30 Oseias

 Oseias

Retrato, Casamento, Beijo, Photoshoot

 

Introdução[1]

1.Os profetas menores começam com o livro de Oseias. O primeiro versículo do livro determina o período de Oseias. Ele profetizou enquanto Uzias estava reinando em Judá e Jeroboão II em Israel e também durante o tempo quando Jotão, Acaz e Ezequias reinaram sobre Judá. Todo o seu ministério profético, provavelmente, cobriu mais de 70 anos. Sua profecia é quase diretamente exclusiva à casa de Israel a qual se degenerou em um curto tempo. Assim como a mensagem de outros profetas, a mensagem de Oseias era de julgamento e futura misericórdia. Oseias significa “salvação”. O livro de

Oseias é citado várias vezes no Novo Testamento. Veja Mt 2.15, 9.13, 12.7, Rm 9.25-26, 1 Co 15.55, 1 Pe 2.5,10.[2]

 

2.Ele pregou no reino do norte (Israel, também chamado “Efraim” neste livro). Oseias pregou num período de declínio nacional. Quando ele começou seu ministério, Jeroboão II era o rei e foi um tempo de grande prosperidade, mas a nação acabou se envolvendo com outras alianças e não confiou em Deus para guiá-la e protegê-la. Oseias viveu na época em que Israel foi levado ao cativeiro assírio em 721 a.C. Em 2 Rs 15-17 lemos o panorama histórico dessa época. Oseias foi contemporâneo de Amós em Israel e de Isaías e Miqueias em Judá.

 

3.A mensagem de Oseias era para a nação de Israel, expondo seus pecados e advertindo do julgamento que viria. Há também uma mensagem de esperança para o futuro. O detalhe muito importante do ministério de Oseias é que ele tinha que viver a mensagem antes de pregá-la para o povo! O profeta tinha que experimentar profunda agonia em seu próprio lar por causa dos pecados de sua esposa, mas tudo isso foi uma lição divinamente objetiva para ele e seu povo.

 

4.Em 753 a.C. foram proferidas as primeiras palavras do profeta, antes da morte de Jeroboão II. A compilação final foi feita mais ou menos em 725 a.C., talvez trinta anos após o começo do ministério de Oseias. Note que foi escrito uns 200 anos antes do cativeiro babilônico e isto por si só já era uma advertência ao povo de Judá.

 

5.Conforme o Dr. Scofield este livro apresenta as seguintes verdades:

 

1.Deus sofre quando o Seu povo lhe é infiel.

2.Deus não pode tolerar o pecado.

3.Deus nunca deixará de amar os Seus.

4.Deus procura atrair de volta aqueles que O abandonaram.

 

6.Deus não mandou Oseias casar-se com uma adúltera, mas permitiu que casasse com Gômer, advertindo-o que ela seria infiel a ele e utilizou-Se dessa triste experiência do profeta para ilustrar ao povo sobre o relacionamento de Deus com Israel. Para ilustrar Israel, a esposa de Oseias deveria ser pura no início e adúltera durante o casamento. Alguns defendem que Deus mandou Oseias casar-se com uma prostituta e, outros há, que dizem que tudo foi apenas uma visão do profeta e não uma experiência real.

 

7.Referências em Oseias citadas no NT

 

Oseias

Novo Testamento

1.9, 2.1,25

Rm 9.25-26, 1 Pe 2.10

6.2

1 Co 15.3-4

6.6

Mt 9.13, 12.7

10.8

Lc 23.30, Ap 6.16

11.1

Mt 2.15

13.14

1 Co 15.55

14.2

Hb 13.15

 

8.As mensagens de Oseias e Amós se completam e mostram dois aspectos da mensagem de Deus: enquanto Oseias apresenta o amor de Deus, Amós exorta o povo quanto ao castigo pela desobediência (“prepara-te para te encontrares com o teu Deus” Amós 4.12).

 

9.No livro de Oseias não há esperança para o leitor descuidado. Algumas coisas não aconteceriam mesmo, por exemplo, o reino unificado entre Israel e Judá, porém, há uma esperança futura para os que temem ao Senhor (2.14-23, 6.1-3, 11.10-11, 13.14)..

 

10.Oseias condenou os pecados de Efraim (Israel)

 

Pecado

Referência

Falsidade

4.1

Licenciosidade

4.11

Homicídio

5.2

Roubo

7.1

Opressão

12.7

 

11.Esboço simples

 

  I.A infidelidade da esposa de Oseias (1-3)

 II.A infidelidade da nação de Israel (4-7)

III.O julgamento de Israel (8-10)

IV.A promessa da restauração de Israel (11-14)


 

Capítulo 1: Israel, a esposa infiel restaurada

1.É um texto de interpretação difícil, palavras fortes, mas de significado profundo. Se Oseias casou-se com uma prostituta ou se sua esposa se tornou infiel é assunto de polêmica. Há quem diga que Oseias resgatou uma prostituta e se casou com ela. Outros dizem que sua esposa teve o primeiro filho com ele, depois se tornou infiel e os outros dois filhos eram com outro homem, mas que Oseias aceitou-a em casa com os filhos. Os nomes têm ligação com a situação da nação de Israel. Jizreel (espalhou): Deus espalharia Israel entre as nações.  Lo-Ruama (desfavorecida): Deus deixaria de favorecer Israel entre as nações e Lo-Ami (não meu povo): Deus abandonaria o povo de Israel por um tempo (v.1-11).

 

2.O fato é que Deus quis ensinar que a Sua graça nos alcançou. Os nossos pecados eram muitos e graves para que Ele nos aceitasse, mas a Sua misericórdia e amor em Jesus Cristo nos alcançaram. Não devemos perder de vista que o texto se refere à infidelidade da nação de Israel e sua futura restauração para o reino Messiânico. Paulo usou esse texto para dizer que os gentios que formam a Igreja foram chamados povo sem ser considerado povo. A nação de Israel foi espalhada pelas nações, foi abandonada por Deus temporariamente, mas Deus voltará a tratar com Israel na Tribulação e a nação será salva pelo Messias que rejeitou por tanto tempo.

 

“Dar glória que pertence somente a Deus a qualquer criatura é uma injúria e afronta contra Deus tanto quanto uma esposa abraçar um estranho é uma afronta para seu marido. Muitos que são ligados a Deus têm quebrado seu laço matrimonial, fazendo com que a misericórdia de Deus vá embora de suas casas.”[3]

 

3.O profeta Oseias teve um casamento frustrado para ilustrar uma verdade. Isto não nos dá permissão para nos prostituirmos. Enquanto Israel foi espalhado por entre as nações, a Igreja foi juntada de todas as nações para formar um só Corpo. Israel foi lançado ao mundo e nós fomos resgatados do mundo. Israel perdeu, temporariamente, os seus favores de Deus, mas nós os crentes somos favorecidos com as bênçãos celestiais em Cristo Jesus. Israel nunca deixou de ser o povo de Deus, mas por enquanto está como todos os demais povos. Logo Deus voltará a tratar com  Israel. Enquanto isso, a Igreja é o povo escolhido de Deus para anunciar as boas novas de salvação ao mundo perdido, inclusive para Israel. A queda de Israel trouxe glória para nós, pois fomos salvos. Muito mais a restauração de Israel trará glória ao mundo sem salvação. Alegremo-nos por sermos Igreja, povo de Deus, mas jamais deixemos de orar pelos judeus para que conheçam o Messias de Israel.

 

Capítulo 2: Israel machucada, mas restaurada

1.Os filhos da adúltera Gômer não deixam de ser irmãos. Tudo o que a nação de Israel produziu como promessa de Deus a Abraão continua a valer, inclusive, nós Igreja somos irmãos da mesma família, a família do pai da fé, Abraão. Oseias quer a restauração da esposa adúltera, assim como o Senhor quer a reconciliação com a nação de Israel, mas só acontecerá isso mediante o arrependimento e conversão a Jesus Cristo, o Messias de Israel. A nação foi descrita em Ezequiel 16 como um bebê abandonado no deserto e cuidado pelo Senhor que se casou com ela. O adultério da nação acabou prejudicando os filhos, todos os judeus. Deus bloqueou o caminho da nação para não ir atrás dos amantes. Deus dificulta nosso caminho para o pecado através da Palavra, do Espírito Santo, das orações dos irmãos e da disciplina da Igreja. São espinhos que machucam, mas é só não tentar atravessá-los. Quando crentes começam a procurar por benefícios no mundo, temos que orar que eles fiquem frustrados. Quando filhos começam a se desviar dos caminhos do Senhor, os pais devem orar pelo seu insucesso. As frustrações de planos fazem as pessoas mudarem de direção. Que sejam frustrados no mundo para se voltarem para o Senhor. Deus nos abençoa para O glorificarmos e não para usarmos as bênçãos e capacidades com o mundo. O Senhor pode acabar com a alegria do povo desobediente para retornarem a Ele (v.1-13).

 

“Algo da linguagem aplica-se literalmente à família de Oseias, outro tanto à nação figuradamente, e mais alguma coisa a uma e à outra, alternando-se o sentido literal com o figurado. ‘Suas frases acompanham o ritmo das pulsações de um coração ferido’.”[4]

 

2.Se através dos sofrimentos, o Senhor conseguir atrair de volta a esposa adúltera, então valeu a pena. A restauração é o único objetivo de Deus fazer Israel sofrer. A disciplina do Senhor só tem como objetivo a restauração do crente desobediente para que não seja condenado com o mundo. O relacionamento deverá ser mais intenso. Não mais “meu senhor”, mas “meu marido”. Israel tem a promessa de restauração, fim das guerras e um reino de paz. Aguardamos este dia maravilhoso. A Igreja já tem suas promessas celestiais em Cristo. A nação de Israel também tem suas promessas terrenas e de um reino do qual nós, Igreja, também participaremos (v.14-23).

 

Capítulo 3: As maldades da esposa adúltera, Israel

1.O profeta Oseias teve um ministério muito sofrido, pois afetou diretamente a sua vida conjugal. Deus queria que, através do casamento malsucedido de Oseias, o povo sentisse o quanto Ele estava sentido com a nação de Israel que se prostituiu com outros deuses. No capítulo três Oseias deve buscar e amar a mesma mulher que está em adultério com o seu próprio amigo. O povo de Israel devia sentir como Deus se sente ao ver o Seu próprio povo se afastando de Seu amor.

 

2.Israel se tornou uma esposa má. O profeta busca a sua mulher, Gômer, que lhe foi infiel. Ela tem outro homem diante de seus olhos. Ela não consegue viver com Oseias e não olhar para o outro. Como se sente um homem que ama a sua esposa, mas ela ama outro? O adultério machuca profundamente, pois toda a confiança depositada em alguém se esvai. A pessoa que sofre o adultério começa a se culpar, tentando achar em si alguma falha ou possível explicação porque o cônjuge vive uma vida dupla, mas é o adúltero que deve se sentir culpado. Deus não Se sente culpado e nem está tentando achar uma explicação, pois Ele é santo e conhece todas as intenções do coração. Deus conhece a nação de Israel e sabe que a cercou de cuidados e amor, mas a idolatria no coração da nação foi a causa dessa infidelidade. Os bolos de passas podem ser tubos ou massas, cremes dessas uvas que eram comidos nas festas pagãs ou jarros de vinho que, também, era consumido nas festas idólatras.

 

3.No dia a dia nem tudo é festa. A esposa festeira queria se divertir com outros e provar das iguarias. Em casa, a vida é pacata e rotineira, mas a bendita rotina é que fortalece o amor de um casal. É melhor viver em amor numa casa onde só se come verduras do que comer churrasco onde só existe ódio. O povo de Israel não podia reclamar, pois Deus sempre gostou de festas e incentiva o povo a participar e se alegrar, mas o povo se cansou e quis buscar deuses falsos. Nós podemos nos cansar das bênçãos de Deus e buscar novidades, mas tudo será ilusão.

 

4.Portanto, uma esposa que olha para outros homens, que não seja o seu marido, está cometendo uma loucura, uma maldade contra si mesma. A nação de Israel olhou para outros deuses e com isso estava cometendo uma loucura. Os crentes que estão olhando para o mundo e seus prazeres e deixando a congregação dos irmãos estão imitando a esposa infiel. Apenas olhar com intenções impuras já se constitui em adultério, disse Jesus.

 

5.Oseias pagou o resgate da esposa, que se tornou escrava, talvez alguma concubina de seu amigo. Ele pagou quinze peças de pratas. Não sabemos o quanto isto vale. Um ômer equivale a 220 litros. Portanto, Oseias pagou 330 litros de cevada por essa esposa. Era o preço de um escravo (v.2, ver Ex 21.32). O nosso salvador nos comprou, não com preço de ouro ou de prata, mas com o Seu precioso sangue derramado na cruz. Nós temos um preço e não podemos buscar outro que não seja o nosso remidor, Jesus Cristo (v.2, ver 1 Pedro 1.18-19).

 

6.A esposa de Oseias praticou maldade contra ele, pois não o amou como ele a amou. Ela não valorizou o seu cuidado. Mas ele foi atrás dela e a comprou de volta e fez uma aliança para que ela não voltasse a se prostituir (v.3). Oseias não apenas exigiu fidelidade dela como, ele mesmo, jurou fidelidade quando disse “também eu esperarei por ti”. Deus exige santidade porque Ele é santo. Ele promete cuidar de todos os que se achegam a Ele e promete, também, nunca os abandonar. O nosso Deus não tem nos abandonado e, por isso, não devemos olhar para outro senhor.

 

7.A nação de Israel se prostituiu, servindo outros deuses, mas sofreu a consequência e, ainda, está sofrendo. Com os dois cativeiros que sofreu, da Assíria e Babilônia e, depois, com a invasão de Tito em Jerusalém no ano 70 a.D., a nação ficou sem rei e sem o templo, portanto, sem sacrifícios. Porém, isso teve um resultado muito positivo, pois o cativeiro curou totalmente a idolatria. O texto diz estátua, que é a estátua de Baal. Éfode é a roupa de sacerdote. Os judeus não praticam sacrifícios, pois não possuem mais o templo e nem a linhagem sacerdotal (v.4).

 

8.O que é terafim? É uma palavra plural. Não se sabe, de fato, o significado, mas sabemos que é uma referência a ídolos domésticos (Gn 31.34-35, 1 Sm 19.13,16, Gn 31.19, Zc 10.2, Ez 21.21). A nação foi curada dessa idolatria, pois abandonaram não apenas a adoração nos montes e templos, mas também deixaram os “santinhos” do lar (v.4).

 

9.Haverá um tempo em que Israel se converterá e o reino de Davi será restaurado. A esposa que se prostituiu se arrependerá. A Igreja é a virgem pura para o Seu Senhor Jesus Cristo, mas isto não significa que Deus abandonou a Sua esposa, a nação de Israel. Essa maldade será apagada (v.5).

 

10.A esposa de Oseias praticou a maldade de olhar para outros homens e adulterar, traindo o seu marido querido e abandonando os seus filhos. A esposa de Deus, a nação de Israel, praticou a maldade de olhar para outras nações e seus reis e deuses e praticou o adultério espiritual, a idolatria. Cada um de nós somos a esposa do Senhor. Não devemos praticar a maldade de buscar auxílio e prazer no mundo, pois ainda que o amor de Deus esteja em nós, seremos repreendidos.

 

“G. Campbell Morgan diz: ‘O pecado, em última análise, em sua forma mais terrível, é infidelidade ao amor. Ele fere a Deus e destrói o pecador’.”[5]

 

 

 

 

Capítulo 4: Os pecados dos líderes de Israel

1.A contenda de Deus com o homem é por não desejar conhecê-Lo e, por isso, dirigem a própria vida com as práticas do homem caído por causa do pecado. Toda a terra foi afetada pelo pecado. Os religiosos têm um peso maior no pecado da nação de Israel. Um líder sempre é responsável e um grupo de líderes mais responsável ainda, pois as pessoas dependem do conhecimento dos profetas e sacerdotes para descobrirem o que Deus exige delas. Não era a falta de líderes que estava levando a nação a se desviar do Senhor, mas o excesso deles. O pecado é uma fonte de lucro para os falsos profetas (v.1-8).

 

2.A disciplina do Senhor atinge o povo e os líderes. Cada pessoa é responsável em buscar ao Senhor e não se deixar enganar pelas falsas promessas. O pecado da bebedeira é enfatizado como o principal desvio da sabedoria. As feitiçarias também fizeram do povo e dos líderes pessoas insensatas. Os homens têm mais responsabilidades do que as mulheres, pois são os que as dirigem para o pecado. Israel já se entregou ao pecado, mas ainda resta alguma santificação em Judá (v.9-19).

 

“Os maridos e pais são exemplos para suas esposas e filhas.”[6]

 

Capítulo 5: A religiosidade inútil

1.Novamente os líderes recebem a maior carga da disciplina de Deus. Oseias menciona os dois grandes montes de Israel Mizpa e Tabor, indicando que debaixo deles tudo é pecado. A corrupção tem graus e os líderes chegaram ao máximo. Por mais fundo que seja o poço de pecado de Israel, Deus os alcançará. A prostituição, seja sexual ou religiosa, deixa o pecador muito dependente e sem chance se sair. Junta-se isso à falta de conhecimento e intimidade com Deus, a situação do pecador é desesperadora. Somente a graça pode alcançá-Lo e sempre é assim, somente a graça é que pode transformar o pecador. Até Judá entrou nessa fila de pecado e, por isso, Oseias prenuncia a queda de Judá também (v.1-5).

 

2.Não adianta a abundância de sacrifícios, pois isso é apenas religiosidade, no caso de Israel. Os rituais religiosos encobrem muito do coração do pecador. É possível fazer tudo liturgicamente correto, mas ser um adúltero, imoral, beberrão, desonesto e outros pecados ocultos. O toque da trombeta aqui é de juízo. A remoção de marcos era um roubo muito covarde, pois diminuía a propriedade do próximo trazendo-a para perto do ladrão. Assim o pecador está fazendo, trazendo para si próprio o tempo de Deus, o dinheiro de Deus, os filhos que são do Senhor, a energia que deveria ser gasta para Ele (v.6-10).

 

“Mesmo que chegassem até o Senhor com rebanhos inteiros para sacrificar, Deus não iria ao encontro deles, pois havia se afastado de seu povo. Rejeitou seus filhos ilegítimos, e suas festas mensais logo se tornariam funerais.”[7]

 

3.Israel andava na vaidade e isso lhe fazia bem, mas não sabia que estava amontoando sobre a própria cabeça o juízo de Deus. A disciplina de Deus para Israel estava tendo efeito corrosivo como a traça. Em vez de buscar ao Senhor arrependendo-se dos pecados, Israel preferiu buscar o rei da Assíria. Nós procuramos consolo de nossas lutas em outros recursos que não são o Senhor, o resultado é escravidão. Judá também receberá o furor de Deus. No entanto, Deus não se esqueceu de Israel e Judá, mas esteve aguardando o arrependimento para poder curá-los (v.11-15).

 

O peso da infidelidade (Os 1-5)

1.A infidelidade de Israel experimentada na vida de Oseias (1.1-11)

2.A infidelidade sofre punição (2.1-13)

3.A infidelidade só não pesa mais do que o perdão (2.14-23)

4.A infidelidade distancia o amado da amada (3.1-5)

5.A infidelidade sofre justa acusação (4.1-19)

6.A infidelidade precisa sofrer para buscar o perdão (5.1-15)

 

Capítulo 6: A falta de conhecimento de Deus

1.A solução para o pecado é sempre o arrependimento, pois temos um Deus amoroso. O fato Dele exigir arrependimento significa que Ele também é justo. Não existe relacionamento com Deus sem cruz e contrição. Ao terceiro dia haverá salvação para Israel. Alguns têm ensinado que isto se refere à ressurreição de Cristo. Outros dizem que se trata da saída do Egito, o primeiro dia, os dias de Antíoco Epifânio, o segundo dia e os dias do Messias, o terceiro dia[8]. Talvez não temos como saber o que realmente significam esses três dias, mas o que importa é que o Senhor tem boas notícias para Israel arrependido. A necessidade do homem é conhecer o Senhor. Nossos pecados são muitos, porém, em Cristo todos são perdoados. Temos uma necessidade que é relacionarmos com Deus. O amor de Deus pela nação é grande, mas a nação ama a Deus como um amor de neblina que passa logo. Os profetas acabaram sendo a vingança do Senhor. Eles podiam falar palavras de paz, caso se arrependessem, mas isso não aconteceu, por isso, tornaram-se profetas de palavras de juízo (v.1-5).

 

2.Novamente o Senhor denuncia o cerimonialismo. A religião hipócrita faz tudo conforme mandam os regulamentos, mas não tem vida, pois a vida é o próprio Senhor. Deus quer relacionamento íntimo e não rituais agendados e sem vida. Assim como Adão pecou, todos nós herdamos o mesmo modo de conduzir nossa vida. Os religiosos eram sanguinários, pois matavam os profetas, como o próprio senhor Jesus denunciou. O reino do Sul, Judá, não estava se comportando melhor do que o reino do Norte, Israel. Todos se desviaram do Senhor. Ainda hoje, vivemos realidade semelhante. Deus quer que O conheçamos. Isso é feito através do estudo da Palavra de Deus e por meio de oração com obediência. O louvor sincero a Deus muda toda nossa perspectiva. Precisamos conhecer melhor nosso Deus para amá-Lo mais. A história abaixo pode ilustrar isso, visto que Oseias também nos fala de um relacionamento conjugal (v.6-11).

 

“Conta-se a história de uma mulher que procurou a ajuda de um conselheiro matrimonial. - Quero divorciar-me de meu marido - afirmou -, e quero feri-lo tanto quanto for possível. – Neste caso – recomendou o conselheiro -, encha-o de elogios. Quando chegar ao ponto de ser indispensável para ele, ou seja, quando seu marido pensar que o ama de verdade, então dê início à ação do divórcio. Esta é a melhor maneira de feri-lo profundamente. Alguns meses mais tarde, a mulher voltou para anunciar que seguira o curso sugerido. – Ótimo, então está na hora de entrar com o pedido de divórcio – disse o conselheiro. – Divórcio? – respondeu a mulher, indignada. – Nunca! Eu me apaixonei por ele!”[9]

 

 

 

Capítulo 7: Os pecados dos líderes da nação de Israel

1.Efraim, Samaria e Israel se referem ao reino do norte. A nação buscava refúgio no Egito, mas de nada adiantou, pois Deus a levou para a Assíria por causa de seus pecados. Os pecados eram diários e estavam por toda a nação. Neste capítulo são vistos os pecados dos líderes, príncipes e reis. O roubo (v.1), A falta de temor a Deus pelo julgamento (v.2), a malícia e as mentiras (v.3), o adultério (v.4), a bebedice (v.5), a ira e crueldade (v.6-7), o mundanismo (v.8). A figura de um pão que não é virado mostra o crente que está dando atenção às coisas do mundo, mas está cru para com os assuntos espirituais e relacionamento com Deus. A velhice vai chegando e nem percebem que estão longe do Senhor (v.9).

 

2.Os líderes, além de seus pecados diários e internos, pecam pela decisão errada de confiar no Egito em vez de confiar em Deus. O pecado é de arrogância (v.10), de incredulidade (v.11). Deus mesmo pegará Israel em sua falta de confiança quando forem ao Egito (v.12). Israel é rebelde (v.13), idólatra (v.14). Os uivos na cama são clamores nos altares[10] (mizbechotham em lugar de mishkebhotham). Tudo isso revela ingratidão (v.15), pois Deus treinou a nação para servi-Lo e não para se rebelar contra Ele. O pecado da falta de confiança em Deus resultará em crueldade da língua (v.16). O arco enganoso ou torto não pode atingir o alvo correto. Deus não pode usar pessoas em pecado para cumprir os Seus propósitos.

 

3.Na Igreja também há líderes que pecam, porém, há um pecado que destrói a reputação de líderes bons e estes também precisam ser tratados. Warren Wiersbe nos oferece uma boa ilustração disso.

 

“É triste quando igrejas desobedecem à Palavra e ouvem rumores, mentiras e fofocas. Muitos bons pastores têm sido feridos em sua vida e ministério desta maneira e alguns têm até deixado o ministério. ‘Onde há fumaça, há fogo’ pode ser um bom slogan para um bombeiro, mas não se aplica a igrejas locais. ‘Onde há fumaça, há fogo’ podia simplesmente significar que a língua de alguém tem sido ‘incendiada pelo inferno’! (Tiago 3.6)”[11]

 

Capítulo 8: A nação de Israel se afasta do Senhor cada vez mais

1.O Senhor convida Oseias a “botar a boca no trombone” e a denunciar os pecados do povo de Israel. Deus virá como águia, veloz e implacável contra a nação por terem desobedecido o acordo com Ele. Israel pensa que conhece ao Senhor. Há muitas pessoas que pensam que são achegadas a Deus porque fazem coisas que as fazem sentir bem consigo mesmas, mas nada tem a ver com o Senhor. A vida com Deus é uma vida de relacionamento e não de rituais que nos fazem sentir bem, mas que são um engano da alma. A vida da nação de Israel tem sido de independência. Conseguiram dar estrutura à nação, mas baseado em governos de reis usurpadores e de ídolos que tomaram o lugar do Deus verdadeiro. Eles adoravam um bezerro em vez do Deus verdadeiro. Semelhante ao que seus pais fizeram na época de Moisés adorando um bezerro de ouro. Os pecados do passado voltam com outro tipo de aparência, mas sempre com a mesma rebeldia. Plantaram o vento e agora colherão a tempestade (v.1-7).

 

2.Israel se tornou um objeto desprezível, pois negociou com nações e não se rendeu ao Senhor. Como um animal sem rumo a nação de Israel ficou desorientada entre as nações. Porém, Deus ainda trará Israel de todos os cantos para realizar o Seu propósito de amor. Israel já começou a sentir a perda debaixo das mãos da Assíria. Israel edificou altares para expiar seu pecado, mas acabou cometendo mais pecados. Quando o pecador quer consertar seus pecados sem confissão e arrependimento, acaba entrando em outros delitos contra Deus. Embora esteja tudo escrito na Palavra de Deus, o povo se afastou Dele de tal maneira que não mais reconhece as Suas Palavras. Deus não aceita a religiosidade do povo. Até mesmo Judá se afastou de Deus. Esqueceram do Seu Criador (v.8-14).

 

“[Em relação à igreja] Ainda há algumas questões vitais a serem respondidas. O programa está oferecendo uma ênfase espiritual? Isto está ofuscando a única meta da igreja, a evangelização mundial (Mt 28.19-20)? É a oração uma evidência da vida da igreja ou suas atividades? Quão proeminente é o Cristo vivo, o reconhecimento de Sua presença e a bendita esperança? Não importa quão efetiva a organização possa ser, quão lindos sejam os escritórios, quão grande o número da membresia, quão espaçosos sejam os prédios, as primeiras coisas precisam ser guardadas primeiro. Qual todo o proveito se nossos esforços não são bem sucedidos como os da igreja apostólica com toda a sua simplicidade?”[12]

 

Capítulo 9: O afastamento de Deus de um povo rebelde

1.Israel se vendeu, mas não receberá a colheita de cereais e de uvas. Os adoradores ofereceriam cereais e vinho em sua idolatria. O juízo do cativeiro é anunciado. Não mais comerão as comidas que faziam parte da dieta que o Senhor deixou para a nação. Não terão mais templo e não mais levarão suas ofertas ao Senhor. Os bens serão consumidos e não haverá profeta do Senhor. Deus compara a corrupção moral e espiritual de Israel àquele horrível acontecimento em Gibeá (Jz 19) quando os benjamitas abusaram da concubina de um levita. Ele também compara aos dias de Balaão (Nm 25) quando os homens de Israel se prostituíram com as mulheres de Moabe (v.1-9).

 

2.Os dias em família se acabarão. Não haverá nascimentos. Os filhos que tiverem serão tirados dos pais. As mulheres terão aborto e as que tiverem filhos não terão leite. Uma das raras referências em que o Senhor diz que não amará mais Israel. É um texto muito depressivo, pois ilustra um perdido, separado da face do Senhor por toda a eternidade. Deus não trata assim um crente. Israel se tornou o oposto do testemunho brilhante que deveria dar da obediência ao Senhor. Estudar os cativeiros enche-nos de lições, tais como, orar pelos perdidos, pelos crentes em desobediência e louvar pelo amor com que Ele nos trata, mesmo não merecendo. Exaltamos também a salvação em Jesus Cristo no qual estamos seguros para sempre (v.10-17).

 

“A expressão ‘para que não fique nenhum homem’ (v.12) deve ser entendida em termos relativos, e não absolutos (cf. v. 17c). A população masculina sofreria uma redução drástica. A nação que trocou sua glória por coisas abomináveis é sentenciada: ‘Não haverá nascimento, nem gravidez, nem concepção’”.[13]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Israel e Jesus (Oseias 9)

1.Israel se vendeu (v.1); Jesus se deu (1 Jo 3.16 “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós”)

 

2.Israel não colheu cereais e uvas (v.2); Jesus disse que os campos estão prontos para colher (Jo 4.35 “levantai os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa.”)

 

3.Israel ofereceu o que era de Deus aos ídolos (v.3); Jesus nos deu o que era Dele para nós (Jo 17.22 “E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um”)

 

4.Israel perdeu o Seu templo (v.4-5); Jesus nos fez o Seu próprio Templo (1 Co 3.16 “Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”)

 

5.Israel sofreu o juízo do cativeiro (v.5-6); Jesus levou cativo o cativeiro (Ef 4.8 “Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.”)

 

6.Israel perdeu os profetas (v.7-8); Jesus se tornou o nosso verdadeiro profeta (At 7.37 “Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta como eu.”)

 

7.Israel se corrompeu como os homens de Gibeá (Jz 19) (v.9); Jesus se santificou por nós (Jo 17.19 “E por eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade.”)

 

8.Israel se contaminou nos dias de Balaão (v.10); Jesus nos purificou (Hb 1.3 “sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”)

 

9.Israel perdeu seus filhos (v.11-14); Jesus ganhou filhos para Deus (Jo 17.9 “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me tens dado, porque são teus”)

 

10.Israel perdeu o amor de Deus (v.15-17); Jesus nos amou para o Pai, pois é o Amado do Pai (Jo 13.1 “Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”)

 

A situação dos povos é muito semelhante à nação de Israel desobediente (Os 9)

1.Os povos abandonaram a Deus (v.1)

2.Os povos confiam em seus próprios recursos (v.2-4)

3.Os povos continuam religiosos (v.5)

4.Os povos estão caminhando para a destruição (v.6-7)

5.Os povos estão sendo enganados pelos seus falsos profetas (v.8-9)

6.Os povos podem ser buscados por Deus através dos missionários (v.10)

7.Os povos (indígenas e outros) estão sofrendo a miséria social (v.11-14)

8.Os povos sofrerão o horror eterno (v.15-17, 2 Ts 1.8)

 

 

 

 

Capítulo 10: Frutos da perversidade

Os frutos que a nação de Israel produziu foram idolatria, opressão, corrupção e irreverência. Um coração dividido é culpado diante de Deus, pois Ele quer exclusividade de adoração e confiança. Devido ao desvio do verdadeiro Rei, a nação ficou sem rei, pois os reis terrenos não são confiáveis. Os juízos contra a liderança de Israel se acumularam. Os homens não tinham mais condições de resolver, somente a intervenção de Deus poderia dar um fim nas injustiças. A confiança do povo no bezerro-ídolo Bete-Áven desmoronou, pois no cativeiro da Assíria ele foi levado. O desespero do cativeiro no remete para o tempo que virá após o arrebatamento da igreja. Na Tribulação (Ap 6.16), as pessoas também clamaram para que os montes caiam sobre elas, pois no momento, o sentimento será que a morte é melhor do que os sofrimentos. Israel é como bezerra treinada, mas se desviou do Senhor e, por isso, ganhou para o pescoço um jugo assírio. Deus quer que Israel se arrependa para receber as chuvas de Sua bênção. Porém, a plantação espiritual de Israel é impiedade e a chuva que receberão é de juízo (v.1-15).

 

“Foi o que forjaram para a sua colheita. O arado deles era o pecado, a sementeira era a perversidade e a sega foi a perturbação. A perversidade contra Deus e o homem foi o que eles araram e semearam; opressão nas mãos dos inimigos foi a colheita ou recompensa da iniquidade a qual colheram.[14]

 

O orgulho do infiel (Os 6-10)

1.O infiel continua em seu orgulho (6.1-11)

2.O infiel não aproveita a oportunidade do perdão (7.1-16)

3.O infiel planta vento e colhe tempestade (8.1-14)

4.O infiel perde grandes alegrias devido ao seu orgulho (9.1-17)

5.O infiel mantém sua mentira para preservar seu orgulho (10.1-15)

 

Capítulo 11: Os laços do amor de Deus

1.Deus cuidou da nação de Israel chamando-a do Egito com mão poderosa, destruindo o exército do perverso Faraó. O Senhor Jesus também foi chamado do Egito, época em que os pais foram para lá por ordem de Deus para protegerem Jesus do perverso Herodes (Mt 2.15). Deus chamou a nação de Israel para Si, porém, se afastavam cada vez mais. O povo de Deus aprendeu a andar com Ele, mas não reconheceram que Ele estava cuidando. Israel foi tratada como uma bezerra. Deus puxou-a para fora do rebanho com cordas de amor. Por não reconhecer o amor e cuidado de Deus, Israel voltará para a escravidão, não para o Egito, mas agora para a Assíria. Aparentemente, alguns poderiam achar que Deus estava sendo muito severo, pois Israel nunca deixou de clamar ao Altíssimo, porém, nunca o exaltou como Aquele que é mais alto do que todos os deuses (v.1-7).

 

2.Mesmo Israel merecendo a disciplina, Deus não abandona o povo que tanto ama e tem compaixão. A menção de Admá e Zeboim é pouco conhecida, mas se referem à mesma destruição de Sodoma e Gomorra. São quatro cidades, mas sempre nos lembramos de Sodoma e Gomorra, apenas. O homem tem um espírito de vingança inadiável, porém, Deus é compassivo. Deus apascentará o Seu rebanho, Israel, não como um frágil pastor, mas como um leão que ruge forte. Israel ao ouvir o rugido do Leão de Judá que é Cristo Jesus, virá de todos os lugares, aqui mencionando o Ocidente. O texto diz que Deus está fiel com o Santo. Sabemos que Deus se agrada do Santo que é Jesus, o Messias. Ele está conosco porque estamos em Cristo (v.8-12).

 

“A unidade do livro todo é demarcada por uma introdução (1.1) e fórmula final (14.9). Como já declarado em dupla divisão – o mais amplo material biográfico concernente ao casamento do Senhor com Israel, ilustrado pelo casamento do próprio profeta com Gômer (caps. 1-3), seguido por uma seção mais longa consistindo das palavras do profeta (caps. 4-14) – reconhecida há tempos. O que não tem sido observado é que dentro dessas seções e através de todo o livro há cinco movimentos cíclicos de julgamento a salvação. Os cinco ciclos de julgamentos-salvação são os seguintes: Ciclo I (1:2-2:1); Ciclo II (2:2-23), Ciclo III (3:1-5), Ciclo IV (4:4-11:11), Ciclo V (11:12-14:8).”[15]

 

Capítulo 12: Os exemplos antigos para o arrependimento atual

1.O desespero para fugir do juízo de Deus fez com que Israel tentasse alguma aliança, mas era como correr atrás do vento. Até Judá estava debaixo da disciplina de Deus. O profeta lembra a trajetória de Jacó e como Deus o abençoou desde o nascimento e na luta com Jesus Pré-Encarnado, o Anjo do Senhor. Isso deveria ser um incentivo para a nação andar nos passos do patriarca. Nós também temos uma nuvem de testemunhas, na Bíblia, na história e no dia a dia. Se outros andaram em obediência ao Senhor, mesmo em momentos difíceis, também é possível para nós. Os vizinhos de Israel não ajudavam, pois viviam vidas desonestas e opressoras. Assim é o crente neste mundo, nós vivemos no meio de uma geração má e corrupta (v.1-7).

 

2.O orgulho do pecador o coloca em uma situação de perigo, pois não teme à disciplina de Deus e confia em seus próprios esforços. Deus não desiste do Seu povo e, por isso, envia profetas para ensiná-lo. Novamente, Deus lembra o povo a trajetória de Jacó quando fugiu de seu irmão Esaú e serviu Labão para se casar com Raquel. Acabou se casando com Lia também. Moisés também é mencionado para que o povo se lembre de suas raízes. Mesmo assim, os judeus provocaram a Deus, o qual os ensinou até o momento. Isso deveria nos servir de incentivo para andarmos por fé hoje, pois assim como no passado, Ele nos guiará novamente em Seu caminho de justiça (v.8-14).

 

“A questão mais importante é se Jacó está servindo aqui como exemplo positivo ou negativo. A prática normal de Oseias, o contexto do capítulo 12, que está cercado pelas ilustrações históricas negativas encontradas em 9.10-11.11 e 13.1, e a própria redação do texto parecem favorecer ligeiramente uma interpretação negativa, apesar da oportuna advertência de Andersen... de que o texto é menos crítico em relação a Jacó do que se costuma pensar. Se há alguma lição positiva, ela deve estar baseada no versículo 4, podendo ser: (1) a luta de Jacó com Deus e/ou Seu anjo, entendida como exemplo de arrependimento e retorno a ser imitado pelos contemporâneos de Oseias, ou (2) a paciência de Deus, estendida até mesmo a um trapaceiro como Jacó.”[16]

 

Capítulo 13: O juízo definitivo contra Israel

1.Efraim que é a nação de Israel morreu por causa de sua idolatria. A morte foi a separação da comunhão com Deus. Um dia era como um homem poderoso e no outro estava morto. No entanto, continuaram em seus pecados. Chegaram a se diminuir diante de uma escultura de animal, beijando-a. O juízo é que passarão como uma névoa. Israel precisava se lembrar do passado para perceber o Deus verdadeiro e maravilhosa que eles têm. A nação saiu de uma peregrinação de 40 anos deserto e quando receberam uma terra verdejante se desviaram do Senhor. Isto é muito claro em Juízes 2.10-23. O Senhor que é Leão protetor passa, agora, a ser o Leão devorador. Ninguém poderá socorrer Israel. Nem mesmo os reis com os quais querem fazer aliança. A primeira vez que a nação quis o rei, Deus permitiu, mas também o tirou. Esse rei foi Saul, escolhido pelo povo (v.1-12).

 

“Israel foi destruído por causa de sua rebelião, e não era capaz de salvar a si mesmo; o seu socorro vinha somente do Senhor. Esse exemplo pode muito bem ser aplicado ao caso da redenção espiritual, ao estado de perdição em que todos nós caímos por causa dos pecados que praticamos voluntariamente. Deus costuma conceder o descontentamento em relação àquilo que desejamos quando estamos em pecado. A felicidade dos santos é que se Deus dá ou tira, tudo é feito com amor. A desgraça do ímpio é que se Deus lhe dá ou lhe retira algo, tudo é feito com ira, e nada é consolador.”[17]

 

2.Israel é como uma criança que não quer nascer. Mesmo debaixo de todas as dores de parto, Israel não se rende, não se arrepende, colocando em risco de morte a mãe e o filho. No v. 14, embora o apóstolo Paulo, mais tarde, use como consolo e vitória do crente diante da morte, aqui em Oseias é usado como palavras de juízo. Deus usará a morte contra Israel. Alguns acham que o sentido é uma pergunta (“Eu os remirei do poder do Seol, e os resgatarei da morte?” A resposta é “Não”). Efraim pode dar algum fruto, mas o Senhor já está decidido usar a Assíria, o vento leste, para disciplinar o Seu povo (v.13-16).

 

Capítulo 14: A felicidade final de Israel está no Senhor

1.Deus ama Israel e, por isso, pede para que volte de seu caminho obstinado. Deus não precisa dos sacrifícios dos animais, pois nada representam mais, senão uma religião vazia e ritualista. Deus quer ouvir dos lábios do pecador a confissão de seus pecados. O pecador precisa chegar ao ponto de renunciar todo o esforço próprio e a confiança naquilo que não é Deus verdadeiro. Deus está disposto a afastar Sua ira mediante o arrependimento de Israel. Deus fará o pecador se refrescar com Seu orvalho e dará crescimento. Ele pede que estendam suas vergônteas (ramos das videiras) para abençoá-los. As bênçãos materiais são prometidas à nação como é comum no Velho Testamento. A Igreja já é abençoada com as bênçãos espirituais em Cristo. Deus incentiva Israel a não buscar mais os ídolos. Deus é como uma faia (carvalho). Nele Israel obtém tudo o que precisa para suas necessidades. Os sábios escolherão andar nos caminhos do Senhor, mas os tolos cairão por falta de entendimento da Pessoa maravilhosa de Deus (v.1-9).

 

“Israel é chamado a se arrepender e recebe até as palavras de confissão para usar nesse dia vindouro. Os pecados mencionados são a confiança na Assíria e nos cavalos do Egito e a idolatria. O povo reconhece que Deus e sua única esperança.”[18]

 

A intimidade do amor de Deus sobre o infiel (Os 11-14)

1.O amor de Deus nos prende como um laço (11.1-12)

2.O amor de Deus se multiplica igual aos nossos pecados (12.1-14)

3.O amor de Deus nos redimiu do inferno (13.1-16)

4.O amor de Deus nos afasta de Sua ira (14.1-9)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2014

 

 

 

Notas

 

1.      Introdução

 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

 10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

 11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

 12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

 13.O Novo Dicionário da Bíblia

 14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

 15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

 16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

 17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.      The Annotated Bible, The Prophet Hosea – Arno Clement Gaebelein (http://www.biblecentre.org/commentaries)

3.      Summarized Bible - Complete Summary of the Bible, Oseias 1.1-11 – Keith L. Brooks 1919 (extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

4.      Manual Bíblico, pg.315 – Henry H. Halley (Edições Vida Nova, 6ª edição em português – São Paulo – 1984)

5.      Estudo Panorâmico da Bíblia, pg. 249 – Henrietta C, Mears (Editora Vida – 1982)

6.      John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible, Oseias 4.14 (extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

7.      Comentário Bíblico Expositivo do VT Proféticos, pg. 398 Oseias 5.1-7 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

8.      John Gill's Exposition of the Entire Bible, Oseias 6.2 (Dr. John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

9.      O casamento que você sempre quis, pg.45 – Gary Chapman (Editora Mundo Cristão – São Paulo – 2007)

10.   Conforme O Novo Comentário da Bíblia, edições Vida Nova 1980

11.   Be Faithful, pg. 78 – 1 Tm 5.19-21 – Warren W. Wiersbe (Victor Books – Wheaton, Illinois – EUA – 3ª impr. 1982)

12.   Biblioteca Sacra, pg, 386-7 – John Henry Bennetch (Dallas Theological Seminary – vol. 106 nr. 424 – Nov-Dez 1949)

13.   Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 745 – William MacDonald (ed. Mundo Cristão – SP – 2ª ed. Junho de 2011 impresso na China)

14.   The Pulpit Commentary – Editado por Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., e por Rev. Joseph S. Exell, M.A. (1880-1897 – Domínio Público – extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

15.   The Theological Center of the Book of Hosea - David B. Wyrtzen (Bibliotheca Sacra -- October-December 1984, pg. 316 - Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)

16.   Oseias – Introdução e Comentário, pg. 214 – David A. Hubbard (Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 1ª ed. Junho de 1993)

17.   Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 18-19 (CPAD - 3ª ed. 2003)

18.   Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 747 – William MacDonald (ed. Mundo Cristão – SP – 2ª ed. Junho de 2011 impresso na China)



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

[2] The Annotated Bible, The Prophet Hosea – Arno Clement Gaebelein (http://www.biblecentre.org/commentaries)

[3] Summarized Bible - Complete Summary of the Bible, Oseias 1.1-11 – Keith L. Brooks 1919 (extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

[4] Manual Bíblico, pg.315 – Henry H. Halley (Edições Vida Nova, 6ª edição em português – São Paulo – 1984)

[5] Estudo Panorâmico da Bíblia, pg. 249 – Henrietta C, Mears (Editora Vida – 1982)

[6] John Wesley's Explanatory Notes on the Whole Bible, Oseias 4.14 (extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

[7] Comentário Bíblico Expositivo do VT Proféticos, pg. 398 Oseias 5.1-7 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[8] John Gill's Exposition of the Entire Bible, Oseias 6.2 (Dr. John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

[9] O casamento que você sempre quis, pg.45 – Gary Chapman (Editora Mundo Cristão – São Paulo – 2007)

[10] Conforme O Novo Comentário da Bíblia, edições Vida Nova 1980

[11] Be Faithful, pg. 78 – 1 Tm 5.19-21 – Warren W. Wiersbe (Victor Books – Wheaton, Illinois – EUA – 3ª impr. 1982)

[12] Biblioteca Sacra, pg, 386-7 – John Henry Bennetch (Dallas Theological Seminary – vol. 106 nr. 424 – Nov-Dez 1949)

[13] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 745 – William MacDonald (ed. Mundo Cristão – SP – 2ª ed. Junho de 2011 impresso na China)

[14] The Pulpit Commentary – Editado por Very Rev. H. D. M. Spence, D.D., e por Rev. Joseph S. Exell, M.A. (1880-1897 – Domínio Público – extraído de e-sword 10.3.0 – 2014)

[15] The Theological Center of the Book of Hosea - David B. Wyrtzen (Bibliotheca Sacra -- October-December 1984, pg. 316 - Copyright 1997 by Dallas Theological Seminary and Galaxie Software)

[16] Oseias – Introdução e Comentário, pg. 214 – David A. Hubbard (Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 1ª ed. Junho de 1993)

[17] Comentário Bíblico de Matthew Henry, pg. 18-19 (CPAD - 3ª ed. 2003)

[18] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 747 – William MacDonald (ed. Mundo Cristão – SP – 2ª ed. Junho de 2011 impresso na China)

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