28 Ezequiel

 Ezequiel

 Os atalaias no seu tempo | Simplesmente Cristão

 

Introdução[1]

1.Ezequiel foi escolhido por Deus para levar uma das mensagens mais difíceis: mostrar o verdadeiro caráter do povo de Judá, ou seja, falso e iníquo. Além de denunciar os pecados da nação, Ezequiel profere o julgamento de Deus. O livro é cheio de parábolas, símbolos e dramatizações para ilustrar os pecados da nação. Até quando Ezequiel traz esperança de restauração, ele enfatiza o pecado do povo (16.53-58, 20.43-44). A expectativa da ira de Deus neste livro é muito semelhante ao livro do Apocalipse. Dos capítulos 25-32, Ezequiel focaliza as nações vizinhas de Israel, proferindo contra elas o

juízo de Deus. O final do livro (40-48) Ezequiel vê a adoração perfeita, num templo perfeito e no reino perfeito. Tudo isso acontecerá um dia na restauração de todas as coisas.

 

2.No ano 606 a.C., os babilônios começaram a primeira das várias deportações dos judeus. Daniel estava no primeiro grupo. No segundo grupo (597 a.C.) estava o jovem Ezequiel, com aproximadamente 25 anos de idade. Ezequiel foi levado para Tel-abib perto do canal de Quebar (3.15). Ali ele viveu em sua própria casa com sua amada esposa (8.1, 24.16ss). Cinco anos após Ezequiel ser levado para Tel-abib, Deus o chamou para ser profeta, com 30 anos de idade (592 a.C.). Isto foi 6 anos antes da destruição de Jerusalém em 586 a.C. Assim, enquanto Jeremias profetizava ao povo na Palestina, Ezequiel pregava aos judeus do cativeiro na Babilônia.

 

3.Ezequiel significa “Deus fortalecerá”. Ezequiel era sacerdote. Diferente do livro de Jeremias, o livro de Ezequiel está arranjado em forma cronológica. Ezequiel é um dos cinco profetas pós-exílicos, juntamente com Daniel, Ageu, Zacarias e Malaquias.

 

4.Assim como Josué e Calebe, Ezequiel tem sob a sua responsabilidade ensinar uma nova geração, lembrando o que seus pais fizeram e ajudando a manter a fé dos exilados, animando-os com a promessa de retorno à Terra Santa (14.23).

 

5.A glória do Senhor afastou-se da cidade de Jerusalém antes mesmo da destruição (11.23). A glória do Senhor voltará para aquele lugar somente no reino milenar (43.2). Deus nunca mais repousou com Sua glória em nenhum Templo de Jerusalém desde 586 a.C.

 

 

6.Alguns detalhes da vida de Ezequiel

 

1.Era um homem casado (24.16-18).

2.Possuía sua própria casa em Tel-abib (3.24, 8.1).

3.A morte de sua esposa no 9º ano do seu cativeiro, trouxe-lhe tristeza, da qual não podia expressar como normalmente fazia um judeu (24.16-18).

4.Segundo a tradição judaica, ele teria sido morto por um exilado, que foi repreendido por Ezequiel por causa de sua idolatria.

 

7.Ezequiel foi o profeta que mais experimentou estados inexplicáveis como mudez temporária, sintoma de paralisia e catalepsia (3.26, 24.27, 29.21, 33.22). Catalepsia é o estado em que os movimentos voluntários e a sensibilidade exterior de uma pessoa ficam temporariamente inibidos. Ezequiel experimentou, também, viagens que jamais um ser humano poderia explicar como em 8.1-3. Foi comum à medida que um povo endurecia o coração e rejeitava as palavras de Deus, Ele usar de palavras enigmáticas como no livro de Ezequiel e as parábolas de Jesus.

 

8.Deus colocou a responsabilidade sobre Ezequiel, em que ele devia pregar TUDO o que Deus mandara. Caso não fizesse isso, Deus requereria o sangue das pessoas que morressem, ou seja, Deus mataria o atalaia (3.16-21 e 33.7). Sobre requerer o sangue ver Gn 9.5-6. Paulo estava consciente da mesma responsabilidade em At 20.26. Esse conceito é muito discutido entre os crentes que estudam a Bíblia e a discussão está em torno da validade para os dias atuais para todos os crentes ou se refere apenas a casos específicos. Alguns defendem que todo o crente tem sobre si o peso do atalaia, devendo pregar o evangelho às pessoas sob a pena de Deus requerer da mão do crente o sangue dos perdidos, dos quais ele poderia ter pregado, mas por negligência não pregou. Mesmo não sabendo como Deus requerá o sangue, os que pensam no crente atual como atalaia de Deus, afirmam que haverá penalidade para este crente. Uma variação desse pensamento é que o peso do atalaia está sobre os ombros dos “chamados para o ministério”, ou seja, os missionários, pastores, enfim os obreiros. Outros, por sua vez, dizem que o peso do atalaia é apenas daqueles como Ezequiel, outros profetas e Paulo, os quais receberam uma missão específica e na hipótese de negligenciarem a missão específica seriam mortos por Deus. Lembrando que “requerer o sangue” é tirar a vida de alguém por ter sido responsável pela morte de outrem. No caso de Ezequiel, a ordem era tão específica que ele não podia sair da Babilônia para pregar em Jerusalém, o que estava fazendo Jeremias. No caso de Paulo, ele não podia deixar de pregar aos gentios espalhados pelo mundo conhecido da época para pregar em Jerusalém para os judeus. Hoje em dia, os crentes são flexíveis na Obra Missionária, podendo dirigir-se a tantas etnias espalhadas pelo mundo e até mudar de local de trabalho e povo. Embora outros há que afirmam que cada missionário tem um trabalho específico e deve exercer seu ministério nesse trabalho. A questão é difícil e o melhor que fazemos é continuar sendo fiéis na Obra de Deus, seguindo Sua direção.

 

9.O Vale de ossos secos é uma extraordinária visão no cap.37 e refere-se à restauração do povo de Deus, quando será tirado dos povos que não têm vida e ganhará nova vida. O retorno do povo cumpriu-se, mas não completamente. No Milênio, o povo de Israel será todo restaurado. Bendito o judeu que viver na época da Tribulação e se converter. Melhor ainda se converter-se na época da Igreja.

 

Algumas visões de Ezequiel são semelhantes com as visões do apóstolo João na Ilha de Patmos

 

 

Visões do profeta Ezequiel e do apóstolo João

Referências

Os querubins

Ez 1, Ap 4

Gogue e Magogue

Ez 38, Ap 20

A ordem de comer o livro

Ez 3, Ap 10

A Nova Jerusalém

Ez 40-48, Ap 21

O rio de água da vida

Ez 47, Ap 22

 

10.A Teologia do livro do profeta Ezequiel[2]

Os temas teológicos no livro de Ezequiel vistos em cada capítulo. Nem todos os temas estão em cada capítulo. Os temas são:

 

1) A santidade e transcendência de Deus

2) A pecaminosidade da humanidade

3) A inevitabilidade do julgamento

4) A responsabilidade individual

5) A esperança de restauração

6) O propósito redentivo de Deus

 

11.Esboço simples

 

  I.Profecias antes do cerco de Jerusalém, predizendo sua derrota (1-24)

 II.Profecias durante o período do cerco de Jerusalém (25-32)

III.Profecias depois da derrota da cidade (33-48)


Capítulo 1: A extraordinária visão que Ezequiel recebeu

1.No trigésimo ano, quarto mês e no quinto dia em que Ezequiel estava às margens do rio Quebar, entre os cativos de Judá na Babilônia. Ele não diz a que se refere o trigésimo ano, por isso, alguns pensam que seria a idade do profeta, pois o ano do cativeiro era o quinto ano. As visões não foram imaginação de Ezequiel ou algum êxtase provocado por algum mal-estar ou outra circunstância, mas as visões vieram de Deus para o profeta com um propósito específico. Exatamente naquele dia era o triste aniversário do quinto ano do cativeiro do rei Joaquim. O rei Joaquim tinha 18 anos quando se tornou rei. Reinou por apenas por 100 dias e não obedeceu ao Senhor. Foi levado cativo e perdeu o que havia de mais valioso em termos de guerra: os troféus e vasos despojados nas guerras (2 Cr 36.9-10). Ezequiel era filho de sacerdote (v.1-3).

 

2.O profeta Ezequiel sentiu o vento de tempestade, viu uma nuvem de fogo e um estranho brilho que vinha do meio do fogo. As quatro criaturas que o profeta viu eram semelhantes ao homem só que com quatro faces cada criatura e com dois pares de asas cada. As pernas eram retas, a sola dos pés era como as do bezerro, havia um brilho como bronze polido e mãos debaixo das asas eram de homem. As asas eram unidas. As criaturas não se viravam ao andar, só andavam para frente. Cada face das quatro criaturas era de um animal e de homem (homem, leão, boi e águia), talvez simbolizando a humanidade, a realeza, o serviço e a divindade. As faces e duas asas eram separadas acima e as duas asas abaixo cobriam o corpo. O fogo subia e descia das quatro criaturas e relâmpagos saíam do fogo. As criaturas corriam muito rápido como um raio. De fato, é uma descrição pavorosa e assustadora (v.4-14).

 

“O comentário dos rabinos, quanto aos rostos dos animais (10) é, frequentemente, citado com aprovação; ‘a águia é exaltada entre as aves; o boi é exaltado entre os animais domésticos; o leão é exaltado entre os animais ferozes; o homem é exaltado entre as criaturas; e todos eles têm recebido domínio, e lhes tem sido proporcionada grandeza; não obstante, acham-se abaixo da carruagem do Santo’ (Midrash R. Shemoth, 23, sobre Êx 15.1). Cf. Ap 4.7.”[3]

 

3.Eram quatro rodas na terra, uma para cada rosto das criaturas. Havia muito brilho, como de crisólia (pedra preciosa da cor de ouro), em cada roda, e parecia que uma estava dentro da outra. As rodas, à semelhança das quatro criaturas não se voltavam e iam nas quatro direções. Os aros das rodas eram altos e formidáveis e tinham olhos ao redor deles. As quatro rodas acompanhavam as quatro criaturas, seja andando ou levantando-se. O espírito do ser vivente estava nas rodas, por isso, para onde as criaturas viventes iam as rodas acompanhavam. Acima da cabeça das quatro criaturas havia um firmamento como cristal. As asas das criaturas cobriam todo o corpo e cada criatura tinha quatro asas. O barulho das asas era como de muitas águas, de um exército, do Todo-poderoso. Quando as criaturas paravam, as asas desciam. Ouvia-se uma voz acima do firmamento (v.15-25).

 

4.Acima do firmamento havia a semelhança de um trono de pedra de safira e no trono um semelhante ao homem. Ao redor do homem e acima dos lombos e dentro havia um brilho como de âmbar e abaixo dos lombos o brilho como de fogo. O brilho ao redor dele parecia como o arco-íris. Era o brilho da glória de Jeová. Ezequiel caiu sobre a sua face e ouviu uma voz. Ninguém pode permanecer em pé diante da glória do Senhor (v.26-28).

 

5.Com essa visão podemos concluir que a presença de Deus pode ser assustadora, mas também aprendemos que o Senhor não abandonou os cativos. A mão de Deus esteve sobre o profeta e o povo. Aprendemos também que o Espírito de Deus não precisa dar atenção a ninguém, Ele não olha para trás, mas conduz aquele carro para onde quer. Isto nos lembra as palavras de Jesus que comparou o vento que vai para onde quer com o Espírito Santo que faz a Sua obra. Não podemos fazer nenhum tipo de imagem. Essa aparição, reservada para o profeta e descrita a nós não é propriamente Deus, mas é a manifestação Dele para aquele momento. Não é possível imaginar o que não existe aos nossos olhos e percepção. Deus se manifesta assim para causar espanto no homem e mostrar a ele que o Senhor é magnífico.

 

1.Deus não se esquece dos exilados e fala no meio deles (v.1)

2.A Palavra de Deus surge no meio do sofrimento (v.3)

3.A mão de Deus nunca se afastou do Seu povo (v.3)

4.O brilho de Deus não se perde nem em meio ao fogo (v.4)

5.Mesmo na glória de Deus, Ele não se esquece da semelhança do homem (v.5)

6.Os seres mais exaltados: aves (águia), animais domésticos (boi), animais ferozes (leão) e criatura mais exaltada (homem) (v.10)

7.O Espírito Santo de Deus é quem dirige as criaturas e glória de Deus (v.12, 20-21)

8.A glória de Deus pode ir para qualquer direção que Ele queira (v.17)

9.A presença de Deus pode ser assustadora (v.18)

10.A voz de Deus é poderosa (v.24)

11.Ninguém fica em pé diante da glória de Deus (v.28)

 

 

Capítulo 2: Ezequiel é chamado por Deus para falar à nação de Israel

1.Deus mandou Ezequiel ficar em pé e o próprio Deus providenciou o Espírito para que o profeta conseguisse se levantar para ouvir o que Ele tinha a dizer. Diante de Deus precisamos estar em pé, mas só Ele pode nos dar confiança e ousadia (Hb 4.16). Deus enviaria Ezequiel para falar à casa de Israel e às nações rebeldes. Quando sabemos quais as pessoas que encontraremos e, de antemão, sabemos qual será a reação delas, precisamos andar na total dependência de Deus e lembrar que a rebeldia é contra Deus e não propriamente contra nós. O povo que Ezequiel encontraria seria duro de coração e carrancudo. Ezequiel iria com a seguinte bandeira: “Assim diz o Senhor”. O povo saberá que esteve um profeta no meio deles, quer ouçam ou deixem de ouvir, pois são rebeldes. Deus quer que a sua revelação chegue aos povos, independente se ouvirão ou não (v.1-5).

 

“Filho do homem (ben-'adam) aparece noventa e três vezes em Ezequiel, significando simplesmente ‘homem’ ou ‘homem mortal’. O termo expressa fraqueza humana na presença da majestade e poder de Deus (cons. Dn. 8:17). O aramaico bar'enosh, ‘filho do homem’, de Dn. 7:13, é um título messiânico. O uso que Jesus fez do título talvez tivesse a intenção de ocultar e ao mesmo tempo revelar sua verdadeira natureza (Mt. 8:20; 11:19; 16:13; Jo. 12:34; Mc. 2:10, 28; 8:31; 9:9, 12; 10:43; 14:41, etc.”[4]

 

2.As dificuldades para Ezequiel são imensas. Deus compara o ministério de Ezequiel a um habitante no meio de sarças, espinhos e escorpiões, devido à rebeldia do povo de Israel. Apesar das dificuldades é Deus Quem diz para Ezequiel não desanimar. O povo é rebelde, mas Ezequiel não deve imitar o povo, e sim ser fiel a Deus e pregar. Quando um pregador é fiel no meio de tantos infiéis, inevitavelmente, estará sempre na contramão. Ezequiel viu uma mão diante dele e um livro. Quando Deus quer usar alguém Ele mesmo capacita e traz os recursos sobrenaturais para o exercício do ministério. O livro do pregador é a Bíblia, a Palavra de Deus. O livro é colocado diante de Ezequiel e o conteúdo é revelado, pois o livro foi aberto. Lá estavam lamentações, suspiros e ais (v.6-10).

 

Se famílias quiserem realizar o serviço para Deus (Ez 2)

1.Precisam estar em pé (v.1 – Famílias desestruturadas precisam se erguer)

2.Precisam ouvir o Espírito Santo (v.2 – Famílias não salvas precisam se converter)

3.Precisam se dirigir a rebeldes (v.3 – Famílias com filhos rebeldes precisam ser restauradas)

4.Precisam falar a Palavra de Deus (v.4 – Famílias que não influenciam precisam aprender a testemunhar)

5.Precisam se preparar para serem rejeitadas (v.5,7 – Famílias melindrosas precisam se fortalecer)

6.Precisam ser corajosas e confiantes em Deus (v.6 – Famílias confortáveis e preguiçosas precisam se enrijecer com os perigos da vida e da obra)

7.Precisam se alimentar da Mensagem de Deus (v.8-10 e 3.1-3 – Famílias não devocionais precisam frequentar a casa de Deus e aprender Dele)

 

Capítulo 3: O profeta Ezequiel foi mandado por Deus para pregar entre os cativos na Babilônia

1.A ordem de comer o rolo foi do próprio Deus, assim como a ordem de falar a Israel, o profeta Ezequiel só precisou abrir a boca e receber. O gosto do rolo era doce na boca do profeta. Muitas vezes a única direção de Deus para as nossas vidas é que ele quer nos usar e nada mais. O obreiro que deseja servir ao Senhor “comerá” o que achar: versículos bíblicos, biografias missionárias, prospectos de escolas, palestras, conselhos, enfim, tudo o que estiver ao seu alcance, mas ainda é insuficiente. Até que o próprio Deus colocou diante do profeta o único alimento que realmente interessava, o rolo. Enquanto Deus não apresenta o rolo para comer, aquele que servirá ao Senhor deve comer: estudos, oportunidades, dificuldades. A direção exata para as nossas vidas e ministério não vem imediatamente, mas com certeza vem. Falar à casa de Israel era o que havia de mais específico para o profeta Ezequiel. No momento certo Deus mostra exatamente o que ele quer de seu servo. O profeta Ezequiel só precisou abrir a boca e receber. O gosto do rolo era doce na boca do profeta. Obediência no ministério é menos complicado do que pensamos. Assim como Ezequiel apenas abriu a boca e experimentou o sabor, nós devemos esperar em Deus, pois Ele mesmo é quem nos alimentará de experiências na obra de Deus. Às vezes sentiremos a “boca amarga” no ministério, mas a razão será o nosso paladar não refinado, pois vindo de Deus tudo é doce. Pedro estava considerando imundo aquilo que Deus santificou e os obreiros, por diversas vezes, consideram amargo aquilo que Deus fez doce. Como diz o hino: “Quanto mais O sirvo, mais doce Ele é” (v.1-3).

 

2.Ezequiel devia falar à casa de Israel; não era um povo de uma língua estranha, mas seu próprio povo. Se Deus enviasse Ezequiel para um povo de outro idioma seria ouvido, mas o seu próprio povo que deveria ouvir, não quis. Deus dá uma ordem para pregarmos, se obedecermos a essa ordem Ele nos dá a próxima manifestação de sua direção. Poucos prosseguiriam se soubessem logo de início qual seria o segundo passo, ou seja, que pregaremos para pessoas que não desejam ouvir. A graça de Deus é um presente que as pessoas rebeldes resistem. A graça não é irresistível, pois os povos de Judá e Israel presenciaram a graça de Deus durante 1500 anos e ainda estavam resistindo. O povo que devia ouvir não ouviu porque não ouviu o próprio Deus. Quando alguém quer rejeitar a voz de Deus, o coração fica obstinado (v.4-7).

 

3.Mas Deus fez do profeta Ezequiel um homem “calejado”, duro, para enfrentar aquele povo. Se Deus não endurecer um pouco nossos sentimentos não conseguiremos enfrentar pessoas duras. A obra de Deus é feita por pessoas calejadas, maltratadas, por homens e mulheres de dores, por pessoas que não se afundam com dó de si mesmas. Porém, isto não significa de modo algum não ter compaixão pelas pessoas que andam como ovelhas que não têm pastor. Ao mesmo tempo em que choramos pelas almas, reconhecemos que os pecadores merecem a punição de Deus, portanto, por um lado somos de coração mole e por outro não somos enganados, mas sabemos que o mundo jaz no maligno e os pecadores são de cerviz dura (v.8-9).

 

4.Todas as palavras de Deus deviam ser ouvidas e guardadas no coração pelo profeta. A tarefa de Ezequiel era falar ao povo no cativeiro com a autoridade do Senhor, quer o povo ouça ou rejeite.  Somos chamados para obedecer e não para dizer ao Senhor qual a melhor estratégia de trabalho, onde queremos trabalhar, com quem desejamos trabalhar e quanto tempo ficaremos lá. Muitas vezes Deus não se manifesta de modo mais claro para nós, revelando a sua direção, porque não estamos dispostos a obedecer no início, por acharmos Sua ordem muito absurda. Comer um rolo não parece muito espiritual e pregar para quem não nos ouvirá não parece muito estratégico e, por isso, se não obedecermos ao básico, Ele não nos dará a gloriosa confirmação. Alguns querem confirmação do ministério antes de entrar nele; outros querem a confirmação da direção de Deus antes de obedecer. Primeiro coloque os pés na água; depois a água se abrirá. O profeta ouviu uma voz exaltando a glória do Senhor. Precisamos obedecer a Deus sem qualquer motivação e garantia aparente. Depois desse passo de fé, Ele nos presenteará com a confirmação da Sua glória (v.10-12).

 

“Ezequiel ia receber as verdades de Deus como alimento para a sua alma, ia alimentar-se delas por fé e seria fortalecido. As almas na graça podem receber essas verdades de Deus com deleite, ainda que falem de terror ao ímpio. Deve falar tudo o que Deus lhe falou, e somente isso. Como podemos expressar da melhor maneira o pensamento de Deus, do que com as suas próprias Palavras? Se estava desiludido com o seu povo, não deveria estar ofendido. Os ninivitas foram alcançados pela pregação de Jonas, enquanto Israel não se humilhava nem se consertava.”[5]

 

5.No ministério, alguém entra sem muita clareza, mas para prosseguir é preciso confirmação. Entrar para o ministério não é tão difícil, continuar nele, sim, é difícil. Sem a confirmação de Deus para o ministério o obreiro desiste, pois as dificuldades são enormes e só a emoção de entregar-se para a obra não mantém ninguém nela. Se não ouvirmos, durante o ministério, “o barulho das asas dos seres viventes e o barulho das rodas dos carros”, por assim dizer, o silêncio será ensurdecedor e não conseguiremos ouvir a direção de Deus. Deus confirma o ministério do obreiro de tempos em tempos. O salmista necessitado da confirmação de Deus disse “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos” (Sl 90.17 e 68.28). Se você não pede confirmação a Deus de seu ministério, logo começará a achar que é o dono do ministério. O profeta, também, ouviu o barulho dos seres viventes e suas asas e rodas. O obreiro de Deus precisa da confirmação Dele. Aqui há o perigo do obreiro se perder na busca por algo sobrenatural e excêntrico. O Senhor não tem falado de maneira extraordinária como falou ao profeta Ezequiel. Hoje precisamos muito menos do que visões. Precisamos da Palavra nos motivando (v.13).

 

Abraão só teve que crer, deixar a sua parentela e sair, mas durante a sua jornada precisou da confirmação de Deus.

 

Moisés deixou a terra de seu sogro, mas precisou ver a vara se transformar em serpente.

 

Jacó se afastou para a terra de seus parentes, mas precisou lutar com o Anjo do Senhor.

 

Pedro obedeceu a Deus para encontrar-se com Cornélio, mas precisou ver o lençol descendo do céu.

 

6.O Espírito levou o profeta. Apesar da doçura do rolo em sua boca, o profeta estava amargurado, porém, o Senhor o fortalecia. Nem tudo será doce no ministério, mas a força do Senhor nos conduzirá. O profeta Ezequiel chegou em seu local de trabalho. Durante sete dias ficou atônito no meio do povo. O começo de uma tarefa imensa deixa qualquer obreiro atônito e isto é bom para que ele dependa totalmente do Senhor. O problema que o obreiro experimentado corre é que ele não fica atônito com mais nada e acha que tudo está sob o seu próprio controle, pois já enfrentou as mesmas dificuldades no passado. Devemos renovar a atitude do principiante, que é a da confiança em Deus. Em termos práticos sabemos da importância de aproveitar bem o início das coisas (v.14-15).

 

 

 

 

 

- Se alguém quer registrar um lugar com fotos deve fazer assim que chega no local, antes que se acostume com a beleza.

- Se alguém quer curtir o bebezinho deve aproveitar logo, pois ele cresce sem que percebamos.

- Se alguém quer fazer amigos num local deve começar assim que chega, antes que comece a preferir alguns em detrimento aos outros.

- Se alguém quer reformar uma casa deve fazer assim que chega nela, antes que se acostume com as coisas quebradas e as paredes sujas.

- Se alguém quer mostrar quão bom marido é deve fazer no início do casamento, antes que venham os inevitáveis tempos de atritos.

 

7.Mesmo depois de muitos anos no ministério, o obreiro deve se renovar com as primeiras visões. Em outras palavras, não se tornar tão mecânico ao ponto de nada mais o deixar atônito e acabar o seu ministério impessoal, ou seja, sem amor pelas pessoas e por Deus. A piedade deve ser sempre o nosso estímulo na vida cristã e no ministério. Esta é a obediência no ministério de Ezequiel.

 

8.No final dos sete dias em que Ezequiel ficou atônito, o Senhor falou-lhe. Deus não deixará Seu servo desorientado por tanto tempo. Ezequiel foi enviado por Deus como atalaia para a casa de Israel e, por isso, devia ouvir com atenção o que Ele tinha a dizer. Atalaia é o mesmo que vigia. O trabalho de um vigia era avisar a cidade sobre algum perigo iminente. No caso, o profeta Ezequiel avisaria ao povo de Israel das angústias que viria sobre a nação por causa da desobediência a Deus. A responsabilidade de Ezequiel era falar ao perverso sobre a sua morte, se não houvesse arrependimento. Caso Ezequiel não falasse, o perverso morreria mesmo assim, porém, Deus iria requerer de Ezequiel a morte daquele perverso, ou seja, Deus mataria Ezequiel, também (v.16-18, veja também Gn 9.5-6).

 

9.Se Ezequiel obedecer e avisar o perverso sobre a sua morte e este, mesmo assim, não se arrepender, certamente morrerá, porém, o profeta estará livre de quaisquer outras responsabilidades. Se um justo se desviar e o profeta não avisar sobre o perigo de morte, até aquele justo, agora desviado, morrerá e o profeta será responsabilizado pela morte e deverá morrer também. Ezequiel deve, portanto, avisar sobre o perigo, tanto ao perverso como ao justo; tanto ao justo que nem pensa em se desviar como ao que foi justo, mas que se desviou (v.19-21).

 

10.Agora o profeta deve sair do meio do povo e ir para o vale e lá o Senhor falará com ele. Deus quer falar conosco, mas muitas vezes insistimos em estar em atividades intensas, no meio de muita gente. Quando o profeta se retirou, Deus mostrou a Sua glória. Foi como a que ele já tinha visto. O profeta caiu sob o peso da glória de Deus. Não há ninguém que suporte a glória do Senhor. Somente quando o Espírito entrou em Ezequiel e deu-lhe forças ele se levantou e ouviu. A ordem de Deus para o profeta foi que ele entrasse em sua casa e se trancasse. Deus nos tranca em algumas situações da vida (doença, desprezo, perseguição, frustração, etc). As notícias não eram boas para Ezequiel: ele seria amarrado e não estaria entre o povo. O próprio Deus que enviou o profeta para pregar, fará com que ele fique mudo e não repreenda o povo. O silêncio de Deus se torna uma reprovação para os rebeldes. Se Deus não nos disciplinasse como a filhos, isto seria um sinal da reprovação dele (veja Hb 12.5-8). O silêncio de Deus será por um tempo, depois disto o profeta falará. Quem ouvir, ouvirá; quem não ouvir não ouvirá. Isto indicará quem são os rebeldes e quem são os contritos (v.22-27).

 

 

Capítulo 4: Deus usa ilustrações para o Seu ensino e em todas Ezequiel toma parte

1.Ezequiel deveria arrumar um tijolo e gravar a cidade de Jerusalém nele. Ao redor do tijolo, o profeta devia colocar cerco e fortificação, como se estivesse fazendo isto ao redor de Jerusalém. Além das fortificações ao redor do tijolo, o profeta colocaria uma frigideira de ferro ao redor, ilustrando Jerusalém. O profeta Ezequiel deitaria do lado esquerdo e o número de dias que ficasse naquela posição seria o número de dias da iniquidade de Israel, ou seja, 390 dias (A LXX diz 190 dias). Da mesma forma o profeta devia se virar do outro lado e ficar por 40 dias; cada dia representaria um ano. O profeta devia olhar para o cerco de Jerusalém com o braço descoberto. Para que o profeta cumprisse a ordem de ficar de um só lado por tantos dias, Deus o amarrou com cordas. Para cumprirmos certas ordens Deus tem que nos amarrar (v.1-8).

 

2.Todo o tempo que o profeta ficar deitado de um lado ele deve também se alimentar do pão que fizer de cevada, favas, lentilhas, milho miúdo e espelta (trigo vermelho). Não podemos fazer a obra de Deus sem alimentação, tanto a física quanto a espiritual. A comida de Ezequiel seria racionada a vinte siclos por dia, ou seja, 260 gramas, e devia comer algumas vezes ao dia. Em nossos dias corresponde a cinco pãezinhos. A água também seria racionada para o profeta. Durante o dia ele teria o direito de beber a sexta parte de um him. A palavra “hïn” significa “um pote” que era igual a um sexto de um “bato”, um pote de 22 litros. Portanto, a sexta parte de 22 litros é igual a 3,6 lt e a sexta parte disso é 600 ml. Corresponde a 3 copos de 200 ml de água. Com os ingredientes o profeta devia assar um bolo em cima de excremento humano. Embora repugnante e nada saudável, isto mostrava as condições do povo no cativeiro: comida racionada e repugnante. Com essas ilustrações podemos facilmente perceber um pouco a situação dos filhos de Israel. A desobediência faz com que o homem prefira as coisas mais irracionais. Lembre-se do filho pródigo que desejava comer das bolotas que eram dadas aos porcos. Não era nada fácil para o profeta Ezequiel que se manteve limpo em não comer carne de animal morto por si mesmo ou morto por predação de outro animal e nem mesmo colocou coisa imunda em sua boca (Assim como Pedro em Atos 10). Deus fez uma concessão para o profeta e deixou que ele assasse o bolo sobre esterco de gado. Assim como o profeta Ezequiel ficou espantado com o racionamento e a repugnância da maneira como preparar o alimento, o povo de Israel teria a mesma sensação por causa da desobediência a Deus (v.9-17).

 

“Ezequiel tinha que cozinhar sua comida sobre um fogo feito com excremento humano, assim como os judeus sob o cerco em Jerusalém teriam que fazer. A impureza de sua comida não representa o tipo de comida que deveriam comer, mas o fato de que teriam que comer sua comida entre pessoas profanas (no cativeiro, v.13).”[6]

 

Capítulo 5: O castigo sobre a nação

1.O profeta agora devia rapar a cabeça e a barba e pesá-los. Uma terça parte era para ser queimada quando se completassem os dias do cerco; a outra terça parte devia ser ferida com arma e a última terça parte era para ser lançada ao vento com uma arma atrás. O profeta devia pegar um pouco dos cabelos e amarrá-los no manto e destes lançar um pouco ao fogo. A honra do profeta, barba e cabelo, foi exposta ao ridículo devido à desonra da nação. Nenhum pecado fica sem desonra. Nosso Deus ao nos perdoar desonrou o próprio filho, pois puxaram-lhe os cabelos e barba em sinal de reprovação à sua realeza (v.1-4).

 

2.Deus explica o simbolismo do cabelo e a barba rapados: no meio estava Jerusalém e ao redor as nações e as terras. Jerusalém andou mais perversamente que as outras nações, por isso, Deus a colocou no meio de todos os povos para ser castigada e todos verem. Deus fará o que nunca fez com Jerusalém e nunca fará. A profecia inclui a invasão dos romanos e a do exército do Anticristo (Dn 9:12; Am 3:2; Mt 24:21). Os pais e os filhos de Israel se devorarão mutuamente e Deus os espalhará pelos ventos. Se há registros de mães que comiam seus filhos, é muito razoável pensar que os pais fizeram também, pois são desprovidos do “instinto materno”. O povo judeu foi “espalhado pelo vento” através da dispersão (Lv 26:29; Jer 19:9; La 4:10; Sl 44:11; Eze 5:2, 12; 6:8; 12:14; Am 9:9; Zc 2:6; 7:14) (v.5-10).

 

3.Deus decidiu não ter nenhuma piedade mais pelo povo por causa de suas profanações. As três partes do povo: uma parte consumida pelo fogo, pestes e fome; outra parte cairá pela espada e a outra parte será espalhada. A ira do Senhor será completa e servirá de testemunho a todos de quem é o Senhor. Todo o tipo de sofrimento sobrevirá à nação rebelde (v.11-17).

 

“Vendo a nós mesmos: [1] Na reversão de Israel à idolatria, vemos nossa própria inclinação para querer um Deus que satisfaça nossos desejos, antes de Um Deus que requer nossa confiança. [2] Na suposição de Israel de que Deus se esqueceu deles, vemos nossa própria tendência de ignorar que nós que nos esquecemos Dele. [3] Na idolatria de Israel, vemos nossa própria tendência de nos voltar a alguma coisa que nos dará alívio imediato e controle de nossas circunstâncias perturbadoras.”[7]

 

A força do Senhor em comparação ao homem (Ez 1-5)

1.A força do Senhor faz o homem cair (1.1,28)

2.A força do Senhor coloca o homem em pé (2.1-2)

3.A força do Senhor não teme ao rebelde (2.3-7, 3.7-11)

4.A força do Senhor salva e condena (3.18-21)

5.A força do Senhor trará fome e imundícia sobre o pecador (4.12-17)

6.A força do Senhor trará destruição e morte sobre o pecador (5.5-8,11,13,16-17)

 

Capítulo 6: O castigo sobre a nação continua

1.Mais uma vez o profeta Ezequiel deve profetizar contra a nação. Todos os lugares geográficos da nação serão castigados e a espada é do próprio Deus. Os adoradores de ídolos serão mortos e Deus os lançará diante de seus próprios ídolos (2 Rs 23.14). Em todos os lugares habitáveis os altares serão derrubados e os mortos cairão diante de todos para testemunho de que Deus é o Senhor (v.1-7).

 

“Os altos que Deus diz que destruirá com uma espada, o símbolo da destruição, são, em hebraico, bàmôt, os santuários situados usualmente, porém não necessariamente, nos altos das colinas, onde o povo da localidade adorava sob a liderança dos sacerdotes locais. Nos dias antes do estabelecimento do Templo em Jerusalém, eram considerados inócuos. Samuel ministrava em certo alto (1 Sm 9:14), provavelmente em Ramá, e havia um alto famoso em Gibeom, onde Salomão sacrificou (1 Rs 3:4). Isto foi suavemente criticado pelo autor de Reis, mas desculpado ‘porque até àqueles dias ainda não se tinha edificado casa ao nome do SENHOR’ (1 Rs 3:2). Uma vez, porém, que o Templo foi edificado, a adoração formal em qualquer outro lugar foi oficialmente proibida, e depois da divisão do reino, Jeroboão I de Israel teve de estabelecer os altares em Dã e Betei para se rivalizarem com Jerusalém com os centros cultuais do norte.”[8]

 

2.Alguns escaparão da morte, porém, serão espalhados pelo mundo e serão capturados por outras nações por causa da idolatria. A nação se lembrará que Deus não disse em vão sobre o castigo que viria se fossem rebeldes. O povo irá se manifestar e se lembrará que por causa dos pecados Deus enviará morte por pestilência, espada e fome. Quem estiver longe morrerá de peste; os que estiverem perto pela espada e os sitiados morrerão de fome. Os lugares onde ofereciam suave aroma aos ídolos serão impregnados com o cheiro horrível da morte. A terra ficará deserta e saberão que Deus é o Senhor (v.8-14).

 

3.Então, nos perguntamos: Qual é o problema com os ídolos? Não são apenas para dar uma proteção a mais àquele que os adora? Não seria apenas um enfeite para a casa de alguém religioso ou não? É muito mais sério que isso. Alguém que tem ídolos em casa ou quem vai até onde tem ídolos, está incorrendo em um grande perigo, pois os ídolos deixam Deus irritado. Os ídolos deixam os homens inflamados de prostituição espiritual e os ídolos deixam a sociedade indefesa.

 

Capítulo 7: O fim é chegado contra a nação

1.Deus está furioso com as abominações de Seu povo e retribuirá com juízo. A ira de Deus também se manifestará contra toda a impiedade do mundo atual (Rm 1.18). Toda a alegria se acaba no dia do julgamento do Senhor. A ideia de que Deus não castiga é falsa e presunçosa, pois Ele está atento aos atos dos homens e chegará o dia da retribuição. Deus aguardou que o perverso Nabucodonozor estivesse pronto com seu exército (“já floresceu a vara, reverdeceu a soberba”). O inimigo que Deus levantará contra Israel será cruel. O povo que ficará na terra será tão pouco que não haverá como fazer lamentações sobre os mortos. Aqueles que venderem propriedades não devem se entristecer, pois não iam aproveitar nada mesmo e os que comprarem não devem achar que fizeram bom negócio, pois serão levados cativos e tudo ficará para os caldeus. Pessoas hoje que se apoiam em seus bens não ganharam nada senão frustração (v.1-12).

 

“O tema é a iminência da condenação de Israel: Chegou o fim! (v.2). Esse tema é repetido por causa da obstinação do povo em não crer que o desastre estivesse perto (cf. 12.21-28). Assim, o profeta especifica o desastre: a idolatria será castigada (v.3,4,8,9), o orgulho e a violência serão vingados (v.10-11), as transações comerciais vão murchar (v.12,13)...”[9]

 

2.Mesmo os que vivessem para o ano do jubileu não resgatariam suas propriedades, pois o cativeiro seria de 70 anos. Sem arrependimento ninguém fortaleceria sua vida (Lv 25:24-28, 31). Enquanto os caldeus se aproximam, os judeus tocam as trombetas, mas o exército não se reúne, pois todos estão com medo do inimigo e a ira de Deus está sobre o Seu povo. No dia do julgamento do Senhor nenhum pecador terá forças para lutar contra. Não adianta fugir: fora haverá morte por espada e dentro a morte será por fome e peste. O melhor a fazer é entregar-se aos caldeus, pois tanto os caldeus quanto o próprio Deus são juízo contra Judá (v.13-15).

 

3.É certo que alguns escaparão da espada, da fome e da peste, mas ainda assim, fugirão para as montanhas e lá ficarão sem condições de sobrevivência e sem companhia. De qualquer modo sofrerão a punição do Senhor. O gemido desses será como os dos pássaros solitários entregues como presa fácil. O medo será tanto que as forças irão embora e os joelhos destilarão águas, ou seja, urina. Cingir-se com pano de saco significa lamentação. O povo sentirá o horror tanto da culpa quanto do inimigo. A vergonha também cairá sobre eles por causa da mão pesada de Deus revelando seus pecados. Raparão a cabeça como sinal de lamento (Gn 37.34, Dt 14.1). O dinheiro não terá valor algum nessa situação horrível. O comentarista “... Kimchi observa que isto pode ser interpretado como seus ídolos de ouro e prata [que não serviram para livrá-los quando mais precisavam]...”[10] (Is 2.20). O que são os ídolos no dia do julgamento? E as riquezas? Nem um nem outro pode saciar a fome e satisfazer as necessidades, pelo contrário, as riquezas e a idolatria foram a pedra de tropeço do pecador (Pv 10.2, 11.4). Deus ofereceu ao povo ornamento através do ouro e da prata, permitiu também a construção de um Templo maravilhoso e magnífico, porém, fizeram mal-uso deste, trazendo idolatria. Deus, portanto, resolveu levar o povo para o cativeiro, afastando-o do templo que era a glória do povo (Jr 7.30). Os perversos caldeus tomariam os vasos do templo, profanando dessa forma a glória do povo e a lembrança de sua adoração (Jr 52.17-23). No lugar santíssimo do templo, onde nem mesmo sacerdotes podiam entrar, somente o Sumo-sacerdote, os caldeus entrarão e profanarão. Deus já terá desviado os olhos de Seu povo (v.16-22).

 

4.A cadeia seria para prender não os caldeus, mas os judeus, a violência e os crimes de sangue são da parte dos judeus. A cidade que devia ser justa oprimiu os pobres, órfãos e viúvas, portanto, cheia de violência. A destruição viria pelos caldeus, os piores dentre todas as nações, por causa de sua selvageria, barbaridade e crueldade. Os caldeus possuirão as casas que seriam herança dos filhos de Israel. Toda a pompa dos nobres será desfeita com a invasão dos caldeus e o templo será profanado, juntamente com os lugares e utensílios santos. Israel nunca fora tocada pela Babilônia, famosa por ser destruidora dos gentios, agora, porém, será opressora dos judeus também. Qualquer acordo de paz será em vão. A miséria não acabará entre o povo, assim como aconteceu com Jó, o qual recebia uma notícia pior que a outra. Os rumores são as informações desencontradas sobre o exército babilônio. É tudo muito desgastante. A lei e os profetas estarão ausentes do povo, bem como o conselho dos sacerdotes e dos anciãos. O povo resolveu obedecer a Deus tarde demais. O rei e o príncipe, referindo-se a mesma pessoa, ou seja, ao rei Zedequias. O rei ficou sem opções senão entregar-se ao inimigo (Jr 39.6-7). O Senhor resolveu enfraquecer as mãos do povo e julgá-lo conforme seus atos (v.23-27, ver Mt 7.1).

 

Capítulo 8: A idolatria no templo de Jerusalém

1.Esta visão se dá 14 meses após o chamado de Ezequiel (591 a.C.). Os anciãos já aceitavam a autoridade de Ezequiel como profeta, vinham a ele para consultas. Porém, um profeta não dava respostas sem antes receber uma visão do Senhor. Ezequiel foi arrebatado em espírito. Não se trata de levitação, embora não saibamos, de fato, como ocorreu. Sabemos que Babilônia e Jerusalém estão separadas por centenas de quilômetros ou quatro meses de viagem, segundo Esdras 7.9. A visão que Ezequiel teve foi do Filho de Deus em aparência de fogo, indicando o juízo (Ez 1.26-27, Ap 1.15). O profeta viu a imagem de ciúmes, provavelmente a imagem de Baal, no recinto do Templo (Dt 32.21). A religião nacional estava desintegrada. O pecado leva indivíduos e um povo todo ao extremo. A glória de Deus estava ali, apesar de tanto pecado. Como diz a letra de um hino: “Deus está presente entre pecadores como nós” (v.1-4).

 

2.A porta onde entrava o rei para adorar e oferecer a vítima ao Senhor estava agora “enfeitada” com a imagem que provoca ciúmes no Senhor (Lv 1.11). Manassés erigiu ali a imagem de madeira de Aserá, a deusa cananita, e se arrependeu (2 Rs 21.7). Em 2 Cr 33.15 ela é retirada. Josias mandou queimá-la (2 Rs 23.6). O pecado busca seus escravos e lá estava novamente a estátua. Não tinha como Ezequiel não ver aquilo. Nós também somos convidados pelo Senhor para ver e chorar. Quando alguém entra pela “porta do norte” do nosso coração, o que vê? Ambiente sincero de louvor ou existe alguma prevaricação que impede a adoração? (v.5-6).

3.Chegando à porta do átrio o profeta é informado como obter acesso a esta câmara de terríveis pecados. Ali o profeta presenciou um flagrante. Na parede estavam entalhados ou esculpidos em relevo desde cobras até escorpiões e ídolos. Era uma típica idolatria das religiões egípcias, cananitas e babilônicas. Os homens notáveis participavam daquela idolatria. A família de Jaazanias era piedosa, participou da reforma de Josias. Que decadência! (2 Rs 23.3,12). Não só em grupo, mas individualmente cada um tinha esculpido nas paredes de suas câmaras essas imagens. Cada líder deve olhar sua “câmara secreta” e limpar toda a idolatria. O profeta ainda tinha que presenciar mais pecados terríveis. Infelizmente os profetas de Deus veem aquilo que não gostariam de ver (v.7-13).

 

“Todas as falsas crenças se aproximam bastante uma das outras. Os seus adoradores não contradizem um ao outro. O politeísmo, por sua própria natureza e necessidade de existência, é tolerante. Todos os seus deuses têm um entendimento mútuo e são unidos contra o Único que diz: ‘Não terás outros deuses diante de mim’.”[11]

 

4.Fora do interior do Templo, à entrada do átrio, o profeta viu um ritual de luto. Eram mulheres chorando por Tamuz, um deus babilônio da vegetação, o qual criam que morreu e ressuscitou. A morte era lamentada no inverno e a ressurreição na primavera, época em que os seus adoradores praticavam sacrifícios humanos e orgias sexuais. A Grécia adoraria esse deus com o nome de Afrodite e Adonis. Estavam chorando por motivo errado. Jesus deu exemplo do choro verdadeiro, que é o choro pelos perdidos (Mt 23.37) e, também, disse às mulheres na via dolorosa que chorassem por elas mesmas e por seus filhos (Lc 23.28). O mesmo Jesus disse que os que choram serão consolados e certamente referia-se aos que choram pelos motivos certos. Como se não bastassem esses pecados, o Senhor mostrou ao profeta coisas piores. Quando o pecado contamina alguém ou um povo não haverá limites de práticas abomináveis. Entre o pórtico, que era um corredor, e o altar havia o átrio interior onde os sacerdotes oravam (Joel 2.17) e isto sempre era feito com as costas viradas para o sol. Propositadamente Deus dispôs assim o Templo. Porém, aqui os 25 homens estão de costas para Deus e de frente para o sol, adorando-o (2 Cr 29.6). “Eis-los a chegar o ramo ao seu nariz”. Como era próprio do ritual zoroástrico, seguravam ramos enquanto oravam ao sol. O próprio Deus está impressionado com as coisas que Judá está praticando. Deus sabe quais são os limites do pecado, porém, Ele nunca deixará de odiar essas práticas. É possível ter tanto conhecimento sobre Deus, sem contudo, viver honestamente para o Seu louvor. Note que os vinte e cinco homens eram sacerdotes, ou pelo menos estavam no lugar deles. Devemos olhar para o sol, sim, mas para o sol da justiça e dar as costas para o pecado. Necessariamente as coisas que nos fazem pecar não são ruins em si mesmas, assim como não é ruim o sol. Aliás, quem vive sem o sol? Chega o tempo do fim da longanimidade de Deus. Esse é o ponto em que o pecador grita aos ouvidos de Deus e Ele não ouve. Nenhum pecador devia esperar esse tempo terrível. Se algo deve estar nas paredes da nossa câmara (coração), escondida, que seja a Palavra de Deus (Sl 119.11) (v.14-18).

 

Capítulo 9: Sete homens e uma sentença - A destruição dos idólatras

1.Deus usaria agentes que estavam à Sua disposição, armados, para a destruição dos idólatras. Deus reúne seis homens, os quais vêm do norte (nordeste), exatamente de onde colocaram sua imagem de adoração. Pode ser que os agentes sejam enviados pelo comandante da Babilônia, Nebuzaradã. Se forem os seis são Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague (Jr 39.3). Porém, é possível que os seis sejam anjos de Deus, dispostos a exercerem o julgamento sobre o povo idólatra e o sétimo homem é a Pessoa de Jesus Cristo, vestido não como alguém que vai para a guerra, mas como um escrivão. Sua arma era um tinteiro de escrivão, certamente para escrever os que iriam morrer e os que irão ser poupados. Todos os sete homens entraram no templo e eles tinham uma sentença contra os pecadores. A glória de Deus se manifestou entre os sete e o principal deles foi chamado (v.1-3).

 

2.Os homens bons seriam marcados na testa para que não fossem exterminados. Não existe homem bom, mas pecadores arrependidos de seus pecados. Em outras ocasiões Deus mandou marcar as pessoas que confiassem Nele para não serem mortas (Êx 12.22-23, Ap 7.3). Os salvos de hoje, também, estão marcados pela cruz de Cristo (v.4).

 

3.Deus mandou matar todos os que não estivessem marcados. Não era para poupar nenhum deles. Todos os que não confiam no Senhor Jesus como Salvador serão lançados no Inferno e depois no Lago de Fogo. Deus não poupa nenhum desses. Não há exceção. Não era para poupar nem mesmo as pessoas que naturalmente chamam a atenção por sua fraqueza e qualidade: velhos, jovens, crianças e mulheres. Não era para chegar perto dos que possuíam a marca. Esses estavam seguros pelo Senhor. Deus tem suas prioridades e grau de punição. Os primeiros a sofrerem a penalidade seriam os anciãos no santuário, pois eles começaram toda a idolatria. Não era necessário mais o medo de não sujar a casa do Senhor de sangue, pois a casa do Senhor já foi suja antes com as abominações deles, portanto, a ordem do Senhor é matá-los dentro do templo. Todos foram mortos, exceto os que possuíam a marca da proteção do Senhor. O profeta clamou ao Senhor em meio àquela matança. Ele amava o povo de Israel e não queria a sua extinção. Mesmo que o povo de Israel esteja em desobediência, os crentes devem clamar ao Senhor por misericórdia sobre Jerusalém para que eles se convertam e sejam salvos (v.5-8).

 

“O Massacre Continua. O profeta agonizou observando a cena. A matança era grande e miseravelmente completa. O profeta ouviu os gritos de dor, mas Yahweh, não. Parecia que não haveria um único sobrevivente. Ezequiel gritou para Yahweh, esperando que Ele retirasse a Sua mão destruidora. Ezequiel empregou o título Adonai-Yahweh, Soberano Eterno, esperando que Sua soberania parasse o massacre e aliviasse os sofrimentos. Naquele momento, parecia que somente o profeta seria poupado. Yahweh não dera nenhuma promessa de que um remanescente seria poupado e que, afinal, se tornaria um Novo Israel, depois do cativeiro. Naquele momento, não houve esperança projetada. O dia era miserável e totalmente preto. O profeta não viu nenhum homem com o X de proteção na sua testa.”[12]

 

4.Tudo o que está acontecendo é a justiça do Senhor. O povo zombou da paciência do Senhor, achando até que Ele não via nada e que tinha se esquecido da terra. O pecador julga demorada a ira do Senhor e, por isso, não dá atenção às coisas espirituais. Sabemos que o povo busca a Deus em meio às tragédias como terremotos, tempestades, acidentes em geral, mas logo esquece quando o perigo se vai (1 Pe 3.8-15). Entendendo que Aquele de vestes de linho com o tinteiro na mão é Cristo, vemos que Ele é servo do Pai. Ao mesmo tempo em que é Mediador, é também, justo. Jesus Cristo fará o mesmo com os pecadores de todas as épocas. Ele obedeceu ao Pai: salvou os arrependidos e julgará os incrédulos (Jo 17.4) (v.9-11).

 

Capítulo 10: As visões extraordinárias de Ezequiel, novamente

1.Essas visões acontecem depois do profeta ter visto a destruição dos perversos pelos seis homens armados. O profeta teve que olhar para cima para ver a pedra preciosa. Em meio a tantas calamidades e julgamentos, Deus oferece uma linda visão para o profeta Ezequiel. Se pudéssemos ver além do julgamento divino veríamos o Seu trono sublime. Deus está absolutamente certo em julgar os pecadores sem conversão. Os querubins são as criaturas viventes de Ez 1.22,26. Deus Pai se dirige ao homem vestido de linho. John Gill entende ser o “exército dos Caldeus ou dos Romanos”. Se for o mesmo do capítulo 9 deve ser o próprio Cristo. O homem de vestes de linho pegaria do querubim entre as rodas uma mão de brasas. Seja o próprio Cristo ou exércitos poderosos da terra, o fato não muda: Deus exerce juízo, pois as brasas espalhadas são símbolo da ira de Deus sobre a cidade. Sabemos que na Tribulação que acontecerá após a Igreja subir para o Senhor, Deus usará o próprio Satanás e seus demônios para exercer juízo contra os povos. O profeta Ezequiel viu o homem se achegar aos querubins e pegar das brasas, mas ainda não o viu espalhá-las. Isso nos mostra, também, que Deus já está preparando o mundo para o juízo. Talvez esteja com as brasas na mão e só falta espalhar contra este mundo perverso. O pecador precisa ser avisado para ser salvo da ira de Deus (v.1-2).

 

2.As criaturas viventes ou os querubins pararam do lado do templo, esperando a entrada do homem vestido de linho. Aqueles seres plantados na entrada do templo dão a nítida sensação de “fiscalização” e de juízo. Se todo o pecador atentasse para o juízo de Deus veria que Ele está em pé ao lado de sua vida, pronto para entrar e examinar o seu coração. Isso também acontece com o crente (veja Sl 139.23-24). O homem vestido de linho entrou no átrio dos sacerdotes e o ambiente encheu-se da glória do Senhor. A glória do Senhor tanto é linda quanto assustadora. Neste caso, a glória do Senhor é um pavor contra os pecadores, pois ela examina e vê as maldades. O Espírito Santo, da mesma forma, ilumina o interior do pecador convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo, trazendo salvação ou pavor (Jo 16.8-9). Os querubins que ministram diante do Senhor, ficaram cheios da glória do Senhor, porém, no lugar do templo onde ficava o povo pairou uma nuvem. Deus deixou o povo sem a Sua glória. Um dia a glória voltará ao templo. Hoje o povo de Israel, além de não possuir mais o templo, não possui também luz. O átrio do Senhor encheu-se da glória Dele. Onde está o Senhor brilha a Sua luz, mas onde Ele abandona pairam densas nuvens negras (v.3-4).

 

3.O som das asas dos querubins é tão forte que se ouve do átrio exterior. A voz do Todo-Poderoso, também, é assim. Quando Ele fala todos tremem, pois é como o estrondo de um trovão (Jo 12.28-29). Aquele vestido de linho obedece a Deus e se coloca ao lado das rodas. Um querubim estendeu a mão com brasas de entre as criaturas viventes para dar a quem tinha a autoridade de derramar a ira de Deus sobre Jerusalém. Parece muito com as revelações de Apocalipse em que os anjos são ministros de Jesus Cristo, o Cordeiro, que despeja a sua ira entre as nações (Ap 6.9-11, 18.4-7, 15.7) (v.5-7).

 

4.A mão debaixo das asas “... denota segredo e privacidade” (Gill). Se o próprio Deus é secreto em suas obras, muito mais devem ser os obreiros naquilo que realizam para o Senhor. Havia uma pedra preciosa. Alguns dizem crisólita; outros, carbúnculo; outros, pedra preciosa, apenas, e outros, berilo. O fato é que era uma pedra preciosa verde. Cada querubim estava junto a uma roda. Cada querubim era semelhante ao outro e as rodas se completavam umas às outras. As rodas acompanhavam os movimentos exatos dos querubins. O corpo, costas, mãos e asas referem-se aos querubins. Os olhos nas rodas indicam que tudo está sob as vistas de Deus. Todo o pecado da cidade é visto pelo Senhor que julgará a terra. Da mesma forma, hoje, o Senhor está atento à rebeldia dos povos. Ele julgará um dia. Enquanto isso, devemos anunciar a Sua palavra para que alguns se livrem da ira do Cordeiro (v.8-12).

 

5.“Galgal [é uma palavra que significa] todo o conjunto de rodas”[13]. Deus chama os Seus servos para a execução de Seus planos. Se as rodas obedecem, nós, também, devemos obedecer a Deus. As faces são das rodas e não dos querubins, conforme Ez 1.15. A dúvida quanto aos rostos está no primeiro. Uns dizem que o rosto é de querubim; outros dizem que é rosto de boi. Pode ser que o ser angelical estava com a face semelhante a de um boi. Desta forma, tanto um como o outro estariam certos. Conforme Ez 1.10 deveria ser rosto de homem e não de querubim. As formas assumidas por esses seres denotam qualidades essenciais para a tarefa que Deus tinha para eles (v.13-14).

 

“Um problema apresentado por essa nova descrição está relacionado à forma como os rostos dos querubins são descritos no versículo 14. Em Ezequiel 1:10, cada querubim tinha o rosto de um homem, de um leão, de um boi e de uma águia, enquanto em 10:14, ao que parece, o rosto do boi é substituído pelo rosto ‘de querubim’. A suposta contradição é apenas aparente. Do ponto de vista de Ezequiel, ele via um rosto diferente de cada um dos querubins. ‘O querubim’ deve ter sido aquele que deu as brasas para o anjo-escriba. Assim, podemos fazer a seguinte paráfrase: ‘O primeiro rosto que vi foi do querubim e era o rosto de um boi, uma vez que o rosto que vi nos outros era de um homem, de um leão e de uma águia’. Cada rosto era, de fato, o rosto de um querubim, uma vez que cada ser vivente era um querubim.”[14]

 

Rosto de homem

Rosto de leão

Rosto de boi

Rosto de águia

Inteligência

Coragem

Perseverança no trabalho

Visão sublime do alto

 

6.As criaturas viventes e os querubins são o mesmo de acordo com o primeiro capítulo. Aonde iam as criaturas, as rodas acompanhavam. Isto mostra que os instrumentos de Deus estão em perfeita harmonia. Assim deveria também acontecer em todos os aspectos da obra de Deus com todos os  Seus ministros em perfeita comunhão, cooperando para o único propósito: glorificá-Lo. Isto é possível, pois o mesmo Espírito que guiava as rodas nos guia hoje (v.15-17).

 

7.O afastamento da glória do Senhor do Templo indica o juízo. Ai daquele de cuja cabeça sai a presença de Deus. Os ministros fiéis de Deus têm a presença Dele em suas cabeças. Tudo estava preparado para o juízo de Deus. A glória estava acompanhando Seus ministros, querubins. A glória se apartou da porta da casa do Senhor. Aonde iam os querubins, para ali ia a glória do Senhor (v.18-19).

 

8.O profeta confirma o que já havia visto (Ez 10.15) e mostra que a aparência Daquele no trono é o próprio Deus. Deus não deixa de confirmar as revelações importantes, tanto para mostrar o Seu poder de julgamento como para nos fazer lembrar que Ele é quem está no controle de tudo (v.20-22).

 

 

 

 

 

 

 

As reparações necessárias (Ez 6-10)

1.Israel precisava fazer reparação por causa das prostituições (6.9,11,13)

2.Israel precisava fazer reparação por causa das abominações (7.3-4,8-9)

3.Israel precisava fazer reparação por causa das iniquidades (7.12-16,19)

4.Israel precisava fazer reparação por causa das profanações no templo (8.3,5-18)

5.Israel precisava fazer reparação por causa das injustiças (9.7-11)

6.O tempo de reparação acabou juntamente com a glória de Deus (10.2,4,18-19)

 

Capítulo 11: A mão de Deus pesa contra os líderes desobedientes. A restauração futura da nação de Israel

1.O profeta foi elevado por Deus do átrio interior onde estava para ver o querubim. Deus mostrou 25 homens, provavelmente os líderes do povo, sendo Jazanias e Pelatias os príncipes deles. Pessoas que devem ser o exemplo para o povo nem sempre o são. O povo perece quando não há bons líderes. O povo sofre quando não há piedade em seus líderes. Quando alguém constrói casas é porque está se estabelecendo em segurança e mostra que não está vendo o perigo iminente. Talvez estejamos “construindo casas” enquanto o Senhor quer falar-nos de algo mais urgente que está acontecendo em nossas vidas. Os líderes estavam ironizando as palavras de outro profeta, Jeremias (Jr 1.13). É como se estivessem dizendo: “já que somos carne e a cidade um caldeirão fervente, não adianta mais sairmos daqui, vamos ficar aqui” (v.1-3).

 

2.Por causa dessa falta de temor e zombaria, Deus ordena ao profeta Ezequiel profetizar a destruição deles. Por si mesmo o profeta não teria forças para profetizar. O Espírito o dirigiu a isso. Deus conhece não apenas a zombaria das palavras dos perversos, mas também os desígnios do coração deles. Os próprios líderes religiosos mataram os profetas de Deus, portanto, a matança vinda deles próprios. Não só profetas morreram por mãos deles, mas tanto sangue inocente, pestes, fome, espada por causa do sítio ao redor da cidade. Tudo por culpa dos líderes (ir)religiosos. A cidade é o caldeirão e os inocentes mortos são a carne desse caldeirão. Porém, os líderes religiosos não serão cozidos na panela, mas sobreviverão fora desse caldeirão para sofrerem no cativeiro (v.4-7).

 

3.Eles têm medo da espada dos Caldeus, mas deviam ter medo da espada do Senhor (Mt  10.28). Sofrerão à espada, sim, mas não em Jerusalém, mas em terra estrangeira. Nem são dignos de morrer dentro da cidade. Devemos lembrar que nosso Salvador Jesus Cristo assumiu a humilhação, fazendo-se pecado por nós e morrendo fora da cidade. Os filhos de Zedequias e todos os príncipes de Judá morreram na fronteira da terra, em Ribla, Hamate (Jr 39.5-6, Nm 34.8,11) (v.8-11).

 

4.Sem dúvida alguma o castigo vem por causa da desobediência de Judá em imitar as nações vizinhas em seus pecados. As palavras tanto são verdadeiras que, enquanto Ezequiel profetizava, um dos príncipes, Pelatias caiu morto. “Este caiu morto, de repente, assim como Ananias e Safira aos pés de Pedro” (Gill). O profeta clama ao Senhor, pois a mão do Senhor pesa contra os pecadores. “As dez tribos tinham sido levadas cativas há muitos anos atrás e um grande número das outras duas tribos no cativeiro de Jeconias, portanto, só havia um remanescente deixado na terra; agora, de súbito, a morte de um dos príncipes. O profeta temia que o Senhor estava acabando com tudo de uma vez, por isso ele se opõe” (Gill) (v.12-13).

 

5.Deus ouviu a oração do profeta e respondeu-lhe. O clamor de Ezequiel era pelo povo de Deus. Se Deus amava o Seu povo por que estava destruindo-o assim? “Essas palavras são um insulto dos habitantes de Jerusalém contra os cativos, sugerindo que eles são grandes pecadores e por causa de seus pecados foram tirados de sua própria terra e levados para a Babilônia e que merecem ser excomungados da casa e do povo de Deus...” (Gill). Não deixa de ser a mão de Deus expulsando os pecadores da terra, porém, a arrogância dos que ficaram não os permitiu ver o seu próprio estado pecaminoso, também (v.14-15).

 

6.O Senhor responde para o profeta Ezequiel que apesar de serem lançados para fora da terra, Ele não os abandonou e será para eles um santuário. Alguns sugerem que este versículo se refere às sinagogas e que a tradução seria “o santuário de poucos” ao invés de “... santuário, por um pouco de tempo” (Gill). O v.17 é uma profecia da restauração da nação de Israel, muito bem retratada em Romanos 11. Deus nunca abandonou totalmente a nação de Israel (v.16-17).

 

7.A terra será limpa de toda a idolatria (v.18). “...Isto teve cumprimento em Zorobabel, Esdras e Ageu...  quando a adoração a Deus foi restaurada e houve uma reforma de muitos abusos da religião; e novamente nos tempos dos Macabeus; e terá um grande cumprimento no tempo da conversão dos judeus...” (Gill). Os judeus restaurados pelo Messias serão um povo diferente. Terão um só coração, isto é, não estarão mais divididos entre Deus os ídolos. Receberão o Espírito Santo e terão um coração de carne (sensível) e não mais um coração de pedra (endurecido). Deus quer a obediência de Seu povo, por isso, Ele o transformará. Nem todos os judeus se converterão, assim como foi no cativeiro. São “aqueles que permaneceram em Jerusalém e não foram levados cativos, mas continuaram em sua própria terra e adoraram ídolos, os mesmos que em Ez 11:15” (Gill). Esses preferiram andar em suas idolatrias e receberão o juízo merecido (v.18-21).

 

“Ezequiel segue Jeremias ao falar da necessidade de uma religião espiritual. É evidente que Deus

deseja uma religião do coração. Não há mais como reparar o coração. É necessário um novo. Deve-se deixar o formalismo para trás. A ênfase espiritual lhes permite uma proximidade com Jeová que transforma o pensamento, a adoração, a conduta e a lealdade. Como dádiva especial, recebem de Deus um novo espírito (cf. Ez 18:31; 36:26s).”[15]

 

8.A glória do Senhor tem um lugar: no alto. O crente deve contemplar a glória do Senhor que comparada às coisas terrenas é infinitamente superior. É uma imagem triste. A glória do Senhor deixou o Templo e agora deixa a cidade. Os pecados fazem separação entre Deus e os homens. O profeta Ezequiel passa a contemplar os cativos na Babilônia. Lá relatou suas visões. O que aconteceu até esta altura do livro. Isto serviria de consolo aos anciãos, pois Deus ainda falava através do profeta (v.22-25).

 

Capítulo 12: O cativeiro e o seu propósito

1.A glória do Senhor deixou o templo, porém, Deus não deixou de revelar as profecias para Ezequiel. Embora Ezequiel já saiba disto o Senhor diz ao profeta que o povo com o qual está lidando é rebelde e que não usa as faculdades que Deus deu para obedecê-lo. O profeta Ezequiel deve mudar de lugar e isso deve ser feito para que o povo rebelde veja. Não era para sair da casa onde estava no modo convencional, pela porta, mas o profeta devia abrir um buraco na parede e tirar suas coisas por ali para todos verem. Ezequiel cobriria o rosto para não ver a terra, mas todos o veriam carregando sua bagagem nos ombros (v.1-6).

 

2.Ezequiel obedeceu ao Senhor em todos os detalhes: durante o dia pegou a bagagem, cavou o muro e carregou a bagagem nos ombros à vista de todos. A explicação de tudo aquilo só veio na próxima manhã. O servo do Senhor obedece, ainda que o Senhor não ofereça toda a explicação. O profeta teria a resposta de Deus para quando questionassem sobre o que ele estaria fazendo. O fardo em seus ombros são o príncipe de Jerusalém e toda a nação que serão levados ao cativeiro. Cada detalhe da “dramatização” do profeta será cumprido: bagagem no crepúsculo, parede escavada e rosto vendado. Este castigo vem do próprio Deus sobre o príncipe e a nação e não haverá quem socorra, pois o próprio Deus não permitirá. Haverá uma dispersão e todos saberão que foi a mão de Deus. Os que restarem servirão de testemunho às nações sobre a poderosa mão pesada de Deus. O profeta estava interpretando os líderes fugindo, mas sendo capturados pela Babilônia. Foi o que aconteceu com o rei Zedequias (v.7-16).

 

3.A palavra do Senhor para o profeta é cheia de tensão até para os momentos de tranquilidade, ou seja, na alimentação. Todo o povo sentiria a mesma tensão, pois Deus resolveu destruir a terra de Judá por causa de sua rebeldia. Todos saberão quem é Deus (v.17-20).

 

4.As falsas palavras de paz e o descaso para com o julgamento de Deus são denunciados por Ele mesmo e agora será o cumprimento das profecias de juízo. As profecias falsas que prediziam paz não existirão mais no cativeiro, mas somente a palavra certeira do Senhor. Os rebeldes até consideram as profecias de Ezequiel, porém, descansam nos próprios pensamentos, achando que demorarão para serem cumpridas (v.21-28).

 

“A palavra da profecia, entregue pelos verdadeiros profetas, nunca falham, mas sempre se cumpre; como essa a respeito do cerco ou Jerusalém e o cativeiro dos judeus.”[16]

 

Capítulo 13: Profecias contra os falsos profetas

1.O profeta Ezequiel teria a difícil tarefa de denunciar os falsos profetas que proferiam palavras vãs do coração, seguindo seu próprio desejo, mas que na realidade não viam nada do Senhor. Os falsos profetas são como raposas no deserto. Os falsos profetas nada fizeram para proteger Israel. Não reparam as fendas e nem fizeram uma cerca de proteção. A adivinhação deles é mentirosa e dão esperança enganosa às pessoas, pois o Senhor não confirma as suas falsas profecias e, por isso, Ele está contra os falsos profetas. O castigo do Senhor cairá sobre os falsos profetas e isto será testemunho a todos (v.1-9).

 

“A primeira coisa, então, que merece atenção no julgamento de Ezequiel sobre falsa profecia é sua afirmação de sua origem humana puramente subjetiva. Ao abrir a sentença, ele pronuncia um ai sobre os profetas... (Ez 13.3).”[17]

 

Eles não estarão na assembleia do povo

Não terão os nomes escritos no livro de registro da nação

Não entrarão na terra, quando o povo retornar

 

2.Os falsos profetas seduzem o povo com a falsa paz e mandam construir muros seguros, mas Deus destruirá esses muros com tempestades. O profeta deve alertar o povo a esse respeito. O povo não devia buscar explicações diversas sobre a queda dos muros construídos, pois o Senhor mesmo arrancou os muros com Sua fúria. O juízo de Deus derrubará os muros rebocados bem como os rebocadores que são os falsos profetas (v.10-16).

 

3.O profeta Ezequiel, também, deveria profetizar contra as falsas profetizas. Elas se sentiam seguras e pretendiam colocar o povo em armadilha. Fazer travesseiros era um método de superstição e feitiçaria também. As falsas profetizas profanam o Senhor no meio do povo para ganhar sustento, dando esperança para quem Deus não dá e tirando a esperança daqueles que Deus quer salvar. São mentirosas. Deus resgatará as almas dessas mulheres perversas, tirando o povo da terra para que não seja caçado por elas. A destruição das falsas profetizas servirá de testemunho do poder de Deus (v.17-23).

 

Capítulo 14: O castigo de Deus contra os idólatras e toda a nação e o remanescente

1.O profeta Ezequiel era a única fonte de consulta naquele momento difícil de cativeiro e, por isso, anciãos o procuraram. Deus sempre falava por meio de Ezequiel, mas as palavras quase sempre eram duras e cheias de denúncias. O Senhor nem mesmo estava disposto a responder as perguntas daqueles idólatras, contudo, resolveu responder conforme a idolatria deles. Deus apanha a nação em sua própria idolatria e manda que os idólatras se arrependam. O Senhor marcará o idólatra e o surpreenderá, cortando-o de Seu povo. Deus poderá enganar os idólatras através de “espírito de mentira... como aos profetas de Acabe (1 Rs 22:22-23)” (Gill). Quando esperarem paz virá a destruição. Ambos sofrerão o castigo: o idólatra e o profeta enganador. O propósito de Deus é o arrependimento da nação, propriedade exclusiva do Senhor (v.1-11).

 

“Deus condenou aos anciões por adorar ídolos em seus corações e logo atrever-se a vir ao profeta de Deus em busca de conselho. [Exteriormente] parecia que adoravam a Deus. Faziam visitas regulares ao templo [onde] ofereciam sacrifícios, mas não eram sinceros. [É] muito fácil para nós criticar aos israelitas por adorar ídolos quando era tão claro que necessitavam a Deus. Entretanto, nós temos ídolos em nossos corações quando procuramos reputação, aceitação, riqueza ou prazer sexual com a intensidade e compromisso que deveriam ser reservados [somente] para Deus.”[18]

 

2.Deus trará castigo à nação por sua desobediência. Haverá fome e matança de homens e animais. Somente os justos Noé, Daniel e Jó se livrariam se estivessem na cidade. Os castigos de Deus sobre a cidade são fome, feras selvagens, espada, peste. Ninguém terá o direito de restaurar a segurança da nação quando Deus enviar animais ferozes. Até os filhos de Noé, Daniel e Jó não se livrariam, mas somente eles ficariam livres. Evidentemente, se os filhos desses não fossem fiéis, pois o Senhor não condena ninguém que descansa em Sua Palavra. “Como Noé e sua família na arca, no meio das bestas selvagens; e Daniel na cova dos leões; e Jó que estava em paz com as bestas do campo (Jó 5:23)” (Gill). Deus protegerá o remanescente, tirando da cidade. Estes verão o seu feito e serão consolados pelo que o Senhor fará com Jerusalém. O remanescente servirá de testemunho para confortar outros e mostrar que o Senhor teve uma razão para pesar a mão sobre a cidade (v.12-23).

 

Capítulo 15: A nação de Israel comparada à madeira de uma videira

1.O profeta Ezequiel recebe a palavra do Senhor. Deus faz perguntas retóricas. A trave de uma videira é inútil se não produz frutos. Os galhos de outras árvores, talvez sejam até melhores por causa da utilidade como viga. “Plínio [historiador náutico] fala de algumas raridades feitas de madeira da videira, mas não de uso comum e, não de qualquer videira, mas de algumas especiais, favorecidas pela atmosfera e solo” (Gill, v.3). Tal madeira é cortada e lançada ao fogo e depois de queimada, jamais se aproveita o que resta ou recupera-se do fogo alguma parte, pois se não serviu estando inteira, muito menos depois de queimada (v.1-5).

 

2.Os habitantes de Jerusalém serão dados ao fogo do cativeiro à semelhança da madeira da videira. O Senhor ficará contra o povo. Quem escapar de um fogo não escapará de outro. Quem escapar da espada, não escapará da pestilência. A terra de Israel ficará desolada por causa da transgressão da nação. Estas profecias são verdadeiras, pois é o próprio Deus quem as fala. A seguir, no próximo capítulo, o profeta descreve as graves transgressões (v.6-8).

 

“O capítulo 15 mostra que a vinha, completamente inútil, se não produz fruto, serve apenas para combustível e para ser consumida. Assim, deve acontecer com os habitantes de Jerusalém. Um quadro impressionante de sua destruição e da condição de Jerusalém, a qual não era mais digna.”[19]

 

Tempo para avaliar seus próprios caminhos (Ez 11-15)

1.Tempo para avaliar se não estamos ironizando o juízo de Deus (11.3,5)

2.Tempo para avaliar quando alguém morre (11.12-13)

3.Tempo para avaliar se não é necessário uma mudança de vida (11.17-21)

4.Tempo para avaliar se não estamos fugindo de Deus e sua disciplina (12.4-7,12-13)

5.Tempo para avaliar se não estamos achando que Deus não cumpre suas promessas (12.28)

6.Tempo para avaliar se não estamos nutrindo uma falsa paz (13.10-16)

7.Tempo para avaliar se não estamos protegendo os ídolos do nosso coração (14.4-7)

8.Tempo para avaliar se não estamos nos apoiando na fé de outros (14.14,16,18,20)

9.Tempo para avaliar se não nos consideramos árvore quando somos apenas ramos (15.2-6)

 

Capítulo 16: A origem, a rebeldia e a restauração de Judá

1.O objetivo dessa profecia é fazer com que o povo de Judá se lembre de sua origem e rebeldia, mas também a sua restauração. Abrão veio da terra dos caldeus, mas seu filho Isaque nasceu em Canaã. O Senhor quer enfatizar a origem do povo para que ninguém se glorie do nobre nascimento em alguma “nação celestial”, pelo contrário, o povo surgiu de terras idólatras. Abrão dos caldeus; Isaque dos cananeus. Abrão e Sarai eram “...caldeus; nem amorreus e nem heteus; mesmo assim, porque habitaram entre eles, são assim chamados...” (Gill). O umbigo de Judá não foi cortado, quando de seu nascimento. Isto significa que logo no início a nação de Israel já corria risco de vida. A nação tampouco foi lavada do sangue do nascimento. Isto mostra que a nação veio de uma mãe comum, inclusive, pecadora. Usava-se o banho de sal misturado com água “...como detergente das impurezas, para prevenir a putrefação, secar os humores e enrijecer a carne e consolidar as partes [do corpo]” (Gill). A nação não foi nem enfaixada, prática obrigatória quando nasce um bebê “para trazer os vários membros do corpo em forma... e essas coisas precisam ser feitas imediatamente e são, como Kimchi observa, legais de serem feitas mesmo no sábado, conforme as tradições dos anciãos.” (Gill). Portanto, os cuidados preliminares não foram tomados com a nação de Israel e, por isso, essa nação não pode se ufanar como se fosse melhor do que todos os outros povos. Nenhum povo se compadeceu de Israel, mas foi lançado no mundo e odiado por todos. Antes de pensarmos que este texto fala da “crueldade de Deus”, devemos pensar que está mostrando que Israel foi uma nação odiada desde o início. O antissemitismo começou com o início da nação (v.1-5).

 

2.O Senhor ainda mantém a ilustração do nascimento e desprezo de um bebê. Deus viu Israel abandonada e ainda com sangue. Isto nos faz lembrar do estado em que se encontrava a nação no Egito. Continua a linguagem do bebê que agora se transforma numa linda menina na puberdade, época em que os seios crescem e os cabelos crescem, “um eufemismo, expressão de puberdade, para as mulheres que atingem doze anos de idade.” (Gill). Israel ainda estava nua e descoberta quando saiu do Egito. “Jarchi e Kimchi interpretam isto como sendo Israel sem os mandamentos.” (Gill). A bela figura de um homem que encontra uma mulher em estado de vergonha e estende seu manto para cobrir-lhe a nudez e acabou tomando-a para si. Isto o Senhor fez ao resgatar Israel do Egito. Deus ungiu Israel com óleo “... com o qual os sacerdotes, o tabernáculo e os vasos eram ungidos.” (Gill). A nação ficou bem vestida e calçada com pele de texugo “a mesma cobertura do tabernáculo (Êx 26:14) ” (Gill). O Senhor adornou essa moça (Israel) com os mais belos adereços. A lei de Moisés com seus juízos e estatutos adornam a nação de Israel, pois o mandamento é santo, justo e bom. Usavam-se joias que desciam da testa até o nariz e boca. Israel foi adornada de ouro e prata, linho, seda e bordadura. Isto faz alusão às coisas do tabernáculo. A nação foi alimentada de flor de farinha, lembrando assim os sacrifícios e ofertas. A terra de Canaã rica em mel e oliveiras. A nação foi cuidada até chegar a ser rainha, ou seja, chegou até ao sistema monárquico com Saul. A fama de Israel espalhou-se pelas nações. Lembre-se da rainha de Sabá. A graça e formosura da nação eram todas devido a Jeová que cuidou dela desde bebê (v.6-14).

 

“Quando ela estava crescida, o Senhor fez um compromisso de cuidar dela para sempre (cf. Sl 132.13-17). Estender um manto sobre alguém era um costume naquela cultura para compromisso de casamento e para sustentar alguém (Rt 3.9).”[20]

 

3.Essa linda moça, Israel, confiou demais em sua beleza e começou a se engraçar com cada um, tornando-se uma prostituta. Isto, evidentemente, fala da idolatria. A nação se corrompeu após outros deuses. O auge da idolatria de Israel já foi. “... depois do cativeiro babilônico a adoração de ídolos não foi praticada pelos judeus; nem é até hoje...” (Gill). ”... os papistas [nome pejorativo para os católicos] até hoje cobrem seus ídolos, a imagem da Virgem Maria e outros santos, com rica indumentária, para chamar a atenção, admiração e reverência do povo para elas” (Gill). Os sacrifícios e ofertas para o Senhor foram transferidos para os outros deuses e, além disso, os próprios filhos serviam de combustível para os sacrifícios pagãos. O Senhor apela para os dias antigos, quando Israel foi resgatada por Ele. A indignação do Senhor é nítida pelos “ais”. A nação fez altares por toda a cidade, fazendo com que sua beleza se transformasse em abominação. “Alargaste os teus pés...” ou “Alargastes as pernas...” é “um eufemismo, significando a exposição para ver as partes íntimas para seduzir abraços impuros...” (Gill). Judá se prostituiu com o Egito, nação que um dia oprimiu a nação de Israel e que Deus de modo maravilhoso libertou para nunca mais voltar ou depender de nada daquela nação. “...a alusão é a uma mulher impudente e de desejo sexual insaciável, que cobiça homens... (Ez 23.20)...carne aqui significa [o órgão genital masculino]...” (Gill). Deus trouxe fome à nação de Judá como forma de castigo por sua prostituição e, pelo menos parte de Judá, será entregue aos filisteus, antigos inimigos da nação. Israel se prostituiu com os assírios ao buscar ajuda. A nação é insaciável, não se contenta com o seu marido, mas vive buscando outros para se prostituir (v.28-29, 2 Rs 7.10-11). Se por um lado Israel se tornou uma prostituta de luxo, por outro lado tornou-se de coração fraco e, ainda, tornou-se pior que a meretriz, pois se entregava de graça, ou seja, Israel é uma adúltera que resolveu não receber, mas pagar para se prostituir (v.15-34).

 

4.“A sentença está quase para ser pronunciada; determinada a ser morta com a espada, ser apedrejada e queimada; o crime é para ser lido em nome da meretriz, da mesma forma com um povo apóstata...” (Gill). Tudo ficou descoberto na vida dessa prostituta. A imundície que os rabinos diziam tratar-se de doenças venéreas, a nudez e os ídolos e os sacrifícios dos próprios filhos a esses ídolos. Tudo ficou patente, à vista daquele tribunal. A nudez dela será apresentada a todos os amantes juntos. Os que ela amou (“...egípcios e assírios...”) e os que ela odiou (“...filisteus, moabitas e amonitas...”) (Gill). O julgamento de Deus contra a nação vai além de um juiz julgando uma prostituta, mas ela está sendo julgada como adúltera e culpada de sangue e tudo isto por um marido ciumento e furioso, o próprio Deus. O cativeiro traria vergonha. A nação entregue às outras, os lugares de adoração derribados, as roupas arrancadas, as pessoas levadas como prisioneiras e as joias, isto é, os vasos do Templo serão despojados. Saberão qual o poder das catapultas e sentirão os cutucões das espadas. As mulheres vizinhas presenciarão o julgamento de Israel, a saber, os filisteus, amonitas, edomitas. Assim a ira do Senhor descansará sobre a nação e, finalmente, Deus Se aquietará (v.35-43).

 

5.A zombaria se torna inevitável neste caso. Israel, a nação santa chega a este estado deplorável. O antigo provérbio se encaixa aqui: “Tal mãe, tal filha”. Isto significa que Israel não foi melhor que sua mãe, Canaã, que traía o marido (Jeová) e sacrificava os filhos. As irmãs de Israel são Samaria e Sodoma. São as piores referências que alguém podia ter. Eram nações idólatras e perversas, contudo, Israel superou essas nações quanto ao pecado (v.46-48, Mt 11.23-24). As acusações contra Sodoma são: orgulho, abundância de pão, ociosidade e falta de caridade. Por isso, Deus tirou Sodoma de seu lugar. Nem Samaria pecou metade dos pecados de Israel. Com isto Deus ficou “sem argumentos” para castigar Samaria. Isto acontece quando os crentes superam os incrédulos em pecado. Deus trará os cativos de Sodoma e Samaria e o povo de Israel se misturará a elas. Israel trouxe consolo a estas nações pagãs, fazendo-se como elas em seus pecados. É bem comum do ser humano nem mencionar os que estão em condição inferior, porém, quando o castigo vem e o orgulho cai, o arrogante passa a considerar mais os outros, visto que se encontra na mesma situação. Esta é uma grande lição para os que não pensam nos pecadores (v.44-59).

 

6.Aquela moça linda e pura ainda está na mente de Deus. Por isso, Ele está disposto não só renovar o concerto, mas fazer um novo concerto, este de caráter eterno. Israel receberá as nações irmãs neste concerto eterno. Nações se converterão ao Senhor. Portanto, a queda de Israel trouxe bênçãos para o mundo, mas a sua restauração fará ainda mais. O concerto que Deus fará com a nação de Israel será perpétuo e eficaz, pois a nação reconhecerá que o Senhor é Deus. Um dos aspectos da graça derramada em vidas é o senso de fraqueza diante do grande amor de Deus. A vergonha por ter se afastado de um Deus tão misericordioso (v.60-63).

 

Capítulo 17: As duas águias e a vinha

1.Deus quer ensinar Israel através de mais uma comparação. Uma águia de muitas penas, de várias cores, tocou o mais alto ramo do cedro no Líbano. A águia levou o ramo para a terra de mercadores. Tomou a semente e colocou com cuidado num campo frutífero, junto às águas. Resta-nos saber se “com prudência” tem algo a ver com “como um salgueiro”. Algumas versões dizem “com prudência” e omitem “como um salgueiro”. Explica-se pelo fato de que o salgueiro precisa de muita água e o ato de plantar o ramo do cedro junto às águas mostra que a águia agiu com prudência, lidando com o cedro como se fosse um salgueiro. O cedro que foi plantado como se fosse um salgueiro tornou-se numa videira baixa, com raízes, cujos ramos se espalhavam, lançando de si pequenos ramos. Surgiu outra águia com muitas penas. As raízes da videira se moveram em direção dessa águia para receber água dela através dos sulcos da plantação da videira. A videira estava num lugar privilegiado, com águas, para produzir ramos e bons frutos, enfim, para ser uma boa videira. A videira não prosperará, pois o Senhor arrancará suas raízes e para isto não precisará usar muita gente. Um vento oriental fará com que suas raízes se sequem, desde o sulco (v.1-10).

“Ele tomou também da semente da terra e plantou-a ao lado das águas para que pudesse espalhar a vinha e para que os seus galhos fossem adiante de quem plantou – a elevação de Zedequias ao trono de Nabucodonozor como um monarca feudal [um rei-servo]”[21]

 

2.O rei da Babilônia invadiu Jerusalém e tomou o rei e os príncipes de lá. A Babilônia é comparada a uma águia cheia de penas, isto é, “cheia de... cidades, torres, pessoas, armas e riquezas” (Gill, v.3). “A monarquia babilônica é ilustrada por um leão com asas de águia.” (Gill). “Um da família real... pela semente da terra (17.5). Matanias, filho do Rei Josias, tio de Jeconias; a quem Nabucodonozor chamou Zedequias...” (Gill). Este rei foi controlado pela Babilônia. Zedequias deixou que pegassem os ramos que eram os nobres, as riquezas e tudo o mais. Através do concerto do rei de Israel com Babilônia, a terra de Deus ficaria tributária à babilônia e subsistiria dessa maneira. O rei Zedequias quebrou o concerto com Nabucodonozor, mas as raízes dele não se viraram para o Senhor e sim para o Egito, outra águia. Deus não apoiará a decisão do rei Zedequias e este morrerá na terra daquele a quem ele traiu, ou seja, Babilônia (v.11-18).

 

3.O concerto que o rei Zedequias quebrou não foi para com a Babilônia, mas para com o próprio Deus. Nesta altura, o melhor que o rei faria era se entregar a Nabucodozonor, pois o castigo era de Deus e não da Babilônia. Deus caçará o rei Zedequias e o entregará a Babilônia. Juntamente com o rei Zedequias, todos os que tentarem fugir da invasão babilônica serão ou presos e levados para lá ou mortos à espada ou espalhados para outras terras. O certo é que serão desterrados de Judá. Deus tomará do alto cedro, isto é, a nação de Judá e pegará o principal renovo, ou seja, da família de Davi e plantará sobre o monte alto e sublime que é o monte Sião, Jerusalém. Esta é uma linda profecia messiânica. O Messias sai do principal renovo desse cedro. Jesus Cristo é da família de Davi. Ele estabelecerá o seu reino no monte Sião, em Jerusalém. O Messias produzirá outros ramos, ou seja, pessoas se converterão a Ele. Debaixo Dele habitarão aves de todo tipo de asas. Isto mostra que não só judeus, mas pessoas de todas as nações se converterão ao Messias e habitarão debaixo de sua sombra. Sem dúvida isto nos leva para João 15. A queda da nação de Israel fará com que outros conheçam o Messias e a restauração da nação servirá de testemunho e bênção para todas as nações, também (v.19-24).

 

Capítulo 18: A responsabilidade individual do pecador

1.O povo cativo estava usando um provérbio antigo para tentar entender o porquê do cativeiro. Uvas azedas causam uma sensação estranha nos dentes, mas é claro, somente para aquele que as come. Em outras palavras, os cativos achavam que não eram merecedores daquele castigo, mas que estavam pagando pelos pecados dos pais (ver Jr 31.29, Lm 5.7). Deus como o Criador do Universo tem o poder sobre todas as pessoas e, portanto, tem o direito de matar o pecador. Deus isenta o obediente da morte. A questão é quem é este (v.1-9)?

 

“A declaração de Deus, no segundo mandamento, que Ele visitaria os pecados dos pais nos filhos, por três ou quatro gerações, tem sido traduzido nesse estranho provérbio. Manassés e os que foram seduzidos por ele para a perversidade, maior do que dos amorreus, morreram a muito tempo; por que, eles ainda questionavam, por que deveriam ser punidos por esses pecados? Certamente, os caminhos de Deus são diferentes, isto é, os dentes dos filhos deveriam [amarrar] por causa das uvas verdes, as quais eles não comeram, mas os pais; e que os pecados de um homem deveriam ser visitados sobre sua posteridade inocente. A resposta de Ezequiel... é que... não haveria mais ocasião para usar esse provérbio em Israel.”[22]

O justo (v.5)

O que dá do seu pão ao faminto (v.7)

O que não come sobre os montes (v.6)

O que dá roupas ao que não tem (v.7)

O que não levanta os olhos para os ídolos de Israel (v.6)

O que não é agiota (v.8)

O que não contamina a esposa do próximo (v.6)

O que não empresta com interesse (v.8)

O que não tem relações com a mulher no dia da separação (v.6)

O que desvia a sua mão da iniquidade (v.8)

O que não oprime ninguém (v.7)

O que julga com justiça as causas entre os homens (v.8)

O que devolve o penhor do devedor (v.7)

O que anda nos estatutos de Deus (v.9)

O que não rouba (ou pratica violência, v.7)

 

 

2.É possível um homem bom gerar filhos maus. Até mesmo um ladrão ou assassino. “... pois a graça não é conduzida através da criação natural, embora o pecado seja...” O filho morrerá por causa de seus próprios pecados. A bondade do pai não o livrará (Gill). Há o caso também do pai perverso gerar um filho que não cometa os pecados do pai. O filho não morrerá por causa dos pecados do pai. É pensamento comum que as famílias estão ligadas pelo pecado. Isto é verdade no princípio da “Solidariedade da raça” em Romanos 5, sendo que Acã foi um exemplo disto em Josué. Porém, a responsabilidade espiritual das obras fica por conta de cada pecador (v.10-20).

 

3.O pecador arrependido de suas obras más não morrerá. Não há lembrança da parte de Deus pelos pecados que o pecador arrependido cometeu. Tal pecador arrependido praticou um ato de justiça que o absolveu de toda a culpa. O ato de justiça é o arrependimento. Colocar uma carga sobre o arrependido é antibíblico. Deus não se agrada com a morte do pecador. De fato, Ele deseja que o pecador se arrependa de suas más obras para que não seja condenado. Isto concorda com 1 Tm 2.4. Por outro lado, há também o justo que se desvia do bom caminho e pratica as más obras. Este não receberá a mesma misericórdia daquele pecador arrependido. Certamente morrerá. Enquanto Deus não se lembra dos pecados do arrependido, Ele também não se lembra das boas obras daquele que era justo, mas se desviou. O pecador que não está arrependido argumenta a maneira de Deus. Parece que no fundo aquele que outrora foi justo pensa que pode acumular uma cota de boas obras para livrá-lo no dia de rebeldia. Os caminhos de Deus são justos; os caminhos do pecador são tortuosos. Há tempo para o arrependimento. Deus salva o perverso arrependido de seus pecados. O conceito do homem não é igual aos caminhos de Deus (v.11-29).

 

4.O juízo de Deus continua contra os pecados e contra os pecadores. Cada um será julgado segundo suas próprias obras. Porém, a mão de Deus está pronta para receber o pecador arrependido e a situação pode se reverter. Seria um desperdício morrer, sendo que é possível alcançar restauração. A única atitude do pecador é o arrependimento, como consequência, por causa do espírito novo dado por Deus, o pecador abandona suas práticas pecaminosas. Deus repete que não tem prazer na morte do pecador. O prazer do Senhor está no arrependimento do pecador (v.30-32).

 

Capítulo 19: A lamentação pelos príncipes de Israel (Leões e Videira)

1.Se comparássemos os líderes das Igrejas aos leões, diríamos que alguns pararam de rugir e não mais “assustam” os inimigos, porém, destroem a si mesmos. Assim como os reis de Judá pouco antes e durante o cativeiro babilônico. Deus comparou a nação de Judá a uma leoa que produzia filhotes que se tornavam leões, mas logo eram caçados e não rugiam mais. O profeta Ezequiel tinha a difícil tarefa de “rugir” profecias de condenação contra a leoa (a nação de Israel). Os líderes da Igreja são semelhantes aos líderes de Judá, ou seja, são comparados a leões. Os leões podem se tornar autodestrutivos quando são criados em alcateias erradas. “... Os príncipes são Jeocaz, Jeoaquim, Jeconias e Zedequias, os quais são reis, embora chamados príncipes, sendo essas palavras sinônimos; ou, se são chamados assim de modo diminuído [pejorativo], a razão pode ser, porque se tornaram tributários, seja do rei do Egito ou do rei da Babilônia.” (Gill). A mãe de Zedequias refere-se a todo o povo de Israel. “Ela é como uma [leoa], não por sua força e glória, mas por sua crueldade e rapina; pois necessita de humanidade, misericórdia e justiça...” (Gill). Essa leoa está deitada entre leões. Isto significa que o povo de Israel descansou entre as nações que ofereciam uma falsa paz e por fim foi devorada por esses leões, tais como a Assíria, o Egito e a Babilônia. Os filhotes da leoa foram nutridos entre os leões. A nação de Israel criou seus príncipes entre povos perversos e cruéis. Quando os líderes das Igrejas não têm suas raízes na doutrina verdadeira se tornam agressivos contra o seu próprio povo. Nunca a Igreja precisou tanto de identificação como agora. Os vários movimentos são como alcateias diferentes. Alguns leões (líderes) pegam um pouco daqui outro pouco dali e o resultado é trazer críticas para a sua própria alcateia. Se não abraçarmos nossa alcateia o resultado será autodestruição (v.1-2).

 

2.Os leões se tornam autodestrutivos quando devoram uns aos outros. Um dos filhotes se destacou por sua crueldade para com o povo. “Este foi Jeoacaz, a quem o povo da terra tomou e ungiu-o e o fez rei em lugar de Josias seu pai (2 Rs 23.30) (Gill). As nações ouviram falar desse jovem leão, mas ele foi pego como se pega um leão, na cova. Para ler sobre esse jovem leão, Jeoacaz, veja 2 Rs 23.30-34 e Is 37.29. Líderes que não amam sua própria “alcateia” estão em perigo duplo: primeiro serão julgados por Deus e segundo as outras alcateias acabarão com eles. Líderes que querem buscar outros movimentos acabarão caindo na própria cova, perdendo a comunhão com o povo verdadeiro e perdendo a doutrina verdadeira (v.3-4).

 

3.A mãe esperou o seu filhote que não retornou, então, tomou outro filhote e fez dele rei, também. Esse foi Jeoaquim ou Eliaquim (Jr 22.10-12). Andando com leões, esse filhote de leão se tornou um jovem leão cheio de tirania (Jr 22.13,17). Esse jovem leão tornou-se um traidor e assolou sua própria cidade, subjugando-a a impostos. O rugido desse leão era assustador (Pv 19.12). O fim desse jovem leão também foi a cova. Os seus caçadores foram os caldeus, sírios, moabitas e amonitas (2 Rs 24.1-2). Silenciaram o rugido desse leão feroz (2 Cr 36.6). Este será o fim dos falsos mestres, falsos irmãos e maus líderes (Jd 13). Se não vier o Arrebatamento ou um arrependimento sobre a Igreja, hoje, é possível que estaremos prestes a ver um julgamento maciço contra os falsos irmãos. É bom que os leões (líderes) cruéis sejam silenciados, mas é necessário que os leões (líderes) da nossa alcateia rujam cada vez mais forte contra os inimigos e nos protejam. Os que ainda são filhotes de leão procurem continuar na alcateia e os que já são leões que rujam com autoridade por causa do amor aos leõezinhos. Algumas alcateias: Pastor-igreja; Líderes-escola; Pais-filhos; Alunos-colegas. (v.5-9).

 

“Jeoaquim logo se mostrou não menos digno do que Jeoacaz. A ‘espera’ do povo foi durante a ausência de seu justo senhor Jeoacaz, um cativo no Egito, enquanto Jeoaquim, a quem consideravam um usurpador, estava no trono.”[23]

 

4.Ezequiel recebeu a difícil missão de sentenciar o povo de Judá para o cativeiro. Através de várias ilustrações Deus falou ao povo por meio de Ezequiel. A Igreja do Senhor Jesus Cristo não é Israel, porém, igrejas locais que se desviam do reto ensino e falsos mestres que surgem com seus movimentos se tornam semelhantes e prestes ao “cativeiro” da mão do Senhor. Embora seja inevitável que aconteça, pois o contexto da Igreja mostra que muitos não se arrependerão, assim como muitos de Israel, os profetas de Deus devem advertir. Não perdendo de vista que Israel é Israel e Igreja é Igreja, há ensino de sobra neste texto advertindo a Igreja contra os falsos ensinos. Deus abençoou Israel e a Igreja com riquezas. A palavra “dam” em hebraico significa “sangue” ou “vida”. Portanto, a mãe é o povo de Israel que tem o mesmo sangue (descendência), assim como uma videira que espalha os seus ramos. O povo de Israel foi plantado junto às águas. Isto significa que Deus deu ao povo riquezas e saúde e grande descendência. A Igreja, semelhantemente, foi plantada neste mundo em Cristo Jesus, portanto, é rica e saudável. Nada falta para Igreja. Nem pessoas, nem dons, nem líderes, nem preparo intelectual, nem comunhão, nem dinheiro. A Igreja é rica (v.10).

 

5.Essa videira desenvolveu galhos fortes que serviram de cetros para os reis. De fato, a nação de Israel se fortaleceu e teve exemplos de reis fortes, pensando nos reis da nação antes da divisão e mesmo depois com a nação de Judá, o reino do Sul. Alguns reis da nação se elevaram acima dos demais e acima dos reis de outras nações, como nos casos de Davi e Salomão. A Igreja também é sacerdócio real (1 Pe 2.9). Reinaremos com Cristo em Seu reino, tendo Davi como co-regente. Hoje, a Igreja não tem reis, mas possui líderes. Não existe falta de líderes, mas falta de líderes santos. Onde quer que se levantar um grupo de crentes, Deus concederá líderes para melhor equipar aquele grupo (v.11).

 

6.O vento norte, ou seja, os caldeus, secou os frutos dessa videira. O cativeiro arrancou essa videira. As portas da cidade foram queimadas como se queima uma videira seca. A Igreja não será desarraigada deste mundo até o Arrebatamento, porém, a pergunta é: “Haverá fé na terra quando o Filho do Homem vier?” A verdadeira Igreja invisível não sofrerá dano, porém, a Igreja visível já está sofrendo pelos ventos fortes (do norte, sul, leste e oeste). Paulo alertou-nos sobre esses ventos (Ef 4.14). Muitos frutos da Igreja já foram secados, muitas igrejas já foram arrancadas e tiveram suas portas queimadas. O inferno não prevalecerá contra a Igreja, porém, Satanás arrastará quem ele puder para fora e usará os de dentro (v.12).

 

7.O destino do que sobrou dessa videira foi uma terra deserta e sedenta, a Babilônia. A nação de Israel foi arrancada de seu lugar e replantada numa terra miserável. Se não vier o Arrebatamento ou um arrependimento sobre a Igreja, hoje, é possível que estaremos prestes a ver um julgamento maciço contra os falsos irmãos. Arrancar a videira de um lugar fértil e replantar num lugar árido é desastroso. A Igreja perdendo sua fertilidade está correndo o risco de se tornar seca, deserta e sem vida (v.13).

 

8.A situação já estava ruim quando saiu fogo de um dos ramos e consumiu o fruto dessa videira que já estava fraca. Isto aconteceu quando o rei Zedequias se rebelou contra a Babilônia (2 Rs 24.20). Não houve mais vara forte na videira, assim como não houve mais rei em Israel. Os frutos foram destruídos, assim como o povo da nação foi levado ao cativeiro. Como se não bastassem os de fora, os próprios líderes da Igreja têm destruído a plantação de Deus. A tendência é sumirem os verdadeiros líderes e restarem apenas galhos secos e folhas caídas. É verdade que “as portas do inferno não prevalecerão”, mas também é verdade que Paulo disse que quem destruir o santuário, que é a Igreja, Deus o destruirá (1 Co 3.17). Mas assim como Israel não pode ser destruída, a Igreja participará do reino eterno com Israel. Prepare-se! (v.14).

 

 

 

 

Capítulo 20: Os pecados da nação de Israel

1.A respeito das datas Gill assim escreveu: “[aconteceu no sétimo ano] do reinado de Zedequias e do cativeiro de Jeconias; daí são tiradas as datas das visões e profecias de Ezequiel (1.2,8.1); dois anos, um mês e cinco dias após Ezequiel começar a profetizar e onze meses e cinco dias após a profecia anterior: [no quinto mês, o décimo dia do mês]; o mês Ab, o qual corresponde a nós Julho e Agosto; neste dia Jerusalém foi duas vezes destruída, primeiro pelos caldeus e então pelos romanos...” (Gill). Os líderes, agora preocupados, buscaram Ezequiel para fazer-lhe perguntas. É necessário sofrimento, muitas vezes, para que a liderança se desperte para o Senhor e Sua Palavra. Inquirir pode ser bom, mas o tempo para isso já havia passado. Deus já havia planejado o cativeiro para o povo. “... Este foi o caso de Saul, a quem Deus, quando inquirido por ele, não responderia de qualquer maneira usual (1 Sm 28.6).” (Gill). Deus se dirige ao profeta Ezequiel e lança uma pergunta retórica: “Tu os julgarias?” Isto quer dizer mais ou menos isto: “Tu os justificaria... defenderia a sua causa, rogaria por eles? Certamente que não...” (Gill). O povo está neste estado por causa de sua própria perversidade e não dos pais. Estão apenas imitando o que os pais também fizeram. É muito arriscado tentar defender os culpados. A mão de Deus caiu sobre Sodoma e Gomorra e Ló não devia defender a cidade, mas somente ficar aflito por ela. Da mesma forma, Noé não devia abrir a porta da Arca se pudesse, pois o povo teve tempo de se arrepender, mas não o fez (v.1-4).

 

2.O povo tem várias razões para reconhecer o amor de Deus.

 

1) Israel foi escolhida por Deus (v.5)

2) Israel é a semente de Jacó (v.5).

3) Deus Se fez conhecido para Israel no Egito através de Moisés (“Eu Sou”) (v.5).

4) Deus libertou o povo da escravidão do Egito (v.6).

5) Deus levou o povo de volta para uma terra boa, fértil e gloriosa entre as nações (v.6)

 

3.Deus apenas pediu o óbvio para a nação: que não se contaminasse com os ídolos. A expressão ylwlgb  (gillûl, traduzida como “ídolos do Egito”) significa “monte de estrume” (conforme Gill). O povo de Israel desobedeceu a ordem de Deus e não experimentou a vitória de entrar na terra (v.7-9).

 

4.Foi o próprio Deus quem tirou o povo do Egito e também foi Ele quem levou este povo ao deserto. O tempo no deserto foi providência do Senhor para que o povo recebesse a Lei. Se houvesse obediência, haveria vida. Um dos mandamentos e privilégios que Deus concedeu ao povo para distingui-lo das demais nações foi o sábado. Não era apenas um dia de descanso, mas um dia de festa ao Senhor, de separação de vida e propósitos para Ele. O povo de Israel, debaixo da proteção de Deus, preferiu andar em seus próprios caminhos pecaminosos. Os sábados foram ignorados e passaram a usá-los para o seu próprio deleite e não para o Senhor. A ira do Senhor caiu sobre o povo, impedindo-o de entrar na terra da promessa, Canaã. Agora o nome do Senhor está “em jogo”. A própria honra de Deus diante das nações está afetada. Ele tirou o povo de Israel do meio das nações para ser totalmente Dele e os sábados foram o sinal de separação. Restou para o povo o juízo de Deus. Não apenas ignoraram os sábados, mas os usaram para dar atenção aos ídolos, portanto, profanaram os sábados do Senhor. Ninguém há que fique sem adorar, pois alguém adora o Deus verdadeiro ou outro qualquer. Apesar do juízo de Deus sobre a nação, Ele poupou a descendência de Jacó, porém, advertiu a nova geração sobre os pecados dos pais, inclusive quanto aos sábados (v.10-20).

 

5.Antes mesmo de chegar na terra prometida, a nova geração se rebelou contra Deus nos mesmos pecados e, por isso, Deus completou sua ira no deserto. Contudo, Deus preservou o povo por causa de Seu próprio nome, embora tenha espalhado Israel pelas nações. Os juízos de Deus se tornaram destrutivos para um povo mal e desobediente. O próprio Deus os contaminou em suas ofertas e sacrifícios de crianças aos falsos deuses (Nm 25.3). O povo blasfemou o nome do Senhor, adorando falsos deuses. “Bamá” significa “lugar alto” por causa da pergunta de Deus “Que alto é este?”. Eram os montes onde o povo sacrificava aos ídolos. A geração que entrou na terra de Canaã cometeu idolatria como os seus pais no deserto. Diante dessa idolatria, o povo não tem direito algum de inquirir o Senhor, mas, sim, o Senhor inquirir o povo. Israel quis ser como as nações, mas Deus não permitiu e jamais permitirá (v.21-32).

 

6.O povo não quis, mas Deus prometeu governar sobre o povo com ira derramada, mão forte e braço estendido, juntando-os de todos os lugares em que estiverem espalhados. Deus julgará o povo no deserto da Babilônia, assim como julgou seus pais no deserto da peregrinação. A vara da correção fará o povo obedecer ao concerto. Haverá uma separação dos justos e dos ímpios tal como no deserto. O povo continue a se contaminar já que não quer adorar ao Senhor, porém, o nome do Senhor não será mais contaminado com idolatrias na terra de Canaã. Haverá purificação no Santo Monte de Deus. Um dia o povo adorará ao Senhor somente. Deus os resgatará dentre todas as nações. Israel será curada da idolatria. As lembranças de seus pecados causarão nojo no povo e saberão que o resgate foi por causa do amor de Deus para com o povo não merecedor (v.33-44).

 

“Os resultados da conversão de Israel. 1) Eles serão, na realidade, o que tem sido, até agora, apenas no nome (Ez 20.39)... 2) Eles se renderão a uma adoração aceitável (Ez 20.41)... 3) A punição pelo seu pecado será perdoada... (Ez 20.42)... 4) Eles darão glória a Deus... 5) A conversão deles promoverá o verdadeiro conhecimento de Deus.”[24]

 

7.O profeta Ezequiel novamente tem uma tarefa difícil. Desta vez, profetizar contra a Cidade Santa, Jerusalém. “A cidade de Jerusalém, na terra da Judéia, a qual é cheia de pessoas, como uma floresta de árvores; mas estas estéreis e infrutíferas, como geralmente são as árvores de lenha; e um aglomerado de pessoas más, comparáveis a feras que frequentam as florestas.” (Gill). Essa floresta, que é Jerusalém, será queimada. Tanto as árvores secas como as verdes, ou seja, todos os tipos de pessoas, pobres e ricos, bons e maus. Não só Jerusalém saberá que o Senhor fez aquilo, mas até as nações vizinhas. As pessoas não darão crédito às profecias de Ezequiel (v.45-49).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A trajetória de Israel (Ez 16-20)

1.Nasceu do meio da idolatria (16.3)

2.Foi odiada desde o nascimento (16.5)

3.Cresceu cuidada por Deus (16.7)

4.Foi purificada por Deus (16.9)

5.Recebeu as vestes da justiça de Deus (16.10)

6.Não soube ser bonita (16.15)

7.Matou os próprios filhos (16.21)

8.Foi levada ao cativeiro (17.12)

9.Seu rei tentou aliança com inimigos (17.16-20)

10.Culpou os pais pelos pecados próprios (18.2-3,18,20-21,23)

11.Culpou a Deus pelos próprios pecados (18.25-32)

12.Os seus líderes se tornaram maus (19.1,6-7,10-11,14)

13.Continuou em sua rebeldia (20.7-8,13)

14.Apesar de tudo, Deus ama Israel (20.17,33,37,40)

 

Capítulo 21: A espada do Senhor se levantará

1.O profeta deve proferir palavras contra Jerusalém, os santuários e a terra de Israel. A matança do Senhor virá contra os ímpios e também sobre os justos por toda a extensão da nação. O juízo é inadiável. O momento é de lamentação, suspiro e quebrantamento com dor. É como se os lombos estivessem partindo do corpo. O povo não terá o mesmo sentimento que o profeta, pelo menos, até que experimentem na pele as profecias. O profeta diz que isto, de fato, acontecerá (v.1-7).

 

“… O fogo aceso pelo Senhor é interpretado como sendo a espada do Senhor. É verdade que isso é uma expressão figurada; mas é comumente usada para a guerra, a qual traz devastação e morte... A espada cortará fora o justo e o perverso. Isso se aplica ao lado externo do julgamento, sendo que o bom e o mau caem na guerra.”[25]

 

Os corações se derreterão, as mãos perderão as forças, todo espírito se angustiará, ou seja, a coragem sumirá, os joelhos se desfarão em água (“... [conforme 7.17] seja suor ou urina; os quais são às vezes causados pelo medo.”) (Gill)

 

2.A espada do Senhor está afiada e polida (açacalada). Isto significa que está pronta para ser usada. Não há motivo para se alegrar, pois a espada é mortífera. O filho está pronto para derrubar o madeiro, ou seja, o cetro do rei. Nem o rei será poupado. A dúvida neste versículo é a que filho se refere. Sabemos que Judá é chamada “Filho de Deus”. Neste caso Judá não poupará seus reis. Mas “Filho de Deus”, também pode se referir ao Messias. Neste caso, encaixa-se muito bem o Salmo 2 que diz que o Messias regerá com vara de ferro. Ele tem o poder para destituir reis e governar em juízo. A espada é de Deus, mas Ele pode entregar ao matador que desejar. No caso, o matador é Nabucodonozor, o rei de Babilônia. Em sinal de tristeza o profeta fará o que é costume na cultura, bater na coxa. Os líderes de Israel sofrerão o castigo da espada do Senhor. A prova é esta: como a nação de Judá viverá sem linhagem real, sem a vara disciplinadora? De fato, aconteceu que daquele tempo até agora Israel nunca mais possuiu rei. Isto acontecerá na vinda do Messias, quando estabelecerá o trono de Davi. O profeta juntaria as mãos em sinal de calamidade. A espada se dobrará três vezes. “Alguns pensam que se refira aos três cativeiros de Jeoaquim, Jeconias e Zedequias; outros à tripla calamidade nos tempos de Zedequias: a primeira, ele sendo tomado; a segunda, a cidade sendo tomada; a terceira, o remanescente levado junto com Gedealias. Ou às três vezes que os caldeus atacaram Jerusalém...” (Gill). Até nos lugares mais privados (as câmaras) os caldeus entrarão para prender e matar. Tantas mortes e ruínas deixarão o povo de Judá amedrontado. A espada se revolverá para onde quer que o povo tentar fugir. Isto faz lembrar a espada que se revolvia para guardar o jardim do Éden. O próprio Deus juntará as mãos, não com medo ou perplexo, mas atento às calamidades da nação. Isto durará até a ira do Senhor cessar. (v.8-17).

 

3.O profeta Ezequiel tem a difícil tarefa de apontar lugares onde a espada de Deus deve cair. Se tivéssemos, hoje, de apontar onde o julgamento de Deus devesse cair, o que apontaríamos? Mas o profeta não é o determinador desse julgamento. O próprio Deus apontará com o dedo do profeta onde será o juízo. No caso, contra Rabá dos amonitas e contra Judá. O povo sofrerá o castigo vindo de um povo feiticeiro. “...terafins; imagens nas quais... viam coisas futuras...”(Gill). Até parece que Deus concorda com as adivinhações. Mas, o fato é que Deus está humilhando o povo de Judá que se desviou do Senhor buscando outros deuses. Agora, por mãos de outros deuses, Judá está sofrendo o castigo das adivinhações dos caldeus. Os judeus zombarão dessas adivinhações dos caldeus e o rei da Babilônia ficará ofendido (“ele se lembrará da maldade”) e, por isso, serão apanhados. É como se Deus nada tivesse a ver com isso e deixasse como uma briga entre Judá e Babilônia: traição e feitiçarias (v.18-23).

 

4.Mas, de fato, a mão de Deus é que está julgando o povo de Israel. Deus tem uma ira especial sobre o rei Zedequias. O poder será tirado dele e dado a outro menor. “Seja Jeconias, agora no cativeiro... ou Zorobabel, da semente de Jeconias, o qual nasceu no cativeiro e tornou-se o príncipe de Judá; ou mesmo o Messias, o qual era de baixa origem, nascido de pais pobres...” (Gill). A promessa de um reino é do Messias. Ele é capaz de julgar todas as coisas (v.24-27, Jo 5.22).

 

5.“Nabucodonozor, conforme a profecia acima, tendo tomado a sua rota para Jerusalém, como a sua adivinhação o dirigia, e tendo destruído [Jerusalém], retornou para a Babilônia, sem fazer qualquer menção aos amonitas; os quais... insultaram os judeus e riram de sua destruição, como se Deus a quem serviam não pudesse salvá-los; atribuindo a sua segurança e prosperidade aos ídolos os quais adoravam; veja Ez 25.1-7, Sf 2.8-10”. “Para te porem nos pescoços dos ímpios”, no v.29, refere-se aos judeus desobedientes e ímpios, castigados e mortos por Deus. Significa “... como caindo sobre seus pescoços, como uma pessoa morta sobra a outra...” (Gill). O julgamento, portanto, cairá também sobre os amonitas (v.28-32).

 

Capítulo 22: A lista de pecados do povo

1.Deus julga a cidade de Jerusalém através do profeta. Para isto o profeta precisa ouvir do próprio Deus quem de fato são os seus habitantes. Quando Deus fala sobre o homem podemos ter certeza que é a verdade, por mais dura que seja a verdade. No caso, Deus inicia a apresentação da lista dizendo que a cidade é sanguinária. Jerusalém derrama sangue contra si mesma e faz ídolos para o seu próprio mal e, por isso, está sendo ridicularizada pelas nações. É como alguém tentar chutar alguém e acertar o próprio calcanhar. Todo aquele que desobedece a Deus prejudica a si mesmo, pois o mal sempre volta contra o desobediente. Os príncipes de Israel estão dando mau exemplo, pois eles derramam o sangue, desprezam os pais, oprimem o estrangeiro, o órfão e a viúva (v.1-7).

 

 

 

“Eles, de modo escarnecedor, chamam ‘Teu nome é poluído... e cheio de confusão... (referindo-se à violência e tumulto prevalecente na cidade). Assim, as nações ‘de perto e de longe’ zombarão da cidade, uma vez suja no caráter e, de fato, desregrada. Que triste contraste com a Jerusalém, antes chamada ‘a cidade santa!’”[26]

 

2.A nação desprezou as coisas santas de Deus e profanou os sábados, adorando nos montes. Para matarem inocentes usaram os caluniadores. Há perversidade no meio do povo. Há incesto e homossexualismo entre pai e filho, desrespeito para com as mulheres menstruadas, adultério e um tipo de incesto de sogro com nora e estupro contra meia-irmã. Não se trata de casamento, pois isto não era proibido, mas violentar é perversidade. A nação se esqueceu do Senhor, subornando juízes para matar inocentes, usando a prática da agiotagem e extorsão. Diante dessas injustiças e perversidades Deus bate as mãos, que é um gesto de indignação. Deus desafia esse povo para enfrentá-lo em sua ira. Deus espalhará o povo entre as nações. Isto se chama dispersão ou diáspora. Com isso a terra ficará purificada dessa imundícia e o povo profanado no meio de outros povos. Assim saberão que Deus é o mesmo Senhor poderoso, pois se não é possível mostrar o Seu poder ao mundo através de um povo santo, Ele pode mostrar o mesmo poder castigando o mesmo povo que se desviou de Seus retos caminhos (v.8-16).

 

3.Deus considera o Seu próprio povo como escória (lixo) e metal a ser derretido. O Senhor fará com eles como se faz com os metais: juntará todos num só lugar para fazer a fundição. O apóstolo Paulo também foi considerado como escória deste mundo, mas há uma enorme diferença. Paulo estava sofrendo injustamente nas mãos de perseguidores por fazer a vontade de Deus. O povo de Israel está sofrendo nas mãos de Deus, por merecido castigo por não fazer a vontade de Deus (v.17-22, veja 1 Co 4.13 e 1 Pe 4.15).

 

4.A terra de Jerusalém não possui duas qualidades essenciais para uma nação que teme ao Senhor. Ela não é purificada e ela não é regada de chuvas, que era uma consequência das bênçãos de Deus sobre a terra. Os profetas são conspiradores, pois devoravam as almas como leões, roubaram a alegria e os tesouros das pessoas e deixaram muitas mulheres viúvas por causa de suas falsas previsões (v.23-25).

 

5.Os homens religiosos, os sacerdotes, também têm culpa neste castigo que a terra sofre (v.26).

 

Os sacerdotes violaram a lei de Deus

Os sacerdotes profanaram as coisas santas de Deus

Os sacerdotes não distinguiram o santo do profano

Os sacerdotes não fizeram diferença entre o imundo e o puro

Os sacerdotes não observaram os sábados do Senhor

Por isso, Deus é profanado entre os sacerdotes

 

6.Os príncipes, ou seja, os reis, são como lobos para derramar sangue e destruir almas. As injustiças eram tantas que havia em Jerusalém desde opressão social até julgamentos injustos e assassinato. Os profetas estão construindo o futuro com cimento fraco e, por isso, nada se estabelece com segurança. O próprio povo que é oprimido, também oprime. O povo rouba. É comum nas sociedades em geral, quando o governo está uma anarquia, haver saques. O pobre oprime ao pobre e o estrangeiro, que nada tem a ver com a situação, mas também é oprimido pelo povo. O profeta buscava um justo. Alguém que moralizasse a sociedade, mas não havia um justo sequer. O muro da vida daquela cidade foi levantado com argamassa ruim. Alguém precisa reparar as brechas. Havendo um justo, Deus desviaria a sua ira, mas não havia um justo sequer e a ira de Deus foi derramada. Evidentemente, Ezequiel é justo, mas ele não conta, pois o povo não o aceitava como não aceitava o próprio Deus (v.27-31).

 

Capítulo 23: Israel e Judá comparadas a duas prostitutas

1.Estas mulheres servem como ilustração para Israel e Judá e sua prostituição espiritual. Assim como as duas são filhas de uma mesma mãe, Israel e Judá são filhas de uma única nação, a nação eleita de Jeová. Podemos dizer também que são filhas de Sara. Quando o povo de Israel deixou o Egito cometeu o pecado da idolatria, aprendido no Egito. O povo era como uma moça, nova e virgem que foi machucada. Os nomes são bem significativos. Aolá (“o tabernáculo dela”) representa Israel e Aolibá (“meu tabernáculo está nela”) representa Judá. Pelos nomes das filhas é fácil identificá-las, pois Israel gerou Samaria e Judá gerou Jerusalém. A prostituição é o contato com outros povos, praticando a idolatria. Israel se misturou com os assírios e daí surgiram os samaritanos. O exército assírio vestia-se de azul. Israel se tornou uma prostituta com mais de um amante, pois não abandonou os ídolos do Egito, mas acrescentou mais ídolos com os assírios. Israel acabou se tornando uma prostituta desmoralizada, pois foi descoberta pelos assírios e entregue para que fosse abusada, perdendo inclusive os seus filhos (v.1-10).

 

2.Aolibá (Judá) se corrompeu mais do que a sua irmã Aolá (Israel). Antes de se corromper, Judá tinha mais condições de se santificar, pois teve alguns reis bons, mas agora seu estado ficou pior do que a irmã Israel que só teve reis perversos. Uma vez Judá pediu ajuda dos inimigos, a Assíria, e isto se caracterizou para Deus como uma prostituição (ver 2 Rs 16.7-12). As perversidades dos dois reinos acabaram sendo a mesma coisa para Deus. Qualquer um que tem mais luz deve aproveitar essa luz, pois se caírem as trevas também serão grandes (Lc 11.35). Judá estava tão apaixonada pelos seus amantes que desenhava nas paredes do Templo as figuras de seus deuses. Até daqueles que em breve os levaria cativo, os caldeus, foram seus heróis e chegaram a fazer aliança com eles. Deus ficou como um marido enciumado e furioso com o adultério e deixou Judá, assim como já havia abandonado Israel. Isto não abalou Judá, mas esta continuou com a idolatria, que é a prostituição espiritual. Nem chegou a esfriar a cama da prostituição com o Egito e já estava preparando o leito impuro para a Babilônia. De uma maneira poética para relatar um ato até grotesco, Deus descreveu o ato sexual. A carne é o órgão genital masculino e o fluxo é o sêmen. Quando se está no caminho da prostituição é mais fácil continuar do que voltar e foi isso que Judá fez, tornou-se uma prostituta profissional (v.11-21).

 

“… Quando ela já tinha bastante dos caldeus e se cansou deles, quebrou a aliança com eles, assim como Jeoaquim e Zedequias fizeram, sua mente se alienou deles e cortejou os egípcios, seus amantes (Ez 23.20), fez uma aliança com eles e, para fortalecer a aliança, juntaram-se às suas idolatrias e dependeram deles para serem seus protetores contra todas as outras nações.”[27]

 

3.Os amantes de Judá (Aolibá), esquecidos, voltam agora, não para saciar os seus prazeres, mas para odiá-la. Os amantes, agora inimigos, virão com o juízo de Deus sobre Judá. Eles vêm equipados com instrumentos de guerra. A matança virá acompanhada de mutilações bem típica dos assírios. Eles arrancavam nariz e orelhas, matavam à espada e colocavam fogo. Mas tudo isto passa a ser o zelo e a indignação de Deus sobre o seu povo. Haverá um despojo de roupas e joias. Nunca mais Aolibá desejará esses amantes, pois agora eles vêm com ódio, crueldade e humilhação e não cheio de amores e promessas. Será um castigo de Deus contra Judá que se prostituiu com a idolatria, assim como a irmã Aolá (Israel). O mesmo cálice bebido por Israel será bebido agora por Judá. Judá quis liberdade de Deus e agora gozará a terrível liberdade que tanto desejava. Esquecer-se de Deus, o Criador, resulta em carregar as devassidões e perversidades sozinho (v.22-35).

 

4.As prostitutas ficam nos becos e se escondem da sociedade. Não aparecem abertamente no dia a dia. Mas aqui Deus fala para o profeta Ezequiel expor as abominações dessas prostitutas, Judá e Israel. Os reinos de Judá e Israel se prostituíram fazendo coisas perversas como adoração de ídolos, assassinatos e sacrifício dos próprios filhos. Além disso, contaminaram a casa do Senhor e não guardaram os sábados. Adornaram-se como prostitutas cultuais e usaram a casa do Senhor como o leito de suas prostituições. Pessoas da pior espécie se prostituíram com Judá e Israel. Israel e Judá serão julgadas pelos homens. Nações se levantarão para escarmentar (repreender) esses dois reinos. As filhas de Israel que deveriam ser puras e exemplo para as outras mulheres (nações) tornaram-se prostitutas e merecedoras de apedrejamento (v.36-49).

 

Capítulo 24: A panela e o cozido. A ruína de Israel

1.O nono ano é contado a partir do cativeiro de Jeoaquim. No décimo dia do décimo mês foi o dia que o rei da Babilônia se pôs contra Jerusalém. Novamente o profeta dramatizará a sua profecia. Agora ele deve colocar uma panela com água no lume (fogueira) e colocar carnes boas dentro. A carne sendo cozida representa a cidade de Jerusalém sendo assolada pela invasão da Babilônia. Deus quis mostrar o quanto Jerusalém era sanguinária, por isso, colocou a panela numa rocha sem vegetação (descalvada) para que o sangue aparecesse e subisse para Deus cheirar a indignação. Deus fará uma fogueira de Jerusalém. Não terá piedade, pois nunca se purificou de suas mentiras. Os povos verão e julgarão Jerusalém (v.1-14).

 

2.Agora o profeta recebe um grande golpe, contudo, Deus não quer que ele chore. Ele perde a própria esposa, o desejo dos olhos dele. Nem dos rituais de lamentação era para ser guardado por Ezequiel com a morte da esposa. Rebuçar significa cobrir com rebuço que é a parte da capa que cobre o rosto. “... de acordo com as tradições judaicas um lamentador não podia comer do seu próprio pão, mas era obrigado a comer o pão dos outros...” (Gill). Mas, o profeta não podia comer o pão dos outros. O povo ficou intrigado com a atitude do profeta e quis saber o que significava. A explicação era a seguinte: o desejo dos olhos do povo era o santuário e Deus o profanou e os filhos, a espada os matou. Apesar dessa calamidade o povo não podia lamentar em voz alta, exatamente como Ezequiel. No dia da calamidade de Jerusalém o profeta poderá falar, mas sempre contra Jerusalém. Deus não ficou em silêncio para o povo, mas a Sua palavra foi de reprovação, pois a cidade de Jerusalém foi sanguinária, mais ainda do que foi Israel. A partir de agora, as profecias são contra os povos vizinhos de Jerusalém (v.15-27).

 

“Veja como o Senhor lidou com o seu servo fiel! Aqui está um Profeta do Senhor desolado por aquela que era próxima e querida para ele; sim, o Senhor a chamou de desejo dos olhos de Ezequiel: uma prova clara de sua afeição por ela. Mas, mesmo assim, ele não foi permitido que ele derramasse uma lágrima ou manifestasse o menor gesto de tristeza. Tudo isso para que pela pregação e pelo exemplo pudesse mostrar o desagrado do Senhor pelos pecados do seu povo. Que julgamento terrível devia ter sido, quando Jerusalém foi tomada e destruída pelo exército caldeu e quando os indivíduos, sem poder, privilégio ou mesmo sem a oportunidade de lamentar as misérias uns dos outros!”[28]

As oscilações do homem (Ez 21-24)

1.O homem oscila entre o justo e o perverso (21.3-5,26)

2.O homem oscila entre arrogância e medo (21.7)

3.O homem oscila entre castigo e mentira (21.29)

4.O homem oscila entre violência e idolatria (21.2-4,6,9,12-13)

5.O homem oscila entre o santo e o profano (22.26)

6.O homem oscila entre violência e roubo (22.27,29)

7.O homem oscila entre a destruição e salvação (22.30)

8.O homem oscila entre prostituição espiritual e cativeiro (23.2-3,7,9-10,17,25,48-49)

9.O homem oscila entre a culpa e o castigo (24.7,14,21,27)

 

Capítulo 25: Profecias contra Amom, Moabe, Edom e os filisteus

1.A profecia contra Amom não é apenas contra a terra, mas contra as pessoas dessa terra. Não há razão de julgar a terra em si, pois isto acontecerá de uma só vez no final do mundo, na destruição de todo o universo, manchado pelo pecado. Quando Judá teve o seu templo profanado e foi para o cativeiro, Amom gostou e zombou. Como juízo Amom será entregue aos caldeus e aos sírios e, talvez, os arábios, todos do oriente. “... de acordo com Josefo isto foi cumprido cinco anos após a destruição de Jerusalém.” (Gill). A cidade principal dos amonitas será reduzida a curral. Este é o castigo por desejar o mal do povo de Deus. A promessa continua: toda nação que maltratar o povo de Israel será amaldiçoada. Isto foi no passado como é no presente e será no futuro (v.1-7).

 

2.Moabe e Edom são conhecidos como Seir. Essas nações não prestigiaram Judá, mas consideraram como qualquer outra nação. Por causa disso Deus enfraquecerá as principais cidades para que os inimigos invadam Moabe e Edom. As nações que não bendizem Israel sofrem as consequências de uma promessa eterna (v.8-11).

 

3.Os edomitas são muito culpados, pois entregaram Judá para os caldeus (v.11, Sl 137.7, Ob 12-14). Os caldeus não agradecerão a Edom, antes destruirão suas cidades principais e tudo se tornará deserto. A vingança é do próprio Deus, pois a promessa permanece contra os que maltratam Israel (v.12-14).

 

4.Os filisteus foram envergonhados uma vez quando Davi matou Golias e seus irmãos. Sansão também destruiu os filisteus. Agora se vingaram de Judá, agindo com malícia, ajudando os caldeus.  Os quereteus são parte das tribos dos filisteus. Deus prometeu destruir a todos os habitantes praianos, pois os filisteus moravam à beira mar. Novamente cumpre-se a promessa de maldição às nações que maltratarem Israel (v.15-17).

 

“Aqueles que se gloriam em qualquer outra defesa que não seja o poder divino e suas promessas, mais cedo ou mais tarde, verão sua glória sendo envergonhada. Aqueles que se regozijam nas calamidades que acontecem com o povo de Deus, logo serão contado entre eles.”[29]

 

Capítulo 26: Profecia contra Tiro

1.Onze anos após a prisão de Jeoaquim, chegou a vez de Tiro ser julgada por ter zombado de Judá. A porta dos povos foi quebrada e Tiro se alegrou. Isto se refere aos muros e portas de Jerusalém os quais foram derrubados. Assim como ondas bravias, os exércitos dos caldeus virão contra Tiro e também derrubarão seus muros e as torres construídas em cima deles. Como Tiro é uma cidade portuária os seus destroços ficarão à deriva no mar e nas praias. Também as mulheres serão mortas sem piedade. A poderosa e temível Babilônia com seus príncipes guerreiros e carros de guerra invadirão Tiro, causando toda essa destruição. As filhas aqui não é uma repetição do versículo 6, mas são as cidades. Cada lugar de destruição será marcado com um forte. Portanto, os caldeus atacarão e se defenderão dentro das próprias cidades de Tiro. Usarão trabucos, uma espécie de catapulta, máquina que lança pedras. A cena será terrível, muita poeira e destroços. Não haverá lugar onde os cavalos não correrão em Tiro. Os lugares fortificados serão derribados. Por se tratar de uma cidade de comércio, haverá muitos saques e por se tratar de uma cidade portuária haverá muita madeira e objetos flutuando nas águas. Sendo uma cidade rica em bens e culturas diversas, havia em Tiro muita música e variedade de folclore. Mas tudo isto se transformará em tristeza quando a Babilônia invadir Tiro. Ninguém mais habitará ali, somente os pescadores para limpar suas redes (v.1-14).

 

2.As ilhas vizinhas devem temer por causa da queda de Tiro. A repreensão causa temor nas pessoas próximas. As vaidades e posições nada são quando se sente o peso do quebrantamento. A queda de um gigante faz todos tremerem e comentarem. A glória do Senhor é vista com a queda de povos. Tiro não será mais nada para o mundo. Ninguém precisa chegar ao estado de falência total, mas pode, hoje, se arrepender dos pecados e buscar a Deus (v.15-21).

 

“Mais importante é a razão para o julgamento vindouro. Tiro se alegrou com a queda de Jerusalém porque a queda dela alavancaria seus lucros. É claro que tiro tinha ciúmes da posição de Jerusalém como ‘o portão das nações’, uma intersecção principal nas rotas comerciais. Agora que Jerusalém não estava mais nas rotas comerciais, Tiro seria beneficiada. A destruição de Jerusalém só trouxe felicidade a Tiro.”[30]

 

Capítulo 27: A lamentação sobre Tiro

1.Tiro era uma cidade perfeita em rota comercial marítima, mas está sob julgamento. Tiro era uma cidade bem aparelhada com navios. Dominavam os mares e dominavam o comércio. Eram navios feitos de bons materiais importados da Judéia (Basã), da Assíria, do Egito, da Itália (Elisa). Tiro tinha mão de obra estrangeira especializada (de Sidom e da Fenícia). Tiro tinha uma polícia especializada. Como uma cidade cheia de mercadorias precisava ter segurança redobrada. Tiro tinha clientela própria e, por isso, não ficava nunca sem lucros. Com Társis negociava metais, com os gregos, negociava escravos com os de Torgama (Alemanha atual) negociava animais. Negociavam com Deda (Arábia) e com muitas ilhas. Negociavam dentes de marfim. Quantos elefantes mortos! Hoje, seriam traficantes! Negociava coisas bonitas da Síria, alimentos saudáveis de Israel e vinhos e lã com Damasco e Pérsia. Com povos da tribo de Dã (em Cesaréia) e Javã (na Arábia) negociavam aromas e ferro polido. Com os de Dedã (regiões das arábias) negociavam lindos panos com os quais se cobria as carruagens em que andavam os nobres. Negociavam com os árabes animais. Isto nos lembra muito a igreja de Laodicéia em Ap 3.17. A riqueza pode fazer as pessoas arrogantes (v.1-25).

 

“O comércio de escravos... 1) É de grande extensão... 2) É diabolicamente cruel... 3) É um ultraje contra a humanidade... 4) É pecado contra Deus... 5) Deve parar...”[31]

 

2.Os remeiros são os governantes de Tiro e os grandes mares são as nações. Isto é, Tiro foi uma nação com um comércio internacional. O vento oriental é a Babilônia que acabou destruindo a embarcação, que é Tiro. Todas as coisas boas mencionadas sobre Tiro cairão no meio do mar, ou seja, Babilônia destruirá Tiro. Até os vizinhos sentiram o impacto da Babilônia sobre Tiro. A segurança de seus líderes acabará. O comércio fracassará e terminarão na praia. A tragédia será enorme. Todos que se lembrarem de Tiro ficarão pasmados diante de tamanha destruição. Por ter sido uma nação tão popular entre os povos, todos ficarão sabendo. Os líderes sentirão de perto o impacto, pois eles lucravam muito com Tiro e agora nada podem fazer diante dos caldeus (v.26-36).

 

A limpeza de Deus sobre as nações (Ez 25-27)

1.Deus limpará todo o desejo pelo mal dos outros (25.3,6)

2.Deus limpará toda a vingança (25.12-15)

3.Deus limpará toda a ganância (26.12,17)

4.Deus limpará toda a arrogância (27.3,8,10,25,27,32,36)

 

Capítulo 28: O príncipe de Tiro e Lúcifer, o rei de Tiro. Profecia contra Sidom

1.Este é um texto clássico para falar da queda de Lúcifer que foi muito parecida com a queda do príncipe de Tiro. É possível fazer uma comparação. Até o versículo 10 é claro que está falando do príncipe de Tiro e depois o relato só pode ser a um anjo sublime que caiu. Este só pode ter sido Lúcifer. O príncipe de Tiro pensava de si mesmo muito além do conveniente, pois ele se via como Deus. Aconteceu isto também com Herodes (At 12.22-23). Na opinião do próprio príncipe de Tiro ele era mais sábio do que Daniel. Deus não diria isto, uma vez que Daniel tinha a sabedoria do próprio Deus. Contudo, o príncipe de Tiro levava jeito com o comércio. Como acontece, muitas vezes, pessoas habilidosas têm a tendência de ficarem presunçosas e acharem que não precisam de Deus. Deus sabe abater os arrogantes. No caso, Deus usaria os caldeus para manchar o príncipe de Tiro em sua arrogância. O príncipe de Tiro manterá sua arrogância até o final, julgando ser o próprio Deus, mas será derrotado (v.1-10).

 

2.Agora já não se trata do príncipe de Tiro, mas do rei de Tiro. Não é o pai do príncipe, mas um ser superior acima de Tiro. Pela descrição fantástica, além da compreensão humana, é correto associarmos esta profecia, que na verdade é um relato, à queda de Lúcifer. Lúcifer tinha o poder de aferir medida, isto é, de julgar com justiça. Estava colocado em uma posição superior aos outros seres angelicais. Além disso, era muito sábio e belo. Ele estava no Éden de Deus. Alguns entendem isto como sendo uma criação pré-adâmica, a qual foi destruída por causa da queda de Lúcifer. Neste material, este ensino é rejeitado. Outros entendem que o Éden de Deus é a presença de Deus. Parece que teremos dificuldade em manter este ponto de vista, pois lemos adiante que Lúcifer queria subir, dando a entender que o Éden de Deus foi um lugar separado para a habitação de Lúcifer, mas evidentemente ele tinha acesso à Presença de Deus. Portanto, nem é a terra, nem as regiões celestiais e nem a Presença de Deus. De qualquer forma era um lugar riquíssimo. Lúcifer tinha um ministério de proteção. Deus tem uma predileção por lugares altos (montes). Lúcifer habitava em um lugar assim e Deus também aprecia o fogo como símbolo de sua santidade. Lúcifer estava entre as pedras de fogo. Lúcifer era perfeito, assim como todos os anjos criados por Deus. Um dia se achou iniquidade nele. Não devemos nos prender sobre qual seria esse “dia”, uma vez que antes da criação o tempo nada representava. Aqui há um paralelo com Tiro. Lúcifer tinha um comércio, por assim dizer. Ele investiu em anjos para o seu terrível plano de conquistar o lugar de Deus. Com a expulsão do seu lugar, o Éden de Deus, Lúcifer perdeu sua posição de protetor e seu brilho entre as pedras de fogo. Aconteceu isto mais tarde com o Templo de Jerusalém, quando a glória de Deus se foi (ver Ez 11.23). Quando diz “por terra te lancei” trata-se de uma expressão de derrota e não que Lúcifer foi lançado para terra. Isto, como sabemos, acontecerá na tribulação (ver Ap 12.9). Os poderosos viram a queda de Lúcifer. Os anjos viram e as nações saberiam no futuro, pois o mundo é impregnado de Satanás e há uma enorme quantidade de seguidores. O pecado de Lúcifer foi o orgulho, que é refletido de muitas formas como a independência de Deus. O pecado em todas as suas formas é, na verdade, a independência de Deus. Novamente, não podemos afirmar que Satanás caiu direto para a terra, pois isto acontecerá em outro tempo futuro. Aqui fala de sua destruição. As pedras fogueadas serviram agora para queimá-lo (v.11-19, veja Zc 3.2).

 

“O retrato formado é magnífico demais para qualquer grande monarca, mesmo que se considere o uso de hipérbole, ou exagero literário. Por esse motivo, para muitos estudiosos da Bíblia, os versículos 11-19 descrevem Satanás e sua queda do céu.”[32]

 

3.O julgamento de Deus sobre Sidom servirá de testemunho para as nações. Sidom pereceu por pestes e também pela espada dos caldeus e dos persas. Logo, não teve nenhum lado que não houvesse espada. Assim Deus foi purificando os arredores de Israel para o futuro regresso. Isto seria para o final do cativeiro e também para o final de todas as dispersões, no reino futuro do Messias. Deus tem prazer em retirar os obstáculos que nos impedem de habitar em segurança. Esses obstáculos são diversos, mas podem se resumir no principal deles, o pecado (v.20-26).

 

O distanciamento e queda de Lúcifer (Ez 28)

1.Era perfeito (v.12)

2.Era formoso (v.12)

3.Era sábio (v.12)

4.Era rico (v.13)

5.Estava diante de Deus (v.14)

6.Tornou-se iníquo (v.15)

7.Tornou-se violento (v.16)

8.Tornou-se arrogante (v.17)

8.Foi condenado irremediavelmente (v.18-19)

 

Capítulo 29: Profecia contra Faraó e o Egito

1.A data é sempre fixada no cativeiro de Jeoaquim e o reinado de Zedequias. Faraó e o Egito são arrogantes e serão destruídos por Deus. Serão pescados como se pega um crocodilo no rio. Os peixes que vêm junto são os seus soldados. Um crocodilo devia ficar perto do rio para fugir de seus inimigos para a água quando necessário, mas aqui Deus jogará o Egito e Faraó em campo aberto para que as bestas (outras nações) os devorem. Isto aconteceu nos desertos da Líbia e Cirene. Em volta do Egito há muitas canas e o Egito se tornará como uma delas, fraco (v.1-7).

 

2.A espada do Senhor terá o poder contra o Egito de separar o homem e o animal da terra. Isto é, o Egito perderá homens de guerra e ficará sem animais para sua alimentação. A guerra faz afugentar os animais e pessoas, porque fogem ou porque são mortos. O Egito se apoiou em seu rio (Nilo), mas agora ficará deserto e uma terra seca por quarenta anos e o povo ficará disperso. Na volta do cativeiro, o Egito será uma nação comum. Toda a ostentação será desmascarada. Hoje podemos olhar para o Egito e lembrar que foi uma grande e poderosa nação, mas que não será mais significante para o mundo. Deus é Deus! (v.8-16).

 

3.“As cabeças dos soldados se tornaram calvas por usarem capacetes por tanto tempo… e a pele de seus ombros ficou em carne viva, seja por causa de sua armadura ou por carregarem cargas...“ (Gill). A Babilônia prestou um grande serviço para Deus contra Tiro e agora prestará um serviço contra o Egito. O pagamento será o despojo. O Egito possuía muitas riquezas. Nessas profecias, Israel está sempre como figura principal. “Naquele dia” não pode ser com a queda do Egito, pois Israel (Judá) ainda deverá cumprir o seu tempo no cativeiro. Mas será o dia em que Israel voltar do cativeiro e no futuro, ainda, será no reino messiânico (v.17-21).

 

“A promessa de Ezequiel no versículo 21 indica que, quando sua profecia se cumprisse e o remanescente voltasse para a terra, respeitariam as palavras de Ezequiel, e estas lhes seriam proveitosas. Os judeus na Babilônia não levavam a sério o ministério de Ezequiel (Ez 33:30-33), mas chegaria o dia em quem Deus provaria que seu servo estava certo. ‘E te darei que fales livremente no meio deles’ (Ez 29:21).”[33]

 

Capítulo 30: O Dia do Senhor contra o Egito

1.Não só para o Egito como também para a Etiópia. Será um dia de gemido. O Egito não era de gemer, mas fazia os povos gemerem. Será o tempo dos gentios, pois os caldeus invadem o Egito e a Etiópia. Todos são gentios. Israel não toma parte nisto. A união desses países trouxe julgamento para todos eles também. O Egito não era poderoso sozinho, mas contava com a união de vizinhos. As notícias da queda do Egito chegarão como advertência para a Etiópia, mas não adiantará, pois Deus, através de Nabucodonozor alcançará a todos. O Egito se tornará deserto. O forte do Egito será exterminado, que é a idolatria. Várias cidades importantes serão destruídas (v.1-19).

 

2.A derrota de Faraó é completa. Ninguém poderá ajudá-lo. É como um braço quebrado sem atadura. A nação do Egito também será dispersa entre as nações. A Babilônia ganhará forças, mas o Egito ficará amedrontado e irreconhecível. Quem imaginaria o Egito numa situação assim? O Egito de tantos Faraós, tantas construções, pirâmides exuberantes, privilegiado com o Nilo que atravessa o deserto, no entanto a nação nunca teve a mais preciosa água, a água da vida (v.20-26).

 

“Espalharei os egípcios entre as nações. Depois da devastação do Egito, os poucos sobreviventes foram espalhados entre as nações ao redor; alguns fugiram para os estados vizinhos, mas a maioria terminou na Babilônia, no cativeiro. Vemos a mesma informação em Ez 29.12, um paralelo direto, cujas notas também se aplicam aqui. A espada do Senhor operava através de instrumentos humanos; Yahweh, exercitando Sua soberania entre as nações, agia segundo a lei moral. A dispersão do Egito é mencionada novamente no vs. 26.”[34]

 

Capítulo 31: Faraó, o rei do Egito

1.O Faraó sempre foi imponente. Ninguém se igualou aos Faraós em poder. Em grandeza não houve nenhum reino como o Egito e com dinastias tão constantes. Assim como a Assíria era inigualável como os cedros altos e formosos, o Egito se tornou inigualável por causa de seu rio, o Nilo, o maior do mundo, perdendo somente para o Amazonas e talvez o Mississipi. O rio Nilo era importante para regar a plantação do Egito. O Egito ficou formoso e altivo por causa da riqueza do rio Nilo em pleno deserto. Os povos dependeram do Egito e o Egito dependeu do rio Nilo. O mundo sendo comparado a um grande jardim de Deus, o Egito seria a beleza natural do jardim com suas árvores bem regadas pelo Nilo. As próprias árvores do Éden, o jardim de Deus, teriam inveja do Egito. É claro que isto é uma ironia, pois Deus sabe usar bem a ironia contra os seus inimigos (v.1-9).

 

2.O Egito se levantou entre os ramos, ou seja, tornou-se arrogante entre as nações. Por isso, receberá o tratamento na mais poderosa nação, a Babilônia. A frondosa nação do Egito com os seus ramos altivos foi cortada. Por não haver mais sombra para outros povos, esses deixaram o Egito. Sobraram apenas os animais da terra e as aves. Nunca mais nenhuma nação se apoiará no Egito, pois foi-se toda a sua altivez. Houve tristeza no Egito. O famoso rio Nilo foi estancado. Até o Líbano está de luto, ou seja, a Síria que é vizinha do Líbano chorou pela queda do Egito, pois também bebia das águas do Nilo, apoiava-se no Egito. As nações que se aproveitavam da sombra do Egito também serão entregues à morte. O capítulo começa exaltando a grandeza do Egito, comparando-o às árvores do Éden. Agora, no final do capítulo menciona a grandeza do Egito, mas em relação à sua queda. O Egito, assim como as árvores do Éden cairá (v.10-18).

 

“Os babilônios que haviam se associado aos medos na destruição de Nínive em 612 a.C., vão derrotar o poder do Egito. v. 14, nenhuma outra árvore [...] chegará a erguer-se orgulhosamente tão alto: a queda do Egito vai advertir as outras nações a que não aspirem grandeza excessiva e a lembrarem de sua própria mortalidade.”[35]

 

Capítulo 32: Lamentação sobre Faraó, o rei do Egito

1.A data é sempre contada a partir do cativeiro do rei Jeoaquim. Faraó tinha todo o poder como o leão e o dragão. Fazia o que queria no seu rio, mas Deus o apanhou numa rede, juntamente com outras nações. Das águas do Nilo para a terra seca, o Egito, como um monstro marinho, não sobreviverá aos ataques das aves de rapina. Haverá muito derramamento de sangue na própria terra do Egito. A guerra produzirá muita fumaça no céu. O reflexo da queda do Egito se fará sentir em muitas nações, até desconhecidas pelo Egito, pois foi uma nação famosíssima. A destruição do Egito trará muito temor sobre as outras nações. Cada um no Egito lutará pela sua própria vida e não haverá tempo para lutar por nenhuma outra causa. A poderosa Babilônia será a espada que ferirá o Egito, acabando com a sua arrogância e os seus soldados valentes. O rio Nilo, a expressão máxima do Egito, será afetado, pois não haverá mais pessoas passando por ele e nem animais. A queda do Egito será um grande testemunho de que Deus existe e domina sobre as nações (v.1-16).

 

2.A dispersão do Egito mostra a sua derrota, pois era uma nação que não se misturava com as outras, mas pelo contrário, recebia as outras nações que lhe pediam favores. O Egito se rebaixou às nações que sofreram espada. O arrogante nunca pensa que um dia ele pode estar no mesmo nível que os outros. Assur é na Assíria, Elão na Pérsia, Tubal e Meseque entre os citas, Edom na Idumeia, os do norte são a Síria, Tiro e Sidom (v.17-32).

 

“Quando o Egito perecer devido ao julgamento de Deus, então Faraó pelo menos terá o frio consolo de saber que o seu não foi o único império que foi lançado na sepultura (31)!”[36]

 

 

 

 

A queda do Egito (Ez 29-32)

1.O Egito era poderoso como o crocodilo no rio Nilo (29.2-6,10,15)

2.O Egito caiu junto com seus aliados (30.2-8)

3.O Egito ficou espalhado entre as nações (30.21-26)

4.A grandeza do Egito diminuiu (31.2-8,10,18)

5.O Egito foi humilhado (32.2-6,10)

 

Capítulo 33: O vigia ou Atalaia

1.O atalaia ou vigia era alguém que ficava em um lugar alto avisando sobre os ataques e perigos iminentes. Se as pessoas ouvirem o aviso do atalaia, mas não se importarem, a responsabilidade é totalmente delas por causa de sua rebeldia, pois os que ouvirem serão salvos. Se as pessoas não ouvirem por falta de aviso do atalaia, elas morrerão e a responsabilidade por aquelas mortes cairá sobre o atalaia, pois foi infiel. O profeta Ezequiel é este tipo de atalaia que ouve de Deus as palavras de juízo e deve ser fiel em transmitir ao povo. A responsabilidade do crente é anunciar a palavra de Deus. Se as pessoas vão ouvir e obedecer isto não é da responsabilidade daquele que anuncia (v.1-9).

 

“Neste capítulo transitório, Ezequiel indica que o profeta não passa de instrumento através do qual os princípios do novo reino e da maneira de se entrar nele são anunciados. Exatamente como o atalaia deve advertir os habitantes de uma cidade quanto aos perigos, assim o profeta deve fazer soar a advertência divina contra o pecado (vs. 1-9).”[37]

 

2.O senso de juízo deve cair sobre o pecador para que possa receber a misericórdia de Deus, pois Ele não deseja a morte do pecador, mas que este se salve, porém, o arrependimento é essencial. A justiça que salva é a justiça de Deus e não a própria justiça. Não importa quão pecador alguém seja, Deus o aceita na base de Sua justificação. Não importa quão bom alguém seja, Deus não o aceitará na base de sua própria justiça. A justificação de Deus é completa. Não importa o que o pecador tenha feito, se foi justificado está salvo. A mensagem é simples, porém, o homem não aceita o caminho de Deus e quer estabelecer a sua própria justiça, mas acaba morrendo em sua própria justiça (v.10-20, Rm 10.3).

 

3.O povo de Israel no cativeiro recebe a trágica notícia da desolação de sua terra em Judá. Agora o profeta Ezequiel já está na Babilônia com os cativos. O profeta estava totalmente sob o controle de Deus e de suas profecias. Ele só falava quando Deus falava através dele. Os que ficaram na terra de Israel desafiaram a Deus, colocando-se acima de Abraão. Mas Deus não poderia tolerar idólatras cuidarem de sua terra santa. Eles podem pensar que são isentos de castigo por não terem ido para cativeiro, mas não acima de Deus. Portanto, eles receberão o castigo do Senhor. O próprio Deus terminará o serviço dos caldeus, desapropriando esses blasfemos. O ser humano numa situação menos pior começa a achar que é indestrutível e acaba desafiando a Deus (v.21-29).

 

4.As pessoas são hipócritas, pois ouvem e não praticam. Gostam de ouvir e fingir que estão interessadas. Até fazem elogios ao profeta. As palavras do profeta, ainda que duras, são como canção para o povo, mas, no entanto, eles não praticam o arrependimento. Um dia, porém, saberão que houve um profeta que tinha razão. É um grande perigo gostar de ouvir ou ler a Palavra de Deus só porque é bonita. Se não houver quebrantamento de coração, um dia iremos nos arrepender, mas sem chance de melhorar a situação (v.30-33).

Capítulo 34: Profecia contra os pastores de Israel

1.Os pastores de Israel são líderes. A condenação que pesa sobre eles é a de terem alimentado a si mesmos em vez de alimentarem o rebanho de Deus. Neste versículo Deus fornece uma agenda completa para o pastor. Os de Israel foram maus, mas o pastor que desejar ser fiel poderá cumprir esta agenda com sucesso. Não havendo esses cuidados as ovelhas ficam à mercê das feras cruéis. Deus tirará as ovelhas das bocas dos pastores. A importância do pastoreio é muito grande, por isso, o próprio Deus assumirá a responsabilidade de pastorear suas ovelhas. Os pastores estão mais para lobo (v.1-10).

 

“O povo chegou a ser como ovelhas sem pastor, dados como presa aos seus inimigos, e a terra foi completamente devastada. Nenhuma classe social ou oficio pode eximir das repreensões da Palavra de Deus os homens que são negligentes em seu dever, e que abusam da confiança neles depositada.”[38]

 

1.Fortalecer as ovelhas fracas.

2.Curar as ovelhas doentes.

3.Firmar com talas as ovelhas com ossos quebrados.

4.Trazer de volta as ovelhas desgarradas.

5.Buscar as ovelhas perdidas.

6.Não ser dominador cruel sobre as ovelhas.

 

2.Quando os pastores não apascentam as ovelhas confiadas a eles, o próprio dono das ovelhas deve assumir o comando e cuidar delas até conseguir pastores fiéis os quais não apascentam a si mesmos. Aqui há a promessa de Israel sendo trazido de todas as nações entre quais está disperso. A doutrina da substituição de Israel pela Igreja não pode ser verdadeira, pois o Senhor ainda tem planos distintos para a nação de Israel. No coração amoroso de Deus há espaço para a Igreja e para Israel. Não tentemos roubar Dele o direito de pastorear as ovelhas de Israel, pois Ele cuidará das ovelhas da Igreja e de Israel com igual amor (v.11-16).

 

3.As outras ovelhas são os líderes que deveriam pastorear bem, pois no final os pastores precisam ser pastoreados. No entanto, estão agindo como ovelhas gordas e fortes, empurrando as fracas para não beberem água e turvando as águas claras que elas deveriam beber tranquilamente. Os líderes beberam da boa água, mas não querem deixar as ovelhas fracas usufruírem. Deus é quem julgará os líderes e cuidará do rebanho enfraquecido. Alguns dizem que o servo Davi é Jesus, o Messias que é o descendente de Davi. Outros preferem afirmar que é o próprio rei Davi que apascentará o povo de Israel como um co-regente com Jesus, o Messias[39] (v.17-24).

 

4.O Senhor Deus não se limitou a fazer promessas de proteção às ovelhas dos dias do profeta Ezequiel, mas a toda a nação de Israel no reino messiânico. Haverá chuvas de bênção, árvores frutíferas, proteção, território e justiça. As ovelhas da época do profeta Ezequiel são homens desprotegidos, mas o Senhor é o Deus deles que as protegerá (v.25-31).

 

 

Capítulo 35: Profecia contra o monte Seir

1.O monte Seir é Edom, nação cujo ódio aumentou contra Israel. O Salmo 137 descreve a vingança contra Edom. O livro do profeta Obadias relata a queda da nação que entregou Judá a Babilônia. A cidade de Petra é um exemplo da demonstração do cumprimento da profecia. Documentários sobre essa cidade mostram o deserto em que se transformou. Tantos santuários encravados nas rochas, mas abandonados. A inimizade contra nosso semelhante pode nos deixar áridos (desertos e secos). Cristo nos chamou para amar nossos inimigos. Quem vive de sangue acabará sangrando. Quem vive de inimizades acabará, no mínimo, sem amigos (v.1-9).

 

“Ele faria isso porque os edomitas têm sido inimigos dos israelitas por toda a sua história (cf. 25.12, Gn 12.3). Além disso, eles não ajudaram seus irmãos em tempo de calamidade, quando Deus estava punindo Israel, mas entregam Israel aos seus inimigos, os babilônios (cf. 2 Cr 20.10, Sl 137.7, Lm 4.21-22).”[40]

 

2.A cobiça está muito ligada à inveja. Edom quis se aproveitar dos cativeiros de Israel e Judá, mas não ficou com nenhuma das duas divisões da nação. Pelo contrário, recebeu o mesmo destino de Judá, sendo capturada pela Babilônia a quem ajudou. Edom queria um território porque Judá e Israel não estavam mais ali, mas se esqueceu que o Senhor estava. Alegrar-se com a miséria dos outros e ainda desejar os despojos da queda de outros é bem típico dos incrédulos. Em trabalhos, escolas e até em seminários e igrejas, há pessoas desejosas por posições e para isso até desejam a queda do outro. Em casos mais gritantes, os despojadores até fazem o outro cair. Que nós, como crentes, não tenhamos tal atitude. Considerar o próximo como superior a nós é o que a Bíblia nos ordena (v.10-15).

 

Capítulo 36: Profecia a respeito dos montes de Israel

1.As nações que desolaram os montes de Israel serão julgadas. No capítulo anterior, o profeta Ezequiel falou de Edom, a cidade odiosa que tentou se aproveitar de Israel e Judá, mas sem sucesso, pois Deus é quem cuida do Seu povo. As demais nações também odeiam Israel, mas igualmente não terão sucesso em seus intentos de destruí-la. O Senhor trará para Israel as bênçãos prometidas desde Abraão, Isaque e Jacó. A promessa de Deus foi de sempre estar com a nação. O aparente abandono, na verdade, é uma disciplina para Israel. A doutrina da restauração de Israel é tão verdadeira como a descida do Espírito Santo que resultou na formação da Igreja. Não existe tal doutrina da substituição em que a Igreja passa a receber as bênçãos de Israel. O Senhor jamais abandonou as promessas terrenas para a nação de Jacó (v.1-16).

 

2.A nação de Israel caiu feio em idolatria, por isso, Deus a espalhou pelas nações. No entanto, o Senhor lembrou-se da nação, não porque os judeus eram bons, mas por causa do próprio Nome de Deus. A santidade do nome de Deus não fica manchada porque o Seu povo desobedeceu. Da mesma forma, a Igreja do Senhor Jesus não acabará por causa dos escândalos de falsos pastores e mal testemunho dos seus frequentadores. A promessa de restauração de Israel envolve um novo coração e o Espírito Santo para serem capazes de agradar ao Senhor. É o mesmo que acontece conosco, os crentes da Igreja. Não seria possível agradar a Deus fora de Jesus Cristo e sem a plenitude do Espírito Santo. Não somos santos por nós mesmos. Nossas obras não produzem salvação e nem santificação. Precisamos do Senhor. O objetivo do Senhor em disciplinar Israel e em restaurá-la é fazer com que os povos saibam quem é o Senhor (v.17-38).

 

 

“Deus vindica Sua santidade ao restaurar Israel. Neste capítulo, estamos no âmago da teologia de salvação de Ezequiel. Ele nos conta não somente o que Deus fará, como também por que está agindo desta maneira. Conforme já vimos, os dois enfoques dos propósitos de Deus são Seu próprio nome e as nações do mundo, e os dois se relacionam entre si. Quer que Seu nome seja grande, de modo que as nações possam considerá-Lo, não como um deus tribal ineficaz, mas, sim, como o Senhor de toda a terra.”[41]

 

Capítulo 37: O vale dos ossos secos

1.A visão que Ezequiel recebe de Deus diz respeito à restauração da nação de Israel e da reunião de Judá, reino do Sul com Israel, reino do Norte. Embora seja uma figura interessante do novo nascimento, esta profecia deve ser interpretada primariamente a à restauração do povo eleito de Deus, Israel. A Igreja não é a substituição de Israel. Deus ainda trabalhará com a Sua esposa adúltera e infiel levando-a à conversão e inauguração do reino prometido. Ezequiel não sabia se os ossos reviveriam, mas Deus quem dá a vida poderia fazer de ossos secos seres humanos completos, como, de fato, fez neste acontecimento. Em parte, essa profecia se cumpriu, quando do retorno do povo de Judá da Babilônia. A outra parte da profecia se cumprirá quando o Senhor salvar todo o Israel para a entrada do Milênio (v.1-14).

 

2.Ezequiel juntaria dois pedaços de madeira em um só formando uma só nação, Judá e Israel. Alguns acham que esta profecia se cumpriu totalmente no retorno da Babilônia, mas note que Deus promete um rei para a nação. Nunca mais a nação de Israel, até hoje, foi governada por um rei. Isto deve acontecer para que a profecia seja verdadeira. Davi é mencionado mais duas vezes como o príncipe neste reino. Certamente, muitos entendem ser o próprio Jesus Cristo, o Messias, o descendente de Davi. As nações verão a bênção de Deus sobre Israel novamente. O tabernáculo de Israel será o próprio Senhor (v.15-28).

 

“Há um paralelo interessante entre Ezequiel 37 e Efésios 2, pois esses dois capítulos tratam da ressurreição e da reconciliação. Paulo fala de pecadores mortos que são ressuscitados (Ef 2:1-10) e de judeus salvos e gentios reconciliados em um só corpo, a Igreja (vv. 11-22). Fica evidente, porém, que o enfoque de Ezequiel é sobre a relação de Deus com a nação de Israel e não sobre a salvação de cristãos como indivíduos.”[42]

 

A casa que Deus quer (Ez 33-37)

1.A casa que Deus quer precisa ter um atalaia (33.7-9)

2.A casa que Deus quer precisa ter uma mensagem de salvação (33.10-11)

3.A casa que Deus quer precisa ter aceitação da justiça (33.17-20)

4.A casa que Deus quer precisa ter um profeta (33.33)

5.A casa que Deus quer precisa ter pastores que cuidam (34.1-10,23,30-31)

6.A casa que Deus quer precisa ter amor por outras casas (35.5,12,15)

7.A casa que Deus quer precisa ter restauração (36.8-11,25-27)

8.A casa que Deus quer precisa ter vida (37.3,5,11-14)

9.A casa que Deus quer precisa ter união (37.16-19,22)

10.A casa que Deus quer precisa estar dentro da Casa Dele (37.26-28)

 

 

 

Capítulo 38: Profecia contra Gogue

A palavra veio a Ezequiel. Deus queria que Ezequiel se voltasse contra Gogue, o príncipe da terra de Magogue, e profetizasse contra ele. Ele se apresentaria com a palavra do Soberano. Antes de Ezequiel, o próprio Deus está contra Gogue. Apesar do poderio de Gogue, Deus o levará cativo (“com gancho no maxilar”). Outros serão cativos, junto com Gogue. Deus dá o alerta contra Gogue e toda a sua multidão. Demorará um pouco, mas Gogue servirá aos propósitos de Deus, invadindo uma terra que está sendo desolada e atacada, mas que no momento está em segurança. Gogue tomará uma parte importante com todo o seu exército. Naqueles dias, Gogue terá maus pensamentos: invadir a terra de um povo sem proteção. O objetivo de Gogue é saquear essa terra desprotegida. Outros povos ficarão impressionados com o ataque e saque de Gogue. Deus diz para Ezequiel que a terra invadida será Israel e Deus sabe disto. Deus permitirá essa invasão, pois Ele se mostrará às nações naquele dia, lançando Gogue contra Israel. Gogue se lembrará das profecias que Deus falou contra ela. Sabemos que no final do reino do Messias na terra, haverá uma batalha entre Satanás e os seus seguidores contra Deus. Porém, a vitória do Senhor será completa. Os propósitos vingativos de Deus. A ira do Senhor se levantará quando Gogue invadir Israel. Deus enviará um grande terremoto na terra de Israel, mostrando sua ira contra Gogue. Toda a terra e mar sentirão o tremor daquele terremoto. Gogue será atacado pela espada. Deus fará que o próprio exército de Gogue lute entre si. Deus enviará uma chuva de granizo e enxofre contra Gogue e sobre outras nações que estiverem com ele. Deus mostrará com isso a sua grandeza e santidade diante das nações (v.1-23).

 

“O profeta descreve Gogue como príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal, que, na opinião de alguns, são os nomes antigos da Rússia, de Moscou e de Tobolsk. Apesar de ser uma possibilidade interessante, não há como prová-la. As tropas se deslocarão para o sul, contra a terra de Israel. Nessa época, os judeus estarão habitando seguros em vilas sem muros. Deus sabe dos planos de seus inimigos com milhares de anos de antecedência e já preparou meios de livrar seu povo, o que é motivo de grande consolo para os cristãos.”[43]

 

Capítulo 39: Mais profecias contra Gogue

1.O soberano continua contra o príncipe Gogue e está pronto para arrastá-lo do norte para Israel. Toda a força de Gogue se enfraquecerá e seu corpo se transformará em carniça para aves. Magogue que estava segura será invadida pelo próprio Deus. Israel voltará a conhecer o nome do Senhor e Ele não deixará que seu nome seja profanado novamente. As armas de Israel servirão de combustível por sete anos. Gogue e seu exército terão parte na terra de Israel, mas de modo bem diferente do que esperavam. Israel levará sete meses para enterrar seus inimigos e Deus diz que será um dia memorável para Israel e de glória para Ele. Deus manda convocar uma assembleia para o grande sacrifício, que terá algo de muito estranho até agora nos sacrifícios: a permissão para comer sangue. Outra novidade estranha aos sacrifícios anteriores: as vítimas não serão cordeiros, bodes ou bois. A gordura poderá ser comida, também. Haverá todo o tipo de sacrifício e todos serão permitidos comer (v.1-20).

 

2.Tanto a glória como a punição do Senhor serão mostradas às nações. Israel de uma vez por todas se converterá ao Senhor. As nações saberão que Israel nem sempre foi fiel e que Deus nem sempre a socorreu. O Senhor soberano volta a ter compaixão de Israel, zelando pelo próprio nome. Israel finalmente aprenderá a lição. Deus mostrará sua santidade às nações por meio de Israel. Deus recolherá de volta todo o Israel do exílio, entre as nações. O Espírito de Deus será derramado sobre Israel (v.21-29).

“Tanto nesta profecia como em Joel 2:28-29, Deus promete derramar seu Espírito sobre a humanidade. A igreja primitiva acreditou que isto começou a cumprir-se no Pentecostes, quando o Espírito Santo de Deus deveu morar em todos os crentes (At 2:1-18).”[44]

 

Gogue e Magogue (Ez 38-39)[45]

1.Rússia (?) em aliança com Pérsia (?), Etiópia (?), Líbia (?), Alemanha(?) e Turquia(?) (38.2,5,6)

2.Israel parece presa fácil (38.11)

3.A confederação decide invadir a terra para obter espólios (38.12)

4.Protesto [pela Espanha (?)] pela invasão (38.13)

5.A destruição do invasor nas montanhas de Israel (39.2-4)

6.A intervenção divina através da convulsão da natureza (38.20-22)

7.O descarte dos cadáveres levará 7 meses (39.12)

8.A limpeza dos detritos levará 7 anos (39.9-10)

9.Tudo acontecerá nos últimos anos e últimos dias (38.8,16)

10.A destruição será um sinal para as nações e para Israel (38.23, 39.21-24)

 

Capítulos 40-48: O Novo Templo do Senhor

1.Os capítulos finais de Ezequiel (40 até 48) são a descrição do Novo Templo para o reino do Messias. Em Apocalipse, este reino se chama Milênio, pois é um reino de mil anos. Comentaristas dizem que as medidas não são as mesmas que do Templo de Salomão e, portanto, não pode ser um texto memorial, mas uma profecia a ser cumprida. No capítulo 43, o profeta vê a glória do Senhor. É um alívio para ele, pois o povo no cativeiro perdeu a glória do Senhor. A glória do Senhor entrou no templo e O Espírito levou Ezequiel até o átrio interior e a glória encheu o templo. Esta profecia é futura, pois para a glória voltar ao Templo precisará existir o Templo, porém, não é o Templo da época de Ageu. Vemos o lugar do trono de Deus e Ele vivendo entre os israelitas. As práticas detestáveis serão destruídas. Há um convite à purificação. A descrição do templo pode fazer com que os pecadores fiquem envergonhados, pois Toda a área ao redor do templo será santa. Desde a entrada até ao santuário, tudo deve ser observado. Deus não permitirá mais a profanação. As práticas detestáveis dos levitas tiveram consequências. No capítulo 44, a terra será distribuída e uma parte medida e consagrada ao Senhor.

 

3.O capítulo 48 especifica a divisão da terra. A seguir a divisão das terras para cada tribo e suas fronteiras. Essa terra é herança de Israel dada pelo soberano Senhor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tribo

Limites

Versículo

Norte, Hetlom, Hamate, Hazar-Enom, Damasco de leste a oeste

v.1

Aser

Dã de leste a oeste

v.2

Naftali

Aser de leste a oeste

v.3

Manassés

Naftali de leste a oeste

v.4

Efraim

Manasses de leste a oeste

v.5

Rúben

Efraim de leste a oeste

v.6

Judá

Rúben de leste a oeste

v.7

Benjamim

Judá de leste a oeste

v.22-23

Simeão

Benjamim de leste a oeste

v.24

Issacar

Simeão de leste a oeste

v.25

Zebulom

Issacar de leste a oeste

v.26

Gade

Zebulom de leste a oeste, Sul, Tamar, águas de Meribá-Cades, ribeiro do Egito, Mar Grande

v.27-28

 

4.A seguir a porção especial para Judá (48.8-22).

 

Medida

Objetivo

Versículo

25 mil côvados (12,5 mil metros)

Santuário no centro

v.8

25 mil x 10 mil côv. (12,5 x 5 mil metros)

Dos sacerdotes

v.9-12

25 mil x 10 mil côv. (12,5 x 5 mil metros)

Dos levitas

v.13-14

5 mil x 25 mil côv. (2,5 x 12,5 mil metros)

Cavalos e pastos

v.15-20

25 mil x 25 mil côv. (12,5 x 12,5 mil metros)

Do príncipe

v.21-22

 

5.Os portões da cidade levarão os nomes das tribos de Israel. Todos os cantos têm a mesma medida (2.250 metros). A distância toda ao redor será de 9 mil metros. O nome da cidade será “O Senhor está ali”. Assim termina o livro do profeta Ezequiel.

 

“A parte restante da profecia é o estabelecimento do Seu santuário no meio de Seu povo. O leitor perceberá que se descobre nesses últimos capítulos uma revelação do mesmo tipo que foi dada a Moisés para o tabernáculo e para Davi para o templo, porém, neste caso, os detalhes são preservados nos escritos dados ao povo pela inspiração, como um testemunho para o tempo que ainda virá e para consciência em todas as épocas. Deus tem interesse pelo Seu povo. Ele restabelecerá Seu santuário entre os homens. Enquanto isso, o testemunho disso tem sido dado ao povo para levá-los à responsabilidade envolvida nesse favor de Deus diante deles. O profeta tinha que falar ao povo de Israel tudo o que viu; e assim ele fez.”[46]


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2014

 

 

 

 

 

Notas

 

1.     Introdução

 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     Notes on Ezekiel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 9-10 (Published by Sonic Light – 2014 Edition).

3.     Novo Comentário da Bíblia, pg. 10-11 – Ez 1.5-14 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

4.     Comentário Bíblico Moody, pg. 20 – Ez 2.1 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

5.     Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 6 – Ez 3.1-11 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

6.     Notes on Ezekiel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 38 - Ez 4.12-15 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

7.     Knowing God through Ezekiel - Herb Vander Lugt (RBC Ministries – Grand Rapids – MI – EUA – 1996)

8.     Introdução e Comentário (Ezequiel), pg. 83 – Ez 6.3-7 – John B. Taylor (Ed. Vida Nova, Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1984)

9.     Comentário Bíblico NVI, pg. 1132 – Ez 7.1-13 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

10.  John Gill's Exposition of the Entire Bible (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

11.  Expositions of Holy Scripture (Ezekiel), pg. 4 – Ez 8.12 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

12.  O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3221 – Ez 9.8 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

13.  Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

14.  Comentário Bíblico Expositivo do VT vol. 4, pg. 223 – Ez 10.14 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

15.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 707 – Ez 11.16-21 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

16.  John Gill's Exposition of the Entire Bible, Ez 12.25 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

17.  Expositor's Bible Commentary – Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – Ez 13.3 - publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

18.  Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Ez 14.3 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

19.  John Darby´s Synopsis of the Bible – Ez 15 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

20.  The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Ez 16.8 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

21.  The Cambridge Bible for Schools and Colleges By Cambridge University Press – Ez 17.5-6 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

22.  The Biblical Illustrator - By Joseph S. Exell, M.A. – Ez 18.1-3 - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

23.  Albert Barnes' Notes on the Bible – Ez 19.5 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

24.  The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Ez 20.39-44 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

25.  Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) - Ez 21.1-7 - (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

26.  Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments – Ez 22.5 - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

27.  Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Ez 23.20 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

28.  Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Ez 24.15-27 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

29.  Complete Summary of the Bible - Keith L. Brooks – Ez 25 (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

30.  Dr. Peter Pett's Commentary – Ez 26 - Commentary Series on the Bible - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)

31.  The Pulpit Commentary, Ez 27.13 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

32.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 714 – Ez 28.11-19 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

33.  Comentário Bíblico Expositivo do VT vol. 4, pg. 272 – Ez 29.21 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

34.  O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3293 – Ez 30.23 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

35.  Comentário Bíblico NVI, pg. 1157 – Ez 31.14 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

36.  Novo Comentário da Bíblia, pg. 52 – Ez 32.31 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

37.  Comentário Bíblico Moody, pg. 123 – Ez 33.1-9 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

38.  Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 35 – Ez 34.1-6 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

39.  Pr. Cleverson de Abreu Faria da Igreja Batista Salém. Pinhais - Curitiba – PR escreveu um artigo defendeu o ponto de vista que Davi reinará com Jesus.

http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/ReinoMilenarJesusCristo-CleversonFaria.htm 25/07/2019

40.  Notes on Ezekiel, pg. 179 – Ez 35.5 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

41.  Introdução e Comentário (Ezequiel), pg. 207 – Ez 36.22-32 – John B. Taylor (Ed. Vida Nova, Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1984)

42.  Comentário Bíblico Expositivo do VT vol. 4, pg. 289 – Ez 37 (nota de rodapé número 3) – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

43.  Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 719 – Ez 38.1-6 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

44.  Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Ez 39.29 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

45.  Things to Come – A Study in Biblical Eschatology, pg. 344 – J. Dwight Pentecost (Zondervan 22ª impressão 1982)

46.  John Darby´s Synopsis of the Bible – Ez 40-48 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] Notes on Ezekiel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 9-10 (Published by Sonic Light - 2014 Edition).

[3] Novo Comentário da Bíblia, pg. 10-11 – Ez 1.5-14 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[4] Comentário Bíblico Moody, pg. 20 – Ez 2.1 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[5] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 6 – Ez 3.1-11 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[6] Notes on Ezekiel - Dr. Thomas L. Constable, pg. 38 - Ez 4.12-15 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[7] Knowing God through Ezekiel - Herb Vander Lugt (RBC Ministries – Grand Rapids – MI – EUA – 1996)

[8] Introdução e Comentário (Ezequiel), pg. 83 – Ez 6.3-7 – John B. Taylor (Ed. Vida Nova, Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1984)

[9] Comentário Bíblico NVI, pg. 1132 – Ez 7.1-13 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[10] John Gill's Exposition of the Entire Bible (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[11] Expositions of Holy Scripture (Ezekiel), pg. 4 – Ez 8.12 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)

[12] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3221 – Ez 9.8 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

[13] Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[14] Comentário Bíblico Expositivo do VT vol. 4, pg. 223 – Ez 10.14 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[15] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 707 – Ez 11.16-21 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[16] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Ez 12.25 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[17] Expositor's Bible Commentary – Prof. Marcus Dods (Editado pelo Rev. W. Robertson Nicoll – Ez 13.3 - publicado em 1887-1896; domínio público – extraído de e-sword versão 11.0.6 - 2016)

[18] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Ez 14.3 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[19] John Darby´s Synopsis of the Bible – Ez 15 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[20] The Expository Notes of Dr. Constable (Dr. Constable's Bible Study Notes – Ez 16.8 - Copyright 2012 by Dr. Thomas L. Constable (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[21] The Cambridge Bible for Schools and Colleges By Cambridge University Press – Ez 17.5-6 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[22] The Biblical Illustrator - By Joseph S. Exell, M.A. – Ez 18.1-3 - Published in 1900; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[23] Albert Barnes' Notes on the Bible – Ez 19.5 - Albert Barnes (1798-1870) (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[24] The Preacher's Complete Homiletical Commentary – Ez 20.39-44 - Edited by the Rev. Joseph S. Exell - Published in 1892; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[25] Keil & Delitzsch - Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament (Johann (C.F.) Keil (1807-1888) & Franz Delitzsch (1813-1890) - Ez 21.1-7 - (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[26] Jamieson, Fausset and Brown Commentary - A Commentary, Critical and Explanatory, on the Old and New Testaments – Ez 22.5 - Rev. Robert Jamieson - Published in 1871; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[27] Matthew Henry's Concise Commentary on the Whole Bible, Ez 23.20 (Published in 1706 extraído de e-sword version 10.3.0 - 2014)

[28] Poor Man's Commentary (Robert Hawker) – Ez 24.15-27 - Published in 1805; public domain (extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[29] Complete Summary of the Bible - Keith L. Brooks – Ez 25 (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

[30] Dr. Peter Pett's Commentary – Ez 26 - Commentary Series on the Bible - Copyright 2013 (extraído de e-sword versão 11.0.6 – 2016)

[31] The Pulpit Commentary, Ez 27.13 - Edited by the Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., and by the Rev. Joseph S. Exell, M.A. (Published in 1880-1897 extraído de e-sword version 11.0.6 - 2016)

[32] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 714 – Ez 28.11-19 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[33] Comentário Bíblico Expositivo do VT vol. 4, pg. 272 – Ez 29.21 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[34] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3293 – Ez 30.23 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

[35] Comentário Bíblico NVI, pg. 1157 – Ez 31.14 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[36] Novo Comentário da Bíblia, pg. 52 – Ez 32.31 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[37] Comentário Bíblico Moody, pg. 123 – Ez 33.1-9 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[38] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 35 – Ez 34.1-6 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[39] Pr. Cleverson de Abreu Faria da Igreja Batista Salém. Pinhais - Curitiba – PR escreveu um artigo defendeu o ponto de vista que Davi reinará com Jesus.

http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/ReinoMilenarJesusCristo-CleversonFaria.htm 25/07/2019

[40] Notes on Ezekiel, pg. 179 – Ez 35.5 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[41] Introdução e Comentário (Ezequiel), pg. 207 – Ez 36.22-32 – John B. Taylor (Ed. Vida Nova, Ed. Mundo Cristão – SP – 1ª ed. 1984)

[42] Comentário Bíblico Expositivo do VT vol. 4, pg. 289 – Ez 37 (nota de rodapé número 3) – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[43] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 719 – Ez 38.1-6 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[44] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – Ez 39.29 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

[45] Things to Come – A Study in Biblical Eschatology, pg. 344 – J. Dwight Pentecost (Zondervan 22ª impressão 1982)

[46] John Darby´s Synopsis of the Bible – Ez 40-48 - Published in 1857-1862; public domain. (extraído de e-sword version 11.0.6 – 2016)

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