57 2 Timóteo

 2 Timóteo

Silhueta, Mãos, Algemas, Black, Humano

Introdução[1]

1.Autor da carta

O apóstolo Paulo.                                                

2.Data e local da carta

Essa carta é bem pessoal de Paulo a Timóteo. Aqui não há tanta instrução organizacional, mas conselhos de um pai para um filho. Há um clima de despedida, pois Paulo estava preso e já sabia que

seria morto. Portanto, a carta deve ter sido escrita antes de Nero incendiar Roma, no ano 64 d.C.

 

3.Cidade

Roma era a capital do mundo da época. Segundo o Manual Bíblico de Halley, Roma era a “Cidade rainha da terra. Centro de interesse histórico. Durante dois milênios (2º século a.C. ao 18º d.C.) foi a potência dominadora do mundo. É ainda chamada ‘Cidade Eterna’. A população na época era de 1.500.000, metade de escravos... A população total do Império era de 120 milhões”.

 

4.Objetivo da carta

Paulo queria Timóteo perto dele no final da vida. O pedido de Paulo é insistente para que Timóteo vá para Roma. Isto deveria ser feito antes do inverno, pois o Mar Mediterrâneo era inavegável no inverno devido aos fortes ventos. Paulo quando foi para Roma no inverno, como prisioneiro, sofreu aquele famoso naufrágio. Paulo quer desafiar Timóteo a ficar firme no testemunho e ministério.

 

5.Versículo-chave da carta

Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus” (2 Tm 1.8). O servo de Deus espera as perseguições, mas vê nisto a honra de participar dos sofrimentos de Cristo.

 

6.Tema e palavras-chaves

O tema é “Os sofrimentos por causa do evangelho”. Claro que a palavra chave é sofrimento, mas outras duas poderiam ser acrescentadas: “fiel” e “permanece”. Todos sofrem, mas nem todos permanecem fiéis ao Senhor.

 

7.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

1) Depósito (1.12-14). Alguns enfatizam que o bom depósito é o galardão do crente. Porém, Paulo ordena que Timóteo guarde o bom depósito. Pode ser que no versículo 12 Paulo se refere à recompensa que receberá do Senhor por sua fidelidade na sã doutrina. No versículo 14, Paulo incentiva Timóteo a ser fiel na sã doutrina que é um depósito desejável para os falsos mestres os quais querem roubar e deturpar.

 

2) Deus nos negará (2.12). Não sabemos exatamente como Deus fará isso com um crente, mas sabemos que Jesus também falou sobre testemunhar e ser reconhecido diante dos anjos e negar e ser negado. Jesus também falou sobre não perdoar e não ser perdoado. Haverá um Tribunal de Cristo onde nossas obras boas e más serão julgadas. O que importa é que vale ser um seguidor fiel de Cristo, não haverá o que temer (2 Co 5.10, Rm 14.10).

 

3) Janes e Jambres (3.8). A tradição judaica atribui esses nomes para os magos que enfrentaram Moisés. No VT não temos essa informação. Paulo aceitou uma informação comum e inseriu no seu escrito. Portanto, é inspirado e esses eram os nomes deles.

 

4) Derramado como libação (4.6). Libação era o ato de derramar sangue ou vinho ao pé do altar e nos chifres do altar. Indica o fim do sacrifício. Paulo também sabe que sua vida foi uma entrega no altar de Deus e agora já está de partida desse mundo.

 

Capítulo 1: Saudação e as durezas do ministério

1.Paulo não muda muito a sua saudação para Timóteo nesta segunda epístola. Ele é apóstolo não porque se voluntariou para isto, mas porque foi da vontade de Deus (v.1).

 

2.Desta vez Paulo escreve de Roma, muito próximo ao seu martírio. O conteúdo é muito pessoal e de despedida. As instruções não são tanto para a igreja de Éfeso, onde Timóteo está, mas instruções pessoais de Paulo para o seu querido discípulo. Como o contexto é a morte de Paulo, a saudação apela para a “promessa da vida que está em Cristo Jesus” (v.1).

 

3.Esta epístola deve ter sido escrita no final do ano 66 a.D. Paulo foi preso em Roma. A sua primeira prisão era em casa, alugada por ele mesmo. Esta prisão durou dois anos, como vemos em Atos 28.16,30. É muito provável que depois disto tenha sido solto. Neste tempo, Paulo teria ido para Macedônia, de onde teria escrito a primeira epístola a Timóteo. Pode bem ser que Paulo tenha encontrado Timóteo em Éfeso. Paulo foi preso pela segunda vez (1 Tm 4.16-18). E daí saiu somente para a glória.

 

4.A saudação para Timóteo continua a ser “graça, misericórdia e paz”. Tanto Paulo como Timóteo necessitam da misericórdia de Deus por causa das perseguições, prisões e até morte. Mas em tudo o bom ministro goza da paz interior por causa da graça de Jesus Cristo (v.2).

 

5.Paulo passou por muitas durezas no ministério, mas nunca deixou de ter um coração grato. Este é um grande ensinamento para todos os obreiros. A gratidão a Deus (v.3).

 

6.Paulo serve a Deus antes mesmo de ser discípulo de Cristo. É claro que devemos entender que ele servia a Deus sem o conhecimento exato daquilo que deveria fazer. Paulo seguia os preceitos da lei, mas sem entendimento do cumprimento da lei em Cristo. A consciência pura não significa consciência correta. Alguém pode seguir a sua consciência naquilo que foi ensinado como correto, mas ele pode estar “sinceramente errado”. Quando Paulo perseguia os cristãos ele cria que estava fazendo para Deus, a Quem ele tinha zelo. Paulo era um judeu de linhagem, por isso, agia em conformidade à tradição de seus antepassados (v.3, Rm 10.2).

 

7.O amor de Paulo por Timóteo é provado pelas orações. Se quisermos demonstrar amor pelas pessoas um bom começo é orar por elas. Não é difícil orar pelos outros, o difícil é permanecer. A frequência das orações de Paulo por Timóteo demonstra a responsabilidade pelo ministério. Antes de pedir orações, devemos nós mesmos orar incessantemente pelos assuntos de nossa responsabilidade. Todos devem orar pelos outros, mas cada crente deve ter sua própria agenda de oração e ser fiel por sua responsabilidade (v.3).

 

8.Paulo desejava ver Timóteo, mas isto não era possível, pois Paulo estava preso. Timóteo chorava de saudades de seu mestre, no entanto, Paulo é quem seria consolado em ver Timóteo. Isto só poderia acontecer se Timóteo deixasse Éfeso e procurasse Paulo pelos calabouços de Roma (v.4).

 

9.De muitas lembranças que Paulo tem de Timóteo, talvez a mais marcante seja a vida de fé sincera do jovem discípulo. Poucas virtudes marcam mais a vida do bom ministro do que uma vida de fé. A fé sem fingimento é aquela em que não há crítica ou julgamento sobre as motivações (v.5).

 

10.Loide e Eunice foram mulheres que incentivaram a fé de Timóteo. É muito provável que Timóteo tenha se convertido bem jovem com a mãe e a avó. Paulo seria o pai na fé de Timóteo somente no sentido de trazer mais luz a respeito das verdades espirituais (v.5).

 

“A fé de Timóteo era pura, sem mistura com a desconfiança e incredulidade. A mãe dele e a avó também demonstravam uma fé autêntica em Cristo. Sem dúvida, elas foram instrumentos na salvação de Timóteo. Os traços físicos e espirituais, frequentemente, vêm de uma geração à outra. Quanto mais pessoal a carta de Paulo, mais ele menciona nomes. Ele mencionou 22 nomes nesta carta e nove em Filemom.”[2]

 

11.Sendo que Timóteo desenvolve em sua vida uma fé sincera, ele pode entender perfeitamente a linguagem espiritual de Paulo sobre o dom de Deus para o ministério. Este dom pela imposição das mãos de Paulo não é algo diferente daquela bênção e compromisso que todo ministro tem hoje, quando é reconhecido por outros pastores. A imagem da ordenação ao ministério deve sempre vir à mente do bom ministro. Ali se deu o compromisso, na maioria dos casos, para o exercício integral da obra (v.6).

 

12.O ministério é marcado pelas durezas e, por isso, o ministro pode se amedrontar, mas Paulo incentiva Timóteo, fazendo-o lembrar que o espírito do ministério cristão é de fortaleza, amor e moderação. A força para o ministério vem de Deus e não do ministro. O bom ministro tem o amor derramado por Deus em seu coração para socorrer os aflitos. A moderação indica autocontrole. A mente do ministro é sadia e não desequilibrada (v.7).

 

13.Por causa das durezas e perseguições que há no ministério, Timóteo poderia ser tentado a ter vergonha do testemunho e de Paulo, pois afinal ter um mestre preso pode não ser honra para o aluno. Paulo não apenas diz que Timóteo não deve se envergonhar como incentiva a se tornar participante ativo das aflições resultantes do evangelho. De fato, Timóteo se tornou participante de tal forma que até foi preso (Hb 13.23). Para suportar as aflições do evangelho o bom ministro deve confiar no poder de Deus. Mas como Paulo disse, o ministério é feito de um espírito de fortaleza, ou seja, do poder de Deus. É necessário apenas crer e não tirar forças de outro lugar que não seja a Pessoa de Deus (v.8).

 

14.O ministério é divino e apoiado pelo poder de Deus. Com este poder fomos salvos e chamados para o Corpo de Cristo. Esta é a vocação do crente, ou o chamamento. As nossas obras não tiveram nada a ver com a salvação. Se existiu uma obra foi aquela que Jesus Cristo ensinou em João 6.28-29, a obra de crer. O propósito de Deus foi manifestar a Sua graça em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos. Não significa que fomos salvos antes de existir mundo ou antes de nascermos ou até antes de nos convertermos, mas simplesmente que a graça de Deus em Cristo Jesus e o Seu propósito salvador fez parte Dele deste a eternidade, como o próximo versículo esclarece (v.9).

 

15.Esta graça esteve por toda a eternidade, mas foi manifestada em Cristo na cruz. Este é o evangelho eterno. Em Cristo, o crente não passa pela segunda morte, que é a morte eterna. É uma mensagem poderosa que o bom ministro tem. Paulo foi apontado por Deus para pregar este evangelho. O conhecimento completo foi dado a Paulo. Outros só conheciam o plano de Deus para os judeus, mas para Paulo foi revelado o conhecimento dos propósitos de Deus em unir judeus e gentios num só Corpo, a Igreja (v.10-11).

 

16.O preço que Paulo tem de pagar por causa desse evangelho são as durezas do ministério. Mas para ele não é motivo de vergonha, pois a sua esperança está no autor do evangelho, Jesus Cristo. Paulo confia no poder de Deus para manter o depósito, que é a sã doutrina, até o dia em que não estiver mais em perigo. É verdade que Deus guarda Paulo, mas a verdade desse versículo é que Deus está guardando a sã doutrina, o depósito. Também não se trata dos galardões de Paulo, pois estes não correm perigo lá no céu. A sã doutrina, sim, corre perigo aqui na terra por causa dos falsos mestres (v.12).

 

17.Timóteo não tem o direito de mudar o modelo das palavras sadias. A doutrina dos apóstolos não pode ser moldada, pois já existe um molde, um padrão um modelo, um tipo. O bom ministro deve apenas seguir a fé e o amor que há em Cristo. Como já vimos o bom depósito são as palavras sadias da doutrina dos apóstolos. O Espírito Santo dará poder e ousadia para o bom ministro, mesmo em meio às durezas do ministério, proteger a sã doutrina. O apóstolo Paulo teve de enfrentar o abandono dos seus companheiros, além das durezas que o ministério oferece. Figelo e Hermógenes são exemplos disto (v.13-15).

 

18.Deus dá ao bom ministro algum alívio em meio às durezas do ministério. Para Paulo, o alívio veio de uma família querida para ele, a família de Onesíforo. Este irmão não se envergonhou por Paulo ser um prisioneiro do evangelho e nem teve medo de procurá-lo pelos calabouços de Roma. Talvez teve que pagar um preço por essa ousadia, a própria vida. Note que Paulo menciona a casa de Onesíforo e deseja que o Senhor recompense Onesíforo naquele dia. É muito provável que Paulo esteja apenas lembrando desse irmão que já teria se sacrificado a favor de Paulo. Evidentemente, nem todos concordam com o pensamento de que Onesíforo tenha morrido, como o comentário a seguir (v.16-18).

 

“Vários comentaristas, notadamente católicos romanos, partindo das referências à casa de Onesíforo (mencionada novamente em 4: 19) e à expressão "naquele dia", têm argumentado que Onesíforo àquela altura estava morto e que, por conseguinte, no versículo temos uma oração em favor de um falecido. Isto, na verdade, não passa de uma simples e gratuita conjectura. O fato de Paulo mencionar primeiro Onesíforo e depois sua casa não dá a entender necessariamente que estejam eles separados em virtude de sua morte; é mais viável crer que fosse devido à distância: Onesíforo estava ainda em Roma, enquanto que sua família permanecia em casa, em Éfeso. ‘Considero que é uma oração em separado pelo homem e por sua família’, escreve o Rev. Moule, ‘por estarem então separados um do outro, por terras e mares... Não há necessidade alguma de interpretar que Onesíforo tivesse morrido. A separação de sua família, por uma viagem, isso é o que se depreende da passagem.”[3]

 

19.Onesíforo era bem conhecido de Timóteo, pois era de Éfeso, onde Timóteo trabalha. Paulo foi fiel à sã doutrina, porém, teve de sofrer para isto. Outros foram fiéis juntamente com Paulo, mas alguns foram infiéis não querendo pagar o preço das durezas do ministério (v.18).

 

Por que abraçar (cuidar, apoiar) a obra de Deus? (2 Tm 1)

1.Porque os servos de Deus estão fazendo a vontade Dele (v.1-2)

2.Porque os servos de Deus investem em vidas (v.3-5)

3.Porque os servos de Deus são enviados por Deus (v.6-8)

4.Porque os servos de Deus sofrem pelo evangelho (v.9-12)

5.Por que os servos de Deus quase sempre são abandonados (v.13-18)

 

Capítulo 2: A continuidade do evangelho através do sofrimento do bom ministro e os cuidados para com o ministério

1.Paulo não exige que Timóteo seja forte por si mesmo, mas que confie na força que a graça de Jesus Cristo oferece. Nenhum obreiro teria condições de levar adiante as palavras do ministério por forças próprias (v.1).

 

2.O evangelho, que é a sã doutrina com todas as palavras e durezas envolvidas, é como uma corrida de bastão. Um corredor deve se esforçar para chegar até o seu companheiro, entregando o valioso bastão para que este termine de conduzir. Ao largar o bastão, o corredor deve torcer pelo companheiro, mas não pode interferir mais. Porém o objetivo é um só. Se um ganha todos ganham, se alguém falha todos perdem. É importante escolher bons corredores para a largada para o meio e para o fim da corrida. O princípio do discipulado é bem aplicado na preparação de obreiros. (v.2).

 

3.No ministério, as aflições são certas, assim como um soldado sofrerá privações e durezas no campo de batalha. Deus prepara o bom ministro com um treinamento que inclui sofrimento para que esteja pronto para o campo, onde as situações são reais e imediatas (v.3).

 

4.Um soldado até se preocupa com as coisas que deixou para trás, porém, fica impossibilitado de atender às necessidades as quais podia com certa facilidade socorrer. Quanto mais um soldado se concentrar no objetivo da guerra, menos necessidade terá de pensar em outros afazeres (v.4).

 

“Este versículo tem sido usado como um argumento para o celibato clerical. Entretanto, o argumento de Paulo é que a ênfase não deve ser colocada sobre esta vida, mas na vida que há de vir.”[4]

 

5.O bom soldado, embora não divulgue isto aos companheiros, tem um desejo secreto de se tornar um herói e de receber alguma condecoração. O bom ministro também tem uma santa ambição, a de servir bem ao Seu Senhor e receber Dele a recompensa pelo seu ministério (v.5).

 

6.Paulo está falando da continuidade do evangelho através do discipulado de outros servos fiéis. O militar também treina outros para a boa batalha. Agora é a vez do lavrador (v.6).

 

7.O lavrador sempre tem em mente a continuidade dos frutos da terra, por isso, ele cuida da terra antes de plantar, durante o plantio, durante o crescimento e até mesmo depois da colheita, pensando no próximo ciclo de plantio e colheita. O lavrador tem o direito de se beneficiar dos primeiros frutos. Deus dará o privilégio ao bom ministro de participar, na eternidade, dos frutos de seu ministério. Necessariamente não são os convertidos, mas muito mais do que isso, tudo o que se faz para o Senhor, haverá colheita bendita (v.6).

 

8.Timóteo talvez esteja tremendo diante de tanta responsabilidade, a de dar continuidade aos frutos divinos. Mas lembremo-nos do primeiro versículo, Timóteo não tem forças, mas deve se fortificar na graça que há em Cristo Jesus. Deus dará entendimento ao obreiro que for obediente (v.7).

 

9.Jesus é o exemplo supremo sobre a fidelidade nas lutas. Mas, Timóteo não devia se lembrar de Jesus Cristo morto, apenas, mas ressuscitado. “Lembra-te de Jesus” parece uma ordem estranha, mas a Ceia é um instrumento dado por Cristo para não esquecermos dos Seus sofrimentos, pois em meio ao nosso ativismo podemos esquecer do centro da nossa fé (v.8).

 

10.Paulo não coloca sobre Timóteo um fardo que ele próprio não tenha carregado. Paulo é outro exemplo sobre a fidelidade nas lutas. Ele sofre como se fosse um criminoso (v.9-10).

 

“Qual é o aspecto da salvação que está em foco? O significado pretendido é evidente nos versículos subsequentes a respeito da fidelidade de Deus. Paulo deseja sofrer dificuldades pelos interesses dos crentes (os eleitos) para que possam também (assim como ele) obter a prometida salvação que está em Cristo Jesus e a garantia da glória eterna. Não é que a salvação dos eleitos dependa dos sofrimentos de Paulo por eles. Antes, é somente que ele deseja vê-los terminar bem. Ele quer ajudá-los ir para o céu e sofrer todas as coisas para vê-los a salvo na glória”[5]

 

11.Fomos crucificados com Cristo, por isso, viveremos com Ele em novidade de vida aqui na terra. O tema não é só que iremos para o céu e participaremos do reino milenar, mas “viveremos com Ele” significa que uma vez mortos para nós mesmos, podemos andar como Ele quer (v.11).

 

12.De um modo geral, todos os crentes reinarão, porém, no Milênio deverá haver privilégios e prêmios para os perseverantes nos sofrimentos e perseguições. Usamos a expressão “fidelidade de Deus”, quase que exclusivamente, para o que denota as bênçãos Dele sobre nós, mas o fato é que se somos ou formos infiéis, Ele permanece fiel, ou seja, Ele nos repreende, pois faz parte de Sua fidelidade (v.12-13).

 

Ilustrações do sofrimento na obra de Deus (2 Tm 2)

1.O exemplo do soldado (v.1-4)

2.O exemplo do atleta (v.5)

3.O exemplo do agricultor (v.6-7)

4.O exemplo de Jesus Cristo (v.8)

5.O exemplo do apóstolo Paulo (v.9-13)

 

13.O bom ministro dará continuidade à sã doutrina através do sofrimento. É uma realidade que segue o mesmo princípio da plantação. Para viver é necessário morrer. Para produzir é necessário sofrer.

 

14.Um cuidado que Timóteo deve tomar é “recomendar estas coisas”. Portanto, tudo o que ouviu de Paulo deve lançar aos crentes em forma de mandamento. O bom ministro deve evitar contendas, falatórios inúteis e profanos. Conversas irreverentes são apenas um exemplo disso. O versículo fala de subversão, ou seja, ruína e destruição (v.14).

 

15.O bom ministro deve se apresentar como bom obreiro e como um bom manejador da Bíblia. “Manejar bem” é a tradução da palavra grega “orthotomeo”, que significa “cortar em linha reta”. Dessa forma, o bom obreiro deve, mediante o uso da Bíblia, delinear muito bem os aspectos da vida cristã. (v.15).

 

16.Algumas vezes, Paulo usou a palavra “piedade”, agora usa o antônimo, que é “impiedade” para fazer o contraste do que o obreiro deve evitar (v.16).

 

17.Há pessoas que espalham contendas na igreja com sua linguagem. O resultado é que corrói o meio. Às vezes é possível detectar logo no início e tratar, mas outras vezes é tarde demais e outros membros já estão contaminados. A palavra original é “gangrena” (v.17).

 

18.Conhecendo o modo de Paulo trabalhar, é muito provável que Himineu já tinha sido disciplinado (1 Tm 1.20). Não sabemos se a igreja obedeceu a Paulo, ou se ele teve que intermediar o caso (v.17).

 

19.Os gnósticos não aceitavam a ressurreição física, pois consideravam a matéria má. A ressurreição para eles era apenas um reavivamento espiritual. Diziam que o corpo é a “prisão” da alma. Morrendo alguém a alma fica livre. Admitir a ressurreição para os gnósticos é voltar ao corpo, ou seja, voltar à prisão novamente. Na igreja alguns estavam-se enfraquecendo por causa deste ensino (v.18).

 

20.Em contraste com os crentes fracos do v.18, o “firme fundamento” permanece, ou seja, a Igreja de Deus permanece. A Igreja de Deus (invisível) tem um selo e este selo leva dois lemas: 1) O Senhor conhece os que Lhe pertencem (Nm 16.5), 2) Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor. A referência é à rebelião de vários indivíduos contra Moisés. Dentre estes, Coré (v.19).

 

21.Paulo também foi chamado de vaso escolhido (At 9.15). Até mesmo entre os salvos existe distinção: uns dão mais honra do que outros. Embora sejam mencionados quatro tipos de materiais, devemos entender que são duas classificações. A “Grande Casa” é a Igreja. Os vasos de ouro e prata são para honra e os vasos de madeira e barro para serviços de pouca estima. Os utensílios de ouro e prata referem-se aos crentes obedientes e os utensílios de madeira e barro referem-se aos crentes desobedientes. (v.20).

 

22.Quanto à ilustração não há como mudar. Os vasos de madeira ou barro nunca serão para honra e jamais se tornarão de ouro ou prata. Mas a respeito do crente desobediente, este sim, pode sofrer uma transformação, através da purificação. A aplicação desta ilustração é a seguinte: os crentes obedientes devem-se separar de Fileto e Himineu (v.21).

 

23.Devemos fugir, pois sem procurar as lutas e tentações, elas vêm sem pedir permissão. As “paixões da mocidade” podiam atingir Timóteo no sentido deste se orgulhar de ser pastor das igrejas do Império Romano, mesmo sendo tão novo. Não se refere aqui às paixões sexuais. Timóteo deve seguir a justiça, ou seja, fazer o que é correto. Os de coração puro seguirão as virtudes mencionadas: fé, amor e a paz (v.22).

 

24.As discussões são o mesmo que controvérsias. Alguns pontos teológicos não levarão a nada, exceto às discussões insensatas que tanto atrapalham a comunhão e o bom trabalho (v.23).

 

25.De utensílio, Paulo passou a falar de servo. O servo do Senhor não contende e é brando para com todos, isto é, gentil mesmo quando admoesta. O servo do Senhor é apto para instruir, isto implica em conhecimento e capacidade. O servo do Senhor é paciente, ou seja, suporta o mal sem ressentimentos (v.24).

 

26.Deve disciplinar com mansidão. Deve saber falar “boa palavra ao cansado”, mas por outro lado, deve entender que uma disciplina não é um elogio ou um consolo. Ao ir com espírito de mansidão, é possível até mesmo ajudar a pessoa a arrepender-se, livrando-a dos laços do diabo (v.25-26).

 

27.Para se tornar um bom ministro precisa tomar vários cuidados, pois a doutrina é ornamentada com a boa atitude e é manchada através dos maus relacionamentos e falta de fidelidade.

 

Capítulo 3: A mentalidade deste mundo. O sofrimento por ser fiel. A inspiração das Escrituras

1.A Igreja começou já nos seus últimos dias, pois a qualquer momento Cristo irá arrebatá-la. Nesses últimos dias os tempos se tornam trabalhosos. O bom ministro trabalha muito para guardar o bom depósito dos homens maus (v.1).

 

2.A lista se abre com o pecado de ser amante de si mesmo. O que segue é uma lista de pecados que surgem do coração corrompido, que ama mais a si mesmo do que a Deus (v.2-4)

 

Egoístas

Blasfemadores

Desafeiçoados

Cruéis

Enfatuados

Avarentos

Desobedientes aos pais

Implacáveis

Inimigos do bem

Amigos dos prazeres

Jactanciosos

Ingratos

Caluniadores

Traidores

Inimigos de Deus

Arrogantes

Irreverentes

Sem domínio de si

Atrevidos

 

“Desafeiçoado” é uma pessoa arruinada até mesmo em seus sentimentos naturais. Exemplo: Matricida.

 

3.Os ensinos dos hereges têm forma de piedade (religião), inclusive os hereges estão entre os crentes na igreja conforme o contexto indica (2.17-21). Apesar da aparência de religiosidade, não possuem o poder que é do Espírito Santo. “O reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder” (1 Co 4.19-20). Estes eram os “hipócritas religiosos”. Timóteo devia fugir destes. Jesus, embora andou com pecadores, ao mesmo tempo fugiu deles e de suas práticas (v.5).

 

4.Entre os pagãos usava-se a prática de conquistar mulheres para a religião, com a finalidade da “prostituição cultual”. Enquanto o marido está fora, as mulheres, cheias de pecados, “dão ouvidos a qualquer um” (traduzido aqui como “aprendem sempre”). Da mesma forma, os gnósticos enganavam mulheres. Tinham em sua doutrina a prostituição e lascívia (v.6-7).

 

5.Paulo menciona os dois mágicos que se opuseram a Moisés e a Arão no Egito. No V.T. não são mencionados os seus nomes (Êx 7.11), mas são mencionados no Targum (literaturas das tradições mosaicas) e também nos documentos de Cunrã e no Talmude[6]  (v.8).

 

6.Os hereges gnósticos usavam a feitiçaria? Talvez esteja implícito aqui, ou apenas são comparados a Janes e Jambres no sentido da oposição à verdade. Janes e Jambres fizeram surgir cobras, as quais foram comidas pelas cobras que Deus fez, também aparecer por mãos de Moisés (v.8).

 

7.Os hereges são “réprobos”, ou seja, desaprovados. Os gnósticos “não irão avante”. Devemos entender isto apenas no sentido de que as obras más deles serão manifestas na igreja e serão excluídos do meio dos crentes. Os gnósticos estão indo avante em seu sistema de engano até o dia de hoje. “Como também aconteceu com a daqueles”, ou seja, a insensatez dos gnósticos será evidente como foi evidente a insensatez de Janes e Jambres (v.9).

 

8.Paulo fala a Timóteo com uma amizade íntima através dos anos. Um bom professor ensina com a vida e não só com o ensino formal. Ele pode ensinar através de 9 itens, aqui chamados “os meus e as minhas” (v.10-11).

 

Os meus e as minhas (2 Tm 3.10-11)

1.Ensino = instrução         

2.Procedimento = maneira de viver

3.Propósito = determinação

4.Fé = confiança no Senhor

5.Longanimidade = disposição de sofrer o mal sem revidar

6.Amor - tanto a Deus como às pessoas

7.Perseverança = constância mesmo nas aflições e adversidades da vida

8.Perseguições = sofrimentos por causa da fé em Cristo Jesus

9.Sofrimentos - refere-se ao sofrimento de qualquer espécie na vontade de Deus

 

9.O discípulo não é maior do que o mestre. Timóteo está-se firmando num testemunho incontestável, seu mestre Paulo. Timóteo pode observar a vida de Paulo e provar que Deus usa alguém que Nele confia. O próprio Timóteo já fora preso (Hb 13.23). A seguir um breve relato dos sofrimentos de Paulo:

 

ANTIOQUIA - At 13.14,44-50 quando judeus invejosos contradiziam Paulo.

ICÔNIO - At 13.51-14.5 quando quiseram apedrejá-lo.

LISTRA - At 14.6-7,19-20 quando, de fato, o apedrejaram.

 

Lista de sofrimentos em geral - 2 Co 11.4-10

 

10.Não só Paulo, mas todos os que querem viver fielmente ao Senhor, sofrem. Os gnósticos que se opõem a Deus como Janes e Jambres irão de mal a pior. Aqui os gnósticos são considerados “impostores” (v.12-13).

 

11.Paulo incentiva Timóteo a permanecer naquilo que aprendeu e lembra de que não foi de enganadores que aprendeu, mas de sua avó e de sua mãe e, agora, mais claramente de Paulo. Timóteo teve uma base sólida desde a infância, sendo evidentemente o V.T.. Somente as Escrituras tornam alguém sábio para a Salvação pela fé em Cristo. Os gnósticos negavam a autoridade espiritual do V.T. (v.14-15).

 

12.Cada passagem é a Palavra de Deus, e portanto, proveitosa. Deus respeitou o aspecto intelectual de cada escritor, sim, mas tudo o que foi escrito foi exatamente o que Deus queria dizer. A Palavra de Deus é útil para o ensino, isto implica em que a Bíblia deve ser ensinada por alguém que tenha domínio de suas verdades. É útil para a repreensão, para convencer e mostrar a alguém sua culpa, a Bíblia deve ser o argumento. É útil para a correção. Somente a Bíblia pode endireitar os caminhos tortuosos e também é útil para a educação na justiça. A Bíblia instrui no caminho certo (v.16).

 

“Inspirada significa expirada por Deus. Ele tem plena autoridade divina porque é inteiramente a verdade e, portanto, é útil. As traduções alternantes do original como toda Escritura ou cada Escritura ambas são possíveis e implicam na mesma coisa: Se cada Escritura é inspirada, então toda também é.”[7]

 

13.O bom ministro de Cristo ganha o mesmo título que Elias ganhou (“homem de Deus”). Por meio das Escrituras o obreiro de Cristo torna-se perfeito, ou seja, capaz, eficiente, completo. Somente por meio das Escrituras e do estudo nelas é que o obreiro estará qualificado e capacitado para fazer o bem, pois outros fazem algum tipo de boas obras, mas não tem a mesma eficácia do que praticar o bem segundo as Escrituras e boa base nelas. Fazer o bem sem ter uma vida de devoção com a Palavra de Deus é um esforço da carne, e portanto, inaceitável por Deus (v.17).

 

14.O bom ministro deve permanecer na defesa da sã doutrina. Nunca faltarão hereges para tentar corromper esse bom depósito.

 

As características do mundo e as características do crente (2 Tm 3)

 

Características do mundo

1.Antinominianista (v.1-4)

2.Secularista (v.5)

3.Sexista (v.6-7)

4.Relativista (v.8-9)

Características do crente

5.Discípulo (v.10-11)

6.Piedoso (v.12-13)

7.Aprendiz da Palavra (v.14-17)

 

 

 

 

Capítulo 4: A persistência na boa doutrina diante dos dias maus e saudações

1.Deus julgará os vivos, ou seja, os crentes no Tribunal de Cristo e os mortos, ou seja, todos os perdidos de todas as épocas no Grande Trono Branco. Portanto, é um assunto que exige do bom ministro atenção (v.1).

 

2.”Instar” significa estar de prontidão e refere-se à urgência da mensagem. Quando Paulo diz para Timóteo: “a tempo ou fora de tempo”, evidentemente não está incentivando que ele se intrometa grosseiramente na vida dos outros, o que poderia somente atrapalhar a circulação da Palavra de Deus. Mas só pode se referir ao “tempo de Timóteo” e não ao “tempo do ouvinte”. É um incentivo a não ser negligente na pregação (v.2).

 

3.A transmissão dos ensinos bíblicos deve ser paciente, “com toda a longanimidade e doutrina” (v.2).

 

4.Muitos não mais ouvirão de boa vontade a sã doutrina, mas vão cercar-se de mestres que falam coisas que são agradáveis de se ouvir. Os ouvidos dessas pessoas estarão com “comichão”, sentindo a necessidade de que alguém “coce os seus ouvidos”, pois faz bem para eles. Assim ouvirão fábulas e darão crédito às mentiras (v.3-4).

 

5.Timóteo não seria aquele que satisfaria “a coceira dos ouvidos dos ouvintes fracos”, mas continuaria firme no propósito de pregar a imutável sã doutrina. Paulo diz a Timóteo, “Tu, porém” (v.5):

 

1.Sê sóbrio - livre da “embriaguez” espiritual.

2.Suporta todas as aflições - mesmo que não queiram ouvir a sã doutrina.

3.Faze o trabalho de evangelista - que é cuidar da igreja e, claro, envolve pregar o evangelho aos descrentes.

4.Cumpre cabalmente o teu ministério - crentes o abandonarão, mas Timóteo deve cumprir o ministério completamente.

 

6.Dt 12.27, Nm 28.7. A libação era o derramamento de sangue ou vinho ao pé do altar, por ocasião de um sacrifício. No caso, Paulo estava oferecendo sua própria vida (o derramamento de seu próprio sangue, Fp 2.17). A libação era feita lentamente. Semelhantemente a vida de Paulo foi um derramamento lento, durante toda a sua vida de crente (v.6).

 

7.A figura é de um atleta que fez tudo conforme as normas e venceu. O atleta recebia como recompensa honra e a coroa de louros colocada em sua cabeça pelo Imperador. Paulo receberá seu prêmio no dia do Tribunal de Cristo. Paulo “guardou a fé”, assim como o atleta guardava certas regras e obedecia. Da mesma forma que a “coroa de louros” estava reservada ao vencedor, Deus, também reserva a Sua coroa aos crentes vencedores e que anseiam por Sua vinda (v.7-8).

 

8.A pressa de Paulo em querer que Timóteo viajasse rapidamente se dava por alguns motivos. Ele queria a companhia valiosa de Timóteo nos momentos finais de sua vida. Paulo precisava de sua capa de frio. No inverno não havia navegação no Mediterrâneo. O inverno na região era de ventos fortes e chuvas, tornando a viagem perigosa, como aquela de Atos 27. No final da vida a pessoa deseja consigo aqueles que mais ama. Jesus teve o mesmo desejo (Mt 26.38) (v.9).

 

9.Demas era mencionado junto com Lucas, companheiros de Paulo (Col 4.14, Fm 24). Não sabemos os detalhes, porém, Demas pecou em não servir ao Senhor fielmente. Crescente e Tito não são criticados, por isso, entendemos que não abandonaram Paulo, mas estavam ocupados com o ministério (v.10).

 

“Alguns indivíduos que Paulo conhecia não eram fiéis nem confiáveis. Demas é citado apenas três vezes no Novo Testamento e, no entanto, essas três citações contam uma triste história de fracasso. Paulo refere-se a Demas, ao lado de Marcos e de Lucas, como ‘meus cooperadores’ (Fm

24). Na próxima referência, o chama apenas de ‘Demas’ (CI 4:14). Aqui (2 Tm 4:10) diz: ‘Demas [...] me abandonou’. O apóstolo dá o motivo: ‘tendo amado o presente século’. Como cristão, Demas havia ‘[provado] a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro’ (Hb 6:5), mas preferiu ‘[este] mundo perverso’ (GI 1:4). Em sua obra O peregrino, John Bunyan mostra Demas guardando a mina de prata na Colina do Lucro. É possível que Demas tenha sido seduzido de volta ao mundo pelo amor ao dinheiro. Paulo deve ter se entristecido profundamente ao ver Demas falhar de modo tão vergonhoso; no entanto, isso pode acontecer com qualquer cristão. Talvez esse fato explique por que Paulo fala tanto sobre as riquezas em suas epístolas pastorais.”[8]

 

10.Lucas é o amanuense de Paulo e, também o seu “médico particular”, talvez tratando de suas feridas. João Marcos tinha sido uma decepção antes (At 13.5,13, 15.37), agora, porém, é considerado útil no ministério. Isto mostra que os problemas entre os crentes podem ser resolvidos com o perdão e a mudança de atitude (v.11).

 

11.Paulo enviou Tíquico a Éfeso possivelmente para substituir Timóteo que iria para Roma ver Paulo. Embora Paulo tenha implantado muitas igrejas no mundo gentílico, contou com diversos cooperadores, pois era-lhe impossível atender às igrejas. Nem todos são um “apóstolo Paulo”, mas como “Tíquicos” certamente serão recompensados “com o galardão de profeta” (v.12).

 

12.A capa que Paulo queria era uma veste externa bem folgada para suportar o frio, que já era rigoroso em situação normal, agora muito mais, num calabouço. Não sabemos quais livros Paulo queria. Os pergaminhos eram feitos de pele de ovelhas ou cabras. Não se sabe o que estava escrito nestes pergaminhos. Pode ser a Bíblia, mas não há como afirmar, visto que tudo era escrito em pergaminho, pois não havia papel (v.13).

 

13.Não sabemos se Alexandre, o latoeiro, é o mesmo de At 19.33, pois Alexandre era um nome muito comum. É mais provável que seja o de 1 Tm 1.20. A profissão dele era de latoeiro, muito comum em Éfeso. Tratava-se de artífice de cobre, que faziam ídolos e nichos. Com a evangelização em Éfeso, as vendas caíram consideravelmente. Paulo confia na vingança do Senhor, que lhe dará a “paga” (a retribuição do mal que fez a Paulo). Alexandre prejudicou o ministério de Paulo, pelo menos em parte, mas não sabemos os detalhes (v.14-15).

 

14.Conforme a Lei Romana, Paulo tinha o direito de apresentar sua defesa. Ninguém foi com ele, talvez por temor. Havia duas audiências, caso não tivesse sido provado tudo na primeira audiência. Não houve nenhum crente dentre todos os de Roma que teve coragem de defendê-lo. [9] Talvez Lucas não fora aceito como testemunha (v.16).

 

15.Não há amargura no coração de Paulo, pois ele via tudo aquilo como cumprimento de seu ministério (“minha pregação plenamente cumprida”). O Senhor deu forças a Paulo nesta hora de abandono e morte certa. Paulo diz que foi “libertado da boca do leão”. Não há dúvidas que se trata de um livramento do extremo perigo, a morte, pelo menos por aquele momento (v.17).

 

16.Paulo não esperava ser livre da execução, mas se alegrava de que não iria negar a Cristo. Paulo nunca mais será surrado, perseguido, desprezado, apedrejado, preso, pois terá a libertação que é celestial (v.18).

 

17.O bom ministro deve permanecer no ministério até em dias maus. Paulo foi um exemplo disto. Alguns o abandonaram, mas outros permaneceram fiéis. A fidelidade não está, necessariamente, em se tornar um mártir, mas está obrigatoriamente na permanência.

 

18.Prisca é o nome simplificado de Priscila. A saudação é dada “à casa de Onesíforo”, aparentando que o próprio Onesíforo já falecera. Áquila e Priscila foram expulsos de Roma porque ele era judeu e pegou a época em que os judeus foram expulsos de Roma (v.19).

 

19.Não sabemos se a menção dos “Erastos” refere-se à mesma pessoa, um tesoureiro da cidade de Corinto (Rm 16.23). Paulo enviou Erasto com Timóteo para Macedônia (At 19.22) e aqui neste versículo não sabemos a qual dos dois se refere ou se é o mesmo (v.20).

 

20.O fato de Trófimo ter ficado doente em Mileto, prova que a cura de alguém depende totalmente de Deus e não somente da fé ou da vida da pessoa que ora. Trófimo era grego e amigo de Tíquico (At 20.4, 21.29) (v.20).

 

21.A preocupação por Timóteo em vir antes do inverno era por causa das condições perigosas em viajar pelo mar neste período e até porque não havia embarcação nesta época. Paulo sabia o que era um naufrágio e não desejava isto para Timóteo. Aqui temos as últimas palavras escritas por Paulo. A primeira parte é endereçada a Timóteo (“O Senhor seja com o teu espírito”), A segunda parte é endereçada à Igreja (“A graça seja convosco”) (v.21-22).

 

A fome que o obreiro vê por onde passa (2 Tm 4.1-8)

1.Ele vê a fome pela Palavra genuína (v.1-2)

2.Ele vê a fome pelas fábulas enganosas (v.3-4)

3.Ele pode satisfazer a fome das pessoas (v.5)

4.Ele mesmo já foi saciado da fome própria (v.6-8)

 

Amigos (2 Tm 4.9-22)

1.Precisamos de amigos (v.9)

2.Perderemos alguns amigos (v.10)

3.Amigos são úteis (v.11)

4.Amigos preenchem nossas faltas (v.12-13)

5.Inimigos aparecem sem convite (v.14-15)

6.Amigos podem nos abandonar (v.16)

7.Há um amigo mais chegado do que irmão (v.17)

8.Um dia nos encontraremos com nosso melhor amigo (v.18)

9.Amigos fazem falta (v.19-21)

10.Desejamos as bênçãos de Deus aos nossos amigos (v.22)

 

 

 

A essência do ministério e da vida cristã (2 Tm 1-4)

1.Oração (1.3)

2.Consciência limpa (1.3)

3.Valorização da família (1.5)

4.Sofrimento pelo evangelho (1.8,12)

5.Discipulado (2.2)

6.Pacificação (2.14, 23-25)

7.Separação do pecado (2.19-22)

8.Exemplo (3.10-11)

9.Palavra de Deus (3.15-16)

10.Pregação do evangelho (4.2-4)

 

Não é por pouco esforço que alguém se torna um obreiro consagrado (2 Cr 13.1-22, principalmente v.9)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 1991

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Notes on 2 Timothy, pg. 8 – 2 Tm 1.5 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

3.     A mensagem de 2 Timóteo, pg. 36 – 2 Tm 1.16-18 – John R. W. Stott (Antes conhecido com o título “Tu, porém” – ABU Editora – SP – sem data, porém, faz parte de palestras do autor em 1968)

4.     Notes & Outlines – 2 Timothy – 2 Tm 2.4 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

5.     The faith of God´s Elect, pg. 32 – John F.Parkinson (Gospel Tract Publictions – Glasgow – Scotland – nov. 1999 – É possível encontrar este livro em português traduzido pelo autor deste material na Editora Sã Doutrina – SP)

6.     O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 390 – 2 Tm 3.8 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

7.     Comentário Bíblico Moody – 2 Tm 3.16 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

8.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 333 – 2 Tm 4.10 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

9.     O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 407-408 – 2 Tm 4.16 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

 

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] Notes on 2 Timothy, pg. 8 – 2 Tm 1.5 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[3] A mensagem de 2 Timóteo, pg. 36 – 2 Tm 1.16-18 – John R. W. Stott (Antes conhecido com o título “Tu, porém” – ABU Editora – SP – sem data, porém, faz parte de palestras do autor em 1968)

[4] Notes & Outlines – 2 Timothy – 2 Tm 2.4 – sem número de página - J. Vernon McGee (Thru the Bible Radio Network - Pasadena, CA – sem data de publicação)

[5] The faith of God´s Elect, pg. 32 – John F.Parkinson (Gospel Tract Publictions – Glasgow – Scotland – nov. 1999 – É possível encontrar este livro em português traduzido pelo autor deste material na Editora Sã Doutrina – SP)

[6] O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 390 – 2 Tm 3.8 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

[7] Comentário Bíblico Moody – 2 Tm 3.16 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

 

[8] Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 333 – 2 Tm 4.10 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[9] O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo vol. 5, pg. 407-408 – 2 Tm 4.16 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. 1995 - 10ª impressão outubro de 1998)

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