55 2 Tessalonicenses

 2 Tessalonicenses


Introdução[1]

1.Autor da carta

Assim como a primeira epístola aos Tessalonicenses, a autoria de Paulo para a segunda é apoiada pelos pais da Igreja. Portanto, qualquer dúvida surgida na época atual não teria apoio dos comentaristas bíblicos mais conservadores. Alguns argumentam que a primeira carta mostra a vinda de Cristo iminente, ou seja, a qualquer momento, sem necessidade de sinais. A segunda carta sugere

que a vinda de Cristo é precedida de sinais e do homem da iniquidade, o Anticristo. Isto, porém, não prova que não foram escritas por Paulo, mas que a ênfase era diferente como, por exemplo, Arrebatamento e Segunda Vinda, pois são eventos distintos.

 

2.Data e local da carta

Assim como a primeira, esta carta foi escrita em Corinto. Talvez alguns meses depois da primeira carta em 50 ou 51 d.C.

 

3.Cidade

Ver a primeira carta.

 

4.Objetivo da carta

Paulo ficou sabendo que ainda havia problemas de compreensão sobre a vinda de Jesus e dúvidas sobre os que morreram, por isso, ele expande o ensino desse tema. Além, é claro, de incentivar os crentes a andarem de modo digno do evangelho.

 

5.Versículos-chave da carta

2.1-2. Nesses dois versículos Paulo tranquiliza os crentes de que Jesus Cristo virá, mas antes virá o Anticristo.

 

6.Tema e palavras-chaves

O tema é a vinda de Cristo e a palavra-chave é “vinda”, como vimos em 2.1.

 

7.Dificuldades encontradas na carta

1) Não apenas os desobedientes, mas os que não conhecem o evangelho sofrerão a ira de Deus. O homem está perdido por ser um pecador e não, necessariamente, por ter rejeitado a Cristo que é a solução. Se a condenação fosse apenas por rejeitar a Cristo pregado, poderíamos acreditar que a salvação dos povos seria a ignorância. Se quem não conhece não se perde, então, privar os povos do conhecimento de Cristo já seria a salvação deles (1.8).

 

2) A vinda de Cristo é o Arrebatamento ou outro acontecimento? O Arrebatamento é uma parte da Segunda Vinda. No Arrebatamento, Cristo não vem até a terra, mas somente até as nuvens e os crentes vão até Ele. Na Segunda Vinda, ou parousia, Cristo vem até a terra tomando vingança contra o Anticristo, seu exército e os moradores incrédulos da terra (2.1-2).

 

3) É permitido agir de modo que um irmão se sinta envergonhado, mas somente se ele está andando em pecado obstinado. Não devemos apoiar os maus hábitos, porém, não devemos chegar ao ponto de não o considerar como irmão. Isto só acontece se não tiver mais chance de ganhá-lo (3.14-15 ver 1 Co 5.11).

 

8.Curiosidades encontradas na carta

1) O estado de alguém que morre sem a salvação em Cristo é desesperador, pois é uma perdição eterna. Não apenas o sofrimento (fogo), mas a separação da presença de Deus e de Sua glória (1.9).

 

2) Algo ou alguém detém a vinda do Anticristo. Alguns têm afirmado ser o Espírito Santo, outros dizem ser a Igreja, outros dizem que é a Igreja e o Espírito Santo (2.7).

 

3) A vinda de Cristo deve ser esperada vivendo a vida normal, ou seja, trabalhando. Lutero disse que se soubesse que Cristo voltaria amanhã, hoje ele plantaria uma árvore (3.11).

 

Capítulo 1: Saudação. A segunda vinda de Cristo Jesus

1.Paulo trabalha em equipe, embora não lembremos que as cartas que ele escrevia eram conhecidas primeiro daqueles que estavam com ele. Talvez, aqueles irmãos até ajudassem, pois eles tinham conversas e oração sobre os destinatários. A saudação de Paulo sempre é amorosa e simples. Assim devem ser nossos contatos. O amor e simplicidade contam muito mais do que muitas palavras (v.1-2).

 

2.Mesmo os crentes em pecado precisam ser incentivados, se estão agindo de forma cristã em alguns aspectos. Por exemplo, há problemas de relacionamentos em todos os lugares, mas algo bom deve existir entre aqueles irmãos, seja hospitalidade, contribuição financeira, cuidado para com os enfermos e desanimados, etc. Paulo tinha repreensões para os tessalonicenses, mas consegue enxergar o valor daqueles irmãos no que diz respeito às duas virtudes enfatizadas no hino do amor em 1 Coríntios 3 (fé e amor). É verdade que estavam falhando na terceira virtude, a esperança. O problema dos tessalonicenses era com respeito à Escatologia, a vinda do senhor e a falta de esperança. Porém, a fé do dia a dia e o amor para com os irmãos eram crescentes. Inclusive, essas virtudes dos tessalonicenses estavam gerando em Paulo perseverança nas perseguições (v.3-4).

 

3.Os sofrimentos e perseguições dos tessalonicenses não passaram despercebido aos olhos de Deus. Ele vingará. Paulo, com sabedoria, volta ao assunto escatológico para lembrar aos tessalonicenses que não podem desprezar as profecias. Ele fala da vinda do Senhor em chamas de vingança contra os incrédulos. Paulo fala sobre a condenação e separação eternas. Não haverá nenhuma possibilidade de salvação para os incrédulos condenados. No entanto, os crentes mantêm a viva esperança desse encontro maravilhoso com Jesus, pois para nós não haverá condenação. Paulo quer que os tessalonicenses valorizem essa escatologia, pois a nossa vocação, ou seja, nosso chamamento, como crentes, é estar para sempre com o Senhor. Os sofrimentos da vida terrena não devem encobrir essa esperança. No entanto, os que não acreditam mais na vinda do Senhor não podem conseguir consolo, sendo que o consolo do crente está na consumação dos planos proféticos de Deus (v.5-12).

 

 

 

 

“Esse julgamento justo será dispensado sobre os que não conheceram a Deus porque rejeitaram Sua revelação sobre Ele mesmo na natureza e consciência (como em Rm 1.18-32) e sobre aqueles que rejeitaram o evangelho, o qual, de acordo com Leon Morris, é ‘desobediência a um convite real.’”[2]

 

4.A seguir um quadro oferecido pelo Dr. Thomas Constable[3]

 

1 Tessalonicenses 4

2 Tessalonicenses 1

Cristo retorna no ar

Ele vem secretamente para a igreja

Os crentes não ficarão na Tribulação

 

O Arrebatamento ocorre em um tempo não revelado

Cristo retorna para a Terra

Ele vem abertamente com a Igreja

Os incrédulos experimentarão tribulação e julgamento

A Segunda Vinda ocorre no dia do Senhor

 

Capítulo 2: O Dia de Cristo e o homem do pecado. Firmeza e consolo

1.Os tessalonicenses estavam preocupados que a vinda do Senhor Jesus Cristo já estava para acontecer ou já que havia acontecido. Provavelmente, alguém usou o nome de Paulo e escreveu alguma epístola assustando a todos. O problema é que deixaram até de trabalhar e ficaram ociosos aguardando de modo infrutífero a vinda do Senhor, por isso Paulo os exorta. A segunda vinda de Cristo tem duas etapas. Primeiro haverá a nossa reunião com Ele, ou seja, os crentes serão retirados da terra e os mortos ressuscitarão e todos seremos transformados para encontrarmos com Ele nas nuvens (v.1, veja 1 Ts 4.13-18).

 

2.A mente dos crentes tessalonicenses estava abalada e agitada com pensamentos sem base. O espírito dos crentes estava perturbado devido ao que ouviram, talvez, em discurso ou carta, como se viesse da parte de Paulo. Hoje temos a Bíblia completa em nossa própria língua e devemos examinar o que as Escrituras dizem, antes de aceitarmos as palavras de homens. É fácil mudar de opinião quando não temos uma convicção. Cristo não volta sem que antes busque a Sua amada Igreja (v.2).

 

“’Dia de Cristo (Versão King James) [em português ACF – Almeida Corrigida Fiel] é uma tradução infeliz – deveria ser ‘dia do Senhor.’ O ‘dia de Cristo’ é esta presente era da graça, a era da igreja (veja 1 Co 1.8, Fp 1.6,10, 2.16). ‘O dia do Senhor’ é uma frase técnica que se refere ao período começando com a Grande Tribulação e continuando por todo o Milênio (veja At 2.20, 2 Pe 3.10, Ap 6.17). O dia do Senhor começa quando o dia de Cristo termina. O dia do Senhor começa após o Arrebatamento.”[4]

 

3.Antes do grande e terrível Dia do Senhor haverá apostasia, ou seja, um desvio da verdade sem precedentes. Sempre passamos por desvios doutrinários, porém, o Espírito Santo e os crentes ainda preservam a sã doutrina. Haverá um tempo em que as declarações contra Cristo e contra Deus serão universais e com apoio de todos os líderes mundiais. O Anticristo, aqui chamado de o homem do pecado ou da iniquidade encabeçará os povos contra a verdade de Cristo. Este período é chamado Tribulação e a Igreja não estará mais na terra (v.3).

 

4.O Anticristo tomará para si toda a adoração existente no mundo. O mundo caminha para uma só religião. A estratégia é que hoje todos os caminhos levam a Deus e no final o deus será Satanás. De fato, Satanás é o deus deste século, embora nem todos saibam disto, mas um dia ele se manifestará. Ele não pode se assentar no trono de Deus no céu, como já tentou uma vez e, por isso, foi expulso. Porém, ele se assentará em um trono estabelecido por ele mesmo, imitando Deus. O templo de Jerusalém foi destruído, mas o Anticristo promoverá a reconstrução de um novo templo para o povo de Israel a fim de enganar os judeus (v.4).

 

5.Paulo nunca deixou de ensinar os irmãos a respeito destas verdades. Infelizmente, muitos líderes, hoje, não estudam os assuntos bíblicos da vinda de Cristo e o estabelecimento de Seu reino. Criaram-se várias interpretações diferentes daquelas que a Palavra de Deus nos ensina (v.5).

 

6.O Anticristo exercerá o seu poder total na tribulação, enganando o povo judeu e estabelecendo uma relativa paz. O texto diz que algo ou alguém detém o Anticristo. Há um espírito no mundo para receber o Anticristo, mas ele mesmo em pessoa não está agindo no mundo até que o empecilho seja tirado. Os crentes são o sal da terra e eles juntos compõem a Igreja e são habitados pelo Espírito Santo. Com o arrebatamento dos crentes o Espírito Santo deixa de ter a atividade que tem no momento. Ele é onipresente, por isso, não se pode dizer que o Espírito Santo não estará na terra, no entanto, Ele pode mudar a atuação, deixando o caminho para livre para o Anticristo. Portanto, o Espírito Santo está detendo a atuação do Anticristo com seu plano de horror mundial (v.6-7, I Jo.2.18-22; 4.3; II Jo.7).

 

“No Texto em análise, o apóstolo Paulo faz afirmações vagas sobre ‘aquele que o detém’. Foram utilizados vocábulos pessoais e impessoais. Em consequência disso, muitas têm sido as hipóteses levantadas para explicar a frase... A lacuna é tão grande, que as teorias vão de um extremo a outro. Há quem diga que quem detém o Anticristo é Satanás. Outros, em grande número, defendem que aquele que o detém é o Espírito Santo. Em posições intermediárias, alguns votam a favor do Império Romano ou do Estado Judaico, das leis romanas ou dos falsos profetas. Há quem afirme que o poder detentor é a proclamação do evangelho, o propósito divino ou mesmo um anjo de Deus. Nas raias do absurdo encontramos quem defenda que tal personagem é o profeta Elias. Há opiniões para todos os gostos. Fazer afirmação categórica sobre a questão é algo bem temerário. Se Paulo não disse a quem se referia, é bem difícil concluirmos quem possa ser tal pessoa ou fator, principalmente por não haver outro texto bíblico que nos auxilie nesse empreendimento. A hipótese de que seja o Espírito Santo, é a mais aceita. Por certo, muitos são os pontos que dão força a essa ideia. Embora o texto não afirme isso, é bem difícil encontrarmos candidato melhor para tal função, haja vista a envergadura do desafio aí envolvido.”[5]

 

7.Se Deus quisesse destruir o Anticristo antes mesmo dele atuar no mundo Ele o faria, porém, Deus preferiu deixar que ele exercesse seu poder maléfico. O mundo será castigado com a ira de Deus através dos cataclismos, mas também sofrerá o engano da Besta, que é o Anticristo. Depois de sete anos de engano o Anticristo será destruído pelo Verbo de Deus, Jesus Cristo. Será uma batalha sangrenta. A Besta e o Falso Profeta serão lançados no Lago de Fogo, sendo os primeiros a experimentar este lugar horroroso preparado para Satanás e os seus anjos (v.8).

 

8.O Anticristo não é Satanás, mas é energizado por ele.  A eficácia de Satanás funcionará na pessoa do Anticristo. As pessoas receberão um homem preparado de todos os modos possíveis para resolver os problemas mundiais. Ele receberá poder para realizar sinais, mas tudo será uma isca para alcançar as pessoas. Há muitos problemas mundiais a serem resolvidos. Por mais que os homens tentem não encontram solução para os seus problemas. Não há um líder que se apresente forte e absoluto. Portanto, o mundo está em suspenso por um líder mundial que responda aos seus anseios (v.9).

 

9.Haverá um tempo de julgamento nesta terra, que é o tempo da tribulação. Embora seja possível ser salvo, será, também, um tempo para deixar a humanidade em sua incredulidade. O mesmo princípio de condenação é descrito em Rm 1.26-28 e nos motivos das parábolas de Jesus revelados em Mt 13.10-15. O engano do Anticristo é cruel, porém, merecido. O homem merece ser enganado porque não dá ouvidos à clara voz de Deus para crer. A salvação foi providenciada por Deus através de Cristo Jesus, mas requer fé do homem e aceitação para que seja salvo. Estes, portanto, são eventos relacionados à vinda de Jesus Cristo. Primeiro o arrebatamento e depois a apostasia, o homem do pecado e o julgamento (v.10-12).

 

Os eventos relacionados à segunda vinda de Cristo (2 Ts 2.1-12)

1.Antes, o arrebatamento (v.1-2)

2.Depois, a apostasia, o homem do pecado e o julgamento (v.3-12)

 

10.O crente pode estar seguro de sua salvação em Cristo e, também, do consolo que há Nele. Enquanto nos entristecemos por aqueles que passarão pela tribulação ou, ainda, por aqueles que estarão separados do amor de Deus, devemos nos colocar à disposição do Senhor para alcançá-los. O apóstolo Paulo nunca ensinou que devemos nos orgulhar da nossa salvação e nos sentir superiores àqueles que se perdem. A gratidão deve ser uma prática de todo o crente, mas o orgulho não deve ser incentivado. Jesus Cristo, sendo Deus, não veio ao mundo para desprezar os perdidos, mas para salvá-los ou dar oportunidade para serem salvos.

 

11.Deus não escolhe pessoas para mandar para o inferno e outras para serem salvas, arbitrariamente. Ele julga as pessoas na tribulação com base na rejeição delas pela verdade, conforme os versículos anteriores mostram claramente. Alguns usam 2 Ts 2.13 para ensinar a salvação seletiva. Ora, se Deus escolheu os tessalonicenses para a salvação antes de existir mundo, então, todos eles eram salvos especificamente. Deus escolheu antes de existir mundo que haveria salvação disponível para a raça humana. “Porque Deus amou o mundo”, isto é, todos os pecadores podem ser salvos em Cristo Jesus. Da parte de Deus houve uma disposição de escolher a raça humana para salvar, porém, não houve nenhuma salvação disponível para os anjos caídos. Ninguém pode ser salvo se rejeitar o evangelho e ninguém pode ser salvo se não ouvir o evangelho. Portanto, a Palavra de Deus não pode se contradizer. Só há salvação para quem aceitar a mensagem do evangelho. Sendo assim, podemos afirmar com Paulo que Deus escolheu a todos os tessalonicenses desde o princípio para serem salvos, assim como escolheu todos os efésios, os bereanos e, assim por diante. Isto não significa que todos nessas cidades foram salvos. Deus escolheu a nação de Israel para um propósito, mas não quer dizer que todos os judeus foram salvos. Deus escolheu Jacó e não Esaú, mas isto não significou que Esaú não foi salvo (v.13).

 

12.O Espírito Santo tem o poder de separar do mundo os que crêem na Palavra pela fé. A atuação do Espírito na vida do crente é consolá-lo e fazer-lhe lembrar dos ensinos do Senhor Jesus Cristo. Não há santificação com esforço próprio, mas somente pela atuação do Espírito Santo. Nós não poderíamos crer na verdade sem a atuação do Espírito Santo, porém, precisamos entender e aceitar a mensagem. Portanto, a salvação é providenciada por Deus, através da morte de Jesus Cristo e com a iluminação do Espírito Santo, mas não sem a permissão do pecador aceitando este maravilhoso presente (v.13).

 

13.Todos os que aceitaram o chamado do evangelho, o qual é feito a todos os pecadores, se tornaram filhos de Deus e, agora, podem alcançar a glória do Senhor Jesus Cristo. Não havia nada que nos possibilitava a ter acesso ao Deus que habita em luz inacessível, mas por causa da salvação em Cristo Jesus temos livre acesso a Deus. Será que não podemos convidar pessoas para conhecerem este evangelho para serem salvas, também? Ou diremos: “Vamos deixar que Deus trará os ‘eleitos’ para serem salvos?!” Esta mensagem é maravilhosa e não pode ficar conosco, apenas. Jesus não nos ensinou o orgulho ou qualquer tipo de superioridade, pelo contrário, Ele nos mandou pregar o evangelho a toda a criatura. Em Cristo o crente pode ter a certeza da salvação. A segurança da salvação faz toda a diferença. O mundo se assegura em coisas temporais e, passando aqueles momentos banais, não lhes resta nenhuma certeza (v.14).

 

14.O apóstolo Paulo, no início do capítulo, exortou aos tessalonicenses a não se deixarem enganar por ensinos errados, como que vindos da parte dele. A exortação, agora, é para que guardem as tradições que ele deixou por palavra ou por carta. Se os crentes removerem os marcos antigos, ou seja, a boa tradição da Palavra de Deus, ficaram inseguros com os ventos de doutrina. Temos de nos agarrar às verdades bíblicas.  As tradições familiares fortalecem as pessoas para quando lhes faltar motivação na vida se agarrem àquilo que lhes mantiveram até o momento. Da mesma forma, e ainda mais forte, as tradições da igreja nos mantêm animados, mesmo diante das dificuldades. O fato do crente saber que pode chegar à igreja, junto com os irmãos e louvar a Deus, orar, cantar, pedir oração e ouvir as mesmas velhas santas palavras o mantém firme em um mundo conturbado (v.15).

 

15.Esta é a certeza que temos, o consolo de Jesus Cristo. A consolação que temos não se limita aos nossos sofrimentos momentâneos, mas se estende por toda a eternidade por causa da graça em Cristo Jesus. Nesse consolo somos confirmados na Palavra de Deus e toda a obra feita em Cristo terá recompensa. O crente não pode viver na incerteza, mas debaixo da segurança da salvação e do consolo que há em Cristo Jesus. Nada poderá nos afastar do Senhor (v.16-17).

 

As certezas que o crente pode ter em Cristo (2 Ts 2.13-17)

1.A certeza da salvação (v.13-14)

2.A certeza da consolação (v.15-17)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 3: Oração e prática

1.O poder da oração (As duas ilustrações do livreto “O poder da oração” de Basilea Schlink)[6]

“1) Um antigo pintor retratou em um quadro o poder da oração. Numa balança, observamos que o prato com cinco demônios é sobrepujado pelo peso de um menino que ora. Este quadro é um símbolo que nos indica como a oração, mesmo sendo de uma criança, vence o poder de cinco demônios.

 

2) Uma frase numa casa da Bavária: ‘Assim como o afiar da foice não retarda a colheita, a oração não atrasa o trabalho!’ É insensato se dirigir ao trabalho da colheita sem afiar a foice. Certamente pode-se trabalhar, mas não se alcançará nenhum resultado. Necessita-se para a mesma tarefa um duplo esforço  e o dobro do tempo, além de causar aborrecimentos. Quando se dispõe de pouco tempo e há muito trabalho a executar, cuidadosamente se afia a foice, e dessa maneira o trabalho será feito com êxito.”

 

1.Paulo pede que os tessalonicenses orem por ele. Por este pedido já podemos descobrir algumas finalidades da oração. Há uma necessidade urgente, ainda hoje, para todos os que creem Na Palavra de Deus. Orar é urgente. Estamos atarefados com muitas atividades, mas a oração deve ocupar o lugar principal de nossa vida. Paulo nunca abriu mão da oração. Ele orava pelos irmãos, pelos perdidos e por si mesmo. Além disso, ele pediu oração aos irmãos pelo seu ministério (v.1).

 

2.A cena que se passa pela mente de Paulo é aquela linda cena que deveria passar por nossos pensamentos. Um mundo sendo alcançado com o Evangelho. A vinda de Cristo não está limitada ao mundo conhecer o Evangelho, mas a razão da existência da Igreja na terra está ligada a isto. A Igreja deve propagar a mensagem de salvação (v.1).

 

3.A Palavra de Deus precisa ser exaltada. Novamente, a Bíblia não está limitada ao conhecimento de todos para ser exaltada. A Palavra de Deus já é exaltada, mas é um privilégio da Igreja fazer com que todos conheçam o poder dessa Palavra (v.1).

 

4.Os tessalonicenses tiveram o prazer de conhecer o caminho da salvação através da pregação de Paulo. Agora, eles deviam orar para que Deus levantasse obreiros para a expansão dessa mensagem. Cada crente deve orar por aqueles que levam a mensagem e se colocar nas mãos de Deus para ser usado de alguma forma, indo, orando ou contribuindo com seus bens para fazer possível a pregação do Evangelho a todo o mundo (v.1).

 

5.Sabemos daquele irmão que estava no seu escritório debruçado sobre o globo e chorando para que o mundo perdido tivesse a oportunidade de conhecer o Salvador Jesus Cristo. Nós que temos essa mensagem devíamos ser sensibilizados com isto. Sem o Evangelho o mundo está perdido para sempre no Lago de Fogo. Esta cena devia estar bem viva em nossas mentes (v.1).

 

6.O trabalho missionário não é tão fácil. Levar a luz para o mundo em trevas requer renúncia. Há muitos que não querem o Evangelho. Satanás está por trás de toda a tentativa de estorvar o avanço do Evangelho. Paulo sempre encontrava homens perversos que não compartilhavam da mesma fé. Este Evangelho é cheiro de vida para os que creem, mas é cheiro de morte para os que perecem (v.2).

 

7.As perseguições não podem impedir o crente de transmitir o Evangelho Eterno. Deus é fiel e nós devemos ser fiéis também. Para que esta mensagem salvadora chegasse até nós, muitos tiveram que sofrer e até dar a sua própria vida. O mínimo que fazemos em gratidão é facilitar o avanço dessa mensagem com nossas orações, bens e vida, bem como a vida de nossos filhos (v.2).

 

8.Se precisamos de confirmação de que este é o caminho certo, Deus nos dará. A obra é Dele. Ele já ordenou em Sua Palavra para irmos e pregarmos o Evangelho a todas as nações. Se os daqui não querem ouvir devemos partir para outros lugares. Mas, ainda que aqui estejam ouvindo, devemos alcançar outros lugares, também. A pregação do Evangelho é simultânea. “Tanto em como em”. Tanto em Jerusalém como em Samaria e até aos confins da terra (v.3).

 

9.Satanás nunca se agradou da obra de Deus, por isso, devemos aguardar perseguição e pessoas contrárias, até mesmo em nosso meio. Porém, Deus nos guardará do Maligno, conforme Paulo animou os tessalonicenses. A obra missionária deve ser uma das finalidades de nossas orações. A Palavra de Deus sendo espalhada é uma cena linda e como resultado disso, a cena no céu em Apocalipse 5.9 será uma cena maravilhosa que já deve passar em nossa mente (v.3).

 

10.Todo crente devia ser fiel e produtivo na obra de Deus. Alguns sonham com um grande coral, com um templo magnífico ou várias reuniões sociais bem alegres na Igreja. Isto só devia ocupar a nossa mente quando a prioridade de Missões e dedicação completa de nossas vidas estivessem realizadas. Mas, a pergunta é: Para que Deus deixaria a Igreja na terra se a obra já estivesse completa? Portanto, a finalidade das nossas orações devia ser a de ver vidas transformadas pelo poder do evangelho (v.4).

 

11.Paulo via os crentes tessalonicenses obedecendo a Palavra. As nossas orações são muito egoístas e materiais. Viver para o Senhor em santidade de vida e dedicação é o alvo para a Igreja. Precisamos ver mais esta finalidade em nossas orações (v.4).

 

12.O melhor caminho para o crente é em direção ao amor de Deus e à constância de Cristo. O Senhor Jesus Cristo já falava de constância quando disse “se permanecerdes em mim e as minhas palavras em vós”. Podemos pedir o que quisermos, mas se estamos permanecendo em Cristo, até os nossos pedidos serão mudados do egoísmo para os interesses Dele e saberemos o que são respostas de oração verdadeiras (v.5).

 

13.Esta é a finalidade da oração. Cada crente pensando como seria se todos fôssemos mais obedientes ao Senhor. Como seriam nossas orações se pedíssemos por esses assuntos? O que vem às nossas mentes quando fechamos os olhos em oração? Um carro, uma casa, um futuro bem-sucedido financeiramente para os nossos filhos? Ou as cenas maravilhosas da expansão do Evangelho para os vilarejos espalhados no mundo e uma vida dedicada ao Senhor? Precisamos parar de sonhar com as coisas deste mundo e pensar mais nas coisas do alto, pois elas têm recompensa eterna. O fim das riquezas são as traças, mas a finalidades da oração são almas convertidas ao Senhor Jesus (v.5).

 

14.A oração não está sozinha, mas é acompanhada de um bom testemunho. O trabalho é um bom exemplo de que o crente é zeloso pelo nome de Deus. A finalidade do trabalho é uma vida de ordem e disciplina na vida cristã (v.6).

 

“Com autoridade apostólica Paulo ataca o problema da preguiça que estava infestando a igreja tessalonicense. Fazendo seus amigos se lembrarem de sua própria diligência, ele ordena que os preguiçosos sejam disciplinados com firmeza, embora com amor.”[7]

 

15.Sabemos que o desemprego colocou muitas pessoas em situações constrangedoras, porém, trabalhadores, de verdade, ainda que desempregados, não ficam parados. O texto fala de preguiçosos e desordeiros. Estes são um mal testemunho para a igreja e devem ser advertidos (v.6).

 

16.Algumas companhias corrompem os bons costumes e a boa tradição. O evangelho faz do preguiçoso um trabalhador; do mentiroso, alguém verdadeiro; do mulherengo, um homem respeitoso e do ladrão, um doador. Se pessoas convertidas não estão sendo transformadas, o melhor é nos afastarmos delas (v.6).

 

17.O evangelho é cheio de boas tradições, as quais não devemos desprezar. Uma das tradições recebidas é a operosidade. Tanto na igreja, quanto na sociedade. O crente é o melhor funcionário e o melhor cidadão. Os pastores deviam ser um exemplo disto, mas quantos são preguiçosos, vivendo do dinheiro do povo, sem se importar com suas necessidades. Paulo era um exemplo de um pastor ordeiro e trabalhador. Paulo não aceitou dinheiro em dois lugares. Em Corinto, pois não o aceitavam como apóstolo e em Tessalônica porque alguns decidiram não trabalhar mais, pois se Cristo já veio, como diziam alguns, nada mais importava (v.6).

 

18.O trabalhador é digno do seu salário. No caso de Paulo, ele dava alimento espiritual e era lícito esperar que as pessoas o recompensassem com o alimento físico, mas em Tessalônica era necessário se privar disto para ensinar para eles sobre o trabalho. A famosa frase dos judeus, usada por Paulo é repetida para nossos filhos: “Quem não trabalha, não come”. É um bom testemunho trabalhar. Não há trabalho, de modo geral, desqualificado. Todo trabalho, por si mesmo, já é honroso. Antes de Adão pecar recebeu a ordem para cuidar do jardim. O trabalho é uma tradição milenar e os crentes devem dar continuidade. Os que se recusam a trabalhar são desordeiros e não seguem a boa tradição. Devemos repreendê-los ou afastá-los de nós (v.7).

 

19.“Mente vazia é oficina do diabo”. Ninguém consegue só comer e dormir. Em algum tempo nesse intervalo acabará fazendo alguma coisa. Os desordeiros se ocupam com coisas inúteis. Algumas coisas não são erradas por si mesmas. Nem o lazer é errado. Porém, deixar de trabalhar para se dar ao lazer excessivo é andar desordenadamente. Há uma maneira de não ser pesado; é trabalhar sem a pretensão de ficar rico, isto é, com sossego. É uma forma de ocupar a mente com a subsistência e ao mesmo tempo andar em ordem aos olhos de Deus e dos homens (v.8-12).

 

20.O crente não deve se cansar de fazer o bem. Os desordeiros só pensam em si e não ocupam sua mente com outros. O apóstolo ensina que o desordeiro e preguiçoso deve se envergonhar e não nós. Ele deve sentir que a igreja não está contente com sua atitude. Mas ao mesmo tempo, a igreja não deve se tornar inimiga dele, mas repreendê-lo com amor (v.13).

 

21.As desordens dos que não trabalham é que não guardam a boa tradição e que se ocupam com coisas inúteis. Na igreja deve ter ordem e decência. Isto equivale dizer que a vida fora da igreja deve ser com ordem e decência também. A igreja não apoia a preguiça, mas o trabalho com esforço e sem pretensão de riqueza rápida. A finalidade do trabalho é uma vida disciplinada e ordeira (v.14-15).

 

22.A bênção de Paulo era escrita por ele, o que não acontecia com o restante do conteúdo, que era escrito por um amanuense, sob seu ditado (v.16-18).

 

Algumas finalidades da oração e do trabalho (2 Ts 3.1-18)

1.A oração abre o caminho dos missionários para a pregação da Palavra (v.1-5)

2.O trabalho abre o caminho dos crentes para a ordem e disciplina cristãs (v.6-18)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2009

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Knowing God through Tessalonians – 2 Ts 1.8 - Herb Vander Lugt (©1997 RBC Ministries--Grand Rapids, MI)

3.     Notes on 2 Tessalonians, pg. 7 – 2 Ts 1.6-8 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

4.     Notes & Outlines – 2 Ts 2.2 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

5.     Quem detém o Anticristo? – 2 Ts 2.6-7 - Anísio Renato de Andrade (SEBEMGE - Seminário Batista do Estado de Minas Gerais - 23 de setembro de 1996 - Belo Horizonte - MG

6.     O poder da oração – M. Basilea Schink (Irmandade Evangélica de Maria no Brasil – Curitiba – PR – carece de outras informações de data e página). Obs: Esse grupo de mulheres evangélicas possuem mais de 100 títulos. Não são da Igreja Católica como alguns podem julgar a partir do nome do grupo.

7.     Comentário Bíblico Moody – 2 Ts 3.6 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

 

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

[2] Knowing God through Tessalonians – 2 Ts 1.8 - Herb Vander Lugt (©1997 RBC Ministries--Grand Rapids, MI)

[3] Notes on 2 Tessalonians, pg. 7 – 2 Ts 1.6-8 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[4] Notes & Outlines – 2 Ts 2.2 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[5] Quem detém o Anticristo? – 2 Ts 2.6-7 - Anísio Renato de Andrade (SEBEMGE - Seminário Batista do Estado de Minas Gerais - 23 de setembro de 1996 - Belo Horizonte - MG

[6] O poder da oração – M. Basilea Schink (Irmandade Evangélica de Maria no Brasil – Curitiba – PR – carece de outras informações de data e página). Obs: Esse grupo de mulheres evangélicas possuem mais de 100 títulos. Não são da Igreja Católica como alguns podem julgar a partir do nome do grupo.

[7] Comentário Bíblico Moody – 2 Ts 3.6 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

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