus para nós neste mundo, ele não pode ter uma vida vitoriosa.

 

2.O crente só se purificará das práticas pecaminosas quando experimentar a bondade de Deus em sua própria vida. É possível alguém cumprir regras e leis impostas, mas não é possível fazer alguém amar a Deus se ele não quer. O crente terá um viver santo quando descobrir o quanto Deus é bom.

 

3.Descobrindo a bondade de Deus o crente se despirá da maldade, do dolo, das hipocrisias, das invejas e das maledicências. Todos são pecados que afetam profundamente o caráter e prejudicam as pessoas ao redor (v.1).

 

4.O crente que experimenta a bondade de Deus tem os seus desejos transformados. Aquilo que dá prazer ao crente maduro é a Palavra Dele. Um bebê não respeita o melhor horário ou o modo como deve pedir o leite, ele simplesmente deseja com todo o seu fôlego o seu alimento. O crente transformado deseja mais do que tudo ser alimentado com as palavras da vida. O crescimento para salvação não é um processo pelo qual alguém passa para ser salvo, mas por ser um salvo ele cresce em maturidade. Assim como não admitimos a anomalia de um “bebê adulto” jamais devíamos sequer imaginar a possibilidade de um crente sem o crescimento espiritual (v.2).

 

5.A bondade de Deus não é apenas uma doutrina da Teologia Sistemática. A bondade de Deus precisa ser experimentada por cada crente. O salmo 34.8 nos convida a provarmos que Deus é bom. Nada se espera de um crente que não experimenta a comunhão com a bondade do Senhor. Os vícios e paixões mundanos não são extirpados da vida do crente mediante regras, mas somente como resultado da experiência que o crente tem com a bondade de Deus. A maior descoberta para o crente é a bondade de Deus (v.3).

 

6.O crente precisa descobrir algo a respeito do Filho de Deus também. Cristo Jesus é a Pedra que dá vida aos que se aproximam com atitude humilde. Uma rocha é ao mesmo tempo segura e perigosa. Segura para quem está em cima dela e perigosa para quem a desafia, como alguém que tenta nadar em recifes. A pedra viva não foi aceita por todos. Jesus é o eleito de Deus. Isto mostra que o assunto de eleição não pode se restringir à salvação, pois Jesus jamais precisou ser salvo (v.4).

 

7.Cristo é a Rocha e nós somos pedras dessa Rocha. Viemos de Cristo e vivemos para Ele. Através de nós Ele está edificando uma enorme e preciosa construção, a Igreja. Além de pedras que fazem parte da construção somos sacerdotes da Igreja. Através de nosso testemunho outros se aproximam da Rocha. A nossa vida é um sacrifício agradável a Deus. Ao mesmo tempo em que somos pedras da construção e sacerdotes somos o sacrifício oferecido a Deus por Jesus Cristo. Isto combina perfeitamente com Romanos 12.1-2 (v.5).

 

8.Essa descoberta faz com que o crente se sinta seguro. Todo crente está seguro em Cristo, mas somente os que descobrem a verdade da Rocha que é Cristo é que se sentem seguros e protegidos por Ele. Jerusalém era conhecida pelo nome do monte que a envolve, o monte Sião. No tempo de Salomão foi colocada a pedra de esquina que unia as paredes. Cristo uniu judeus e gentios num só Corpo. Ninguém mais é envergonhado quando está em Cristo (v.6).

 

9.A Pedra que é Cristo é proteção, porém, também é morte. Aqueles que rejeitam essa Rocha serão destruídos por ela. Paulo disse isto com os termos “aroma de vida” e “aroma de morte”. Os judeus não aceitaram a Cristo, mas um dia reconhecerão que Ele é a Rocha que salva. A pedra esmaga aos desobedientes. Eles foram postos ou preparados não significa que Deus os colocou debaixo da pedra para serem esmagados, mas eles próprios por sua desobediência foram postos nesta posição (v.7-8, Is 8.14, Sl 118.22).

 

10.Os mesmos termos usados para a nação de Israel são vistos agora para a Igreja com aplicação para todos os crentes. A Igreja não substituiu Israel, pois Deus não abandonou o Seu povo. Israel receberá todas as promessas de Deus feitas a Abraão. No momento, porém, todos os que receberem a Cristo são incluídos na Igreja, quer seja judeu ou gentio. Quando Pedro diz “mas” ou “vós, porém”, mostra que estava falando do povo de Israel que rejeitou o Messias, porém, com a Igreja foi diferente (v.9).

 

“Todas as figuras da igreja escolhidas por Pedro aqui, originalmente se referiam a Israel. Entretanto, com a rejeição de Israel sobre Jesus Cristo (v.7), Deus criou um novo corpo de pessoas através das quais, agora, Ele busca cumprir os mesmos propósitos que buscava atingir através de Israel, mas por meios diferentes. Este versículo, o qual parece, à primeira vista, igualar a igreja e Israel, quando examinado cuidadosamente, mostra quantas diferenças e similaridades há entre esses grupos. Mas isto não significa que a igreja é Israel ou que a igreja substituiu Israel nos planos de Deus. Romanos 11 nos ajuda a nos afastarmos dessa má interpretação.”[4]

 

11.Israel é nação eleita. Deus não desistiu da nação que Abraão começou. As promessas serão todas cumpridas. A Igreja é geração eleita, ou seja, também escolhida, mas não a única. Israel tinha a missão tanto de atrair como anunciar aos povos a mensagem de Deus. A Igreja tem a missão de buscar os povos para Cristo, mas também de atrair. A igreja em Atos atraía as pessoas, conforme At 2.47 (v.9).

 

12.A nação de Israel possuía sacerdotes os quais apresentavam o povo a Deus. A Igreja é constituída de sacerdotes. Cada crente é um sacerdote levando os incrédulos a Cristo para obterem salvação. Israel é a nação santa. Como sabemos a palavra “santo” para os homens significa “separados”. A nação foi separada de outras para cumprir a missão de Deus neste mundo. A Igreja é separada do mundo. O próprio nome “eklesia” significa “chamados para fora” (v.9).

 

13.O povo de Israel foi um povo adquirido por Deus. Não surgiu por vontade de Abraão, Isaque ou Jacó, mas das promessas de Deus. A Igreja não foi invenção de um grupo de crentes em Cristo, mas o estabelecimento através do Espírito Santo (v.9).

 

14.A função da Igreja neste mundo é anunciar os atributos de Deus e Suas virtudes, sendo que a graça salvadora é que chamará os incrédulos das trevas para a luz do Salvador. A obra missionária não é um empenho de grupos e agências para transmitir o evangelho, mas é a própria essência da Igreja. O crente que descobre que Cristo é a Rocha sobre a qual o perdido terá segurança terá um espírito missionário (v.10).

 

15.Os que fazem parte da Igreja são judeus e gentios, mas no começo eram quase todos judeus. Os gentios não eram considerados povo nobre pelos judeus, porém, na Igreja não há distinção de povos, pois todos os que creem em Cristo Jesus formam o povo de Deus. Do modo como Israel se conduzia diante das nações, a possibilidade de um gentio alcançar misericórdia era muito distante. Com o advento da Igreja, o convite para que o pecador alcance a misericórdia se tornou muito mais insistente (v.10).

 

16.Quem descobre que Cristo Jesus é a Pedra viva não deve viver mais no caminho da morte caracterizado pelos desejos carnais desenfreados que fazem tão mal para a alma. O crente deve se libertar das paixões mundanas. A luta do crente contra as tentações de Satanás é vencida quando o crente se submete ao Senhor (v.11).

 

17.O comportamento do crente diante dos incrédulos deve ser exemplar, pois desta forma os inimigos da cruz podem acabar louvando a Deus. A pedra viva que é Cristo nos coloca em um estilo de vida mais nobre que o mundo. Não está muito claro quando será esse dia da visitação, mas certamente tem algo a ver com a inspeção que Deus faz diariamente sobre as nossas vidas. Os incrédulos nos observam e são influenciados bem ou mal em relação às nossas atitudes diante das perseguições (v.12).

 

18.O crente viverá de modo santo neste mundo quando descobrir o quanto Deus é bom e que Cristo é a Pedra viva. Há uma outra descoberta que o crente deve fazer. O crente precisa descobrir a vontade de Deus com respeito ao modo de vida neste mundo. Não é fácil viver como um peregrino, pois ele pode pensar que está na sua pátria e agir de modo descuidado ou pode ficar com tanto medo da terra estranha que não consegue cumprir a sua missão.

 

19.O crente se submete a toda instituição humana como um soldado que não apenas obedece, mas está de prontidão para obedecer quando for solicitado. Os crentes deviam obediência até mesmo a Nero. Enquanto um governo não exige a desobediência a Deus todo crente tem o dever de submeter-se às autoridades. O crente submisso ao governo mostra amor a Deus. De modo geral todo governo mostra severidade para o infrator e bondade para o bom cidadão. É claro que o crente não está cego para as injustiças, mas a função do crente não é tornar o governo humano mais justo, pois o governo humano um dia dará lugar ao reino de Cristo na terra (v.13-14).

 

20.Enquanto o crente não descobre qual o seu procedimento neste mundo ele nutre falsas esperanças de melhora deste reino que é de Satanás. O modo de se relacionar com os homens deste mundo é praticar o bem, pois pecadores podem chegar à fé cristã com o nosso testemunho. É possível calar os inimigos de Deus mantendo um bom procedimento (v.15).

 

21.O crente descobre que tem liberdade em Cristo, mas deve descobrir também que esta liberdade não é para o mal, mas para o bem. A submissão do crente para com as autoridades deve ser voluntária, isto é, com base na liberdade que temos de obedecer, pois somos livres da rebeldia, mas escravos do Senhor. O crente não tem desculpara para a prática do mal. Não temos qualquer pretexto para desobedecer às autoridades, exceto quando estas sobrepujam o lugar de Deus (v.16).

 

22.Devemos tratar a todos com honra, pois são feitos à imagem de Deus, ainda que esta imagem esteja desfigurada por causa do pecado. Os crentes devem viver como verdadeiros irmãos que são por causa de Jesus Cristo. O temor a Deus capacita o crente com sabedoria, pois o temor a Deus é o princípio da sabedoria. A honra ao rei é o mesmo que submissão ao governo (v.17).

 

23.Por todo o Império Romano havia escravos. Muitos crentes eram escravos e havia até senhores de escravos que eram crentes. Eles se reuniam na igreja, juntos, para adorar a Deus. O crente podia ser tentado a obedecer somente aos senhores bons, porém, Pedro os adverte a obedecer até mesmo aos senhores maus. Alguns eram tão maus que vendiam escravos casados separando os cônjuges e filhos. Outras vezes o escravo crente tinha de preparar as mesas idólatras para os seus senhores. Quando acontecesse isto o crente não precisava se sentir culpado, pois ele só estava fazendo um serviço doméstico. Se o senhor exigisse que o escravo adorasse com ele aos ídolos, então, é evidente que o escravo tinha o dever o obedecer a Deus acima do seu senhor (v.18).

 

24.O crente passará toda a sua vida e ainda descobrirá novas verdades. Talvez este versículo seja um exemplo de ensino que muitos crentes ainda não descobriram. É bom sofrer agravos e sofrer injustamente se isto traz glória a Deus. O crente deve agir segundo o senso de dever para com Deus, não traindo a própria consciência. Em outras palavras, sabendo que é certo sofrer por causa do Senhor, quando vier o sofrimento não se lamentar como se estivesse sendo vítima de uma injustiça. Jesus sofreu injustamente e a Igreja sofre da mesma forma, ou seja, injustamente. O escravo não se surpreendia quando era esbofeteado, mas talvez ficasse surpreso quando era bem tratado (v.19-20).

 

25.A descoberta pode ser assustadora para alguns, mas não devia ser novidade para quem entendeu a vida de Cristo e a união do crente com Ele. O crente é chamado para sofrer. Se isto não está acontecendo em alguns lugares é só porque alguns lugares estão fora dos padrões normais. Até em lugares de aparente paz o crente é um sofredor, pois quando um membro do corpo padece outros também sofrem. Pedro diz que é um privilégio sofrer injustamente, pois Cristo sendo maior que nós padeceu muitos sofrimentos. Não se trata de penitência, pois este sofrimento não é forçado, pelo contrário, é natural (v.21).

 

26.Jamais seremos tão inocentes como foi Jesus diante do sofrimento. Ele não cometeu pecado, porém, preferiu fazer a vontade do Pai fazendo-Se pecado. Jesus foi honesto e transparente em sua mensagem. Ele nunca revidou ou desejou vingança contra os seus oponentes. Cristo Jesus não fazia ameaças, embora um só gesto Seu pudesse destruir os inimigos. Jesus Se entregava sabendo que o Pai estava no controle da situação e que o julgamento Dele é justo. Nós devemos aprender a viver deste modo em um mundo tão injusto (v.22-23).

 

27.A doutrina da substituição é ensinada claramente neste versículo. A principal razão da Encarnação foi para que Deus pudesse carregar o nosso sofrimento e pecado. Isto derruba a doutrina gnóstica de que Cristo era um espírito em forma de corpo. As feridas doloridas de Jesus são remédio para os que creem. Se Cristo sendo Deus justo sofreu as injustiças nós também devemos aprender a suportar as injustiças sem revidar (v.24).

 

“‘Em Seu corpo’ não significa que Seus sofrimentos redentivos estavam limitados ao Seu corpo em contraste à Sua alma. Antes, Seu corpo foi o meio através do qual Seu autossacrifício foi cumprido (Hb 10.25). A cena da crucificação foi, naturalmente, retratada em referência ao Seu corpo visivelmente suspenso na cruz. Aquele que sofreu na cruz não era um Cristo docético, o qual só parecia ter um corpo. A menção de Seu corpo físico liga esses sofrimentos redentivos ao Cristo encarnado da história.”[5]

 

28.Pedro cita Isaías 53.6. Antes, não tínhamos um pastor, agora, temos um que nos alimenta, protege, guia e disciplina. Ele é o nosso supervisor, o Bispo de nossas almas. O que se espera do crente é que ele descubra este modo submisso de viver neste mundo (v.25).

 

29.Quando o crente descobre em sua própria experiência que Deus é bom, que Cristo é a Rocha segura e que há um modo correto de viver neste mundo, as possibilidades de errar são muito pequenas. O crente que possui este conhecimento errará somente por causa de sua tendência pecaminosa. Sem este conhecimento o crente tentará viver com suas próprias conquistas, mas que se tornarão derrotas e frustrações.

 

As descobertas do crente para viver de modo santo (1 Pe 2)

1.O crente precisa descobrir que Deus é bom (v.1-3)

2.O crente precisa descobrir que Cristo é a pedra viva (v.4-12)

3.O crente precisa descobrir a vontade de Deus com respeito ao modo de vida neste mundo (v.13-25)

 

Capítulo 3: O relacionamento do casal crente. Um viver com boa consciência. O exemplo de Cristo

1.Para que um casamento seja abençoado por Deus é necessário que os casais redescubram a Palavra de Deus. Não importa o quanto a sociedade tenha mudado e quanto a Palavra de Deus tenha sido desprezada. Somente Aquele que instituiu o casamento pode dizer como fazer para funcionar bem este relacionamento.

 

2.Havia muitas mulheres que se convertiam, mas os maridos não. A mulher conseguiria muito pouco falando, mas em silêncio e submissão ela podia conquistar o marido. Isto não é uma promessa, mas uma possibilidade, pois no final de tudo cada marido deve tomar uma decisão em aceitar o Senhor Jesus ou continuar rejeitando. Assim como os servos são submissos aos senhores, a esposa deve se submeter ao marido. Não importa se o marido é crente ou não. Neste versículo fica claro que a situação é de uma esposa crente e um marido não crente. A esposa estará duplamente protegida quando se submete ao marido. Protegida pelo marido e por Deus (v.1).

 

3.Este tipo de relacionamento só consegue ter a mulher que teme ao Senhor em primeiro lugar. A vida honesta ou vida casta no casamento é vista quando cada um cumpre suas responsabilidades. A responsabilidade da mulher é ser submissa. Essa virtude precisa ser redescoberta no casamento. Muitas vezes é mais fácil para um casal que está com seu casamento no fim tentar praticar isto do que para aqueles que já se acostumaram a estabelecer os seus próprios padrões. A Palavra de Deus precisa ser redescoberta nos lares (v.2).

 

4.Quanto ao adorno da mulher, a beleza também precisa ser redescoberta. O padrão de beleza atual é absurdo. Moças doentes, muito bem pagas por empresários sem escrúpulos e sem o temor a Deus, estão tentando nos conduzir por um caminho mesquinho, egoísta e cruel. De nada vale o adorno exterior se a mulher não consegue se submeter a Deus e ao seu amado (v.3).

 

“Os ornamentos de ouro eram usados nos cabelos, na forma de redes para os cabelos, braceletes, anéis, laços e argolas de tornozelo. As antigas mulheres judias usavam uma espécie de coroa de ouro sobre a cabeça, na forma da cidade de Jerusalém... e isso tanto antes como depois da destruição daquela cidade.”[6]

 

5.Pedro adverte às mulheres crentes que um espírito manso e tranquilo agrada mais a Deus e ao marido do que essas vestes caras e comportamento vaidoso e sem compromisso com Deus. O “homem interior do coração” é a expressão que indica a verdadeira pessoa, o caráter verdadeiro, os desígnios do coração. Esta expressão é usada somente para crentes (Rm 7.22, 2 Co 4.16 e Ef 3.16) (v.4).

 

6.O apóstolo Pedro não tem regras sobre roupas, pois ele está mais interessado em outro tipo de vestimenta, a do caráter cristão. A mulher que glorifica a Deus com o seu caráter não terá problemas em saber como se vestir. A submissão da mulher é o traje mais apropriado para qualquer ocasião (v.5).

 

7.Sara chamou Abraão de senhor. É claro que nem todas as culturas têm este tratamento, mas há formas verbais e de comportamento que demonstram que a esposa está respeitando o marido. A vantagem de agir com respeito para com o marido é que não haverá espanto, ou seja, não há o que temer quando a mulher está fazendo a vontade de Deus. Se os que esperam no Senhor são filhos de Abraão é certo dizer que as mulheres crentes são filhas de Sara, pois aguardam no Senhor e são submissas ao marido (v.6, ver Gn 18.12).

 

8.Até agora Pedro se dirigiu à mulher cristã, mas agora há algumas advertências ao homem cristão. Se a mulher precisa redescobrir a vontade de Deus para o casamento, o homem também precisa redescobrir as suas responsabilidades no lar.

 

9.O marido precisa saber como viver dentro do mesmo lar com a sua esposa. Talvez algumas mulheres prefiram ficar sozinhas em casa a ter o marido impondo regras sem fim e dando opiniões irritantes em como ela deve fazer os serviços domésticos. O marido precisa redescobrir o respeito. A mulher retribui com submissão ao marido que a respeita (v.7).

 

10.O apóstolo Pedro nos manda redescobrir algo que já sabíamos, mas nos esquecemos por causa da nova mentalidade. A pós-modernidade já incutiu na sociedade que a mulher deixou de ser frágil. Em muitos aspectos podemos afirmar que a mulher é forte. Já vimos mulheres de grande valor e coragem que criaram seus filhos sozinhas, que sofreram a presença de maridos cruéis e que se mantiveram firmes, mesmo doentes para cuidar de seus filhos. Há, também, aquelas que trabalham para suprir o seu lar. Sem dizer das que são mais equilibradas emocionalmente do que o próprio marido. Elas são fortes e precisam ser valorizadas (v.7).

 

11.Mas não podemos esconder o fato real que a mulher precisa de proteção, carinho e respeito. Se os valores se inverteram não foi por desejo simples das mulheres da noite para o dia, mas porque os homens perderam o valor bíblico de sua posição no lar e, também, porque acharam mais cômodo deixar nos frágeis ombros da mulher. Para sobreviverem as mulheres adquiriram forças as quais não são pertinentes à sua natureza feminina (v.7).

 

12.Deus fez o homem e a mulher e, portanto, Ele sabe o que está dizendo. Ele fez a mulher mais frágil do que o homem para que este a respeitasse e cuidasse dela como se você a sua própria carne. Além disso, os dois são herdeiros da mesma graça, ou seja, do favor de Deus. É possível viver muito bem no lar, desde que cada um respeite a posição que Deus instituiu. Sem abusos e sem negligência à responsabilidade de cada um (v.7).

 

13.A oração também precisa ser redescoberta no lar. Deus operará na vida do casal através da oração. Quando os princípios básicos do lar os quais acabamos de estudar não são respeitados, as orações ficam interrompidas. Muitos pedidos de oração não são atendidos por causa do pecado na vida matrimonial. Os casais precisam redescobrir esses princípios tão fáceis de entender para voltarem à vida cristã normal (v.7).

 

As redescobertas para um casamento abençoado por Deus (1 Pe 3.1-7)

1.A submissão precisa ser redescoberta (v.1-2)

2.O padrão de beleza precisa ser redescoberto (v.3-6)

3.O respeito precisa ser redescoberto (v.7)

 

14.O mundo tenta celebrar a paz de muitas formas. Uma delas é reservando o primeiro dia do ano para guardar o dia da celebração da paz ou confraternização mundial. Porém, sabemos que nenhum acordo de paz é cumprido, pois o homem egoísta não pode conviver pacificamente com o seu próprio semelhante.

 

“Li em algum lugar que, entre 1500 a.C. e 850 d.C., foram seladas 7.500 ‘alianças eternas’ entre diferentes nações na esperança de promover a paz, mas nenhuma delas durou mais de dois anos.”[7]

 

15.Entre os crentes esperamos um relacionamento melhor do que acontece em nossa sociedade. O crente deve celebrar a paz com seu irmão em Cristo. Ter o mesmo ânimo significa ter a mesma disposição, o que necessariamente não é ter a mesma opinião em tudo, mas sim a mesma vontade de andar junto e unido aos irmãos (v.8).

 

16.O crente é compadecido, pois consegue sentir os mesmos sentimentos de alguém, tais como alegria, tristeza, decepção, etc. O crente celebra a paz sendo amigo fraterno, ou seja, amigo-irmão, pois somos uma família. Isto se reveste de muita importância no contexto da dispersão. A celebração da paz envolve também a misericórdia que é a sensibilidade de não revidar o mal e a humildade que é a disposição de preferir os outros e considerá-los superiores a nós mesmos (v.8).

 

17.É comum a celebração da amizade e reconciliação entre as nações antes inimigas. O crente devia celebrar a paz jamais revidando o mal e a injúria. A vingança não cabe ao crente e sim a bênção. O crente foi chamado para abençoar e desta forma será abençoado. O ódio é combatido pela gentileza e bondade. Alguns foram ensinados que podem abençoar e amaldiçoar casas e pessoas. O próprio Jesus quando enviou os discípulos para evangelizarem não permitiu que amaldiçoassem os lares, mas que levassem a paz. Na pior das hipóteses, não sendo aceitos, os discípulos “batiam o pó das sandálias” em demonstração de missão cumprida (v.9).

 

18.A nossa herança é bênção e assim como Abraão abençoamos as pessoas e famílias com a nossa vida. Somos chamados para sermos bênção aos outros e também para sofrer injustamente. Se formos injuriados isto deve ser um motivo para celebração, pois assim nos parecemos com Cristo (v.9).

 

19.Na celebração há alegria. O crente vê dias felizes quando bendiz ao Senhor e refreia a língua do mal. Alguns querendo controlar sua língua maldosa tentam silenciar-se ao máximo, mas a solução não está em calar-se e sim em falar coisas que edificam (v.10, Sl 34.12-16).

 

20.O crente celebra a paz quando pratica a Palavra de Deus. Para o judeu apartar-se do mal significava cumprir os 365 preceitos negativos, um cada dia do ano, e praticar o bem significava cumprir os 248 mandamentos positivos. Portanto, eram 613 preocupações para se viver bem. Pedro resume a celebração da paz dizendo que o crente deve praticar o bem e se afastar do mal, mas não fornece nenhuma lista. O crente busca paz nos relacionamentos (v.11, Rm 12.18).

 

O Judaísmo é uma religião de 613 mandamentos, não uma série de ‘nisto deves acreditar’ e ‘nisto não deves acreditar’, mas de 613 leis divididas entre ‘isto deves fazer’ e ‘isto não deves fazer’. Exige o cumprimento das 613 mitsvot, preceitos da Torá.”[8]

 

21.Em uma celebração há testemunhas formais para firmar um acordo. Nós temos como testemunha o próprio Deus. O Senhor rejeita aqueles que praticam males, ou seja, quem paga o mal por mal. Não é errado esperar pela vingança do Senhor, pois a Ele pertence a vingança. Deus vira o rosto contra os perseguidores de Seu povo, por isso, é preciso paciência nas perseguições e calúnias. Ele é testemunha de nossa atitude. Embora Deus seja o vingador, nós não devemos aguardar com muita ansiedade que os ímpios sejam destruídos, mas que eles se arrependam e sejam salvos (v.12).

 

22.O melhor meio de prevenir os maus tratos é zelar pelo o que é correto. Isto não é uma promessa de que o crente não será injustiçado, mas é uma grande possibilidade de que o zelo pelo bem resultará em respeito por parte dos incrédulos. Nós celebramos a paz ao mostrar ao mundo que amamos o que é certo (v.13).

 

23.Nem todos os incrédulos apreciarão a nossa celebração da paz e por isso nos perseguirão sem causa. Os perseguidores se alegram em ver crentes apavorados, mas não devemos dar este prazer a eles, pelo contrário, devemos permanecer sóbrios, ou seja, sem excesso de emoção (v.14).

 

24.O crente celebra esta paz com Cristo diante dos homens. Santificar a Cristo no coração é o mesmo que separar-se para Cristo. O Senhor Jesus orou “santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.” A vida santa provocará perguntas nas mentes dos incrédulos, por isso, o crente deve estar pronto para explicar a sua fé a qualquer momento. O crente defende a fé quando celebra a paz e santifica a Cristo em sua vida (v.15, Jo 17.19).

 

25.A celebração da paz só é praticada pelo crente por causa de Cristo que habita nele. Em nós mesmos não há paz. Os pecadores são por natureza contenciosos e não amam a justiça. Cristo em nós celebra a paz que nos uniu ao Pai. Antes éramos inimigos de Deus, mas agora somos Dele em Cristo. Também somos embaixadores dessa paz para um mundo em guerra.

 

26.O crente celebra a paz e a boa consciência. Se não andarmos como Deus quer não podemos servi-Lo, pois para servir a Deus livremente exige-se boa consciência. A resposta diante de alguma injustiça deve ser com mansidão e não com arrogância. A boa consciência é o resultado de um andar reto, por isso, não há o que temer. Pedro confia que agindo assim os perseguidores ficarão envergonhados. Alguns anos antes Pedro negou Jesus por medo e quem se envergonhou naquela ocasião foi ele, tanto que chorou amargamente (v.16).

 

27.Se é da vontade de Deus que alguns crentes sofram mais do que outros, este sofrimento só é válido se for por causa da prática do bem. O sofrimento por causa da mentira ou por ser desonesto anula a bênção do crente que é sofrer por Cristo. A consciência do crente não pode acusá-lo quanto aos seus relacionamentos, pois não conseguirá ser bênção sem celebrar a boa consciência em todos os aspectos de sua vida (v.17).

 

28.Cristo Jesus sofreu injustiças maiores do que qualquer um de nós poderemos algum dia sofrer. Ele foi levado à cruz injustamente para nos conduzir a Deus. A nossa consciência não permite maltratar alguém, mesmo quando somos injustiçados, exceto se não nos preocupamos com os avisos da consciência (v.18).

 

29.O versículo continua o pensamento anterior que falava que Cristo foi vivificado no espírito. Cristo desceu ao Hades sem o corpo, não porque não pudesse, mas porque não havia ressuscitado ainda. Cristo pregou no Hades. Para quem Ele pregou e qual foi a mensagem? As tentativas de se interpretar este texto se resumem em três interpretações divergentes (v.19).

 

 

1ª interpretação: Cristo pregou pelo Espírito Santo através de Noé às pessoas que não eram salvas naquele tempo. Como sabemos rejeitaram Noé e a mensagem de Deus. A consequência é que morreram e seus espíritos estão agora em prisão.

 

2ª interpretação: No intervalo entre a Sua morte e ressurreição Jesus foi em “espírito” ao Hades que é o lugar dos mortos e pregou aos espíritos em prisão.

 

3ª interpretação: Os espíritos em prisão são seres angelicais e não almas dos mortos.

 

30.Uma lista de alguns comentaristas e qual interpretação defende. Lembrando que uns defendem que Cristo pregou através de Noé, outros defendem que Cristo desceu até o lugar dos mortos para pregar os incrédulos (confirmando a condenação) e aos crentes (confirmando a salvação) e, ainda, outros defendem que Cristo anunciou aos seres angelicais sua condenação.

 

Comentarista

Interpretação

Matthew Henry[9]

Cristo pregou na época de Noé pelo Espírito

Warren Wiersbe[10]

São seres angelicais

F.F. Bruce[11]

São seres angelicais

William MacDonald[12]

Cristo pregou na época de Noé pelo Espírito

John Gill[13]

Cristo pregou na época de Noé pelo Espírito

Thomas Constable[14]

Cristo pregou na época de Noé pelo Espírito

 

31.Esses mesmos espíritos que estão no Hades foram desobedientes naquela época. Parece, portanto, que o texto se refere aos incrédulos, movidos pelos demônios, rejeitando a salvação de Deus através da pregação de Noé. Em Efésios 4.8-10 há uma comprovação de que Jesus Cristo, de fato, foi até o abismo e pregou. O teor de Sua mensagem também é objeto de polêmica (v.20).

 

32.O fato de mencionar a época de Noé pode muito bem servir de ilustração de uma das épocas perversas, mas que se aplica a todas as épocas onde houve incredulidade diante da mensagem de salvação. Assim como Noé e sua família foram salvos pela água, ou seja, através das águas foram poupados por Deus, há um batismo que salva o crente hoje. É claro que não se trata do batismo pelas águas como o ritual praticado pelas igrejas por ordem de Jesus Cristo. A palavra batismo significa “colocar dentro”. No rito, a pessoa é colocada dentro da água. Sabemos que é um símbolo de limpeza e de morte, sepultamento e ressurreição. Da mesma forma o crente é salvo das impurezas do pecado quando celebra a boa consciência para com Deus. O crente precisa ter uma boa consciência para viver a vida cristã normal (v.21).

 

33.Graças à ressurreição de Cristo e pela autoridade que Ele ganhou de volta ao subir ao céu, o crente pode manter uma boa consciência e viver para Deus sem acusação consistente da carne, do mundo e de Satanás (v.22).

 

34.O crente deve, portanto, celebrar a paz procurando manter a unidade entre os irmãos e o bom testemunho diante do mundo. O crente deve também celebrar a boa consciência que é a proteção contra os ataques dos inimigos caluniadores e do inimigo de nossas almas, Satanás.

 

As celebrações do crente neste mundo (1 Pe 3.8-22)

1.A celebração da paz (v.8-15)

2.A celebração da consciência (v.16-22)

 

Capítulo 4: Uma vida exemplar neste mundo

1.A vida cristã é uma batalha e se estamos armados não somos surpreendidos. O crente deve entender que Cristo sofreu e como não somos maiores do que o Senhor devemos também esperar o sofrimento nesta vida breve. Enquanto vivemos esta breve vida devemos nos considerar mortos com Cristo. Quando Jesus Cristo morreu na cruz Ele limitou o poder do pecado na vida do crente, por isso, não precisamos viver em pecado (v.1).

 

2.Por faltar pouco tempo para partirmos deste mundo, o pensamento principal deve ser as coisas de Deus e não os pensamentos deste mundo com suas tendências para o pecado. Neste breve tempo que estamos sofrendo que é a vida toda, devemos viver segundo o padrão da nova vida em Cristo (v.2).

 

3.A vontade de Deus é colocada em contraste com a vontade dos gentios, termo usado por Jesus e pelos apóstolos de modo geral para indicar não apenas os que não são judeus, mas os que não são de Cristo. A vontade dos gentios, ou seja, dos incrédulos, é continuar em suas próprias paixões. Com a frase “basta o tempo decorrido”, Pedro lembra os crentes que a oportunidade de praticar as vontades pecaminosas já passou (v.3).

 

4.Os amigos pagãos não podiam entender a transformação na vida dos crentes, por isso, blasfemavam, talvez para abafar suas próprias consciências as quais continuam em devassidão ou seja, uma vida descontrolada. Os incrédulos terão de prestar contas a Deus, pois ao ofender os crentes estão blasfemando do próprio Deus. Os incrédulos serão julgados segundas as suas obras, por isso, pode-se dizer que haverá graus de punição, pois se assim não fosse, todos poderiam ser julgados de uma só vez, independente das obras individuais (v.4-5).

 

5.O evangelho foi pregado aos mortos, mas quando estavam vivos. Alguns desses sofreram o martírio, ou seja, sofreram na carne, mas agora estão em espírito diante de Deus e vivendo para ele. Estes aguardam a ressurreição de seus corpos, mas já estão gozando da presença de Deus no céu. Este versículo não ensina que os mortos têm uma segunda chance, mas que os mortos mencionados são os que aceitaram a Jesus em vida e alguns até morreram por aceitarem a Jesus como Salvador. A brevidade desta vida deve fazer o crente pensar seriamente em viver para Deus (v.6, ver Ef 2.1,5).

 

6.Como a vida é breve o crente deve desenvolver uma vida de oração. No céu não precisaremos orar pela saúde, pela conversão das almas e por suprimento financeiro. O momento de aprendermos a orar e praticar uma vida de oração é agora. O fim está próximo. Alguns acham que se refere à segunda vinda do Senhor e outros acham que se refere ao fim das perseguições de Nero. (v.7, Tg 5.8, Fp 4.5, Ef 5.16, 1 Ts 5.6-7, Jo 9.4).

 

7.Seja como for “o fim está próximo” e o crente deve ser criterioso e sóbrio, ou seja, de um espírito equilibrado. O criterioso possui uma mente sã. O crente sóbrio e criterioso está fazendo bem às suas próprias orações, pois alguém ansioso e desequilibrado não consegue orar como se deve, ou seja, com calma (v.7).

 

8.Quando se tem amor intenso pelo irmão cobre-se esses pecados. A maneira de cobrir os pecados não é esquecendo, mas ajudando o irmão a enxergar o pecado próprio e a resolvê-lo através da confissão e do acerto. Outros interpretando este versículo dizem que quando os crentes se amam com amor intenso, sempre estarão prontos a perdoar e assim cobrindo pecados (v.8, Pv 10.12, Mt 6.14-15).

 

9.A brevidade da vida deve fazer o crente ser hospitaleiro, pois no céu não precisaremos hospedar ninguém. A hospitalidade é colocar a si mesmo e seus recursos alegremente à disposição dos outros. Os ministros eram itinerantes e precisavam de hospedagem, ou deveriam enfrentar hotéis de péssimo ambiente. Os crentes tinham oportunidades de mostrar “amor intenso”, hospedando-os sem murmuração. (v.9, Rm 12.13, Hb 13.22).

 

10.Os dons que Deus dá são para servir outros. Como mordomos, os crentes darão conta de seus dons. A graça de Deus se manifesta de modo multiforme. Temos muitas oportunidades de servir outros neste mundo (v.10).

 

11.O crente deve “falar de acordo com os oráculos de Deus”. Assim sendo, a ordem é falar aquilo que o próprio Deus mandar. Servir aos outros bem só é possível quando aquele que fala é instrumento do Espírito Santo. “Servir na força que Deus supre” é o mesmo que estar na dependência Dele para a Sua glória. Tanto para falar quanto para servir requer que seja na autoridade do Senhor e não acrescentar ideias humanistas (v.11).

 

“A esperança do retorno de Cristo é uma parte essencial do equipamento do crente para uma vida cristã frutífera. Nesta passagem, Pedro discute fortemente o serviço cristão à luz do fim iminente. A antecipação do retorno do Senhor deve ter um impacto na conduta presente do cristão. Em face à perseguição exterior, os crentes, inspirados pela esperança do futuro, devem se juntar em amor e serviço um ao outro para a glória de Deus. Pedro aqui afirma que o fim está próximo (v.7a), ele define o viver cristão, tendo em vista o fim (v.7-11a) e aponta ao verdadeiro objetivo de todo o serviço cristão (v.11b)... Seja esperando ou servindo, o verdadeiro objetivo da vida do cristão deve ser sempre glorificar a Deus.”[15]

 

12.A vida do crente neste mundo é breve e, por isso, precisa viver em oração e demonstrar amor, pois isto certamente contará para os galardões e ajudará outros neste mundo. A nossa rápida passagem neste mundo deve fazer diferença para os que vêm depois de nós.

 

13.Só teremos oportunidade de passar sofrimento nesta vida que é breve. Se não experimentarmos alegria nos sofrimentos enquanto estivermos aqui no mundo, jamais teremos outra oportunidade, pois com Cristo em Sua glória não passaremos por sofrimento.

 

14.O fogo ardente ou o forno serve para a purificação do ouro. Os crentes não devem estranhar esses sofrimentos. Nero queimava os crentes em fogueiras no seu jardim só por diversão. Pedro reforça a ideia de que nada há de extraordinário no sofrimento do crente (v.12, Pv 27.21).

 

15.O crente pode participar dos sofrimentos de Cristo. A alegria é porque Deus aperfeiçoa o crente através do sofrimento. Não se trata de pagar o que Ele fez na cruz, mas sim de experimentar uma pequena parte do que Ele sofreu, o que deve ser uma honra, pois Ele sofreu como benfeitor diante de Deus, embora como malfeitor diante dos perversos (v.13, Fp 3.10).

 

16.Quando o crente anda segundo os padrões do mundo é provável que não será perseguido, mas se não andar segundo a mentalidade do mundo, provavelmente será perseguido, porém, diante de Deus será bem-aventurado (v.14, Mt 5.11-12).

 

17.Ver 2.20 e 3.17. Pedro novamente diz que é vergonhoso sofrer por merecimento, mas digno é sofrer por causa de Cristo. Repare que “ladrão, assassino e malfeitor” e “o que se intromete em negócio de outrem” são levados a foro e expostos publicamente para a vergonha, o que seria muita vergonha, também, para o evangelho. Sofrer como “cristão”, apelido dos crentes na época, glorifica a Deus e, portanto, o crente devia continuar sofrendo com esse apelido, o qual no início era usado de modo pejorativo. (v.15-16).

 

18.A “casa de Deus” é outra maneira de se referir à Igreja, ao povo de Deus, aos crentes. Embora pouco disso seja pregado nos dias atuais é certo que Deus quis em Sua soberania derramar um juízo sobre a Igreja, não para destruí-la, pois Ele mesmo disse que jamais isso aconteceria. O juízo ou julgamento não pertencem só aos ímpios, pois um julgamento não significa, necessariamente, que o réu é culpado. O próprio Cristo foi julgado e provou ser inocente (v.17).

 

19.O juízo sobre a Igreja vem em forma de perseguição e vem antes do julgamento dos incrédulos (“se primeiro vem por nós”). A pergunta retórica de Pedro é “qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho?”. A Igreja da época de Pedro provou ser inocente e triunfou sob aquele julgamento, porém, os incrédulos sucumbirão quando chegar a vez de seu juízo. O juízo da Igreja a que Pedro se refere não é o Tribunal de Cristo no céu, mas os sofrimentos e perseguições na terra (v.17, Pv 11.31).

 

20.Ver Mt 7.14. O preço da salvação para aqueles crentes perseguidos foi altíssimo. Até chegarmos diante de Deus, quando será nossa salvação completa, as dificuldades serão muitas, embora a Salvação jamais será perdida. Para o crente, a salvação será difícil, mas para o incrédulo será impossível (v.18, Rm 13.11, Lc 18.27).

 

21.O mais sábio diante do contexto das perseguições é entregar a alma aos cuidados do Fiel Criador, uma vez que a morte é iminente. O corpo pode ser destruído, mas a alma está aos cuidados do Senhor. Esta é a “prática do bem”: entregar a alma aos cuidados do Senhor. Encomendar tem o sentido de “entregar como um depósito para retirar depois”. Há uma heresia que ensina que um sacerdote encomenda o fiel, mas aqui Pedro diz que cada crente deve fazer isto sozinho (v.19, Lc 23.46, Sl 31.5, 2 Tm 1.12).

 

22.A vida de todos é breve, mas como ninguém nasce crente, a vida do crente ainda é mais breve, pois ele tem apenas o tempo de conversão até o final da vida para aprender de Deus neste mundo. Na eternidade o aprendizado continuará, mas a oportunidade de vencer o pecado, praticar a oração, demonstrar amor aos perdidos e se alegrar no sofrimento só poderá desenvolver enquanto estiver neste mundo. Por isso o apóstolo Paulo nos alertou para remir o tempo porque os dias são maus.

 

 

 

A brevidade da vida neste mundo e o modo como o crente deve viver (1 Pe 4)

1.Viver segundo a vontade de Deus desprezando o pecado (v.1-6)

2.Viver em oração e amor (v.7-11)

3.Viver alegre mesmo nos sofrimentos (v.12-19)

 

Capítulo 5: Exortações aos presbíteros. Humildade e sobriedade. Louvor a Deus e saudações

1.Pedro como presbítero estimula seus companheiros no mesmo ministério a cumprirem essa responsabilidade de modo correto. Embora esta não seja uma epístola pastoral, Pedro se lembra que dentre os dispersos existem os presbíteros, o mesmo que bispos e pastores, os quais são os líderes das igrejas (v.1).

 

2.A figura de um pastor conduzindo o rebanho, sendo usada por Pedro, faz-nos lembrar imediatamente das palavras de Jesus para ele mesmo: “Apascenta minhas ovelhas (ou meu rebanho)”. O constrangimento é o mesmo que ser empurrado a fazer algo e neste caso os resultados não serão os melhores. Se há algum constrangimento deve ser aquele de 2 Co 5.14, um impulso íntimo dado por Deus, que faz-nos agir espontaneamente. Algo sórdido é algo sujo, repugnante, baixo, vil, corrupto. Se o dinheiro é o que atrai alguém ao ministério, esse tal é um corrupto de baixo nível e não merece o ministério (v.2).

 

3.Se o modelo é dominador, os que foram confiados a ele serão dominadores. Há os que começam um ministério como dominadores, refletindo insegurança. Há também os que se tornam dominadores com o decorrer do tempo, quando a autossuficiência substitui a confiança em Deus. Ambos não estão pastoreando voluntariamente, mas impulsionados pelos seus próprios sentimentos de superioridade (v.3).

 

4.Jesus é o supremo Pastor que dará o prêmio para os bons líderes do rebanho. Essa coroa é imarcescível, fazendo assim um contraste com os “louros do imperador”, feitos de folhas que murchavam. Deus sempre dá incentivos para a realização de Sua obra. Além dos incentivos de Deus para os que pastoreiam o rebanho Dele, as ovelhas serão gratas aos que as conduziram pelo reto caminho. A voluntariedade e o amor tornam o ministério muito mais agradável e essas virtudes devem existir desde o começo do ministério (v.4).

 

5.Após Pedro falar dos pastores, segue instruindo os jovens. Os jovens em geral têm grandes dificuldades em tratar com cortesia os mais velhos e serem submissos. A mocidade não precisa ficar sufocada, mas apenas respeitar os mais velhos. A soberba é abominada por Deus, conforme Pv 6.17. Deus tem uma poderosa mão para humilhar o arrogante (v.5-6, Lv 19.32).

 

6.A ansiedade é um estado de intranquilidade mental que afeta tanto a jovens quanto os mais experimentados. Em nossa vida, todos os assuntos são motivo de preocupação, pois não temos controle sobre nenhum assunto. Só o humilde é capaz de entregar-se aos cuidados do Senhor (v.7).

 

7.Equilíbrio e vigilância são armas eficazes contra o inimigo. Satanás não tem misericórdia ao buscar sua presa e quando a domina a destruição é certa. Satanás tem um exército de demônios sob seu domínio e ataca o crente através desses agentes. Satanás é um ser de inteligência superior e experiência máxima. Alguns interpretam este versículo como sendo Nero, sendo que os leões são alusão à morte dos crentes na arena. Cristo também é comparado ao leão por sua coragem. Satanás é comparado ao leão por sua ferocidade. Um veio para conquistar e o outro para ferir, mas o único que consegue ser leão e cordeiro ao mesmo tempo é o Senhor Jesus Cristo (v.8).                         

 

8.Satanás quer aterrorizar o crente e este deve resistir, submetendo-se a Deus (Tg 4.7). Devemos orar uns pelos outros, pois todos os crentes estão sofrendo, de um modo ou de outro. A resistência faz parte do desenvolvimento espiritual e só pode ser obtida no exercício da humildade (v.9).

 

9.Depois de pouco tempo de sofrimento Deus aperfeiçoará, firmará, fortificará e fundamentará o crente. O tempo do sofrimento é todo o decorrer da vida do crente neste mundo que é breve. Não temos uma cota de sofrimento para passar neste mundo, mas a vida toda é um sofrimento. Quando nos enxergamos dentro do Corpo de Cristo sempre estamos em sofrimento, pois em algum lugar algum membro deste corpo está sofrendo. Depois de lembrar o propósito final do sofrimento, Pedro apresenta a doxologia exaltando o Senhor (v.10-11).

 

10.Pedro escreveu “resumidamente” esta epístola. Podemos afirmar que o teor principal, o resumo da epístola de Pedro é o sofrimento. Gastam-se dez minutos para ler esta epístola, mas a vida toda para aprender (v.12).

 

“Podemos agora imaginar Pedro tomando a pena de Silas para escrever uma breve saudação de próprio punho, como Paulo fez com seu amanuense em 2 Ts 3.17 e Gl 6.11.”[16]

 

11.Pedro se limita a dizer que a graça é genuína, pois o estudo profundo dessa doutrina já fora dado por Paulo em todos os lugares que ele ia. Pedro dá o melhor consolo que pode existir para o sofrimento: firmeza na graça de Deus (v.12).

 

12.Quanto a Babilônia ver a Introdução, onde existe uma exposição do assunto. Marcos era o ajudante de Pedro, seu filho na fé. Outrora trabalhara com Paulo e Barnabé. Foi o escritor do Evangelho que leva seu nome. É muito provável que Babilônia seja mesmo Roma. Marcos acompanhou Paulo a Roma, ajudando-o ali, quando o apóstolo foi encarcerado. Marcos foi amigo íntimo de Pedro (v.13, At 12.12ss, Cl 4.10 e Fl 24).

 

13.Paz a todos os que se acham em Cristo. Ósculo era um sinal de afeto e reconciliação. Era usado na Ceia, por isso, alguns afirmam que esta carta era para ser lida na celebração da Ceia do Senhor (v.14).

 

As recomendações e encorajamentos da parte de Deus para pastores, jovens e todos os crentes (1 Pe 5)

1.Aos pastores voluntariedade porque Deus dará uma coroa de glória (v.1-4)

2.Aos jovens humildade porque Deus concede graça (v.5-9)

3.A todos os crentes firmeza porque no final Deus nos aperfeiçoará (v.10-14)

 

O descanso certo nos sofrimentos (1 Pe 1-5)

1.Temos uma herança reservada nos céus (1.3-7)

2.Fomos comprados por Jesus (1.18-21)

3.Temos a Palavra eterna (1.24-25)

4.Temos Jesus, o qual também foi rejeitado (2.4-8)

5.Somos um povo escolhido por e para Deus (2.9)

6.Fomos chamados para o sofrimento por causa de Cristo, nosso Pastor (2.19-25)

7.Somos vigiados pelo Senhor Jesus (3.12-18)

8.Fomos libertados do pecado (4.1-5)

9.Somos coparticipantes dos sofrimentos de Cristo (4.12-19, 5.9)

10.Somos pastoreados por Jesus (5.1-4,7)

11.Somos aperfeiçoados por Jesus (5.10-11)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 1991

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Designation of the Readers in 1 Peter 1:1-2, pg. 66 – 1 Pe 1.1-2 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – janeiro-março 1980)

3.     Introdução e Comentário (1 Pedro), pg. 95-96 – 1 Pe 1.12 – Ênio R. Mueller (Ed. Vida Nova e Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1988, reimpressão set. 1991)

4.     Notes on 1 Peter, pg. 27-28 – 1 Pe 2.9 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

5.     Following Christ's Example: An Exposition of 1 Peter 2:21-25, pg. 40 – 1 Pe 2.24 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – janeiro-março 1982)

6.     O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 6, pg. 132 – 1 Pe 3.3 - Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

7.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 27 – Ef 2 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

8.     Judaísmo é ação (Beit Chabad http://www.chabad.org.br/mitsvot/index.html 30/09/2019

9.     Comentário Bíblico de Matthew Henry (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

10.  Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 540 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

11.  Comentário Bíblico NVI, pg. 2165-2166 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

12.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 926-927 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

13.  John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Pe 3.19 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

14.  Notes on 1 Peter, pg. 54 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

15.  Living in the Light of Christ's Return: An Exposition of 1 Peter 4:7-11, pg. 243 e 252 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – julho-setembro 1982)

16.  Comentário Bíblico NVI, pg. 2171 – 1 Pe 5.12 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] Designation of the Readers in 1 Peter 1:1-2, pg. 66 – 1 Pe 1.1-2 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – janeiro-março 1980)

[3] Introdução e Comentário (1 Pedro), pg. 95-96 – 1 Pe 1.12 – Ênio R. Mueller (Ed. Vida Nova e Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1988, reimpressão set. 1991)

[4] Notes on 1 Peter, pg. 27-28 – 1 Pe 2.9 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[5] Following Christ's Example: An Exposition of 1 Peter 2:21-25, pg. 40 – 1 Pe 2.24 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – janeiro-março 1982)

[6] O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 6, pg. 132 – 1 Pe 3.3 - Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

 

[7] Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 27 – Ef 2 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[8] Judaísmo é ação (Beit Chabad http://www.chabad.org.br/mitsvot/index.html 30/09/2019

[9] Comentário Bíblico de Matthew Henry (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[10] Comentário Bíblico Expositivo do NT, vol. 2, pg. 540 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[11] Comentário Bíblico NVI, pg. 2165-2166 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[12] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 926-927 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[13] John Gill's Exposition of the Entire Bible, 1 Pe 3.19 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

[14] Notes on 1 Peter, pg. 54 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[15] Living in the Light of Christ's Return: An Exposition of 1 Peter 4:7-11, pg. 243 e 252 - D. Edmond Hiebert (Bibliotheca Sacra – julho-setembro 1982)

[16] Comentário Bíblico NVI, pg. 2171 – 1 Pe 5.12 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

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