56 1 Timóteo

 1 Timóteo

 Bíblia, Deus, Religião, Cristianismo, Fé

Introdução[1]

1.Autor da carta

Paulo, o apóstolo. As cartas de Paulo a Timóteo e Tito são chamadas “Epístolas Pastorais”. D.N. Bardot usou esse título pela primeira vez no século dezoito. Em 1726, Paul Anton popularizou o título. 

2.Data e local da carta

Quando Paulo foi para Macedônia escreveu para Timóteo pretendendo voltar (1 Tm 3.14-15). A

segunda carta foi escrita quando Paulo estava preso em Roma. Sendo que Paulo foi decapitado no ano 64 d.C., é provável que a primeira carta a Timóteo tenha sido escrita entre 60-61 d.C.

 

3.Cidade

Timóteo foi deixado em Éfeso para edificar os crentes e combater os falsos ensinos. Quanto às informações da cidade de Éfeso, ver a carta aos Efésios.

 

4.Objetivo da carta

Paulo queria estruturar a igreja em Éfeso e pediu para Timóteo fazer isso.

 

1) Esse ministério incluía combater os falsos ensinos dos gnósticos mandando pessoas embora da igreja.

 

2) Timóteo deveria ensinar o comportamento correto na igreja quanto à oração, submissão às autoridades, o papel da mulher na igreja, as qualificações dos líderes, como ser um bom ministro, o uso correto do dinheiro da igreja no trato social com as viúvas, as acusações e pecados dos líderes e os ricos da igreja.

 

5.Versículo-chave da carta

Como te roguei, quando partia para a Macedônia, que ficasse em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinassem doutrina diversa” (1 Tm 1.3). Esse versículo expressa o ministério de Timóteo. Uma tarefa difícil, pois envolve conhecimento profunda das Escrituras, coragem para repreender e amor para preservar os fiéis.

 

6.Tema e palavras-chaves

O tema poderia ser “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1 Tm 4.16). As palavras importantes dessas cartas são “admoestação”, “ensino” e a expressão “fiel é esta palavra”.

 

7.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) O uso da Lei de modo legítimo (1.8). A lei serve para expor o pecador diante de Deus e deixá-lo em estado desesperador a fim de encontrar Cristo como sua única esperança. Portanto, a Lei de Moisés deveria ser usada para provar a culpabilidade do homem. Quando a Lei é ensinada ao crente com o objetivo de santificação, o resultado será o legalismo. A Lei é para o incrédulo como forma de acusação.

 

2) O ministério da mulher na igreja (2.11-13). A mulher não pode exercer autoridade espiritual sobre os homens adultos. O contexto se refere aos cultos públicos, portanto, a mulher pode ensinar homens incrédulos com o fim de levá-los a Cristo.

 

3) As qualificações dos líderes (3.1-12). Não se tratam de conselhos para se ter uma liderança ideal, mas uma exigência do próprio Deus para que uma igreja funcione. Se não há liderança, não há igreja.

 

4) Dieta por motivo religioso (4.2-5). Os crentes têm a liberdade de comer ou deixar de comer certos alimentos por motivos de preferência ou saúde, porém, não devem se tornar ascetas. O ascetismo usa a proibição de alguns alimentos e a escolha de outros com o objetivo de ganhar mérito diante de Deus ou buscar santificação. Além de não atingir esses objetivos é pecado, pois têm origem em ensinos de demônios (veja 1 Coríntios 8.8).

 

5) Viúvas verdadeiras (5.3). Paulo não está dizendo que há viúvas falsas, mas quer garantir que o dinheiro da igreja seja aplicado para o auxílio das viúvas comprovadamente desamparadas de qualquer sustento de familiares. Havia muitas viúvas, por isso, ele ordenou um requisito para as que seriam sustentadas pela igreja. As viúvas que preenchessem os requisitos eram chamadas “viúvas verdadeiras”.

 

6) As riquezas (6.9-10, 17-19). Deus não condenou o dinheiro, mas o amor ao dinheiro e a pressa em se enriquecer. Os que são ricos devem ver isso como bênção de Deus, mas não colocarem a esperança na riqueza. Os ricos crentes podem investir na eternidade através da generosidade aqui na terra. Evidentemente, na obra de Deus.

 

Capítulo 1: Saudação, o ministério de Timóteo e o ministério de Paulo

1.Quem escreve é o apóstolo Paulo. Ele trabalhou em Corinto por dezoito meses (At 18.11) e em Éfeso durante três anos, talvez (At 18.21, 19.8,10). Ele não ficou tanto tempo assim em nenhum outro trabalho. Ele está escrevendo para Timóteo que está em Éfeso. Paulo deixou Corinto e chegou em Éfeso. Em Éfeso Paulo conversou muito com os judeus, explicando a salvação em Cristo. Queriam até ele ficasse mais, mas naquela primeira visita não foi possível por causa das solenidades em Jerusalém, onde ele queria estar certamente para encontrar muitos judeus (At 18.18-22). Paulo voltou a Éfeso como prometera e desta vez já encontrou uns doze discípulos de Cristo, muito embora sem o conhecimento correto do evangelho e do Espírito Santo. Com ensino intenso de três meses, Paulo consertou alguns erros doutrinários (At 19.1-8).

 

2.Por causa da perseguição, Paulo passou a ensinar numa escola durante dois anos. Foi uma grande oportunidade de todos da Ásia ouvirem o evangelho, sendo que Éfeso era uma cidade turística (At 19.9-10). Em Éfeso Paulo foi poderosamente usado por Deus para curar doentes e libertar os escravizados pelos demônios. Éfeso era uma cidade muito dominada por magias e demonismo. Houve salvação e mudança de atitude por parte dos seguidores de Satanás (At 19.9-20). Éfeso também era uma cidade importante de adoração. Lá havia o Templo de Diana ou Artemisa. Os vendedores de miniaturas do Templo sentiram os seus lucros despencarem com a pregação do evangelho e causaram grande alvoroço em torno do Apóstolo Paulo (At 19.23-41). Éfeso hoje é a Turquia. Paulo deve ter escrito esta epístola no intervalo de suas duas prisões em Roma, mais ou menos no ano 66 a.D. Talvez ele estivesse em Macedônia.

 

3.Paulo é o apóstolo de Jesus por mandado de Deus. Ele não se fez apóstolo, pelo contrário, nunca se promoveu com este título, considerando-se até mesmo como um “nascido fora de tempo” (1 Co 15.8), o “menor de todos os apóstolos” (1 Co 15.9). Paulo não se preocupou em dar muita ênfase em seu apostolado, mas agora precisou dedicar uma carta exclusivamente para defender esta posição dada por Deus para ele. Trata-se da segunda epístola aos coríntios. Alguns defendem que Paulo substituiu Judas, para fazê-lo como um dos doze, mas o texto de Atos 1.15-26 deixa muito claro que Matias foi o substituto de Judas, o traidor. Deus desejou revelar os mistérios da Igreja a Paulo e assim foi (Ef 3.2-8 e Gl 1.11-22). Paulo endereça esta epístola a Timóteo a quem ele chama “verdadeiro filho na fé”. Isto não significa necessariamente que Timóteo conheceu o evangelho por Paulo, mas que foi discipulado por ele. Timóteo, como bem sabemos aprendeu com a mãe e a avó (2 Tm 1.5).

 

4.Timóteo foi encontrado por Paulo em sua segunda viagem missionária em Listra, na Ásia menor. Timóteo era filho de mãe judia e pai grego. Como do pai ele só aprenderia o paganismo, certamente o que ele aprendeu da Palavra de Deus foi da mãe e da avó como vemos em 2 Tm 1.5. Não sabemos se Timóteo se converteu com a mãe e avó ou por notícias que se espalharam por causa do Pentecoste. É pouco provável que tenha sido com Paulo, pois quando Paulo chegou ali ele já era crente, pois diz que era discípulo e que os irmãos davam bom testemunho dele (At 16.1-2). Paulo queria este jovem participasse de suas viagens. Mas como visitariam muitos judeus e sendo que Timóteo era filho de judia seria melhor que fosse circuncidado para ter mais aceitação nesses lugares. Alguns criticam a atitude de Paulo; outros acham que ele agiu certo. A Bíblia nunca reprova este ato (At 16.3)

 

5.Timóteo teve uma grande participação ao entregar aos crentes nas cidades os decretos dos apóstolos e anciãos estabelecidos no concílio de Jerusalém em que Tiago foi o presidente. Timóteo teve, portanto, experiência e conhecimento de como deveria funcionar a igreja (At 15, Atos 16.4-5). Paulo se separou de Timóteo quando teve de fugir para Atenas por causa da perseguição em Bereia. Eles deveriam se encontrar de novo em Atenas (At 17.13-15). Mas Paulo também teve de deixar Atenas e foi para Corinto. Lá Timóteo o reencontrou (At 18.5). Depois foram para Éfeso. Lá Timóteo viu muitas conversões, mas não chegou a presenciar o tumulto em torno de Paulo, pois foi enviado para Macedônia junto com Erasto (At 19.22). Novamente se encontraram depois que Paulo foi a Macedônia e voltou para Éfeso, onde Paulo deixou Timóteo para cuidar daquelas igrejas (At 20.4, 1 Tm 1.3).

 

6.Talvez Timóteo tivesse pouca idade diante dos anciãos, mas foi um jovem bem preparado e bastante viajado. Teve contato com várias culturas e povos e ainda sabia como devia funcionar as igrejas. A saudação de Paulo para Timóteo é um pouco diferente das outras epístolas, pois ele sempre dizia “graça e paz”, agora ele acrescenta a palavra “misericórdia”. Só há paz quando se obtém a graça de Deus e no ministério é necessário a misericórdia de Deus para ganhar mansidão contra os opositores e para suportar as aflições. É uma epístola obrigatória para todo obreiro. Não se faz a obra de Deus da maneira que achamos melhor, mas como a Palavra Dele nos ensina. As epístolas pastorais têm as advertências, exemplos e consolo para qualquer obreiro.

 

7.Paulo deixou Timóteo em Éfeso, indo para a Macedônia sem o seu jovem companheiro de jornadas. Para Paulo tomar esta decisão é porque ele viu grande necessidade disso, como ele diz neste versículo. O ministério de Timóteo seria de apologia, isto é, enfrentar falsos ensinos com a verdade da Palavra de Deus. Os crentes devem reagir contra as falsas doutrinas e não as aceitar. Há um medo ou conivência de muitos obreiros em denunciar os erros contra a sã doutrina. Por isso, não há muitos “Timóteos” para deixá-los sozinhos em alguns lugares. Paulo não disse que seria fácil para Timóteo, mas ele disse que deveria advertir ou admoestar. Os hereges não aceitam sugestões, o que dirá ouvir ordem! (v.3).

8.Timóteo devia impedir que circulasse pela igreja as fábulas que tantos judeus gostavam. Histórias não verdadeiras contadas pelos mais velhos como princípios espirituais. Os gentios também possuíam suas fábulas, os famosos mitos gregos. A mitologia grega nada tem a ver com o evangelho e não devem ser aceitas senão como contos curiosos e sem valor para o crescimento espiritual e sem crédito para a sã doutrina. Os judeus perderam muitos registros de genealogias e por causa disso muitas mentiras surgiram. Pessoas quiseram se beneficiar dizendo ser parentes de sacerdotes (Esdras 2.62). As mentiras certamente continuaram, pois como bem sabemos, todos querem ser parentes de alguém importante. Essas discussões sobre parentesco mais causam contendas do que benefício. Não há edificação nesses assuntos. O crente deve viver por fé e não por parentesco. O mundo é que se importa com essas posições na sociedade. Esta é a primeira reação do crente. Ele reage às heresias (v.4).

 

9.Outra reação é à Palavra de Deus. Desta vez, o crente deve reagir de modo positivo à Palavra e não lutar contra ela. Paulo nunca desprezou o mandamento da Palavra de Deus. Devemos nos lembrar que os primeiros crentes não tinham o que chamamos de Novo Testamento, portanto, quando Paulo diz “mandamento” ele está se referindo aos princípios da Lei de Moisés, os Salmos (incluindo os livros poéticos) e os Profetas. No ministério, Timóteo devia ter esses três alvos do mandamento de Deus. O amor de um coração puro, a boa consciência e a fé sem fingimento. No original não existe a palavra “presente”. Isto mostra que não se trata apenas do que Paulo está dizendo no momento, mas que o mandamento de Deus desde os tempos antigos tem esses objetivos (v.5).

 

10.O amor de um coração puro é a atitude daquele que verdadeiramente anda com Deus, daquele que obedece ao Senhor. O bom ministro ama o ministério e as pessoas com sinceridade de coração. A boa consciência é o resultado de andar com um coração puro. Nenhum obreiro deve exercer o ministério sem resolver suas questões de consciência. Pedir perdão a quem magoou, perdoar aos seus ofensores e confessar a Deus os seus pecados. A fé não fingida é o resultado de alguém de coração puro e boa consciência. É possível crer nos impossíveis quando andamos bem perto de Deus. O bom ministro precisa crer que Deus será glorificado em seu ministério (v.5).

 

11.Alguns obreiros começam a se interessar pelo mandamento de Deus, mas acabam se desviando, pois a obra não é feita por esforço e capacidade próprios, mas com coração puro, boa consciência e fé verdadeira. Os que se desviam acabam criando confusão e discussões. Dificilmente um obreiro desviado de seus caminhos volta a ser uma pessoa comum, antes se torna um mau obreiro, um falso mestre. Paulo diz que o desejo desses é se tornar um mestre da lei, claro, da lei de Deus. Porém, eles nem mesmo entendem, no entanto fazem afirmações (v.6-7).

 

“Essa falsa doutrina à qual Paulo se refere era decorrente do uso indevido da Lei do Antigo Testamento. Os falsos mestres não compreendiam o conteúdo nem o propósito da Lei de Deus. Tiravam os cristãos da liberdade da graça (GI 5:1 ss) e os levavam à escravidão do legalismo, uma tragédia que continua a repetir-se em nossos dias. A carne (nossa velha natureza) agrada-se do legalismo religioso, pois suas regras e normas permitem que a pessoa pareça santa sem ter de fazer qualquer mudança em seu coração.”[2]

 

12.O apóstolo Paulo tenta equipar Timóteo com mais conhecimentos profundos da lei de Deus, a qual temos de lembrar é o Velho Testamento, a única escritura disponível para eles, até então. A lei é boa e é espiritual (Rm 7.14,16); o problema é que nem todos sabem usá-la de modo legítimo. A lei está dentro da lei se for bem usada (v.8).

 

13.Paulo dá uma aula de legislação, começando com uma negativa. A lei não é estabelecida para o justo, pois o justo já está dentro da justiça e não precisa repreensão e limites, sendo que já anda dentro dos limites e do que é certo. Como a lei não salva, ela também não serve para melhorar a vida de ninguém. A lei acusa os pecadores e isto não deixa de ser bom, pois esta é a verdadeira necessidade do infrator, ser advertido para ser corrigido. Paulo abre uma lista de pecados. São quinze itens de pecados (v.9-10).

 

Alguns pecados da humanidade (1 Tm 1.9-10)

1.Injustos (anomois, não lei ou sem lei, transgressores)

2.Obstinados (anipotaktois, não debaixo de ordem, desordeiro, insubmisso)

3.Ímpios (asebesin, não religioso, não reverente)

4.Pecadores (hamartolois, pecadores)

5.Profanos (anosios, não santo)

6.Irreligiosos (bebelois, profanos)

7.Parricidas (patraloais, assassinos de pai)

8.Matricidas (metraloais, assassinos de mãe)

9.Homicidas (androfonois, assassinos de homens)

10.Devassos (pornos, como pornografia, prostituto)

11.Sodomitas (arsenokoites, o sentido é sodomita, mas literalmente é “homem na cama”, indicando o relacionamento sexual entre homens.)

12.Roubadores de homens (andrapodistes, literalmente, “debaixo dos pés” em alusão de um conquistador com o pé em cima do pescoço do conquistado. São sequestradores.)

13.Mentirosos (pseustes, vem de pseudo, falso, mentiroso)

14.Perjuros (epiorkois, diante de julgamento, sugerindo falsidade quando em julgamento)

15.Contrário à sã doutrina (diskalia antikeitai, contra a ordem do ensino).

 

14.Timóteo tem um ministério difícil e de muita apologia. Ele precisa ser corajoso no Senhor e ter muito conhecimento da Palavra de Deus, pois não quaisquer palavras bonitas de filosofia que transforma o caráter de pessoas assim, mas somente o peso da lei de Deus, que não elogia nenhum desses pecados, nem o pecador. Toda esta lista de pecadores foi estabelecida segundo o evangelho da glória de Deus, o Deus bem-aventurado. Este evangelho foi entregue por Deus, em total confiança, para Paulo e, agora, o apóstolo entrega para Timóteo. E nós, somos continuadores desse evangelho entregue aos apóstolos. Portanto, a nossa responsabilidade é muito grande e a mensagem não é fácil, mas é aquele de expor os pecados dos indivíduos com o fim de vê-los arrependidos (v.11).

 

15.O servo de Deus deve reagir contra os falsos ensinos e não apenas assistir as heresias invadirem a Igreja passivamente. Ele deve reagir positivamente à Palavra de Deus, submetendo-se a ela para ter um coração puro, consciência boa e fé sem fingimento. Depois de Paulo falar da missão ou do ministério de Timóteo, agora ele passa a falar do seu próprio ministério, já que no versículo anterior, Paulo disse o Deus confiou a ele o evangelho glorioso. Temos desejos de adquirir muitas coisas supérfluas, mas as maiores aquisições do crente deviam ser o privilégio de servir a Deus e o privilégio de conservar-se íntegro na fé e na boa consciência.

 

O ministério pode ser revestido de muita alegria (1 Tm 1.1-11)

1.Alegria do chamamento (v.1-2)

2.Alegria de endireitar os caminhos dos pecadores (v.3-4)

3.A alegria de fazer o trabalho difícil com amor (v.5-7)

4.A alegria de legitimar a Palavra de Deus neste mundo caído (v.8-11)


16.Paulo carrega uma gratidão no coração por Cristo Jesus ter fortalecido sua vida, considerando-o fiel e colocando-o no ministério. A colocação e o fortalecimento no ministério é obra de Deus e a gratidão deve brotar no coração do bom ministro. Numa situação normal, o obreiro deve ser agradecido, muito mais numa situação como a de Paulo. Ele foi blasfemo. As suas palavras deviam ser duras contra Cristo e os cristãos. Ele também era perseguidor, como é registrado em At 9, e opressor. Ele não tinha nenhum carinho para com os seguidores de Cristo (v.12-13).

 

17.Paulo alcançou misericórdia, pois Deus foi misericordioso. Ele não teve nenhum mérito. Ele agiu sem conhecimento sobre o que realmente estava envolvido, ou seja, ele estava perseguindo o próprio Deus a Quem ele pensava estar servindo. Ele não alcançou misericórdia porque era ignorante, mas “apesar” de ser ignorante. É evidente que Paulo fez na incredulidade, pois ele não cria na mensagem do “Caminho” como era chamado o evangelho por aqueles que não criam (v.13, At 19.9,23, 24.22).

 

“Mas Paulo alcançou misericórdia. Ele não recebeu a punição que merecia porque fez essas coisas na ignorância, na incredulidade. Ao perseguir os cristãos, ele julgou prestar um serviço a Deus. Uma vez que a religião de seus pais ensinava a adoração ao verdadeiro Deus, ele poderia apenas concluir que a fé cristã era oposta ao Jeová do AT. Com todo o zelo e energia, procurou defender a honra de Deus matando os cristãos. Muitos ressaltam que o zelo, o fervor e a sinceridade são coisas importantes para Deus. Mas o exemplo de Paulo mostra que o zelo não é suficiente. De fato, se um homem está errado, seu zelo apenas intensifica o erro. Quanto maior zelo ele tiver, maior estrago causará!”[3]

 

18.A graça do Senhor Jesus excedeu. Foi além do ódio e ignorância de Paulo. Junto com a graça vieram a fé, para que ele cresse nas mudanças porvir em sua vida e o amor para que a sua mente mudasse radicalmente em relação aos cristãos que a partir de então seriam os seus irmãos. O apóstolo Paulo, para enfatizar que o seu testemunho pode alcançar outros pecadores, exalta a Palavra de Deus, reconhecendo que ela é fiel e digna de toda a aceitação. Todo o pecador pode se achegar sem desconfiança alguma para ela, pois esta graça maravilhosa salva. Paulo é um exemplo vivo disto. Ele diz que dos pecadores ele é o principal. Quando o obreiro tem um testemunho, ele se torna ousado em sua fé para trazer pecadores até Jesus Cristo (v.14-15).

 

19.A misericórdia que Deus teve para com Paulo serviu a dois propósitos. Um, evidentemente, para salvá-lo e outro para mostrar que há chance para todo pecador. Ele foi alvo da longanimidade de Jesus Cristo. Paulo serviu de exemplo para que pecadores se achegarem a Deus para a vida eterna. Paulo vibra com a sua salvação e com o seu ministério, por isso, exalta a Pessoa de Deus que é o Rei dos séculos. Ele é imortal. Ele é invisível. Apesar de ser uma Pessoa, não é possível vê-Lo. Ele é o único Deus sábio. Fora Dele não há Deus e não há sabedoria. Por isso, Ele merece toda a honra e glória para sempre. Paulo adquiriu de Deus o privilégio de servi-Lo. Não temos de aumentar nossos bens desordenadamente. Precisamos servir a Deus e esta é a melhor aquisição que alguém pode ter (v.16-17).

20.A outra aquisição do servo de Deus é a conservação da fé sem a qual ele não pode agradar a Deus. O ministério de Paulo o qualifica para encarregar Timóteo de algumas tarefas. Timóteo também tem um ministério autenticado, pois a respeito dele, Deus dispensou algumas profecias, anteriormente. Assim como houve profecias no chamado de Paulo (At 9.15-16). Não sabemos nada sobre as profecias a respeito de Timóteo. Talvez tenha recebido em Listra, quando Paulo o levou em suas viagens. Timóteo deve lutar como se estivesse numa milícia (v.18).

 

21.Nessa milícia ou batalha espiritual, Paulo volta com dois assuntos da tríade mencionada no v.5. Conservar a fé é uma verdadeira batalha, pois a tentação de desistir de crer é grande no ministério. Guardar uma boa consciência também é uma luta grande, pois o acusador deseja manchar a consciência do bom ministro. Se o obreiro não adquiriu fé ele não poderá trabalhar para Deus (v.19).

 

22.Quando o obreiro rejeita a boa consciência, ele naufraga. A queda de um obreiro começa com o desinteresse pelas coisas corretas. Quando os absolutos quanto aos valores começam a se tornar relativos. É o “tanto-faz” doutrinário. Himineu e Alexandre talvez fossem líderes dos hereges na região de Éfeso. Mais adiante veremos que Himineu negava a ressurreição. Paulo os entregou a Satanás. Isto significa deixar alguém fora da proteção de Deus e da igreja para que o Inimigo tenha a permissão de causar males físicos, emocionais e espirituais, podendo inclusive levá-lo à morte (veja 1 Co 5.5). Ainda assim, o objetivo é um possível aprendizado através do castigo (v.20).

 

23.A maior aquisição para o crente é a fé. De tudo o que ele precisa alcançar a fé é a porta de entrada que lhe dá poder de crer no poder de Deus. Nós adquirimos fé para o amadurecimento em Cristo e não porque a fé é o objetivo final. A Pessoa de Deus sempre será o alvo. A fé é o meio de ver a Deus. Paulo termina falando do seu próprio ministério citando uma ação drástica que devia servir como modelo para Timóteo de como lidar com os hereges. Vimos nesses capítulos que o ministério é marcado de apologia (defesa, resposta).

 

Seguindo as pisadas de Paulo, seguidor de Jesus (1 Tm 1.12-20)

1.Gratidão pelo ministério (v.12)

2.Reconhecimento da misericórdia de Deus (v.13)

3.Reconhecimento da graça de Jesus (v.14)

4.Reconhecimento da própria pecaminosidade (v.15)

5.Modelo aos pecadores (v.16)

6.Reconhecimento dos atributos divinos (v.17)

7.Cumpridor dos deveres ministeriais (v.18)

8.Perseverança na boa consciência (v.19-20)

 

Capítulo 2: Oração e a posição da mulher na igreja

1.Depois da introdução, Paulo estabelece para Timóteo o primeiro assunto. Antes de tudo, antes de qualquer decisão na igreja, antes de qualquer ensino, vem a oração. Esta palavra de Paulo vem como uma admoestação, um rogo. O bom ministro precisa defender a fé, mas nunca sem oração. Dentro da nossa esfera de oração estão todos os homens. Isto inclui os bons, mas os maus também; os crentes, mas também os incrédulos. Paulo oferece quatro sinônimos para a oração. Nem sempre sabemos como orar por cada categoria de pessoas. Às vezes, vamos até Deus desesperados, outras vezes somente para conversar, algumas vezes para falar de alguém e também para agradecer. Mas podemos fazer tudo isso cada vez que nos aproximamos Dele (v.1).

 

2.Os objetos da oração do bom ministro, como já vimos, são todos os homens. Mas aqui, Paulo resolve especificar uma categoria, os que estão investidos de algum tipo de autoridade. No contexto do império romano eram os césares, os magistrados, os senadores, os reis de províncias. Hoje temos nossas autoridades também. O crente não está atrás de perseguições e vida agitada, embora muitas vezes isto aconteça. Pelo contrário, devemos orar por uma vida quieta e uma vida sossegada. A vida do crente devia ser marcada pela piedade e honestidade. A agitação é própria da falta de devoção e nas perseguições não há ambiente para a calma (v.2).

 

3.Deus se agrada de uma vida mansa entre os crentes e também se agrada que oremos pelas autoridades. É comum entre os fiéis o desejo de agradar a Deus. Aqui está uma ótima oportunidade para agradá-Lo: orar pelas autoridades para termos uma vida calma de devoção ao Senhor. Aqui está um versículo perturbador para os dois maiores grupos entre os evangélicos (v.4). Um grupo crê que Deus está oferecendo livre salvação a todos os homens que desejarem se arrepender. Outro grupo crê que Deus já tem os seus escolhidos e somente estes podem ser salvos, pois eles nem mesmo podem resistir a graça de Deus. Deus deseja a salvação de todos os homens. Ele não poderia desejar isto se Ele mesmo tivesse decidido mandar alguns para a Perdição! Isto seria hipocrisia! É verdade que nem todos serão salvos, mas por causa da escolha errada desses pecadores. Para o homem chegar ao conhecimento da verdade, a Igreja precisa avançar até os lugares onde estão os pecadores e apresentar essa verdade (v.3-4).

 

4.A oração é o único recurso dos crentes porque só há um Deus. Se não oramos perdemos o contato com a nossa única esperança neste mundo. Este Deus, que deseja que todos sejam salvos, só pode recebê-Los através de Jesus Cristo, o homem perfeito. Ele é o Mediador e por ser homem também pode se compadecer da humanidade (Hb 4.15) (v.5).

 

“O desejo de Deus é a salvação de todos. Orar pelos governantes para que o evangelho possa ser pregado é a vontade de Deus. Ele também quer que todos os crentes avancem em maturidade completa através do estudo da Palavra Dele. A oração é feita somente através de Cristo, pois nenhum homem chega, imediatamente, à presença de Deus – somente pela mediação de Cristo. Ele é o mediador porque Ele é tanto homem (Jesus) como Deus (Cristo).”[4]

 

5.Este Jesus, que é o Mediador, fez isto através de sua morte pelo homem. A Bíblia diz “por todos”. Por isso, o ensino da Expiação Limitada não se pode sustentar pela Palavra de Deus. Para redimir os pecadores precisou pagar um preço, ou seja, sua própria vida. Este testemunho é apropriado para qualquer tempo, pois aquele fato da cruz mudou toda a história da humanidade perdida (v.6).

 

6.Paulo foi constituído pregador deste testemunho sobre a redenção de Jesus Cristo. O pregador é um arauto com autoridade pública. O apóstolo é o enviado de Deus para essa proclamação e o doutor é o mestre que tira as dúvidas sobre a mensagem. Paulo entendeu claramente que o seu ministério é dirigido aos gentios, principalmente. A base de seu ministério é fé e verdade. Ele só poderia fazer isto se cresse na vocação de Deus para esse ministério e só faria isto se cresse também nessa proclamação como verdade absoluta. Ele enfatiza com seriedade esse ministério quando diz “digo a verdade em Cristo, não minto” (v.7).

 

 

 

As batalhas que a oração vence (1 Tm 2.1-7)

1.O egoísmo (v.1, todos os homens)

2.A animosidade e rebelião (v.2, 8 reis, vida mansa)

3.A desobediência (v.3)

4.A incredulidade (v.4)

5.A idolatria (v.5)

6.A falta de testemunho (v.6-7)

 

7.Os últimos cinco versículos foram um parêntese, pois o assunto que Paulo começa ele conclui de modo prático. O assunto ainda é oração. Ele expressa o seu desejo, o qual certamente é o desejo de Deus sobre a atitude na oração. A referência é exclusivamente aos homens. A oração pública na igreja. No judaísmo, as mulheres nem sequer participavam no mesmo recinto. Até antes do início da igreja as mulheres já estavam participando das orações no mesmo recinto com os homens (ver Atos 1.14). As orações devem ser feitas em todo o lugar. Os homens proíbem orações em certos lugares, mas Deus as incentiva. Os judeus oravam no Templo, mas Deus alarga para todos os lugares. As mãos levantadas sempre foram símbolo de súplica. Nem sempre os exemplos bíblicos mostram pessoas levantando as mãos. Mas a atitude de coração na oração deve ser de súplica pelo favor de Deus. É de maior importância a atitude de coração, simbolizada nas mãos santas. Uma vida pura busca ao Senhor desejando a vontade Dele somente. A paz com os outros homens também faz uma oração sincera, sem ira e sem contenda. Jesus ensinou a orar “... assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” (Mt 6.12). O bom ministro deve orar pelos homens, lembrando que somente em Jesus Cristo os homens serão redimidos. O bom ministro deve manter uma vida limpa e bom relacionamento para orar com mãos santas (v.8).

 

8.Assim como há instruções para os homens, há instruções específicas para as mulheres. Primeiro, a respeito de roupas e depois sobre o papel ou a posição da mulher na igreja. Deus se agrada da graciosidade feminina, pois Ele a fez. Por isso, elas devem se ataviar. Há três instruções positivas e três negativas quanto às roupas das mulheres (v.9)

 

As vestes femininas (1 Tm 2.9)

Instruções positivas sobre vestes femininas

Instruções negativas sobre vestes femininas

Traje honesto (reverente)

Não com tranças. O problema não está na trança, mas nos entrelaçamentos junto com elas: ouro!

Traje com pudor (sóbrio, controlado, discreto)

Não com ouro e pérolas

Traje com modéstia

Não com vestidos caros

 

9.Vimos que Deus se agrada da modéstia, reverência, do autocontrole; mas Ele não se agrada da ostentação e dos altos gastos com roupas. A beleza e graça feminina não significam ostentação, mas respeito. É claro que o padrão de modéstia serve para dentro da igreja e fora, também. As mulheres que fazem profissão de servir a Deus devem dar atenção a maior beleza, as boas obras (v.10).

 

10.Paulo, agora, fala sobre a posição da mulher nos cultos públicos na igreja, o que equivale a dizer todas as vezes que houvesse homens, pois as igrejas faziam suas reuniões nas casas. A atitude da mulher devia ser de sujeição. A atitude da mulher é de aprendiz e não de mestra. Em silêncio, significa que ela não fala com o objetivo de ensinar (v.11).

 

11.O fato de Paulo não permitir não significa que é um assunto pessoal ou de sua própria opinião. Ele é apóstolo e, por isso, pode usar de sua autoridade apostólica, pois em 1.1 ele diz que é apóstolo pelo mandado de Deus. Portanto, ele usa a mesma palavra para falar de seu mandado e da sujeição da mulher. Ambos estão sob ordem de Deus. Se Paulo permitir que ela ensine, ambos estarão fora de ordem quanto ao mandado de Deus. Paulo está apenas ensinando o que Deus ordenou. A mulher não pode exercer autoridade sobre o marido. Isto seria usurpação. Se ela não deve usurpar a autoridade do marido, é claro que não deve usurpar a autoridade dos maridos de outras mulheres. A ordem de Paulo é conclusiva, a mulher deve ficar em silêncio na igreja no que diz respeito ao ensino (v.12).

 

“Com respeito à participação das mulheres nas reuniões da igreja, Paulo ensina que deviam deixar que os homens providenciassem instrução pública e que liderassem. Ele não estava dizendo que as mulheres deveriam render suas mentes e consciências aos homens, mas que elas deveriam, voluntariamente, assumir a posição de aprendizes nas reuniões da igreja.”[5]

 

12.Alguns talvez acusariam Paulo de irracional, pois ele dá uma ordem e não explica o motivo. Na verdade, ele explica o motivo, mas para quem não concordou com a ordem conclusiva de Paulo, talvez não fique satisfeito com a explicação da ordem. A mulher não pode ensinar por causa da ordem da criação. A mulher foi feita depois de Adão. Para Deus, a ordem da criação não foi sem propósito, mas para que o homem estivesse como cabeça da mulher (v.13).

 

13.Além da ordem da criação Paulo dá outro motivo para que a mulher não ensine na igreja. O motivo foi o modo da queda no jardim do Éden. Eva foi enganada; Adão não foi enganado (v.14)[6].

 

14.Que a mulher não deve ensinar fica claro com as palavras de Paulo, mas é necessário, hoje, esclarecer duas coisas. Primeiro, essa era uma ordem para as igrejas da época ou serve para hoje também? Segundo, a ordem da criação e o modo da queda não foram responsabilidades exclusivas de Deus e de Eva? Primeiro, se fosse uma ordem só para as igrejas da época, isto anularia o motivo seguinte, a ordem da criação e o modo da queda. Portanto, como é impossível que a ordem da criação e o modo da queda se alterem, pois foi um fato consumado no jardim do Éden, a ordem para que a mulher não ensine é permanente, para todas as épocas e culturas.

15.Segundo, a responsabilidade da ordem da criação é totalmente de Deus e, por isso, Ele pode fazer esta exigência. Não há mais nada a fazer, senão aceitar e obedecer. Quanto à responsabilidade de Eva, devemos nos lembrar do princípio da “Solidariedade da Raça”, ou seja, Adão e Eva eram os representantes oficiais da humanidade. Se Eva teria dor no parto e teria de se submeter ao marido, isto aconteceria a todas as mulheres em todas as épocas e culturas. Não se discorda do princípio da morte, fadiga no trabalho, dor no parto e sujeição da mulher ao marido, portanto, o assunto da mulher em silêncio nas reuniões públicas da igreja, por causa de Eva também não se devia discordar.

 

16.Depois de Paulo dar uma ordem conclusiva e as explicações, ele oferece um consolo para a mulher, mostrando que esta não precisa se sentir inútil. Paulo nada diz sobre a mulher que não tem filhos ou que não aprecia o trabalho doméstico e, portanto, não podemos ir além do que a Palavra diz. A salvação aqui não pode ser no sentido soteriológico, a salvação eterna. Aqui se refere a ser salva da inutilidade, uma vez que a mulher não tem oportunidade de ensinar na igreja. Não basta gerar filhos, mas manter as virtudes da vida cristã. A mulher crente exerce fé, mesmo não ensinando, mas crendo na Palavra de Deus. A mulher crente desenvolve o amor de Cristo e se santifica. É possível não ensinar e desenvolver a fé, o amor e a santificação, pois nada disto exige que alguém seja professor da Bíblia. O bom ministro deve ensinar estas coisas às mulheres. Se ele tem uma esposa submissa, ele economiza muitas palavras e argumentos, pois todas podem ver a sua mulher e agir em conformidade à Palavra com o reforço de uma testemunha, sua própria esposa (v.15).

 

O caráter da mulher cristã (1 Tm 2.9-15)

1.Demonstrado nas vestes (v.9)

2.Demonstrado nas boas obras (v.10)

3.Demonstrado na submissão (v.11)

4.Demonstrado no respeito aos limites (v.12)

5.Demonstrado na aceitação do princípio da criação e queda (v.13-14)

6.Demonstrado no lar e no bom senso (v.15)

 

Capítulo 3: As qualificações para os presbíteros e diáconos. O mistério da piedade

1.O bom ministro deve ter uma vida qualificada para o ministério, mas também saber quais os requisitos para estabelecer outros líderes para ajudá-lo e até para substituí-lo. A Palavra de Deus é fiel sobre este assunto também. Desejar ser um presbítero (pastor) é excelente. O pastor é alguém que visita outras vidas. Ele tem entrada nas vidas para supervisionar, inspecionar e ver se estão andando de modo correto e fazer algo, se não estão. Isto, obrigatoriamente, exige uma vida exemplar e as qualificações para isto vêm a seguir. São vinte qualificações. Algumas estão na epístola a Tito. O bom ministro é um pastor de ovelhas, mas tem outros títulos: bispo ou presbítero, os quais supervisionam vidas. De qualquer maneira, o trabalho é com vidas. Espera-se que preencha as qualificações para se lidar com vidas sem hipocrisia (v.1-7).

 

Qualificações de obreiros desenvolvidas antes de

ingressarem na obra (1 Tm 3.1-7)

1.Irrepreensível (Jó era íntegro)

2.Esposo de uma só mulher (José, pai de Jesus)

3.Temperante (Moisés era manso)

3.Sóbrio (Daniel era equilibrado)

4.Modesto (Moisés desprezou as riquezas)

5.Hospitaleiro (Abraão recebeu anjos)

6.Apto para ensinar (Áquila e Priscila ajudaram Apolo)

7.Não dado ao vinho (Timóteo evita até o permitido)

8.Não violento (Miguel “O Senhor te repreenda”)

9.Cordato (Mulher em Betânia, Mt 26.6)

10.Inimigo de contendas (Abigail, esposa de Nabal)

11.Não avarento (Os crentes de Macedônia, além)

12.Que governe bem a casa (Filipe e as 4 filhas profetizas, At 21.9)

13.Não seja neófito (Os 7 de Atos 6 com boa reputação)

14.Bom testemunho dos de fora (Jacó no Egito, os egípcios choraram – Gn 50.3)

 

3.Os diáconos não são bispos, presbíteros ou pastores. Os diáconos são os auxiliares do pastor (bispos). Embora Atos 6 não se refira aos diáconos como uma posição na igreja, indica muito bem a função deles que é servir as causas sociais na igreja para que os mestres fiquem livres para se dedicar ao ensino e à oração (v.8-10,12).

As qualificações exigidas para os que auxiliam na igreja na posição e

função de diáconos (1 Tm 3.8-10,12)

1.Honestos

2.Não de língua dobre

3.Não dados a muito vinho

4.Não cobiçosos

5.Guardadores do mistério da fé

6.Experimentados

7.Marido de uma só mulher

8.Que governem bem a seus filhos e casas

 

“[Sobre não ser dado a muito vinho] E na sociedade contemporânea? Um crente pode dizer 1Muito bem, eu não me embriago. Bebo muito pouco. Isso está errado?’ Nosso assunto agora não é este, mas deixe-me dar uma ‘lista de bebidas do cristão’, como a chamo — cinco perguntas chaves que devemos fazer a nós mesmos:

1.  Formará um hábito? Paulo disse: ‘Todas as coisas me são lícitas... mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas’ (1 Coríntios 6:12).

2.   Conduzirá à dissolução? A Escritura denomina embriaguez de dissolução ou excesso (Efésios 5:18).

3.  Ofenderá um irmão mais fraco? Se outro crente seguir o meu exemplo e cair em pecado, eu terei sido causa de tropeço (Romanos 14:21).

4.   Prejudicará meu testemunho cristão? Alguém poderá desprezar meu testemunho cristão por causa do que eu faço (Romanos 14:16).

5.   Tenho certeza de que é certo? Se não, eu estaria participando de algo duvidoso, o que seria pecado (Romanos 14:23).”[7]

 

4.Paulo achou conveniente exigir qualificação das mulheres dos diáconos (ou seriam diaconisas?, o texto não é claro). Quanto aos presbíteros, isto também foi exigido com a ordem “que governem bem a sua própria casa”.

 

As qualificações da esposa do diácono (ou diaconisas?) (1 Tm 3.11)

1.Honestas

2.Não maldizentes

3.Sóbrias

4.Fiéis em tudo

 

5.A conclusão das qualificações dos diáconos é uma recompensa. Se forem bons auxiliares na igreja, eles alcançarão boa posição ou justa preeminência. O diácono fiel atingirá a profundidade da fé em Cristo e muita confiança. É muita responsabilidade para Timóteo, por isso, Paulo quer encontrá-lo logo para compartilharem juntos do ministério e suas dificuldades. Os obreiros devem com alguma frequência se encontrar para troca de experiências e ajuda mútua. Dificuldades no ministério só podem ser abertas, muitas vezes, com outros ministros (v.14).

 

6.Paulo podia demorar, pois ele tinha muitos obstáculos e oportunidades que tomavam lugar de seus compromissos. Deus também podia ter planos para Timóteo agir sozinho à semelhança do jovem Samuel em relação ao sacerdote Eli. Timóteo pode não ter prática, mas ele tem instruções de como andar na casa de Deus. A igreja é casa de Deus, onde Ele faz habitação, por assim dizer. O Deus é vivo e, portanto, há vida nesta casa. A igreja é coluna da verdade. Isto significa que mantém a verdade neste mundo. A igreja é também base firme neste mundo (v.15).

 

7.Pode haver muitas controversas em muitos assuntos, mas o mistério da piedade não deixa dúvida sobre o que devemos sabemos do evangelho. A piedade é a religiosidade em si mesma, a essência da nossa religião. É mistério, não porque precisa ser descoberto, mas porque um dia estava encoberto, pois nenhum profeta sabia do plano de Deus em unir judeus e gentios num só corpo, chamado Igreja. O nosso sistema religioso é baseado nessas verdades. Cremos que a Igreja é o suporte para este mundo, somos luz do mundo e sal da terra. Essas seis declarações com suas abrangências definem a nossa fé e prática (v.16).

 

A nossa teologia em seis partes (1 Tm 3.16)

1.Deus se manifestou em carne (Encarnação de Jesus)

2.Foi justificado em Espírito (Criminoso na cruz, justificado no céu)

3.Foi visto pelos anjos (No percurso na terra, anjos O atestaram como perfeito e obediente)

4.Foi pregado aos gentios (Por Jesus, algumas vezes, depois Pedro. Paulo, sempre)

5.Foi crido no mundo (Não Salvação Universal, mas alcance mundial do Evangelho)

6.Foi recebido na glória (Ascensão)

 

“Sem jamais ter cometido qualquer pecado, entregou-se voluntariamente para ser censurado como pecador e morrer como um malfeitor; Cristo, então, ressuscitou pelo poder do Espírito Santo, e assim foi justificado de todas as falsas acusações com que foi caluniado.”[8]

 

Capítulo 4: Os ensinos dos hereges. Orientações para o bom ministro

1.Paulo não quis simplesmente dizer que ele próprio, com sua percepção e experiência, tem algo a dizer sobre os falsos mestres, mas que o Espírito Santo é quem expressa isso. À medida que os tempos da Igreja na terra aumentam mais heresias e falsos mestres surgirão. Por isso, se diz “nos últimos dias”. Para se apostatar da fé é necessário que um dia estiveram próximos. Isto não é surpresa. Quanto mais tempo observarmos as igrejas, mais veremos pessoas chegarem à fé e outros se apartarem da fé. Talvez a maior surpresa não seja que eles se afastarão, mas que prestarão atenção aos falsos ensinos que por si mesmos já são demoníacos. Ninguém fica neutro quando se afasta da fé (v.1).

 

2.Os demônios nem precisam se apresentar pessoalmente para enganar as pessoas, eles simplesmente usam homens mentirosos e hipócritas. Os falsos mestres são mentirosos por causa de seus ensinos e são hipócritas porque eles mesmos não vivem o que pregam. Por exemplo, os pobres devem dar do seu dinheiro, porém, os mestres não ajudam os seus fiéis pobres! A consciência deles é cauterizada. A mente deles já está tão marcada com os seus falsos ensinos que não podem sentir nenhum peso ou culpa por serem tão hipócritas (v.2).

 

 

“A consciência de pessoas está sendo queimada por um ferro quente, da mesma maneira que um médico cauteriza uma ferida (queimando uma parte do corpo, esta perde toda a sensibilidade (Ef 4.18-19, 2 Pe 2.2-3).”[9]

 

3.As mentiras e a hipocrisia deles começam pela proibição do casamento. Este ensino vai contra o plano original de Deus ao fazer homem e mulher e incentivá-los a procriar. Quem deseja ficar solteiro por convicção do Senhor que faça assim, mas jamais deve incentivar outros a agirem da mesma forma, pois como Jesus disse nem todos são aptos para o celibato (Mt 19.12). A hipocrisia dos falsos mestres é que incentivam o celibato, mas promovem a prostituição (v.3).

 

4.Outra mentira é a pregação da abstinência de alimentos. As seitas promovem muito a prática de selecionar alimentos, sendo que muitas vezes usam como pretexto a boa saúde, quando, de fato, estão promovendo a sua seita, mantendo os seus seguidores distintos dos outros. Este ensino é falso porque Deus é o criador dos alimentos e com gratidão podemos comê-los. Se Ele prescreveu uma dieta para o povo de Israel foi única e exclusivamente para cumprir os propósitos da Lei e provar a obediência do povo. O próprio Deus cancelou a dieta no incidente do lençol em Atos 10.9-17. Se alguém conseguir controlar a alimentação das pessoas, algo tão pessoal, então, ele conseguirá sugerir qualquer outro ensino e esses adeptos seguirão (v.3-5).

 

Respirando apostasia ou o amor de Deus (1 Tm 4.1-5)

1.A apostasia respira ensino de demônios (v.1)

2.A apostasia respira hipocrisia (v.2)

3.A apostasia respira proibições absurdas (v.3)

4.O amor de Deus respira gratidão (v.4)

5.O amor de Deus respira santificação (v.5)

 

5.O bom ministro expõe o ensino, mas toma o cuidado de se alimentar. O bom ministro não pode negar o bom ensino aos irmãos e deve também adverti-los contra os falsos ensinos. Não existe nada novo em nosso ensino, apenas fazemos os irmãos lembrarem o que já sabem (Rm 15.14-15). Esses ensinos não são outros, mas são aqueles ensinos que o obreiro já tem seguido, acompanhado de perto. Nenhum obreiro orienta novos obreiros se não segue de perto a boa doutrina. O bom ensino está em contraste com os ensinos de demônios que Paulo citou nos versículos anteriores (v.6).

 

6.O obreiro deve rejeitar, ou seja, não dar importância religiosa a certos assuntos, no caso, a essas fábulas. As fábulas não são, necessariamente, blasfemas ou ímpias em seu caráter, mas não têm valor para o ensino da Palavra de Deus. Muitas fábulas eram histórias mentirosas sobre anjos, Deus e outros assuntos, os quais eram tratados sem base bíblica, mas que os falsos mestres usavam como se tivessem valor escriturístico (v.7).

 

7.O sentido não é quanto às mulheres de idade avançada, mas diz respeito às ideias indignas de confiança. Paulo por estar usando uma figura de linguagem grega. O termo “graodes” (velhas caducas) refere-se a “graus”, “mulher idosa”[10]. Esta expressão servia para transmitir a ideia de “pouca credibilidade”. Não significa que as fábulas eram contadas por velhas, pelo contrário eram narradas por pessoas muito conscientes do que estavam fazendo. Timóteo tinha de reputar essas fábulas como histórias sem nenhuma credulidade e credibilidade, assim como alguém ouve uma velha caduca. As mulheres que perdem a razão por causa da idade avançada devem ser respeitadas, embora não devam ser tomadas em crédito nas coisas que falam (v.7).

 

8.Exercitar é o mesmo que treinar, disciplinar o corpo ou a mente (Hb 5.14). Esse treino deve ser na “piedade”, que é o temor a Deus, a vida cristã propriamente dita. O bom ministro deve treinar para alcançar vitórias sobre o velho homem. O exercício é estudar a Palavra e praticar com a ajuda do “treinador”, o Espírito Santo. Alguns se exercitam no mal (2 Pe 2.14). Treino em academia de esportes nunca é fácil. Assim também treinar-se na piedade requer sacrifícios (v.7).

 

9.Quando Paulo diz que o exercício físico “para pouco é proveitoso”, ele não está dizendo que o exercício físico não tem nenhum valor, mas que não tem nenhum valor no que se refere a benefícios para a eternidade. O exercício físico para esta vida é muito bom. Se o exercício físico é bom, o exercício na vida cristã é muito melhor, pois resulta em benefícios espirituais para a eternidade, que é a “promessa da vida que agora é da que há de ser” (v.8).

 

10.Fiel é a palavra que Paulo está proferindo sobre o bom ministro. Ouvimos tanta mentira que seria muito proveitoso atentarmos para estes ensinos, pois há muitos maus obreiros introduzindo ensinos errados. A palavra fiel é o motivo da luta e Deus é nossa esperança. A luta é contra as heresias e o pecado de modo geral, o qual se reflete na falta de piedade, e também, para que outros conheçam o Salvador (v.9-10).

 

11.Para lutar é preciso ter um objetivo em vista. Obreiros que trabalham, tendo como único alvo os resultados de seu trabalho, ficam frustrados pois pregam e pessoas não se convertem, ensinam os crentes e muitos não crescem e lutam para serem honestos e sofrem injustiça. Todo obreiro tem que mirar o alvo certo, que é o Deus vivo e Nele esperar. O bom ministro receberá galardão do seu trabalho e não dos resultados obtidos (1 Co 3.8-9) (v.10).

 

12.Jesus Cristo é o Salvador de todos os homens. Isto não significa que Ele levará ao Céu pessoas que não se arrependerem de seus pecados e não creem Nele, mas que Ele pode aceitar todos os que querem ser salvos crendo na Salvação proposta por Ele, ou seja, crendo na expiação feita na cruz. Isto está ao alcance de todos os que ouvem e não apenas para um grupo selecionado (1 Jo 2.2). Potencialmente, Ele é salvador de Deus. Efetivamente, Ele é salvador apenas dos que creem (v.10).

 

13.Timóteo tinha de ordenar, mas a situação dele não era tão simples para cumprir a exigência de Paulo. Timóteo devia ter mais ou menos 35 anos. No Império Romano, homem maduro era considerado de 40 anos para cima. Timóteo tinha de corrigir homens de 50-60 anos ou mais, isso era um obstáculo cultural a ser transposto. Sabemos que entre os judeus, um homem a partir de 30 anos já tinha autoridade para isto (v.11).

 

14.Timóteo era tímido, conforme as evidências de 1 Co 16.10-11. É possível que alguém quisesse tirar vantagem desses aspectos da vida de Timóteo. Há muitos obreiros que ensinam, porém, não tem coragem de ordenar. Se o nosso ensino pode ser discutido, escolhido ou rejeitado como mais uma opção filosófica, então, já não somos profetas de Deus e passamos a ser filósofos e “formadores de opinião”. O “assim diz o Senhor” é substituído pelo “veja se eu não tenho razão...” ou “eu penso assim” (v.11)

 

15.Por ter Timóteo que lutar contra um fator irreversível durante pelo menos uns 10 anos (até ficar “maduro” para a sociedade), deve tornar-se padrão, a fim de ser aceito, se não pela concepção de maturidade, pelo menos pelo caráter de um bom obreiro. Os mais jovens precisam de maior demonstração de um andar digno, pois a pouca idade e a falta de visão correta dos valores reais de um bom obreiro, por parte de alguns, tornam-se um obstáculo para ser reconhecido. Não ser reconhecido como um obreiro sério é prejuízo irreparável para a obra (v.12).

 

16.Independente se Paulo estava se referindo à leitura pública ou particular, é importante que todo obreiro leia. Sabemos que naqueles dias os crentes não possuíam, cada qual, a sua Bíblia particular, daí a importância do ministro (pastor) ler as Escrituras para todo o povo. Também era costume nas sinagogas a leitura pública (v.13).

 

São necessários 25 carneiros para se fazer 200 páginas da Bíblia de pergaminho. Portanto, para se fazer 1200 páginas, o tamanho da Bíblia toda, são necessários 150 carneiros[11]

 

17.O obreiro também deve exortar o povo. A palavra exortar tem duplo sentido. Um deles é mostrar o caminho certo da vida cristã e o outro é consolar. O obreiro deve ler, exortar e ensinar. Parece que toda a base disto é a leitura. O obreiro que pensa que é suficiente para consolar e ensinar sem estudar já é um fracasso, pois ninguém é uma ilha, isolado em suas ideias. Não existe doutrina sem exposição do ensino e não existe ensino sem estudo da Palavra de Deus. Mesmo que Timóteo ouça Paulo, leia, exorte e ensine, ele não pode dispensar a ajuda pessoal de Paulo. Todo obreiro precisa de ajuda de seus cooperadores. Percebe-se a intenção de Paulo na expressão “até que eu vá” (v.13).

 

18.O “Dom” é a capacidade dada pelo Espírito Santo para exercer uma determinada tarefa. É difícil dizer se aqui tem algo relacionado a poderes miraculosos. Em alguma igreja impuseram as mãos em Timóteo à semelhança da igreja de Antioquia da Síria, que fez o mesmo com Saulo e Barnabé (At 13.1-3). O dom não era responsabilidade do presbitério, mas era concedido por Deus para o obreiro (“em ti”). Não sabemos se essa imposição de mãos sobre Timóteo foi feita em Listra (At 16.1-3) ou em Éfeso, onde Timóteo recebeu o ofício de superintendente. Não é preciso estabelecer aqui o ensino de que os dons espirituais são concedidos desta forma. Mas aqui, talvez, refira-se simplesmente à bênção da igreja, ou seja, a igreja, por mãos do presbitério concordando com o obreiro para a tarefa a que está sendo enviado. De qualquer forma, o obreiro precisa ter a confirmação de Deus e dos irmãos para o ministério e jamais trair a confiança daqueles que investem em seu ministério (v.14).

 

19.As profecias devem ser as declarações proferidas por outros obreiros a respeito daquele que está sendo investido da autoridade de Deus. Um obreiro deve começar o ministério com uma quantidade de testemunhas para não ocorrer o erro de ser uma criação própria de algum obreiro presunçoso. O obreiro que não pensa seriamente nesses assuntos jamais conseguirá concentrar sua atenção no ministério, pois o exercício do ministério depende de uma mente direcionada e isto só é possível através da reflexão cristã. O bom ministro progride e todos veem (v.14-15).

 

20.Se Timóteo meditar nas ordens de Paulo e ser diligente (dedicado), todos verão que ele é um padrão, apesar de ser jovem. O obreiro não está sozinho em seu ministério no que diz respeito à prestação de contas. Mesmo não oficialmente, o obreiro presta contas aos seus discípulos, à igreja e à sociedade de modo geral. Não é possível um obreiro achar que está crescendo e ninguém perceber, pelo contrário, o seu crescimento fica evidente a todos (v.15).

 

21.O obreiro que não aplica para si mesmo essas verdades torna-se como o fariseu que diz “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço. O bom ministro cuida de si mesmo e da doutrina por causa do rebanho. Portanto, é possível um obreiro ser totalmente íntegro em sua moral, mas não ser um bom obreiro porque não é esforçado no ensino, ou seja, tem cuidado de si mesmo, mas não da doutrina. Por outro lado, há o obreiro que é um erudito na doutrina, porém, seu caráter não é perfeito (v.16).

 

22.Talvez não seja tão difícil começar nessas virtudes e doutrina, mas, certamente, será difícil continuar. Mesmo com as dificuldades, o obreiro deve permanecer. Aqui não se trata de permanecer em um lugar, mas continuar no cuidado próprio e da doutrina. Isto o obreiro deve fazer onde estiver (veja a importância da palavra “continuar ou perseverar” em outros textos (At 6.4, 26.22, Rm 2.7, 2 Tm 3.14, Tt 1.9) (v.16).

 

23.É evidente que Paulo não está falando de salvação no sentido soteriológico que estamos acostumados a entender. Ser salvo aqui significa, em termos bem populares “fazer valer a pena o ministério”. Ser salvo de um ministério inútil e dos erros (heresias). Não é por acaso que existem obreiros que são bênção e outros prejuízo para o reino de Deus. A aplicação desses princípios fará de nossos ministérios uma fonte de vida para os sedentos (v.16).

 

24.Vimos algumas orientações para o bom ministro. Para acrescentar e ilustrar esses pensamentos, segue-se um artigo escrito por Charles G.Finney (“Preacher, save thyself”). Neste artigo, ele alerta a todos os ministros e amigos dos ministros sobre o problema do ministério baseado exatamente em 1 Tm 4.16. Finney cita que Moody quando foi perguntado sobre como ter um reavivamento em uma igreja morta ele disse: “Faça um grande fogo no púlpito”. Um ministro reavivado resultará em uma igreja reavivada.

 

25.O referido artigo oferece a seguinte transição para os pontos posteriores: “Eu não vou pregar para pregadores, mas sugerir certas condições sobre as quais a salvação prometida neste texto pode ser assegurada a eles”. E a seguir Finney desencadeia nada menos do que 64 condições.

 

Pregador, salva-te a ti mesmo[12]

(por Charles G.Finney)

 

 1.Observe se você está constrangido pelo amor para pregar o evangelho, como Cristo estava ao providenciar o evangelho.

 2.Veja se você tem um revestimento especial do alto, estando cheio do Espírito Santo.

 3.Verifique se você tem um chamado de coração, e não meramente intelectual, para tomar para si a responsabilidade da pregação do evangelho. Com isto quero dizer, estar de todo o coração e intensamente inclinado para procurar a salvação de almas como a grande tarefa da vida e não assumir uma responsabilidade que você não tenha o coração naquilo.

 4.Mantenha constantemente um andar perto de Deus.

 5.Faça da Bíblia o seu livro dos livros. Estude-a muito, sobre seus joelhos, esperando por iluminação divina.

 6.Tome cuidado com a inclinação para os comentários. Consulte-os quando for conveniente; mas julgue você mesmo, na luz do Espírito Santo.

 7.Guarde-se puro: na vontade, no pensamento, no sentimento, na palavra e ação.

 8.Considere muito a culpa e o perigo dos pecadores, que o seu zelo pela salvação deles seja intenso.

 9.Pondere também profundamente e enfatize bastante sobre o amor sem limites e a compaixão de Cristo por eles.

10.Ame-os tanto como se estivesse desejando morrer por eles.

11.Entregue intensamente o seu pensamento para o estudo de maneiras e meios pelos quais você pode salvá-los. Faça disto o grande e intenso estudo de sua vida.

12.Recuse distrair-se do seu trabalho. Defenda-se contra cada tentação que abateria seu interesse nele.

13.Creia na afirmação de Cristo que Ele está contigo em seu trabalho sempre e em todo o lugar, para dar a você toda a ajuda que você necessitar.

14.“O que ganha almas é sábio” e “Se alguém necessita de sabedoria, peça a Deus, que dá a todos os homens liberalmente e o não lança em rosto e ser-lhe-á dada”. “Mas peça com fé”. Lembre-se, portanto, que você é obrigado a ter a sabedoria a qual ganhará almas para Cristo.

15.Sendo chamado por Deus para a obra, faça de seu chamado seu constante argumento com Deus para tudo o que você precisar para o cumprimento da obra.

16.Seja diligente e aplicado “a tempo e fora de tempo”.

17.Converse bastante com todas as classes de seus ouvintes sobre a questão da salvação deles, para você possa entender as suas opiniões, erros e desejos. Certifique-se de seus prejuízos, ignorância, temperamento, hábitos e tudo o que for necessário conhecer para adaptar seu ensino às suas necessidades.

18.Veja que os seus próprios hábitos estejam corretos em tudo; afim de esteja equilibrado em todas as coisas, livre de mancha ou vício de cigarro, álcool, drogas ou qualquer coisa da qual você seja envergonhado com razão e que possa fazer outros tropeçarem.

19.Não seja instável, mas coloque sempre o Senhor diante de você.

20.Refreie sua língua e não seja dado à conversação vazia e sem propósito.

21.O seu povo veja sempre que você está cuidando das pessoas, tanto no púlpito como fora dele; e no seu relacionamento diário não anule os seus ensinos sérios do Domingo.

22.Resolva “não saber nada” entre o seu povo “senão a Jesus Cristo e Este crucificado;” e leve o povo a entender isto, como um embaixador de Cristo, seu assunto com eles refere-se totalmente à salvação de suas almas.

23.Esteja certo de ensinar-lhes tanto pelo exemplo quanto pelos preceitos. Pratique você mesmo o que prega.

24.Guarde-se especialmente em seu relacionamento com as mulheres, para que nenhuma suspeita de impureza seja levantada, por menor que seja, sobre você.

25.Cuide de suas fraquezas. Se naturalmente se inclina para diversões e brincadeiras, vigie-se contra ocasiões de faltas nessa direção.

26.Se naturalmente é sombrio e não sociável, guarde-se contra a melancolia e insociabilidade.

27.Evite todo o fingimento e trapaça em todas as coisas. Seja o que você professa ser e não terá nenhuma tentação de “fazer de conta”, de ser o que não é.

28.Que a simplicidade, sinceridade e propriedade cristã marquem toda a sua vida.

29.Gaste muito tempo cada dia e noite em oração e direta comunhão com Deus. Isto dará a você poder para a salvação. Nenhuma quantidade de estudo e aprendizado podem compensar a perda dessa comunhão. Se você falhar em manter comunhão com Deus, você será fraco.

30.Tome cuidado com o erro de que não há meios para regeneração; e consequentemente, nenhuma conexão de meios e fins na regeneração de almas.

31.Entenda que regeneração é moral e, portanto, uma mudança voluntária.

32.Compreenda que o evangelho é adaptado para mudar os corações dos homens e numa sábia apresentação deste você pode esperar a eficiente cooperação do Espírito Santo.

33.Na seleção e tratamento de seus textos, sempre se assegure da direção do Espírito Santo.

34.Todos os seus sermões sejam de coração e não apenas de intelecto.

35.Pregue da experiência e não do que ouve falar ou da mera leitura e estudo.

36.Sempre apresente o assunto que o Espírito Santo coloca em seu coração para a ocasião. Aproveite os pontos apresentados pelo Espírito Santo para a sua própria mente e apresente-os com a maior sinceridade possível à sua congregação.

37.Encha-se de oração toda a vez que for pregar e vá do seu gabinete ao seu púlpito com gemidos interiores do Espírito para o discurso de seus lábios.

38.Encha a sua mente com o assunto a fim de que reflita no discurso; então abra a sua boca e deixe derramar como uma torrente.

39.Verifique que “o temor do homem que prepara uma armadilha” não esteja sobre você. Que o seu povo entenda que você teme a Deus o bastante para temer esses homens.

40.Nunca deixe que a questão de sua popularidade com o seu povo influencia a sua pregação.

41.Nunca deixe que a questão do salário detenha você de “declarar todo o conselho de Deus, quer os homens ouçam ou deixem de ouvir”.

42.Não procrastine, para que não perca a confiança de seu povo, e assim falhe em salvá-los. Eles não podem respeitar você completamente, como um embaixador de Cristo, se você não ousa fazer a sua tarefa.

43.Esteja certo de “encomendar a si mesmo à consciência de cada homem e diante de Deus”.

44.Não seja um “amigo de lucros desonestos”.

45.Evite cada aparência de vaidade.

46.Leve o seu povo a respeitar a sua sinceridade e sua sabedoria espiritual.

47.Não os deixe nem por um momento supor que você pode ser influenciado em sua pregação por qualquer consideração de salário.

48.Não dê a impressão de que você é apreciador de boas refeições e que gosta de ser convidado para jantar fora; pois isto será uma armadilha para você e um tropeço para eles.

49.Guarde seu corpo em sujeição, para que, após ter pregado aos outros, não seja você mesmo desqualificado.

50.“Vigie pelas almas como alguém que deve prestar contas a Deus”.

51.Seja um estudante diligente e instrua completamente o seu povo em tudo o que é essencial para a salvação dele.

52.Nunca bajule o rico.

53.Seja especialmente atento às necessidades do pobre.

54.Não tolere ser subornado em cumplicidade com o pecado através de ofertas e doações.

55.Não tolere ser tratado publicamente como um pedinte ou você será desprezado por um grande número de seus ouvintes.

56.Recuse cada tentativa de chegar a sua boca perto de tudo o que é extravagante, errado ou prejudicial entre o seu povo.

57.Mantenha sua integridade e independência pastoral, para que você não cauterize a sua consciência, apague o Espírito Santo, perca a confiança do seu povo e perca o favor de Deus.

58.Seja um exemplo para o rebanho e que a sua vida ilustre o seu ensino. Lembre-se que suas ações e espírito ensinarão muito mais que os seus sermões.

59.Se você prega que os homens devem oferecer a Deus e ao seu próximo um serviço de amor, veja que você mesmo faça isso e escape de toda aquela tendência de pensarem que você está trabalhando pelo dinheiro.

60.Ofereça ao seu povo um trabalho de amor e encoraje-o a retribuir a você, não o dinheiro equivalente ao seu trabalho, mas uma retribuição de amor que renovará tanto você quanto o povo.

61.Recuse cada proposta de obter dinheiro para você ou para a igreja que naturalmente seja repugnante e que desperte o julgamento dos homens mundanos.

62.Resista a introdução de chás, recreações e festas sociais, especialmente aquelas reuniões favoráveis para unir esforços para converter almas a Cristo. Esteja certo que o diabo tentará desviar você nessa direção. Quando você estiver orando e planejando um reavivamento do trabalho de Deus, alguns de seus membros da igreja mundanos convidarão você para uma festa. Não vá ou você estará no círculo deles, isto destruirá suas orações.

63.Não seja enganado. Seu poder espiritual com seu povo nunca aumentará por aceitar esses convites. Se é um bom tempo para ter festas, porque o povo tem tempo livre, também é um bom tempo para cultos e sua influência deve ser usada para atrair o povo para a casa de Deus.

64.Veja que você conheça a Cristo pessoalmente e viva Nele diariamente.

 

Nutrindo o ministério (1 Tm 4.6-16)

1.Nutrindo com a fé e doutrina (v.6)

2.Nutrindo com a piedade (v.7-8)

3.Nutrindo com a esperança (v.9-10)

4.Nutrindo com o padrão cristão (v.11-12)

5.Nutrindo com as práticas óbvias do ministério (v.13)

6.Nutrindo com a lembrança do chamado (v.14)

7.Nutrindo com a diligência (v.15)

8.Nutrindo a si mesmo (v.16)

 

Capítulo 5: O trato para com as diversas classes de pessoas na igreja. O cuidado para com as viúvas, o salário e a disciplina dos presbíteros

1.O bom ministro deve ter tato ao lidar com as pessoas. Se ele aprendeu a se relacionar bem dentro de casa, ele já conseguiu andar bastante, pois as situações na igreja são idênticas à de uma família. Paulo não está dizendo que um ancião está acima de qualquer repreensão, mas que o modo como é feito deve ser com cuidado. Eles são como pais para Timóteo. O respeito aos anciãos sempre foi a ênfase do Velho Testamento (Lv 19.32, Pv 16.31). Timóteo deveria tratar erros com os moços. Estes eram da sua idade e, por isso, deviam ser tratados como irmãos. Nem sempre os irmãos se respeitam, mas Paulo pensa numa família respeitável (v.1).

 

2.As mulheres idosas são como mães. É possível dizer que a mãe está errada, mas isto é feito como que pedindo desculpa por estar repreendendo alguém que poderia ser a mãe de Timóteo. Para as irmãs, Paulo enfatiza a castidade. De preferência, as mulheres mais velhas devem instruir as mais novas, porém, às vezes é necessário que o pastor fale com as jovens. Quando for assim, o pastor deve tratar com as moças como se fossem suas irmãs (v.2, ver Tito 2.3-5).

 

3.O bom ministro deve, portanto, lidar com os crentes num ambiente familiar agradável. Numa família as pessoas comem juntas, brincam, consolam-se, aconselham-se e, acima de tudo, respeitam-se.

 

 

 

 

 

A defesa ao exortar (1 Tm 5.1-2)

1.Ao exortar o idoso, como a pai (v.1)

2.Ao exortar os moços, como a irmãos (v.1)

3.Ao exortar às idosas, como a mães (v.2)

4.Ao exortar às moças, como a irmãs com toda a pureza (v.2)

 

4.O assunto que Paulo passa a tratar não é necessariamente sobre viuvez, mas sobre como a igreja deve administrar o dinheiro nesta causa social tão importante. Este assunto foi bem controverso no início da igreja em Atos 6.1-6 a ponto de designarem pessoas específicas para tratar com isto. A palavra “honra” é mais do que simplesmente respeitar. Esta palavra envolve dinheiro. A palavra “honorário” vem de “honra” e sempre quer dizer pagamento. Portanto, a questão das viúvas na igreja era um assunto financeiro. A quantidade de viúvas era grande e naquele tempo não podiam manter uma independência financeira sem o homem. Não havia seguro social, aposentadoria e nem mesmo trabalho. A igreja devia sustentá-las. Paulo ordena uma seleção de viúvas, as quais teriam prioridade no sustento por parte da igreja. São as “viúvas verdadeiras”. Não existem viúvas falsas, mas, sim, viúvas que podem ser sustentadas pelos familiares e as que não têm familiar algum, são sozinhas neste mundo, são as “viúvas verdadeiras” (v.3).

 

5.Deus se agrada de filhos que cuidam dos pais. Se filhos têm mães viúvas, então, que cuidem delas para não sobrecarregar a igreja, financeiramente. Cuidar dos progenitores é uma das formas da prática da piedade. Os pais fizeram muito pelos filhos, depois há uma troca, que é uma forma de recompensa (v.4).

 

6.A viúva verdadeira, ou seja, aquela que não tem ninguém por ela só pode esperar em Deus e, por isso, fica mais motivada a orar. As viúvas sozinhas desenvolvem a capacidade de orar e como não precisam cuidar de ninguém têm tempo noite e dia. A igreja faz muito bem em sustentar essas e incentivá-las a orar pela igreja (v.5).

 

7.Há viúvas novas que se entregam às paixões carnais e Paulo diz que nem viúvas são, mas estão mortas. Não fica bem a igreja sustentar viúvas novas, ainda mais nessa situação (v.6).

 

8.As viúvas, novas, velhas ou desamparadas, todas devem ser irrepreensíveis, mas aqui Paulo está falando sobre as jovens que não estão dando bom testemunho. Elas devem se arrepender (v.7).

 

9.Paulo volta para aqueles que têm progenitora idosa e viúva. Esses devem cuidar dela. Como princípio, todos os filhos devem cuidar de seus pais quando ficarem velhos. O incrédulo faz isto e seria vergonhoso o crente não fazer. Paulo diz que chega a ser uma negação da fé. A piedade requer cuidado dos seus. Os filhos devem pensar antecipadamente, prevendo aquele dia em que terão de cuidar dos pais. Isto exige planejamento e fé (v.8).

 

10.Paulo manda fazer uma seleção para separar as viúvas que serão sustentadas pela igreja das que serão sustentadas pelos familiares (v.9-10)

 

 

 

 

 

A seleção das viúvas verdadeiras (1 Tm 5.9-10)

1)Mais de 60 anos de idade

2)Esposa de um só marido, evidentemente quando foi casada devia ter sido de um só marido.

3)Que não tenha fonte de renda.

4)Que tenha praticado boas obras.

5)Que tenha criado filhos.

6)Que tenha exercido a hospitalidade.

7)Que tenha lavado aos pés dos santos. Refere-se ao costume de hospitalidade e não à ordenança eclesiástica.

8)Que tenha socorrido os atribulados.

9)Que tenha sido zelosa de boa obra (não somente que tenha praticado boas obras, mas que tenha sido zelosa nisto).

 

11.Não há condenação para as viúvas mais novas, pois está no controle de Deus uma jovem ficar viúva. O problema é quando as viúvas novas prometem à igreja uma “viuvez perpétua” para receberem a ajuda financeira, elas não podem levar isto adiante, exceto quando se entregam totalmente ao serviço do Senhor (Êx 38.8, 1 Sm 2.22 e Lc 2.36-37). Se houvesse esse compromisso com a igreja, as viúvas novas, facilmente, poderiam quebrar contrato. O casamento é lícito, mas num contrato desse, passaria a ser leviandade contra Cristo e contra a igreja sustentadora (v.11).

 

12.Tudo isso é hipotético, pois Paulo não quer que as viúvas novas façam qualquer compromisso com a igreja, pois, falhando em cumprir, elas se tornariam condenáveis. A primeira fé aqui não é a conversão, mas o voto de viuvez perpétua que as mais novas fariam à igreja. No entanto, Paulo não permitiu tal prática na igreja, um contrato de viuvez perpétua. A viúva nova que não se casa e também não mantém uma vida piedosa, fica com muito tempo de sobra e pode acabar se intrometendo nas outras famílias (v.12-13).

 

13.Paulo aconselha que as viúvas jovens se casem novamente e comecem tudo de novo, planejem criar filhos e, dessa maneira, livrem-se da maledicência de Satanás. Sabemos que em 1 Coríntios 7 o conselho de Paulo foi o contrário. Isso indica situação diferente, pois o normal é o casamento, inclusive para as viúvas jovens (v.14-15).

 

14.Se alguma irmã tem mãe ou avó para cuidar, que cuide. Portanto, se alguma viúva tem um filho ou uma filha, neto ou neta, irmão ou irmã que possa cuidar dela, então, a igreja não deve sustentá-la. A razão para isto é que o dinheiro pode ser melhor empregado. A igreja socorre as viúvas que realmente estão sem ninguém neste mundo (v.16).

 

15.O bom ministro, muitas vezes, se recusará a falar de dinheiro na igreja, mas Paulo ensina a Timóteo que alguns assuntos devem ser abertos para que a igreja administre bem o dinheiro que Deus dá. O sustento das viúvas é um dos assuntos que a igreja deve se posicionar como a Bíblia diz.

 

 

 

 

 

 

 

 

O apoio financeiro às viúvas (1 Tm 5.3-16)

1.É obrigatório (v.3)

2.É obrigação dos familiares (v.4)

3.É obrigação da igreja, em alguns casos (v.5)

4.É obrigação da própria viúva, em alguns casos (v.6-7)

5.É obrigação bíblica (v.8)

6.É seletivo (v.9-10)

7.É um assunto que o Inimigo se aproveita (v.11-15)

8.É um assunto sobre finanças da igreja (v.16)

 

16.Como vimos, a palavra honra está relacionada a dinheiro, honorário. Na igreja existem líderes que recebem pagamento. Estes são os presbíteros ou bispos ou como chamamos atualmente pastores. Além de governarem a igreja, eles oferecem o ensino. A honra ou o salário deve ser duplicado. Isto simplesmente significa que o salário do pastor deve cobrir suas necessidades básicas para viver livre para o ministério. Paulo defende o salário do bispo usando o princípio da Lei em Dt 25.4 (v.17-18).

 

17.O pastor tem o direito de salário, mas também tem a responsabilidade por sua conduta diante da igreja. Paulo fala do cuidado especial quanto às acusações contra o pastor, pois por ser um líder, pode haver invejosos e inimigos dentro da própria igreja querendo derrubá-lo. Mas pessoas andando com Deus podem ver atitudes erradas no pastor e serem usadas por Deus para a disciplina dele, por isso a importância de testemunhas como em Dt 19.15 (v.19).

 

18.Quando um líder é disciplinado os seus liderados devem saber. O objetivo pode ser duplo: um é que o ensino é público e todos são afetados com a queda de um líder e o outro objetivo é para que todos temam. Se um líder está sujeito à disciplina, os liderados também são passíveis à disciplina do Senhor e da igreja (v.20).

 

19.Neste assunto de disciplina de um líder não pode haver parcialidade. Paulo dá muita ênfase neste assunto. O apóstolo testifica diante de Deus, de Jesus Cristo e dos anjos. O pré-julgamento ou a prevenção antecipa aquilo que só Deus pode decidir (v.21).

 

20.Nem sempre o bom ministro pode evitar a disciplina de um líder, mas em alguns casos podia-se evitar simplesmente não o colocando no ministério, pois alguns não estão qualificados desde o início. Sabendo da desqualificação e mesmo assim aprovando a imposição de mãos para o ministério é o mesmo que cumplicidade nos pecados do futuro ministro fracassado. O bom ministro deve se manter puro sobre isto (v.22).

 

21.O versículo 23 parece estar fora de lugar, mas não. O apóstolo Paulo acabara de alertar a Timóteo quanto à pureza no ministério e agora fala que o vinho, não a bebida forte, não irá prejudicar Timóteo quanto à pureza. A água da região do Mediterrâneo era conhecida como água de má qualidade. O vinho fraco, como se espera de alguém que vai beber no lugar de água, evitará prejuízos à saúde. O bom ministro deve cuidar da saúde o quanto estiver ao seu alcance (v.23).

 

22.Paulo ainda insiste no assunto de pecado e disciplina. O princípio serve para todas as pessoas, mas é preferível pensar que o apóstolo esteja continuando o assunto do líder. Alguns são pegos em seus pecados, mas outros não. Será que há os que conseguem desvendar os pecados dos outros? Não devemos nos iludir, isto não é verdade. De qualquer forma, Deus julgará as obras de todos os ministros como se vê bem claro em 1 Coríntios 3 (v.24).

 

“[Em 740] Adalberto, um francês de origem humilde, chamando-se a si mesmo bispo e um intermediário entre Deus e o homem, dizia ter uma carta de Cristo para executar milagres e conhecer os pecados secretos de todos.” [13]

 

23.Não são apenas os pecados que se encobrem, as boas obras também. O bom ministro deve cumprir o ministério fielmente, ajudando pessoas e obedecendo a Deus. Alguns mostrarão apreço, mas outros nem saberão a bênção que o bom ministro foi. Mas as recompensas não ficarão ocultas. Haverá prêmios, como se vê também em 1 Coríntios 3 (v.25).

 

24.O pastor recebe um salário justo, mas também responde por suas atitudes. Somente os qualificados devem ser ordenados. O pastor cuida de sua saúde. Não adianta o pastor esconder os seus pecados, mas ele pode muito bem ocultar as suas boas obras, pois Deus recompensará.

 

O julgamento de líderes espirituais (1 Tm 5.17-25)

1.A igreja julga o seu merecimento de salário de alguns líderes (v.17-18)

2.A igreja julga as acusações feitas contra dos líderes (v.19)

3.A igreja julga publicamente os líderes em pecado (v.20-21)

4.A igreja julga os candidatos ao ministério (v.22)

5.A igreja julga justamente a prática dos líderes (v.23)

6.A igreja julga somente o que sabe (v.24-25)

 

Capítulo 6: Os escravos, os hereges, o ministério sem mácula, os ricos na igreja e o bom depósito

1.Por todo o Império Romano havia escravos e estes bem diferentes dos que estudamos na triste história do Brasil. No Império Romano, muitos escravos passavam a frequentar lugares importantes e a ter oportunidades de desenvolvimento social e intelectual. Paulo nunca incentivou nenhuma rebelião, pelo contrário, ordenou a obediência aos seus senhores. Havia até mesmo senhores crentes que adorava a Deus com seus escravos na mesma igreja. Na vida social há diferenças, mas dentro da igreja as diferenças sociais não devem existir.

 

2.O apóstolo Paulo está pensando na doutrina de Deus não ser blasfemada, por isso, os escravos crentes devem obedecer aos seus senhores. A escravidão continua a ser um fardo, mesmo que o patrão seja crente, mas isto não é motivo para não glorificar a Deus sendo escravo (v.1).

 

3.Os escravos que são irmãos em Cristo de seus senhores não devem se aproveitar dessa situação. Se eles têm algum privilégio é o de servir melhor aos seus senhores. Os senhores participam do benefício de Deus, que é a dádiva da graça. Portanto, senhor e escravo, neste caso, têm uma fé comum, embora posições distintas na sociedade. O bom ministro deve ensinar isto para os crentes. (v.2).

 

4.Este ensino não acentua a divisão, pelo contrário, enfatiza a comunhão, apesar das diferenças sociais.

 

 

As confusões em torno de vários assuntos (1 Tm 6)

1.A confusão em torno do assunto escravidão e senhorio (v.1-2)

2.A confusão em torno do assunto rebeldia (v.3-5)

3.A confusão em torno do assunto sustento do obreiro (v.6-10)

4.A confusão em torno do assunto bom combate (v.11-16)

5.A confusão em torno do assunto riqueza (v.17-19)

6.A confusão em torno do assunto pseudociência (v.20-21)

 

5.Há pessoas que aprendem pouco e não tem condições de ensinar e, por isso, ensinam errado. Para estes professores, a orientação é que primeiro aprendam para depois ensinar. Mas a denúncia de Paulo aqui é contra os falsos mestres obstinados. Eles ensinam outra doutrina porque não se conformam com a doutrina de Cristo, a verdadeira religião, a piedade. Os hereges não se aproximam da sã doutrina (v.3).

 

6.O apóstolo Paulo não economiza os adjetivos para os falsos mestres. Primeiro ele diz quem são os falsos mestres e depois diz em que resulta as suas contendas. É soberbo O falso mestre é orgulho e cego às verdades. Nada sabe. O falso mestre não coloca a sua atenção na sã doutrina. Tem mania por questões. O falso mestre é doente por discussões. Inveja, a qual corrompe a amizade. Porfia que é briga, disputa. Blasfêmia. Os falsos mestres ferem o nome de outros com palavras. Suspeitas malignas por pensar mal das pessoas) (v.4).

 

7.O apóstolo orienta Timóteo a se afastar desses falsos mestres, pois são corruptos de entendimento. Eles estragaram o conhecimento deles próprios e estão corrompendo a mente de seus ouvintes. Eles são privados da verdade, ou seja, a verdade não chega até eles, pois a mente deles está no dinheiro. Poucas intenções ruins, se é que existem, não são motivadas de alguma forma pelo lucro ou poder (v.5).

 

“Os cristãos não deveriam supor que o conhecimento religioso ou os privilégios cristãos davam-lhes o direito de desprezar os seus senhores pagãos, desobedecerem às ordens lícitas, ou a exporem as suas faltas aos demais. Aqueles que desfrutavam do privilégio de viver com senhores crentes não deveriam deixar o respeito e a reverência que lhes eram devidos, por serem iguais quanto aos privilégios religiosos; mas deveriam servir ainda melhor, com dobrada diligência e alegria por sua fé em Cristo, e como participantes de sua salvação gratuita.”[14]

 

8.Os falsos mestres usam a religião (piedade) como fonte de lucro, mas Paulo diz que a religião com contentamento já é um grande ganho (v.6).

 

9.É evidente que precisamos de outros recursos para a obra, além de alimento e roupa. Paulo precisava de passagens para as suas viagens de barco, animal para as estradas, pergaminho e tinta para os seus escritos, dinheiro para ofertar aos irmãos e pobres, algum tipo de escrivaninha, cama, óleo para a candeia, a própria candeia e algumas coisas mais. Porém, Paulo não estava acumulando bens desnecessários e nem colocando o seu coração nesses objetos (v.7-8).

 

10.Paulo estava falando sobre os hereges, mas aproveita para alertar a todos os que pensam demasiadamente no dinheiro. Estes podem ser os obreiros como qualquer outra pessoa. Há uma pressa em se enriquecer que é um laço, uma armadilha. Os desejos carnais se tornam irracionais e nocivos. É como uma força que puxa os homens para o fundo do mar da destruição (v.9).

 

11.Poucos males não são provocados pelo amor ao dinheiro. Este amor, que é o mesmo que cobiça, seduz o crente para se desviar da fé e no final ele sai prejudicado em vez de enriquecido (v.10).

 

12.Os maus ministros são briguentos e gananciosos, mas o bom ministro deve ser verdadeiro quanto à sã doutrina e satisfeito com os recursos que Deus lhe dá.

 

13.O bom ministro observa os falsos mestres e foge de suas práticas as quais se resumem em rebeldia à Palavra de Deus e ganância. O bom ministro, que também é um homem de Deus, busca outras virtudes. A expressão “Homem de Deus” aparece 72 vezes na Bíblia e é um título reservado para aqueles que viveram totalmente para Deus (v.11).

 

14.O bom ministro combate pela fé que lhe foi dada. Não é um combate militar, mas um combate atlético que também precisa muito esforço e dedicação. Para lutar pela fé, muitas vezes, é uma verdadeira agonia, um esforço incomum (v.12).

 

15.O bom ministro já tem a vida eterna, mas deve tomar posse dela, ou seja, fortificar-se com essa esperança, essa chamada final. Todo bom ministro confessa diante dos homens a sua fé e esperança no momento de seu envio para o ministério (v.12).

 

16.O próprio Jesus Cristo fez uma confissão corajosa, mas não diante de irmãos da mesma fé, mas a sua confissão foi muito mais difícil, pois foi diante de Pôncio Pilatos, aquele que supostamente tinha o poder sobre o Seu julgamento (ver Jo 18.33-38). Para manter o testemunho de fé e esperança é necessário o poder do Deus vivificador, pois o testemunho pode resultar em morte, como foi o caso de Jesus, Estevão, Tiago, Paulo e o próprio Timóteo (v.13).

 

17.O apóstolo Paulo tem um mandamento para Timóteo e, consequentemente, para todo bom ministro. Ele deve obedecer esta carta, que é uma carta pastoral. Não pode manchá-la e nem discutir estas ordens ministeriais. Assim deve fazer todo bom ministro, um após outro, até o arrebatamento da igreja (v.14).

 

18.Jesus Cristo mostrará o bem-aventurado, o Seu Pai, que é o Nosso Pai, também. Paulo exalta a Deus por causa de seus atributos. Único poderoso Senhor. Não é César o único Senhor poderoso, mas o Senhor Deus. Rei dos reis. De todos os reis da terra nenhum foi ou será o rei dos reis de todas as épocas, pois eles perdem o trono ou são mortos, mas Deus é para sempre. Senhor dos senhores. O domínio de Deus está sobre todos os governantes. Ele é imortal. Ninguém possui a imortalidade em si. A alma do ser humano é imortal porque Deus soprou o fôlego da vida. Ele habita na luz inacessível. Se alguém chega a conhecer a Luz é por causa de Jesus Cristo, o Mediador (v.15-16).

 

19.O bom ministro manterá um ministério sem mácula se fugir da ganância, fugir da rebeldia à Palavra de Deus e testemunhar corajosamente da sua fé.

 

20.Jesus disse que sempre haveria pobres, mas podemos afirmar que igualmente é verdade sobre os ricos. Sempre haverá alguns poucos ricos na igreja. Percebemos que nos países livres para o evangelho o número de crentes com uma vida mais acomodada financeiramente está crescendo bastante. Paulo mostra a Timóteo que deve alertar os ricos sobre como viver a vida cristã. Ele oferece pelo menos seis advertências: não serem orgulhos, não colocarem a esperança na incerteza das riquezas, colocarem a esperança em Deus, contribuírem com as necessidades dos outros e ajuntarem tesouros no céu (v.17-19).

 

21.Seguir essas advertências não garante um lugar no céu para os ricos, mas, por já serem salvos, eles devem viver assim. Os ricos devem saber quem, de fato, controla as suas vidas. Por causa do aparente problema algumas versões mudaram “vida eterna” para “vida verdadeira”. Nenhum tradutor pode mudar o texto só porque acha estranho. Deus quis dizer exatamente “vida eterna”, mas é claro que Paulo não está ensinando que se alcança a vida eterna com dinheiro (v.19).

 

22.Os ricos estão gozando das lícitas bênçãos de Deus sobre as suas vidas. Eles não precisam fazer um voto de pobreza, mas investir o seu dinheiro no céu da maneira que Deus dirigir. O apóstolo Paulo termina a epístola entregando uma missão especial para Timóteo. Ele deve guardar o depósito o qual lhe foi confiado. Este depósito é a sã doutrina. O bom ministro deve se desviar das conversas vazias dos falsos mestres e seus falsos ensinos. O ensino dos falsos mestres pode ser normal para alguns, mas nunca para o bom ministro. O bom ministro deve se desviar também das oposições. Os ensinos dos falsos mestres são contraditórios, ainda que chamem os seus ensinos de ciência (v.20).

 

“Esta é a mensagem central das Pastorais: Guarda a tradição do Evangelho com a vida e os sãos ensinamentos, b) evitando a falsa doutrina. Aqui estão duas formas de ensinamentos que obscurecem o Evangelho: 1) falatórios inúteis e profanos (implica em profanação blasfema de coisas santas), consistindo de palavras vazias e altissonantes e especulações usadas com o propósito da -ostentação; e 2) contradições do saber (lit., conhecimento). Paulo esclarece que ele sabe distinguir o fato e o ensinamento sólido, e as especulações sem evidência, meros mitos e fantasias, a qual professando-o (lit., prometendo) se desviaram. ‘Alguns, prometendo estas ficções como verdade e realidade, abandonaram o sinal e a promessa de Deus, que é a fé’ (cons. II Pe. 2:19).”[15]

 

23.Algumas pessoas professaram o falso conhecimento, a falsa ciência dos falsos mestres e acabaram se desviando da fé. Sempre acontecerá assim, os que se afastam do verdadeiro conhecimento se desviam da fé. Não é possível buscar conhecimentos falsos e ao mesmo tempo manter a fé como garantia para um retorno. A saudação de Paulo é pessoal para Timóteo. O conteúdo é simples, mas profundo. A graça é tudo o que Timóteo necessita. A sã doutrina é o depósito confiado ao bom ministro. Há um falso conhecimento que já desviou muitos, mas o bom ministro deve se desviar dessas contradições (v.21).

 

29.Esta epístola tratou de pelo menos dezessete assuntos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os assuntos de 1 Timóteo (1 Tm 1-6)

1.Do ministério de Timóteo (1.3))

2.Do ministério de Paulo (1.12)

3.Da oração (2.1)

4.Da posição da mulher na igreja (2.11-12)

5.Das qualificações para os presbíteros e diáconos (3.1-13)

6.Do mistério da piedade (3.16)

7.Dos ensinos dos hereges (4.1-2)

8.Das orientações para o bom ministro (4.6-16)

9.Do trato para com as diversas classes de pessoas na igreja (5.1-2)

10.Do cuidado para com as viúvas (5.3-16)

11.Do salário dos presbíteros (5.17)

12.Da disciplina dos presbíteros (5.19-20)

13.Dos escravos (6.1-2)

14.Dos hereges (6.3-4)

15.Do ministério sem mácula (6.14)

16.Dos ricos na igreja (6.17)

17.Do depósito confiado ao bom ministro (6.20)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 1991

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 275 – 1 Tm 1.7-8 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

3.     Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 761 – 1 Tm 1.13 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

4.     Notes & Outlines – 1 Timothy – 1 Tm 2.4-5 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

5.     Notes on 1 Timothy, pg. 29 – 1 Tm 2.11-12 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

6.     Há discussões teológicas e filosóficas desse assunto. Pesquise sobre Igualitaristas e Complementaristas. Alguns acham que Paulo não permitia que a mulher ensinasse porque elas eram analfabetas, pois naquela época as mulheres não tinham instrução formal.

7.     Chaves para o crescimento espiritual, pg. 39 – John F. MacArthur, Jr (Editora Fiel – São Paulo – SP – Sem data de publicação)

8.     Comentário Bíblico de Matthew Henry – 1 Tm 3.16 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

9.     Outlines by Dr. David Hocking, pg. 22– 1 Tm 4.2 (sem publicadora ou data)

10.  O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 322 – 1 Tm 4.7 - Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

11.  The Berean Call Newsletter, nr.46, 14/11/03 – O site da The Berean Call disponibiliza seus materiais em áudio e pdf

12.  Charles G. Finney – Preacher, save thyself

13.  A History of the expansion of Christianity, Vol. 2, p.427 -  Kenneth Scott Latourette (Zondervan CEP Edition – New York – 7ª impressão – 1980)

14.  Comentário Bíblico de Matthew Henry – 1 Tm 6.1-5 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

15.  Comentário Bíblico Moody, 1 Tm 6.20 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 275 – 1 Tm 1.7-8 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[3] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 761 – 1 Tm 1.13 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[4] Notes & Outlines – 1 Timothy – 1 Tm 2.4-5 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[5] Notes on 1 Timothy, pg. 29 – 1 Tm 2.11-12 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[6] Há discussões teológicas e filosóficas desse assunto. Pesquise sobre Igualitaristas e Complementaristas. Alguns acham que Paulo não permitia que a mulher ensinasse porque elas eram analfabetas, pois naquela época as mulheres não tinham instrução formal.

[7] Chaves para o crescimento espiritual, pg. 39 – John F. MacArthur, Jr (Editora Fiel – São Paulo – SP – Sem data de publicação)

[8] Comentário Bíblico de Matthew Henry – 1 Tm 3.16 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

 

[9] Outlines by Dr. David Hocking, pg. 22– 1 Tm 4.2 (sem publicadora ou data)

[10] O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 322 – 1 Tm 4.7 - Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

[11] The Berean Call Newsletter, nr.46, 14/11/03 – O site da The Berean Call disponibiliza seus materiais em áudio e pdf

[12] Charles G. Finney – Preacher, save thyself

[13] A History of the expansion of Christianity, Vol. 2, p.427 -  Kenneth Scott Latourette (Zondervan CEP Edition – New York – 7ª impressão – 1980)

[14] Comentário Bíblico de Matthew Henry – 1 Tm 6.1-5 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[15] Comentário Bíblico Moody, 1 Tm 6.20 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Powered By Blogger