61 Tiago

 Tiago

Qual o papel do sofrimento? | Chamada

Introdução[1]

1.Autor da carta

A partir daqui, as cartas são chamadas “gerais” ou “católicas” (universais), pois não são endereçadas para alguém especificamente. Nessa categoria, as cartas de João e Judas, foram apenas colocadas como gerais, mas são endereçadas. O escritor, Tiago, pode ser o irmão de Jesus, como é aceito por muitos comentaristas. Há quatro Tiagos no Novo Testamento e o irmão de Jesus é o que teve destaque

na Igreja após a morte de Tiago, o apóstolo.

 

2.Data e local da carta

Se é o Tiago que se torna o porta-voz da igreja em Jerusalém, então, foi uma das primeiras cartas a serem escritas, ano 48 d.C. Ele teria escrito de Jerusalém.

 

3.Cidade

Como Tiago escreveu para os crentes dispersos, então, foram para muitas cidades. Uma carta geral para crentes judeus espalhados pelo mundo, inclusive no oriente, Síria, Mesopotâmia, Capadócia, Ásia.

 

4.Objetivo da carta

É uma carta com conteúdo bem prático. São muitas ordens para os crentes andarem de modo correto, uma vez que estão fora de Jerusalém, sem a assistência dos líderes. Já foi calculado que dos 108 versículos, 54 são imperativos. O objetivo não é instrução de teologia sistemática, mas orientações práticas sobre vários assuntos da vida cristã. Alguns acham que Tiago estava contradizendo Paulo no assunto justificação por fé e por obras. O próprio pai da Reforma, Martinho Lutero, não aceitava a carta, pois não exaltava o tema “Justificação pela fé”. No entanto, temos que considerar que Tiago não está contradizendo Paulo, pois escreve muito antes de Paulo.

 

5.Versículo-chave da carta

Tiago 1.22 resume bem todos os imperativos para sermos cumpridores da Palavra e não somente ouvintes porque isso seria um engano contra nós mesmos.

 

6.Tema e palavras-chaves

Um tema que pode ser mal compreendido é “Justificação por obras”. Abaixo, será explicado melhor esse tema. As palavras fé e obras aparecem em número praticamente igual. São 13 versículos para cada palavra. As palavras Sábio e sabedoria também são importantes, pois este é um livro de sabedoria.

 

7.Dificuldades e curiosidades encontradas na carta

Talvez a maior dificuldade do livro é o contraste entre justificação por fé e justificação por obras. São duas justificações que necessariamente não se contradizem. Quando se fala de justificação pela fé, estamos nos referindo à única maneira do homem ser salvo. Jesus é a nossa justificação diante de Deus. Quando se fala de justificação por obras, é claro que não pode se referir ao nosso relacionamento com Deus, pois Ele somente nos aceita pela obra de Cristo na cruz. No entanto, diante dos homens somos justificados a respeito de nossa crença ou fé por causa da maneira como vivemos entre eles, ou seja, praticando obras dignas de um servo resgatado por Jesus Cristo. Essa discussão é encontrada em Tiago 2.17-26.

 

Capítulo 1: Lutas e recursos do crente

1.Tiago era irmão de Jesus, mas se apresenta como servo. Os crentes para os quais ele escreve estavam espalhados pelo mundo conhecido nos anos 44 d.C. Hoje há irmãos em Cristo espalhados pelo mundo inteiro. As lutas da vida não são agradáveis, mas Tiago diz que o crente deve se alegrar (v.1-2).

 

2.A razão da alegria está no resultado que as provas da fé produzem. A perseverança é um dos resultados. Com a perseverança vem a perfeição e integridade. O crente fica completo e nada lhe falta para agradar a Deus (v.3-4).

 

3.O crente não fica sem o recurso de Deus para as lutas da vida. Deus dá sabedoria, mas é necessário pedir em oração. Improperar (desprezar, lançar em rosto). Salomão pediu a Deus por sabedoria e essa deveria ser nossa prioridade em oração. A fé na oração é a certeza de que Deus responderá. Deus sempre responderá “sim” ao pedido por sabedoria. A falta de fé não é apenas a falta de um acessório ou ornamento na oração, mas é incredulidade. Incredulidade é pecado. Quem ora, mas não crê, está em conflito mental e isto resultará em uma vida inconstante. Ter ânimo dobre é como se tivesse duas mentes guerreando entre si (v.5-8).

 

4.Não há dignidade alguma em ser pobre ou rico. A dignidade do crente pobre é ser filho de Deus e não por ser pobre. Deus não fez opção pelos pobres ou pelos ricos. Os ricos não são insignificantes por serem ricos, mas porque as riquezas só têm algum significado neste mundo e nada significam após a morte (v.9-11).

 

5.As tentações serão aqui mesmo na terra. O prêmio para a aprovação será no futuro. Não sabemos do que se tratam as coroas mencionadas na Bíblia como prêmios. As tentações em si não são pecado, pois delas podemos sair vitoriosos. Ceder à tentação é pecado. Deus não faz ninguém cair em pecado. A cobiça é uma “gravidez” indesejada que dá à luz o pecado e este será um tormento para o pecador. O pecado é o fruto amadurecido da cobiça (v.12-15).

 

6.É muito fácil nos enganarmos pela aparência. Há coisas boas que não têm origem em Deus, mas são apenas prazeres usurpados das bênçãos de Deus. Há prazeres que parecem bênçãos de Deus, mas são apenas desejos egoístas. As bênçãos de Deus não sofrem variação e não são trevas pecaminosas. Os salvos são os primeiros frutos da regeneração. Nenhuma criatura recebe a bênção da salvação, só os seres humanos que creem (v.16-18).

 

7.A ira nos deixa surdos. A prontidão em ouvir a Bíblia resulta em justiça de Deus. Há um tipo de salvação que o crente precisa. É a salvação da inutilidade na vida cristã. Isto vem por obedecer a Palavra de Deus e através dela se santificar. Se há um acúmulo de más atitudes na vida do crente, só a obediência à Palavra de Deus pode fazer a limpeza (v.19-21).

 

“Nós podemos responder às provações reclamando sobre elas e nos tornarmos irados sobre elas. Tiago aconselha aos seus leitores a permanecerem em silêncio, calmos e a ouvirem, de modo submissos à Palavra de Deus.”[2]

 

8.Somente ouvir a Palavra de Deus não traz transformação de vida. É um engano contra a própria alma. Ouvir a Bíblia e não praticar é igual a olhar para o espelho. Saindo dali, já não sabemos como estamos. Deus abençoará o crente na medida em que este obedece a Palavra perfeita e libertadora. Quem não obedece a Palavra vive escravizado pelo pecado e escravo de si mesmo (v.22-25).

 

9.Um exemplo de obediência à Palavra é o controle da língua. Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo (Pv 25.11). Outros exemplos de obediência à Palavra são cuidar dos que sofrem e separar-se do mundo (v.26-27).

 

“Há muitos tipos de religião no mundo, todas pretendem levar o homem mais perto de Deus. A maioria dessas religiões são de origem humana. Algumas atendem a algumas classes de pessoas. Algumas são, essencialmente, sociais em sua natureza. Outras existem a fim de enriquecer os seus líderes. A maioria das religiões do mundo são, em minha opinião, uma confusão de ideias humanas misturadas com um pouco de verdade aqui e ali. Elas omitem muita verdade e desviam da vontade de Deus. A religião imaculada é o ensino das Sagradas Escrituras. Muito mais do que isto, é a prática dessa verdade.”[3]

 

Capítulo 2: A acepção de pessoas. A fé sendo justificada pelas obras

1.Paulo se dirigiu a Tito dizendo que a nossa fé é “comum” (Tt 1.4). Judas se refere à “salvação comum” (Jd 3). Isto significa que todos os crentes estão ligados à mesma salvação e à mesma fé. Logo seria totalmente irracional fazer qualquer distinção entre os crentes. Se a glória de Jesus é a mesma, todos recebemos da mesma glória (v.1).

 

2.Tiago está escrevendo aos crentes dispersos por causa das perseguições. Portanto, há muitos crentes de lugares e costumes diferentes reunidos e misturados em cidades diversas. Aqueles que vêm foragidos nem sempre vêm com riquezas, mas quase sempre só com a roupa do corpo. Ao se reunirem com os crentes locais, a diferença social será notória. Alguém já estabelecido num local, evidentemente, teria mais possibilidades de ter conforto, roupas e bens (v.2).

 

3.A Palavra de Deus reconhece diferenças sociais entre os crentes, mas não admite desrespeito. Se os crentes tratarem com deferência as pessoas com mais recursos deste mundo, agirão da mesma forma que os incrédulos. No mundo dos negócios e da concorrência não há espaço para os mais fracos financeiramente (v.3).

 

4.Os rituais de honras para os ricos não são necessariamente errados, mas o problema é preferir ao rico em detrimento ao pobre. Todos na igreja devem receber honras, mas não por serem ricos ou pobres. Poderíamos dizer que esta honraria poderia ser feita em relação ao velho, mas nunca ao rico (v.3).

 

5.Ao fazer este tipo de julgamento, que é um mau pensamento, o crente se coloca no lugar de Deus que exalta um e humilha o outro. Os homens não estão em posição de fazer tal julgamento (v.4).

 

6.Muitos na igreja eram pobres. Houve ricos, também, mas com a perseguição aos cristãos, os seus bens foram confiscados. Os que permaneceram fiéis ao testemunho ficaram pobres. Por isso, pode-se dizer que os crentes eram pobres. Mas ao mesmo tempo podemos dizer que os crentes são ricos, pois herdarão o maravilhoso reino onde o conhecimento da glória de Deus encherá toda a terra “como as águas cobrem todo mar” (v.5, Hc 2.14).

 

7.Os crentes estavam fazendo cortesia àqueles que não amavam o evangelho e que tinham poder de levá-los aos tribunais por causa deste evangelho. Como agora podem exaltar os perseguidores e humilhar os irmãos? (v.6).

 

8.Jesus disse que “dificilmente um rico entrará no reino de Deus” (Mc 10.23). Os crentes não devem ter mais respeito para com um blasfemador do nome de Deus do que por um irmão em Cristo. Ao mesmo tempo em que o crente não deve fazer acepção, ele deve preferir os domésticos da fé. O crente não desrespeita ninguém, mas dá honra a quem deve receber honra (v.7).

 

9.O Senhor Jesus é o nosso rei. Ele nos deu a ordem de amar o próximo. O crente não está demonstrando amor quando humilha alguém. Qualquer um fica ressentido com a falta de reconhecimento. A humilhação faz separação entre os irmãos. Nem o rico deve ser humilhado nem o pobre. Deus nos chamou para demonstrar amor por ambos (v.8).

 

10.A lei de Deus gravada em nossos corações através da lei real, que é a lei do amor, no repreende quando fazemos acepção de pessoas. É uma transgressão contra a lei do amor. O crente não está debaixo da lei de Moisés, mas isto não significa que ele não está abaixo desta lei quanto aos padrões morais. A lei de Cristo elevou o padrão moral. Se antes não podia matar alguém, agora não pode nem mesmo humilhar com palavras. Se antes não podia adulterar, hoje não pode nem olhar com intenção maliciosa. A lei de Cristo não veio facilitar a vida do pecador para pecar, mas tornou-se completa não somente na aparência externa, mas nas motivações do coração. Errar em um só ponto equivale a errar em toda a lei (v.9-11).

 

11.Alguns crentes mal informados podem julgar que somente a lei de Moisés que exigia prestação de contas. Não, a lei da liberdade nos dá a liberdade de nos conduzir de modo santo, o que era impossível à Lei de Moisés. Porém, diante da lei da liberdade, ou também conhecida como a lei de Cristo, o crente deve prestar contas. Na questão de aceitação ou acepção de pessoas, o Senhor está nos observando e seremos julgados no tribunal de Cristo (v.12).

 

12.Não se fala de misericórdia quando se trata de juízo. O julgamento é realizado segundo as obras de cada um. O Senhor Jesus Cristo no Seu tribunal seria injusto ao não repreender aquele que fez acepção de pessoas na igreja e no dia a dia. A justiça de Deus exige que o julgamento seja justo. Aquele que usou de misericórdia para com o pobre triunfará no dia do juízo no tribunal de Cristo e certamente receberá prêmio (v.13).

 

13.Tiago não está menosprezando a fé, mas simplesmente comparando com a utilidade da fé em relação às pessoas. A fé algo subjetivo, interno e espiritual no relacionamento entre o homem e Deus. Em relação ao próximo a fé é algo intangível. Não existe um medidor da fé. As obras não medem exatamente a fé, porém, dá uma ideia da compreensão da vida cristã. A pergunta de Tiago não pode ser tomada fora do contexto, senão nos tornaremos hereges. A pergunta é retórica; a resposta deve ser “não”. A fé não pode salvar. Mas salvar de quê? Quanto à soteriologia, é exatamente a fé que salva, ou podemos dizer, a fé na graça de Jesus Cristo, o Salvador. A fé não pode salvar o homem diante dos homens. O homem só justifica que é útil neste mundo quando faz algo em favor de alguém. A fé, por ser subjetiva, espiritual e interna, não pode provar o amor às pessoas. Deus conhece o nosso coração, mas as pessoas só conhecem as nossas obras (v.14).

 

“Em tempos passados, o livro de Tiago se tornou o assunto de grandes debates (tais como na época de Martinho Lutero), mas, em geral, ignoravam Tiago em favor de livros ‘mais teológicos’ ou ‘mais importantes’ com respeito à fé cristã. Isso é algo infeliz de se dizer sobre qualquer livro e, especialmente, um dos mais pulsantes livros da igreja primitiva. Ultimamente, entretanto, há vários despertamentos quanto à vitalidade do livro de Tiago. Infelizmente, esse despertamento é, em grande parte, devido a um debate teológico nos círculos evangélicos contemporâneos que enfatiza a interpretação em uma passagem particular em Tiago, ou seja, Tiago 2.14. Esse debate é, frequentemente, chamado, entre outras coisas, ‘Lordship salvation’ [Salvação pelo Senhorio]. Isso se refere diretamente ao entendimento do relacionamento entre salvação e santificação. Dentro desse debate, há frequentes apelos para compreender como Tiago vê o relacionamento ou define o assunto de salvação e santificação. Muitos desses apelos são hipóteses variáveis à interpretação de várias passagens.”[4]

 

14.Tiago exemplifica a inutilidade da fé sem obras no caso de alguém ter pouca vestimenta e falta de alimentação básica. A fé não tem o poder de agasalhar ninguém e nem de alimentar o faminto de pão. Facilmente alguém pode pegar este texto, tirar de seu contexto e dizer que Tiago era um herege. Mas só o bom senso já nos ajuda a entender que Tiago está totalmente certo em seus pensamentos, pois são os pensamentos de Deus e que não está contra os ensinos de Paulo, os quais são os ensinos de Deus também (v.15-16).

 

15.A fé é inútil sem as obras. De fato, se alguém não demonstra sua fé em obras, nem mesmo tem fé. Fé é um relacionamento entre o homem e Deus; e obras é um relacionamento entre o homem e o seu próximo (v.17).

 

16.Se levado ao extremo, tanto um quanto o outro está errado. Ou seja, é impossível alguém ter fé sem obras e obras sem fé. Um depende do outro. Quem é fervoroso, ou seja, tem fé, mostrará isto aos homens através das obras. E quem pratica as obras de Deus, só pode fazer isto por causa da fé que o impulsiona. A caridade sem fé nada mais é do que humanitarismo, altruísmo e, muito provavelmente, uma tentativa de apaziguar a ira de Deus no juízo (v.18).

 

“Em Tg 2.18b, Tiago argumenta que ele pode mostrar sua fé pelas obras e ele desafia o interlocutor a mostrar sua fé sem obras, algo que (eu suspeito) Tiago não crê ser possível. Assim, enquanto o interlocutor acredita que fé não requer obras, Tiago argumenta que suas obras mostram fé. Para o interlocutor, fé e obras são dois itens distintos, desconexos. Aparentemente, o interlocutor pensa que a confissão do monoteísmo demonstra fé (2.19). Para Tiago, isso é ridículo, sendo que a mesma confissão é feita por demônios; fé é demonstrada por obras, não por confissão. Isso faz a visão do interlocutor muito real e clara: fé e obras são duas coisas diferentes.”[5]

 

17.As nossas crenças devem andar juntas com as nossas obras. Só crer não justifica o crente diante das pessoas. Tiago toma um exemplo bem extremado, os demônios. Eles acreditam que só há um Deus, muito embora tentam enganar as pessoas com os ídolos e o politeísmo. Demônios creem em Deus, mas não ajudam ninguém. Mas os demônios não agem com fé. Eles não mostram em suas obras que devem prestar contas a este único Deus, muito embora tremem por causa dessa verdade. Assim também, o homem é muito insensato quando diz crer, mas as obras são inexistentes (v.19-20).

 

18.Tiago usa Abraão como exemplo de fé e obras. O pai da fé, como é chamado Abraão, creu no Senhor. Mas como prova de sua fé ofereceu o seu filho, Isaque, para o sacrifício. Se não tivesse feito isso, a sua fé seria inoperante. Abraão creu e a sua fé o justificou. Mas somente sabemos que ele creu por causa de sua ação. Ele agiu de acordo com a sua fé. O pecador que diz crer em Jesus Cristo como Salvador mudará a sua idolatria em adoração ao único Deus, por exemplo (v.21-23).

 

19.A conclusão é lógica. Se alguém crê, então, agirá conforme a sua fé e esta ação é chamada obras. Raabe é outro exemplo de fé e obras agindo juntas. Ela creu no Senhor Jeová, o Deus dos judeus. Mas só sabemos disso por causa de suas obras, ou seja, a ação de esconder os emissários de Deus. A fé é ineficaz quando não há ação, ou seja, obras. Se um corpo não tiver espírito, ele morre. Assim, uma fé sem obras não se firma. Tiago não contradiz o apóstolo Paulo, simplesmente dá a explicação da fé. A fé é subjetiva, interior e espiritual. Só Deus pode ver a fé. Mas os homens precisam de algo objetivo, exterior e material e isto são as obras. As obras não aumentam nem diminuem a fé, elas apenas refletem a fé (v.24-26).

 

Capítulo 3: O poder e uso da língua. A sabedoria do alto

1.O Mestre inevitavelmente exerce autoridade sobre as opiniões das pessoas. Alguns nem mesmo consideram que alguém possa pensar por si mesmo, acham que o mestre é quem deve formar o caráter de alguém. Isto é o abuso do conhecimento. O Mestre dirige e ajuda o seu discípulo, mas só Deus é quem pode exigir obediência completa. Quando alguém se considera mestre dessa maneira, está anulando a atuação do Espírito Santo na vida dos crentes. Paulo disse algo semelhante em 1 Co 8.1 referindo-se ao saber. O saber ensoberbece, mas o amor edifica. Além do mais o mestre será julgado. Se alguém se coloca no lugar do mestre, não sendo, terá que responder por algo que não precisaria se preocupar (v.1).

 

2.O assunto do uso da língua está muito ligado ao poder do magistério. O mestre ensina e, evidentemente, deve se valer do poder das palavras, porém, tem uma responsabilidade enorme. A língua sob o domínio daquele que fala dá autoridade sobre as questões importantes da vida. Ninguém é perfeito o bastante para controlar completamente a sua língua. Deus é superior a nós e precisamos do auxílio Dele para sermos controlados pelo Espírito e não pela nossa língua. Os maiores tropeços da nossa vida são os tropeços por causa da língua. O mau uso da língua é uma armadilha da nossa carne e de Satanás para destruírem o nosso testemunho diante das pessoas. A comunicação é um meio pelo qual Deus nos usa, mas também é um meio usado por Satanás e pelo nosso velho homem para nos desviar de Deus e do próximo (v.2).

 

“A questão do falar é um dos assuntos de mais destaque neste livro (cons. 1:19, 26; 4:11, 12; 5:12). Esta, entretanto, é a passagem clássica, e está endereçada aos mestres. Primeiro Tiago adverte seus leitores de que não devem ficar muito ansiosos para ensinarem, por causa da responsabilidade que envolve. Considerando que o mestre usa palavras constantemente, esta é uma área especialmente perigosa para ele. Tropeçamos em muitas coisas, mas os erros mais difíceis de evitarmos são aqueles que envolvem a língua.”[6]

 

3.O freio para o cavalo é a única segurança que, de fato, ele obedecerá. Alguns cavalos podem ser maleáveis, mas ainda assim não se dispensa o freio. O cavalo é muito poderoso para se dominar sem controlá-lo pela boca. No Salmo 32.9 somos exortados a não ser como o cavalo que só é controlado pelo freio (v.3).

 

4.O navio tem um recurso para ser controlado, que é o leme. O leme é ligado ao timão. Conforme o movimento do timão o leme, na parte de trás do navio, dirige a embarcação. Tanto o freio do cavalo e o leme da embarcação são pequenos em comparação aos objetos em destaque, porém, são estes que controlam toda a estrutura e movimento (v.4).

 

5.Ficou fácil fazer a aplicação. Tiago usou dois exemplos muito claros. A língua em comparação ao nosso corpo também é pequena, mas ela tem o poder de controlar a nossa vida. Outra ilustração simples é do poder da fagulha em uma selva. O incêndio se espalha por quilômetros, caso não seja detido. A língua é sempre orgulhosa, pois ela é controlada pelo velho homem. Ninguém pode controlar a língua se não se considerar morto com Cristo na cruz. A vitória para o mau uso da língua está na cruz (v.5).

 

6.A língua é iníqua. Na esfera do mundo há muita maldade e falsidade. Ninguém precisa sair para o mundo inteiro para perceber isto. Dentro do nosso corpo, este pequeno membro, já é uma ilustração da maldade. Devemos nos envergonhar da nossa língua. Toda a reputação de alguém é destruída pelo mau uso da língua. O fogo do inferno está na língua. Sendo que Satanás é o deus deste século, é evidente que ele trará mal sobre os filhos de Deus através do poder da língua. Toda a existência humana é consumida pelo poder da língua. Os tiranos deste mundo decretaram o extermínio somente com o poder da língua (v.6).

 

7.Sabemos que, a partir de Gênesis 9, o medo tomou conta dos animais e, por causa de seu instinto de defesa, os animais se tornaram perigosos, passando este medo também ao homem. Porém, é quase inacreditável como o homem superou este obstáculo fazendo amizade com os animais perigosos. Feras são dominadas por meios cruéis, é verdade, mas outros conseguem adestrar as feras através de meios amigáveis (v.7).

 

8.Mas a língua não é dominada. É um mal incontido. Pessoas conseguem adestrar cobras venenosas, mas o ser humano não consegue dominar a sua própria língua, que também carrega um tipo de veneno. Se alguém não consegue dominar a sua própria língua, é evidente, que não pode controlar a língua das outras pessoas (v.8).

 

9.Existe algo de misterioso na língua. Às vezes, ela acerta, mas outras vezes destrói de modo irremediável. Este é o conflito da velha natureza e o Espírito Santo, no caso do crente. A língua passa ser uma armadilha contra nós mesmos. A impressão que dá este versículo ao lê-lo rapidamente é que é possível louvar a Deus e amaldiçoar o irmão e ainda assim ser aceito por Deus. Não! Embora seja uma possibilidade, é certo que enquanto eu não resolver o meu pecado pela falta de bom relacionamento com o meu próximo, Deus não aceita o louvor, pois o louvor só é verdadeiro quando não há barreiras entre mim e Deus e entre mim e as pessoas. O grande problema em amaldiçoar o próximo é que ele é feito à imagem de Deus. Ofender ao próximo, seja este irmão em Cristo ou não, é amaldiçoar a Deus. Por isso, os nossos relacionamentos são sagrados, pois afetam diretamente o nosso relacionamento com Deus (v.9-10).

 

10.Uma fonte não pode produzir água doce e amarga. Assim como árvores e fontes respeitam sua própria natureza, não devia ser comum alguém que ama a Deus proferir maldições. Quando isto acontece, está fugindo da natureza de Cristo. Portanto, o uso correto da língua reflete a comunhão com Deus. As palavras trazem grandes estragos, mas também podem edificar. O homem perfeito busca a edificação. Para escaparmos da armadilha que a língua nos prepara para destruir o nosso bom testemunho, temos de buscar a sabedoria do alto que nos livra das armadilhas do mau uso da língua (v.11-12).

 

“Relata-se que há um lago entre os trogloditas, um povo da Etiópia, que se torna três vezes ao dia amargo e, então, frequentemente doce...”[7]

 

11.No início do capítulo Tiago disse “Se alguém... o tal é perfeito”, agora ele desafia a quem é sábio. A sabedoria não está nas palavras, mas no bom trato na mansidão. A arrogância é inimiga da sabedoria. O verdadeiro sábio se submete a Deus e usa bem a sua língua. Os nossos maiores desafios estão nas áreas de relacionamento. Os problemas de relacionamentos estão quase sempre associados à inveja. A inveja é seguida de mentira, pois a inveja com sua covardia precisa urgentemente prejudicar o próximo e a mentira é o recurso mais próximo do invejoso. Tudo isto vem pelo mau uso da língua. O sentimento faccioso já é proveniente da inveja. A glória de si mesmo é a arrogância do faccioso e invejoso. O prejuízo na obra de Deus e na vida cristã está sempre relacionado à inveja e ao espírito de divisão entre os crentes (v.13-14).

 

12.A sabedoria, portanto, está no bom relacionamento que conseguimos ter na vida cristã. A falta de bom relacionamento, a inveja e as divisões são pecados e vêm de uma mentalidade deste mundo, ou seja, terrena, de uma mentalidade sem razão, ou seja, irracional como de um animal e, como não é de se admirar, estes pecados vêm do próprio diabo, o pai da mentira, invejoso e faccioso (v.15).

 

13.A inveja e a facção não estão nunca separadas. Essas duas irmãs diabólicas têm acabado com ministérios e organizações. As obras perversas e confusão surgem da inveja e partidos. Em contraste com a inveja e o sentimento faccioso está a sabedoria de Deus. A sabedoria de Deus é do alto, os propósitos são sublimes e edificam (v.16-17).

 

14.Deus quer paz para os Seus filhos. A nossa aproximação até Deus foi uma reconciliação de Jesus Cristo. Foi a bênção da paz que caiu sobre nós. Agora, somos amigos de Deus. Hoje, a nossa semente é de paz. O nosso trabalho é levar a paz do evangelho. A inveja guerreia contra as nossas almas e deseja nos destruir em nossos relacionamentos, usando para isto a língua de modo pernicioso. Somente a sabedoria do alto, ou seja, a sabedoria de Deus pode nos livrar das armadilhas da língua e da inveja. Os crentes também têm problemas com a inveja. Se não soubermos lidar com a questão de dons e capacidades, por exemplo, podemos nos destruir em vez de nos edificarmos mutuamente. Essas armadilhas são preparadas pelo diabo para derrotar-nos em nosso testemunho. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e pode nos livrar das armadilhas da língua e da inveja (v.18).

 

A sabedoria do alto (Tg 3.17-18)

1)É pura (A sabedoria de Deus tem como alvo melhorar o homem, purificando de suas práticas invejosas e pecaminosas)

2)É pacífica (O espírito faccioso destrói relacionamentos, mas a sabedoria de Deus busca a reconciliação)

3)É moderada (A falta de equilíbrio é que incentiva à inveja e divisão; a moderação é virtude divina)

4)É tratável (Isto mostra que ser sábio não é ser perfeito, mas é ser tratável, aberto à correção de Deus)

5)É cheia de misericórdia (A inveja e a facção são cruéis, mas a sabedoria de Deus tem compaixão)

6)É de bons frutos (Os resultados da sabedoria deste mundo e da sabedoria de Deus são indiscutíveis; os frutos da sabedoria terrena são inveja e facção e os frutos da sabedoria de Deus são edificação e amor)

7)É imparcial (A facção sempre é parcial nos julgamentos e preferências, mas a sabedoria de Deus é justa)

8)É sincera (Nunca o invejoso e partidário podem ser sinceros, eles devem ser hipócritas para manter sua facção)

 

Capítulo 4: A purificação do coração. O julgamento humano. Os planos nas mãos de Deus

1.A pureza de coração está ligada aos relacionamentos humanos. O que pensamos das pessoas e o que desejamos delas que não é nosso e como lidamos com a questão da inveja. Tiago tem a resposta para as guerras. Ele usa o método de fazer perguntas retóricas. As guerras e pelejas não são apenas entre nações, mas entre nós, os crentes. Temos de lidar imediatamente com a questão da inveja, pois esta destrói toda a comunhão. Os nossos desejos são egoístas e imediatistas. Queremos as coisas e queremos para agora. Isto causa uma guerra interior e é refletida nos relacionamentos. Os desejos não são maus em si, mas o que nos motiva a buscar os nossos desejos é que é ruim. Como já vimos no capítulo 3, a inveja move as pessoas para as grandes disputas e problemas de relacionamento. O desejo de ver os nossos desejos realizados nos leva a guerrear contra a fé e os irmãos. É importante notar que a guerra começa nos nossos membros. As nossas ações passam a ser determinadas pelos nossos desejos. Isto significa que se purificarmos o nosso coração dos desejos, teremos paz com os nossos membros. Para controlar os meus olhos eu devo purificar o coração dos desejos dos olhos (v.1).

 

2.Os desejos que nos levam a guerrear são os mesmos que nos deixam frustrados porque eles nunca são satisfeitos. Não há limite para desejar e, consequentemente, a cobiça se torna um estilo de vida frustrante, pois ainda que adquirimos aquilo que tanto desejávamos outro vazio aparece em nossa alma e, por isso, Tiago afirma que cobiçamos e nada temos. Os desejos não são apenas egoístas, eles são cruéis. É possível matar para saciar um desejo e ainda assim ficar frustrado por nada ter. Os desejos estão ligados à inveja. Voltamos ao ponto de partida, a inveja arraigada no coração produz desejos insaciáveis e contenda. Toda a contenda e guerra não conseguem trazer vitória sobre os nossos desejos. Tiago diz que não podemos alcançar nada desejando, cobiçando, invejando e matando. O que falta, então? Falta ter intimidade com o Deus verdadeiro e pedir para Ele, pois somente Ele pode saciar o desejo e a necessidade do homem (v.2).

 

3.Mas, o homem pensa que pede a Deus. Até o crente pode se enganar. Muitas orações são a manifestação desesperada de desejos movidos pela inveja e cobiça. Portanto, é possível para o crente pedir mal, ou seja, orar de modo errado. A oração errada é aquela que está fora da vontade de Deus. Jesus disse que tudo o que pedirmos receberemos, mas é evidente que a oração precisa estar dentro dos planos e vontade de Deus para que tenha efeito (v.3 ver Jo 16.23 e Sl 37.4).

 

“Quando oramos de forma incorreta, mostramos que nossa vida cristã como um todo está errada. Alguém disse bem que o objetivo da oração não é fazer com que a vontade do homem se realize no céu, mas sim que a vontade de Deus se realize na Terra. ‘Não cobiçarás’ é o último dos Dez Mandamentos de Deus, mas sua transgressão pode nos levar a quebrar os outros nove mandamentos! A cobiça pode levar uma pessoa a matar, mentir, desonrar os pais, cometer adultério e, de uma forma ou de outra, transgredir toda a lei moral de Deus. Uma vida egoísta e orações egoístas sempre produzem guerras. Se há guerra do lado de dentro, também acabará havendo do lado de fora.”[8]

 

4.O tema principal é a purificação do coração. Tiago chama a atenção para essa purificação rotulando os ouvintes de adúlteros, o máximo quanto à impureza. Mas ele não estava falando sobre o adultério físico, mas o adultério espiritual. A palavra não é infiéis, mas adúlteros. Novamente Tiago usa uma pergunta retórica. É claro que a amizade do mundo é inimizade de Deus. João disse que não devemos amar o mundo. Paulo disse que não há acordo entre a luz e as trevas. O mundo pode ser fascinante, mas esse fascínio só nos afasta de Deus. Jesus disse “sois meus amigos se fizerdes o que vos mando”. A amizade de Deus é por causa da obediência. Abraão foi chamado amigo de Deus porque obedeceu (v.4).

 

5.Deus é zeloso por nós. Ele não permite que sejamos um pouco do mundo e outro pouco Dele. A vida de fé é uma vida entregue ao Senhor totalmente. Não importa se um crente é missionário ou funcionário, o essencial é que o crente viva para o Senhor. Não se sabe ao certo se Tiago está citando alguma escritura específica. John Gill menciona várias referências que contêm o ensino sobre o ciúme de Deus (Gn 6.3, Êx 20.5, Dt 7.2,5, Jó 5.6, Pv 21.10, Rm 12.2, Gl 5.17). O Espírito Santo deseja controlar todo a nossa vida. A inveja impede que aprendamos do Senhor e que nos purifiquemos para Ele (v.5).

 

6.Para vencer a inveja e ter um coração purificado é necessário que o Espírito Santo controle a vida do crente. Mas o Espírito Santo fará isto quando o crente se humilhar diante do Senhor. Há uma resistência da parte de Deus quando nós mesmos resistimos nos entregar a Ele. A graça de Deus pode ser medida na vida do crente. Ele está pronto dar fazer muito mais do que aquilo que pensamos, mas Ele pode também reter a graça Dele. Parece contraditório, pois se é graça, ou favor imerecido, o que isto tem a ver com o esforço próprio? Não se trata de esforço próprio, mas de disposição em deixar que o Espírito nos controle. A humildade é qualidade de Jesus Cristo e não nossa (v.6).

 

7.O grande inimigo das nossas almas é o diabo. Ele atua juntamente com nossos desejos egoístas e nossa inveja para nos afastar da purificação. Mas há esperança para o crente. A submissão a Deus e a resistência pela fé contra o Diabo nos trará vitória. Não existe purificação sem luta espiritual (v.7).

 

8.O caminho para a purificação é um caminho de duas mãos, mas não de duas mentes. A mente do crente deve ser purificada, deixando que o Espírito Santo controle a sua vida. A pista de volta é a resposta de Deus para que virem ao socorro Dele. Um enorme obstáculo na busca da purificação é a mente dupla ou o ânimo dobre. Se a nossa mente está na purificação e ao mesmo tempo no mundo estaremos em conflito e isto impedirá a purificação das mãos e do coração. Portanto, é verdadeira a declaração anterior de Tiago que diz que “a amizade do mundo é inimizade de Deus” (v.8).

 

9.A Palavra de Deus fala muito mais em nos afligir e chorar do que diz para sorrirmos. Aliás, a palavra riso aparece nos seguintes textos: Gn 21.6, Jó 8.21, Jó 12.4, Sl 126.2, Pv 14.13, Ec 2.2, Ec 7.3,6, Ez 23.32, Tg 4.9. Dessas dez vezes, sete vezes a palavra “riso” tem o sentido negativo. Paulo disse aos coríntios que há uma tristeza que produz arrependimento. Jesus disse para as mulheres que choravam ao vê-Lo carregar a cruz que chorassem por elas mesmas. O choro que produz mudança é preferível ao riso que não traz nenhuma mudança no estilo de vida. Antes de pensar no consolo para o que chora, devíamos incentivá-lo a chorar pelos seus pecados (v.9).

 

10.Deus deseja a nossa humilhação para que Ele possa nos exaltar na Pessoa de Cristo. Quem se gloria deve se gloriar no Senhor e na Sua cruz. Não há riso diante da cruz, mas há reconhecimento e profunda dor por causa dos pecados. A inveja é motivo de choro. Somente a purificação em submissão a Deus pode nos fazer pessoas amáveis e não invejosas (v.10).

 

11.Tiago fala do juízo temerário. Temerário significa imprudente, precipitado, arriscado e perigoso. O julgamento sem base é calúnia, mas o erro deve ser denunciado. Os juízes devem julgar honestamente. Todos somos de certa forma juízes, pois de outra maneira não teríamos como proteger os nossos filhos, nosso rebanho e nossos amigos das más influências do mundo e das heresias. Nós não assumimos o papel de Deus, quanto discernimos os falsos ensinos. Simplesmente obedecemos às várias ordens que Deus nos deixou em Sua Palavra. A seguir, várias referências sobre o julgamento que devemos fazer sobre vários assuntos. Se não exercitarmos a capacidade de julgamento não poderemos obedecer esses versículos (Êx 18.25, Lv 19.15, Dt 1.15-17, Pv 24.25, Is 8.20, Ez 44.24, Zc 3.7, Mt 7.5, 15, 12.41, Lc 7.43, 12.56-57, Jo 7.24, At 17.11, Rm 2.1-3, 12.9, 16.17-18, 1 Co 2.13-16, 5.7, 6.2-5, 10.15, 11.31-32, 2 Co 6.7, 13.5, Ef 5.11, 1 Ts 5.21, 2 Ts 3.6, 14-15, 1 Tm 5.24, 2 Tm 3.5, 2 Pe 1.20, 3.16, 1 Jo 4.1-6, 2 Jo 7, 10-11, Jd 14-15) (v.11-12).

 

12.Nós temos planos e muitos são permitidos por Deus, mas outros são apenas planos nossos, decididos sem o auxílio do Senhor. Fazemos bem em estudar Pv 16.1-9,33. A questão não é exatamente por causa do tempo mais longo ou mais abreviado, ou seja, os planos para daqui um ano e os planos para amanhã devem ser levados ao Senhor. Decidir sem o auxílio de Deus é pretensão. Não se trata de preencher uma agenda e entregar para o Senhor abençoar, mas fazer a agenda em oração. O v.13 não está condenando ter lucros, mas fazer planos de modo arrogante, sem consultar ao Senhor. Nossa vida é tão rápida e inconstante quanto uma neblina e, por isso, além de aproveitar bem o tempo temos de contar com a mudança de planos (v.13-14).

 

13.“Se o Senhor quiser” ou “se Deus quiser” não deve se tornar um chavão, pois até os incrédulos falam isto sem ter a mínima intenção de obedecer ao Senhor. A vida do crente deve estar debaixo das mãos de Deus de tal forma que não viva de modo independente, assim como uma criança obediente não sai de casa sem a permissão da mãe e sem dizer para onde vai. O assunto é considerado como pecado. É pretensão arrogante, é maligno. Lúcifer que agiu de modo pretensioso e arrogante, não dependendo de Deus (v.15-16).

 

 

 

 

“É errado planejar como se o amanhã fosse certo. ‘Não digas [...] amanhã’ (Pv 3:28). Não sabemos

o que o dia de amanhã nos reserva. Como diz a tradução de Phillips, nossa vida é frágil e imprevisível ‘como baforadas de fumaça’. Deus deve ser consultado em todos os planos, que devem ser feitos sempre segundo a vontade dele. Devemos viver e falar conscientes de que nosso

destino está sob o controle de Deus. Precisamos dizer: ‘Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo’. Assim, no livro de Atos, o apóstolo Paulo declara: ‘Se Deus quiser, voltarei para vós outros” (18:21); e em I Coríntios 4:19, escreve: ‘Em breve, irei visitar-vos, se o Senhor quiser’. Alguns cristãos empregam as letras ‘DV’ para expressar a consciência da dependência de Deus. São as iniciais de duas palavras em latim: Deo volente, que significam se Deus quiser.”[9]

 

14.O que sabe que deve fazer o bem e não faz está pecando. Isto não se refere apenas ao assunto anterior sobre os planos e a direção de Deus, mas em todos os aspectos da vida. É verdade que existe o pecado da ignorância, mas o pecado deliberado se torna mais grave, pois a rebeldia está instalada no coração (veja Lc 12.47-48). Tiago mostrou que os nossos planos devem ser submetidos a Deus. Se Deus controla nossa vida em todos os aspectos, é claro que deixaremos que Ele trace os melhores planos para nós (v.17).

 

Capítulo 5: O uso errado das riquezas. A paciência. Juramento. Oração e confissão de pecados. O desvio da verdade

1.Tiago não está profetizando a nenhum rico especificamente, mas só está declarando segundo a Palavra de Deus que os ricos, evidentemente, aqueles que colocam a riqueza à frente de Deus, que não prosperarão, mas pelo contrário, serão transtornados. As riquezas ilícitas trarão miséria. O dia a dia mostra muitos ex-ricos que, hoje, são miseráveis. Deus permite abusos por parte de ricos exploradores, mas o mesmo Deus julgará aqui na terra e no dia do juízo, ou no Tribunal de Cristo, caso algum crente tenha sido infiel nas suas riquezas (v.1-3).

 

2.Tiago parece um profeta do Velho Testamento que proferia juízo contra os injustos. Deus está atento às injustiças sociais. O trabalhador não pode ser enganado, pois colocou a sua confiança no patrão que iria lhe pagar pelo serviço prestado. As causas trabalhistas se avolumam, mas nenhum crente deveria ser acusado de tirar proveito de algum trabalhador. A prosperidade momentânea do rico é apenas um prenúncio do juízo que virá. Se o rico está engordando, na verdade, é para o dia da matança, ou seja, está cevando a si mesmo para a caça que virá (v.4-5).

 

3.A escravidão matou muitas pessoas aos poucos por causa do serviço desumano. O assassinato para conseguir abafar aqueles que denunciam os lucros desonestos também acontece sempre. Os ricos desonestos e cruéis não escaparão do juízo de Deus. O pobre depende da visão do rico, do auxílio e das oportunidades que ele pode oferecer. O rico crente pode ajudar a obra missionária e o trabalho de Deus de modo geral. Ser rico não é fácil, pois exige-se dele fidelidade. O rico que teve a oportunidade de relacionar-se melhor com Lázaro perdeu a oportunidade. Poderia conhecer a Deus e salvar-se daquele terrível juízo (Lc 16.19-31). Acabe matou o justo Nabote só para conseguir a vinha que não lhe pertencia. A sua esposa cruel, Jezabel, mandou matar Nabote, mas os dois se tornaram réus de juízo (1 Rs 21.1-29) (v.6).

 

4.A paciência sempre tem como alvo o triunfo. Ninguém pode exercer paciência sem esperança, pois se tornaria indiferença. Suportar os sofrimentos com paciência só é possível quando se tem alguma esperança. Essa esperança pode até ser falsa, mas faz com que o sofredor tenha motivação para suportar os sofrimentos. A nossa esperança não é falsa, pois é a esperança da volta pessoal e visível do nosso Salvador, Jesus Cristo. O lavrador espera com paciência, suporta o sol, o trabalho pesado e as frustrações próprias da lavoura porque ele tem esperança numa boa colheita. Quando o crente não pensa no retorno de Cristo para buscar a Sua Igreja, ele acaba vivendo como os demais, sem purificação e com os olhos somente para as coisas deste mundo (v.7).

 

5.A proximidade da vinda do Senhor sempre foi uma realidade para a Igreja Primitiva. Já se passaram dois mil anos, mas a verdade deve estar bem presente em nossos corações. Se cremos que o Arrebatamento é iminente, ou seja, a qualquer hora, devemos nos alegrar e nos fortalecer com esta verdade. Uma boa maneira de esperar é estudar as profecias e observar o mundo (v.8).

 

6.Tiago diz que não devemos nos queixar uns dos outros. O sentido pode mudar bastante, quando associamos a queixa à inveja. A queixa pode ser, não por culpa do outro, mas uma inveja nossa que nos faz queixarmos do outro. De qualquer modo, a queixa não é apropriada (v.9).

 

7.Os profetas são exemplo perfeito da paciência. Eles tiveram que suportar a afronta e tiveram poucos ouvintes que davam crédito à pregação deles. Muitas vezes, tiveram que profetizar contra o seu próprio povo. Só conseguiram suportar porque falavam em nome de Deus. O Senhor era a sua esperança (v.10).

 

8.Outro exemplo é Jó. Este servo de Deus suportou mais sofrimento que qualquer personagem bíblico. Ele reclamou de seu sofrimento, é verdade, mas no final de tudo ele aprendeu a ouvir o Senhor. O sofrimento produz a perseverança que tanto precisamos para conhecer o Senhor. A paciência é a marca do crente que não é ansioso. A ansiedade rouba de nós a paciência e perseverança. A ansiedade é pecado porque faz com que olhemos as circunstâncias e não o Senhor. A ansiedade, que é a falta de paciência, nos faz agir precipitadamente (v.11).

 

9.Ao dizer “sobretudo” ou “acima de tudo”, Tiago está apelando que os crentes vençam este terrível hábito do juramento. Acostumamos a trazer o nome de Deus em vão por causa da sociedade em que vivemos, mas é muito necessário levar os assuntos que Deus leva a sério da mesma maneira. O juramento está reservado aos tribunais que é um apelo à verdade. Só o fato de pessoas chegarem até os tribunais mostra que a verdade é extremamente importante. Deus jurou por Si mesmo ao prometer a Abrão uma descendência numerosa. Deus não podia tomar nenhum nome por valioso senão o Seu próprio. Ele pode jurar por Si mesmo porque só Ele é Deus (ver Hb 6.13). Jesus advertiu sobre o juramento. A palavra devia ser algo de tanta importância e confiança que somente o “sim” e o “não” seriam suficientes para decidir um assunto (Mt 5.34-37). Não há nada nos céus que temos controle em nossas mãos que nos permite fazer algum tipo de juramento. Aqui na terra, da mesma forma. Se jurarmos, cairemos em condenação, ou seja, juízo por parte do Senhor. Quando o crente atenta para a ordem de não jurar, ele dará muito maior valor à palavra e à honestidade (v.12).

 

10.O crente conversa com Deus, não apenas para manter a comunhão e experimentar um tempo agradável com Ele, mas para cumprir um compromisso. A oração é um privilégio, mas sobretudo um dever do crente. Temos o dever de orar sempre e nunca esmorecer (Lc 18.1). Tiago menciona três motivos de oração e dá um exemplo bem-sucedido das respostas às orações. Um motivo é a aflição, outro motivo é a doença e, ainda, o outro motivo da oração é a confissão de pecados e o exemplo é o do profeta Elias. O primeiro motivo para orar mencionado por Tiago é a aflição. De nada adianta a preocupação e a ansiedade. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Mas a alegria não vem só com uma noite de sono, pois como dormir angustiado? A alegria vem em decorrência à oração confiante no Senhor (v.13).

 

11.O crente deve adquirir o hábito de orar quando estiver em aflição. Temos um Deus que nos socorre. Não há nada que possamos fazer para aliviar o sofrimento, senão orar. Os incrédulos, sem Deus, são tristes e inconsoláveis, pois eles não sabem orar e nem podem orar, pois a sua maior aflição não foi resolvida, o pecado. Tiago menciona a alegria. Se alguém está alegre, pode orar também, não é proibido, mas só para agradecer. Cai bem o louvor, a música. A alegria é muito bem expressada através dos hinos de louvor a Deus (v.13).

 

12.O segundo motivo para orar, mencionado por Tiago, é a doença. Nem sempre sabemos dizer porque ficamos doentes, uma vez que, durante toda a nossa existência, estamos debaixo de um mundo corrompido pelo pecado. É misericórdia de Deus não ficarmos doentes a vida toda. É bênção. Não merecemos a saúde, mesmo resgatados pelo Senhor. Quando Deus nos permite a doença, Ele consegue muito mais a nossa atenção para orar. Nem sempre somos leais ao compromisso de orar uns pelos outros. Quando estamos doentes passamos a orar até mais pelos outros do que por nós mesmos. A doença passa a ser uma bênção, um incentivo à oração. Mas Tiago coloca um ingrediente do Velho Testamento para a igreja, o azeite. O que significa isto? O azeite era usado para a comunhão e para a investidura de autoridade, mas aqui é usado para a oração pelo enfermo. Se líderes propagassem que, mediante a unção de óleo e oração, pessoas ficariam curadas, as filas de doentes seriam intermináveis. Mas o texto é muito mais abrangente. Estamos falando de pessoas em comunhão com sua igreja, chamando os pastores (v.14).

 

13.Ao chamar os líderes da igreja, chegamos ao terceiro motivo de oração que é a confissão de pecados. Muitos têm coragem de pedir oração pela sua doença, mas poucos têm a ousadia de confessar pecados diante dos líderes. A doença sempre é a consequência do pecado de Adão e Eva, mas, algumas vezes, pessoas ficam doentes por consequência de seus próprios pecados e é uma ótima oportunidade de confissão. Nem sempre Deus dá doença ao crente que está em pecado, mas cremos que Ele pode fazer isto, conforme 1 Co 11.30. Os que confessam os seus pecados já demonstram fé e são curados. Mas se a doença não é por causa de pecado encoberto, nenhum crente deve se culpar por estar doente (v.15-16).

 

14.A confissão de pecados é individual, pois somos sacerdotes diante do Senhor. Temos livre acesso, pessoalmente, diante de Deus (1 Pe 2.9, Hb 4.16). Não precisamos confessar os nossos pecados para ninguém interceder por nós para sermos perdoados, exceto quando pecamos contra alguém devemos confessar a Deus e à pessoa ofendida. Mas algumas pessoas, talvez por serem bastante sensíveis ao pecado, graças a Deus por isso, precisam confessar seus pecados diante de Deus com alguém por testemunha para alcançar a paz que Satanás tenta roubar. Se este for o caso, não há nenhum impedimento de confessar os pecados uns aos outros. Temos a liberdade em Cristo. Aqui não existe a permissão para a confissão auricular, isto é, aquela confissão onde um sacerdote ouve os pecados de alguém com a pretensa autoridade de absolver o pecador (v.15-16).

 

 

 

 

 

 

 

“Portanto, se esta passagem está se referindo à cura física, cada vez que um crente fica doente, tudo o que temos que fazer é convidar os líderes para virem até ele com algum óleo e podemos esperar a cura. A verdade é, até mesmo o apóstolo Paulo deixou vários de seus cooperadores doentes, um deles quase morreu. Se tudo o que precisava era uma oração e um pouco de óleo, então, por que ele os privou disso? A frase-chave vem no versículo 15: ‘se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados’.[10]

 

15.A confissão de pecados é sinal de lealdade. Pessoas que não têm compromisso com a verdade não são leais em confessar pecados. É bíblico orar pelo doente, ungindo a sua cabeça com óleo, mas deve-se observar três exigências. Encaixando-se nessas situações, nenhuma liderança deve recusar este tipo de oração e rito.

 

1ª) O doente deve participar de uma igreja e ter comunhão com esta igreja

2ª) O doente deve chamar os líderes da igreja para essa oração

3ª) O doente deve confessar os pecados que estão causando a doença

 

16.Mas Tiago não pára nos motivos da oração. Ele insiste neste assunto oferecendo um maravilhoso exemplo de vitória na oração, o profeta Elias. Elias não era melhor do que qualquer crente, pois ele sofria das mesmas paixões que todos nós. Mas Deus ouviu as suas orações. A Bíblia não diz em Reis que Elias orou para que não chovesse, mas se Tiago diz, devemos entender que ele orou (ver 1 Rs 17.1). Depois orou para que chovesse. Isto está registrado em 1 Rs 18.1 e 18.41-46. Elias foi um exemplo de obediência e sucesso na oração. Ele cumpriu o seu dever e Deus o recompensou. Se formos leais ao compromisso de oração, Deus nos recompensará. Não recebemos porque não oramos (v.17-18).

 

“O grande profeta Elias é conhecido por sua fraqueza e por sua força. Quando Tiago diz que Elias era ‘um homem semelhante a nós’ (5.17), obviamente, está se referindo àquele inesquecível evento quando o profeta tornou-se fraco em continuar sua disputa contra o pecado da nação. O seu desânimo se tornou em depressão e ele fugiu com medo e clamou a Deus que tirasse sua vida (1 Rs 19.1-5). Até mesmo grandes homens de Deus ficam em necessidade de fortalecimento especial de Deus quando se tornou enfraquecidos na batalha. Esse incidente pitoresco da vida de Elias oferece forte apoio à visão de que Tiago está se referindo ao ministério espiritual ao ‘fraco’ e ‘debilitado’ em vez de se referir a um ministério de cura para os doentes fisicamente.”[11]

 

17.Os crentes têm um compromisso uns para com os outros. Se pessoas se desviam do caminho do Senhor, a nossa obrigação passa a ser buscá-los e tentar trazê-los de volta. Há diversos motivos pelos quais alguns crentes se desviam do bom caminho. Pode ser por fascínio pelas coisas do mundo, pode ser por engano dos falsos mestres e falsas doutrinas ou pode ser por decepção na igreja por algo que o tenha ofendido. Às vezes por uma disciplina, se ele não se arrepende acaba se desviando. Exceto neste último caso, devemos buscar os desviados. Temos um compromisso, o de cuidar dos nossos irmãos. Quando trazemos alguém do erro para a verdade, estamos tirando o irmão do caminho de morte, não morte eterna, pois é salvo, mas da inutilidade. Os pecados pelo desvio são cobertos e a comunhão é restaurada. Quando o pai recebeu de volta o seu filho desviado, os pecados foram perdoados e a comunhão foi restabelecida. Devemos prestar lealdade a Deus animando os irmãos a permanecerem firmes nos caminhos do Senhor (v.19-20).

Uma vida cristã mais profunda (Tg 5)

1.Aprofundando-se no uso correto das riquezas (v.1-6)

2.Aprofundando-se na paciência (v.7-11)

3.Aprofundando-se na convicção de palavra (v.12)

4.Aprofundando-se na oração e confissão de pecados (v.13-18)

5.Aprofundando-se na verdade (v.19-20)

 

Intensificações de algumas práticas (Tg 1-5)

1.Intensificando a perseverança no sofrimento (1.2-4, 5.7-11)

2.Intensificando a oração por sabedoria (1.5-8)

3.Intensificando a audição (1.19-20)

4.Intensificando a prática da Palavra de Deus (1.21-25)

5.Intensificando a religião verdadeira (1.26-27)

6.Intensificando a humildade e modéstia (2.1-9, 4.1-12)

7.Intensificando a prática das boas obras (2.14-26)

8.Intensificando o controle da língua (3.1-12)

9.Intensificando a sabedoria do alto em nossa vida (3.13-18)

10.Intensificando a submissão aos planos de Deus (4.13-17)

11.Intensificando a confiança em Deus e não nas riquezas (5.1-6)

12.Intensificando a oração de modo geral (5.13-20)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2003

 

Notas

 

1.     1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     Notes on James, pg. 20 – Tg 1.19 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

3.     Commentary on James – Tg 1.27 - Charles Hess (Copyright ©2001, Charles Hess, Lakeside, California

http://www.oldpaths.com/CH/Comments/James/james1.html (39 of 55) [03/07/2004])

4.     The Soteriology of James 2:14, pg. 69 – Tg 2.14 - Gale Z. Heide (Copyright 1997 by Grace Theological Seminary and Galaxie Software - GTJ—V12 #1—1991)

5.     James 2:18a: The Unidentifiable Interlocutor, pg. 362 – Tg 2.18 - Scot McKnight (Copyright 1997 by Westminster Theological Seminary and Galaxie Software – 1990)

6.     Comentário Bíblico Moody – Tg 3.1-2 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

7.     John Gill's Exposition of the Entire Bible – Tg 3.10 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

8.     Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 475 – Tg 4.3 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

9.     Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 896 – Tg 4.14-15 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

10.  Does Prayer + Oil = Healing? - Endurance-Part IV, pg. 7 – Tg 5:13-16 - Stephen Davey (© Copyright 2011 Stephen Davey – De um sermão pregado em 05 de junho de 2011 – consultar site Wisdom for the heart)

11.  Calling the Elders to Pray, pg. 265 – Tg 5.17 - Daniel R. Hayden (Biblical Philosophy of Ministry-Part IV: Sharing God's Concern for the World - Vol 138 #552 – outubro de 1981)



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] Notes on James, pg. 20 – Tg 1.19 - Dr. Thomas L. Constable (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[3] Commentary on James – Tg 1.27 - Charles Hess (Copyright ©2001, Charles Hess, Lakeside, California http://www.oldpaths.com/CH/Comments/James/james1.html (39 of 55) [03/07/2004])

[4] The Soteriology of James 2:14, pg. 69 – Tg 2.14 - Gale Z. Heide (Copyright 1997 by Grace Theological Seminary and Galaxie Software - GTJ—V12 #1—1991)

[5] James 2:18a: The Unidentifiable Interlocutor, pg. 362 – Tg 2.18 - Scot McKnight (Copyright 1997 by Westminster Theological Seminary and Galaxie Software – 1990)

[6] Comentário Bíblico Moody – Tg 3.1-2 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[7] John Gill's Exposition of the Entire Bible – Tg 3.10 (John Gill 1690-1771 - extraído de e-sword version 12.0.1 – 2019)

[8] Comentário Bíblico Expositivo do NT, pg. 475 – Tg 4.3 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[9] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 896 – Tg 4.14-15 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[10]  Does Prayer + Oil = Healing? - Endurance-Part IV, pg. 7 – Tg 5:13-16 - Stephen Davey (© Copyright 2011 Stephen Davey – De um sermão pregado em 05 de junho de 2011 – consultar site Wisdom for the heart)

[11] Calling the Elders to Pray, pg. 265 – Tg 5.17 - Daniel R. Hayden (Biblical Philosophy of Ministry-Part IV: Sharing God's Concern for the World - Vol 138 #552 – outubro de 1981)

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