35 Miqueias

 Miqueias

 

Introdução[1]

1.Os nomes dos reis em Mq 1.1, mostram que Miqueias pregou no mesmo tempo da História que Isaías (Is 1.1). Com certeza esses dois profetas animaram-se um ao outro, ministrando em Judá, e procurando espalhar a Palavra do Senhor. Jotão e Ezequias foram dois reis bons que ajudaram a nação, mas Acaz foi um homem perverso que levou a nação à idolatria. Assim, Miqueias viu sua nação passar por bons e maus tempos. Miqueias significa “Quem é como o Senhor?”. Ele veio da pequena cidade

chamada Moresete, ao sul de Jerusalém. Jeremias mencionou o nome de Miqueias (Jr 26.18). Miqueias foi quem predisse o local do nascimento do Messias (5.2).

 

2.Este pequeno livro é composto de três “sermões”, os quais Miqueias pregou ao povo, e cada mensagem começa com a palavra “Ouvi” (1.2, 3.1 e 6.1). Foi escrito na mesma época que foi escrito Isaías, 700 a.C.

 

3.As profecias de Miqueias são amplas, tratando de Judá e Israel. Miqueias enfatiza suas mensagens para as capitais dos reinos, Samaria (capital de Israel) e Jerusalém (capital de Judá, isso porque as capitais tinham influência sobre as nações.

 

4.Enquanto Amós e Oséias falaram duramente sobre a idolatria e imoralidade em Israel e Judá e, também, sobre a mistura com a religião dos cananeus, Miqueias condena as injustiças cometidas contra os pequenos proprietários, sitiantes e agricultores (2.1-8). Talvez, para muitos que não enxergam a justiça de Deus até nas “causas menores”, as palavras de Miqueias não fazem muito sentido. O afeto natural foi-se extinguindo das pessoas, ao ponto de expulsar as viúvas das casas das criancinhas e para abafar a consciência contratavam falsos profetas para falarem o que desejavam ouvir (2.6,9,11).

 

5.A salvação não é pelas obras. Assim como em Ef 2.8, Mq 6.6-8 mostra que o homem não pode fazer nada para que seja aceito por Deus. As obras humanas são ineficazes para a Salvação.

 

6.Miqueias fala de um reino que os homens tentam estabelecer com suas próprias mãos, mas sem sucesso, pois o reino que Miqueias profetiza será estabelecido pelo Messias: seria quando de Sua primeira vinda, porém, Seu próprio povo O rejeitou, por isso, foi “adiado”. Conforme Ap 20, esse reino chama-se “Milênio” (veja Mq 4.1-5).

 

7.Esboço simples

 

  I.Condenação (1-2)

 II.Restauração (3-5)

III.Súplica (6-7)


Capítulo 1: Juízo por causa da idolatria

Miqueias profetizou a Judá para advertir a respeito do que aconteceu com Israel, reino do Norte. É uma mensagem de advertência a todas as nações e a todas as pessoas. Ele começa pedindo que todos prestem atenção. Deus deixa sua morada para julgar o mundo. A idolatria é o assunto principal, mas ela carrega outros pecados para dentro dos pecadores. É um preço muito alto que os idólatras pagam por se prostituírem afrontando o Criador. As feridas incuráveis ficaram assim devido às muitas advertências que Deus ofereceu ao povo, mas de modo obstinado, recusaram ouvi-Lo. O juízo que é para o reino do Norte chega também ao reino do Sul, pois estão repetindo os pecados de seus irmãos. O conselho é o lamento. As calvas são sinal externo de que o povo está buscando ao Senhor (v.1-16).

 

“Diferente de alguns modernos pregadores de fogo e condenação, Miqueias prega julgamento com tal amor que ele chora por sua audiência.”[2]

 

Prognóstico para o pecador (Mq 1)

1.Prestar atenção (v.1-2)

2.Lamentar (v.8)

3.Feridas incuráveis (v.9)

4.Cativeiro próximo (v.16)

 

Capítulo 2: Estado de calamidade

O poder usado para o mal é planejado às escuras e praticado às claras e sempre é executado contra os mais fracos através da coação e força. Porém, Deus também planeja o mal contra os malignos. O peso sobre seus ombros será além do que poderão suportar. A injustiça será trocada por vingança do Senhor. Os maus não acreditavam nas ameaças do profeta e desprezavam a Palavra do Senhor. Deus é paciente, mas agora ficou irritado devido à indiferença às suas advertências. A maldade dos perversos se tornou gratuita. A humanidade sempre foi violenta, mas muitas vezes é para se vingar. No entanto, chegará um tempo em que as pessoas se tornarão cruéis sem vingança. Na tribulação, o nível de violência será extremo. Enquanto estudamos este texto (ano de 2015), há grupos no Brasil praticando a gangue da violência, quando pessoas são espancadas na rua sem nenhuma razão. O povo de Judá sofreria violência contra mulheres e crianças. Era uma autodestruição, pois o pecado do povo estava provocando o juízo. Os crentes em Cristo Jesus não estão sujeitos ao juízo eterno do pecado, porém, a advertência serve também para vivermos uma vida reta diante do Senhor que apurará nossas obras no Tribunal de Cristo, lugar de julgamento de nossas obras como crentes. O povo desobediente estava querendo ouvir profetas que prometiam vinho e não os que proferiam as palavras de Deus. As pessoas estão mais interessadas no bem-estar físico e passageiro do que na Palavra de Deus. Com todo esse histórico de rebeldia, ainda assim, Deus promete ao remanescente de Israel um reino de prosperidade e bênçãos debaixo do reinado do Messias (v.1-12).

 

“Já que dizem: ‘não profetizeis’, Deus lhes cobrará por esta palavra, e o pecado que cometeram lhes será por castigo. Que o médico não atenda mais ao paciente que não será curado. Aqueles que silenciam aos bons ministros e detêm os meios da graça, são inimigos não somente de Deus, mas também de seu país. Que laços reterão aqueles que não têm reverência pela Palavra de Deus? os pecadores não podem esperar ter repouso em uma terra que contaminaram. Não somente serão obrigados a partir desta terra, como ela mesma os destruirá. Apliquemos isto ao nosso estado neste mundo presente. Existe corrupção no mundo por causa da luxúria, e devemos nos manter afastados dela. Esta terra não é o nosso repouso; foi designada para a nossa peregrinação, mas não como a nossa porção. Nossa pousada não o nosso lar; não temos aqui cidade permanente. Portanto, levantemo-nos e partamos, busquemos a cidade permanente que é do alto.”[3]

 

Estado de calamidade (Mq 2)

1.Planos malignos (v.1-3)

2.Ódio contra a Palavra de Deus (v.4-5)

3.Amor aos falsos profetas (v.6-11)

4.Promessa de bênçãos ao remanescente (v.12)

 

Capítulo 3: Os juízos de Deus contra os maus líderes

1.O profeta Miqueias tem a dura tarefa de repreender os líderes maus. Não é fácil repreender alguém, mas repreender os líderes ainda é mais difícil, pois se eles forem arrogantes terão muito mais argumentos que uma pessoa comum. O juízo é do próprio Deus contra os maus líderes. Os líderes carregam uma culpa maior quando o povo se desvia de obedecer a Palavra de Deus, pois eles são responsáveis em exemplificar em suas próprias vidas como se ama o bem, eles são responsáveis em ensinar o povo e procurar o interesse desse povo. Os líderes é que sabem o que é correto e o que é errado. As questões, as dúvidas e os desesperos das pessoas são entregues aos líderes. Estes precisam ter palavras sábias em todos os momentos. Os líderes de Judá estavam sendo maus, pois estavam odiando o bem em vez de incentivá-lo. Estavam agindo como feras que despedaçam suas vítimas. Quando os líderes se tornam maus eles não servem as pessoas, mas se aproveitam delas. Os líderes maus ficarão em aperto, mas não serão ouvidos, pois virá a repreensão de Deus sobre eles por causarem tanto mal à Sua obra. Isto serve para pais que não governam bem a sua própria casa. Quando experimentarem as dores de filhos rebeldes não terão como consertar a situação. É claro que devemos orar em toda e qualquer situação, mas muitas aflições são consequências de uma má liderança. Os que estão em posição de liderança devem sempre amar o bem e servir aqueles que dependem de sua liderança, pois haverá recompensa tanto para os nossos discípulos quanto para nós. (v.1-4).

 

2.Os maus líderes nem podem alimentar o povo, pois eles se alimentam do povo. Existem tantas pessoas carentes, sofredoras e angustiadas. Há uma grande oportunidade para os bons líderes. As pessoas estão famintas. Elas carecem do evangelho e de conselhos bíblicos. É fácil dizer que tudo está bem quando estamos alimentados, mas os famintos não conseguem ver esta paz. Portanto, a paz que os maus líderes pregam é falsa, é a paz do mundo. Eles oprimem os necessitados da Palavra de Deus. Os maus líderes deixam os seus discípulos na escuridão, porém, eles mesmos cairão em desgraça e escuridão. Por enquanto se apoiam em suas mentiras, mas logo não terão caminho aberto para seguir, pois nada verão adiante. Os líderes que prometem e não cumprem e que só falam mentiras terão de fechar a boca, pois não terão resposta de Deus. Suas profecias falsas serão desmascaradas e ficarão envergonhados. O alimento só pode ser dado por quem de fato tem algo para oferecer. A leitura da Bíblia, a oração e a obediências aos princípios da Palavra de Deus suprem todo líder de alimento para as almas famintas (v.5-7).

 

3.Deus julgará os maus líderes porque agem por interesse próprio. O egoísmo marcou a nossa geração de tal forma que as pessoas até desconfiam umas das outras quando alguém se propõe a ajudar sem nenhum interesse. O profeta Miqueias é exemplo de um bom líder que pensa no povo. Embora as suas palavras não sejam agradáveis de se ouvir, elas são verdadeiras e quem as ouvir e se arrepender será aceito por Deus. Os maus líderes deviam ouvir o juízo de Deus. Eles serão responsáveis pelo cativeiro do povo de Judá. Eles servem mal e servem por dinheiro e ainda julgam que a bênção de Deus está sobre eles e, por isso, não haverá nenhum tipo de punição. Os líderes que pensam somente em si mesmos sofrerão as consequências, mas o pior de tudo é que todos sofrerão. O cativeiro não seria somente para os maus líderes, mas para todo o povo. Quem deseja ser um bom líder na obra de Deus deve agir como os bons líderes, os quais viviam para servir a Deus e o Seu povo. A mão de Deus recompensará os bons líderes, porém, os líderes que forem ruins deverão prestar constas a Deus por seus atos e não conseguirão enganar o reto juiz (v.8-12).

 

“Miqueias se contrasta aqui com os falsos profetas. Ele está cheio de poder heroico, força interior, Espírito do Senhor. Ele também está cheio de zelo pela administração da justiça e não do amor à opressão, coragem e não covardia como a dos falsos profetas. Este zelo e coragem encontram expressão em fazer conhecida a Jacó a sua transgressão (rebelião) e a Israel o seu pecado (erro do alvo). Miqueias, estando cheio de santa paixão pela causa de Jeová, podia fazer as ousadas declarações...”[4]

 

Os juízos de Deus contra os maus líderes (Mq 3)

1.Porque odeiam o bem (v.1-4)

2.Porque não alimentam o povo (v.5-7)

3.Porque agem por interesses próprios (v.8-12)

 

Capítulo 4: A restauração de Israel e das nações briguentas

Um dia, os povos aprenderão de Israel, em Jerusalém, a Palavra do Senhor. As nações não terão mais desejo e necessidade de brigar entre si. As armas se transformarão em instrumentos agrícolas. Isso acontecerá quando o Senhor dos Exércitos colocar um fim na história desastrosa do mundo e estabelecer o seu reino de paz. As nações são idólatras, mas o povo de Deus, desde já, busca somente ao Deus verdadeiro. A nação de Israel, hoje, está dispersa, mas o Senhor a congregará em um lugar de adoração. Será no mesmo lugar onde atualmente há conflitos, em Israel. As ovelhas de Israel possuem uma torre que é em Jerusalém, onde poderão se refugiar. Não é o lugar que as salvará, mas o Pastor de suas almas, Jesus Cristo. No momento, o lamento é por falta de rei, mas um dia Israel terá o seu poderoso rei, o Messias, Jesus Cristo. O cativeiro foi profetizado, já aconteceu, porém, as promessas do rei ainda não se cumpriram. Deus é verdadeiro e cumpridor de todas as suas promessas. Portanto, não devemos aceitar a doutrina do substitucionismo como se a Igreja tivesse tomado o lugar de Israel. Deus tem planos maravilhosos para a Igreja, porém, esta não ficou no lugar de Israel, pois Deus também tem planos maravilhosos para a nação de Israel, prometidos a Abraão, Isaque e Jacó. Muitas nações estão contra Israel, torcendo para a sua ruína. Apesar disso, Deus ajuntará Israel como se ajuntam os feixes e fortalecerá a nação para a derrota dos povos antissemitas (os que são contra Israel) (v.1-13).

 

“Sião é comparada a uma torre do rebanho (8), um daqueles recintos murados, com apriscos ao redor, para ovelhas, que podem ser encontrados nas vastas pastagens da terra santa. Porém, até mesmo esses muros deixarão de servir de proteção, e seus habitantes serão forçados a habitar no campo, e em seguida, na Babilônia (10). Mas ali, igualmente, o Senhor haveria de redimi-los. Esta referência à Babilônia é uma notável predição visto que, quando Miqueias escreveu, a Assíria era o principal poder adversário.”[5]

 

Capítulo 5: Jesus Cristo, o grande vitorioso sobre os povos

A Babilônia colocou cerco em volta de Jerusalém. A Babilônia é a filha das tropas. O juiz seria julgado. O juiz aqui não é Deus, mas o rei Zedequias que tentou resistir a Babilônia. Depois do último rei de Israel, Zedequias, não surgiu nenhum outro rei, mas surgirá. Ele virá de Belém, e já veio, Jesus Cristo. Por que Ele não está reinando? Porque foi rejeitado. Porém, voltará e estabelecerá o Seu reino. Antes, deverá acontecer o arrependimento de Israel e o seu ajuntamento. Jesus Cristo é eterno e reinará para sempre abrangendo toda a terra. O versículo 5 não está ensinando sete mais oito, mas no modo hebraico de falar está se referindo a oito. Também não está nomeando oito reis ou príncipes, mas passando a ideia de que Israel terá líderes (reis e príncipes) mais do que suficiente. Se sete é um número completo, oito está além disso. Israel não venceu a Assíria e nem precisamos pensar que a Assíria reviverá para Israel derrotá-la. Simplesmente, a profecia mostra que não haverá mais inimigos para Israel, nem mesmo a Assíria. A terra de Ninrode é a Assíria. Uma referência ao conquistador dos homens mencionado em Gênesis 10.11. A nação de Israel será como um leão entre outros animais. Sem medo. Tudo por causa do Messias que será o protetor de Israel. As nações que confiavam em seus cavalos e deuses, ficarão desprovidas de qualquer aparato de guerra ou de adoração (v.1-15).

 

“Cristo, o qual existe desde a eternidade como Filho de Deus, nasceu no mundo como filho de uma mulher, para ser o Salvador do mundo. Rejeitado, exceto por um remanescente, Ele aguardará a consumação das eras, quando Ele receberá um glorioso reino para Si mesmo; felicidade para os seus súditos; desastre para os pecadores.”[6]

 

Capítulo 6: Os ganhos por pertencer ao Senhor

1.Talvez não se encaixe a palavra “ganho” nesta profecia, pois Deus está em demanda com o povo de Israel por causa de sua desobediência, por isso, a palavra que parece mais apropriada é “perda”. Porém, em Hebreus 12.6, Ele nos diz que repreende a todos quantos ama. Se Deus corrige o Seu povo, inclusive, com vara, é porque Ele ama esse povo e se Ele ama isto se constitui em ganho. O profeta devia levantar a sua voz contra os povos da região das montanhas, ou seja, o povo de Judá. Deus usa servos Dele para repreender o Seu povo. É um ganho ter profetas que não se calam. Deus tem uma controvérsia com o Seu povo Israel. Alguém ter uma controvérsia conosco é preocupante, mas quando Deus tem uma demanda conosco é extremamente urgente dar atenção às reivindicações Dele. O Senhor está perguntando para Israel, qual é a reclamação que Israel tem de Deus. Nós não temos a ousadia de acusar Deus de nada. Ele é Deus. É ganho para nós nos calarmos, pois Ele tem a liderança. Às vezes tratamos a liderança de Deus com tanto desprezo que até parece que Ele nos fez algo ruim. Um ganho notável do crente por pertencer ao Senhor é a liderança. Devemos aprender a agradecer pela liderança que Ele nos deu. Moisés, Arão e Miriã eram bênçãos de Deus para o Seu povo, mas o povo rejeitou a liderança de Deus. Além dos bons líderes que Deus envia para o Seu povo, Ele também livra o Seu povo de maus líderes. Israel ficou livre de Balaão, que tentou amaldiçoar Israel, mas não conseguiu, pois Deus mudava as palavras dele. O crente pertence ao Senhor e só tem a ganhar com isso. Um dos ganhos é a liderança (v.1-5).

 

“Moisés era o seu legislador, líder e comandante; Arão era o seu sacerdote para oferecer sacrifício por eles e para interceder a seu favor; e Miriã era uma profetiza...”[7].

 

2.Outro ganho do crente por pertencer ao Senhor é o mandamento Dele. Nós nunca ficamos sem a ordem do Senhor. Nunca ficamos sem saber o que Ele deseja de nós. O povo de Israel estava enganado quanto à vontade de Deus. As pessoas achavam que simplesmente oferecendo o sacrifício regularmente Deus se alegrava e que não precisavam mais se preocupar com nada. Essas palavras são do profeta Miqueias. O povo não estava com toda essa compreensão. O raciocínio do povo era oferecer quantos sacrifícios Deus quisesse e viver a sua vida normal, ou seja, uma vida de pecado, que já havia se tornado, para Israel, a normalidade. Deus nos fala qual é a Sua vontade. Não é que eu seja missionário, pastor, presbítero, diácono ou todas os ministérios bons para a obra do Senhor. Deus tem um mandamento para nós, que se resume nisto: em entregarmos nossa vida totalmente a Ele. O mandamento do Senhor para o crente é distribuído em três ações: praticar, amar e andar. Andar sem mandamento algum pode ser atraente para os rebeldes, mas o crente precisa ouvir a doce voz do Senhor, orientando-o como andar neste mundo. É um ganho por pertencer ao Senhor. Deus não tem mandamentos para os incrédulos e rebeldes, senão que se arrependam (v.6-8).

 

PRATICAR a justiça, ou seja, agir de modo correto e honesto nos negócios, na família e na adoração.

AMAR a misericórdia, ou seja, socorrer os aflitos. Tiago 1.27 nos revela a verdadeira religião.

ANDAR em humildade com Deus, ou seja, reconhecer que Ele é Quem controla a vida do crente.

 

3.Muitos não conseguem ver a repreensão como um ganho, mas a Bíblia diz que é. Em Hebreus 12.6, conforme já vimos, Deus castiga e repreende a todos quantos ama. Viver sem repreensão é viver como um bastardo. O texto diz que é verdadeira sabedoria temer o nome do Senhor. A repreensão Dele é a grande vantagem que temos sobre os incrédulos. Eles não são repreendidos, pois não pertencem a Ele. Todo pai deve repreender o seu filho porque o filho pertence ao pai. O crente deve ouvir a vara da repreensão do Senhor. A primeira repreensão de Deus para Israel era quanto à injustiça da balança enganosa. No original é o “o efa da magreza”. Um efa era a medida de 22 litros para secos. Deus pegou o povo em injustiça. Os comerciantes estavam roubando na venda de seus produtos, fazendo dinheiro desonesto (v.10-11, veja Amós 8.5). A repreensão sempre nos pega em nossos segredos. Não queremos que ninguém saiba o que estamos fazendo às escondidas, mas ao mesmo tempo sabemos que não temos como prosperar com a desonestidade. O ganho desonesto é a perda da dignidade, mas ser repreendido por Deus é um ganho por pertencer ao Senhor. Aceitemos a Sua justa repreensão em nossas vidas. As riquezas dos ricos eram desonestas e eram acompanhadas de violência e mentira. Não é incomum encontrar essa tríade perniciosa: as riquezas desonestas, a violência e a mentira. Os pecados são perda, mas a repreensão é ganho. Os que pertencem ao Senhor não deveriam continuar no pecado, mas aceitarem imediatamente a repreensão do Senhor. Israel não aceitou a repreensão do Senhor e nem Judá e, por isso, ambas ficaram desoladas. As riquezas desonestas não saciam a fome, pois elas têm sabor amargo. Os filhos e mulheres seriam presos nas guerras civis, pois o próprio povo entraria em guerra entre si. Mesmo sendo resgatados por dinheiro, morreriam pela espada. A conclusão é que é impossível fugir da correção do Senhor. Se somos Dele seremos corrigidos. Podemos desistir do Senhor, mas Ele não desiste de nós. Quando o rebelde não aceita a repreensão de Deus, tudo lhe vai mal. O trabalho não tem paga, ou seja, o trabalho não rende a felicidade desejada. Os projetos são frustrados. Quando algo não vai bem é preciso consultar ao Senhor. Será que Ele está em alguma demanda conosco? Onri foi um príncipe perverso e idólatra que seguiu o exemplo de Jeroboão. O povo de Israel seguiu os caminhos dele (1 Rs 16.16,24-26). Não é ganho algum seguir os maus exemplos. É verdadeiro ganho quando seguimos a repreensão do Senhor. Vale a pena pertencer ao Senhor. Vivemos de modo mais rígido que os incrédulos, mas eles também vivem sob regras. Nós somos escravos do Senhor e os incrédulos vivem escravizados por Satanás. Os ganhos por pertencer ao Senhor são: viver debaixo de uma liderança espiritual, viver debaixo do mandamento de Deus e viver debaixo da repreensão de Deus (v.9-16).

 

Os ganhos por pertencer ao Senhor (Mq 6)

1.Liderança (v.1-5)

2.Mandamento (v.6-8)

3.Repreensão (v.9-16)

 

Alguns temas ligando a História de Israel à fama de nação rebelde com a paciência de Deus (Mq 4-6)

1.Exercendo atração (4.1-2)

2.Paz mundial (4.3)

3.O politeísmo e o monoteísmo (4.5)

4.O regresso de Israel a sua terra (4.7,12)

5.Babilônia (filha das tropas) e o rei Zedequias (juiz, de fato rei, de Israel) (5.1)

6.O rei Jesus Cristo: aguardado, rejeitado e o seu retorno em vitória (5.2-4)

7.O fim da confiança própria de Israel (5.9-15)

8.A história de Israel repleta do cuidado de Deus (6.1-5)

9.O que agrada a Deus e o que Israel tentou oferecer (6.6-8)

10.Os caminhos de Acabe são a ruína de Israel (6.16)

 

Capítulo 7: Uma sociedade decaída e o perdão de Deus

1.A perda não é apenas uma sensação, mas uma realidade, no caso de Israel. A nação perdeu a honra e os bens que lhe davam honra entre as nações. As traições se tornaram comuns e a falta de homens piedosos acentuou a desgraça. Os maus se tornaram cada vez mais habilitados para fazer outros tropeçarem. Entre os maiorais há corrupção e a justiça não prevalece. Quando o mal moral se instala numa sociedade, não conseguimos ver claramente, ficamos confusos. Até mesmo os melhores amigos se tornam uns contra os outros em momentos de confusão. Até mesmo aquela que reclina sobre o peito, ou seja, a esposa. É comum, em tempos de crises, as pessoas se acusarem e quererem levar vantagem sobre a fragilidade alheia. Os da própria casa se tornam inimigos uns dos outros. O Senhor Jesus usou essa referência (v.6) para ilustrar o que acontece quando pessoas aceitam o Evangelho de Jesus Cristo. Os familiares são os primeiros a contestar a nova fé. Miqueias confia no Senhor e sabe que o livramento dessa situação virá somente de Deus (v.1-7).

2.A nação de Judá, cativa na Babilônia, fala à nação inimiga que sua confiança está no Senhor e que, mesmo sendo disciplinada no momento, será restaurada à justiça Dele. Deus usa instrumentos inexplicáveis para disciplinar o Seu povo, mas nada foge à justiça Dele. Miqueias vê além da reedificação dos muros, nos dias de Neemias, pois a promessa de que os limites de Israel serão maiores após o cativeiro, ainda não aconteceu. Isso se dará no reino que está por vir, o reino de Jesus Cristo na terra, também chamado em Apocalipse de Milênio. A nação de Israel será apascentada. Aliás, Deus nunca deixou de ser o pastor de Israel, ainda que tenha aplicado a vara da disciplina. Um dia, todos verão a nação de Israel em todo seu resplendor. Tudo isso por causa da grande misericórdia do Senhor, do perdão realizado em Cristo Jesus na cruz. As promessas de bênçãos que estamos experimentando como Igreja são o cumprimento das promessas de Deus feitas a Abraão. Nele, todas as famílias da terra são abençoadas. Somente os que aceitarem Jesus Cristo, o Salvador (v.8-20).

 

“... o livro termina bem, ao falar do amor e do perdão, bem como de antigos pactos que Deus não esquecerá de cumprir. A conclusão salienta a fidelidade e a bondade de Deus, e isso é até maior do que Miqueias sabia ou era capaz de exprimir.”[8]

 

A corrupção de uma sociedade – (Mq 7.1-7)

1.Desejos insatisfeitos (v.1)

2.Falta de pessoas piedosas (v.2)

3.Traição generalizada (v.2)

4.Diligência para fazer o mal (v.3)

5.Abuso de poder (v.3)

6.Suborno (v.3)

7.Planos malignos (v.3)

8.Falta de padrão moral (v.4)

9.Confusão (v.4)

10.Falta de confiança nos melhores amigos e até a esposa (v.5)

11.Inimizade na própria família (v.6)

12.Um remanescente fiel (v.7)

 

A bondade de Deus (Mq 7.8-20)

1.Ele levanta o caído (v.8)

2.Ele mostra Sua justiça (v.9)

3.Ele vinga Seu povo (v.10,13)

4.Ele reedifica e expande nossos limites (v.11)

5.Ele devolve a boa reputação (v.12)

6.Ele pastoreia suas ovelhas (v.14)

7.Ele liberta de modo maravilhoso (v.15)

8.Ele provoca temor nos povos (v.16-17)

9.Ele perdoa pecados (v.18-19)

10.Ele cumpre Suas promessas (v.20)

 

 

 

 

A frieza do pecador e o calor divino (Mq 1-7)

1.O pecador é idólatra (1.5,7)

2.O pecador é mau e cobiçoso (2.1-2)

3.O pecador é ladrão (2.8)

4.O pecador perverte a justiça (3.9-11)

5.O pecador despreza o Deus verdadeiro (4.5)

6.Deus abençoou o mundo com o Rei (5.2,4)

7.Deus quer o bem do pecador (6.8)

8.Deus quer salvar o pecador (7.7-9)

9.Deus perdoa para sempre (7.18-20)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2015

 

Notas

 

1.     Introdução

 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     Notes on Micah Dr. Thomas L. Constable, pg. 12 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

3.     Comentário Bíblico de Matthew Henry – Miqueias pg.3 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

4.     Comentário Bíblico Moody – Miqueias pg. 13 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

5.     Novo Comentário da Bíblia, Miqueias, pg.13 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

6.     Complete Summary of the Bible - Keith L. Brooks, Miqueias (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

7.     John Gill's Exposition of the Entire Bible (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

8.     O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3588 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

 



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

[2] Notes on Micah Dr. Thomas L. Constable, pg. 12 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[3] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Miqueias pg.3 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[4] Comentário Bíblico Moody – Miqueias pg. 13 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[5] Novo Comentário da Bíblia, Miqueias, pg.13 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[6] Complete Summary of the Bible - Keith L. Brooks, Miqueias (1919 extraído de comentários de e-sword versão 10.3.0 - 2014)

[7] John Gill's Exposition of the Entire Bible (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 10.3.0 – 2014)

[8] O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 3588 – Russell Norman Champlin (Editora Hagnos – São Paulo – SP – 2ª ed. 2001)

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