Daniel
Introdução[1]
1.Daniel é colocado como um dos maiores homens da história do VT. Em Ezequiel, Mateus e Hebreus há registros de sua existência como profeta (Ez 14.14,28.3, Mt 24.15 e Hb 11.33). Daniel era jovem quando Nabucodonozor veio a Jerusalém e começou a conquistar Judá, no ano 605 a.C. Houve várias deportações de judeus para a Babilônia e Daniel estava no primeiro grupo porque era de linhagem real. Era prática da Babilônia deportar os nobres e treiná-los para o serviço em seus próprios palácios. Daniel estava ainda vivo em 539 a.C., quando o reino da Babilônia foi tomado por Ciro, o rei da Pérsia. Portanto, Daniel viveu e ministrou na Babilônia por mais de 60 anos. De fato, o profeta Daniel viveu durante quatro reinados: de Nabucodonozor, Belsazar, Dario e Ciro e em três diferentes reinos: Babilônia, Média e Pérsia. Daniel significa “Deus é meu juiz”. Daniel ocupou várias posições
importantes e foi promovido grandemente por causa de seu caráter e sabedoria, e principalmente, porque a bênção de Deus estava sobre ele. Nabucodonozor nomeou-o chefe dos sábios e governador da terra, uma posição semelhante a de Primeiro Ministro. O neto de Nabucodonozor, Belsazar, elevou Daniel a terceiro no reino. O primeiro era Nabonidus, o último rei da Babilônia, que residia em Tema na Arábia; o segundo era Belsazar, seu filho. E o terceiro ficou sendo Daniel e o motivo foi porque ele explicou o significado do que a mão escreveu no muro. Dario nomeou-o líder sobre todo o reino (6.1-13). Certamente Daniel foi fiel testemunha de Deus em um reino perverso e idólatra por mais ou menos 75 anos.
2.Daniel é para o VT o que Apocalipse é para o NT e, de fato, não é possível entender um sem o outro. Profeticamente Daniel lida com o “tempo dos gentios” (Lc 21.24), aquele período que começou em 606 a.C. com o cativeiro e terminará quando Cristo retornar à terra para julgar as nações gentílicas e estabelecer Seu Reino na terra. Nas várias visões e sonhos registrados em Daniel, vemos o programa da história dos gentios desde o reinado da Babilônia, pelas conquistas dos medos, persas, gregos e romanos, até o governo do Anticristo antes do retorno de Jesus Cristo. Este livro diz que “há um Deus no céu” (2.28) e que o “Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (4.25). Daniel diz claramente que Deus Altíssimo é Soberano. Que Ele pode colocar e tirar governantes de seus tronos. Que Deus pode ferir as nações mais fortes. Em 1.1-2.3, o livro é escrito em hebraico, mas de 2.4-7.28, é escrito em caldeu. Portanto, as seções que tratam dos judeus são escritas em hebraico e as seções que lidam com a Babilônia são escritas em caldeu.
3.O livro de Daniel não é arranjado em ordem cronológica. Na primeira metade, Daniel interpreta os sonhos dos outros e na última metade, ele tem visões concernentes ao futuro de seu povo. A seguir a ordem histórica do livro.
Capítulos |
Acontecimentos |
Data (a.c) |
1 |
Cativeiro |
605-604 |
2 |
Sonho da Estátua |
602 |
3 |
Imagem de Nabucodonozor |
- |
4 |
Sonho da árvore de Nabucodonozor |
- |
7 |
A visão dos quatro animais |
556 |
8 |
A visão do bode e do carneiro |
554 |
5 |
O banquete de Belsazar - a Babilônia cai |
538 |
9 |
A visão das 70 semanas |
539 |
6 |
A cova dos leões |
- |
10-12 |
As visões finais |
- |
Note que Daniel era um homem de seus 80 anos quando foi lançado à cova dos leões!
4.Seis diferentes reinos são identificados no livro de Daniel.
Capítulo 2 |
Capítulo 7 |
Babilônia (606-539 a.C.) - a cabeça de ouro (v.36-38) |
Leão com asas de águia (v.4) |
Média-Pérsia (539-330 a.C.) - braços e peito de prata (v.39) |
Urso com três costelas (v.5) |
Grécia (330-150 a.C.) - quadris de bronze (v.39) |
Leopardo com quatro cabeças (v.6) |
Roma (150 a.C. até 500 d.C.) - pernas de ferro (v.40) |
Animal terrível (v.7) |
Anticristo - dez dedos de ferro e barro (v.41-43) |
Pequeno chifre (v.8) |
Cristo - a Pedra que esmiúça (v.44-45) |
Ancião de dias (v.9-14) |
5.Guarde em mente que o Império Romano nunca foi substituído por outro império mundial e assim continuará até que o Anticristo se levante. Este último ditador mundial estabelecerá um império de países confederados (os 10 dedos). Note que no capítulo 2 mostra a visão do homem sobre as nações (metais valiosos), enquanto que no capítulo 7 mostra a visão de Deus (bestas perigosas).
6.Em Daniel 3 e 6 mostra como o reino deste mundo persegue os crentes por não adorarem o seu deus, porém, é apenas uma sombra em comparação ao que acontecerá no período chamado Tribulação (7.25, 8.24, 12.1). O próprio Jesus mencionou este livro em Mt 24.15 e Mc 13.14.
7.Alexandre Magno ou Alexandre, o Grande, foi o grande conquistador grego. Era o rei da Macedônia. Em 331 a.C. conquistou a Pérsia. Certo dia, enquanto estava em Jerusalém ouviu um sacerdote ler as profecias de Daniel e impressionou-se bastante quando este lia que um rei grego derrubaria a Pérsia, o que de fato aconteceu com suas próprias mãos.
“Estudiosos conservadores dão as boas-vindas ao aumento de dados linguísticos e arqueológicos, os quais apoiam data antiga, ou pelo menos, enfraquecem os argumentos para uma data mais atual para Daniel. Eles estão convencidos de que Daniel, de fato, foi um profeta verdadeiro com uma mensagem para sua geração e para hoje.”[2]
8.Esboço simples
I.A história pessoal de Daniel (1-6) II.O ministério profético de Daniel (7-12) |
Capítulo 1: Daniel e seus amigos na Babilônia
1.Quando a Babilônia levou os cativos de Judá para si, aquele império começou pelas pessoas importantes e de capacidade de Israel. Nessa leva de jovens talentosos, Daniel e os seus amigos foram levados para a Babilônia. O que é impressionante na história que se segue é o modo como Deus chamou a atenção dos babilônios através de quatro jovens (v.1-3).
2.É verdade que a integridade que fala aqui é integridade física. Mas o rei não aceitaria jovens perfeitos fisicamente, mas sem habilidade intelectual e sem presença marcante de espírito. Deveriam ser jovens que impressionassem tanto pelo físico, quanto pela inteligência e pela presença de espírito. Hoje há uma forte tendência entre os jovens, rapazes e até entre as moças, para se ter um físico forte e musculoso. Por isso, malham. Moças musculosas é o novo padrão de beleza entre os jovens. Mas os jovens deveriam se preocupar em se preparar intelectualmente e, principalmente, com um intelecto que alcance as verdades bíblicas. Os jovens, além de boa aparência tinham de ter condições para estar diante do rei, pois eles aprenderiam a gramática e a conversação dos caldeus. O estudo nunca é perdido. O jovem que se prepara intelectualmente na vida terá oportunidades que só vai saber quando chegar o momento. Não é difícil achar jovens capacitados intelectualmente, porém, é muito difícil achar um jovem íntegro diante de Deus. Com uma vida espiritual irrepreensível, mas esta é justamente uma das grandes diferenças entre jovens que andam com Deus e dos que não andam (v.4).
3.Havia um preparo para que pudessem se apresentar efetivamente ao rei. Eram selecionados, mas também eram preparados. A Bíblia diz que este preparo seria de três anos. Paulo se preparou por três anos para se apresentar aos crentes. Muitas escolas bíblicas preparam seus alunos por três anos. Seja como for, Deus quer jovens preparados em santidade para começar a desenvolver para o Rei os seus serviços. O rei dos caldeus não admitiria seus antigos nomes hebreus. Precisavam de nomes mais apropriados. Deus está fazendo uma mudança de vida nos jovens. Deus não admite uma vida nova com um antigo caráter. É curioso saber quais os significados dos nomes hebreus e os novos nomes que ganharam em Babilônia (v.5-7).
Daniel significa “Deus é meu juiz” e passou a ser chamado Beltessazar que significa “Bel proteje sua vida” Hananias significa “Deus tem favorecido” e passou a ser chamado Sadraque que significa “Ordem de Aku, o deus da Lua” Misael significa “Quem é como Deus” e passou a ser chamado Mesaque que significa “Quem é como Aku” Azarias significa “Jeová tem ajudado” e passou a ser chamado Abednego que significa “Servo de Nego” |
4.Daniel com seu novo nome, “O Senhor dos tesouros restritos”[3] quis restringir a boa comida do rei. Ele teve um desejo de se santificar para o Senhor. Não se pode negar que a comida era de excelente qualidade e que o povo de Israel estava passando fome, mas Daniel não olhou para os prazeres desse mundo, antes propôs para o eunuco uma dieta “santa”. Muitos jovens querem se aproximar o quanto podem dos estilos do mundo, “agradáveis ao paladar”, mas nessa tentativa de trazerem os bons frutos acabam fazendo da nossa mesa um banquete com comidas muito estranhas ao nosso paladar. Que saudade da boa verdura! Nada complicado, nada indigesto e saudável. A santidade do jovem se vê no viver diário. A pureza sexual faz o jovem que anda com Deus diferente dos demais que naufragam diante do apelo sexual intenso (v.8).
5.Alguns jovens não aceitam ser examinados, acham que suas vidas não interessam a ninguém, senão a eles apenas. Isto é no mínimo orgulho, pois todos nós estamos sujeitos ao exame dos outros. Só assim aparecem os aprovados e os reprovados. Mas não se deixar ser examinado pode esconder algo mais sério do que um orgulho disfarçado, pode ser pecado encoberto. O pecado encoberto destrói as forças do jovem. Daniel teve uma vida aberta e sincera diante de Deus e dos homens, por isso, “achou graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos” (v.9).
“A relutância do compreensivo chefe dos eunucos em concordar com o pedido pode ser entendida ainda melhor se o motivo de Daniel fosse o de permanecer livre de um compromisso com a vontade do rei. Nabucodonozor, certamente, teria interpretado o motivo como sendo traiçoeiro, considerando a Aspenaz culpado de cumplicidade. Mas Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão. A intervenção ativa do Senhor em favor dos Seus servos estava de conformidade com a Escritura (1 Rs 8:50; SI 106:46) e foi provada na experiência pelo homem de fé (cf. os versículos 2 e 17).”[4]
6.Daniel propôs um teste de dez dias com uma dieta bem familiar a ele. Daniel tinha tanta certeza do que estava falando que até limitou um tempo e deu a sua palavra. Os jovens que andam com Deus, também se deixam ser examinados. Que desafio se jovens resolvessem aplicar os princípios da Palavra de Deus por dez dias. O resultado seria uma vida santa e todo jovem desejaria continuar essa “dieta espiritual”. Muitos jovens andam da maneira errada porque nunca tiveram uma experiência real com o Senhor. Isto faria muita diferença (v.10-14).
7.O apóstolo João disse que os jovens são vitoriosos e esta vitória não é pouca coisa. Os jovens vencem o Maligno (1 Jo 2.13-14). Provavelmente as comidas do rei não eram saudáveis. Poderiam ser até saborosas, mas não se igualava com a dieta do povo de Israel. Os prazeres do mundo têm o seu encanto e suas delícias, mas não produzem a saúde espiritual que o jovem precisa. Os quatro jovens mostraram que a sua vida era vitoriosa. A vida deles não consistia apenas de palavras, mas de poder e de eficácia. Palavras não provam nada; a vida vitoriosa sim. O jovem fará diferença neste mundo quando mostrar em sua própria vida que a “dieta espiritual” está funcionando. Ler a Bíblia e orar dá certo. Dá saúde e preparo espiritual. Jovens vitoriosos ganham oportunidades. Uma dieta de dez dias lhes deu dez vezes mais entendimento. Se jovens andarem em vitória com Deus, o Senhor lhes dará oportunidades e serão úteis para a glória de Deus. As diferenças de jovens que andam com Deus são notáveis, pois são íntegros, santos, abertos ao exame e são vitoriosos. Nossa sociedade precisa urgentemente de jovens assim, pois os jovens que a sociedade está produzindo são enganosos, violentos, e até assassinos de seus pais (v.15-21).
“As pessoas não crerão na vantagem de evitar os excessos e ter uma dieta austera, nem contribuirão para a saúde de seus corpos, se não se dispuserem ao menos a tentar. A temperança consciente, sempre fará mais do que a indulgência pecaminosa a favor do bem-estar nesta vida.”[5]
Capítulo 2: Daniel interpreta os sonhos de Nabucodonozor
1.Deus usou o sonho de Nabucodonozor para promover Daniel e seus amigos. Era comum os reis buscarem seus feiticeiros para interpretar seus sonhos. Inventar interpretações pode ser fácil para pessoas com boa imaginação, mas o rei exigiu que o intérprete falasse qual era o sonho e sua interpretação. Daniel foi a salvação de todos os feiticeiros ao se voluntariar para interpretar o sonho (v.1-16).
“Nabucodonozor não era um neurótico trêmulo facilmente assustável como uma criança por meio de vagas impressões. Este versículo é apenas o primeiro de um grupo de evidências de que a [Edição Revista e Corrigida] não está correta ao sugerir que Nabucodonozor tenha esquecido o sonho (v. 5). Ele estava assustado exatamente porque não se esquecera dele.”[6]
“Os caldeus declaram sua incapacidade de relatar e interpretar o sonho, asseverando que tal conhecimento só pode ser encontrado entre os deuses cuja morada não é com a carne (11). Mediante essa confissão os caldeus fazem referência a Deus, pois mesmo no negro paganismo permanecia a persuasão que Deus existe (cf. Rm 1.21).”[7]
2.Daniel era submisso a Deus e a Ele orava, mas não fazia isto sem a ajuda dos seus amigos. A revelação veio a Daniel, mas ele agradece a Deus por ter respondido a todos os seus amigos e não somente a ele. Isto nos mostra que as respostas de orações são a todos os que oraram e não apenas ao que recebeu a resposta diretamente (v.17-23).
3.Daniel oferece ao rei a interpretação do sonho. É uma profecia muito importante, pois define o destino das nações. A pedra cortada sem o auxílio de mão (v.34) é Jesus Cristo. Os pés têm uma mistura do governo humano com o governo do Anticristo. Daniel foi recompensado e não se esqueceu dos amigos. Quanto aos reinos descritos neste sonho e a interpretação veja o desenho a seguir (v.24-49).
Capítulo 3: A estátua de ouro. A fornalha de fogo ardente
1.A adoração era universal ao som da música. O Anticristo exigirá a adoração de todos os povos (v.1-7).
“Daniel 3 registra um solene ajuntamento dos oficiais do rei Nabucodonozor de todo o seu império. Os músicos reais se reuniram para promover a grandiosidade da ocasião e para providenciar direção sobre o momento que os oficiais deviam se inclinar a fim de expressar sua lealdade e devoção. A orquestra era composta de instrumentos representativos, os quais não se limitavam aos instrumentos da Babilônia. A presença de instrumentos com nomes gregos enfatiza o sabor internacional do evento. A identificação exata dos instrumentos permanece uma dificuldade. Este artigo propõe a seguinte lista: chifre, flauta de dois pentes, lira, harpa, fole e tambor. Todos esses instrumentos soavam uma nota de louvor à glória de Nabucodonozor e o poder de seu Império Babilônico.”[8]
“Pense na história dos waldenses e dos huguenotes. Enquanto para esses nobres mártires, para os quais há uma coroa de mártir na vinda de Cristo, não houve nenhum livramento e seus corpos foram consumidos pelo fogo, ainda que o Filho de Deus estava com eles e com louvores no coração e música em seus lábios, Ele os levou por meio do fogo. E durante a grande tribulação um remanescente fiel de judeus sofrerão sob o homem da iniquidade, como esses três hebreus sofreram; mas eles, semelhantemente, serão libertos.”[9]
2.Os amigos de Daniel não aceitaram aquele culto de Satanás. Eles confiavam em Deus e mesmo que Ele não os quisesse livrar da fornalha continuariam a confiar Nele. Jó também disse que ainda que o Senhor o matasse confiaria Nele. Davi disse que a graça do Senhor era melhor do que a vida. Os heróis da fé não amaram sua vida mais do que ao Senhor. Jesus disse que quem perder a sua vida a ganhará. Vale a pena rever essas referências bíblicas e notar como o poder do Espírito Santo encoraja os crentes a viverem somente para Ele acima até da própria vida (v.8-18).
3.A fornalha foi aquecida sete vezes mais do que o normal para carbonizar os amigos de Daniel. Os serviçais foram mortos somente com as chamas e os amigos de Daniel que foram colocados dentro da fornalha amarrados não sofreram nenhuma queimadura. Nem mesmo as roupas se queimaram e não havia nenhum cheiro de queimado neles. O quarto homem na fornalha era Jesus Cristo (Filho de Deus, v.25). O rei referiu-se a Ele como a um anjo de Deus. Nabudonozor decretou que ninguém falaria algo contra o Deus verdadeiro, caso blasfemassem seriam destruídos. Isto é mais uma atitude de medo e reconhecimento do que uma conversão genuína (v.19-30).
Capítulo 4: O sonho de uma árvore grande e a loucura do rei
Nesta altura, Daniel já tinha total confiança de Nabucodonozor e mais uma vez interpretou o sonho que o próprio texto já nos esclarece. A árvore grande é o próprio Nabucodonozor com seu reino extenso e soberano sobre a terra. O castigo de Deus viria sobre o rei para que este O reconhecesse como acima de todo o Universo. Uma raiz ainda seria deixada no reino de Nabucodonozor para que ele voltasse a reinar depois de reconhecer Deus como o verdadeiro soberano sobre tudo. Assim como Nabucodonozor sofreu sete tempos (sete anos) haverá sobre toda a terra sofrimento para os gentios durante sete anos para que ao final reconheçam que só Deus é o Senhor de toda a terra. A restauração de Nabucodonozor também aponta para o Milênio quando todos os moradores da terra reconhecerão o Rei do céu, Jesus Cristo (v.1-37).
“À luz de outras passagens na Bíblia, falando profeticamente da Babilônia e sua queda, das quais Isaías 13 e 14 podem ser tomadas como exemplo, fica claro que a contenda entre Deus e Nabucodonozor é uma abrangente ilustração das ações de Deus com toda a raça humana e especialmente o mundo gentílico em seu orgulho e fracasso em reconhecer a soberania de Deus.”[10]
“Deus procurou, anteriormente (capítulos 2 e 3), impressionar Nabucodonozor com Sua soberania universal, mas o rei não aprendeu a lição. Assim, o Senhor enviou a ele uma lição mais forte. É isso que ele, frequentemente, faz (cf. Jó 33.14-17). A última parte desse versículo [4.17] é, de fato, um resumo do tema do Livro de Daniel.”[11]
Capítulo 5: A festa de Belsazar e a escrita na parede
1.O declínio da moralidade é evidente neste capítulo. Usaram os utensílios sagrados e roubados de Jerusalém para se embebedarem e louvaram aos deuses de materiais perecíveis. A mão de Deus escreveu. Há um antropomorfismo, isto é, Deus se comunicando com o homem com formas humanas, neste caso, com dedos de mão de homem. O rei tremeu e apelou aos seus feiticeiros, mas sem sucesso (v.1-9).
2.A rainha lembrou-se de Daniel e este foi apresentado ao rei para interpretar a escrita. O profeta Daniel não se interessou pelos presentes, mas em cumprir aos propósitos de Deus, mostrando ao rei que o pai dele foi humilhado e reconheceu a grandeza de Deus, mas ele não estava seguindo os caminhos do pai e sim ao roubo dos pertences da casa do Senhor, à bebedeira e à idolatria. A escrita é Mene, Mene (Numerado ou contado), Tequel (Balança) e Parsim ou Peres (Dividido). A profecia foi imediatamente cumprida. A Babilônia foi contada, medida e pesada por Deus, foi achada em falta e dividida e dada aos medos e persas (v.10-31).
“A Babilônia era a incorporação e tipo do poder mundial perverso, e Belssazar era a encarnação do espírito que fazia a Babilônia. Então, a acusação junta as principais formas de pecado, as quais dividem cada perversidade individual ou nacional.”[12]
“Ao ler o escrito, Daniel leu UFARSIM (25), mas, ao dar a interpretação, empregou a forma PERES (28). O U é a conjunção aramaica "e", que seria omitida ao ser dada a interpretação. Farsim é uma forma plural, enquanto que peres é singular. À base de algumas versões antigas parece que peres é a forma original e que o plural farsim possivelmente pode ser considerada como obra de um escriba que talvez tivesse em mente a palavra que significa persas (paras).”[13]
Capítulo 6: Daniel na cova dos leões
Daniel continuou na nobreza, mesmo no reino medo-persa. Movidos por inveja, os sátrapas (príncipes) queriam derrubar Daniel e persuadiram o rei Dario a estabelecer um decreto para que ninguém orasse a nenhum deus por trinta dias sob pena de ser jogado na cova dos leões para servir-lhes de comida. Daniel foi acusado, jogado à cova, mas Deus mandou fechar a boca dos leões. Para quem desacredita da fome dos leões, leia o versículo 24. Os inimigos de Daniel receberam à punição em lugar dele. Assim como Nabucodonozor, o rei Dario temeu ao Deus verdadeiro. Daniel viveu durante quatro reinados: de Nabucodonozor, Belsazar, Dario e Ciro e em três diferentes reinos: Babilônia, Média e Pérsia. Passou por todo o período do cativeiro como testemunho vivo do cuidado de Deus por Seu povo (v.1-28).
“Os comentaristas geralmente falham em duas categorias, muito relacionadas entre si, a respeito do decreto de Dario. A primeira visão é que o rei realmente declarou-se a única divindade que podia ser adorada por um período de trinta dias... A segunda visão do decreto vê não como realmente o ato de deificar o rei, mas como designá-lo como o único representante legítimo da divindade estabelecida naquele tempo.”[14]
“Comentaristas citam um relato de Dario III que sentenciou um homem à morte: ‘imediatamente ele se arrependeu e se culpou por ter cometido um grande erro, mas não era possível desfazer o que havia sido feito por autoridade real’ (Diodorus Siculus, Histórias 17.30). Tudo o que o rei podia fazer era esperar que o objeto da fé e das convicções de Daniel demonstrasse o seu valor.”[15]
Fidelidade e capacidade indiscutíveis (Dn 1-6) 1.A resolução de Daniel em não se contaminar (1.8,12,15) 2.A sabedoria de Daniel e seus amigos (1.17-20) 3.A capacidade de Daniel para revelar sonhos (2.16,18-20,27-31,36,45-49) 4.A obediência dos amigos de Daniel em adorar somente a Deus (3.1-7,12-14,16-21,23-30) 5.O reconhecimento de Nabucodonozor das maravilhas de Deus (4.1-3, 34-37) 6.A coragem de Daniel ao interpretar o sonho da grande árvore, Nabucodonozor (4.19-27) 7.A promessa de Deus cumprida contra Nabucodonozor (4.30,33) 8.A ousadia de Daniel ao interpretar o sinal na parede para Belsazar, o filho de Nabucodonozor (5.1,5,11-12,17,22,25-31) 9.A convicção de Daniel na oração, mesmo sob risco de morte (6.1-28) |
Capítulo 7: Os quatro animais
1.O profeta registra o reinado de Belsazar novamente, ou seja, antes do reinado medo-persa, quando Daniel ainda estava na Babilônia. Na visão, o Mar Grande refere-se às nações, assim como os quatro ventos nas profecias referem-se aos quatros cantos da terra (veja Apocalipse 7.1, 13.1, 17.1,15). A visão dos quatro animais é apenas uma variação do sonho de Nabucodonozor. Os materiais da estátua representam os animais. Abaixo a repetição do quadro visto anteriormente.
Capítulo 2 |
Capítulo 7 |
Babilônia (606-539 a.C.) - a cabeça de ouro (v.36-38) |
Leão com asas de águia (v.4) |
Média-Pérsia (539-330 a.C.) - braços e peito de prata (v.39) |
Urso com três costelas (v.5) |
Grécia (330-150 a.C.) - quadris de bronze (v.39) |
Leopardo com quatro cabeças (v.6) |
Roma (150 a.C. até 500 d.C.) - pernas de ferro (v.40) |
Animal terrível (v.7) |
Anticristo - dez dedos de ferro e barro (v.41-43) |
Pequeno chifre (v.8) |
Cristo - a Pedra que esmiúça (v.44-45) |
O Filho do homem (v.9-14) |
2.Algumas explicações adicionais da visão dos quatro animais. O leão de asas arrancadas, posto em pé como homem e com mente de homem refere-se à insanidade de Nabucodonozor que depois foi curada por Deus. O símbolo da Babilônia é um leão alado (v.4).
3.O urso que levantou um dos lados com três costelas entre os dentes com a ordem de comer muita carne se refere ao governo medo-persa. O lado levantado refere-se à Pérsia que era mais forte nessa coligação. As três costelas talvez se refiram a três províncias conquistadas (v.5).
4.O leopardo com asas mostra a velocidade das conquistas de Alexandre, o Macedônio, portanto, o Império Grego que surgiria após a Média e a Pérsia. As quatro asas falam da rapidez das conquistas e as quatro cabeças as divisões do Império (Síria, Egito, Macedônia e Ásia Menor) (v.6).
5.O quarto animal se refere ao Império Romano. A palavra Roma significa “força”. São as duas pernas de ferro e os dez dedos dos pés. É curioso notar a deterioração das monarquias, vista na diminuição de importância popular das feras. De leão para urso de urso para leopardo e de leopardo para um animal desconhecido. Da mesma forma, no sonho da imagem, os materiais de cima para baixo vão diminuindo em seu valor. Quanto ao chifre pequeno em lugar de três chifres, talvez se refira a governos menores que caíram em Roma e, futuramente, três governos das dez confederações do Anticristo, porém, nada sabemos especificamente sobre estes três chifres. Sobre dois chifres veremos no próximo capítulo (v.7-8).
6.Os próximos versículos falam do Senhor Jesus como Juiz. O Ancião de Dias é Deus o Pai e o Filho do homem é o Messias. Note os livros também citados em Apocalipse 20.11-15 no Grande Trono Branco. Também há um retrato, para nós hoje bem mais claro por causa de Apocalipse 13 sobre o Anticristo (v.9-28).
Os quatro reinos representados pelos quatro animais já vieram e já passaram. Contudo, o versículo 12 indica que cada reino continua a existir, de alguma forma, dentro do reino sucessor que o "devorou". Daniel, porém, contemplou em sua visão algo que não foi revelado a Nabucodonozor: o último reino humano na Terra seria terrível, diferente de todos os reinos anteriores, chegando a ponto de declarar guerra contra Deus! Trata-se do reino do anticristo, descrito em Apocalipse 13 a 19, um reino perverso que será destruído quando Jesus Cristo voltar à Terra.[16]
“Pela soberana graça de Deus, Ele enxertou [os gentios] na oliveira de Israel (Rm 11.17-29), não para substituir Israel, mas para compartilhar das bênçãos do concerto de Israel Ef 3.6). Assim, eles também são herdeiros (cf. Rm 8.14-17) e reinarão com o Filho (Ap 20.6).”[17]
Capítulo 8: O carneiro e o bode
As visões de Daniel se misturam com algo que já aconteceu e com aquilo que ainda acontecerá. Para Daniel tudo era futuro, pois o que conhecemos como história passada, por exemplo, a Grécia dominando sobre o governo medo-persa, para Daniel ainda aconteceria. O carneiro com dois chifres representa o governo medo-persa. Sendo que a Pérsia se sobressaia à Média. Esse carneiro conquista tudo, mas o bode vinha com poder voando mostrando sua rapidez. O chifre no centro refere-se ao macedônio Alexandre. Depois de tanto conquistar e se entediar, Alexandre morreu em decorrência aos excessos de alcoolismo e boemias. Alexandre reinou por apenas 11 anos. O reino macedônio se dividiu em quatro partes para os quatro generais (Ptolomeu, Cassandro, Lisímaco e Selêuco). Alguns entendem que o pequeno chifre é o oitavo rei da dinastia Selêucida, Antíoco Epifânio o qual sacrificou uma porca no altar. As abominações de Antíoco teriam durado 2300 dias literais, ou quase 7 anos. Após isto, Judas Macabeus teria purificado o altar. Mesmo sendo verdade essa interpretação, a explicação posterior nos arremete ao período da Tribulação e ao Anticristo, um rei de feroz semblante. Portanto, a interpretação seria dupla, como muitas outras profecias (v.1-27).
“O carneiro com 2 chifres é o reino da Medo-Pérsia e o bode é o rei da Grécia e o chifre entre os olhos é o primeiro rei, ou seja, Alexandre Magno. O grande chifre é destruído prematuramente, Alexandre morre aos 33 anos tendo construído um grande império e reinado por somente por 11 anos. Nascem 4 chifres em seu lugar, o reino de Alexandre foi dividido entre seus 4 generais. Mas se levantará um rei feroz muito poderoso, causará muitas destruições, destruirá os poderosos e o povo santo, fará prosperar o engano, mas este rei será destruído sem uso de força humana. Alguns comentaristas afirmam que o rei em questão era Antíoco IV, que em seu reino agiu desta forma, mas creio que seja uma profecia com relação ao reino do anticristo. O anticristo será vencido sem que haja necessidade de força humana, pois Deus irá vencer o anticristo na batalha do Armagedom.”[18]
Capítulo 9: As setenta semanas
1.O profeta Daniel entendeu o número setenta anos de cativeiro estudando o profeta Jeremias (Jeremias 25.9,12, 2 Crônicas 36:21). Daniel com atitude humilde se coloca como um pecador junto os demais irmãos judeus e confessa o pecado da nação sempre colocando-se como um dentre os pecadores. O Senhor responde a oração de Daniel e explica as setenta semanas através do anjo Gabriel (v.1-23).
2.A Tribulação é o período conhecido como a Septuagésima semana. As 70 Semanas de Daniel (Daniel 9:24-27). Há um antigo livreto chamado “Um estudo profético por Dr. Alva J. McClain - As Setenta Semanas de Daniel”[19] e desse estudo o material a seguir é extraído.
3.As 69 semanas começam com a "saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém" e terminam com a manifestação do Messias como "Príncipe" de Israel. Todos os comentaristas concordam que as primeiras 69 semanas já se cumpriram e são passadas. Os Adventistas e Russelitas (Testemunhas de Jeová) e alguns outros usam a teoria "Ano-Dia", porém, quando chegam em Apocalipse 12:6 encontram dificuldade, pois não são 1260 anos, mas 1260 dias.
4.A palavra hebraica "semanas" é "shabua" = sete. Assim Daniel 9:24 lê-se "setenta setes estão determinados". Não há dificuldade, pois o judeu entendia que o sétimo ano era um dia sabático (Levítico 25:3-4). Sete sábados de anos correspondiam a 50 anos (Levítico 25:8-9). Até o tempo do cativeiro é um múltiplo de "setes" (2 Crônicas 36:21, portanto para descansar a terra 70 anos é porque violaram o ano sabático por 490 anos - setenta setes de anos).
5.O ano profético é determinado como 360 dias. O decreto de Daniel 9:25 foi no dia 14 de março de 445 a.C. (Esdras 1:1-4, 2:1-8). Esta data marca o início das 70 semanas.
Os cálculos para se achar o fim das 69 semanas 1.As 69 semanas de 7 anos cada. Cada ano tem 360 dias, assim: 69 X 7 X 360 = 173.880 dias. 2.Com isso chegamos até o "Príncipe Ungido", Jesus Cristo, que no dia 6 de Abril de 32 A.D. (10 de nisã) entrou em Jerusalém sobre um jumentinho e se apresentou como Príncipe e Rei de Israel. 3.Dois acontecimentos se dão até a 70ª Semana: a morte de Cristo e a destruição de Jerusalém por Roma (70 A.D.). Assim acabam-se, também os sacrifícios. |
6.Há um parêntese de tempo entre a Sexagésima-nona (69ª) e a Septuagésima (70ª) Semana. Aqui os expositores se dividem: um grupo é da interpretação "contínua" e outro grupo é da interpretação do "intervalo". Os da interpretação contínua dizem que Cristo morreu no meio da 70ª semana e, portanto, terminou 3 anos e meio após a morte de Cristo. Assim a profecia das 70 semanas terminou a mais de 1900 anos.
7.Os da interpretação do intervalo dizem que as 69 semanas foram cumpridas, mas que a 70ª semana está porvir. A 70ª Semana não está ligada exatamente após as 69 semanas. Daniel 9:27 diz que o Assolador fará cessar os sacrifícios na metade da 70ª Semana e será destruído ao fim da 70ª Semana.
8.Daniel 9:26-27: “Depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias”. Porém, não diz quando exatamente, sabemos que foi logo depois das 69 Semanas. Mas como é ilógico pensar que 62 semanas vem depois de 69, devemos entender que está se referindo a 62 semanas e 7 (v.25) = 69 semanas.
9.Há dois príncipes: O primeiro é o Messias e o segundo é o "príncipe que há de vir". Este é o príncipe romano, o Anticristo. A 70ª Semana, portanto, são os 7 anos da Tribulação, quando no meio desse período o Príncipe Romano (O Anticristo) fará cessar o sacrifício judaico (Apocalipse 12:14, Daniel 12:11, Apocalipse 11:2-3, 13:5, 12:6, Daniel 9:27).
“Até ao Ungido. A King James Version mostra sua interpretação messiânica logo nas traduções do texto, ao referir-se ao Messias, o Príncipe. Mas a Revised Standard Version diz ungido, um príncipe, ao passo que a NCV diz simplesmente líder determinado. A interpretação crítico-liberal vê o sumo sacerdote Onias III aqui, não transferindo a questão para o fim de nossa era presente. Ver as explicações sobre o gráfico, seção 11.1. Separando a septuagésima semana das outras, os dispensacionalistas a colocam no fim de nossa era e a relacionam ao Messias, que é o Príncipe celestial. Em consequência, uma das visões é histórica (está em vista o que aconteceu, ‘lá atrás’). A outra visão é profética (está em vista o que acontecerá ‘lá na frente’).”[20]
Sete semanas |
Sessenta – duas semanas |
O Grande Período Não contado |
A Última Semana – 7 anos |
Sete semanas, 49 anos. O muro construído. Artaxerxes no mês Nisan promulga o edito para reconstruir Jerusalém, 445 a.C. |
·Sessenta-duas semanas – 434 anos da palavra para restaurar e construir Jerusalém, sete semanas e sessenta e duas semanas (483 anos) até o Messias, o Príncipe. ·As 69 semanas ou 483 anos expiraram em 32 a.D. ·Na semana que elas expiraram, Cristo morreu na cruz como predito. ·O Messias deve ser cortado. ·Fim da 69ª semana (10 de Nisan ou 6 de abril de 32 a.D.) |
·Os romanos sob Tito destroem a cidade e o santuário, 70 a.D. ·Os judeus são espalhados entre as nações. ·Jerusalém pisada. Desolações até o final. ·O mistério escondido das eras antigas, agora revelado (a Igreja). ·Pregação mundial do evangelho. Apostasia da Cristandade. Parte da nação judaica retorna à terra em incredulidade (Sionismo). ·A vinda do Senhor para os Seus santos. ·A ressurreição dos santos que morreram e santos vivos transformados (1 Ts 4.13-18) |
Primeira metade (3 anos e meio, 1260 dias) ·Príncipe romano (pequeno chifre, Dn 7) faz uma aliança com os judeus. ·Povo judeu totalmente restaurado e o templo de adoração retomado. ·Muitos outros eventos preditos pelos profetas e em Apocalipse são cumpridos. ·A aliança quebrada. __________________ A metade da Semana Segunda metade (3 anos e meio, 1260 dias, A Grande Tribulação) ·Sacrifícios cessam ·A imagem do Anticristo em Jerusalém é estabelecida e a adoração é exigida ·Grande Tribulação ·Jerusalém em angústia ·O pequeno chifre (Dn 8) O rei com semblante feroz |
Capítulo 10: Preparação para a Profecia final
Neste capítulo encontramos o prefácio para as grandes profecias dos dois últimos capítulos. Pode-se comparar o encontro de Daniel com o Senhor Jesus Pré-Encarnado com o encontro de João com Jesus na ilha de Patmos. Há o relato dos poderes das trevas tentando impedir o mensageiro de Deus de trazer a mensagem para Daniel. Vemos a hierarquia de anjos no céu pelo fato de o anjo mensageiro ter chamado o anjo guerreiro para abrir passagem para que a revelação fosse entregue ao profeta. O anjo que lutou com o príncipe da Pérsia, ou seja, contra Satanás e seus demônios voltará a lutar, desta vez contra o príncipe da Grécia que tem o mesmo significado espiritual do mal. As referências a esses príncipes têm a ver com os poderes satânicos. O fato de serem mencionados a Pérsia e a Grécia talvez seja devido aos presentes poderes mundiais (v.1-21).
“Favorecendo a identificação do homem como sendo o Cristo pré-encamado estão: 1) correspondência de linguagem com 7:13; 2) semelhanças com a visão que Ezequiel teve dEle (Ez. 1:26, no contexto); 3) semelhança com a visão que João teve de Cristo (Ap. 1:12-20); 4) o fato dEle permanecer, Daniel mais tarde na visão, "acima das águas", separado, onde nem mesmo os anjos se atrevem a ficar (Dn. 12: 6); 5) a maneira pela qual os anjos apelaram para Ele em busca de conhecimento superior (12: 6).”[21]
Capítulo 11: A profecia das guerras dos ptolomeus e selêucidas
1.Os críticos da Bíblia ficam incomodados como Daniel poderia, com riqueza de detalhes, produzir um escrito dessas guerras muito antes de seu tempo. Essas profecias foram cumpridas nos anos 301-168 a.C. Alguns interpretam que Jesus teria se referido a Daniel 11.31 em Mateus 24.15. Jesus estava se referindo ao Anticristo (Daniel 12.11 e 9.24-27). Daniel 11.31 se refere ao passado com Antíoco Epifânio que foi tratado no capítulo 8 de Daniel (v.1-35).
2.Nos próximos versículos, a figura passa de Antíoco Epifânio para outro rei. Antíoco era gentio, mas este rei será judeu. Ele aparece na terra, copia o Messias, faz-se rei entre os judeus, ele imita ao cordeiro, conforme Apocalipse 13. Nos versículos 40-45, fala de uma batalha do reino do sul (Egito) contra o norte o qual não podemos afirmar qual será. Em Joel 2, o norte referia-se a Assíria. Aqui, provavelmente, a cena volta para o passado e a luta de poder do Egito e Turquia. A Turquia nunca subjulgou as nações árabes. Portanto, a menção de Edom e Moabe refere-se a Petra e Arábia (v.36-45).
“Alguns sugerem que essa falta de respeito ao ‘desejo de mulheres’ indica que ele será homossexual. Contudo, é bem provável que a expressão ‘desejo de mulheres’ esteja relacionada a Ageu 2:7 (ARC), sendo um título do Messias, pois era desejo das mulheres dar à luz o Messias. O anticristo não apenas rejeitará as religiões em geral, como também irá opor-se particularmente ao judaísmo, de modo mais específico, a sua esperança no Messias, que voltará e que os livrará de seus inimigos. O deus do anticristo é o deus do poder e da força militar. Quando a população mundial adorar ao homem de iniquidade, na verdade estará adorando a Satanás, aquele que dará poder ao anticristo.”[22]
Capítulo 12: A grande Tribulação e o livramento de Israel
Jesus falou do tempo de tribulação em Mateus 24.21. Aqui sabemos que Miguel terá uma participação expulsando Satanás das regiões celestiais (Apocalipse 12), pois do céu ele já fora expulso, conforme Ezequiel 28 e Isaías 14. O versículo 2 não se refere à Igreja, mas à Israel que ressuscitará para o Reino, o Milênio. Há uma soma de dias importantes para a compreensão. A segunda parte da tribulação terá 1260 dias. Os 30 dias que somam 1290 se referem ao julgamento ou ao trono de Sua glória (Mateus 25.31). Feliz daquele que chega até a 1335 dias, pois são os 45 dias de preparo para o reino. Portanto, os que passarem dos 1290 dias são as ovelhas e reinarão com Cristo.
“Quanto aos mil trezentos e trinta e cinco dias, sugere-se que abrangem a vinda de Cristo e o julgamento de seus inimigos e se estendem até o início de seu reinado. Daniel descansaria (na morte) e se levantará na ressurreição para desfrutar sua herança: as bênçãos milenares com seu Messias, o Senhor Jesus Cristo.”[23]
Rostos e semblantes (Dn 7-12) 1.Quatro rostos históricos (7.1-8) 2.Rosto pálido de medo (7.22-23,28) 3.Rosto em terra de medo (8.1-27) 4.Rosto em súplicas (9.1-19) 5.O rosto de Deus respondendo às súplicas (9.17,20-23) 6.A verdadeira face do diabo um dia será conhecida (9.24-27) |
Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2012
Notas
1. Introdução
1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
2. Archaeological Backgrounds of the Exilic and Postexilic Era - Part I: The Archaeological Background of Daniel, pg. 12 - Edwin M. Yamauchi (Bibliotheca Sacra - January-March 1980)
3. Conforme John Gill em seu comentário (extraído de e-Sword Version 12.0.1Copyright © 2000-2019)
4. Introdução e comentário (Daniel), pg. 89 – Dn 1.9 – Joyce G. Baldwin (Ed. Vida Nova – SP – 1ª ed. 1983)
5. Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 2 – Dn 1.8-16 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
6. Comentário Bíblico Moody, pg. 21-22 – Dn 2.1,5 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
7. Novo Comentário da Bíblia, pg. 10 – Dn 1.11 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
8. The Musical Instruments in Daniel 3, pg. 436 - Charles H. Dyerpg (Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)
9. The Annotated Bible (The book of Daniel) – Arno Clement Gaebelein (biblecentre.org
http://biblecentre.org/content.php?mode=7&item=90 29/07/2019)
10. Dr. Thomas L. Constable citando Dr. John F. Walvoord em “Dr. Constables´s Notes on Daniel” página 52
11. Notes on Daniel Dr. Thomas L. Constable, pg. 56 – Dn 4.17 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
12. Expositions of Holy Scripture (Daniel), pg. 38 – Dn 5.17-31 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
13. O Novo Comentário da Bíblia Vol. 2 – pg. 821-822 – Dn 5.28 – Editado pelo Professor F. Davidson (Edições Vida Nova – 1980)
14. The decree of Darius the Mede in Daniel 6, pg. 280 - John H. Walton (Copyright 1997 by The Evangelical Theological Society and Galaxie Software)
15. Comentário Bíblico NVI, pg. 1192 – Dn 6.15 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
16. Comentário Bíblico Expositivo vol. 4 Profético – Warren W. Wiersbe - pg. 350 (Editora Geográfica 1ª edição 2006)
17. Premillennialism in the book of Daniel, pg. 25-43 – Dn 7.17-18 - Kenneth L. Barker (The Master's Seminary Journal, Spring 1993)
18. As profecias de Daniel – Dn 8 - Marcos Emílio Ekman Faber (História Livre Teologia
http://historialivre.com/teologia/pdaniel.htm 29/07/2019)
19. Daniel´s prophecy of the Seventy Weeks - Alva J. McClain (Zondervan Publishing House, 1940)
20. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3416 – Dn 9.25 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
21. Comentário Bíblico Moody – Daniel pg. 65-66 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
22. Comentário Bíblico Expositivo do VT, vol. 4 (Daniel), pg. 379-380 – Dan 11.37 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
23. Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 739 – Dn 12.12-13 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
[2] Archaeological Backgrounds of the Exilic and Postexilic Era - Part I: The Archaeological Background of Daniel, pg. 12 - Edwin M. Yamauchi (Bibliotheca Sacra -- January-March 1980)
[3] Conforme John Gill em seu comentário (extraído de e-Sword Version 12.0.1Copyright © 2000-2019)
[4] Introdução e comentário (Daniel), pg. 89 – Dn 1.9 – Joyce G. Baldwin (Ed. Vida Nova – SP – 1ª ed. 1983)
[5] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 2 – Dn 1.8-16 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)
[6] Comentário Bíblico Moody, pg. 21-22 – Dn 2.1,5 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
[7] Novo Comentário da Bíblia, pg. 10 – Dn 1.11 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)
[8] The Musical Instruments in Daniel 3, pg. 436 - Charles H. Dyerpg (Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)
[9] The Annotated Bible (The book of Daniel) – Arno Clement Gaebelein (biblecentre.org
http://biblecentre.org/content.php?mode=7&item=90 29/07/2019)
[10] Dr. Thomas L. Constable citando Dr. John F. Walvoord em “Dr. Constables´s Notes on Daniel” página 52
[11] Notes on Daniel Dr. Thomas L. Constable, pg. 56 – Dn 4.17 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)
[12] Expositions of Holy Scripture (Daniel), pg. 38 – Dn 5.17-31 – Alexander Maclaren (1826-1910) (Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library)
[13] O Novo Comentário da Bíblia Vol. 2 – pg. 821-822 – Dn 5.28 – Editado pelo Professor F. Davidson (Edições Vida Nova – 1980)
[14] The decree of Darius the Mede in Daniel 6, pg. 280 - John H. Walton (Copyright 1997 by The Evangelical Theological Society and Galaxie Software)
[15] Comentário Bíblico NVI, pg. 1192 – Dn 6.15 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)
[16] Comentário Bíblico Expositivo vol. 4 Profético – Warren W. Wiersbe - pg. 350 (Editora Geográfica 1ª edição 2006)
[17] Premillennialism in the book of Daniel, pg. 25-43 – Dn 7.17-18 - Kenneth L. Barker (The Master's Seminary Journal, Spring 1993)
[18] As profecias de Daniel – Dn 8 - Marcos Emílio Ekman Faber (História Livre Teologia
http://historialivre.com/teologia/pdaniel.htm 29/07/2019)
[19] Daniel´s prophecy of the Seventy Weeks - Alva J. McClain (Zondervan Publishing House, 1940)
[20] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3416 – Dn 9.25 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)
[21] Comentário Bíblico Moody – Daniel pg. 65-66 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)
[22] Comentário Bíblico Expositivo do VT, vol. 4 (Daniel), pg. 379-380 – Dan 11.37 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)
[23] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 739 – Dn 12.12-13 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)
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