54 1 Tessalonicenses

 1 Tessalonicenses

Ritos ocultos | 10 paradoxos e quebra-cabeças para quebrar a cabeça

Introdução[1]

1.Autor da carta

Paulo, o apóstolo. Irineu (125-202 a.D.), um importante combatente do gnosticismo, reconheceu essa carta como sendo de Paulo. Somente F.C. Baur, teólogo alemão (1714-1762) e seus discípulos rejeitaram a autoria de Paulo por acharem que a carta não refletia o pensamento da igreja primitiva. Atualmente, não há teólogos que aceitam essa rejeição.

2.Data e local da carta

A narrativa de Atos coloca a carta em um período que deve ter sido em 50 d.C. (At 18:5, 1 Ts 1:1, 3:6).

A carta foi escrita quando Paulo estava em Corinto.

 

3.Cidade

A cidade foi construída por determinação de Cassandro, em 316 a.C., que lhe deu o nome da sua esposa, Tessalônica, meia-irmã de Alexandre Magno. Esta fora assim chamada por seu pai, Filipe II da Macedônia, por ter nascido no mesmo dia da vitória (no grego “nike”) dos macedônios sobre os tessálios os quais eram de Tessália, uma cidade grega. Na sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo pregou na sua sinagoga, lançando as bases de uma das mais marcantes igrejas da época, e destinou-lhe duas das suas epístolas. A animosidade contra Paulo, por parte dos judeus da cidade, levou-o a fugir para Bereia. Posteriormente, escreveu a Primeira Epístola aos Tessalonicenses e a Segunda Epístola aos Tessalonicenses.

 

Em 388, a cidade foi palco do Massacre de Tessalônica, quando, por ordem do imperador Teodósio I, 7000 pessoas foram assassinadas por se revoltarem contra o general Buterico e outras autoridades romanas.

 

4.Objetivos da carta

1) Paulo reconheceu, através de Timóteo, as virtudes cristãs dos crentes tessalonicenses e, por isso, escreveu para animá-los a prosseguir firmes (2.14, 3.4-6, 4.9-10).

 

2) Paulo quis mostrar que os seus métodos de trabalho eram corretos (2.1-12).

 

3) Paulo exortou os tessalonicenses a não voltarem às antigas praticas pecaminosas (4.1-8).

 

4) Paulo corrigiu o falso entendimento que tinham da volta de Cristo e os animou a não pararem de trabalhar para sobrevivência (4.11-12, 5.1-11).

 

5.Versículo-chave da carta

Sendo que a exortação é para que o crente dedique o seu corpo para o Senhor de modo puro, 4.3 é um versículo que se encaixa muito bem nesse ensino.

 

 

6.Tema e palavras-chaves

O tema tem a ver com pureza de vida em todas as áreas, inclusive pureza sexual. Portanto, o tema é “Santificação”. As palavras com suas formas são Exortação (2.3,12, 3.2, 4.1,10, 5.11,14), Trabalho (1.3, 2.9, 3.5, 4.11, 5.12), Santificação (3.13, 4.3-4,7, 5.23).

 

7.Dificuldades encontradas na carta

1) Não podemos afirmar que Satanás impede nossos planos ou Deus. Temos a certeza que Deus está no final de todos os assuntos por permissão ou direção. No entanto, Paulo tinha a percepção dada por Deus sobre os impedimentos se eram da parte de Deus ou de Satanás. Pelo menos, dessa vez ele sabia que Satanás fora o autor dos empecilhos para visitar os tessalonicenses (2.18).

 

2) Não devemos nos esquecer que o normal da vida cristã é o sofrimento e perseguição. Caso não esteja acontecendo é uma permissão de Deus para o momento. O mais certo é esperar por sofrimento enquanto estamos na terra. Não apenas o sofrimento por sermos seres humanos, mas especialmente por sermos crentes em Jesus (3.3).

 

3) Não há nenhuma possibilidade do ensino “sono da alma” estar correto. Paulo está falando dos que morreram. Os que “dormiram” é uma figura de linguagem para a morte. É um eufemismo (4.13).

 

4) O crente jamais perde sua salvação, pois não depende daquilo que ele faz, mas do que Cristo já fez na cruz. Uma vez que alguém crê nessa mensagem estará seguro para sempre em Cristo. Não haverá nenhuma ira sobre ele. O crente desobediente não será julgado com ira eterna, mas no devido tempo dos galardões, um tribunal somente para crentes. O crente também não passará pela tribulação que é a ira de Deus sobre os moradores da terra (5.9, 1.10, 2 Co 5.10, Rm 14.10).

 

8.Curiosidades encontradas na carta

1) Necessariamente dizer que os judeus mataram Jesus não é uma forma de antissemitismo. De fato, os romanos crucificaram Jesus, mas o pedido foi feito pelos judeus. Isto não torna os judeus mais pecadores do que os demais, simplesmente, os coloca dentro do contexto histórico da morte de Cristo. Isto não significa que um não judeu faria diferente (2.14-16).

 

2) O novo modelo de moralidade nada tem a ver com a Palavra de Deus. O chamado “amor livre”, “amizade colorida” ou “ficar” não é uma questão de tempos modernos, mas desobediência a Deus. Não são homens com “senso de pureza elevado” ou moralistas que detém esse assunto, mas o próprio Deus (4.8, ver 4.3-8).

 

3) Paulo exorta os crentes, no final da carta, com ordens claras e específicas usando poucas palavras para 9 ou 10 exortações (5.14-22).


Capítulo 1: Saudação. A igreja em Tessalônica

1.São três líderes que saúdam os tessalonicenses. Paulo, Silas, pois Silvano é o mesmo que Silas e Timóteo. Estavam em Corinto quando esta epístola foi escrita. O apóstolo Paulo queria em sua companhia pessoas que amavam ao Senhor e que fossem dedicados. Silas era um dos líderes em Jerusalém e Timóteo era o companheiro de viagens, o qual, finalmente, ficou em Éfeso pastoreando (v.1).

 

2.O ministério de cartas era essencial, pois não havia meios das pessoas se virem quando quisessem e não havia telefone e e-mail. Ainda hoje, se alguém quer se aventurar, descobrirá o poder que uma carta tem para edificar os crentes, animar os desanimados e consolar os que estão sofrendo. A carta é o veículo pessoal e poderoso que deveríamos usar. Através da carta pessoas dizem aquilo que, numa conversa informal, não são capazes de dizer, como por exemplo, “você é muito importante para mim” (v.1).

 

3.Paulo não deixava os seus convertidos sem orientação. Ele era muito direto nos seus ensinos por carta. Paulo não só escrevia para lembrar dos irmãos, mas para edificá-los de alguma forma. As suas cartas eram sistematicamente doutrinárias. Os crentes não possuíam livros e enciclopédias para entender as verdades cristãs. Eles dependiam desses escritos. Talvez, hoje, estejamos na mesma situação, não porque não existam livros ou a Bíblia escrita, mas por falta de leitura de alguns ou por escassez de mestres da Bíblia. Na igreja dos tessalonicenses havia crentes gentios e judeus. As dúvidas sobre como andar neste mundo e o que acontecerá nos últimos tempos eram frequentes num grupo novo na fé (v.1).

 

4.Em primeiro lugar, Paulo mostra a posição dos crentes. Eles estão em Deus Pai e em Jesus Cristo, o Salvador. O reconhecimento das pessoas na Trindade é a base de toda a nossa doutrina. Jesus Cristo é Deus e, voluntariamente, se entregou em submissão para a nossa redenção. Através Dele temos paz. Primeiro a graça, depois a paz. De modo algum é errado cumprimentarmos os irmãos com esta saudação, “graça e paz”. Como dizem os judeus “Shalom” (v.1).

 

5.Até o versículo dez temos em mente a palavra “grau”. Grau sempre lembra escala, dificuldade, posição e desenvolvimento. As medidas possuem graus: grau de temperatura, por exemplo. A música possui graus com suas escalas. As escolas dividem seus alunos por graus: primeiro grau, segundo grau. Os parentescos possuem graus: os pais são parentes de primeiro grau, os irmãos de segundo, os tios de terceiro e os primos de quarto grau, então começam, os primos de primeiro, segundo e terceiro graus. Na vida cristã também existem graus. No discipulado, por exemplo, está num grau mais avançado quem é como o bom samaritano, que deu de si mesmo para ajudar o próximo. Na vida cristã há dois graus essenciais. Um é a salvação e o outro é a maturidade cristã.

 

6.O primeiro grau da vida cristã é a salvação. Ninguém pode se considerar um crente se não tiver entrado pela porta da salvação. É o primeiro grau de comunhão com Deus. Antes éramos inimigos de Deus, mas em Cristo Jesus foi quebrada a barreira a que nos separava de Deus. Já não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo escrevendo aos tessalonicenses lembra deles em oração. De fato, ele estava num grau da vida cristã em que se importava mais com os irmãos na fé do que consigo mesmo. Talvez não seja difícil orar pelos irmãos, mas o difícil é orar sempre por eles (v.2).

 

“A narrativa da recepção que os tessalonicenses deram ao Evangelho evoca uma oração de gratidão do apóstolo. O Espírito que comprovou a eleição de Deus pelo seu poder convincente, também capacitou os tessalonicenses a enfrentarem a aflição com tal firmeza e alegria que a notícia de sua dinâmica conversão, sua robustez no serviço e esperança vibrante tinham-se espalhado rapidamente por toda a área do Mediterrâneo.”[2]

 

7.O apóstolo Paulo conseguia ver nos tessalonicenses virtudes que só alguém avançado na fé cristã pode enxergar nos outros sem inveja. Ele via crentes operosos na fé. Ele reconhecia que os tessalonicenses eram abnegados quanto ao amor e que tinham esperança firme no Senhor Jesus Cristo (v.3).

 

8.Os nossos irmãos têm defeitos que precisam ser corrigidos, mas podemos ver neles o amor de Deus. Devemos reconhecer que, se são irmãos é porque participam da mesma eleição que nós. Todos somos eleitos em Cristo Jesus. A Igreja foi chamada com um propósito e todos os que são da Igreja são escolhidos para este propósito, que é glorificar a Deus na terra (v.4).

 

9.Os tessalonicenses estavam aprovados no primeiro grau da vida cristã, ou seja, eram salvos. Não se pode trabalhar na vida cristã, na obra de Deus com pessoas que nem fazem parte desse primeiro grau, que é a salvação.

 

10.O evangelho chegou em Tessalônica com o poder do Espírito Santo. Paulo não usava de palavras de sabedoria humana, mas se utilizava da Palavra de Deus. Ninguém passa pelo primeiro grau da vida cristã, que é a salvação, colando. Na escola alguns alunos colam para passar para outro grau, mas a salvação é séria. Alguém pode enganar um pregador, os pais e a igreja, mas Deus sonda e conhece os corações verdadeiramente arrependidos de seus pecados (v.5).

 

11.Temos que convidar as pessoas para depositarem sua fé na Pessoa de Jesus Cristo. Passando este grau as pessoas são salvas e daí poderão experimentar outros graus da vida cristã.

 

12.O segundo grau da vida cristã é a maturidade. Os tessalonicenses não ficaram na primeira etapa. De fato, foram salvos e podiam desenvolver a sua salvação. Não que precisassem fazer mais alguma coisa para serem salvos, mas precisavam demonstrar em suas atitudes que verdadeiramente Cristo Jesus, o Seu Mestre fazia diferença. Nem todos os crentes chegam à maturidade. É claro que mesmo na maturidade existem graus, embora não possamos dividi-los. O crente sempre cresce. Se o crente estagnar, ele não pára, mas começa a retroceder até o ponto em que temos dúvida se realmente é salvo. A salvação nunca se perde, pois é a obra de Cristo em nós e não aquilo que fazemos para Cristo. Porém, assim como um bebê cresce, o crente deve desenvolver a sua fé. Um bebê é lindo enquanto bebê, mas algo estranho existirá se depois de alguns anos ainda é o mesmo bebê.

 

13.Os tessalonicenses estavam crescendo, pois passaram a ser imitadores de Paulo e de Jesus Cristo. A imitação é um processo da maturidade cristã. É um degrau a ser pisado. A alegria no sofrimento nos prepara para avançarmos na vida cristã. Portanto, experimentar a alegria em meio ao sofrimento é um grau a mais (v.6).

 

14.Um degrau além da imitação e alegria na tribulação é quando outras pessoas passam a nos imitar. Os tessalonicenses estavam fazendo discípulos, pois os da Macedônia e da Acaia os viam como modelo (v.7).

 

15.Os tessalonicenses estavam num grau tão elevado na maturidade cristã que Paulo não via necessidade de acrescentar mais nada no ensino para eles. Alguns crentes já possuem tanto entendimento que ensinar mais alguma coisa parece ser até um desrespeito. Mas, cuidado, nenhum de nós, nem mesmo os tessalonicenses, estamos em posição de rejeitar os conselhos bíblicos, ainda que sejam repetidos. Quem é maduro na fé cristã não rejeita os ensinos, mas aceita-os com alegria mais uma vez e outras vezes mais. Os tessalonicenses, além de imitarem Paulo, experimentarem alegria no sofrimento e se tornarem exemplo a ser imitado, estavam espalhando o bom testemunho a outros lugares (v.8).

 

16.Os tessalonicenses deixaram os ídolos. Isto faz parte do primeiro grau da vida cristã. Logo na salvação, o crente deve deixar os ídolos. Mas há ídolos, não tão óbvios que carregamos conosco até mesmo na vida cristã avançada. O apóstolo João termina a sua primeira epístola com as palavras para os crentes: “...guardai-vos dos ídolos.” Os crentes devem verificar em seus “esconderijos” se não há ídolos escondidos, pois para servir o Deus verdadeiro de modo verdadeiro devemos nos desfazer dos ídolos do coração. Portanto, deixar os ídolos do coração é mais um degrau na maturidade cristã (v.9).

 

17.Outro degrau alto na vida cristã é aguardar a vinda do Senhor Jesus Cristo. Há grupos que não esperam mais pelo arrebatamento. Há grupos que não creem nas profecias bíblicas sobre o reino de Deus neste mundo que será estabelecido um dia. No livro de Apocalipse há uma promessa simples e clara que diz: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” Portanto, viver com os pensamentos nas profecias, estudar os profetas do Velho Testamento e crer que o Senhor Jesus Cristo julgará o mundo com a Sua justiça é um grau muito alto de maturidade (v.10).

 

“Quando Paulo fala da ‘ira vindoura’ ele tem em mente o derramamento geral da ira de Deus sobre os incrédulos na condenação eterna? Ou ele se refere a um momento do derramamento de Sua ira em um tempo específico da história, no futuro? Os comentaristas, não importa suas posições escatológicas, se posicionam sobre essa questão. Por exemplo, alguns amilenistas creem que Paulo estava falando de modo geral. Entretanto, outros amilenistas acreditam que Paulo se refere a um evento específico, associado com a segunda vinda de Cristo. No esquema amilenista, esse julgamento terminará a era presente. Os pré-milenistas também discordam entre si nesse ponto. Por exemplo, alguns tomam as palavras de Paulo como uma referência geral. Outros acreditam que Paulo tinha em mente a Tribulação, a qual para um pré-tribulacionista é o próximo derramamento da ira de Deus na história.”[3]

 

18.A salvação não é simplesmente a mudança de endereço do inferno para o céu. Este é primeiro grau da vida cristã. A salvação tem como alvo o desenvolvimento do crente para se tornar à imagem de Cristo a cada dia e por toda a eternidade, quando cresceremos em Cristo de glória em glória. O segundo grau da vida cristã é a maturidade que adquirimos. Não começa em um dia específico e termina num prazo determinado, mas é a subida de vários degraus.

 

Os degraus da maturidade cristã

O primeiro degrau é a imitação

O segundo degrau é a alegria na tribulação

O terceiro degrau é quando nos tornamos modelo de vida cristã e outros nos imitam

O quarto degrau é o testemunho sendo espalhado a outros

O quinto degrau é deixar os ídolos do coração

O sexto degrau é aguardar a vinda do Senhor Jesus Cristo

 

 

 

Capítulo 2: O ministério de Paulo entre os tessalonicenses. O desejo de Paulo em visitar os tessalonicenses

1.O que alguém é na vida cristã depende do Espírito Santo controlar a sua vida e iluminá-lo para compreender as verdades espirituais, mas muito do que alguém é na vida cristã, também, é o resultado de seus mestres. O modo como alguém recebeu a Palavra e foi conduzido nos ensinos bíblicos reflete no seu comportamento diário. Paulo sabia muito bem disso e não pretendeu usar de falsa modéstia. Deus o usou para a conversão e crescimento espiritual dos tessalonicenses. É bom cada crente refletir um pouco nos seus mestres do passado e do presente. É uma reflexão que tem como propósito louvar a Deus e ter um coração grato pelos bons mestres, mas também para corrigir conceitos errados sobre a Palavra de Deus, os quais, talvez tenha recebido.

 

2.A entrada de Paulo não foi como a de muitos mestres que, além de não terem acrescentado nada de proveitoso, ainda prejudicaram. O ensino de Paulo trouxe frutos para os tessalonicenses. Mestres que não são usados por Deus para transformar vidas não deixam saudades. Os crentes precisam ter uma vida frutífera. O fruto é do Espírito Santo, mas os cooperadores nessa lavoura são os obreiros (v.1).

 

3.Sempre há um preço que os líderes espirituais pagam para conduzir pessoas pelo caminho estreito da Palavra de Deus. No caso de Paulo, houve maus-tratos em Filipos. Ele pregava e aquela moça o seguia, perturbada com demônio, e perturbando Paulo e Silas. Eles expulsaram o demônio, mas foram presos, pois mexeram com a fonte de renda de alguns. Mesmo assim, Paulo e Silas tiveram a ousadia do Senhor para não se calarem. Naquela ocasião o carcereiro filipense se converteu. Desta maneira Paulo chegou em Tessalônica (v.2 ver Atos 16.16-40).

 

4.Paulo nunca enganou ninguém com suas mensagens. Seguir a Cristo nunca foi fácil, porém, nunca foi confuso. O que sabemos da vida cristã é o que está na Palavra de Deus e não há épocas, culturas, pessoas ou denominação e grupos que podem mudar a mensagem e permanecer como seguidores de Cristo (v.3).

 

“Os cristãos tessalonicenses, de fato, tiveram suas dificuldades desde a visita de Paulo. A aceitação de uma nova fé custou muito a eles. Isso rompeu os velhos valores sociais e associações religiosas, Mas os tessalonicenses sentiram que o evangelho foi uma mensagem peculiar de Deus para eles e que aquela convicção os fortaleceu para suportarem os maus tratos e incompreensão.”[4]

 

5.Paulo seguia confiante no seu modo de ensinar porque tinha convicção do chamado de Deus para a sua vida. Muitos não podem dizer o mesmo. Talvez há aproveitadores que querem viver do evangelho e de seus privilégios, mas têm a consciência marcada pela falta de convicção de que Deus realmente os queira como obreiros e mestres de almas. Deus não confia a autoridade de ensino para todos, porém, não confere essa autoridade simplesmente porque alguém é “ordenado pastor” e reconhecido pelos homens. A autoridade vem pelo conhecimento verdadeiro e pelos resultados de Deus, os quais são inconfundíveis (v.4).

 

6.A responsabilidade de Paulo era obedecer a Deus e não aos homens. A mensagem comprometida com os homens é falsa e cheia de falhas, mas o servo obediente a Deus não negocia a mensagem Dele. Nem sempre ele será popular, mas sempre será verdadeiro. A mensagem verdadeira transforma, mas a mensagem falsa engana (v.4).

7.Há uma atitude exterior que engana as pessoas. Alguns obreiros usam disso para sensibilizar as pessoas a darem dinheiro. Paulo pode até ser acusado disso falsamente, mas ele apela para o próprio Deus que conhece as suas intenções. Além de não ser ganancioso ou avarento, Paulo não foi bajulador de homens para receber algum privilégio ou para ganhar amigos. A Palavra de Deus não tem mensagens fáceis para a natureza pecaminosa, mas é a Verdade e precisa ser exposta por mestres que obedeçam a Deus. Isto não significa que a verdade seja dita sem amor. Paulo foi exemplo de compaixão e amor pelos pecadores incrédulos e, também, para com crentes desobedientes, mas nunca deixou de expor os pecados (v.5).

 

8.Talvez algum obreiro não fique elogiando as pessoas, mas no fundo pensa receber alguma glória humana por causa do ministério. Este é outro erro. É claro que o obreiro e mestre não deve esperar ingratidão de seus discípulos ou ser maltratado, mas também não deve ter uma expectativa irreal de que as pessoas viverão para ele e que nunca mais ouvirão nenhum outro mestre. Deus coloca obreiros e os substitui quando quiser. O mais importante é que venham outros bons mestres. A obra de Deus é maior do que o obreiro (v.6).

 

9.O apóstolo Paulo, juntamente com os seus cooperadores podiam exigir a manutenção de seu serviço pela igreja, pois aquele que oferece as coisas espirituais deve ser mantido pelos crentes. Porém, a situação de Paulo com respeito aos tessalonicenses foi diferente, pois ainda não eram igreja quando ele chegou e ficou três semanas com eles. Nenhuma mãe espera algum tipo de pagamento dos filhos, pelo contrário, ela dá tudo que tem para vê-los saudáveis (v.7).

 

10.Paulo se afeiçoou dos tessalonicenses e queria vê-los convertidos. As dificuldades eram imensas, mas ele estava pronto a morrer por eles. Paulo fugia porque os amigos insistiam, pois ele não tinha tanto cuidado para se proteger das perseguições. Foi bom que ele tivesse amigos protetores, senão a carreira dele seria muito curta (v.8).

 

11.Paulo sabia que não era o ideal, mas ali foi necessário. Era muito difícil pregar o evangelho e trabalhar, pois o preparo em estudo e oração toma tempo e o trabalho rouba este tempo precioso. No entanto, Paulo entendeu que seria melhor assim. Talvez, tinha poucas horas de sono, mas manteve um bom testemunho para não se tornar pesado de ninguém e ser acusado de preguiçoso e avarento (v.9).

 

12.Nem todos os obreiros podem apelar ao testemunho das pessoas e de Deus com respeito à sua maneira de se conduzir na sociedade. O obreiro pode ter divertimentos e vida particular, mas ao mesmo tempo deve prestar contas a Deus e aos homens sobre sua vida. Tudo deve ter um equilíbrio para que o evangelho não seja blasfemado. Ninguém mais do que um obreiro pode embelezar ou estragar a mensagem do evangelho (v.10).

 

“Essas lembranças, sem dúvida, revigoraram a confiança desses crentes em Paulo e em seus companheiros. Mas a dor que sentiam quanto à injustiça cometida contra esses servos de Deus, provavelmente, intensificaram seu desejo pelo dia quando Jesus retornará para se vingar e recompensar o sofrimento do Seu povo. E não há nada errado com isso!”[5]

 

13.O modo como Paulo viveu entre os tessalonicenses, mesmo sendo poucas semanas, foi o suficiente para lhe conceder autoridade de exortar os crentes a viverem de modo piedoso. O obreiro deve apresentar as pessoas puras para Deus. Aquilo que está ao seu alcance deve ser usado para conduzir as pessoas a uma vida reta diante de Deus e da sociedade. O objetivo do evangelho não é apenas tirar as pessoas da perdição do inferno, mas fazer delas pessoas melhores na sociedade (v.11-12).

 

14.Paulo foi muito diligente em pregar, mas os tessalonicenses, por sua vez, foram muito diligentes em ouvir e obedecer a Palavra de Deus e isto é motivo para Paulo agradecer a Deus. O problema de muitos é que ouvem a Bíblia como um livro comum e não como a Palavra de Deus. Quando alguém ouve os ensinos como vindo de Deus há uma transformação em sua vida. Deus opera na vida dos que creem (v.13).

 

15.Os tessalonicenses que receberam a Palavra se tornaram como os judeus da Judeia, pois acabaram sendo perseguidos pelos próprios irmãos judeus. O ódio é inevitável e, por isso, muitos não permanecem no evangelho. É um preço alto a pagar. A sinagoga expulsa, os pais renegam e a sociedade despreza. Devemos lembrar que Jasom foi humilhado, preso e só saiu mediante fiança porque hospedou Paulo em sua casa (v.14).

 

16.Os homens que perseguem os pregadores do evangelho são inimigos de todos os demais homens, pois não querem vê-los transformados pela mensagem desse evangelho. Os judeus de Tessalônica foram atrás dos pregadores em Bereia porque não queriam que os bereanos ouvissem a mensagem, portanto, são inimigos dos gentios e pagãos de modo geral (v.15).

 

17.Por causa dessa perseguição eles encheram a medida de seus pecados. É como se o pecador tivesse uma cota de pecados para pecar e, após isto, a paciência de Deus se esgotasse. A ira de Deus será despejada sobre todo o pecador não arrependido e o resultado será eterno. O ministério de Paulo entre os tessalonicenses foi marcado de sucesso, mas do tipo certo, ou seja, com resultados espirituais, mas acompanhado de lutas (v.16).

 

18.Paulo sabe que os tessalonicenses, sofredores, precisam de consolo e ânimo e, por isso, deseja visitá-los. No momento, tanto Paulo como os tessalonicenses estão como órfãos, separados um do outro. Sentimos a real necessidade de comunhão quando compartilhamos da mesma fé. É fácil entender porque grupos de apoio se reúnem nas mais diversas angústias, tais como, alcoólicos, pais de hemofílicos, compulsivos de qualquer espécie, etc. As pessoas com os mesmos sofrimentos se unem para tentar amenizar sua dor (v.17).

 

19.Paulo foi expulso de Tessalônica e fugiu para Bereia. De lá não pôde retornar para os tessalonicenses, mas teve de fugir para Atenas e depois para Corinto. A sua visita teve de ser adiada. Satanás não quer que a obra de Deus se fortaleça e, por esta razão, sempre levantará empecilhos (v.18).

 

20.Paulo não está sendo apenas cortês, prometendo uma visita, mas é uma necessidade de seu coração ver os tessalonicenses, pois eles marcam o seu ministério. É a sua coroação. Um atleta que ganha uma coroa nas Olimpíadas fica com aquela imagem por toda a sua vida, mas não consegue levar esta glória para a eternidade. Porém, para Paulo os tessalonicenses são a sua alegria até a vinda de Cristo e, também, para a eternidade. Paulo era amável para com os seus discípulos. Era um verdadeiro pastor de almas que sentia a necessidade de suas ovelhas (v.19-20).

 

 

 

Capítulo 3: Timóteo entre os tessalonicenses

1.Paulo foi para Atenas e não pôde voltar para Tessalônica. Mas, Paulo sabia da importância de animar aqueles irmãos, por isso, abriu mão da companhia de Timóteo e o enviou para lá. Os judeus eram mais tolerantes para com qualquer outro que não fosse Paulo. O apóstolo Paulo disse que era para eles como uma mãe. Qual mãe não fica cheia de cuidados pelos seus filhos. Paulo não suportava mais isto, por isto, enviou Timóteo. Todo obreiro que tem um rebanho se preocupa com o bem-estar dos crentes. São aflições internas do pastor (v.1).

 

2.Timóteo teria a missão de confirmar os crentes, exortando-os à prática da Palavra de Deus. Os crentes precisam ser lembrados da Palavra sempre. Nunca estaremos em um nível da vida cristã em que poderemos dizer: “Eu não preciso de mais nada”. Até mesmo no céu, diante do Mestre, continuaremos a aprender (v.2).

 

3.Um dos objetivos de Timóteo naquela visita era tranquilizá-los a respeito das tribulações. Eles ficaram assustados com o que viram. Paulo sendo perseguido pelos seus próprios amigos. É como se Paulo dissesse: “A partir de agora vocês terão de se acostumar, pois eu fui escolhido por Deus para isso.” As perseguições seriam uma rotina deles, também (v.3).

 

4.Quando Paulo estava entre os tessalonicenses mostrou para eles que logo seria perseguido. Portanto, não estavam desinformados sobre as coisas que estavam acontecendo. Mesmo assim, era importante que Timóteo os confortasse e confirmasse essas palavras (v.4).

 

“Sendo que a epístola é de conteúdo escatológico, é bom notar que este é um exemplo de cumprimento de profecia. Paulo prediz que os tessalonicenses enfrentariam aflições. E isso aconteceu. O propósito das aflições é promover santificação na vida do crente.”[6]

 

5.Enquanto Paulo estava em Atenas os seus pensamentos estavam nos tessalonicenses. Era muita angústia ficar longe dos recém-convertidos. Ele precisava saber como estava a fé daqueles irmãos. O apóstolo não era ingênuo, pois sabia que Satanás iria tentá-los a abandonar a fé. Se isto acontecesse, o trabalho dele teria sido em vão. É claro que para Deus aquilo que fazemos tem valor eterno, mas Ele não quer que sejamos negligentes em cuidar do Seu rebanho (v.5).

 

6.Paulo não teve condições de ver os tessalonicenses, mas Timóteo foi até eles e trouxe as boas notícias. Os tessalonicenses estão vivendo em fé e amor. Duas virtudes que os crentes precisam desenvolver. Crer na Palavra de Deus e viver conforme ela diz e amar uns aos outros. Os tessalonicenses tinham saudades de Paulo e estavam gratos pelo o que ele fez, levando o evangelho até eles (v.6).

 

7.Essas notícias trouxeram alívio para Paulo, pois ele estava cheio de tribulações e privações. Quando saiu de Bereia para Atenas estava sozinho. De lá para Corinto, ainda sozinho, precisou trabalhar para se manter. As coisas não eram fáceis para um pregador itinerante, principalmente, quando essas viagens não eram programadas (v.7).

 

8.A única qualidade de vida é a de comunhão com Deus. Os tessalonicenses, agora, tinham vida em abundância. A firmeza diante de Deus nos mantém vivos espiritualmente. A vida não oferece nem substituto da comunhão com Deus. O crente longe de Deus precisa de um reavivamento (v.8).

 

9.Os tessalonicenses são o motivo da alegria de Paulo. Ele dá graças a Deus por ter conhecido essas pessoas que se tornaram seus irmãos em Cristo. A fraternidade é o maior presente do crente. Quanto mais conhecemos irmãos em Cristo mais confortados nos sentimos, pois outros vivem a mesma vida de fé e de tribulações que nós (v.9).

 

“A satisfação de Paulo. A sua alegria não conduz à autossatisfação, mas à gratidão (‘Que gratidão seria suficiente como retribuição?’ – Lightfoot) e à percepção de que a fé dos convertidos ainda não é perfeita.”[7]

 

10.Paulo queria muito ver os tessalonicenses, não apenas para sentir o consolo da comunhão, mas para ajudá-los em alguma deficiência que, talvez, tenham. É claro que os crentes precisam constantemente de ensino de seus mestres, pois as dúvidas existem. O ensino da Palavra de Deus é maravilhoso, mas é extenso e se não há avanço no aprendizado, logo vem o desinteresse. Paulo ora por aqueles crentes para ter oportunidade de auxiliá-los (v.10).

 

11.A oração de Paulo é para que Deus o dirija até os tessalonicenses. As lutas são enormes para chegar até eles e conseguir ficar ali para ensiná-los. No momento, o melhor é enviar outros para ajudá-los com o ensino da Palavra. As cartas, ainda são a melhor ferramenta, embora, demoradas e impessoais, ou seja, sem a presença de Paulo (v.11).

 

12.O desejo e oração de Paulo são para que os tessalonicenses cresçam em amor. De todas as nossas deficiências na vida cristã, sem dúvida, a principal delas é o amor mútuo. São tantas queixas não perdoadas, mágoas que são carregadas e malícia de pensamentos que existem entre os irmãos, as quais precisam ser reparadas. Aprendemos a manter um relacionamento superficial para não nos machucarmos ou para não tratarmos os problemas. O resultado é que este relacionamento superficial causa feridas profundas, carência emocional e insegurança. Precisamos urgentemente do aumento do amor fraternal (v.12).

 

13.Quando não aumentamos em amor uns para com os outros os resultados são falta de santidade e culpa. Ninguém pode purificar o seu caminho com problemas de relacionamento com os irmãos. A culpa nos mantém hipócritas e superficiais. Para “colocar a oferta diante do altar de Deus” precisamos nos reconciliar. Ninguém que diz amar a Deus, mas rejeita o seu irmão pode ser verdadeiro. Não vemos a Deus, mas vemos os irmãos, por isso, é incoerente amar a Deus e não amar os irmãos. Paulo, neste capítulo, mostrou toda a sua preocupação pelos seus filhos na fé. Mesmo longe, Paulo os exortou ao amor uns para com os outros (v.13).

 

Capítulo 4: Santidade de vida. O arrebatamento e a ressurreição

1.As exortações de Paulo aos tessalonicenses estão chegando ao final. Não pode haver um genuíno amor a Deus se não houver santificação. O desejo de andar nos caminhos do Senhor é um impulso do Espírito Santo. Os tessalonicenses receberam o exemplo de Paulo e, agora, deviam andar naquilo que aprenderam e, muito importante, progredir cada vez mais. Os crentes que não progridem, ou não estão sendo ensinados ou estão rebeldes, e na pior das hipóteses não são crentes, de fato (v.1).

 

2.Os crentes já têm muitas instruções e sabem como proceder na vida cristã, o que falta mesmo é praticar aquilo que aprenderam. Os benefícios são enormes para si mesmo e para os que estão ao redor, mas os prejuízos de não andar naquilo que Deus nos deu são incalculáveis (v.2).

 

3.O crente não precisa passar tempo algum em oração para saber se Deus quer que ele obedeça à Palavra e ande de modo correto. Tudo já está na Bíblia e, é claro, que Deus quer o crente longe das impurezas e prostituições. As impurezas sexuais, por tão secretas que são, podem ficar de fora do tema das mensagens, mas não é isto que Paulo mostra em suas epístolas. Os gentios eram muito perversos e quando o Evangelho chegava e as conversões aconteciam eram as primeiras recomendações dos apóstolos para os recém-convertidos. O adultério, o incesto, a sodomia e todo o tipo de impureza sexual, tão comum nas festas deles, chamadas orgias, deviam ser abandonadas (v.3).

 

4.O nosso corpo é templo do Espírito Santo e, por isso, devemos cuidar dele para que nenhum tipo de relacionamento sexual proibido manche essa pureza. O apóstolo Paulo deixa bem claro que a responsabilidade do cuidado do corpo é individual. Cada um deve tomar o compromisso de se purificar. Os pais não podem vigiar os filhos, nem os filhos podem vigiar os pais. A esposa não pode saber o que o marido faz em todo o tempo e nem o marido sabe de tudo o que acontece na mente e na prática da esposa. A pureza sexual é um compromisso pessoal. Até incrédulos se comprometem a serem fiéis, quanto mais nós, os crentes, devíamos prometer fidelidade, primeiramente ao Senhor e depois ao nosso cônjuge (v.4, ver 1 Co 6.15-20).

 

5.A lascívia é muito poderosa e arrasta os nossos pensamentos e, até o nosso corpo se não zelarmos por ele. O crente deve colocar cercas ao redor de sua mente e olhos para evitar o contato excessivo com o sexo desenfreado e ilícito. A pornografia de todas as formas é responsável pela queda de homens e mulheres em todos os tempos, mas, principalmente, nos dias que atravessamos, onde os meios de comunicação são rápidos, fáceis e agressivos (v.5, ver 2 Co 10.3-6).

 

“No contexto dessa passagem da epístola, a referência é à esposa do crente. Nesse caso, o ensino é que cada homem trate sua esposa de forma decente e honrosa. Ele não deve, em hipótese alguma, se rebaixar a qualquer forma de infidelidade matrimonial. O versículo também reforça o ensinamento de que a monogamia é a vontade de Deus para a humanidade (cf. 1 Co 7:2). O ponto de vista cristão acerca dó matrimônio contrasta com o dos descrentes. Um comentarista da Bíblia diz o seguinte: ‘Quando Jesus impôs as mãos sobre a mulher mencionada em Lucas 13:13, ela se endireitou. Quando um pagão toca uma mulher, ela fica defeituosa’.”[8]

 

6.No assunto de pureza sexual há muito o que dizer, mas o resumo é este: os irmãos devem viver em pureza entre si. Mesmo que duas pessoas queiram fazer sexo uma com a outra, se for fora da vontade de Deus, ou seja, fora do casamento que é o único leito sem mácula, um está tirando vantagem do corpo do outro e isto é prostituição, pois é um ganho ilícito do corpo do outro (v.6, ver Hb 13.4).

 

7.Se Deus tivesse nos chamado para a impureza era só andarmos como o mundo anda. No final, o que as pessoas que não amam a Deus querem é tirar vantagem um do outro, explorar o corpo do outro, o casamento do outro e a pureza do outro. Porém, Deus nos chamou para a santificação. O crente que não se santifica pensa que está numa categoria diferente dos irmãos. A santificação não é um conselho, simplesmente. A santificação é um resultado da salvação, uma ordem de Deus e um compromisso dos fiéis (v.7).

 

8.Alguns podem não concordar com Paulo, achando-o muito duro e exigente, mas a questão não é essa, pois a santificação do corpo é ordem de Deus para o Seu povo. Se alguém acha difícil manter a pureza, devemos lembrar que Deus que exigiu a santificação, também, nos revestiu do Espírito Santo que nos capacita contra as tentações (v.8).

 

9.Tudo o que precisamos ouvir sobre o amor fraternal já foi falado pelo Senhor Jesus Cristo. Os tessalonicenses estavam praticando o amor cristão, mas nunca será demais enfatizar este tema tão importante na Igreja. Muitos só têm a esperança de serem amados quando chegam na Igreja, se este amor não for verdadeiro para eles, não lhes restará nenhuma esperança. Devíamos viver como se dependêssemos somente dos irmãos em Cristo, o que é verdade em muitas situações. Jesus ensinou sobre o amor entre os irmãos em João 13 (v.9).

 

10.A região dos tessalonicenses é a Macedônia. Lá a fama dos irmãos se espalhou rapidamente. Uma igreja acolhedora não é aquela que canta bem, que é rica ou pobre, mas é a Igreja em que os irmãos se amam e amam a todos os crentes espalhados pelo mundo e que amam os perdidos e, é claro, amam a Deus. Os tessalonicenses ainda podiam crescer mais nesse amor e nós, também (v.10).

 

11.Viver quieto neste contexto significa não ser intrometido. Os negócios alheios só interessam a nós quando somos convidados a participar deles ou quando, por alguma razão, temos autoridade de nos envolver. Um pastor devia ter a autoridade sobre a vida de todos os crentes, pois ele cuida de almas. Todos os assuntos de pecado interessam a todos os irmãos, mas precisamos ter muita sabedoria para não avançarmos os limites da sensatez e do amor cristão. Paulo ordenou aos crentes que trabalhassem e não fossem pesados uns aos outros. Os tessalonicenses talvez fossem preguiçosos e criaram um pretexto para justificar sua preguiça, como se vê mais claramente na segunda epístola (v.11).

 

12.Aqui temos duas razões muito fortes para o trabalho honesto. A primeira razão é por causa do bom testemunho. Quem trabalha está sendo honesto, não importa o quanto ganhe. Os incrédulos têm muita dificuldade em aceitar os crentes que não trabalham. O trabalho ornamenta a doutrina de Cristo porque Ele foi um trabalhador, um carpinteiro. A segunda razão é que o trabalho proporcionará ao crente o que ele necessita. É claro que alguns ganham mais do que os outros, logo, estes poderão suprir com mais facilidade suas necessidades e, até poderão ajudar com mais. Contudo, o trabalho, de alguma forma ajudará a pessoa mais do que se não trabalhasse. As injustiças sociais não são desculpas para não trabalharmos. Alguns trabalhos são manuais, mas todos os trabalhos são mentais. Os que não se exercitam em seu trabalho deveriam cuidar de seu corpo para não ficarem sedentários. A santidade de vida para o crente está em se afastar da imoralidade sexual, amar os irmãos e trabalhar honestamente (v.12).

 

As crises da santificação do crente (4.1-12)

1.O crente está em crise quando não progride cada vez mais no aprendizado (v.1-8)

2.O crente está em crise quando não progride cada vez mais no amor para com os irmãos (v.9-12)

 

13.Uma preocupação universal é com a morte. Embora as pessoas não gostem de falar desse assunto, todos se preocupam de uma forma ou de outra. A cada segundo morrem duas pessoas no mundo[9]. Os crentes precisam ter uma mente bem discernida sobre este assunto, pois a nossa esperança está justamente em termos nos livrado do poder da morte eterna.

 

14.Paulo não queria que os crentes tessalonicenses fossem ignorantes quanto à morte, principalmente, porque com a perseguição que sofreriam seria possível que alguns morressem pela fé. A nossa fé é somente para nos deixar mais confortados neste mundo ou vai além disso? Se pesarmos o que é o evangelho verdadeiro, veremos que ele nem mesmo oferece conforto para este mundo diante das outras pessoas, pelo contrário, o evangelho resulta em muita perseguição e até morte. O evangelho é a esperança eterna. Ele ultrapassa o nosso mundo e nos faz semelhantes a Cristo. Os crentes perseguidos devem se confortar com esta promessa.

 

15.Alguns crentes tessalonicenses logo perguntariam sobre os mortos, aqui Paulo usa um eufemismo e diz “os que dormem”. Nós temos esperança sobre os nossos irmãos em Cristo e temos, também, certeza da triste realidade dos que morrem sem Cristo (v.13).

 

16.Os que estão em Cristo passam por tudo o que Cristo passou. Eles morrem, mas vivem com Ele. Cristo Jesus não ficou morto, mas ressuscitou e está assentado ao lado do Pai. O crente não ficará no sepulcro. Ao morrer, imediatamente, já se encontra com Deus em espírito, aguardando somente a ressurreição do corpo (v.14).

 

17.Há um grupo de crentes que não experimentará a morte física. São os que estiverem na terra no dia do arrebatamento, quando Cristo virá até as nuvens para buscar a Sua Igreja. Esta é a Palavra do Senhor para Paulo e ele mesmo esperava este dia para subir junto com o Senhor. Isto não aconteceu com Paulo, mas pode acontecer conosco (v.15).

 

18.Haverá um dia em que Cristo voltará para buscar a Sua Igreja. Ele prometeu isto em João 14.1-3. Os que morreram serão os primeiros a se encontrar com Jesus, mas tudo será num piscar de olhos. Nós cremos na redenção completa do corpo, isto é, não apenas ficaremos livres do corpo de pecado, mas receberemos de volta o corpo transformado, ou seja, glorificado (v.16).

 

19.A doutrina do Arrebatamento nos ensina que Cristo não virá até a terra, mas esperará a Igreja nas nuvens. Portanto, nós é que subiremos. Se estivermos aqui com os nossos corpos seremos transformados, se estivermos com o Senhor, em espírito, receberemos de volta os nossos corpos, mas transformados. Será um dia em que, pela primeira vez, o Corpo de Cristo estará todo reunido. É essencial que todos estejam com corpos, pois será instaurado o Tribunal de Cristo. Nossas obras serão julgadas e estas foram realizadas com o corpo e, por isso, estaremos nesse julgamento de corpo presente (v.17, 2 Co 5.10, Rm 14.10).

 

“O mundo incrédulo terá consciência desse acontecimento? Ouvirão o brado, a trombeta e a voz? O texto de 1 Coríntios 15:52 dá a entender que isso ocorrerá de modo extremamente rápido, num piscar de olhos. Uma vez que o brado, a voz e a trombeta se referem ao povo de Deus, não há motivo para crer que a multidão incrédula ouvirá tais sons. Se isso ocorrer, ouvirão sons sem sentido (ver Jo 12:27-30). Milhões de pessoas desaparecerão instantaneamente e, sem dúvida, haverá grande confusão e preocupação. Com exceção dos que conhecerem os ensinamentos bíblicos, o mundo não entenderá o que aconteceu.”[10]

20.Essas palavras devem consolar todos os sofredores e perseguidos por causa do Evangelho. Os tessalonicenses precisam de uma palavra de consolo e não há maior esperança do que esta, a de nos encontrarmos com Cristo no céu para todo o sempre (v.18).

 

21.Por que não pensamos muito no Arrebatamento e o encontro com o Senhor? Talvez estejamos enganados sobre uma coisa. Muitos crentes ao redor do mundo estão pensando muito nessas palavras, pois estão sendo perseguidos e só têm esta palavra para o seu consolo. Nós que vivemos um evangelho numa sociedade que não se incomoda conosco não temos este anseio urgente. Precisamos, mesmo assim, nos consolar com estas palavras, pois elas é que nos incentivarão a nos encontrar com outros irmãos e com Jesus Cristo e se vier alguma perseguição mais notável já estaremos cientes dessas palavras.

 

Capítulo 5: A vinda de Cristo e a santificação. Várias exortações e saudações

1.A vinda de Cristo ou o Dia do Senhor é um período que não diz respeito à Igreja, pois esta já estará com o Senhor. Após o Arrebatamento começará um período terrível de sofrimento chamado Tribulação e Grande Tribulação. É o dia da ira de Deus e do Cordeiro. O Senhor virá como um ladrão. Ninguém espera um ladrão com alegria, mas se protege dele. A Igreja aguarda o Noivo e não o ladrão.

 

2.Os tempos e estações referem-se aos acontecimentos escatológicos, ou seja, os acontecimentos futuros os quais definirão para sempre a história da humanidade. A inauguração do reino estará próxima (v.1).

 

3.O Dia de Cristo é o Arrebatamento. É um dia de alegria para a Igreja. O Dia do Senhor é um período de muita tensão e sofrimento e culminará com a Vinda de Cristo para julgar as nações e inaugurar o Seu reino (v.2).

 

“De modo geral, essa expressão indica um período quando Deus fará decisiva intervenção na história da humanidade; e isso poderá ocorrer antes, mas também por ocasião do julgamento, no fim da presente era. Porém, até mesmo o ‘milénio’, que será um tempo de bênçãos, fará parte do dia de Deus, que produzirá, finalmente, o estado final. (Quanto ao fato que o dia do Senhor está vinculado ao julgamento, no A.T., ver os trechos de Isa. 2:12; Eze. 13:5; Joel 1:5; 2:11; Sof. 1:7,14 e Zac. 14:1). O ‘dia do Senhor’, na passagem de Zac. 14:1, refere-se à batalha de Armagedom, a grande tribulação para a nação de Israel.”[11]

 

4.Note a mudança de pronome. Agora está falando de outros (“lhes”). As pessoas serão enganadas durante a Tribulação. Esperarão a paz e terão uma aparente paz produzida por Satanás através do Anticristo, mas isto é será o princípio das dores eternas (v.3).

 

5.Paulo não está falando que os crentes atuais, ou seja, os da Dispensação da Igreja, passarão por esse período. Ele diz “mas vós, irmãos”, fazendo a distinção dos crentes que não precisarão se preocupar com aqueles dias terríveis de tribulação. Somos salvos e não precisamos temer a vinda de Cristo como um ladrão, mas nos alegrar no encontro com Jesus Cristo, o Noivo, nos ares (v.4).

 

6.Os crentes estão em Cristo e, portanto, na luz. A Tribulação será um tempo de trevas e não temos razão para estar neste mundo durante aquele período preparado para julgar as nações e salvar o povo de Israel (v.5, Ap 3.10).

 

7.Sendo que não somos das trevas devíamos viver como filhos da luz. Não precisaremos vigiar durante a Tribulação, mas temos o privilégio e, também, a responsabilidade de ficarmos atentos nos nossos dias os quais também são maus, pois é um tempo de heresias e engano. À noite são praticadas orgias e todo tipo de impureza misturadas com bebidas fortes (v.6-7).

 

8.Os crentes precisam ser sóbrios. Não apenas se desviarem das bebedices, mas praticarem um estilo de vida atento às artimanhas de Satanás que quer nos destruir. Temos recursos à nossa disposição. Um deles é a couraça da fé e do amor. A couraça protege os órgãos vitais. A fé e o amor protegem o crente de uma vida infrutífera (v.8).

9.Há outro recurso que é o capacete da esperança da salvação. O capacete protege a cabeça. A esperança da salvação é a única proteção contra as dúvidas que querem assolar a mente do crente. Somos cheios da esperança que há em Cristo. Satanás com os seus dardos inflamados quer tirar a alegria e até a esperança da nossa salvação (v.8).

 

10.O desejo de Deus não é que o crente passe pela Tribulação e, por isso, decidiu que a Igreja não passará por aquele período. O propósito de Deus para a Igreja é a salvação. Se pessoas não estão sendo salvas pelo ministério da Igreja há algo errado, pois os crentes são chamados para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz. Como vimos anteriormente, o mundo precisa da luz de Cristo, pois vive em trevas (v.9).

 

11.A nossa segurança está em Cristo Jesus e não em nossos esforços para nos mantermos fiéis. A vida cristã é a vida que Cristo vive em nós. Estamos em Cristo, por isso, Ele nos dará capacidades para vigiarmos. Paulo usa, agora, os mesmos termos, mas com sentido diferente do que tem usado até o momento. Vigiar e dormir, agora, refere-se a estar vivo ou morto, ou seja, se tivermos de morrer pelo evangelho de Cristo viveremos com Ele. Temos de nos manter fiéis em toda a circunstância (v.10).

 

12.O Arrebatamento é uma esperança para os crentes e eles se consolam nesta esperança. A segunda vinda de Cristo, também, é um motivo de consolo. Primeiro, porque não passaremos pela Tribulação e depois porque temos motivos, hoje, para vigiarmos, pois vivemos em tempos difíceis, também. Os tessalonicenses estavam se edificando mutuamente. Todos os crentes de todas as épocas devem se edificar, pois a Igreja serve a dois propósitos: salvar os perdidos e edificar os crentes (v.11).

 

 

 

 

 

 

 

 

“À medida que você se aproxima do final de uma larga carreira lhe doem os pés, sua garganta lhe arde e todo seu corpo clama para que se detenha. Este é o momento quando o fôlego de amigos e admiradores é mais apreciado. Seu estímulo lhe ajuda a sobrepor-se à dor para cruzar a meta. De igual maneira, os cristãos devem animar-se mutuamente. Uma palavra de fôlego dada no momento oportuno pode estabelecer a diferença entre terminar bem e ficar no caminho. Olhe a seu redor. Seja sensível às necessidades de outros e pronuncie palavras de apoio e ações apropriadas.”[12]

 

13.A vinda de Cristo será no final da Grande Tribulação. Ele virá em ira, julgando as nações e separando as ovelhas dos bodes. Estaremos com Ele e não o aguardando, por isso, devemos viver nestes dias em santificação, pois temos o privilégio de participar do Corpo de Cristo que será reunido na Tribulação para a vinda juntamente com Ele para a inauguração do Seu reino. Vivamos como filhos da luz que somos.

 

14.As exortações finais para os tessalonicenses têm a ver com o modo como devem se comportar na sociedade e na igreja. Uma vida cristã normal segue os princípios que Paulo estabelece nos próximos versículos. Deus permitiu que uma liderança estivesse sobre as vidas dos crentes e estes precisam obedecê-la, pois a liderança trabalha para o Senhor. Quando líderes não fazem a vontade de Deus acabam prejudicando o rebanho. A oração é o instrumento que o rebanho pode usar apara fortalecer a liderança ou fazê-la sair de cena. Sim, através da oração líderes maus saem para a chegada de líderes que andam com Deus (v.12).

 

15.Paulo não está pensando em maus líderes, mas naqueles que fazem a vontade de Deus e conduzem bem o rebanho. O trabalho que realizam é difícil, por isso, os crentes devem considerá-los bastante. A ordem de Deus para os crentes é que vivam em paz com todos. A obediência sem murmuração aos líderes que andam com Deus evita muita falta de paz e tranquilidade (v.13).

 

16.A paz nunca é conseguida de qualquer forma. A admoestação é sempre necessária. O pensamento de que devemos deixar cada um fazer o que bem entende e todos viverão em paz é totalmente falso e perigoso. A paz de Deus se mantém através de exortação aos insubmissos, consolo aos fracos e desanimados, e paciência (v.14).

 

17.A vingança entre os crentes é possível, por isso, Paulo adverte contra esta prática. Os crentes têm problemas de relacionamentos também, mas estes devem ser resolvidos na base do amor a Cristo e aos irmãos (v.15).

 

18.O crente precisa de alegria, mas deve ser uma alegria constante, sempre. As tribulações acontecem para todos, mas o consolo está presente para todos os que andam na prática da Palavra. A comunhão com os irmãos é um remédio eficaz para as tristezas da vida. Compartilhar em conversas e oração renova o ânimo (v.16).

 

19.A oração nunca deveria parar entre os crentes. Ninguém pode ficar o dia todo e a noite toda em oração concentrada, mas podemos passar o dia no trabalho e em outras atividades lembrando que temos um Deus que nos ouve em todos os momentos. Pessoas mal-acostumadas vivem praguejando e suspirando as palavras “Jesus”, “Deus”, “Senhor” e “Pai”. Como suas vidas mudariam se pronunciassem ou pensassem com sinceridade essas palavras com pedidos verdadeiros de oração: “Pai, me ajude a falar com este cliente”, “Senhor, me dê tranquilidade a respeito desse motorista que acabou de me fechar”, “Deus, me oriente para falar com este companheiro de viagem” (v.17).

 

20.O nosso Deus se agrada de corações gratos. Assim como a oração sem cessar é possível durante o dia, também, é perfeitamente aceitável que os crentes pronunciem ou pensem palavras de gratidão a Deus. Ao sair do banco e pagar uma conta é totalmente normal para o crente orar em pensamento: “Ó Deus, muito obrigado por pagar esta conta mais este mês. Obrigado pelo Teu suprimento” (v.18).

 

21.O Espírito Santo está dentro dos crentes. Ele pode e quer agir através de nossas vidas, mas Ele pode, também, por causa de nossa desobediência e pecado, não agir de modo a glorificar a Deus. O Espírito sempre glorifica a Deus, mas nem sempre através de nossas vidas. O Espírito Santo é um fogo pronto a consumir nossas vidas por amor ao Senhor, mas por causa de nossa indiferença, muitas vezes, apagamos as intenções do Espírito e o reino de Deus perde e nós também (v.19).

 

22.As profecias estão esquecidas de algumas denominações evangélicas. A promessa de um reino de paz e justiça por mil anos, o Arrebatamento, o Tribunal de Cristo para o julgamento de nossas obras, o Lago de Fogo para os perdidos e outros temas proféticos são verdadeiros e sempre atuais. As igrejas precisam desses ensinos e observá-los traz maturidade e segurança aos crentes (v.20).

 

23.Este versículo não nos dá a escolha de aceitarmos algumas coisas da Palavra de Deus e outras rejeitarmos. Toda a Palavra de Deus deve ser recebida e obedecida. Porém, nem todos os que falam da Palavra de Deus estão cobertos de razão. Alguns têm interpretações muito individuais e, portanto, devem ser rejeitadas e denunciadas. Os de Bereia faziam isto. A palavra final é a Palavra de Deus, mas os mestres são indispensáveis para transmitir e ensinar. Os mestres são bênção, mas podem ser maldição se ensinarem errado. A pluralidade de liderança dá segurança aos crentes (v.21).

 

24.Há infinitas formas de mal, que é o mesmo que pecado. Algumas práticas não são pecaminosas em si, porém, a falta de equilíbrio e propósito podem levar o crente a se desviar do alvo de glorificar a Deus. Paul Fleming, o fundador da New Tribes Mission dizia: “Não permita que o bom se torne inimigo do melhor”[13] (v.22).

 

25.O mesmo Deus que deseja que os crentes vivam em paz pode santificar-nos para viver em paz. Quando o Senhor Jesus vier para os crentes, isto é, no Arrebatamento, será estabelecido o Tribunal de Cristo. O Senhor nos ajudará a chegar até lá irrepreensíveis, mas isto não significa que não teremos que responder pelas nossas obras más, simplesmente, que não perderemos nossa salvação, que é eterna. Este versículo é prova clara da tricotomia, ou seja, o homem consiste em espírito, alma e corpo. Na presença do Senhor Jesus, o juiz do Tribunal das obras, todos os crentes estarão completos, pois somos seres completos praticando boas e más obras. Por esta razão, o Tribunal de Cristo será somente depois da Igreja reunida e corpos ressuscitados e transformados (v.23).

 

26.Aquele que nos trouxe até aqui por meio da Igreja, o Corpo de Cristo, nos capacita para vivermos a vida que agrada a Deus. Ele não nos colocaria no Corpo de Cristo sem instrução da Sua Palavra, mas pelo contrário, todos os crentes têm tudo o que precisam para viver como um bom soldado de Cristo. As falhas são responsabilidade dos crentes e não do Espírito Santo e da Palavra de Deus (v.24).

 

27.O apóstolo Paulo não pede dinheiro ou outro benefício, senão a oração. Todo ministro carece das orações dos crentes. O trabalho é intenso, o equilíbrio emocional é necessário e os ataques do inimigo e dos falsos irmãos são constantes, por isso, devemos sempre orar pelos obreiros. Essas exortações servem para nós nos dias atuais. Viver em paz com os irmãos, orar pelos obreiros e não apagar o Espírito Santo que habita em nós. Seremos crentes mais fortes que glorificarão ao Senhor (v.25).

 

28.A demonstração externa de amizade na Ásia, Macedônia, Grécia entre as pessoas, não apenas os crentes, mas todos, era o ósculo, ou seja, o beijo. Por isso, deviam manter as demonstrações culturais na igreja. Em nossa sociedade brasileira, o aperto de mão e até o abraço são formas respeitosas de mostrar afeto pelas pessoas e, por isso, devemos fazer isto. As pessoas que chegam em nós, visitando, podem se sentir bem quando demonstramos amor fraternal entre nós e estendemos nossa mão amiga para elas, também (v.26).

 

29.O apóstolo Paulo não queria que esta carta caísse no esquecimento, mas que todos soubessem. Hoje, temos a Palavra de Deus e as mensagens muito vivas, mas infelizmente alguns crentes não leem frequentemente a Bíblia e faltam bastante nos estudos bíblicos. O resultado não pode ser outro, senão, crentes imaturos, carnais e inconstantes (v.27).

 

30.A saudação é muito comum nos escritos de Paulo. Simples e objetiva. O desejo dele era que os crentes vivessem debaixo da graça sempre disponível do Senhor Jesus Cristo. A epístola aos tessalonicenses é cheia de ensinos práticos. Paulo deu exemplo de sua própria vida e isto fortaleceu esta carta com autoridade. A esperança do Arrebatamento e a urgência de viver uma vida santa são marcas dessa carta aos tessalonicenses a qual chegou até os nossos dias com o mesmo propósito, a santificação (v.28).

 

As motivações na vida cristã (1 Ts 1-5)

1.Os irmãos em Cristo são nossa motivação para a vida cristã (1.6-7)

2.O próprio Deus é a nossa motivação para a vida cristã e ministério (2.3-12)

3.A recordação dos irmãos é a nossa motivação para a vida cristã (3.6-13)

4.O arrebatamento é a nossa motivação para a vida cristã (4.13-18)

5.O Dia do Senhor é a nossa motivação para a vida cristã (5.2-9)

6.As várias instruções bíblicas são a nossa motivação para a vida cristã (5.12-28)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2004

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Comentário Bíblico Moody – 1 Ts 1.2-10 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

3.     Notes on 1 Thessalonians, pg. 12-13 – 1 Ts 1.10 Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

4.     The First Letter to the Thessalonians – 1 Ts 2.3-10 – Edgar J. Goodspeed (University of Chicago Press – Illinois 1937

http://www.earlychristianwritings.com/goodspeed/preface.html 25/07/2003 - Essa página é de domínio público por Peter Kirby kirby@earthlink.net)

5.     Knowing God through Thessalonians – 1 Ts 2.2-10 - Herb Vander Lugt (©1997 RBC Ministries -Grand Rapids, MI)

6.     Notes & Outlines – 1 Thessalonians – 1 Ts 3.4 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

7.     Comentário Bíblico NVI, pg. 2032 – 1 Ts 3.9-10 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

8.     Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 723 – 1 Ts 4.4-5 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

9.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 235 – 1 Ts 4.17 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

10.  O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 209 – 1 Ts 5.2 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

11.  Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – 1 Ts 5.9-11 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

12.  The Story of New Tribes Mission – Kenneth J. Johnston – 1985

 

 

 

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

[2] Comentário Bíblico Moody – 1 Ts 1.2-10 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[3] Notes on 1 Thessalonians, pg. 12-13 – 1 Ts 1.10 Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[4] The First Letter to the Thessalonians – 1 Ts 2.3-10 – Edgar J. Goodspeed (University of Chicago Press – Illinois 1937 - http://www.earlychristianwritings.com/goodspeed/preface.html 25/07/2003 - Essa página é de domínio público por Peter Kirby kirby@earthlink.net)

[5] Knowing God through Thessalonians – 1 Ts 2.2-10 - Herb Vander Lugt (©1997 RBC Ministries -Grand Rapids, MI)

[6] Notes & Outlines – 1 Thessalonians – 1 Ts 3.4 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[7] Comentário Bíblico NVI, pg. 2032 – 1 Ts 3.9-10 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[8] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 723 – 1 Ts 4.4-5 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[9] A cada segundo morrem duas pessoas no mundo https://www.medindia.net/patients/calculators/world-death-clock.asp no dia de dezembro de 2021

[10] Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 235 – 1 Ts 4.17 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[11] O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 209 – 1 Ts 5.2 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

[12] Comentarios de la Biblia del Diario Vivir – 1 Ts 5.9-11 - Compilado por Maqui, (a)  Rabí Gamaliel, 1997 EDITORIAL CARIBE - Una división de Thomas Nelson - P.O. Box 14100 (extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

[13] The Story of New Tribes Mission – Kenneth J. Johnston – 1985

4 comentários:

  1. O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo: espírito, alma e corpo.

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  2. ''Quem não crê em Deus e na Sua Palavra e não ama os irmãos e o próximo não tem vida espiritual normal e está morto, mesmo sendo salvo, ou seja, sua vida é como de alguém sem esperança (v.8).''
    Se ele não crê ,como queele pode ser salvo se esse é o princípio da salvação (Marcos 16)???

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  3. Irmã Ana Cláudia, você tem razão. Essa sentença está mal escrita. Agradeço por sua observação. Vou mudá-la.

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  4. Pronto. Consertada a frase. Mais uma vez, obrigado.

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