66 - Apocalipse

 Apocalipse

 

Introdução[1]

1.Autor do livro

João se apresenta como o escritor (1.1,4,9, 22.8). Justino Mártir foi o primeiro pai da igreja a afirmar que João, o apóstolo, foi o escritor do Apocalipse. Sendo que Justino viveu em Éfeso no ano 135 d.C., assim como João, é uma informação importante.

 

2.Data e local do livro

Foi escrito durante um período de perseguição, sendo que o próprio escritor, João, ficou exilado na ilha de Patmos. Isso aconteceu na época do Imperador Domiciano (81-96 d.C.). Foi o último escrito de João e também o último escrito da Bíblia. É fácil saber que João estava na ilha de Patmos quando escreveu (1.9). É bem documentado por Irineu e Eusébio que Domiciano prendeu João nessa ilha para quebrar pedras. Após a morte de Domiciano em 96 d.C., o próximo Imperador romano, Nerva, libertou João.

 

3.Cidades

Também é fácil saber que o livro foi endereçado às sete cidades da Ásia Menor, pois o livro menciona as sete cartas às sete igrejas (capítulos 2 e 3, ver também 1.4). Jesus manda João escrever às sete igrejas, pois elas representam todas as demais igrejas em muitos aspectos específicos e gerais. É como se Ele escrevesse para todos nós e esse é o objetivo.

 

4.Objetivo do livro

1) Há várias maneiras de ler e interpretar o Apocalipse, mas aqui citamos duas. Há o modo ou teoria preterista que leva o leitor a crer que tudo o que foi escrito no Apocalipse já aconteceu na história. Sendo assim, o Anticristo seria o Imperador Romano. Há a teoria futurista que crê que as coisas ainda acontecerão. Há os dispensacionalistas: os dispensacionalistas históricos e os históricos-proféticos. Mas de modo geral, há os que creem que Apocalipse já aconteceu e os que creem que ainda acontecerá, evidentemente, dos capítulos 4-22, pois até o capítulo 3 são coisas já realizadas nos dias de João.

 

2) O objetivo principal é do próprio Jesus, o escritor ou melhor o autor do livro. Jesus quer que conheçamos os planos de Deus para o futuro da Igreja, de Israel, do mundo e de Satanás.

 

5.Versículo-chave do livro

Apocalipse 1.19 é o livro em três tempos: “Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de suceder”.

 

6.Tema e palavras-chaves do livro

1) O tema deve nos levar à glorificação de Jesus Cristo “Aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”. Ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (1.8). Portanto, o tema poderia ser “Jesus Cristo, Aquele que Aquele que é, e que era, e que há de vir”.

 

2) As palavras-chaves do livro: Cordeiro (30 vezes), Anjo (74 vezes), Voz (51 vezes), Ira (57 vezes), Trono (45 vezes), Céu (55 vezes).

 

7.Dificuldades e curiosidades encontradas no livro

As muitas dificuldades do livro têm a ver com os métodos de interpretação. Mas, até mesmo com um método de interpretação bem definido, os estudantes encontrarão muitas dúvidas, pois é um livro de muitos símbolos.

 

1) 1.3 – Diferente do que já foi ensinado no passado, quem lê o Apocalipse não fica louco, mas pelo contrário é abençoado e feliz por ler, por ouvem e por guardar as palavras do livro.

 

2) 2.4-5 – Se você perdeu o primeiro amor a solução é simples: lembrar como aconteceu, arrepender-se e voltar às práticas daquilo que caracterizou o primeiro amor por Jesus.

 

3) 3.17-18 – Três deficiências do homem arrogante: achar que é rico, que vê alguma coisa e que já está vestido de justiça própria.

 

4) 4.3 – Íris era uma mensageira da divindade pagã. É claro que não pensamos assim, mas Deus usa termos usados pela sociedade com descrição original pagã desprezando aquele sentido. Não precisamos chamar de “arco da aliança com Noé e a humanidade” se o mundo adotou a terminologia “Arco-Íris”. Do mesmo modo não deveríamos nos preocupar tanto com símbolos e nomenclaturas originalmente pagãs, pois só causaríamos perturbação no meio evangélico. Lembremos que o mundo jaz no maligno.

 

5) 5.5,12 – Jesus é o Leão, mas também é o Cordeiro. É vencedor vivo, mas também é o Cordeiro que foi morto. É forte, mas é manso. É Rei, mas é servo.

 

6) 6.16 – O homem pecador saberá que a ira é de Jesus sobre eles, mas isto não significa que se arrependerão.

 

7) 7.8 – A tribo de Efraim foi substituída por José. Talvez por causa da idolatria reinante da época do cativeiro, José ganhou o destaque como se fosse uma tribo. Talvez por causa do mesmo motivo de idolatria, Dã é omitida e Levi que é uma tribo sacerdotal e não uma das doze tribos é mencionado.

 

8) 8.7 – A Ecologia pode ser superestimada em nós dias como um Panteísmo. Devemos nos lembrar que o maior poluidor das águas potáveis e o maior devastador das florestas será o próprio Deus na Tribulação. M Enquanto os panteístas da ecologia dizem que temos que preservar o planeta terra, a Palavra de Deus diz que a terra está entesourada (guardada) para a destruição. Não é o caso de poluirmos o planeta, mas também não devemos adorar a natureza como se fosse a Mãe-Terra.

 

9) 9.20 – Mesmo debaixo de muito sofrimento, o pecador não deixa os seus pecados e prefere sua própria justiça. São indesculpáveis. Nós éramos assim. Somente a graça nos alcançou.

 

10) 10.10 – A Palavra de Deus é doce, pois vem do Senhor, porém, é amarga devido às más notícias sobre os incrédulos obstinados.

 

11) 11.10 – Os homens promovem um tipo de “Natal satânico” quando homens de Deus são mortos. É o retrato do mundo sem Cristo que é incomodado com homens santos.

 

12) 12.14 – A mulher é a nação de Israel a qual será protegida por Deus nos três anos e meio finais da tribulação. O objetivo é para que a nação esteja viva para a volta de Cristo quando, finalmente, aceitará o Messias e a profecia de que “todo o Israel será salvo” seja cumprida.

 

13) 13.17 – Não importa como exatamente será o sinal da Besta, o fato é que o mundo será covardemente motivado a não aceitar a Palavra de Deus por causa da sobrevivência e por amar mais a vida do que a Salvação da alma.

 

14) 14.6 – Um dia toda a terra ouvirá claramente o evangelho sendo anunciado a todas as nações. Este anjo apenas proclamará de modo universal o evangelho, mas a oportunidade de ouvir outras vezes durante a tribulação será abundante através dos testemunhos dos mártires, das Duas Testemunhas e dos 144 mil.

 

15) 15.2-3 – Assim como os redimidos de Faraó atravessaram o Mar Vermelho, os redimidos do poder do Anticristo atravessarão o Mar de Vidro no céu.

 

16) 16.14 – Satanás e o Anticristo usarão sinais para motivar as pessoas ao engano e à rebelião contra Jesus. Isso está acontecendo em nossos dias e pessoas estão buscando os sinais e se afastando da salvação.

 

17) 17.14 – Não existe dualismo na Palavra de Deus. O Bem contra o Mal. Existe, sim, o único Deus verdadeiro. Não há nenhuma possibilidade de medição de forças. O Senhor não apenas será vitorioso. Ele é o vitorioso.

 

18) 18.16 – Apenas da opulência e aparência com o Sistema do Vaticano, a Grande Babilônia não é o Catolicismo, mas todo o sistema religioso mundial junto.

 

19) 19.9 – O casamento de Jesus será no céu. A noiva é a Igreja. A Ceia das bodas do Cordeiro é a Festa do Casamento de Jesus com a Igreja a qual acontecerá no reino messiânico, o Milênio.

 

20) 20.7-8 – A prova de que o pecado é inerente ao homem caído é que Satanás estará preso por mil anos e as pessoas ainda se rebelarão contra Deus. Portanto, a responsabilidade do pecado é do homem e não uma força vinda de Satanás.

 

21) 21.27 – Na eternidade com Deus, somente os salvos entrarão. A doutrina do Universalismo ensina que de algum modo todos serão salvos. Isso é heresia que destrói e deve ser rejeitada.

 

22) 22.18-19 – O Apocalipse é totalmente verdade. Há uma forte ênfase para não alterar as palavras e o sentido das profecias nele contidas.

 

8.Os métodos de interpretação:

1) O ponto de vista Preterista. Tudo o que está escrito no Apocalipse já aconteceu e os relatos são apenas os fatos históricos em símbolos. A Igreja Católica pensa assim, pois, caso contrário, teria que interpretar a queda da Babilônia futura, como o seu próprio sistema religioso. Os preteristas dizem que a Besta foi Nero. Alguns grupos evangélicos, como os Concertistas, também são preteristas.

 

2) O ponto de vista Histórico. Afirma que se refere à Igreja desde os dias de João até ao estado eterno. Assim sendo, tudo estaria profetizado neste livro: Reforma Protestante, Revolução Francesa, Guerra Mundial.

 

3) O ponto de vista Simbólico ou Idealista. O Apocalipse é apenas um livro de símbolos espirituais para nos ensinar lições espirituais e morais. Uma espécie de luta do bem contra o mal, onde o bem triunfa.

 

4) O ponto de vista Futurista - afirma ser um livro profético (caps 4-22). Dentre os futuristas há duas correntes de interpretação sobre as cartas:

 

1ª) Trata-se dos períodos da Igreja até o Arrebatamento.

2ª) Refere-se somente às Igrejas locais da época.

Existe, ainda, o futurista extremo, que diz que as 7 igrejas da Ásia serão reorganizadas...

 

“Esta não é a revelação de João: ele é apenas o repórter, mas é do Senhor Jesus Cristo; e mesmo Jesus não é a fonte desta revelação, pois, como podemos ver muitas vezes no Evangelho de João, o Senhor Jesus recebe-a do Pai. Mesmo passando por cinco estágios [sic] de transmissão: do Pai para o Filho, do Filho para o anjo, do anjo para o escritor e daí para os leitores, a revelação é apresentada claramente como a “palavra de Deus e o testemunho de Jesus”. Esta última frase descreve o que estava para ser mostrado a João na ilha de Patmos.”[2]

 

Capítulo 1: A revelação, a saudação e a visão

1.Revelação (“apocalipsis”, revelação, desvendamento). Portanto, fica claro que o objetivo de Jesus não é ocultar o sentido, mas revelar. A revelação não é de João, mas de Jesus. O livro é cristocêntrico. Deus, Jesus, anjo, João e às igrejas. Esta é a ordem. Não é mencionado qual o anjo e por isso não podemos afirmar que é Gabriel. Enquanto Daniel tinha que selar, pois eram profecias para o fim, em Apocalipse os selos são abertos, pois já é o fim. (“em breve devem acontecer”). João testemunhou tudo o que aqui está escrito. Palavra de Deus aqui inclui apenas o Apocalipse. Atestar e não aprovar, ou seja, testemunhar, presenciar (testemunha ocular) (v.1-2).

 

2.Profecia aqui refere-se ao Apocalipse. Não é bom negligenciar o Apocalipse somente pela dificuldade de entendê-lo. “Ler” significa ler nas igrejas em voz alta, pois era muito caro cada um ter uma cópia. Além de tudo, Apocalipse é um livro de vida prática de fé e de obediência, amor, etc. Portanto, não é um livro de curiosidades, mas prático. Há 7 bem-aventuranças em Apocalipse (1.3, 14.13, 16.15, 19.9, 20.6, 22.7, 22.14). “O tempo está próximo” não se refere a uma data fixa, mas apenas que a profecia é algo sempre próximo, urgente, atual (v.3).

 

3.Ásia menor, atualmente Turquia. Havia mais do que sete igrejas. Talvez por ser um número significativo para a profecia, foi endereçado a sete igrejas. Possivelmente foi enviada uma cópia para cada igreja, mas com certeza as demais igrejas tomaram conhecimento. Havia pelo menos 10 igrejas na região. Talvez aqui signifique a universalidade da Igreja de Cristo em todas as épocas. Não há paz se não houver a graça antes. “O que é, era e há de vir” é o Pai eterno, Deus o Pai virá com Cristo. “Sete espíritos” é o Espírito Santo (Is 11.2-3) (v.4).

 

4.Jesus não é apenas a testemunha da profecia, mas todo o objetivo desta. Ele é a “fiel testemunha”. “Primogênito dos mortos” significa que Jesus foi o primeiro a ressuscitar para a eternidade. “Soberano dos reis da terra” é o tema do Apocalipse. Aqui, o primeiro louvor do livro aos crentes em sofrimento. Nenhuma mensagem é completa sem o tema Cristo-crucificado. Soberano dos reis da terra é uma ofensa em plena época de Adoração ao Imperador (v.5).

 

5.Em 1 Pe 2.9 diz que somos sacerdotes e, além de estarmos debaixo do Rei, seremos uma nação de reis (5.10). Isto sugere levar pessoas a Deus e governar pessoas (v.6). Isto é a Parousia (chegada). Assim como Jesus subiu entre as nuvens, virá entre as nuvens. Virá numa nuvem branca (14.14), de encontro às nuvens negras do Armagedom (Joel 2.2). Como se dará isso não sabemos, porém, será literal, pois a história será interrompida por Deus e de maneira abrupta. Aqui refere-se ao povo de Israel (Zc 12.10). É uma vinda de julgamento. Será um choro de desespero por não receberem Aquele que os livraria de tamanha angústia. Aqueles que O amaram O receberão com júbilo. É bom lembrar que os incrédulos não choram porque Cristo foi crucificado, mas porque Ele vem efetuar o juízo, pois blasfemarão por toda a eternidade, como foi na Grande Tribulação Quem fala é Deus o Pai. Alfa é a primeira letra do alfabeto grego. Deus é o Criador e o Ômega, a última letra do alfabeto grego. A Criação tem Ele próprio como alvo, Sua glória (Col 1.15). Isto também se aplica a Cristo (v.6-8).

 

“Se desejamos ser contados com os seus santos na glória eterna devemos nos submeter agora voluntariamente a Ele, recebê-lo e honrá-lo como Salvador, pois cremos que virá a ser o nosso juiz. Oh! Há muitos que desejariam nunca morrer e que não houvesse um dia de juízo!”[3]

 

6.Domiciano perseguia a Igreja e João participou dessa tribulação. O “reino” era o consolo de João para as igrejas sofredoras, porém, era preciso perseverança. Como o crente está ligado a Cristo, a tribulação é passada Nele e com Ele. Tertuliano relata que antes de João ser exilado foi lançado ao caldeirão de azeite fervendo sem, contudo, morrer. “Achei-me na ilha de Patmos” não significa que João se encontrou lá por visão, mas foi real, ele estava exilado, perseguido por não negar a fé. Devemos entender que foi Deus Quem o levou para essa ilha para ter essas visões. Portanto, Deus em Sua Soberania coopera a perseguição de Domiciano para revelar aos crentes o curso do mundo, apostasia da Igreja, queda de Satanás, etc. Era costume enviar para a ilha de Patmos criminosos políticos, onde trabalhavam forçado, talvez em pedreiras (v.9).

 

7.Aqui sim, começam as visões. Ele não estava em Éfeso, mas na ilha de Patmos. “Em espírito” isto é, não foi um sonho, mas uma visão, enquanto acordado (êxtase). O “dia do Senhor” não se trata da Parousia, o dia do julgamento das nações, mas refere-se ao domingo, dia que a Igreja Primitiva passou a separar para o ajuntamento dos crentes. O domingo passou a ser chamado dia do Senhor. Portanto, esta visão começou num domingo. A trombeta era usada para alertar os exércitos para prontidão militar. Parece que é a voz de Cristo, pois a revelação seguinte é da Pessoa Dele. João não esperava aquela visão, foi tudo inesperado (“detrás de mim”) (v.10).

 

8.As igrejas são mencionadas, porém, na região havia pelo menos 10 igrejas, mas o número sete é significativo para o assunto de profecia, referindo-se à universalidade e perfeição. Talvez o rolo foi dado por Jesus, assim como as pedras a Moisés. É provável que João ficou muito espantado com a voz de trombeta e muito mais com a visão da glória de Cristo. Os sete candeeiros são as 7 igrejas. Os candeeiros ou castiçais não são a luz, mas o sustentáculo da luz. Assim a Igreja não é a luz, mas o sustentáculo da luz, que é Cristo. De ouro significa a preciosidade e qualidade sagrada da Igreja (v.11-12).

 

9.Não devemos nos deter nos símbolos, mas naquilo que os símbolos representam. “Filho do homem” é uma expressão messiânica para designar o Salvador Jesus. A vestimenta era de sumo sacerdote (Êx. 28.4, 39.29). “Vestes talares” eram longas e flutuantes. Os sacerdotes levitas usavam cingir-se até o peito, significando poder e autoridade. O cinto do sacerdote era trançado de ouro; o de Cristo é de ouro puro, significando a superioridade do Seu sacerdócio. Jesus está no meio da Igreja, que são os candeeiros, cuidando dela (v.13).

 

10.Cabelos brancos mostra a pureza, santidade e divindade. Olhos como chama de fogo mostram olhos penetrantes que não perdem nenhum detalhe dos motivos e propósitos interior de cada indivíduo. O fogo simboliza a ira derramada tão presente no livro do Apocalipse. Os pés como bronze polido representam Jesus andando pela terra, julgando o mundo e os perversos. O bronze derretido pode significar a ira e o julgamento contra o pecado. A voz como de muitas águas, conforme Ez 43.2, significa voz poderosa (Sl 29.4) (v.14-15).

 

11.As sete estrelas na mão direita são ou os pastores dessas igrejas ou anjos que guardam tais igrejas. Seja como for, estão sob o domínio de Cristo (em sua mão direita). A espada sai da boca, ou seja, Ele destrói apenas com Sua palavra, como no capítulo 19. O rosto que brilha como o sol na sua força (ao meio dia) representa a majestade Daquele que não pode ser contemplado a olho nu (v.16).

 

12.O quebrantamento pela glória e grandeza do senhor tem como alvo não só prostrar o crente, mas fazê-lo aproximar-se do Senhor, suplicando misericórdia. João caiu aos pés do Senhor como morto, ou seja, os músculos foram paralisados e a mente ficou incapaz de raciocinar. Assim como Isaías, João não suportou a Santidade de Jesus devido à própria indignidade. Entre nós, pode haver alguma presunção em pensar que um é mais espiritual que outro, mas diante do Senhor nenhum de nós ficaria em pé. O mesmo Senhor Juiz que destruirá os iníquos é capaz de amar e mostrar misericórdia aos contritos. João deve ter ouvido muitas vezes a expressão consoladora “não temas”, enquanto andou com Jesus naqueles três anos. Jesus Se coloca como o Pai, declarando Sua divindade com a expressão “primeiro e último” (Is 44.6, 48.12) (v.17).

 

13.Cristo menciona Sua morte e ressurreição absoluta e eterna. O vencedor da morte, a experiência mais trágica para o humano. Vemos que Cristo não teve por alvo esmagar João (Mt 12.20), mas prepará-lo para as outras visões. Portanto, Cristo tem o poder de encerrar os perdidos no Hades e também de abrir e transferi-los para um lugar pior, o Lago de Fogo. Morte refere-se ao corpo e Hades ao espírito e a alma (v.18).

 

14.Repetição da ordem (v.11). Aqui está a divisão do livro: O que viste (cap.1), as que são (caps. 2-3) e as que hão de acontecer (caps. 4-22). Não sabemos se os anjos protetores de cada igreja são os seres espirituais do céu ou pastores, líderes, de cada igreja. O Nosso Senhor Jesus Cristo nos ama muito e quis deixar as profecias sobre os fins dos tempos. Ele é maravilhoso e é também Aquele que julga (v.19-20).

 

 

 

 

 

 

 

 

As grandezas de Jesus Cristo no último livro da Bíblia (Ap 1)

1.O Revelador (v.1)

2.O Testemunho (v.2)

3.O Abençoador (v.3)

4.A Fiel Testemunha (v.5)

5.O Primogênito dos mortos (v.5)

6.O Soberano dos reis da terra (v.5)

7.Aquele que ama (v.5)

8.O Libertador (v.5)

9.O Doador dos nossos privilégios (v.6, reino e sacerdotes)

10.Aquele que virá novamente (v.7)

11.O Companheiro na tribulação (v.9, em Jesus)

12.O Rei (v.13, vestes)

13.O Eterno e o Purificador (v.14, cabelos brancos e fogo)

14.O Juiz (v.15, bronze)

15.O Vencedor (v.16, espada)

16.O Majestoso (v.16, sol)

17.O consolador e O Primeiro e o Último (v.17)

18.O Ressurreto (v.18)

19.O que tem autoridade sobre a morte e o inferno (v.18)

20.O Revelador dos Mistérios (v.20)

 

Capítulo 2: Cartas às igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira

 

                               INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS 7 CARTAS DO APOCALIPSE

 

Turner diz que alguns se preocupam tanto em interpretar as cartas como as 7 dispensações da época da Graça (interpretação histórico-progressiva) que perdem o ensino prático das igrejas da época. Porém, ele diz que não há nada de errado em pensar que são cartas proféticas.

 

São três as interpretações a respeito das 7 cartas do Apocalipse:

1)Interpretação Contemporânea. Somente para a época (claro, com aplicação para nós).

2)Interpretação Cronológica. Representam diferentes períodos da Igreja.

3)Interpretação Composta. Todo o conteúdo é para qualquer igreja em qualquer época.

 

À frente de cada título da lição acompanha o período correspondente na história, o que não significa absolutamente que tal interpretação esteja correta. Laodiceia não é louvada e Esmirna e Filadélfia não são censuradas.

 

A.Carta à igreja de Éfeso (v.1-7) Era apostólica até o ano 100 a.D.

1.Aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e anda no meio dos sete candeeiros. É uma repetição de 1.16. É uma igreja zelosa que não suporta homens maus e os põe à prova, como os nicolaítas, seita de natureza libertina como os gnósticos. Alguns dizem que foi Nicolau de Éfeso quem começou com os falsos ensinos gnósticos naquele lugar. Portanto, o nicolaísmo é um ramo do gnosticismo. É uma séria repreensão a qualquer crente, mas há remédio: lembrar-se onde começou o declínio e voltar à prática das primeiras obras, motivadas pelo amor a Cristo. Caso não haja arrependimento o Senhor virá em juízo. Não se refere à parousia que é juízo contra os incrédulos (v.1-6).

 

“Primeiro amor é o amor do casamento. Suas características são a simplicidade, pureza, amor conjugal, reação do amor ao amor, a sujeição de um grande amor ao grande amor, a submissão de um amor auto renunciante a um amor que nega o próprio ego. O primeiro amor é o abandono de tudo por um amor que também abandonou tudo.”[4]

 

2.A expressão “quem tem ouvidos ouça” é uma ênfase para se atentar ao que vem depois da expressão. No caso, a igreja de Éfeso deve atentar que o vencedor se alimentará da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus, que será no estado eterno, como veremos ao final do livro. Será o jardim do Éden restaurado, superior, pois não haverá como pecar. Em todas as cartas há prêmio para o vencedor. Subentende-se que todos os crentes são vencedores, ainda que alguns são mais fiéis do que outros. Não há crente derrotado pelo glorioso fato de estar em Cristo Jesus (v.7).

 

B.Carta à igreja de Esmirna (v.8-11) Era das perseguições, até o ano 316 a.D.

O primeiro e o último, o que esteve morto e tornou a viver. É uma repetição de 1.17-18. Uma igreja pobre materialmente, mas rica na fé. Em 159 a.D. o pastor Policarpo de Esmirna foi morto na fogueira. Os judeus fizeram aliança com o império romano contra os crentes, por isso são “sinagoga de Satanás”. Os dez dias são de Nero até Diocleciano, tempo em que a igreja sofreu 10 perseguições. Diocleciano perseguiu a igreja durante dez anos. A fidelidade em face às perseguições e morte terá recompensa. Um grande consolo para quem está sendo perseguido. Nenhum crente morre duas vezes.

 

C.Carta à igreja de Pérgamo (v.12-17) Era do favor imperial anos 316-500

1.Aquele que tem a espada afiada de dois gumes. É uma repetição de 1.16. Trono de Satanás porque lá havia a adoração a Esculápio, o deus da medicina, simbolizado por uma serpente. Ainda hoje a medicina usa esse símbolo. Havia outros deuses que eram adorados em Pérgamo. Antipas, o pastor daquela cidade levantou-se contra aquela idolatria e foi morto dentro de um bezerro incandescente de ferro (v.12-13).

 

2.Eram tolerantes para com os nicolaítas, um ramo do gnosticismo. A doutrina de Balaão também era uma forma de gnosticismo. Balaão não conseguiu amaldiçoar o povo de Israel, por isso tentou corrompê-lo levando os varões a terem relações sexuais com as moabitas. Da mesma forma a Igreja em Pérgamo uniu-se ao paganismo. Os líderes praticavam imoralidade como algo normal, da mesma forma que os gnósticos. Participavam das festas pagãs, comendo coisas sacrificadas aos ídolos (v.14-15).

 

3.A solução sempre é o arrependimento. O juízo é a espada do Senhor, não na parousia, evidentemente. Há uma tradição rabínica que diz que o Messias restaurará o maná, por enquanto escondido. Sendo que o interesse é o aspecto espiritual, temos em Cristo o pão da vida, o maná do céu que é a melhor recompensa. Cristo está escondido para o mundo e não para o crente (v.16-17).

 

A pedrinha branca era usada quando um réu absolvido, quando um atleta saía vitorioso e quando um soldado cumpria sua missão. Este costume se originou em Pérgamo. O nome novo será ou o nome do Senhor ou um novo nome que terá o crente revelando o seu caráter.

 

 

D.Carta à igreja de Tiatira (v.18-29) Era Negra dos anos 500-1500

1.O Filho de Deus, que tem olhos como chama de fogo e os pés como bronze polido. É uma repetição de 1.14-15. O louvor é justo, porém, a repreensão será bem severa. O Senhor mantém um equilíbrio de censura e louvor. Vemos também que a igreja progrediu (“as últimas obras mais numerosas que as primeiras”). Jezabel era a mulher de Acabe, que arruinou Israel e que perseguia os profetas de Deus. Havia em Tiatira uma mulher que se dizia profetiza, porém, imoral e pagã, aqui relacionada, simbolicamente, com a antiga Jezabel. Em Tiatira possivelmente trabalhava para os nicolaítas e gnósticos, levando homens às festas pagãs e à imoralidade. Dificilmente Deus vem em juízo sem aviso e oportunidade para mudança. Este verso dá a entender que Jezabel já foi repreendida alguma vez, pois aqui se refere à mulher, que é Jezabel e não à igreja (v.18-21).

 

2.Deus enviaria doença física prostrando na cama os pecadores. A grande tribulação seria um período de grande sofrimento e não ao período conhecido como três anos e meio. Os filhos aqui mencionados são os que seguiram a Jezabel, a falsa doutrina em si e não propriamente a meretriz. É provável que essa mulher sofreu alguma doença terrível, e pelo fato de ser muito conhecida na Ásia, todas as igrejas souberam do ocorrido. Para o judeu, o rim era a sede das emoções juntamente com o coração e o fígado. O adultério aqui se refere ao espiritual, pois o adultério físico fica claro que cometiam (v.22-23).

 

3.Havia um remanescente fiel em Tiatira. Os gnósticos estudavam os mistérios de Satanás para compreender o conhecimento secreto, por isso a expressão “coisas profundas de Satanás”. Que outra carga é esta? Qual foi a primeira carga? Talvez se refere a Atos 15.28-29. Conservar o que tem significa permanecer na luz recebida (v.24-25).

 

4.Essa promessa se cumprirá no Milênio para os crentes da Igreja (20.6). Mas até mesmo antes, na Parousia, os crentes reduzirão povos rebeldes, sob a autoridade de Cristo. As obras de Cristo são os Seus mandamentos. A estrela da manhã é o próprio Cristo. Teremos a glória Dele em nós e comunhão (22.16). Com a expressão “quem tem ouvidos ouça”, Jesus Cristo, o autor das cartas, apela para a solenidade das palavras (v.26-29).

 

Capítulo 3: Cartas às igrejas de Sardes, Filadélfia e Laodiceia

A.Carta à igreja de Sardes (v.1-6) Tempo da Reforma dos anos 1500-1700

Aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. É uma repetição 1.4,16. É uma igreja que outrora foi fervorosa, mas o formalismo a sufocou. Ainda havia um resto de espiritualidade nessa igreja e oportunidade para arrependimento, caso contrário, só restaria o juízo. O juízo vem como ladrão sem que ninguém espere. Sujar as vestes normalmente significa vícios sexuais. Se for o caso, possivelmente, os gnósticos estão em foco, com suas libertinagens bem conhecidas. Andar de branco significa pureza. Quanto às vestes brancas significa pureza. O Livro da vida e o Livro do Cordeiro têm o mesmo significado e são diferentes do Livro dos viventes, que é o livro de todos os vivos. O nome confessado diante dos anjos (Mt 10.32, Lc 12.8).

 

B.Carta à igreja de Filadélfia (v.7-13) Era das Missões Modernas dos anos 1700 até hoje

1.O Santo, o Verdadeiro, que tem a chave de Davi. Is 22.22 refere-se ao senhorio de Cristo no reino de Davi. Aqui dois atributos de Deus os quais também são de Cristo (6.10 refere-se ao Pai). A porta aberta se refere ao trabalho missionário (Col 4.3, At 14.27). Filadélfia é uma igreja de “pouca força”, isto é, de pequena influência, perseguida pelos judeus, mas fiel, confessando o nome do Senhor. Talvez pequeno número, pouco dinheiro e pouca influência política. Era uma equipe bem montada contra a Igreja: os judeus e os gnósticos (ambos sinagoga de Satanás). São mentirosos, pois, embora judeus de nascimento, não o são espiritualmente. Prostrar-se-ão aos pés da igreja no dia em que o sistema falso religioso for desmascarado, que será a queda da Babilônia. Enquanto isso, os hereges têm livre acesso às igrejas (v.7-9).

 

2.Os pré-tribulacionistas usam este versículo para tentar provar que a igreja não passará pela Tribulação. Os pós e os mid-tribulacionistas usam o mesmo versículo para tentar provar o contrário, dizendo que embora a Igreja passe pela Tribulação será protegida “na” e não “da” tribulação, a exemplo de Daniel na cova dos leões. Mas a preposição grega é “ek tês hora” ou seja, “da hora” da provação. Os crentes primitivos ao que parece sempre esperaram a segunda vinda naqueles dias. Todos os crentes receberão a coroa da vida, porém, alguns crentes gozarão de maiores galardões. Já que Filadélfia é elogiada pela perseverança, deve conservar o que tem, ou seja, continuar perseverando. Coluna representa honra e estabilidade (segurança da salvação, Sl 27.4). Haverá símbolos de posse, o “nome do meu Deus”, o novo nome de Cristo e o nome da cidade Dele, que será a nova Jerusalém (v.10-13).

 

“O vencedor será na nova era uma coluna no templo (12); 21.22 torna claro que não haverá outro templo na Jerusalém celeste senão Deus e o cordeiro. Esta promessa assegura nossa indissolúvel união com Deus para todo sempre.”[5]

 

C.Carta à igreja de Laodiceia (v.14-22) Era da igreja apóstata do ano 1900 até o período da tribulação

1.O Amém, testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. Aqui é a única ocorrência da palavra Amém como nome próprio. Testemunha fiel e verdadeira é Jesus, apesar da apostasia da igreja de Laodiceia. Ele é o princípio da criação. Os crentes são acomodados e indiferentes e a maioria é nominal. A mornidão causa náuseas. Alguém frio como o inimigo pode se tornar fervoroso ao descobrir a verdade (exemplo Saulo de Tarso), mas a neutralidade é a pior inimizade. Havia umas fontes vizinhas de água morna que era o mesmo que não beber água e até pior. A cidade de Laodiceia era próspera. Jesus Cristo usa três qualificativos (v.14-17).

 

Rico. Havia várias indústrias, centro bancário e rota comercial. Cooperavam com o culto ao imperador e não tinham seus bens confiscados.

Cego.  A famosa escola de medicina em Laodiceia produzia remédios e o melhor colírio.

Nu.   Havia uma famosa indústria de tecidos e roupas.

 

2.Para as três carências da igreja de Laodiceia existe a solução do Senhor. Isto prova que havia crentes genuínos nessa igreja, embora mornos.

 

1) Para a pobreza a igreja devia comprar o ouro refinado pelo fogo, isto é, aceitar a perseguição e desfazer o acordo com Roma.

 

2) Para a nudez a igreja devia comprar as vestes brancas, que são a justiça e a pureza de Cristo.

 

3) Para a cegueira a igreja devia comprar o colírio, que é a iluminação do Espírito para a verdadeira visão espiritual.

 

3.Refere-se à apostasia. Cristo do lado de fora da igreja pedindo entrada. No Oriente, tomar refeição, juntos, significava confiança e afeto. São mencionados dois tronos: o de Deus e o de Jesus; no céu e no Milênio (v.18-22).

Destaques de cada igreja do Apocalipse (Ap 2-3)

1.Éfeso. Era apostólica até o ano 100 a.D. Zelo, perda do primeiro amor e arrependimento (2.1-7)

2.Esmirna. Era das perseguições, até o ano 316 a.D. Pobre, mas rica. Sinagoga de Satanás. Perseguição (2.8-11)

3.Pérgamo. Era do favor imperial anos 316-500. Trono de Satanás. Nicolaítas. Balaão. Espada do Senhor (2.12-17)

4.Tiatira. Era Negra dos anos 500-1500. Boas obras. Jezabel. Coisas profundas de Satanás (2.18-29)

5.Sardes. Tempo da Reforma dos anos 1500-1700. Ritualismo. Vestes sujas, vestes brancas (3.1-6)

6.Filadélfia. Era das Missões Modernas dos anos 1700 até hoje. Porta aberta. Pouca força, mas fiel. Livre da tribulação (3.7-13)

7.Laodiceia. Era da igreja apóstata do ano 1900 até o período da tribulação. Mornidão. Pobreza,  nudez e cegueira (3.14-22)

 

4.Aqui termina a segunda parte do Apocalipse, as coisas que são. Agora começam as coisas que hão de acontecer.

 

Capítulo 4: O trono de Deus

 

 “Este capítulo leva você até o céu, até tudo o que lá está, ao trono e tudo ao redor daquele trono e ao cântico da criação redimida! Um tipo de criação totalmente cultivada e unida ao Trono que está no centro. Este é o propósito da criação. O livro prossegue para mostrar que esta é a grande questão: governo, é o propósito de Deus na redenção.”[6]

 

1.A cena muda da terra para o céu, na presença de Deus. João já ouvira essa voz, 1.10-11. É a terceira parte do livro do Apocalipse. É um grande privilégio que o salvo experimenta, a esperança de estar nesta cerimônia a qual se dará com o ajuntamento da Igreja no céu. Embora em espírito, ou seja, em transe, tudo o que João viu foi real. O trono representa majestade e soberania. Deus, o Pai, é Quem está no trono. Ver a Deus é um privilégio reservado para os salvos. Os perdidos verão a Deus como juiz, mas nós os que cremos no Salvador Jesus O veremos entronizado e numa grande festa de adoração (v.1-2).

 

2.Jaspe é uma pedra transparente como cristal; sardônio ou sardônica é uma pedra vermelha. Nada sabemos sobre o significado dessas pedras faiscantes. O certo é que a glória é imensa. Esse resplendor ofuscante não vem do ambiente, mas da Pessoa que está no trono. Um arco verde. O arco-íris em Gn 9.13 é um sinal da aliança perpétua de Deus. A palavra grega é a mesma traduzida para o português, arco-íris. Íris vem da mitologia grega que era a mensageira dos deuses, cujo xale de sete cores foi identificado com o arco. Deus, em Sua Palavra, usou expressões emprestadas da mitologia dos homens, assim acontece com a palavra Hades e outras. Este brilho também é privilégio dos crentes, só eles verão. O único brilho que os perdidos verão será o terrível brilho do fogo eterno. Ver a Deus em Seu trono será um grande privilégio. O que fizemos de bom para merecer essa maravilhosa visão? Absolutamente nada. A maravilhosa salvação foi providenciada por Deus, cumprida em Cristo e experimentada pelos crentes através da fé (v.3).

 

3.Outro privilégio do crente é ver os 24 anciãos ao redor do trono de Deus, cada um em um trono. Nada é mencionado de especial nesses tronos como no trono principal. Quem poderiam ser esses 24 anciãos? Provavelmente 24 anjos representando os 12 apóstolos e as 12 tribos de Israel, também representando os crentes de todas as épocas. Os vestidos brancos e coroas de ouro simbolizam santidade e esplendor celestial. As coroas de ouro dizem respeito ao elevado valor desses anciãos. Trovões e relâmpagos anunciam juízo (Êx 9.23,28, 19.16, 1 Sm 7.10, 12.17-19). Portanto, em Apocalipse trovões e relâmpagos são um anúncio de que a paciência de Deus acabou e começou o juízo. Vinham do trono principal. Não sabemos de quem são as vozes. Diante do trono há sete tochas de fogo que são os sete espíritos de Deus, representando o Espírito Santo, como já foi visto no capítulo 1. Pessoas se aglomeram para ver shows pirotécnicos. Teremos o privilégio de ver a manifestação de Deus. Não será nenhum show profano, mas demonstração da santidade e juízo de Deus (v.4-5).

 

4.Não há nenhuma passagem paralela em Apocalipse que indique o significado desse mar. A linguagem é de comparação, é como mar e é como cristal. Pode significar beleza, majestade e pureza. Mar, na Bíblia, representa nações. No céu haverá nações representadas. Em Ezequiel e Isaías há os querubins e serafins que têm essa semelhança. Ez 1.5-22, 10.20-22, Is 6.1-6. Esses seres representam a natureza que Deus criou. Os olhos significam vigilância incessante. Portanto, a natureza, representada por esses seres viventes, glorificam a Deus: os animais selvagens, os domesticados, os homens e os animais voadores. O Salmo 19 diz que a natureza exalta o Senhor. O leão, o novilho, o homem e a águia nos lembram os quatro aspectos do ministério de Cristo e os quatro evangelhos. Que grande privilégio ver confirmados esses aspectos do ministério de Cristo e os evangelhos que tantas vezes lemos (v.6-7).

 

ANIMAL          ASPECTO DO MINISTÉRIO DE CRISTO          EVANGELHO CORRESPONDENTE

   Leão                         Rei                                                                                   Mateus

   Novilho                    Servo                                                                               Marcos

   Homem                    Homem perfeito                                                            Lucas 

   Águia                        Divindade                                                                       João

 

5.As asas mostram o poderio de locomoção e seis asas mostram supremacia sobre os outros anjos. A localização dos olhos: por dentro e por fora, significando vigilância e inteligência. Note que eles adoram e não são adorados. Se representam a natureza é ainda mais significativo, pois no decorrer da História homens adoraram a natureza, pecado condenado explicitamente por Deus, pois só Ele merece louvor. Não há intervalo nesse louvor. Aqui chamado “triságio”, isto é, três vezes santo, indicando a Trindade. Em Apocalipse aparecem vinte hinos e este é o primeiro. Os 24 anciãos depositavam suas coroas no trono. É o reconhecimento de que tudo o que eles têm pertence ao Senhor. Deus é o Criador, a criação veio a existir, não por causa do homem, em primeiro lugar, mas para glorificar ao Criador. Estaremos ali naquele maravilhoso louvor depositando nossas vidas no altar do Senhor. Que privilégio ver tudo isto antecipadamente. Maior privilégio será estar ali diante de Deus. Nós veremos Deus em Seu trono, veremos os 24 anciãos e participaremos do louvor perfeito. Se temos tão grande privilégio como cidadãos do céu, devemos viver neste mundo como crentes que vivem esta esperança e oferecer o evangelho para todas as pessoas para ganharem este privilégio também (v.8-11).

 

Os privilégios daqueles que estarão no céu (Ap 4)

1.O privilégio de ver Deus em Seu trono (v.1-3)

2.O privilégio de ver os 24 anciãos (v.4-5)

3.O privilégio de ver a adoração perfeita (v.6-11)

Capítulo 5: O livro selado com sete selos

1.Este livro estava na mão direita do Pai no trono, indicando a autoridade do que está escrito ali. Escrito por dentro e por fora, indicando que a revelação é completa. O selo é a marca da autoridade, sendo que só a Pessoa revestida de autoridade pode abrir. A palavra para livro “Biblos”, mas o formato é roliço usado antigamente. Veremos que em cada selo retirado acontecem desgraças no mundo. É notável que a pergunta veio de um anjo forte, mostrando sua incapacidade. O que havia naquele livro? Se o livro é tão importante deve ser aberto, mas por quem? Debaixo da terra, isto é, nem no Hades, o mundo espiritual, alguém podia abrir o livro. A total incapacidade está resumida na frase “nem olhar para ele”, isto é para o livro. Por que João chorava? Porque ficar sem a revelação do Senhor é total desesperança, sendo que foi prometida a ele a revelação das coisas que devem acontecer (v.1-4).

 

2.O ancião, um dos 24 não leu o conteúdo, mas sabia quem podia abrir o livro. O Cristo devia vir da linhagem de Davi, que também é da tribo de Judá quanto à descendência. Judá é o leãozinho, Gn 49.9, e o leão é Cristo, ou seja, o Rei (Is 11.1). Ele venceu a morte, Satanás e o pecado. De leão passou para cordeiro. Para ser vencedor, Cristo passou pelo sacrifício. Pelas marcas que Jesus carrega no céu é fácil para João distinguir que é o Cordeiro sacrificado. A vitória não está no rugir do leão, mas na fraqueza do Cordeiro imolado (1 Co 1.18). Chifre representa poder, sete chifres representam poder absoluto. Sete olhos que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra, provavelmente são anjos que serão enviados à terra, à disposição do Cordeiro para causar males no mundo, como castigo. Portanto, os sete espíritos aqui são diferentes daqueles do capítulo que representam o Espírito Santo. Enquanto toda a criação está suspensa, o Cordeiro pega o livro da mão do Pai. Ninguém podia nem olhar. Este Cordeiro pode até mesmo chegar diante do trono e pegar da mão Daquele que está assentado. Os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro com a mesma adoração que prestam ao Deus Pai (v.5-7).

 

3.Nosso Deus gosta da boa música, mas as orações dos santos são agradáveis a Ele tanto quanto a música. Os santos podem ser os perseguidos da Tribulação. Portanto, logo no início da tribulação já têm crentes perseguidos e martirizados (v.8). O tema é redenção. A morte do Cordeiro é assunto de louvor no céu. O cântico é novo, pois pela primeira vez em Apocalipse é dirigido ao Cordeiro. Pela primeira vez toda tribo, língua, povo e nação se reúnem para uma adoração universal. A promessa de um reino na terra é para os crentes da Igreja também e não só para os judeus. Os salvos da Igreja não serão apenas espectadores, mas participantes ativos na administração do reino (v.8-10).

 

4.O número dos anjos é incalculável para a capacidade humana.  Os seres viventes não possuem trono. O assunto do louvor é o mesmo: a morte do Cordeiro. Em Fp 2.10-11 estão incluídos até mesmo os anjos caídos, os quais reconhecerão o Senhorio de Cristo, embora não serão salvos. Os perdidos não se arrependerão de seus pecados nesta adoração universal, mas reconhecerão a onipotência, soberania e dignidade do Senhor Jesus Cristo. Os quatro seres viventes respondiam: “Amém”, confirmando todo o louvor. Assim termina a narração, embora o louvor continue (v.11-14).

 

“Apocalipse 5 retrata Cristo como o Leão-Cordeiro que é o único digno de iniciar as séries de juízos os quais quebrarão o poder da rebelião humana guiada por Satanás. Cristo é o Deus-Homem que é digno de despejar a ira de Deus que subjugará a terra e trará todo o inimigo à submissão.”[7]

 

Deus não se esquece (Ap 5)

1.Deus não se esquece dos planos de julgamento futuro (v.1-3)

2.Deus não se esquece de consolar os seus servos que amam a justiça (v.4-5)

3.Deus não se esquece das orações dos crentes (v.6-8)

4.Deus não se esquece dos redimidos pelo sangue do Cordeiro (v.9-10)

5.Deus não se esquece do Cordeiro e de Si próprio (v.11-14)

 

A vida do crente (Ap 1-5)

1.Nas profecias de Jesus (1.3)

2.No Primogênito dos mortos, Jesus (1.5)

3.No Alfa e Ômega (1.8)

4.Naquele que vive (1.18)

5.No amor de Jesus (2.4-5)

6.Na coroa da vida (2.10)

7.Na espada afiada (2.12,16)

8.Na estrela da manhã (2.28)

9.Na Presença de Deus (3.2)

10.No Livro da Vida (3.5)

11.Na perseverança de Jesus (3.10)

12.Na Ceia de Jesus (3.20)

13.No Trono de Deus (4.2,5,10)

14.No Leão de Judá (5.5)

15.Na Raiz de Davi (5.5)

16.No Cordeiro que foi morto (5.6,8-9,12-13)

 

Capítulo 6: A abertura dos seis primeiros selos

A.O primeiro selo: o cavalo branco (v.1-2)

Não há novidade aqui, pois quem está abrindo é o único capaz. Um dos quatro seres viventes disse: “Vem”. A ordem é dada a João para dirigir-se a um determinado lugar de onde poderia assistir o que aconteceria na terra. Com a abertura dos selos estamos na 2ª metade da Tribulação (a Grande Tribulação). A 1ª metade será relativamente calma, com sacrifícios judaicos restaurados e paz para Jerusalém. Este cavaleiro não é Cristo (que será no cap.19). A única coisa em comum deste cavaleiro (cap.6) e do cap.19 é a cor do cavalo. Aqui são juízos gerais e no cap. 19 é o juízo específico, a Parousia. No capítulo 6 há um sinal de poderio, mas não o poderio de Cristo. É o poderio da morte tão presente na Grande Tribulação. A vitória desse cavaleiro é certa, ou seja, juízo.  O autor da Tribulação é o Cordeiro, o protagonista (o ator principal) é Satanás. Cristo usará Satanás para os Seus próprios propósitos (v.1-2).

 

B.O segundo selo: o cavalo vermelho (v.3-4)

Vermelho é cor de sangue. Entende-se que haverá grande derramamento de sangue. Não se trata de uma guerra comum, onde os mortos são os da batalha. Mas aqui os homens se tornarão odiosos no mundo e se matarão, sem razão aparente. Não se trata de uma guerra organizada por algum país, mas mortandade de vizinhos, sem liderança ou política por detrás. A espada é o símbolo de guerra. O cavaleiro não sai matando os homens, pois eles próprios se matam (Mt 24.6-12) (v.3-4).

 

C.O terceiro selo: o cavalo preto (v.5-6)

Preto, simbolizando miséria e tristeza, por causa da fome e escassez de alimentos. Em período de escassez a primeira providência é racionar os alimentos, por isso a balança. Uma medida (choiniks, no grego) equivale a 450 gr. O consumo diário de uma pessoa. Um denário era o salário de um dia inteiro de trabalho. Se um homem com dinheiro do seu trabalho-dia pode comprar alimentos para si, o que será da esposa e filhos? A cevada é mais acessível, mas mesmo assim a família iria passar fome e nível iria diminuir consideravelmente, pois o trigo é superior à cevada. Haveria ainda os artigos de luxo, claro, somente os ricos conseguiriam obter. Porém, até estes tinham que economizar (v.5-6).

 

D.O quarto selo: o cavalo amarelo (v.7-8)

A cor, de fato, não é amarelo, mas “cloros”, um esverdeado pálido, mais precisamente “cor de cadáver”. É óbvio que a morte será comum ao mundo.  Hoje em dia até quem mora no Ocidente já está convivendo com a morte como os do Oriente Médio que são “vizinhos” da morte. Mas na Grande Tribulação, a morte será o pavor constante dos moradores do planeta. A morte refere-se ao físico, o que não será o fim do sofrimento, pois a realidade do Hades (o mundo dos mortos) é ainda pior. Não tem como não ser futurista diante destes versículos, pois quando foi na história que a quarta parte dos homens morreu? Nem com a peste negra (peste bubônica) na Europa do séc. XIV. Hoje a população é de quase 7 bilhões. A quarta parte morrerá (v.7-8).

 

E.O quinto selo: as almas dos mártires (v.9-11)

O altar era o lugar do sacrifício e estes irmãos foram martirizados (“sacrificados”) por amor ao Senhor. Havia uma libação (derramamento) feita na base do altar, Lv 4.7, 2 Tm 4.6, Fp 2.17. É como se o sangue desses, na terra, estivesse clamando, pedindo vingança, como Abel. O altar era suspenso, as cinzas do sacrifício caiam debaixo do altar e o sangue escorria por uma vala. Eles estão clamando no céu, pois é para lá que vão os salvos. Eles não queriam uma vingança pessoal, mas a justiça de Deus. A resposta para o momento foram as vestes brancas, as quais são vestes celestiais. Eles precisavam descansar e ter paciência. Outros serão martirizados. Só o Senhor sabe o número exato.  Esses mártires são da Grande Tribulação, nada têm a ver com os mártires da época da Igreja, que nesta altura já estão no céu com os corpos glorificados. Abaixo, uma tentativa para explicar o clamor das almas dos mártires (v.9-11).

 

“...Não significa que eles ressuscitaram, isto é, que receberam CORPOS glorificados, e, então, foram arrebatados, mas estavam em forma física com vestes, pois quando o ‘espírito’ do homem perde seu corpo terreno ou de CARNE, na morte, ele ainda tem um corpo, seu corpo espiritual, que pode ver, ouvir, falar, etc., pois como pode uma ALMA ‘clamar’ se esta não possui uma forma e sentidos físicos.”[8]

 

F.O sexto selo: tremor na terra e no céu (v.12-17)

1.Terremotos sempre foram vistos como julgamento divino, embora não leve, necessariamente, ninguém ao arrependimento. Distúrbios na natureza o mundo já presenciou, mas como os da grande Tribulação, nunca. Bem podem ser os vulcões em erupção que causarão terremotos e produzirão densas nuvens de pó, fumo e cinzas, fazendo o sol parecer negro e a lua cor de sangue. Saco de cilício ou crina é um saco feito de pele de animal, normalmente cabra de cor negra. Claro que se uma só estrela atingisse o planeta nada restaria. Os antigos não distinguiam uma estrela de um meteorito (não tinham conhecimentos científicos para isso). Aqui claro, refere-se a meteoritos e cometas desprendidos do espaço, atingindo a terra.  A estrela cadente nada mais é do que uma pedra (meteoro) entrando na atmosfera, incandescendo com o atrito do ar, o que não há no espaço, fora da atmosfera. A Bíblia sempre usa termos da época, respeito o conhecimento das pessoas. Deus não quis colocar os nossos termos científicos atuais em Sua Palavra, mesmo porque a nossa Ciência ainda não tem as respostas desejáveis em muitas áreas (v.12-13).

 

2.Is 34.4, isso só pode acontecer literalmente no “fim do mundo” para a criação dos novos céus e nova terra. Antes do Trono Branco, quando “não há mais lugar para os céus e a terra, que fogem da presença do Senhor”. O céu se enrolará como pergaminho e os elementos se desprenderão do firmamento, causando o fim do mundo como conhecemos. Os acontecimentos se misturam nesse texto. Os montes e ilhas se movem de seus lugares é a maneira que Deus usou para se referir a terremotos. O pânico será sobre os grandes e pequenos. Ainda não é o fim, somente juízos preparatórios da Grande Tribulação para o grande terrível dia do senhor, a Parousia. É inútil lutar contra o senhor. Eles preferem a morte a ter que enfrentar a ira do Cordeiro. Nesta altura já sabem que Ele é o autor das catástrofes. Estes selos, portanto, são as catástrofes que o mundo receberá por causa de seus pecados e rejeição de Deus (v.14-17).

 

Os selos e as catástrofes (Ap 6)

1.Primeiro selo, primeiro cavalo (branco), vitória da destruição (v.1-2)

2.Segundo selo, segundo cavalo (vermelho), matança (v.3-4)

3.Terceiro selo, terceiro cavalo (preto), fome (v.5-6)

4.Quarto selo, quarto cavalo (amarelo), morte (v.7-8)

5.Quinto selo, vingança dos justos (v.9-11)

6.Sexto selo, ira do Cordeiro contra os incrédulos da terra (v.12-17)


Capítulo 7: Os 144 mil e os santos no céu

1.Aqui ainda não é aberto o sétimo selo, mas é um intervalo. Os anjos têm responsabilidades diferentes, conforme o querer de Deus. No caso, esses quatro anjos têm poder sobre os ventos. Os quatro ventos referem-se aos quatro pontos cardeais. Fora desses pontos o vento não tem entrada, são o seu limite e também o limite da terra. Deus não pretende, neste momento, destruir a terra. Este selo servirá para selar os 144 mil. Não sabemos que marca será. Os quatro ventos teriam poder de destruir a natureza. Não significa de maneira nenhuma que os anjos estão em desacordo, mas somente que a história está sendo revelada e que está em sujeição à vontade de Deus (v.1-3).

 

2.Selos nas frontes. Não é uma imitação do que a Besta fez, pelo contrário, a Besta foi quem imitou o que Deus fez. Sendo que o evangelho a ser pregado na Tribulação é o do reino e que a Tribulação tem em vista, principalmente, o povo de Israel, é compreensível que os 144 mil sejam judeus. O motivo do selo é para não serem mortos. De onde esses judeus vêm? Do céu? Ressuscitam? Não, são os que se converteram na tribulação. Não se casam para gastarem o tempo integral a essa tarefa de anunciar o Messias. Dã é omitida, talvez por causa da idolatria. Efraim também é omitida, talvez pela mesma razão. José, que não é uma tribo, substitui Efraim.  Levi está incluída, que é a tribo sacerdotal e não uma das doze tribos de Israel (v.4-8).

 

3.Haverá representantes de todos os povos, pois pela primeira vez todos os povos ouvirão. Muitos que forem aceitando o evangelho do reino serão martirizados (6.11). As palmas, que sãos ramos das palmeiras simbolizam vitória e ações de graça. O louvor é pela grande salvação que o Senhor dá (v.9-12).

 

 

 

“Apesar de as Escrituras não afirmarem, explicitamente, que os 144 mil judeus são testemunhas especiais de Deus e que a multidão de gentios foi salva por meio de seu ministério, esta nos parece ser uma dedução lógica; de outro modo, por que os dois grupos são relacionados neste capítulo? O paralelo com Mateus 24:14 também indica que os 144 mil darão testemunho do Senhor durante a Tribulação.”[9]

 

4.Um dos 24 anciãos é quem pergunta. Os de vestes brancas são recém-chegados no céu e já ganham grande atenção. Esse ancião pergunta a João, porém, este é quem gostaria de saber. João confessa humildemente sua ignorância. Portanto, são os salvos da Grande Tribulação, os quais foram martirizados. O Senhor estenderá o Seu tabernáculo sobre eles, ou seja, fixará residência com eles. Literalmente se traduz: “Estenderá Sua tenda sobre eles”, significando que os abrigará com a Sua presença. Não haverá mais dificuldades, pois o Pastor cuidará, apascentando, Sl 23. Note que Cristo é o Cordeiro, mas também é o Pastor. É o leão, mas também é o Cordeiro. No evangelho de João é o Pastor, mas também é a porta (v.13-17).

 

Os começos apocalípticos (Ap 7)

1.O começo de destruição adiado (v.1-3)

2.O começo de um novo grupo de evangelistas (v.4-8)

3.O começo da adoração no céu pelos mártires (v.9-15)

4.O começo do consolo aos perseguidos na tribulação (v.16-17)

 

Capítulo 8: O sétimo selo e as quatro primeiras trombetas

1.João não diz o porquê desse silêncio. Pode ser para dar total atenção às orações dos sofredores crentes na tribulação ou é o silêncio de suspense pelas trombetas que soarão. As trombetas que os anjos soarão são o juízo de Deus sobre a terra. Incenso é símbolo da oração. É o único altar mencionado no céu, pois o altar mencionado, anteriormente, em que os mártires estavam debaixo dele não era literal, mas um simbolismo do sacrifício. O anjo é apenas o que leva as orações, mas não é ele quem responde. Essas orações são dos santos da Tribulação. Tudo com a permissão de Deus. Não foram as orações que voltaram para a terra, mas a resposta delas que é a vingança do Senhor. O anúncio do juízo iminente (v.1-5).

 

2.As trombetas já se achegam aos lábios dos anjos, felizes os que se arrependem agora. A chuva de saraiva é uma chuva de fogo. O sangue não precisa ser entendido como literal, mas algo com coloração de sangue. Vapores dos vulcões podem causar uma chuva como de sangue. A tempestade será de fogo. Não sabemos se será localizada num só ponto do planeta ou em várias localidades. Isso afetará o ecossistema mundial, pois a maior parte do oxigênio da terra depende das folhagens (v.6-7).

 

3.Pode ser um meteorito ou cometa incendiado caindo no mar e envenenando as águas, com suas propriedades tóxicas. As trombetas têm paralelo com as pragas do Egito. Algo envenenado como o sangue. Aqui não pode ser vulcão, pois este lança lavas, mas o próprio vulcão nunca é lançado da terra. Embora muito trágico, é parcial (a terça parte). Os peixes morrem envenenados. É difícil imaginar um cometa ao cair no mar destruir a terça parte das embarcações, seja por calor, ou pelas ondas que causará, porém, de algum modo ocorrerá (v.8-9).

 

4.Novamente um cometa ou meteorito. As águas potáveis são atingidas. O nome da estrela é Absinto, fazendo referência a um arbusto de gosto amargo. Como existem enormes variedades de rios no mundo é mais fácil imaginar que será localizado num só ponto do planeta, envenenando fonte e outros rios, pois um desboca noutro. Muitos morreram, pois as águas ficaram amargosas. Talvez alguns morreram ao tomar a água e outros morreram por não tomar a água que é inútil para dessedentar (v.10-11).

 

5.Não se diz o que aconteceu a esses elementos celestes, exceto que um terço desses ficou inútil. Das doze horas de luz do dia quatro horas serão escuridão. Essa trombeta não é destrutiva, mas uma advertência. Não sabemos se é uma águia literal ou um anjo. Esse detalhe não importa muito, o que importa é que as três últimas trombetas são chamadas de “os três ais” (v.12-13).

 

“Não é somente no ambiente natural do homem que a repercussão do seu pecado é sentida; esse mesmo pecado desencadeia forças demoníacas, incontroláveis pelo homem, que trazem aflição após aflição sobre ele. É isso que é simbolizado nos castigos que seguem os toques das trombetas seguintes, precedidas pelo Ai, Ai, Ai proclamado contra os que habitam na terra... pela águia que voava pelo meio do céu...”[10]

 

O último selo e as trombetas (Ap 8)

1.O sétimo selo, o silêncio e as orações (v.1-5)

2.A primeira trombeta, o ataque do fogo de Deus (v.6-7)

3.A segunda trombeta, a destruição da vida marítima (v.8-9)

4.A terceira trombeta, a contaminação das águas potáveis (v.10-11)

5.A quarta trombeta, o escurecimento da terra, o prenúncio dos três ais (v.12-13)

 

Capítulo 9: A quinta e a sexta trombetas (capítulo 9)

1.A estrela aqui não é literal, pois seria destruição total para o planeta, se apenas uma pequeníssima parte de uma estrela se chocasse com a Terra. Também não é um cometa ou meteorito como veremos, mas um anjo mau a serviço do propósito divino. A chave foi dada à estrela para cumprir uma missão. Portanto, a estrela é identificada como uma pessoa, um ser. Essa estrela pode ser Satanás. Do poço do abismo saem demônios em grande quantidade. Deus usará Satanás e os demônios como verdugos na grande Tribulação. O submundo tomará posse da terra. É bem possível que a fumaça que de lá sai seja literal. Claro que não são enormes insetos atacando os homens, e sim, uma invasão demoníaca. Isso se percebe com a descrição desses gafanhotos. Gafanhotos em grande quantidade são destrutivos para a terra e escorpiões causam grande dor. Portanto, temos uma ideia da atuação dos demônios nesse período. Os gafanhotos destroem o verde, mas não estes do Apocalipse. O alvo são os homens, exceto os 144 mil. Cinco meses é muito tempo para o tipo de sofrimento, embora não saibamos exatamente o que será. A vida normal de um gafanhoto é da primavera ao verão, talvez cinco meses. Assim como um escorpião não mata um homem adulto, porém, a dor é alucinante, as pessoas preferirão a morte ao sofrimento que tais seres causam (v.1-6).

 

2.Joel 2.4. O cavalo para a guerra mostra prontidão para destruir ou causar mal. O rosto do gafanhoto tem mesmo a aparência de um cavalo. As coroas de ouro na cabeça indicam a posição de realeza e certeza da vitória. De fato, terão sucesso nessa tarefa, que é o propósito de Deus. O rosto como de homens simboliza a inteligência desses seres. Os cabelos como de mulheres é uma alusão às longas antenas do gafanhoto e os dentes como de leões indica a crueldade deles contra a sua presa (ver Jl 1.6). As couraças de ferro indicam que são invulneráveis. É impossível lutar contra eles. O barulho das asas como o de carros de muitos cavalos para a guerra, como em Joel 2.4ss. Assim como uma invasão de gafanhotos que forma nuvens pretas e muito barulho, os demônios serão soltos desse abismo com uma satânica vontade de causar dano aos homens. Também sugere a rapidez com que agirão. As caudas como escorpiões e ferrões mostram que os poderes demoníacos sempre foram perigosos. Na Grande Tribulação sem o freio do Espírito Santo, a situação será agonizante. Nas caudas tinham poder para causar dano aos homens por cinco meses. Será uma tortura prolongada, ainda assim, o sofrimento será abreviado (v.10, ver Mt 24.22). Acima dos gafanhotos há o anjo do abismo que é Abadom (hebraico) e Apoliom (grego), que é o seu rei. O significado é destruidor, aniquilador. Os gafanhotos não têm rei (Pv 30.27), portanto, estes são diferentes. O rei deles é o próprio Satanás. Esse foi o primeiro ai. Nesses três ais o alvo são os homens e não a natureza (v.7-12).

 

3.Entende-se que seja o mesmo altar de 8.3, o único no céu. A voz é a voz de Deus dando ordem para se soltar os quatro anjos que se encontram junto ao grande rio Eufrates. Não são os mesmos quatro anjos de 7.1-3, mas aqui são da parte satânica a serviço do propósito divino. O rio Eufrates é o maior da região. No capítulo 16 veremos que este se secará. Quatro demônios furiosos, presos há milênios, desde a expulsão do céu são soltos. Eles agirão exatamente no relógio de Deus. Isso mostra a autoridade divina na História. Esses quatro anjos infernais abriram passagem para esse enorme exército de cavaleiros. O número grego é dois dez mil de dez mil, traduzindo, 200 milhões. João certamente ouviu sobre o número, pois lhe seria impossível contar. O simbolismo do exército demoníaco deve inspirar maior terror do que se fosse um exército terreal. As couraças eram de três cores: vermelho fogo, jacinto (azul de fumaça) e enxofre (amarelo). Das bocas dos cavalos saem fogo, fumaça e enxofre, isto é, uma representação do inferno. A cabeça de leão mostra ferocidade (v.13-17).

 

4.O tormento dos gafanhotos não é apenas espiritual, porém, uma carnificina de quase 2 bilhões de pessoas, se a população for de 6 bilhões. Porém, lembrando que a primeira terça parte morreu de peste, a população já teria sido reduzida para uns 4 bilhões, o número de mortos aqui seria mais ou menos 1 bilhão e trezentos milhões, restando, talvez 2 bilhões e 700 milhões de habitantes. Da boca já vimos o poder do inferno. Na cauda havia como que serpente. Portanto, é impossível escapar, pois se a boca não matar a cauda matará. Apesar do sofrimento a humanidade não se achega a Deus. Um dos objetivos da tribulação é levar os homens a reconhecerem seu estado pecaminoso. Porém, continuaram a desafiar o Senhor. Eles adoram Satanás e seus demônios que os infligem os sofrimentos. A sociedade da época será caracterizada pelo ocultismo (v.18-21).

 

“Essa passagem levanta diversas perguntas para as quais não temos resposta. Os quatro anjos do versículo 14 são mesmos de 7.1? Os cavaleiros são homens ou representam demônios, doenças ou outras forças destrutivas? Quais são as três pragas simbolizadas pelo fogo, fumaça e enxofre? É interessante observar que a morte é provocada pelos cavalos, e não pelos cavaleiros. Um autor sugere que esse exército poderoso de cavaleiros pode simbolizar ‘uma ilusão irresistível do diabo, vinda do Oriente’.”[11]

 

As trevas espirituais (Ap 9)

1.A quinta trombeta, as trevas espirituais vindas do abismo (v.1-3)

2.As trevas espirituais do tormento, o primeiro ai (v.4-6)

3.As trevas espirituais por cinco meses (v.7-12)

4.A sexta trombeta, as trevas espirituais dos demônios soltos (v.13-19)

5.As trevas espirituais da obstinação e incredulidade (v.20-21)

Capítulo 10: O livro vindo do céu

1.Embora a visão seja a de um “anjo”, é uma visão majestosa e parece muito com a visão do capítulo 1 levando-nos à Pessoa de Jesus Cristo. Se por um lado a visão é muito semelhante a de Cristo, não parece ser Cristo pelo seguinte (v.1).

 

1) Diz “outro anjo”, ou seja, coloca-o na mesma categoria que os outros anjos.

2) Jurou não por si mesmo (v.6). Cristo tem toda a autoridade de usar o seu próprio nome como juramento.

3) É visto na Tribulação. Não há nenhuma evidência que Cristo descerá nesse período, a não ser na Parousia. Quando Cristo apareceu a João, na ilha de Patmos, tratava-se do começo das visões e não a Tribulação.

 

2.Na mão um livrinho aberto, um pé no mar, outro na terra. O conteúdo não era secreto, pois estava aberto. Um pé no mar e o outro na terra mostra que o mundo todo será abrangido. Foram ouvidos sete trovões quando a voz bradou como um leão. Algum tipo de voz dizendo algo aparece 40 vezes em Apocalipse, porém, nem sempre nos é dito o que essas vozes querem transmitir. Os trovões anunciam mais juízos. Pelo que parece João entendeu a voz dos trovões. Qual voz mandou não escrever, não sabemos. Porém, como veio do céu é de Cristo ou do Pai. Era costume levantar a mão direita para jurar, tendo a mão esquerda o livro. Se fosse Cristo, juraria por Si mesmo. Não haverá mais delonga para os juízos vindouros (v.2-6).

 

“A eternidade de Deus é incluída no juramento, porque isso é algo duradouro e firme, em contraste com as coisas e os seres da terra, pelo que serve de base apropriada para um juramento que assegura uma certa verdade.”[12]

 

3.Na sétima trombeta o mistério será cumprido. Não diz qual mistério será cumprido ao toque da sétima trombeta, mas no período desta. Pode ser o anúncio do reino, que sucederá aos juízos. Note que é o anúncio do reino e não estabelecimento, ainda. A voz vem do céu. Jesus Cristo ou Deus, o Pai, está dirigindo a cena e ordenando a João. O anjo agiu em obediência à voz que vinha do céu e deu o livro para João comer. Era amargo no estômago e doce na boca, assim como aconteceu com o profeta Ezequiel. As profecias são doces, pois são as palavras do Senhor, no entanto, contêm juízos severos e como os profetas Ezequiel e João não são insensíveis aos sofrimentos humanos, sentem o amargor ao serem digeridas, ou seja, quando têm que meditar no conteúdo das profecias o seu sofrimento aumenta muito. As profecias não se limitam a Israel. Lembrando que um pé no mar e outro na terra indica a abrangência de todo o mundo (v.7-11).

 

Assimilando a mensagem de Deus (Ap 10)

1.João deve assimilar, mas não escrever (v.1-4)

2.Os profetas assimilaram, mas talvez não compreenderam (v.5-7)

3.João assimilou o doce e o amargo dos juízos de Deus (v.8-11)


 

 

 

 

 

 

Os clamores e suas motivações (Ap 6-10)

1.Os mártires da Tribulação – por justa vingança (6.10-11)

2.Os povos sem Cristo – pelo fim do sofrimento (6.15-17)

3.Outros mártires da Tribulação – louvor pela salvação (7.9-10)

4.A águia no céu – os três ais da humanidade (8.13)

5.Os incrédulos – clamando pela morte para deixarem a dor (9.6)

6.Um anjo do céu – jurando que tudo está no fim (10.3,6)

 

Capítulo 11: A medição do Templo de Deus, as duas testemunhas e a sétima trombeta

1.Não é dito quem deu essa vara. É possível que tenha sido um anjo. João passa de observador para medidor. Cana ou “kálamos” é um junco ou cana, muito abundante no vale do Jordão, utilizadas como instrumento de medir. Algumas dessas canas mediam de três a seis metros de altura. O Templo de Jerusalém foi destruído em 70 a.D. Porém, o Anticristo fará aliança com Israel e ao que tudo indica, Israel será “agraciado” com novo Templo, talvez não tão sofisticado. O povo de Israel hoje não pratica sacrifícios porque não existe a linhagem sacerdotal e não existe o Templo. O ato de medir tinha o sentido de preservação (proteção divina) ou também o sentido de destruição (juízo), conforme Zc 2.1-5, Jr 31.38-40, 2 Rs 21.13, Is 34.11, Lm 2.8. O sentido aqui é o primeiro, ou seja, a preservação do Templo durante a Tribulação. Na quebra do concerto o Templo será profanado. João devia medir o santuário, o altar e os adoradores. Significa que o remanescente judeu será preservado, não física, mas espiritualmente, do poder do anticristo. A parte exterior do Templo não será protegida, por isso, não é medida. As nações gentílicas pisarão a cidade santa. Israel voltará a ser odiada. Porém, os que estiverem no “santuário”, ou seja, o remanescente fiel, será preservado. Ainda que martirizados, serão salvos (Lc 21.24). Embora o Templo será uma realidade, não precisamos entender que esta medição seja literal, mas apenas simbólica para mostrar a situação do judeu convertido na época da tribulação. Os gentios pisarão a cidade santa por 42 meses. A cidade santa é Jerusalém. Os judeus serão o alvo do ódio do Anticristo na terra, evidentemente, consequência do seu ódio maior, que é contra Deus. 42 meses= 1260 dias (11.3, 12.6) = um tempo, tempos e metade de um tempo (Dn 12.7). Estes versículos referem-se à 70ª semana de Daniel 9.24-27 que corresponde a três anos e meio. Dn 7.25 mostra que a partir daqui a ênfase é a Israel que foi traída, mas o remanescente fiel, continua protegido por Deus. Enfim serão três anos e meio em que Satanás despejará o seu ódio (v.1-2).

 

2.Não podemos dizer com certeza quem serão as duas testemunhas. Talvez Elias e Moisés, pois os feitos nos fazem lembrar deles. Representando a lei e os profetas, anunciando Cristo, o Messias. Lembrando-se que os dois apareceram no Monte da Transfiguração. Vestidas de saco como os profetas se vestiam para chamar o povo ao arrependimento (2 Rs 1.8, Is 20.2, Zc 13.4). Zc 4.2ss. Os candeeiros iluminam enquanto têm o azeite da oliveira. “Diante do Senhor da terra” Zc 4.15, referindo ao Deus pai. Essa luz será apagada, isto é, as duas testemunhas morrerão. “O fogo de Elias” matará os perseguidores deles. As duas testemunhas só poderão morrer depois de cumprida a sua missão que é testemunhar, antes que o Senhor venha (v.4-5, ver Ml 4.5). Os sinais nos levam imediatamente a pensar em Moisés e Elias. Poderiam ser dois profetas com o mesmo espírito de Moisés e Elias, assim como João Batista tinha o espírito de Elias. Porém, Deus pode fazer aparecer novamente Moisés e Elias, como fez no monte da Transfiguração. O testemunho será completo. A morte das duas testemunhas será no tempo específico de Deus. Pela primeira vez é mencionada a Besta. Veremos com detalhe no capítulo 13 (v.3-7).

 

 

 

“Esses dois indivíduos são claramente do mesmo padrão que Elias (ordenando fogo e seca – v.5-6) e Moisés (transformando água em sangue e castigando a terra com pragas – v.6)... suas atividades são bem definidas. Que a identidade dessas duas testemunhas não é clara, fica evidente pelas numerosas sugestões entre os comentaristas. A ideia mais popular é que elas são Moisés e Elias ressurretos. Outras sugestões incluem Enoque e Elias, Elias e Eliseu, Pedro e Paulo, Tiago e João, dois discípulos desconhecidos, a lei e os profetas, pregadores e mestres, e muitas outras.”[13]

 

3.Cadáveres expostos era repugnante para o mundo antigo, como o é hoje. A grande cidade é Jerusalém, que é chamada de Sodoma (degradação moral) e Egito (crueldade e opressão). A cidade onde o Senhor foi crucificado.  Há alguns anos atrás os comentaristas não tinham nem ideia de como o mundo todo veria, mas hoje isto está resolvido por causa dos avanços tecnológicos. Os meios modernos de comunicação (via-satélite, Internet e drones) tornam isso possível universalmente. Certamente haverá feriados, um tipo de natal satânico, talvez camisetas promocionais, brinquedos, adesivos e outros objetos exaltando a Besta que matou as testemunhas as quais atormentavam a consciência da humanidade. A alegria se transforma em pavor diante da ressurreição das testemunhas. Antes dos corpos se apodrecerem Deus os ressuscita. A morte das testemunhas lhes abafou a consciência, mas a ressurreição traz de volta à memória a ira de Deus. O volume da voz foi o suficiente para todos ouvirem. Aconteceu uma figura de ascensão ou arrebatamento. Os inimigos ouvirão e atribuirão a voz a Deus. (v.8-12).

 

4.Jerusalém experimentará um grande terremoto. Esse terremoto está ligado à ascensão das testemunhas e à voz do céu. A décima parte da cidade será destruída e sete mil pessoas morrerão. Algumas pessoas darão glória a Deus sinceramente, porém, não haverá conversão universal, pois somente o medo momentâneo faz as pessoas glorificarem a Deus, sem, contudo, se renderem de coração ao Soberano dos Soberanos. Esse foi o segundo ai. O primeiro está em 9.12, o terceiro aí vem com a sétima trombeta. Nos dois ais houve uma atuação clara dos demônios (v.13-14).

 

5.Vozes intensas, talvez dos anjos. Assim como o sétimo selo, a sétima trombeta, também não tem juízo. O anúncio do milênio mostra que nesta altura a parousia está próxima e, claro, o Armagedom. O tempo passado não deve ser problema, pois Jesus usou também para algo futuro, mas que é certo (Jo 12.31). É um ai para os incrédulos. O louvor é por algo que virá, porém, tratado aqui como já acontecido. Isso não deve ser problema, pois se trata de profecias e não de uma esperança duvidosa. As nações se enfureceram, a ira do Senhor chegou, os mortos serão julgados e os crentes terão galardão. Ainda é o louvor dos 24 anciãos. O ódio das nações é contra Deus. Os mortos serão julgados, com seus corpos, no final do milênio, mas já estão sendo julgados no tormento de suas almas. A recompensa aos crentes do Velho Testamento será no Milênio. O santuário abriu-se e foi vista a arca da aliança sob relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e saraivada (v.15-19).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que aconteceu com a arca perdida?

 

1) Desapareceu em 586 a.C. quando os babilônios tomaram Jerusalém (2 Cron. 35.3).

2) Uma lenda judaica diz que Jeremias a escondeu numa caverna (Jr 3.16, 2 Macabeus 2.4-8).

3) João a vê no céu.

 

A arca representa a fidelidade de Deus nas promessas. Na cidade que desce do céu não haverá templo, porém, aqui no céu há o santuário (Santo dos Santos). Na Nova Jerusalém não haverá templo, mas a visão de João, aqui, não é a Nova Jerusalém, mas o céu. Enquanto João contempla a arca, alguns fenômenos ocorrem no céu e outros na terra, como por exemplo, terremoto e saraivada.

                                                                             

6.A última trombeta é o anúncio do reino de Cristo e a aparição da arca. Os incrédulos devem temer, pois logo ficarão de fora por toda a eternidade desse reino maravilhoso e do Estado Eterno.

 

As ênfases após a medição do átrio do santuário (Ap 11)

1.O ministério e poder das duas testemunhas (v.1-6)

2.A morte e a ascensão das duas testemunhas (v.7-12)

3.O grande terremoto, o segundo ai (v.13-14)

4.A sétima trombeta, a arca da aliança (v.15-19)

 

Capítulo 12: A mulher e o dragão

1.Daqui até o capítulo 13 estudaremos sete personagens: 1) A mulher, 2) Satanás, 3) O menino, 4) Miguel, o arcanjo, 5) A descendência da mulher, 6) A Besta do mar e 7) A Besta da terra

 

2.Essa cena ocorrerá no céu físico e não na Presença de Deus. Portanto, não é na terra (no chão), mas no espaço cósmico. Não será em outros planetas, mas à vista dos habitantes do planeta terra. O principal é saber quem é a mulher, pois os demais simbolismos de sua indumentária são secundários. A mulher é a Nação de Israel. Não é Maria, mãe de Jesus e nem a Igreja. O sol representa a majestade celestial (Gn 37.9). Frequentemente, sol e lua são usados no antigo Testamento para designar Israel. A Coroa de doze estrelas na cabeça refere-se às doze tribos de Israel (Gn 37.9) (v.1, ver Jr 31.35-36, Js 10.12-14, Jz 5.20, Sl 89.35-37).

 

3.A Igreja Católica diz que a mulher é a Virgem Maria. Mas nisso há uma grande contradição, pois o catolicismo defende a teoria de que Maria não sofreu dores para dar à luz. De que maneira Israel sofreu dores de parto para dar à luz ao Messias? Quase toda a história de Israel foi agonia e dor de parto: guerras, deportações e exílios. Israel por várias vezes chegou perto da extinção. O Dragão grande e vermelho é o próprio diabo. A cor é do pecado, do sangue, do fogo e da violência. As sete cabeças os dez chifres e os sete diademas representam o grande poder intelectual e mundial. A Besta tem as mesmas características recebidas do dragão. Is 14 e Ez 28. Lúcifer, o atual dragão vermelho, arrastou a terça parte dos anjos do céu. É apenas uma retrospectiva e identificação desse dragão, não quer dizer que isso acontecerá novamente. A mulher é Israel e o filho varão de Israel é Cristo. Satanás tentou matar Jesus, através de Herodes e também, tentou fazê-Lo pecar. Para o dragão é importante destruir o menino, pois, senão, o menino o destruirá. Já está profetizado que Ele regerá as nações com cetro de ferro em Salmos 2.9. O menino foi arrebatado para Deus na Ascensão (v.2-5).

 

4.A mulher fugiu para o deserto, ou seja, Israel terá a proteção de Deus na segunda metade da Tribulação. Não podendo destruir o Cristo, Satanás quer destruir Israel, o remanescente fiel. Deus preparou um lugar seguro por 1260 dias, ou seja, 42 meses ou três anos e meio, a segunda metade da Tribulação. A queda de Lúcifer não ficou totalmente resolvida, pois ele e seus demônios não foram lançados ao Lago de Fogo e nem ao abismo e nem à terra, mas às regiões celestiais. Agora chegou a hora dele ser expulso de lá, onde tem algum tipo de acesso à presença de Deus. Miguel e seus anjos guerreiros ficaram com essa responsabilidade. A luta é de Miguel e seus anjos, porém, a glória é de Cristo. O acusador foi expulso. Para muitos crentes é surpresa que Satanás tenha acesso ao Pai para acusá-los (1 Jo 2.1, Jó 1.6, 1 Cr 21.1, 2 Cr 18.18ss). Nossos irmãos venceram por causa do sangue do Cordeiro. Embora se refira a todos os crentes de todas as épocas, especificamente aqui se refere aos mártires da Tribulação. O sangue de Cristo, que é a expiação, foi a vitória contra o acusador (v.6-11).

 

5.A terra tem de suportar a presença de Satanás por três anos e meio. Ele não pode mais acusar os crentes no céu, mas pode martirizá-los na terra e impedir que pessoas ouçam o Evangelho do reino mais vezes. Ai dos habitantes da terra e do mar, isto é, os navegantes. Voltamos àquela luta do dragão contra a mulher (Israel). Satanás perseguirá Israel da seguinte maneira: inspirando e instigando nações para guerrear, Israel será invadida. Israel será protegida. Todo o esforço para destruir Israel será em vão, Deus voltou a tratar com o “povo escolhido”. O tesouro escondido de Mateus 13 é agora desenterrado (Êx 19.4, Dt 32.11-12). É notável quantos acontecimentos importantes ocorrerão em apenas três anos e meio. O deserto mencionado não é nenhum lugar geográfico, mas o “lugar da proteção divina” (v.12-14).

 

“Satanás concentrará sua vingança sobre os israelitas durante a Grande Tribulação, sob o soberano controle de Deus, sendo que ele não pode lutar contra Cristo. Os israelitas fugirão de Satanás no futuro como fugiram de Faraó no passado (Êx 14.5, Js 24.6). Jesus predisse sua fuga em suas advertências no Monte das Oliveiras (Mt 24.15-28, Mc 13.14-23. A razão de Satanás se opor aos judeus é que Cristo, sua arqui-inimigo, veio deles e é um deles. Eles também são o objeto especial de Seu favor.”[14]

 

6.O dragão como uma serpente marinha tenta afogar a mulher. O simbolismo seria a tentativa de um “genocídio” (extinção da raça). Os “Acordos de paz” nada mais são do que uma tentativa de enganar Israel. Is 8.6-8, um exército tem a destruição de uma inundação. Portanto, Satanás, usará nações para guerrear contra Israel. De alguma maneira impressionante Israel será livrada de seus inimigos, talvez nações amigas, se houver, ajudarão Israel. Como será inútil o “genocídio” Satanás perseguirá com fúria os fiéis, individualmente. Os descendentes são os que creem no evangelho do reino e não necessariamente os judeus de nascimento. O dragão frustrado pára na areia do mar e pede ajuda das profundezas do mar de onde sairá a Besta (v.15-17).

 

Os protagonistas de uma terrível perseguição (Ap 12)

1.A mulher grávida é a nação de Israel (v.1-2)

2.O dragão vermelho é Satanás (v.3-4)

3.O filho é Jesus Cristo (v.5)

4.O deserto é o lugar ou estado de proteção para Israel (v.6)

5.Miguel é o anjo guerreiro já mencionado em Daniel e Judas (v.7-8)

6.O Diabo é a mesma antiga serpente, o dragão, Satanás (v.9-12)

7.As asas da grande águia serão o meio de proteção que Deus usará para Israel (v.13-14)

8.O rio serão nações aliadas ao Anticristo para tentar matar Israel (v.15-16)

9.Os descendentes da mulher são os judeus e gentios salvos na tribulação (v.17)

 

Capítulo 13: A besta do mar e a besta da terra

A.A besta do mar (v.1-10)

1.Antes de continuar devemos entender quem é quem. Satanás imita Deus, constituindo uma tríade (e não trindade) satânica (666). Portanto, segue a identidade e a imitação.

 

Personagem

Identificação

Atuação

Tentativa de imitação

A 1a Besta (do mar)

A 2a Besta (da terra)

O Dragão

Anticristo

Falso Profeta

Satanás

Poder Político (Império Romano)

Poder Religioso (Promove a adoração da 1a Besta)

Dirige o plano

Cristo Jesus

Espírito Santo

Deus, o Pai

 

2.Em 17.12 diz que os dez chifres são dez reis. É a mesma visão de Daniel 7. Os dez diademas são símbolos de autoridade real. Tudo o que o Anticristo fizer será para blasfemar o Senhor Jesus Cristo. As sete cabeças representam sete reinos, os quais veremos no capítulo17. A Besta, que é o Anticristo, será um homem singular na história. Satanás dará autoridade e poder para ele. Leão= Babilônia, Urso= Medo-Persa, Leopardo= Grécia por último, fera espantosa= Roma. Besta, imitando o Senhor Jesus e as duas testemunhas, é morta e ressuscita. O mundo aplaude o anticristo e segue o seu governo. A adoração satânica é aberta. Todos os adoradores saberão que Satanás deu autoridade à Besta. Serão 42 meses de blasfêmias. Deus podia calar a Besta, porém, deseja prosseguir com o Seu Soberano plano, permitindo essa blasfêmia (v.2-6).

 

3.Quando diz “foi-lhe dada” significa que foi o dragão quem deu essa autoridade. Satanás é o príncipe deste mundo. Cada pessoa de cada etnia terá oportunidade de pronunciar-se contra ou a favor da Besta. Portanto, concluímos que haverá ou um só idioma universal ou agilidade na tradução. Deus permitirá a morte de muitos crentes. Os que não foram escritos no livro da vida do Cordeiro adoram a Besta, ou seja, nenhum crente adorará a Besta. A divisão será muito clara. Aqui o conceito de retribuição justa (Jr 15.2, Mt 26.52, Gl 6.7-8). Deus vingará o sangue dos justos. Quem será perseguido, com toda a certeza será; e quem será morto, certamente não escapará. Nisto está a fé dos santos: em crer que o Senhor fará justiça. Somente o fiel perseverará (v.7-10).

 

B.A besta da terra (v.11-18)

1.A outra Besta parece cordeiro mas fala como dragão. Enquanto o mar representa as nações, a terra aqui pode representar a Palestina. O Falso Profeta poderá ser um judeu. O aspecto é de mansidão (dois chifres de carneiro), mas aparecerá a hipocrisia do dragão. Ele exerce autoridade e faz os homens adorarem a 1ª Besta. Portanto, atua na esfera religiosa. As duas Bestas não estão em competição, porém, juntas cooperam com o dragão. Os que estavam com a consciência perturbada por causa das duas testemunhas são enganados mais ainda, pois a 2ª Besta faz os mesmos sinais. Os sinais bem podem ser avanços científicos importantes, como a cura da Aids, revelação dos Ufos, etc. Os homens serão dirigidos a adorarem a 1ª Besta. Pela 3ª vez a referência sobre a ressurreição da 1ª Besta (v.11-14).

 

2.Sem dúvida será um homem dotado de poderes surpreendentes, vindos de Satanás. Portanto, a 2ª Besta dará fôlego à imagem da 1ª Besta e esta matará os que não quiserem adorá-la. Há os que pensam que seja um robô ou um clone ou qualquer coisa sobrenatural. O poder religioso toma, agora, um aspecto político e econômico em acordo com a 1ª Besta. A marca não é algo original, mas uma imitação do que Deus fez (7.3). A escravidão não se limita aos pobres, mas à humanidade. Não poderão negociar sem a marca da Besta. O certo é que depois de algum tempo, os recursos acabando, os não-marcados passarão fome. Todo o comércio exterior será controlado pela 1ª Besta. Muita fantasia tem surgido desse número e cálculos diversos. É o número do homem, que é o número da Besta e não é perfeito, pois é uma fraca imitação de Deus, pois o nosso Deus não precisou usurpar o poder, Ele é o Todo-poderoso (v.15-18).

 

Certezas que temos sobre a marca da Besta. Será... 1.A marca do anticristo, identificada com sua pessoa 2.O número 666, não uma representação 3.Uma marca, como uma tatuagem 4.Visível a olho nu 5.Sobre a pele, e não dentro da pele 6.Facilmente reconhecível, e não duvidosa 7.Recebida de forma voluntária; portanto, as pessoas não serão ludibriadas para recebê-la involuntariamente 8.Usada na segunda metade da Tribulação 9.Necessária para comprar e vender 10.Recebida universalmente por todos os não-cristãos, mas rejeitada pelos cristãos 11.Uma demonstração de adoração e lealdade ao Anticristo 12.Promovida pelo Falso Profeta 13.Uma opção que selará o destino de todos os que a receberem, levando-os ao castigo eterno no lago de fogo.” [15]

 

A falsidade satânica (Ap 13)

1.A falsidade da blasfêmia e dos sinais (v.1-6)

2.A falsidade dos adoradores (v.7-10)

3.A falsidade das palavras e dos sinais (v.11-15)

4.A falsidade do comércio (v.16-18)

 

Capítulo 14: O Cordeiro sobre o monte Sião e a ceifa

1.Esta visão é do céu ou da Nova Jerusalém e não um acontecimento na terra, durante a Tribulação, pois Cristo somente descerá no Monte das Oliveiras na Parousia. Portanto, é uma antecipação do que haverá. A voz poderosa, agora toma um aspecto musical e suave. Embora sejam os 144 mil que cantam, é possível que voz como das águas e como trovão seja de Cristo. Entoavam um cântico que ninguém podia aprender. Primícias são os primeiros frutos, os quais são vistos com muita alegria. Deus os vê os 144 mil com grande alegria na Tribulação. As palavras sobre contaminação com mulheres não devem ser mal interpretadas. Não há nada de impuro no casamento e no sexo, apenas que os 144 mil não perderam tempo na Tribulação com esse assunto, visto que pregar o evangelho do reino ao mundo todo, em tão pouco tempo, exigirá dedicação total. Não há mentira na boca dos 144 mil, pois são irrepreensíveis. Um contraste com o Anticristo, que é mentiroso (v.4, ver 1 Co 7.32-35). Todas as nações ouvirão, pois um anjo voará pelo meio do céu como em 8.13. Não é mencionado se alguém será redimido com essa pregação. Não é um novo evangelho. O Evangelho é um só, apontando para a Pessoa de Cristo. Será algo espetacular, nunca antes ocorrido. Não diz que os marcados pela Besta ainda têm chance, pois essa pregação não é para salvação, mas para que todos reconheçam a mão de Deus naqueles juízos (v.1-7).

 

2.São milhares de quilômetros a serem percorridos por um só anjo, porém, a locomoção não é problema para tal ser celestial, dotado de velocidade exorbitante. A Babilônia referida não é aquela já inexistente, mas todo o Império Romano restaurado pelo anticristo. Por extensão, o termo teológico para Babilônia é usado para todo o sistema religioso falso. Toda a idolatria tem origem na Babilônia histórica, com o episódio da “Torre de Babel”. É muito restrito dizer que a Igreja Católica Apostólica Romana é a Babilônia, embora esteja incluída. A Igreja Católica é apenas uma parte do falso sistema religioso.  Nos capítulos 17 e 18 existem detalhes sobre a queda da Babilônia que se mistura com política e religião, mas que é um só governo, o do Anticristo. Aqui o motivo da queda dessa falsidade religiosa. Vinho representa sedução. E, de fato, quantos foram seduzidos (embebedados) pelo falso sistema religioso! A fúria da prostituição religiosa, no caso, é porque as pessoas adoraram outro que nunca foi o Deus Verdadeiro e Único. Ele castigará a idolatria com toda a fúria (v.8).

 

3.Esse anjo está proclamando juízo aos seguidores da Besta. O tormento será insuportável, porém, eterno. Usava-se temperar o vinho com ervas, dando um sabor mais suave e agradável. Porém, a ira de Deus será sem abrandamento. A única mistura nesse “vinho” será fogo e enxofre.  Pela 1ª vez em Apocalipse nos é dito sobre a pena eterna. No verso 10 é difícil entender (no estado em que estamos, ainda) como pode haver alegria celeste e ao mesmo tempo ver esses horrores. Embora não entendamos, a verdade não muda. Deus, Jesus, o Espírito Santo, os anjos não estão em conflito de sentimentos e nem nós estaremos. Quem não compreende o caráter de Deus não pode aceitar isso, ou seja, que o tormento será eterno (v.9-11).

 

4.A perseverança dos santos foi anunciada por Jesus em Mateus 24.13. A paciência ou perseverança consiste no fato de que, embora sofrerão na Tribulação e até mesmo serão martirizados, não irão para esse terrível lugar. Portanto, é o maior incentivo a permanecer fiel. Somente o fiel permanecerá até o fim e nada tem a ver com a prática de boas obras, hoje, para ser salvo ou permanecer no evangelho sem se desviar. A salvação é obra de Cristo por nós e não aquilo que fazemos por Cristo. A voz que falava não se dirigia ao mundo, mas a João. Era ordem para ele escrever. É maravilhoso ter esse consolo escrito. As palavras são: “Bem-aventurados os que morrem no Senhor”, ou seja, os crentes martirizados na Tribulação. Esta é a 2ª bem-aventurança em Apocalipse (1.3 é a primeira). Em contraste com os seguidores da Besta que não terão descanso no Lago de Fogo, os martirizados terão descanso de suas obras. Os crentes, de fato, ficaram exaustos, pois, o tempo todo na terra será fuga atrás de fuga, até por fim serem mortos. O descanso não significa ociosidade, pois as obras deles os acompanham. Receberam galardões que serão recebidos por causa das obras (v.12-13).

 

“As palavras dos crentes, o testemunho que deram, os folhetos que distribuíram, os dissabores que sofreram por amor Dele, o copo de água que deram em Seu nome: tudo será lembrado e recompensado. Que maravilha da memória e do amor de Deus!”[16]

 

5.O Messias é identificado com o termo Filho do Homem. Aqui se refere a Cristo na Parousia, imediatamente após o Armagedom (ver 1.7, Dn 7.13-14, Lc 21.27-28). É uma visão antecipada do que irá acontecer. A coroa é o símbolo de vitória e autoridade. A foice representa julgamento. Outro anjo em relação aos outros que já atuaram em Apocalipse. Não se refere ao filho do Homem como anjo. O anjo saiu do santuário, que é no céu. Ele não dá ordem para Cristo, pois isso não faz sentido, simplesmente transmite a ordem do Pai. A seara da terra está seca, isto é, madura, pensando em trigo (v.14-15).

 

6.A ceifa inclui o trigo e o joio, como Jesus disse em Mateus 13. Quem ceifa é o Cristo e não o anjo, embora Ele usará os anjos como instrumentos. Além dos anjos mencionados um anjo é ajudante de Cristo, pois, também vai com a foice e outro anjo tem autoridade sobre o fogo. Entende-se que a autoridade dele é sobre o fogo do altar no céu. A responsabilidade dele era conservar o fogo aceso. Ceifar é o ato de cortar, por exemplo, o trigo. Vindima é a colheita da uva. Por tratar-se de juízo, entendemos que a videira são os perversos (v.16-18).

 

7.Este julgamento é o julgamento das nações, porém, não é o mesmo que o Trono Branco, o qual se dará após o Milênio. Nessa vindima quem é tirado é o incrédulo e quem é deixado é o crente; o inverso do Arrebatamento. Lagar é o lugar onde as uvas são pisadas para produzir o suco ou vinho. A figura indica um severo juízo. É o dia da vingança do Senhor, é o Armagedom. O lagar foi pisado e correu sangue por 1600 estádios (Is 63.3-4). As uvas são os incrédulos da Tribulação que estiverem vivos nesse tempo. O suco extraído dessas “uvas” é o sangue deles. Os 1600 estádios se referem à distância entre Dã e Berseba, duma extremidade a outra de Israel. O vale de Megido, onde acontecerá isso, fica fora da cidade. Assim como a morte de Cristo foi fora da cidade, a morte de seus inimigos também será. São 300 quilômetros de sangue (v.19-20).

 

Episódios que antecedem o reino de Cristo (Ap 14)

1.O cântico dos 144 mil (v.1-5)

2.O anjo que proclama o evangelho eterno (v.6-7)

3.O anjo que prenuncia a queda da Babilônia (v.8)

4.O anjo que anuncia o julgamento contra os adoradores da Besta (v.9-12)

5.A ceifa de Jesus (v.13-20)

 

Capítulo 15: Os sete anjos e as sete taças

1.São as sete últimas calamidades a cair sobre a terra. Lembre-se: o que vimos do Armagedom foi apenas uma visão antecipatória. O mar de vidro agora é misturado com fogo (compare com 4.6). Sendo que fogo é o símbolo para purificação e outras vezes para o sofrimento, é natural concluir que os vencedores da Besta atravessaram esse mar de vidro por meio do martírio. Recusaram-se a adorar a besta, a imagem desta e o número 666 (v.1-2).

 

2.Os mártires da Tribulação passam pelo mar de vidro e cantam o cântico de Moisés (Êx 15), que foi cantado justamente quando o povo de Israel passou pelo mar vermelho, vencendo, assim, Faraó e seu exército. Sobre o santuário no céu ver 11.19. Os sete anjos saíram com vestes de linho puro. O linho era usado para o ofício religioso, indicando honra e pureza. As cintas de ouro são como as descritas em 1.13 (v.3-6).

 

3.Essas taças foram dadas por um dos quatro seres viventes. Já vimos sobre esses seres em 4.6-7. Taças são usadas para beber algo, no caso, a humanidade irá beber da ira de Deus. Ninguém podia entrar no santuário enquanto não se cumprissem os sete flagelos. Assim como Isaías (Is 6) quando recebeu uma mensagem de julgamento. A ira de Deus é forte e justa. Mesmo os santos devem se manter afastados, não porque receberão juízo, mas por reverência e santo temor (v.7-8).

 

“Como os anjos emergem do santuário, este fica cheio da fumaça que procede da glória de Deus e de Seu poder, uma alusão à santidade de Deus. A cena pode ser comparada àquela quando a nuvem encheu o Tabernáculo em Êxodo 40.34-35. O acesso ao santuário é impossível por causa da fumaça até que os julgamentos contidos nas sete pragas sejam cumpridos. É um sinal assustador do iminente julgamento para aqueles que persistem em sua blasfêmia desconsiderando a soberania e santidade de Deus.”[17]

 

Culto a Deus (Ap 15)

1.Ele é cultuado pelas Suas obras (v.1-3)

2.Ele é cultuado por Sua santidade (v.4)

3.Ele é cultuado pelo Seu testemunho (v.5)

4.Ele é cultuado por Sua ira justa (v.6-7)

5.Ele é cultuado pela Sua glória e poder (v.8)

 

 

O ciclo da humanidade (Ap 11-15)

1.Aterrorizada pelos desastres (11.13)

2.Furiosa contra Deus (11.18)

3.Perseguidora do povo de Deus (12.4-5,11)

4.Adoradora de Satanás (13.3-4,8,12,15)

5.Enganada pela falsa religião (14.8)

6.Objeto da ira de Deus (14.19-20)

7.Obrigada a reconhecer o Rei das nações (15.3-4, Fp 2.10-11)

 

Capítulo 16: As sete taças da ira

A.A primeira taça: chagas malignas (v.1-2)

A tarefa dos anjos é obedecer. Serão tempos angustiosos. As pragas se parecem muito com as pragas do Egito. A voz, provavelmente, é do próprio Cristo, ou do Pai, pois, a voz vem do santuário e todos estão fora deste. Além de doloridas e generalizadas as úlceras certamente eram fétidas (Êx 9.9). O que é mais impressionante não são as pragas, mas a insistência dos homens em não se arrependerem, provando assim, a obstinação do pecador.

 

“Essas feridas repugnantes e dolorosas, como a praga das feridas purulentas que afetou apenas os egípcios, aparecem apenas nos descrentes, as pessoas que tinham a marca da besta adoravam sua imagem. De acordo com o v.11, apesar de essas feridas dolorosas, o coração dessas pessoas, como o do faraó, permanece duro e insensível – elas jamais dão as costas a seus pecados e glorificam a Deus (v.9), ao contrário, amaldiçoam-no até o fim (v.21).”[18]

 

B.A segunda taça: sangue no mar (v.3)

O mar se tornou em sangue como de morto, como sangue decomposto e coagulado, causando morte. Na 2ª trombeta apenas a terça parte morreu, aqui, a vida marítima acabou em sua totalidade. Será um golpe severo para a economia mundial.

 

C.A terceira taça: sangue nas águas potáveis (v.4-7)

Na 3ª trombeta apenas a terça parte foi afetada pelo absinto, aqui todas as águas potáveis são afetas por sangue. Cada anjo tem uma responsabilidade específica, conforme se vê nesse e em outros versículos. Nem havia necessidade dessa declaração, porém, é oportuna para a humanidade, para todos lembrarem que não há nenhuma injustiça nessas terríveis calamidades. É a vingança de Deus contra os assassinos dos profetas e santos. Derramaram o sangue deles, agora terão de beber sangue das águas potáveis (que logicamente não são mais). Sob o altar estão os mártires. O pedido deles por vingança é respondido nesse momento (6.9, 9.13).

 

D.A quarta taça: queimaduras nos homens (v.8-9)

Na 4ª trombeta a terça parte do sol ficou escurecida, porém, aqui o calor do sol é excessivamente aumentado. Pode-se dizer também que a camada protetora da terra (ozônio) é afetada, pois queimarão os homens. Ainda com esperanças no anticristo, amaldiçoam o Deus Verdadeiro. A situação física deles era a seguinte: úlceras generalizadas pelo corpo, calor insuportável, causando-lhes ardores na pele, sem água fresca e potável para se refrescarem, beberem e tratarem das feridas. Ainda assim, não se arrependeram.  Não precisamos pensar que no Lago de Fogo será diferente.

 

 

 

E.A quinta taça: dores (v.10-11)

O trono da Besta estará na capital do império, ou seja, Roma, provavelmente. Não temos condições de saber se será a Roma que conhecemos hoje, ou em outro lugar. Não sabemos se essas trevas atingirão o mundo todo ou somente o centro do poder da Besta. Os homens remordiam as línguas de dor. Com isso temos uma vaga ideia da intensidade do mal físico. Não haverá engano nessa época. Saberão que o Deus dos céus é quem enviará toda a sorte de pragas, mesmo assim, permanecerão rebeldes. Essa é a natureza humana decaída pelo pecado e sem arrependimento. Não há razão para pensar que no Lago de Fogo será diferente, certamente blasfemarão a Deus eternamente.

 

F.A sexta taça: seca do Eufrates (v.12-16)

1.A batalha final que acontecerá na terra será contra a Palestina. Deus faz secar o rio Eufrates para dar passagem ao exército do nascimento do sol. Talvez a China em aliança com a Rússia. Na 6ª trombeta o rio Eufrates, também é mencionado, só que com os anjos caídos saindo de um abismo próximo dali. A seca do rio Eufrates pode ser literal ou não, pois não é provável que guerras futuras serão por terra. O que importa é que não haverá impedimento para esse exército atacar a Palestina (v.12).

 

2.São espíritos de demônios. Por que a analogia com a rã? Talvez para continuar a sequência mantida até agora com as pragas do Egito. A missão desses demônios é reunir os governantes das nações contra Deus. Atacando Israel pensarão atacar Deus (v.13-14).

 

3.Essa é a 3ª bem-aventurança. Guardar as vestes significa andar em pureza. Vigiar é aguardar a Parousia. Como no caso das virgens sábias que esperavam o noivo. Armagedom em hebraico Har-Magedom = monte Megido. É curioso que é só planície, não existem montanhas. A possível explicação é que embora seja mencionado esse lugar como ponto de referência, na verdade a batalha se estenderá de Bozra no sul até o Líbano no norte (Is 63 e Joel 2.1-11). Nessa extensão existem vales e montes (v.15-16).

 

G.A sétima taça: grande terremoto (v.17-21)

1.Não há mais nada sobre a terra, por isso, que é lançada sobre o ar. A obra foi completa. A voz vem do santuário e deve ser do Pai ou de Cristo. Enquanto na Cruz a mensagem “Está consumado” era uma mensagem de esperança ao pecador; aqui a mensagem “Feito está” é o fim de toda e qualquer esperança. Esse terremoto tomará proporções universais, ou seja, o terremoto não será apenas em Jerusalém, mas nos continentes todos. É bem possível que os pólos serão movidos, causando um deslizamento da crosta terrestre (v.17-18).

2.A grande cidade neste capítulo refere-se a Jerusalém. A Babilônia será mencionada no próximo capítulo. Nada é citado sobre os estragos em Jerusalém. Deus se lembrou da Babilônia para aplicar-lhe o castigo, mas isto será estudado adiante. As ilhas e montes fugiram. Isso mostra quão grande e forte será esse terremoto mundial. Esse terremoto só poderia ter sido nesse momento, que é o final da Tribulação. Enormes pedras de granizo caem, pesando cada uma 35 kg, aproximadamente. Os homens continuaram em sua incredulidade obstinada (v.19-21).

 

 

 

 

 

 

 

As sete taças da ira de Deus (Ap 16)

1.A primeira taça: chagas malignas (v.1-2)

2.A segunda taça: sangue no mar (v.3)

3.A terceira taça: sangue nas águas potáveis (v.4-7)

4.A quarta taça: queimaduras nos homens (v.8-9)

5.A quinta taça: dores (v.10-11)

6.A sexta taça: seca do Eufrates (v.12-16)

7.A sétima taça: grande terremoto (v.17-21)

 

Capítulo 17: A queda da Babilônia

1.A prostituta (meretriz) é o sistema religioso falso. Essa meretriz da idolatria está assentada sobre as águas, que são as nações. Exerce autoridade e fascínio sobre a humanidade. Os reis da terra se prostituíram com ela, ou seja, os governantes mundiais aprovavam esse sistema da Besta e rejeitaram o Cristo. Os habitantes da terra, incrédulos, embebedaram-se nesse engano. Aqui mostra a conexão da meretriz com a Besta de 13.5, que é o Anticristo. Portanto, fica claro que o sistema falso religioso afetará não só a religião, mas o governo mundial. A cor escarlate pode referir-se aos santos martirizados pela Besta. O deserto aqui não é um lugar de fuga como no capítulo 12, mas o lugar da habitação dessa meretriz (árido, desolado e faminto) (v.1-3).

 

Obs: Este material procura não designar uma religião específica para identificar com a Babilônia de Apocalipse, antes, que o ensino aqui refere-se a todos os falsos sistemas religiosos. Muitos escritores antigos não tinham dúvida de que a referência deveria ser aos romanistas papais (Igreja Católica), como o comentário que se segue.

 

Roma parece estar claramente representada neste capítulo. A Roma pagã submeteu e governou com poderio militar, não por arte nem adulação. Geralmente deixava que as nações continuassem com seus antigos costumes e adorações, porém, sabe-se que por sua astuta administração política, com toda a classe de enganos e injustiças, é que a Roma papal tem obtido e mantido o seu governo sobre reis e nações.[19]

 

2.As vestes são pomposas. Isso mostra que esse sistema religioso falso conseguiu enriquecer-se por intermédio dos adoradores. O cálice de ouro indica realeza, ou seja, a meretriz foi tratada por seus súditos como rainha. Quem bebeu desse cálice enganoso não pôde evitar o cálice da ira de Deus. Era costume as prostitutas se identificarem com o nome de seu possuidor na testa. A Babilônia histórica foi o berço de toda a falsa religião e tornou-se a mãe espiritual de todo o ensino falso. João precisava de explicações adicionais. Esperávamos a explicação sobre a meretriz, mas o anjo explica sobre a Besta. Isto significa que a meretriz está relacionada totalmente com o governo da Besta. Este versículo é praticamente a repetição de 13.3, só que com outras palavras. Do abismo significa do lugar dos demônios (v.4-8).

 

3.Roma é conhecida como a “cidade das sete colinas”. Aqui também diz que os 7 montes são os 7 reis. Alguns comentaristas acham que se refere a 7 imperadores romanos. Outros acham que são 7 reinos: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma (que ainda existia na época de João, ano 96). Neste caso, o Império Romano restaurado seria o 7º reino e o Anticristo o 8º que vem do 7º. Os imperadores romanos: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero, Vespasiano, Tito, Domiciano (este ainda vivia na época de João). Neste caso, Domiciano seria o oitavo rei. Esta interpretação é dos preteristas. Ficamos com a dos 7 reinos (v.9).

4.Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa e Grécia caíram. O que existe é o Império Romano e o que virá é o Império do Anticristo que procederá do Império Romano (não o histórico, mas o restaurado). A Besta que era e não é refere-se à morte e ressurreição de 13.3 (v.10-11).

 

                                            Entendendo porque a Besta é o oitavo rei:

 

Os sete reinos são: 1.Egito  2.Assíria  3.Babilônia  4.Medo-Persa  5.Grécia  6.Roma  7.Roma revificada 8.O Anticristo, que é a Besta.

 

O governo do Anticristo é o oitavo reino, porém, não é errado dizer que é o sétimo também pois um dos reinos experimentará dois estágios, que justamente é o Império Romano restaurado de onde surge o Anticristo.

 

5.São aliados da Besta por tempo determinado e curto (1 hora é o simbolismo para um tempo relativamente curto). Esse tempo breve, talvez será de 3 anos e meio. Unidos num só pensamento, oferecem à Besta o poder e autoridade que possuem. Essas dez confederações de países farão acordo com a Besta para enganar Israel, principalmente. Esses aliados da Besta guerrearão contra Cristo, pois a ira deles é contra Deus e Israel é odiado por extensão. Aqui mais uma cena do Armagedom e Parousia. Cristo retorna com os crentes e esses juntamente com os mártires da Tribulação participarão derrotando essa confederação países (v.12-15).

 

6.Em 17.7, o anjo explicaria a João sobre a meretriz, porém, falou sobre a besta. Agora, a explicação retorna à meretriz. Sem nenhuma explicação prévia, o livro do Apocalipse mostra uma guerra civil do governo da Besta. A confederação (10 chifres) formam uma só força com a Besta e destroem a meretriz, que é a Babilônia, o falso sistema religioso. A aliança da falsa religião e o governo da Besta já não tem utilidade nenhuma. Encaixa-se muito bem com as palavras de Jesus em Mateus 12.25-26. A Besta destruirá toda a forma de religião, exigindo a própria adoração sem nenhum intermediário. A religião será o próprio Anticristo. A moderna frase: “Todas as religiões levam a Deus” está certa neste sentido, pois todas levam à Besta (v.16).

 

7.Deus deixou tudo isso correr livremente pela história da Tribulação. Os confederados se organizaram, fizeram aliança com a Besta e deram toda a autoridade pertencente à Besta. Para eles era o sistema ideal de governo, tudo estava dando “certo”; Deus permitiu, pois Ele tem o Seu próprio “relógio”. A mulher é a cidade que domina os reis. Essa é a conclusão da explicação sobre a meretriz. Esse é o fim da cidade (Babilônia). Esse é o fim do falso sistema religioso. O capítulo 18 não trata de outra queda da meretriz e nem de outra Babilônia, mas dos detalhes da Babilônia espiritual, que é a falsa religião (v.17-18).

 

Capítulo 18: Ainda a queda da Babilônia

1.A Babilônia (todo o falso sistema religioso) deu hospedagem aos demônios e seus ensinos imundos, aqui simbolizados por aves imundas (1 Tm 4.1). A idolatria (prostituição espiritual) enriqueceu a muitos. A Babilônia seduziu governos através de promessas de sucesso, caso concordassem com o governo do Anticristo, bem como a religião deste (v.1-3).

 

Obs: Há os que veem mais do que apenas o Catolicismo identificado com a Babilônia, mas como se lê a seguir alguns ainda viam o Comunismo em destaque. A realidade é que para estes dias (2015) o comunismo não é o grande fantasma do mundo. Quando escrevo essas linhas, os EUA estão estabelecendo sua Embaixada em Cuba que voltou às relações diplomáticas com os EUA.

Aqueles que adotam a interpretação eclesiástica, como já observamos, acham que Babilônia representa o papado, e grande é o apoio que tem sua opinião. Entretanto, eu acho que aqui tem mais coisas implicadas do que o papado somente. Esta é a Cristandade apóstata, uma religião mundana que traiu o Cristianismo e está entrelaçada com os governos pagãos e ímpios do mundo. Muitos creem – e eu concordo – que há de vir o dia quando a própria Igreja Romana, de alguma maneira misteriosa, vai assumir um compromisso com o Comunismo ateu.[20]

 

2.É um misto de profecia a ser cumprida com narrativa já ocorrida. Por exemplo, se Babilônia já caiu não há mais necessidade de separar-se dela. É fácil entender se aceitarmos o fato de que para Deus já é certa a queda da Babilônia, no entanto, historicamente, não tenha acontecido. A paciência de Deus acabou quanto à falsa religião e os pecados desta chegaram até o céu. As heresias não serão resolvidas, mas se intensificarão até que a religião se torne totalmente um poder do Anticristo (v.4-5).

 

3.O prazer que a Babilônia teve receberá na mesma medida, só que em sofrimento. Deus não é injusto e não castigará ninguém por algo que não tenha cometido. A ideia de castigo dobrado é do VT que quer dizer “castigo completo” (Jr 16.18, 17.18); Paulo usou o termo dobrado com o mesmo sentido, ou seja, completo (1 Tm 5.17). A meretriz (Babilônia) diz que não é viúva, pois seu marido é o mundo e seus adeptos (v.6-7).

 

4.A Babilônia levou séculos para enganar o mundo com seu estruturado sistema religioso, mas num só dia (ou seja, num período relativamente curto) tudo será destruído. Os próprios aliados do Anticristo e o próprio Anticristo acabarão com ela (17.16). Esses reis que se lamentarão pela queda da Babilônia não podem ser confundidos com os 10 reinos de 17.16 que, aliás, destruíram a Babilônia. Os governantes e pessoas que depositaram a confiança nesse falso sistema religioso, agora estão desamparados (v.8-10).

 

5.O comércio e economia mundial dependerá, na Tribulação, do sistema religioso. O Anticristo ajudou o comércio desonesto e ganancioso. Se com a marca da Besta o comércio era livre, agora com o cancelamento desse acordo, as mercadorias não têm mais saída, pois todos ficam sujeitos às dificuldades em fazer comércio. O choro dos mercadores não é de arrependimento, mas egoísta. Uma lista de 28 produtos é representada, todas por artigos luxuosos. Esses artigos são divididos em 7 categorias: 1.Joias  2.Roupas finas  3.Artigos caros de decoração  4.Perfumes  5.Alimentos  6.Animais  7.Escravos (corpos e almas de homens). Alma aqui significa apenas a pessoa em si e não a parte espiritual de alguém. Os navegantes também sofreram a perda, pois viviam do frete desse comércio (v.11-19).

 

6.A vingança dos mártires chega com a queda da Babilônia, em parte, e com a queda da tríade satânica, outra parte. Não só na Tribulação a Babilônia causou estragos, mas desde a Torre de Babel, até enquanto a Igreja estava na terra. Um anjo arrojou uma pedra grande dentro do mar, simbolizando o destino da babilônia. Compare com Jr 51.61-64, que embora trate da Babilônia histórica tem o mesmo simbolismo. É a aplicação do que Jesus disse em Mt 18.6 (v.20-21).

 

7.As músicas representam alegria e estas cessam para dar lugar ao cântico fúnebre. O ruído do moinho pára, ou seja, acabou a produção, a indústria de “heresias” chegou ao fim. A luz, que na verdade eram trevas, apaga-se. Os casamentos não são mais realizados, isto é, não haverá mais adeptos, convertidos à Babilônia. Acaba a feitiçaria e a mágica ocultista. Mais uma vez é lembrado que a queda da Babilônia é a vingança dos mártires (v.22-24).

 

A Babilônia (Ap 17-18)

1.A Babilônia é uma mulher de prostituições (17.1-5)

2.A Babilônia é uma mulher de assassinatos (17.6)

3.A Babilônia é uma mulher que repousa sobre os reis da terra (17.7-14)

4.A Babilônia é uma mulher que será traída pelos reis da terra (17.15-18)

5.A Babilônia é uma mulher caída (18.1-3)

6.A Babilônia é uma mulher para os crentes se afastarem (18.4-8)

7.A Babilônia é uma mulher que deixará saudades dos que lucravam com ela (18.9-23)

8.A Babilônia é uma mulher que odiou os crentes (18.24)

 

Capítulo 19: As bodas do Cordeiro e o Cristo vitorioso

1.Já vimos esse tipo de doxologia em Ap 4,5,7,11 e 14. A única expressão que não apareceu até o momento é “Aleluia” que quer dizer louvado seja o Senhor. Sobre a justiça dos julgamentos de Deus, também já estudamos em 16.7 (v.1-2). A fumaça é por causa do fogo de Deus vindo em juízo contra a Babilônia, ver 14.11. A derrota é para sempre, conforme a expressão “pelos séculos dos séculos”. A alegria no céu é completa, não só para os mártires, pois todos sofreram por causa da Babilônia. O louvor vem somente dos que temem ao Senhor. Os grandes e pequenos são seres angelicais e os homens, em suas diversas hierarquias. São quatro Aleluias nestes seis versículos. O reino do Senhor é certo, embora, ainda não foi estabelecido (v.1-6).

 

2.A celebração das bodas se dará no céu com a participação de todos os crentes de todas as épocas. Antes de Cristo assentar-se no trono, no Milênio, Ele apresentará Sua noiva, a Igreja. Uma observação importante é que aqui não se trata do banquete das bodas, mas o anúncio deste banquete. Enquanto a roupa da meretriz babilônica era cheia de arrogância, a roupa da Noiva pura é de um branco simples, que representa a fé sincera dos que creram em Cristo e receberam Sua justiça. Aqui mais uma bem-aventurança. Não há maior alegria do que participar desta festa. Este casamento marca definitivamente a união de Cristo com a Igreja, pois pela primeira vez os crentes estão reunidos num mesmo lugar como noiva de Cristo. Embora os santos do Velho Testamento e os crentes da Tribulação não façam parte do grupo da Igreja, são também bem-aventurados em participar como convidados. A ênfase de que todos os crentes devem saber disto está na ordem “escreve”. Sobre os convidados, dos quais João Batista se inclui está registrado em Jo 3.29 e Mt 8.11. Os santos do Velho Testamento são os convidados para a festa do casamento que se dará na terra (Milênio) (v.7-9).

 

3.João, tão admirado com as visões quis adorar o anjo, mas evidentemente este o repreendeu. Aqui está uma excelente refutação contra o ensino gnóstico da adoração angelical (Cl 2.18). O testemunho de Jesus é o espírito (o fôlego) da profecia, ou em outras palavras, as profecias existem por causa do testemunho de Jesus. Em 6.2 não era Cristo. Agora, sim, é o Cristo triunfante e juiz. Ele é Fiel, isso se vê facilmente no cumprimento de todas as profecias e juízos sobre a terra. É Verdadeiro em Seu caráter. Ele não mentiu, quem creu Nele não foi rejeitado e quem O rejeitou não foi aceito. Aqui é a Parousia, também chamada volta ou vinda de Cristo, ou ainda, o segundo advento. Talvez este versículo seja o mais fácil de estudar, pois, não necessita de interpretação, pois qualquer tentativa seria adivinhação, visto que já está bem claro que o nome “só Ele sabe”. Os diademas mostram que Ele virá em glória (v.10-12).

 

4.O vestido Dele está salpicado de sangue por causa do Armagedom, ver 14.20. Serão 300 km de sangue. O Verbo de Deus não é o nome secreto do versículo anterior, mas o mesmo nome de Jo 1.1, o Logos. A diferença é que o Logos de João no evangelho veio habitar entre os homens (crentes ou não) e o Logos aqui vem, não habitar, apenas, mas destruir os incrédulos e habitar com os crentes. O exército de Cristo que vem com Ele na Parousia, para guerrear no Armagedom, são os anjos e os crentes que estão no céu (17.14). A roupa é nobre e celestial. A espada aguda já foi estudada em 1.16. Ele governará com vara de ferro conforme 10.5 com base em Sl 2.9. Que Ele pisa o lagar do furor de Deus, também já estudamos em 14.19-20. Nenhuma nação poderá Lhe oferecer resistência. A inscrição é de soberania. A espada de Cristo sai de Sua boca. Somente a Palavra Dele é suficiente para destruir exércitos (v.13-16).

 

Armagedom versus Gogue e Magogue[21]

1.Na batalha de Gogue, os aliados são definidos; no Armagedom, todas as nações estão envolvidas (Jl 3.2, Zc 3.8,12.3,14.4)

 

2.Gogue vem no norte (Ez 38.6,15, 39.2); no Armagedom, os inimigos vêm de toda a terra

 

3.Gogue vem para tomar despojos (Ez 38.11-12); no Armagedom, as nações se juntam para destruir o povo de Deus

 

4.Há um protesto contra a invasão de Gogue (Ez 38.13); no Armagedom, não há nenhum protesto, pois todas as nações se juntam contra Jerusalém

 

5.Gogue é a cabeça dos exércitos nessa invasão (Ez 38.7); no Armagedom, a Besta é a cabeça da invasão (Ap 19.19)

 

6.Gogue é vencida pela convulsão da natureza (Ez 38.22); no Armagedom, os exércitos são destruídos pela espada que sai da boca de Cristo (Ap 19.15)

 

7.Os exércitos de Gogue cairão em campo aberto (Ez 39.5); no Armagedom, os exércitos invadem a cidade de Jerusalém (Zc 14.2-4)

 

8.O Senhor chama assistentes para executarem o juízo contra Gogue (Ez 38.21); no Armagedom, somente o Senhor esmaga as uvas (Is 63.3-6)

 

5.Esse anjo tem grande autoridade. O sol como centro do nosso sistema, e também da terra, é o lugar de onde o anjo conclama as aves de rapina. Essa ceia não deve ser confundida com a Ceia das Bodas do Cordeiro. Aqui é uma ironia quando se diz “a grande ceia de Deus”. Fica muito claro qual será o papel das aves de rapina nessa guerra... A planície de Megido foi palco de muitas guerras e essa será a última. Segue uma lista, como histórico, das batalhas ocorridas nesse mesmo lugar (v.17).

 

 

 

 

 

 

1.Baraque contra os cananeus - Jz 4.5

2.Gideão contra os midianitas - Jz 7

3.Morte de Saul e seus três filhos sob as mãos dos filisteus - 1 Samuel 4

4.Derrota e morte do rei Josias sob as mãos dos egípcios - 2 Rs 23.29-30

5.Na época das cruzadas, a batalha de Horns de Hattin em 1187 a.D.

6.General inglês Edmund Allemby em 1917 venceu os turcos.

7.A primeira batalha de que se tem registro nesse lugar foi em 1479 a.C. entre as forças sírias e egípcias sob o comando de Tutmoses III.

 

O convite do anjo às aves de rapina (17) é tirado da visão de Ezequiel, da conquista de Gogue e Magogue (Ap 19.17-20). Deve ser observado, contudo, que o real assalto de Gogue e Magogue não toma lugar até ao fim do milênio (Ap 20.7-9); isto concorda com a visão de Ezequiel que coloca o último ataque do mal depois do estabelecimento do reino messiânico. O retrato de uma festa para as aves de rapina, à alvorada do reino, pode ser uma alusão satírica à bem conhecida comparação do reino de Deus com um grande banquete; ver Is 25.6; Lc 14.15; 22.30.[22]

 

7.Ninguém escapará das mãos do Cordeiro que virá feroz como um leão. Nem os pequenos nem os grandes. Os beneficiados serão os pássaros. O anticristo e seus aliados guerrearão contra Cristo, ou tentarão guerrear. Esses dois homens inaugurarão o Lago de Fogo. Enquanto os exércitos morrem e seus corpos servem de alimentos para as aves, o Anticristo e o Falso Profeta são lançados para o tormento do Lago de Fogo com seus corpos e vivos. Os restantes foram mortos e comidos pelas aves e a alma desses homens desceu ao Hades para tormento, até que na ressurreição, chamada de segunda ressurreição, receberão de volta seus corpos para o sofrimento físico, também (v.18-21).

 

O triunfo de Deus (Ap 19)

1.O triunfo sobre a grande meretriz (v.1-3)

2.O triunfo da Igreja (v.4-10)

3.O triunfo do Verbo de Deus (v.11-21)

 

Capítulo 20: A prisão de Satanás, o Milênio, a última revolta e o Grande Trono Branco

1.Talvez seja a mesma chave de 9.1, só que agora o objetivo não é desprender demônios, mas prender o maioral deles, Satanás. A corrente deve ser entendida como figura, pois, Satanás é um ser espiritual da maldade e não se identifica com objetos materiais. Satanás não pode resistir ao anjo, pois, a ordem vem daquele que tem a chave da morte e do inferno (1.18). Este é o penúltimo declínio de Satanás. O tempo em que ele ficará preso será de mil anos. Os quatro nomes de Satanás são mencionados. Ele não está apenas limitado, como acontece hoje em dia, mas estará impossibilitado de qualquer ação maléfica por mil anos. Satanás, de acordo com a permissão de Deus, tentará um último golpe contra o Altíssimo, mas receberá, também o último golpe, o qual será determinante, quando sofrerá no Lago de Fogo, seu quinto e último estágio e este será para sempre (v.1-3).

 

2.Aqui, embora apareça o grupo dos mártires da tribulação e outro grupo maior que são os santos da igreja e também os santos do VT, juntos fazem parte da 1ª ressurreição, que é para a vida. Conforme a promessa de Jesus em 3.21, 2.26-28 e 5.9-10, os salvos terão o direito de julgar as nações e aqui acontece esse episódio histórico. Esse trono não é o tribunal de Cristo, que é para os crentes (2 Co 5.10); e nem é o Trono Branco, onde se dará a condenação de todos os incrédulos (Ap 20.11). Porém, trata-se do trono estabelecido logo após o Armagedom, antes do milênio para separar as ovelhas dos bodes. É chamado “O Trono de Sua glória” (Mt 25.31-46). Sobre os apóstolos e crentes da Igreja julgando as nações ver Mt 19.28, 1 Co 6.2-3. Quem são esses “outros mortos”? Se todos os crentes participam da 1ª ressurreição, embora em estágios diferentes, e todos os crentes de qualquer época participarão do milênio terreal, concluímos que “os outros mortos”, que esperarão o milênio passar até ter seus corpos de volta são os incrédulos de todas as épocas. Esta é a 5ª bem-aventurança de Apocalipse. Se os crentes serão sacerdotes é porque haverá homens para apresentarmos a Deus no Milênio[23]. A razão disto é que os filhos dos salvos da tribulação terão a natureza adâmica, necessitando, assim de salvação (v.4-6).

 

3.Satanás é solto por pouco tempo para seduzir as nações e guerrear contra Deus. Haverá uma reunião de todas as nações (os quatro cantos da terra). Essas nações são os incrédulos. Em dez séculos deu tempo para nascer muitas pessoas. Colocaram-se em redor do acampamento dos santos, que é Jerusalém. Pelos menos duas verdades se destacam a respeito dessa rebelião.

 

1.Mil anos de prisão não altera o caráter mau do mal (conforme diz o teólogo Dr.Wilbur Smith).

2.O homem não regenerado obedece a Cristo no Milênio por medo e não por amor (conforme o mesmo teólogo).

 

Gogue e Magogue (Ez 38-39)[24]

1.Rússia (?) em aliança com Pérsia (?), Etiópia (?), Líbia (?), Alemanha(?) e Turquia(?) (38.2,5,6)

2.Israel parece presa fácil (38.11)

3.A confederação decide invadir a terra para obter espólios (38.12)

4.Protesto [pela Espanha (?)] pela invasão (38.13)

5.A destruição do invasor nas montanhas de Israel (39.2-4)

6.A intervenção divina através da convulsão da natureza (38.20-22)

7.O descarte dos cadáveres levará 7 meses (39.12)

8.A limpeza dos detritos levará 7 anos (39.9-10)

9.Tudo acontecerá nos últimos anos e últimos dias (38.8,16)

10.A destruição será um sinal para as nações e para Israel (38.23, 39.21-24)

 

4.Essa batalha é chamada de Gogue e Magogue. Esses nomes representam nações rebeldes, conforme os capítulos escatológicos de Ezequiel 38 e 39. Portanto, Gogue e Magogue eram nações do Norte de Israel e veio a designar em Apocalipse todas as nações rebeldes. Geograficamente é certo dizer que Gogue e Magogue representariam hoje a Rússia. A Besta e o Falso Profeta já estavam no Lago de Fogo há mil anos, agora Satanás é lançado junto com eles. Portanto, os três primeiros sofredores desse terrível lugar serão a tríade diabólica. Essa batalha, assim como foi no Armagedom, será muito rápida (v.7-10).

 

“Ao final dos 1000 anos, Satanás será solto. Ele encontrará milhões de habitantes da terra que, embora nascidos em um mundo de prosperidade, paz, e justiça, obedeceram a Cristo somente porque ficaram com medo de desobedecê-Lo. Eles se irritarão interiormente com essas contenções e desejarão se juntar a Satanás em um último esforço organizado para derrotar Deus. Mas, antes de conseguirem realmente começar uma batalha, serão destruídos pelo fogo do céu.”[25]

 

5.Este afinal é o trono do qual, por milhares de anos, os incrédulos zombaram, pensando não existir e agora serão ressuscitados e acordarão para estar diante Dele. O juízo será justo e inflexível, ninguém escapará, porém, sofrerá de acordo com as suas obras, isto chama-se “grau de punição”. Quando for estabelecido esse trono toda a criação será desfeita, os elementos do céu cairão, o céu se enrolará (2 Pe 3.1-10). Não haverá mais espaço para o céu e a terra, os quais fugirão da Presença Daquele que se assenta no trono Branco (v.11).

 

6.Não deve ser confundido com o Tribunal de Cristo, que é o julgamento das obras dos crentes (2 Co 5.10). Todas as coisas que os homens fizeram estarão escritas em livros. Após a consulta no Livro da Vida, constatando que o nome do indivíduo ali não está, imediatamente, abrem-se os livros das obras. Não há sentido o registro das obras se não houvesse grau de punição. As próprias obras do homem o condenarão. Esta é a segunda morte. Aqui marca o fim da morte (a morte da morte). De fato, os homens desejarão a morte no Lago de Fogo, mas está nunca virá. O inferno que estava no Hades perde a sua utilidade, que era atormentar as almas dos incrédulos (uma preparação para o Lago de Fogo). A seguir as razões da ressurreição corporal para os incrédulos (v.12-15).

 

1.O julgamento é baseado nas obras que ele praticou no corpo, que inclui a mente (parte invisível) e o corpo (parte visível).

2.O sofrimento no Lago de fogo será espiritual, emocional e físico.

 

 

As obras de cada um (Ap 20)

1.As obras interrompidas de Satanás (v.1-3)

2.As obras dos que não adoraram a besta (v.4-6)

3.As obras finais de Satanás e seus seguidores (v.7-10)

4.As obras de todos os incrédulos de todas as épocas julgadas (v.11-15)


A vaidade humana (Ap 16-20)

1.Rejeitação dos servos de Deus (16.6)

2.Blasfêmia do nome de Deus (16.9,11,21)

3.Imoralidade (17.4-5, 18.3)

4.Pecados amontoados (18.5)

5.Perseguição contra os servos de Deus (18.24)

6.Idolatria (19.18-21)

7.Enganada por Satanás (20.7-10)

8.Perdida eternamente (20.11-15)

 

Capítulo 21: Os novos céus e a nova terra e a nova Jerusalém

1.Este texto refere-se ao acontecimento posterior ao Trono Branco, também chamado de Juízo Final. O fato de não existir mar mostra que na Nova Jerusalém não haverá mais civilizações separadas, pois os oceanos no planeta terra que fazem separação dos povos e seus continentes. O mar sempre foi causa de separação dos povos. Nos dias de “Pelegue” a terra, que era um só território, foi dividida. É  a “pangea” ou “deriva continental”[26] (Gênesis 10:25 e  1 Crônicas 1:19). O mar é mencionado no Milênio (Sl 72:8, Is 11:9,11, Ez 47:10,15,17,18,20, 48:28, Zc 9:10, 14:8. Trata-se da Nova Jerusalém. Ela desce do céu e fica suspensa sobre a Nova Criação. Certamente será uma cidade linda, assim como a noiva no dia do seu casamento. Esta cidade suspensa pode estar no Milênio e por toda a eternidade, também. O desejo de Deus com respeito a Adão e Eva e todos os seus descendentes, era viver em plena comunhão, porém, com a entrada do pecado no mundo isso não foi possível. Agora, sim, de maneira completa isso acontece (v.1-3).

 

2.Quase tudo o que alguém faz é acompanhado de lágrimas. Mas no Estado Eterno acabam-se a tristeza e a morte que já estão no Lago de Fogo. Não haverá qualquer tipo de dor física, nem espiritual e emocional. Tudo isso começa somente com o Estado Eterno, pois até esse período tudo isso estava presente, inclusive no Milênio e no final deste, Gogue e Magogue.  Mesmo nas visões de João na Tribulação, os mártires no céu, por exemplo, ainda tinham uma certa tristeza pelos irmãos na Tribulação que deveriam morrer. Portanto, a tristeza, a morte e a dor só serão extirpadas completamente após o Juízo Final, no Estado Eterno. Todo este ensino está resumido na expressão “porque já as primeiras coisas são passadas” (v.4).

 

3.O que está sentado no trono é sempre Deus, o Pai. Aqui é a salvação completa. Começou com a salvação da alma (2 Co 5.17), que inclui a redenção do corpo e da própria natureza (Rm 8.21). Este versículo tem um detalhe novo: é a primeira vez em Apocalipse que é mencionado o Deus Pai falando. Não é quem quiser, sem nenhum requisito, que recebe a água da vida, mas somente o salvo em Cristo Jesus, o qual se torna herdeiro de Deus. Nesse momento não há mais ninguém que possa ser salvo, tudo já está definido quanto à eternidade (v.5-7).

 

4.Os incrédulos irão para o Lago de Fogo. De fato, eles já estão lá nessa altura da narrativa do Apocalipse. Os incrédulos têm esses pecados como prática de vida (v.8).

 

É possível um crente praticar algumas dessas abominações, mas por estar “Em Cristo”, não irá para o Lago de Fogo, no entanto, é um crente vivendo como um incrédulo. A verdade do evangelho é algo totalmente fora de nós (a Cruz de Cristo). O que Cristo e o Espírito Santo fez em nós (dentro de nós) é a obra de santificação. A santificação (experiência interior) depende do evangelho (fato histórico), mas o evangelho (fato histórico) não depende da experiência interior).

Quanto à lista, o único pecado que necessita de maior explicação é o pecado de ser “covarde” ou “medroso” ou “tímido” Nada tem a ver com o sentido comum do cotidiano, mas o medroso aqui foi aquele que por medo da Besta e seu sistema rejeitou a Cristo para salvar sua própria vida, o que de fato, conseguiu por poucos anos (três anos e meio, no máximo), mas que no entanto, passará a eternidade sem segurança alguma contra o fogo eterno (Mt 13.21).

 

5.O mesmo anjo que mostrou a Babilônia (meretriz) mostra a Jerusalém (a esposa pura). João é levado para uma montanha para uma visão melhor (v.9-10).

 

6.A Nova Jerusalém terá a glória de Deus. O brilho de pedra preciosíssima como jaspe cristalino. A cor é de um verde escuro, porém, por ser cristalino é transparente. Haverá doze portas com os doze nomes das tribos de Israel. Doze anjos em cada uma das portas, não mais para guardar, mas para enriquecê-las de seres celestiais. As fortalezas (muralhas) podem representar a exclusividade dos santos nessa cidade (v.11-13).

 

7.Não só a nação de Israel estará representada pelas doze portas, mas também a Igreja ali se fará presente, representada pelos doze fundamentos com os nomes dos doze apóstolos, que são designados como “Apóstolos do Cordeiro”, identificando apóstolos de uma nova dispensação que é a de Cristo crucificado (a dispensação da Igreja - Ef 2.19-22). As medidas da cidade são as seguintes: forma um cubo de 2.400 km. O muro circunda a cidade e tem 72 mt de altura. Realmente será grande, pois Jerusalém terrestre media, do mar da Galileia ao mar Morto, apenas 100 km. Não se sabe exatamente se a medida 72 mt (alguns dizem 64 mt) refere-se à altura ou a largura do muro. Os anjos usam a mesma medida dos homens para medir a Nova Jerusalém, por isso, podemos dizer que essas dimensões são literais e inteligíveis a nós (v.14-17).

 

8.Aqui a estrutura e os materiais da Nova Jerusalém. O muro é de grande beleza, pois é feito de jaspe, além disso, aqui na terra, o jaspe é quase indestrutível devido à sua dureza. A cidade é de ouro transparente, desconhecido na terra. Não são apenas as ruas, mas toda a cidade é de ouro transparente. Os fundamentos são doze camadas de pedras preciosas, sete dessas cores são do arco-íris: vermelho, azul, amarelo (cores primárias) e laranja, verde, anil e violeta (cores derivadas). A seguir, cada pedra e sua respectiva cor (v.18-20).

 

Pedra

Cor

Pedra

Cor

Pedra

Cor

Jaspe

Safira

Calcedônia

Esmeralda

Verde

Azul

Esverdeado

Verde brilhante

Sardônica

Sárdio

Crisólito

Berilo

Branca e vermelha

Vermelho brilhante

Amarelo brilhante

Verde azulado

Topázio

Crisópaso

Jacinto

Ametista

Amarelo esverdeado

Amarelo opaco

Violeta

Roxo

 

9.As portas são de pérolas. As mesmas doze portas já mencionadas. Dizem que a pérola é a única joia que o homem não pode aprimorar; outras podem ser lapidadas e lustradas. Seria impossível conseguir tais pérolas na terra, pois o versículo diz que as portas são de uma só pérola. Isto significa que cada porta é uma pérola gigantesca e não, como normalmente pensaríamos, uma porta comum incrustada de pérolas. O Senhor é o santuário da Nova Jerusalém, por isso, não haverá mais necessidade de Templo. O sol, a lua e as estrelas são elementos de muita beleza e utilidade, porém, na Nova Jerusalém são substituídos pelo próprio Cristo e o Pai que são a lâmpada (v.21-23).

 

10.Se entendemos que a Nova Jerusalém não será no Milênio, mas no Estado Eterno, temos que aceitar o fato de que haverá uma nova terra, inclusive com nações e reis (claro que todos santos). Sendo assim, terão livre acesso à Nova Jerusalém, levando seus presentes. Aqui a sociedade ideal. Nem o Milênio atingiu este objetivo, visto que havia incrédulos e no final uma terrível rebeldia das nações (v.24-27).

 

11.No próximo capítulo veremos a descrição do Paraíso Eterno, que também é o Jardim do Éden restaurado e eterno, e que nada mais é do que a própria Jerusalém Celeste, a mesma que vimos até agora com o nome de Nova Jerusalém. Portanto, a Nova Jerusalém, também é o Novo Éden.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Estado Eterno (Ap 21)

1.No Estado Eterno não haverá mais divisão da humanidade (v.1)

2.No Estado Eterno, a Jerusalém Celestial ficará suspensa (v.2)

3.No Estado Eterno Deus habitará com os crentes (v.3)

4.No Estado Eterno não haverá tristeza e morte (v.4)

5.No Estado Eterno tudo será novo (v.5)

6.No Estado Eterno, a graça de Jesus será total (v.6)

7.No Estado Eterno, a herança será concedida (v.7)

8.No Estado Eterno, os pecadores não redimidos não entrarão (v.8)

9.No Estado Eterno, a Igreja completa será apresentada (v.9)

10.No Estado Eterno, a Jerusalém Celestial será um lindo ornamento (v.10-21)

11.No Estado Eterno não haverá santuário (v.22)

12.No Estado Eterno não haverá luzeiros que não seja Cristo (v.23)

13.No Estado Eterno haverá nações, mas sem conflitos (v.24)

14.No Estado Eterno não haverá noite (v.25)

15.No Estado Eterno, as nações cultuarão a Deus (v.26)

16.No Estado Eterno só haverá salvos pelo Cordeiro (v.27)

 

Capítulo 22: A conclusão do Apocalipse

1.É uma referência de Ez 47.1-12. A diferença é que em Ezequiel esse rio refere-se ao Milênio e as águas serão curadoras. O Mar Morto não será mais salgado. Em Apocalipse o rio não sai do Templo de Deus (pois conforme já vimos não haverá templo no Estado Eterno), mas sai do trono de Deus. O rio é claro como cristal, não tendo nenhum agente poluidor. Como o rio nunca pára de correr e é de água da vida, isto diz que essa Vida será para sempre. A árvore da vida tem folhas que são cura. Cura aqui com o sentido de “saúde”, “terapia”, “vida saudável”, “cuidado” (Mt 24.45, “sustento” e Lc 9.11 “cura”) (v.1-2).

 

O fruto da árvore da vida de Gn 2.9, 3.22 nunca foi comido por Adão e Eva. Deus permitiu, mas preferiram o fruto da outra árvore, a do conhecimento do bem do mal. Sendo assim, perderam o privilégio de viver para sempre, bem como toda a humanidade. Agora, sim, a mesma árvore está de volta para vivermos para sempre e sem doença, pois as folhas não permitem. Essa árvore produz fruto o ano todo (doze meses). As nações são aquelas que se converteram no milênio. A árvore do conhecimento do bem e mal escondia o segredo da queda de Lúcifer e da introdução do mal no céu e a imediata expulsão. Deus revelaria tudo para Adão e Eva, mas eles não esperaram o tempo de Deus, preferiram o tempo de Satanás. Aqui não tem mais necessidade da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois já conhecemos o bem e o mal, e tudo já solucionado.

 

“As folhas das árvores são para a cura das nações que ocuparão a Nova Terra. Não que haverá doenças, mas para preservá-las em saúde, como Adão teria sido preservado com saúde se comesse da Árvore da Vida no Jardim do Éden (Gn 3.22-24).[27]

 

2.Ao falar desse paraíso, imediatamente, nos lembramos do jardim do Éden, mas também lembramos da maldição. Toda a dúvida e preocupação desaparecem com a frase “ali não haverá jamais maldição”. Antes era o “Paraíso Perdido” agora é o “Paraíso Restaurado”. Veremos o rosto do Cordeiro e O serviremos livremente com as testas marcadas com Seu precioso nome (3.12). O Senhor brilhará sobre os povos. Já vimos sobre isso em 21.23,25 (v.3-5).

3.Só existem duas maneiras de ler Apocalipse: ou se crê que é a Profecia Verdadeira de Cristo, ou que tudo não passou de delírio mental, pois ninguém seria capaz de produzir toda essa visão. Aliás, é sabido que literaturas e filmes cinematográficos copiam ideias desse livro e alguns usam até o nome do livro. Mas nós cremos que é um Livro único e sagrado. Bem-aventurado o que guarda estas palavras. Esta é a sexta bem-aventurança, ver também 1.3 (v.6-7).

 

4.João foi advertido a não adorar anjo. Isso aconteceu também em 19.10. Combatendo assim, o ensino gnóstico. O tempo está próximo. Em Daniel 12.4,9 a ordem era selar, aqui o contrário. A diferença é que na época de Daniel tudo era distante, mas na era da Igreja tudo é próximo e iminente (v.8-10).

 

5.Esse versículo não tem por objetivo tirar toda a esperança para o perdido, mas alertar para a brevidade do tempo, conforme o v.17. O galardão está com Jesus. Aqui é um encorajamento aos mártires e todos os crentes sofredores, e todos os crentes que amam a vinda do Senhor. O Alfa e o Ômega é o título usado acerca do Pai (1.18). Porém, aqui refere-se a Jesus, indicando Sua Deidade. Os salvos terão direito à árvore da vida. Esta é a sétima e última bem-aventurança em Apocalipse. Sobre a árvore da vida já vimos em 22.2 (v.11-14).

 

6.Fora os incrédulos, como em 21.8. Cães, ver Fp 3.2, era um termo judaico pejorativo para os gentios, significando imundo. Paulo usou para designar os gnósticos e aqui é usado para designar os incrédulos. Jesus é o responsável por essa profecia (ver Ap 1.1). As cartas às sete igrejas foram enviadas por Ele a um anjo e a João. Sobre a raiz de Davi ver Ap 5.5 e sobre a estrela da manhã ver Ap 2.28. Portanto, fica claro através desse verso que o céu, além de tudo é um oásis. Embora essa palavra alcance os perdidos, é específica aos mártires da Tribulação. Três personagens desejam a vinda do Senhor, a Parousia (v.15-17).

 

1.O Espírito, que é Deus, vive nos crentes que ainda não estão na glória do Pai e do Cordeiro.

2.A Noiva, que é a Igreja de Cristo.

3.Todo o que lê e ouve o Apocalipse deseja a Parousia, incluindo a Igreja e os mártires da Tribulação.

 

7.A maldição não é contra algum escriba ou tradutor, que por falha humana possa cometer algum erro. Mas a maldição é contra o malicioso. Portanto, é uma advertência aos ímpios que sofrerão as pragas e não terão acesso à vida eterna. Maranata significa O SENHOR VEM! - 1 Co 16.22. A graça do Senhor Jesus seja com todos (v.18-21).

 

Nossa premiação em Cristo Jesus (Ap 22)

1.Seremos alimentados com a fonte e frutos Dele (v.1-2)

2.Ficaremos livres de toda a maldição (v.3)

3.Veremos a face do Cordeiro (v.4)

4.Reinaremos na luz eterna (v.5)

5.Teremos as promessas cumpridas (v.6-10)

6.Seremos santificados (v.11-15)

7.Viveremos sob a graça e a água viva (v.16-21)

 

 

 

 

 

Louvores eternos ao nosso Deus (trindade) (Ap 1-22)

1.Ele é o Primeiro e o Último (1.8,17-18)

2.Ele é o Sustentador (2.7,17)

3.Ele é o Doador da Vida Eterna (2.10-11)

4.Ele é a maior Autoridade do mundo (2.26-28)

5.Ele é o Purificador (3.4-5)

6.Ele é o nosso Dono (3.12)

7.Ele é o nosso Amigo (3.20)

8.Ele é Santo (4.8)

9.Ele é o Leão (5.5)

10.Ele é o Cordeiro (5.6,12-13)

11.Ele é Digno (5.9)

12.Ele é Todo-Poderoso (6.10)

13.Ele é o Salvador (7.10)

14.Ele é o Pastor (7.17)

15.Ele é o que Silencia (8.1)

16.Ele é o que oferece chance ao pecador (9.20-21)

17.Ele é o que cumpre Seus Planos (10.7)

18.Ele é a Ressurreição (11.11)

19.Ele é Grande (11.13)

20.Ele é o Rei (11.15,17-19, 15.3-4)

21.Ele é o Protetor (12.6)

22.Ele é o nosso Advogado (12.10)

23.Ele é o Guardador dos fiéis (13.8)

24.Ele é o Resgatador (14.4)

25.Ele é Temível (14.7)

26.Ele é o Descanso do mártir (14.12-13)

27.Ele é o Viticultor da vingança (14.14-20)

28.Ele é Glorioso (15.5-8)

29.Ele é Justo (16.5-8,19, 18.20)

30.Ele é o Senhor dos senhores (17.14)

31.Ele é Retribuidor (Vingador) (18.3-6,8, 19.1-5)

32.Ele é o Noivo da Igreja (19.7-10)

33.Ele é Fiel e Verdadeiro (19.11)

34.Ele é o Verbo de Deus (19.13)

35.Ele é o Destruidor de Satanás (20.7-10)

36.Ele é o Juiz (20.11-15)

37.Ele é o Tabernáculo dos salvos (21.3)

38.Ele é o Consolador (21.4)

39.Ele é o Restaurador (21.5)

40.Ele é o Templo (21.22)

41.Ele é o Sol (ou a glória que brilha) (21.23-25)

42.Ele é a Saúde dos povos (22.2)

43.Ele é o Galardoador (22.12)

44.Ele é a Estrela da Manhã (22.16)

45.Ele é a Água da Vida (22.17)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 1994

 

Notas

 

1.     Introdução

1) Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2) A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

 

2.     A mensagem de Apocalipse, pg. 13 – Michael Wilcock (ABU editora – São Paulo – SP - 1ª ed. 1986 – 3ª reimpressão 2003)

3.     Comentário Bíblico de Matthew Henry – Apocalipse, pg. 3 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

4.     Comentário Bíblico Moody – Apocalipse, pg. 29 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

5.     Novo Comentário da Bíblia – Apocalipse, pg.22-23 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

6.     Revelation of Jesus Christ by T. Austin-Sparks, pg. 4 (transcrição de mensagens de 1958 - http://www.austin-sparks.net/english/books/revelation_of_jesus_christ.html - 27 setembro de 2014)

7.     Knowing God through Revelation – Heber Vander (RBC Ministries – Grand Rapids, MI – EUA – 1995)

8.     The Book of Revelation, pg. 59 – Clarence Larkin (escreveu em 1919, reproduzido por http://www.sacred-texts.com/chr/tbr/tbr030.htm 04 de agosto de 2015)

9.     Comentário Bíblico Expositivo do NT Vol. 2 Apocalipse – pg. 751 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

10.  Comentário Bíblico NVI pg.2235-6 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

11.  Comentário Bíblico Popular Novo Testamento, pg. 1006 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 1ª ed. Setembro de 2008)

12.  O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo, vol. 6, pg. 513 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. - 4ª impressão 1983)

13.  Samuel E. Schnaiter – Biblical Viewpoint vol XVI Nº 1 abril – Focus on Revelation, pg. 59-60 (Bob Jones University – Greenville, South Carolina – EUA - 1982

14.  Notes on Revelation Dr. Thomas L. Constable, pg. 117 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

15.  Thomas Ice (Chamada da Meia-Noite, Janeiro de 2004)

16.  A revelação de Jesus Cristo, pg. 78 – H.I. Lehman (Shophar edições – São Paulo – SP – 2ª edição – 1991)

17.  The Revelation of Jesus Christ, pg. 230 – John F. Walwoord (Moody Press Chicago – 1966)

18.  Comentário Judaico do Novo Testamento, pg. 906 – David H. Stern (Editora Atos - São Paulo – 1ª ed. 2008 -

19.  Comentário Bíblico de Matthew Henry – Apocalipse, pg. 36 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

20.  Comentário Bíblico Moody – Apocalipse, pg. 61 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

21.  Things to Come – A Study in Biblical Eschatology, pg. 344-345 – J. Dwight Pentecost (Zondervan 22ª impressão 1982)

22.  Novo Comentário da Bíblia – Apocalipse, pg.75 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

23.  Para um estudo das três visões do Milênio veja material de Pércio Coutinho Pereira de Escatologia

24.  Things to Come – A Study in Biblical Eschatology, pg. 344 – J. Dwight Pentecost (Zondervan 22ª impressão 1982)

25.  Knowing God through Revelation – Heber Vander (RBC Ministries – Grand Rapids, MI – EUA – 1995)

26.  Leia o artigo “O que é a deriva dos continentes” no seguinte endereço de Internet: http://christiananswers.net/portuguese/q-aig/aig-c001-por.html 19/06/2019 ou com Pércio Coutinho Pereira

27.  The Book of Revelation, pg. 208 – Clarence Larkin (escreveu em 1919, reproduzido por http://www.sacred-texts.com/chr/tbr/tbr030.htm 14 de agosto de 2015)

 



[1] 1.Informações técnicas, tais como data, local e autoria tiveram como fonte o livro “Introdução ao Estudo do NT” de  Broadus David Hale, JUERP, 1983, RJ

2.A elaboração das “dificuldades e curiosidades” foi desenvolvida por Pércio Coutinho Pereira

[2] A mensagem de Apocalipse, pg. 13 – Michael Wilcock (ABU editora – São Paulo – SP - 1ª ed. 1986 – 3ª reimpressão 2003)

[3] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Apocalipse, pg. 3 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[4] Comentário Bíblico Moody – Apocalipse, pg. 29 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[5] Novo Comentário da Bíblia – Apocalipse, pg.22-23 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[6] Revelation of Jesus Christ by T. Austin-Sparks, pg. 4 (transcrição de mensagens de 1958 - http://www.austin-sparks.net/english/books/revelation_of_jesus_christ.html - 27 setembro de 2014)

[7] Knowing God through Revelation – Heber Vander (RBC Ministries – Grand Rapids, MI – EUA – 1995)

[8] The Book of Revelation, pg. 59 – Clarence Larkin (escreveu em 1919, reproduzido por http://www.sacred-texts.com/chr/tbr/tbr030.htm 04 de agosto de 2015)

[9] Comentário Bíblico Expositivo do NT Vol. 2 Apocalipse – pg. 751 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[10] Comentário Bíblico NVI pg.2235-6 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

[11] Comentário Bíblico Popular Novo Testamento, pg. 1006 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 1ª ed. Setembro de 2008)

[12] O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo, vol. 6, pg. 513 – Russell Norman Champlin (Editora Candeia – São Paulo – SP – 1ª ed. - 4ª impressão 1983)

[13] Samuel E. Schnaiter – Biblical Viewpoint vol XVI Nº 1 abril – Focus on Revelation, pg. 59-60 (Bob Jones University – Greenville, South Carolina – EUA - 1982

[14] Notes on Revelation Dr. Thomas L. Constable, pg. 117 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[15] Thomas Ice (Chamada da Meia-Noite, Janeiro de 2004)

[16] A revelação de Jesus Cristo, pg. 78 – H.I. Lehman (Shophar edições – São Paulo – SP – 2ª edição – 1991)

[17] The Revelation of Jesus Christ, pg. 230 – John F. Walwoord (Moody Press Chicago – 1966)

[18] Comentário Judaico do Novo Testamento, pg. 906 – David H. Stern (Editora Atos - São Paulo – 1ª ed. 2008 -

[19] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Apocalipse, pg. 36 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[20] Comentário Bíblico Moody – Apocalipse, pg. 61 (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[21] Things to Come – A Study in Biblical Eschatology, pg. 344-345 – J. Dwight Pentecost (Zondervan 22ª impressão 1982)

[22] Novo Comentário da Bíblia – Apocalipse, pg.75 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[23] Para um estudo das três visões do Milênio veja material de Pércio Coutinho Pereira de Escatologia

[24] Things to Come – A Study in Biblical Eschatology, pg. 344 – J. Dwight Pentecost (Zondervan 22ª impressão 1982)

[25] Knowing God through Revelation – Heber Vander (RBC Ministries – Grand Rapids, MI – EUA – 1995)

[26] Leia o artigo “O que é a deriva dos continentes” no seguinte endereço de Internet: http://christiananswers.net/portuguese/q-aig/aig-c001-por.html 19/06/2019 ou com Pércio Coutinho Pereira

[27] The Book of Revelation, pg. 208 – Clarence Larkin (escreveu em 1919, reproduzido por http://www.sacred-texts.com/chr/tbr/tbr030.htm 14 de agosto de 2015)

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