33 Obadias

 Obadias

 Stone, Petra, Jordan, Deserto, Ruína

Introdução[1]

1.Escrito no ano 586 a.C. em Jerusalém, época da invasão babilônica. A destruição de Jerusalém pelos exércitos babilônicos. Podemos imaginar os soldados irados, quebrando os muros, espancando o povo e queimando a cidade. Vemos, também, os vizinhos de Jerusalém, os edomitas, encorajando os babilônios destruírem a cidade (Sl 137.7-9). Quem é este povo que deseja tão terríveis coisas para Judá? Eles são os irmãos dos judeus! Os edomitas são descendentes de Esaú, o irmão mais velho de

Jacó (Gn 25.21-26).

 

2.Esaú era exteriormente muito melhor homem que o enganoso Jacó, mas mesmo assim, Deus escolheu Jacó e rejeitou Esaú. Esaú mudou-se para as montanhas ao sul e estabeleceu o reino edomita (Iduméia), mas eles permaneceram inimigos. O livro de Obadias, o menor do VT, trata desses dois irmãos, Esaú e Jacó (Edom e Israel).

 

3.“Sela”, a capital de Edom, conhecida posteriormente por “Petra”, foi totalmente destruída. As ruínas comprovam o fato. Por muito tempo ficaram escondidas nas regiões ao sul do Mar Morto, mas em 1812 a.D. foram descobertas 300 cidades. As construções eram feitas misteriosamente em rocha sólida cortada (v.3). Não existe nenhuma presença viva na terra para lembrar Edom (v.10 e 18).

 

4.Por causa desse reduto edomita, o exército era invencível, pois após o seu ataque, recolhia-se em suas rochas e ninguém conseguia chegar lá por causa do difícil acesso. Algumas montanhas tinham 300 metros de altura e no topo era a habitação dos edomitas. Chegavam lá através de uma abertura estreita cavada na rocha, onde só passava um cavalo por vez. Tentar chegar ali sem conhecer era morte certa, pois os corredores estreitos, espremidos pelas rochas, tinham um quilômetro de extensão e eram verdadeiros labirintos. Mas de Deus ninguém se esconde (v.4). Tinha cerca de mil templos escavados na rocha em lugares quase impossíveis de chegar.

 

5.Nada se sabe sobre esse profeta. O nome era muito comum entre os hebreus, significa “servo ou adorador de Jeová”. Pelo menos doze homens do VT têm esse nome.

 

6.Edom não é apenas inimigo antigo, mas na época da calamidade que Jerusalém sofreu, Edom também estava lá entregando os judeus fugitivos ao inimigo (2 Cr 21.16-17, Ob 10-14). Os edomitas contribuiram com os filisteus e árabes em 845 a.C. e agora com os babilônios em 586 a.C. Quatro anos depois da queda de Jerusalém, a própria Babilônia, que recebeu ajuda dos edomitas, invadiu e queimou o reino de Edom. Os poucos que restaram fugiram, mas em 126 a.C. um dos governantes Macabeus submeteu-os.

 

7.Os Herodes eram da família iduméia, mas com a destruição de Jerusalém em 70 a.D., finalmente, os edomitas desapareceram totalmente da História. Lembre-se que, em dias passados, Deus ordenou que Seu povo tratasse bem Edom (Dt 23.7).

 

8.Obadias não foi o único a denunciar Edom. Outras acusações estão em: Is 34.5-7, 63.1-6, Jr 49.7-22, Lm 4.21-22, Ez 25.12-14, Ez 35, Joel 3.19, Am 1.11-12.

 

8.Esboço simples

 

  I.A vingança de Deus sobre Esaú (v.1-16)

 II.A vitória de Deus para Jacó (v.17-21)


Capítulo 1: As consequências do orgulho

1.A profecia de Obadias é contra Edom. Os edomitas são os descendentes de Esaú. Eles se tornaram os idumeus da Iduméia, os inimigos do povo de Deus. Herodes era idumeu. A profecia de Obadias ensina sobre o perigo do orgulho. Edom é o orgulho personificado. Os edomitas pensaram muito além do que convinha. Edom entregou Judá para os caldeus. Todos os que são traídos pelo orgulho acabarão caindo e sendo desprezados por Deus (v.1-2).

 

2.Edom ficava ao sul da Judéia. Ainda hoje existem as ruínas de Petra, uma cidade intocada. Ali escavavam Templos e casas. O acesso era por dentro dos penhascos. A entrada era um segredo dos edomitas. Ao atacarem os povos podiam se refugiar em seu ninho alto. Quando nos sentimos confortáveis e seguros, o orgulho pode nos enganar. Só há segurança no Senhor. Fora Dele, temos momentos enganosos e uma falsa segurança (v.3).

 

“… A chave para abrir a principal lição moral do livro é encontrada nas palavras do terceiro versículo: ‘A soberba [orgulho] do teu coração te enganou.”[2]

 

3.A águia, como todos já sabemos de tanto ouvir e ver programas de animais na TV, consegue voar acima de todos os demais pássaros e faz o seu ninho em penhascos, impossíveis de se alcançar. Ainda que o orgulhoso se coloque junto às estrelas, de lá o Senhor o derruba. Ninguém pode se esconder de Deus. A Ele temos de prestar contas. O incrédulo orgulhoso, no Grande Trono Branco e o crente orgulhoso, no Tribunal de Cristo. O orgulho é enganoso, pois ele dá uma falsa sensação de segurança (v.4).

 

“A fortaleza estava localizada tão alto na montanha que foi comparada ao ninho de uma águia entre as estrelas. Contudo o Senhor declarou que Edom não estava fora do Seu alcance. Ele a derrubaria e a julgaria na presença das nações.”[3]

 

4.Obadias usa duas ilustrações: o ladrão e o vindimador. Ambos deixam algo depois de agirem. O ladrão, dificilmente, pode levar tudo e o colhedor de uvas, acaba deixando algum cacho sem colher porque não vê ou porque cai no chão. Mas não foi assim com Edom. Os caldeus invadiriam Edom e, por saberem o seu segredo, acabariam com todas as suas riquezas (v.5-6).

 

“Caso se tratasse de um assalto ordinário por parte de um bando de ladrões, então muita coisa poderia ser salva. Roubadores de noite, visto que dependeriam de velocidade e surpresa, só conseguiriam levar uma quantidade limitada de saque, e assim furtariam somente o que lhes bastasse, assim como os que furtam frutas deixam muito fruto ainda atrás de si. Mas Edom, em contraste, é ‘deixada limpa’, como diríamos, e a total devastação evoca a exclamação do profeta como estás destruído!”[4]

 

5.O orgulho faz o orgulhoso sentir-se seguro, mas no final ele toma tudo. Quando o orgulhoso cai do seu ninho seguro dos penhascos toda a sua segurança vai embora. O orgulho é traidor. Edom pensava ganhar alguma coisa da Babilônia ao entregar o povo de Judá, mas foi engano, perdeu tudo. Em Edom não houve sabedoria. Nem imaginavam o óbvio, isto é, que os caldeus não negociam. Eles tomam tudo para si. O orgulho não negocia nada com o orgulhoso, mas apenas o usa e depois o abandona com a humilhação (v.7-8).

 

“Todos os aliados dos edomitas se reuniriam para trair o povo de Edom. Os sábios e valentes em quem os edomitas se vangloriavam seriam cada um exterminado pela matança.”[5]

 

6.A principal cidade de Edom, Temã, sentiu o impacto da destruição. Acabaram-se os valentes. O orgulho deixa o orgulhoso num pedestal alto, mas depois o larga para um tombo sem igual. O orgulho está muito ligado à inveja. O orgulhoso quer ser o único com qualidades, riquezas e honra. Quando outro se apresenta com essas virtudes, o orgulhoso reage para tirar o seu concorrente do caminho. Edom sentiu-se inferior a Judá e provocou este conflito. O desejo cego de ver Judá cair era tanto que Edom fez aliança com a nação mais traiçoeira, a Babilônia. O orgulho faz loucuras para ver o próximo cair e ele ficar absoluto (v.9-11).

 

“Os edomitas eram culpados de pelo menos quatro pecados abomináveis, sendo que o primeiro deles era usar de violência contra seus irmãos, o povo de Israel (vv. 10, 11). Quando Esaú, seu fundador, descobriu que havia sido privado da bênção de seu pai, resolveu matar seu irmão, Jacó (Gn 27:41), e essa atitude perniciosa foi passada adiante para seus descendentes... [o segundo foi] Os edomitas não apenas ignoraram a dificuldade dos judeus, como também alegraram-se com o que o inimigo estava fazendo (v. 12; ver Ez 35:15; 36:5)... O terceiro grande pecado de Edom foi ajudar o inimigo a atacar os judeus (vv. 13, 14)... O quarto pecado de Edom foi não levar

a sério a ira iminente de Deus (vv. 15, 16).”[6]

 

7.Edom pecou grandemente ao tentar arruinar Israel, pois fazendo isto estava lutando contra o próprio Deus e ninguém pode lutar contra Deus e sair vitorioso. Tentar arruinar o próximo por causa do orgulho e inveja é muito perigoso, pois Deus é vingador dos inocentes. Edom não se lembrou das palavras do sábio em Provérbios 27.10. Quando alguém se alegra com a queda do próximo está abrindo a sua própria cova. O orgulhoso sempre deseja o mal para o próximo, pois assim ele fica sozinho em sua arrogância (v.12-13).

 

8.Edom matava os fugitivos de Judá. Se Edom quisesse ser lembrado pelo Senhor devia dar esconderijo para os fugitivos e não matá-los. O orgulho engana, deixa o orgulhoso sem nada e ainda deseja o prejuízo para o próximo. Edom não ficaria sem o castigo de Deus, como de fato não ficou. Nenhum orgulhoso ficará sem recompensa por este pecado. O orgulho se volta contra o próprio orgulhoso. Edom bebeu o cálice da traição e agora deve beber o cálice da vingança do Senhor. O orgulho é muito cruel, pois ele faz o mal para o próximo e o resultado é cair este mal contra a cabeça do orgulhoso (v.14-16).

 

“A segurança carnal prepara o homem para a ruína, e faz com que a ruína seja ainda pior quando chega. Os tesouros da terra não podem ser acumulados com segurança, porque os ladrões podem entrar e roubar; portanto, uma atitude sábia de nossa parte é acumular tesouros nos céus. Aqueles que depositam a sua confiança na carne mortal, armam-na contra si mesmos. O Deus de nosso pacto jamais nos enganará, porém, se confiamos nos homens a quem nos juntamos, podemos sair feridos e desonrados.”[7]

 

9.Deus livra os inocentes. Defender-se com as próprias mãos não é o caminho, mas sofrer a injustiça, pois os orgulhosos sempre serão abatidos. Os que desejam o mal sempre sofrerão o desprezo do Senhor. A nação de Judá não teve forças contra Edom, mas os caldeus se encarregaram de destruir os inimigos do povo de Deus. O fogo de Deus foi aceso por causa de Judá. Os judeus do sul possuirão a Iduméia. Isto ainda não aconteceu, mas a palavra de Deus é viva e verdadeira e, portanto, é uma profecia ainda a ser cumprida. Até onde os filisteus habitavam seria parte de Judá. Todo o território chamado Palestino e muito mais pertence ao povo de Deus e um dia acontecerá isto (v.17-20).

 

10.Os salvadores serão o sumo sacerdote Josué e o governador Zorobabel, os quais reconstruíram o Templo após o retorno do cativeiro. No futuro, o Messias será o salvador dos judeus no mesmo lugar. O orgulho se volta contra o orgulhoso, pois o orgulho é egoísta e não reparte nada com ninguém. O orgulho é incurável. Somente na cruz está a vitória contra o orgulho. O crente já morreu com Cristo e precisa, hoje, considerar-se morto para este pecado também. Como vimos, as consequências do orgulho são sérias. Ele nos engana, ele nos deixa sem nada, ele nos leva a prejudicar as pessoas que devíamos amar e, finalmente, ele se volta contra nós nos derrotando na vida (v.21).

 

“Líderes levantados pelo Senhor, entre o povo, como no dia dos juízes (cf. Jz 2.16, 3.9,15, etc.), serão estabelecidos em Jerusalém para governar a terra de Edom (e as outras nações). O reino que será estabelecido não será simplesmente um reino humano, mas será do Senhor.”[8]

 

As consequências do orgulho (Ob 1)

1.O orgulho engana o orgulhoso (v.3-4)

2.O orgulho deixa o orgulhoso sem nada (v.5-9)

3.O orgulho faz o orgulhoso desejar que o seu próximo seja arruinado (v.10-14)

4.O orgulho sempre se volta contra o orgulhoso (v.15-21)


Pércio Coutinho Pereira, 2020 – 1ª ed. 2015

Notas

 

1.     Introdução

 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

2.     Notes on Obadiah - Dr. Thomas L. Constable, pg. 13 – Ob 1.3 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

3.     Comentário Bíblico Moody – Ob 1.4 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

4.     Novo Comentário da Bíblia – Ob 1.5 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

5.     Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 760 – Ob 1.7-9 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

6.     Comentário Bíblico Expositivo do VT, pg. 463,464 – Ob 1.10-16 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

7.     Comentário Bíblico de Matthew Henry – Ob 1.1-16 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

8.     Comentário Bíblico NVI, pg. 1271 – Ob 1.21 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)



[1] 1.Explore the book - J.Sidlow Baxter

 2.Merece confiança o AT? - Gleason L.Archer, Jr

 3.Manual Bíblico - H.H.Halley

 4.Estudo Panorâmico da Bíblia - Henrietta C.Mears

 5.Christian Workers' Commentary on The Old e New Testaments - James M.Gray

 6.Análise Bíblica Elementar - James M.Gray

 7.O livro dos livros - H.I.Hester

 8.Conheça sua Bíblia - Júlio Andrade Ferreira 

 9.A História de Israel - Samuel J.Schultz

10.Através da Bíblia - Myer Pearlman

11.Introdução ao Velho Testamento -  H.E.Alexander

12.De Adão a Malaquias - P.E.Burroughs

13.O Novo Dicionário da Bíblia

14.Bíblia anotada pelo Dr. Scofield

15.Expository outlines on Old Testament - Warren W.Wiersbe

16.A Short introduction to the Pentateuch - G.Ch. Aalders

17.Comentários da Bíblia Vida Nova

 

[2] Notes on Obadiah - Dr. Thomas L. Constable, pg. 13 – Ob 1.3 (Published by Sonic Light - 2014 Edition)

[3] Comentário Bíblico Moody – Ob 1.4 – (Editado por Charles F. Pfeiffer – Imprensa Batista Regular 4ª impressão 2001)

[4] Novo Comentário da Bíblia – Ob 1.5 (Editado pelo Prof. F. Davidson, MA,DD. Editado em Português pelo Rev. D. Russell P.Shedd, MA, BD, PhD – Edições Vida Nova – São Paulo – SP – 2000)

[5] Comentário Bíblico Popular Antigo Testamento, pg. 760 – Ob 1.7-9 – William MacDonald (Editora Mundo Cristão – SP – 2ª ed. junho de 2011 – impresso na China)

[6] Comentário Bíblico Expositivo do VT, pg. 463,464 – Ob 1.10-16 – Warren W. Wiersbe (Editora Geográfica – 1ª edição 2006)

[7] Comentário Bíblico de Matthew Henry – Ob 1.1-16 (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - 3ª Edição - 2003)

[8] Comentário Bíblico NVI, pg. 1271 – Ob 1.21 – F.F. Bruce (Editora Vida, São Paulo – 2009)

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