Joel
Introdução[1]
1.A mensagem de Oseias surgiu de uma calamidade dentro de sua própria família. A mensagem de Joel surge de uma calamidade nacional: a invasão dos gafanhotos. Junto com a praga dos gafanhotos veio, também, uma terrível seca. Gafanhotos e seca trouxeram à terra grande fome e miséria (1.19-20). Joel tinha uma mensagem ao povo de Judá, pois ele viu nessas calamidades a mão disciplinadora de Deus sobre os seus pecados. Joel olhou além dos gafanhotos e viu outro exército, um exército literal de nações gentílicas atacando Jerusalém e o povo judeu (2.3). Portanto, Joel usou o
julgamento imediato de Deus (os gafanhotos) como ilustração do julgamento posterior, “O Dia do Senhor”. Joel significa “O Senhor (Jeová) é Deus”.
2.O Dia do Senhor
1) Joel menciona “O Dia do Senhor” (1.15, 2.1,11,31, 3.14). Outros profetas, também, usaram essa expressão (Is 2.12, 13.6-9, 14.3, Jr 30.7-8, 46.10 e o livro todo de Sofonias).
2) A frase “O Dia do Senhor” refere-se àquele tempo futuro quando Deus despejará Sua ira contra as nações gentílicas por causa de seus pecados contra os judeus (Joel 3.1-8).
3) Esse tempo futuro ocorrerá após a Igreja ter sido levada para o Céu (1 Ts 1.10, 5.9-10 e Ap 3.10).
4) Esse período de 7 anos é conhecido nas Escrituras como “Tribulação” e é descrito mais completamente em Ap 6-19.
5) A Tribulação é o julgamento do Senhor, porém, “O Dia Do Senhor” é identificado como um dia específico, quando haverá uma batalha chamada “Armagedom” (Joel 3.9-17,
Ap 19.11-21).
6) Jesus Cristo retornará à terra para ferir os Seus inimigos e estabelecerá o Seu reino. Em Joel há esperança de bênção neste período (2.18-27).
3.É difícil saber qual foi a data em que Joel escreveu esta profecia, pois não é mencionado nenhum rei ou nação, portanto, não há um referencial para se tomar como base. Alguns sugerem que tenha sido na época de Joás (837 a.C.).
4.Três tempos que Joel mostra para o Dia do Senhor
1) O Dia do Senhor visto como imediato: a invasão dos gafanhotos - capítulo 1
2) O Dia do Senhor visto como iminente: a invasão da Assíria (?) - 2.1-27
3) O Dia do Senhor visto como futuro: a invasão final no Armagedom - 2.28-3.21
(?) A interpretação do inimigo iminente depende da época em que Joel está falando. Existem várias possibilidades: os filisteus ou egípcios ou edomitas ou os fenícios. Porém, nenhum desses inimigos foram devastadores como os assírios e babilônios. Lembre-se que Joel profetizou para o reino do Sul (Judá), mas a Assíria, também, tentou destruir Judá como, de fato, fez com Israel (reino do Norte).
5.Pedro fez menção da profecia de Joel, o derramamento do Espírito, que tem duas fases: a primeira no Pentecoste e depois na “grande plenitude”, no final do “tempo dos gentios”, antes do Milênio (Joel 2.28,32, At 2.16-21).
6.Esboço simples
I.O Dia do Senhor tipificado (1.1-2.27) II.O Dia do Senhor profetizado (2.28-3.21) |
Joel 1: Destituídos das coisas boas da vida
1.Joel profetiza a respeito de Judá, predizendo uma catástrofe na agricultura invadida por gafanhotos. É um dia sem precedentes, o qual ficará marcado por gerações. Às vezes, passamos por tempos que ficam tão nítidos em nossa mente. Esses dias, maus e difíceis, precisam ficar na memória espiritual também, pois nos fazem lembrar que devemos confiar no Senhor. O povo ficou sem nada restante para sua sobrevivência com folga. O prazer dos compulsivos pelo vinho foi cortado, deixando-os desesperados. A Babilônia, simbolizada por um leão, virá furiosa contra Judá, deixando-a sem chance de reação. As árvores que alimentavam o povo foram despidas de suas frutas. Serão dias tristes como uma noiva que nunca se casou porque perdeu o noivo. O lugar de adoração também foi profanado. O povo perdeu seu sustento básico (v.1-10).
“Os velhos não se lembravam de uma praga de gafanhotos tão severa quanto a que Joel descreve. Ela sobrevém em quatro etapas correspondentes às quatro fases de crescimento do gafanhoto: o gafanhoto cortador, o gafanhoto migrador, o gafanhoto devorador e o gafanhoto destruidor. Talvez representem os quatro impérios mundiais que governaram sobre o povo de Deus: Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma.”[2]
2.Quando uma colheita é destruída, vai-se não apenas o sustento, mas a vida e a alegria. Se nós, os crentes, vivêssemos sem a comunhão com o Senhor sentiríamos muita tristeza e não teríamos prazer na vida. Por isso, é muito bom refletir se quando deixamos de ler a Bíblia e orar sentimos falta de alguma coisa. O povo não podia mais ofertar ao Senhor. Também deveríamos refletir se deixássemos de ofertar para a obra do Senhor, sentiríamos alguma tristeza. O sofrimento sobre Judá não respeitou nenhuma classe social. Nós nos prendemos muito pelo estilo de vida que cada pessoa leva ou sobre os círculos sociais, os quais podemos ou não podemos participar. No entanto, o sofrimento cai sobre todos e cada um contará somente com aquilo que crê, se é um consolo ou não. No caso de Judá, os desastres vieram rápido e sem tempo para se preparar. Tempo de se arrepender diante do Senhor tiveram, mas achavam que o juízo do Senhor jamais viria. Ficaram sem mantimento, sem estoque, sem pasto, sem árvores e sem água (v.11-20).
3.Este capítulo leva a nos perguntar o que perdemos ou o que perderíamos que nos faria falta. Na perda, porém, poderíamos ganhar uma compreensão melhor do nosso relacionamento com Deus. Algumas perdas: Posição, ente querido, amizade, privilégio, dinheiro e bens, saúde, emprego ou negócios, romance, vício e dependência, hábitos, etc.
As perdas (Jl 1) v.1-2 – Sem precedente v.3 – Sem história para contar v.4 – sem nada restante v.5 – sem satisfação de prazeres e vícios v.6 – sem chances diante do leão v.7 – sem alimentos v.8 – Sem noivo v.9 – Sem lugar de adoração v.10 – Sem sustento v.11 – Sem colheita v.12 – Sem vida e sem alegria v.13 – Sem ofertas v.14 – Sem divisão de categorias v.15 – Sem tempo para se preparar v.16 – Sem mantimento v.17 – Sem estoque v.18 – Sem pasto v.19 – Sem árvores v.20 – Sem água |
O que você perdeu ou se perdesse faria muita falta? Posição, ente querido, amizade, privilégio, dinheiro e bens, saúde, emprego ou negócios, romance, vício e dependência, hábitos
O que você ganhou ao perder ou poderia ganhar? Posição (menos estresse, mais sossego), Ente querido (valorização de outros parentes), amizade (independência, novas amizades, menos expectativas falsas), privilégio (humildade), dinheiro e bens (confiança no Senhor para o sustento), saúde (equilíbrio na alimentação e atividades físicas, compaixão com os sofredores, graça de Deus), emprego ou negócios (gratidão pelo que Deus me dá, desenvolvimento de novas habilidades), romance (casamento errado), vício e dependência (liberdade, orçamento mais livre), hábitos (nova maneira de viver a vida sem escravidão) |
Capítulo 2: O Dia do Senhor
1.Alguns dias são marcados de expectativa. Por exemplo, o dia do parto para mãe, o dia do vestibular para o estudante, o dia da estreia do jogador de futebol. A Palavra de Deus marca com grande expectativa o Dia do Senhor. É um dia em que Deus acertará as contas contra as nações incrédulas que estiverem na terra no final da tribulação. É um dia terrível por causa de suas características, mas também é um dia de esperança para a nação de Israel e para todos os que se arrependerem de seus pecados. O Dia do Senhor tem características bem distintas. O dia do Senhor é um dia de julgamento. No final do tempo de angústia nesta terra, que será de 7 anos, haverá um dia terrível. Deus comandará com os seus anjos este acontecimento. Os povos saberão o que é medo de fato. Deus virá de Sião, que é Jerusalém (v.1).
2.Assim como na crucificação de Cristo houve trevas, no Dia do Senhor haverá escuridão sobre a terra. Será como a alva só que o contrário, as trevas tomarão todos os espaços sobre os montes. Um povo grande e poderoso. No livro de Joel este povo grande e poderoso eram os gafanhotos. Na tribulação os inimigos de Israel, o exército do Anticristo, tentarão consumir o povo, mas o Messias é que destruirá o exército do Anticristo. Os gafanhotos atacaram Israel como um fogo devorando a plantação. Os gafanhotos encontraram a plantação como o jardim do Éden, mas deixaram atrás de si um deserto. Quando o Senhor vier na Sua glória deixará a terra assolada (v.2-3).
3.A face do gafanhoto lembra muito a face do cavalo. A invasão foi rápida como um exército de cavaleiros. Cristo virá com Seu cavalo branca deixando uma marca de 300 quilômetros de sangue e fará uma batalha rápida (Ap 14.20 e 19.11-21). Os gafanhotos em bando formam uma nuvem barulhenta e vão consumindo tudo o que é verde. O exército do Messias virá ao som de trombetas destruindo as nações e o exército do Anticristo. Os rostos ficam enegrecidos com a nuvem de gafanhotos, mas se fosse possível ver o que está atrás dos gafanhotos, veríamos homens pálidos de tanto medo. Na vinda do Messias, os povos tremerão, pois o Anticristo não será forte o bastante para defendê-los (v.4-6).
“Os gafanhotos são comparados a cavalos na aparência (cf. Ap 9.7), na agilidade e no emprego militar (cf. Os 14.3; Am 6.12). A palavra italiana cavalletta e a alemã Heupferd, ambas significando gafanhoto, refletem a semelhança (cf. Jó 39.20 para uma descrição de um cavalo saltando como um gafanhoto).”[3]
4.Os gafanhotos têm uma rota impressionante quando atacam. Eles não têm rei, mas se conduzem perfeitamente sem bater um no outro (Pv 30.27). Os santos anjos de Deus, também, virão de modo organizado lutar contra o exército do Anticristo. Os gafanhotos não se machucam com suas asas e pernas, ainda que voem aos milhares. É possível que alguns sejam mortos por pedradas e lanças, mas isto será insignificante diante da multidão do seu exército. O Messias não perderá nenhum anjo nessa batalha. Para os gafanhotos não há obstáculo suficiente para detê-los. O Messias é o dono de toda a terra e virá com o seu santo exército sem detenção (v.7-9).
5.Diante desse exército de gafanhotos acontecem coisas terríveis. A terra treme, os homens ficam com medo. Olhando para os céus os pequeninos espaços entre os gafanhotos correndo vertiginosamente faz com os olhos vejam o céu trêmulo. O sol, a lua e as estrelas ficam negros, pois os gafanhotos obscurecem o seu esplendor. A vinda do Messias escurecerá toda a terra e os povos temerão. Como os gafanhotos não possuem rei, o próprio Deus é Quem ordenou a invasão para o castigo do povo de Israel. No Armagedom Deus convocará as nações inimigas para ser julgadas. Naquele dia Israel será salvo e não destruído (Ap 16.16). Como vimos o Dia do Senhor para Israel foi terrível com a invasão dos gafanhotos. No Dia do Senhor, chamado Armagedom, será o dia de arrependimento para a nação. O povo podia se preparar no passado como pode se preparar hoje e também no futuro. Mas individualmente não há tempo de espera. Hoje é o dia da salvação tanto para o judeu como para o gentio (v.10-12).
6.Deus quer muito mais do que atos exteriores religiosos. Deus quer um arrependimento genuíno, de coração. A espera de Deus não é demora, mas longanimidade. Ele quer, hoje, judeus e gentios, salvos. Não precisam esperar para o grande e terrível Dia do Senhor. Se o povo se arrependesse, Deus podia deixar um pouco de alimento na lavoura destruída pelos gafanhotos. Este alimento seria oferta para o Senhor em demonstração de arrependimento. Deus tem deixado alguma força para o pecador hoje. É a força que ele tem de se arrepender de seus pecados e buscar ao Senhor. Estamos em dias solenes, em que pecadores devem ser convidados para o arrependimento. Todos são convidados, desde as criancinhas até os recém-casados que estão em lua de mel. Tudo pode ficar para depois, mas as coisas de Deus são urgentes (v.13-16).
7.Todos os crentes devem chorar pelos perdidos, principalmente os líderes que devem conduzir as pessoas ao arrependimento. Deus não pode ser blasfemado, mas sim honrado entre nós. O Dia do Senhor foi terrível para a nação de Israel com a invasão dos gafanhotos e em outras situações como terremoto, cativeiro de Israel e cativeiro de Judá, destruição de Jerusalém e terrorismo hoje em dia. Mas um grande e terrível dia se aproxima. Hoje é tempo de se arrepender, judeus e gentios, para ficarem livres da ira vindoura (v.17).
8.Quando estudamos sobre o Dia do Senhor cheio de juízo não podemos nos esquecer que também será um dia de salvação para a nação de Israel e para os que não ficaram do lado do Anticristo. Deus Se mostra muito generoso para com o Seu povo em todas as épocas. Depois de mostrar Sua ira através da devastação dos gafanhotos, Deus se compadece como um pai depois de repreender um filho. A compaixão de Deus não pode ser vista como fraqueza, mas como generosidade para uma geração sofrida e necessitada de salvação (v.18).
9.O Senhor mostra compaixão através de bênçãos derramadas. A nação já sofreu demais debaixo dos inimigos. Desde o período dos Juízes, Israel planta e acaba perdendo toda a sua plantação para os povos vizinhos. Até finalmente perder sua plantação para os gafanhotos e para os caldeus. Deus prometeu não mais envergonhar a nação de Israel. Isto ainda não aconteceu porque Israel ainda está sendo muito envergonhada pelos palestinos e os vizinhos islâmicos. A abundância de cereal, vinho e óleo figuram a alegria da comunhão, da paz e do descanso. O povo trabalhador e pobre sonha com o descanso e um pouco de recreação. Não há nenhuma perspectiva de se conseguir isto em governos corruptos. No reino do Senhor Jesus Cristo na terra isto será perfeitamente possível (v.19).
10.O exército do Norte nos dias do Velho Testamento era a Assíria que fez de Israel o seu cativo até que todas as tribos de Israel desaparecem ou se misturassem com outros povos. Só restou a tribo de Judá que posteriormente sofreu o cativeiro por mãos dos caldeus. No futuro a nação de Israel será invadida desde o Norte pelo exército do Anticristo. O sopro da boca do Senhor Jesus Cristo, o Messias, destruirá esse exército e virá o livramento. Ali haverá mau cheiro, pois onde tombarem os poderosos ali virão as aves do céu. Será o banquete de Deus, no final da Tribulação. É a compaixão de Deus pelo Seu povo (v.20).
11.É difícil não temer quando faltam alimentos, segurança e saúde. O pecado causou destruição dos povos. A ganância fez com que os mercados quebrassem e milhões de desempregados passassem necessidades básicas. Até quando este sofrimento? E a compaixão de Deus? Israel sofre muito, mas terá a sua libertação. O crente hoje sofre as mesmas privações que o incrédulo na questão financeira. Se o crente não experimenta a compaixão de Deus para a sua alma pouco restará para a sua vida, pois pouquíssimos são ricos e estão confortáveis. A comunhão com Deus serve de alívio para os sofrimentos diários, é verdade, mas vai além disso. Experimentar a generosidade de Deus na própria vida é a única razão da existência humana, seja para o pobre como para o rico (v.21).
12.A criação toda sofre por causa do pecado. Em Romanos 8 diz que a criação geme aguardando a redenção dos filhos de Deus. No Brasil a seca no nordeste[4] é uma miséria notável e a demonstração de um governo corrupto, pois sabemos que Israel possui belos bosques no meio do deserto e isto é exemplo para todos os lugares áridos. Porém, não é o homem que trará abundância para o mundo, mas o Messias. Os desertos florescerão pelas mãos do Senhor. Haverá abundância e justiça. Sabemos que em nosso mundo há abundância em alguns lugares e miséria em outros por falta de justiça. Apesar das pragas na terra, Deus deixou um mundo totalmente habitável. O que se planta colhe, mas as injustiças sociais e políticas e a urbanização fizeram da nossa sociedade um palco de famintos de um lado e os bem alimentados de outro. As campanhas contra fome não poderiam funcionar pelo fato de existir interesses egoístas envolvidos, mas no reino do Senhor há verdadeira generosidade porque Deus é generoso para com o Seu povo (v.22).
13.Deus Se compadece de Seu povo e quer o melhor para ele. Os que vivem em países pobres ou injustos sonham em ter um bom salário, bens materiais, alimentação e lazer. Porém, devem se consolar Naquele que Se compadece e quer dar bênçãos espirituais hoje, bênçãos materiais suficientes para a subsistência e ambas as bênçãos no reino futuro. Para os que vivem confortavelmente, o objetivo da vida deve ser gratidão pelas bênçãos materiais, busca do crescimento espiritual e ajuda aos que sofrem privações neste mundo. Devem também depositar a sua confiança no reino eterno, pois as riquezas deste mundo perecem. A generosidade de Deus é vista na restituição daquilo que o sofrimento levou embora. A nação sofreu por causa da desobediência e também por causa das injustiças. Deus viu e Se compadeceu. Ele não deixará Israel sem a sua terra que mana leite e mel. Ele também não deixará o crente da dispensação da Igreja sem a restituição do conforto que o sofrimento causou e que o discipulado exigiu. A chuva antecipada é bem-vinda bem como a chuva depois da época, pois dessa forma o lavrador tem abundância em todo o ano. O crente receberá as chuvas de bênção. No Estado Eterno haverá fruto para todos os meses do ano (v.23, veja Mt 19.29 e Mc 10.30).
14.Israel terá de volta a terra da promessa. Hoje, o crente sofredor precisa receber de volta a alegria. Os sofrimentos não podem arrancar do nosso coração a esperança que temos em Cristo. Olhar para o futuro com tristeza no presente é igual pensar na água refrescante e morrer de sede no deserto. O crente deve estabelecer bem firme em sua mente qual é o objetivo de sua vida. Se é ficar rico e confortável neste mundo sem nenhuma possibilidade para isto, então sua vida será frustrada, mas se é buscar o Senhor e o crescimento na Palavra haverá abundância de alimento espiritual no estudo da Bíblia e na prática da vida cristã (v.24).
15.Israel tem a palavra de Deus que terá de volta a terra da promessa. O reino prometido a Davi será estabelecido. O reino foi rejeitado e as consequências são experimentadas por toda a descendência judaica. A Igreja tem a palavra de Cristo que será arrebatada e voltará para o Seu reino na terra. As expectativas de restituição não são fantasias, porém, a expectativa de melhoras sociais e políticas são ilusão. As expectativas de melhora econômica dependem do lugar que o crente vive e do governo que o dirige (v.25).
16.A honra que Deus prometeu a Israel está intimamente ligada à promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó. A honra que Deus promete à Igreja está intimamente ligada à transformação do crente à imagem de Cristo. Não haverá vergonha nem para Israel e nem para a Igreja. Israel precisa saber que não há outro Deus senão o Senhor. Jesus Cristo é o Senhor. O crente da Igreja precisa saber que não há outra maneira de ser discípulo de Jesus se não deixar as redes. Tudo o que nos prende e nos faz devotos e idólatras precisa dar lugar à completa submissão a Cristo. Isto nada tem a ver com prosperidade material, mas tem tudo a ver com o fruto do Espírito. Deus nunca deixou de ser generoso, porém, o mundo jamais deixou de ser pecador. A restauração de todas as coisas é a única esperança verdadeira do crente. As bênçãos materiais são generosidade de Deus, porém, não são evidência do nosso crescimento na Palavra. Não criemos expectativas irreais para não julgar que Deus não é generoso (v.26-27).
17.O texto a seguir é muito conhecido no Novo Testamento, em Atos capítulo 2, quando o Espírito Santo desceu inaugurando o tempo da Igreja no Dia do Pentecoste. É uma profecia dupla, pois em parte aconteceu no início da Igreja e a outra parte acontecerá na Segunda Vinda de Jesus Cristo para julgar a terra e estabelecer o reino messiânico. Será o dia da conversão da nação de Israel e o julgamento das nações que estiverem na terra (v.28-32).
“A promessa começou a ser cumprida no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado, e continuou na graça que converte e nos dons miraculosos conferidos aos judeus e gentios convertidos.”[5]
O Dia do Senhor (Jl 2) 1.Será o pior Dia de todos os tempos para os pecadores (v.1-11) 2.Será o melhor Dia para a nação de Israel e todos os que se arrependerem (v.12-17) 3.Será o melhor Dia para a terra depois da queda (v.18-27) 4.Será o Dia do derramamento do Espírito Santo sobre Israel (v.28-32) |
Capítulo 3: O dia da decisão
O próprio Jesus falou desse tempo em Mateus 25, quando as nações serão reunidas e separadas como ovelhas e bodes. É o julgamento das nações que permanecerem no final da Tribulação. Não houve nenhum período da história em que isso foi realizado. Após o cativeiro não aconteceu isso, portanto, a Palavra de Deus que não pode mentir será cumprida em algum tempo. A sede pela luxúria é descrita nesse tempo. Entregavam um menino para terem uma prostituta. O roubo das riquezas de Israel é denunciado aqui. Os judeus também foram saqueados no período da segunda grande guerra. Há esforços atualmente para a recuperação dos bens dos judeus. Algumas profecias foram cumpridas naqueles dias, tais como a invasão da Babilônia em Tiro e Sidom. Deus fortalecerá todo o seu povo considerado fraco aos próprios olhos. Um dia as armas de guerra se transformarão em ferramentas de trabalho, mas aqui é o contrário. O Dia do Senhor será um dia de vingança contra os ímpios. Nesses dias, janeiro de 2015, a França sofreu um atentado que movimentou o mundo contra a violência religiosa. A Palavra de Deus não incentiva nenhum tipo de armamento fora de época. O Dia do Senhor não se trata de um bando de religiosos fanáticos destruindo as outras religiões, mas do próprio Jesus Cristo, o Messias de Israel, interrompendo a história da humanidade e estabelecendo o Seu reino. Joel descreve bem o Armagedom e chama de vale da decisão. Após a batalha, haverá abundância na terra que passou por extrema fome. Não há acordos de paz eficientes e nem combate à fome totalmente eficaz em nossos dias. Somente com a intervenção de Jesus no mundo é que haverá transformação verdadeira (v.1-21).
“Tudo o que os inimigos tinham feito seria retribuído lextalionis (isto é, pela lei da retaliação)... Os filhos de Judá e Jerusalém. Serão despertados para a atividade e voltarão para a sua terra natal; as bênçãos do Senhor os tornarão fortes e poderosos.”[6]
O dia da decisão (Jl 3) 1.Será um dia de prestação de contas pelos maus tratos contra Israel (v.2) 2.Será um dia de prestação de contas pelos atos de luxúria (v.3) 3.Será um dia de prestação de contas pelos roubos (v.5) 4.Será um dia de prestação de contas pelo tráfico humano (v.6) 5.Será um dia da virada do fraco para se tornar forte (v.10) 6.Será um dia de multidões (v.14) 7.Será um dia de interrupção da história de todo o universo (v.15) 8.Será um dia da chegada de Deus na terra para executar a justiça (v.16) 9.Será um dia de compensação para o povo de Deus (v.18) 10.Será um dia de purificação da terra (v.21) |
A mistura dos sentimentos da perda (Jl 1-3) 1.A perda se mistura com a tristeza e choro (1.1-12) 2.A perda se mistura com o clamor e arrependimento (1.13-20) 3.A perda se mistura com o medo e a disciplina (2.1-11) 4.A perda se mistura com o quebrantamento e misericórdia (2.12-17) 5.A perda se mistura com o perdão e restituição (2.18-27) 6.A perda se mistura com a invocação e salvação (2.28-32) 7.A perda se mistura com a vingança e julgamento (3.1-16) 8.A perda se mistura com a santidade e restauração (3.17-21) |
Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2015
Notas
1. Introdução
1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
2. Comentário Bíblico Popular - Antigo Testamento, pg. 750 - William Macdonald (Ed. Mundo Cristão – São Paulo – SP – 2ª ed. Junho de 2011)
3. Joel e Amós – Introdução e Comentário, pg. 63 – David Allan Hubbard (Série Cultura Bíblica – Ed. Vida Nova – São Paulo – 1996)
4. Em 2020, uma grande obra da transposição do rio São Francisco foi inaugurada trazendo alívio ao povo.
5. Comentário Bíblico de Mathew Henry – Romanos, pg. 3 (CPAD – 3ª edição – 2003)
- Comentário Bíblico Moody - Joel, pg. 18 – editado por Charles F. Pfeiffer (IBR – São Paulo – SP – 4ª impr. 2001)
[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter
2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr
3.Manual Bíblico - H.H.Halley
4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears
5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray
6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray
7.O livro dos livros - H.I.Hester
8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira
9.A História de Israel - Samuel J.Schultz
10.Através da Bíblia - Myer Pearlman
11.Introdução ao Velho Testamento - H.E.Alexander
12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs
13.O Novo Dicionário da Bíblia
14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield
15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe
16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders
17.Comentários da Bíblia Vida Nova
[2] Comentário Bíblico Popular - Antigo Testamento, pg. 750 - William Macdonald (Ed. Mundo Cristão – São Paulo – SP – 2ª ed. Junho de 2011)
[3] Joel e Amós – Introdução e Comentário, pg. 63 – David Allan Hubbard (Série Cultura Bíblica – Ed. Vida Nova – São Paulo – 1996)
[4] Em 2020, uma grande obra da transposição do rio São Francisco foi inaugurada trazendo alívio ao povo.
[5] Comentário Bíblico de Mathew Henry – Romanos, pg. 3 (CPAD – 3ª edição – 2003)
[6] Comentário Bíblico Moody - Joel, pg. 18 – editado por Charles F. Pfeiffer (IBR – São Paulo – SP – 4ª impr. 2001)
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